terça-feira, 27 de maio de 2014

7º Domingo da Páscoa ANO A 2014, Ascensão do Senhor, Ascensão de Jesus, Jesus sobe ao céu

7º Domingo da Páscoa ANO A 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR

Tema: Ascensão; “Eis que eu estarei convosco todos os dias”.
O Evangelho: A comunidade reconhece Jesus como o seu Senhor, adora-O e recebe d’Ele a missão de continuar no mundo o testemunho do “Reino”.
Na primeira leitura: Jesus volta para o Pai e os discípulos não podem ficar olhando para o céu, mas têm de ir para o meio dos homens, continuarem o projeto de Jesus.
Segunda leitura: Devemos caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos –mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”.

10. EVANGELHO (Mt 28,16-20) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando- os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

AMBIENTE - Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos num “monte” que Jesus lhes indicara. O “monte” é sempre, no A.t., o lugar onde Deus se revela.

MENSAGEM Jesus revela-Se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-no como “o Senhor” e adoram-no. “Alguns ainda duvidaram”; a fé não é uma certeza científica e não exclui a dúvida.
Ao reconhecimento e à adoração, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus: Jesus é o “Kyrios”; Jesus “o mestre”; Jesus é o “Deus-conosco”, na caminhada pela história.
Na segunda parte, A Igreja de Jesus é missionária, cuja missão é testemunhar a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer e que deixou nas mãos dos discípulos.
Duas fases da iniciação cristã: o ensino e o batismo. Começava-se pela catequese, com as palavras e os gestos de Jesus (catecumenato da proposta de Jesus). Quando estavam informados, vinha o batismo – que selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (era a adesão à proposta).
Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos tempos”, ajudando a superar as crises e as dificuldades da caminhada.

ATUALIZAÇÃO - • Jesus foi ao encontro do Pai; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” e de transformar o mundo.
• Nos momentos de decepção e de desilusão, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”.
A Solenidade de hoje é também nossa festa e motivo de alegria para nós! Aquele que hoje sentou-se à Direita do Pai é o Filho eterno feito homem, é um de nós! Que coisa impressionante: hoje, a nossa humanidade foi colocada acima dos Anjos! Aquele que, como Deus, foi colocado no presépio e no sepulcro, hoje, como homem, foi colocado acima dos anjos, à Direita do próprio Pai! Ora, alegremo-nos: onde já está o Cristo, nossa Cabeça, estaremos um dia todos nós, membros do seu Corpo!
A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema.
Comentando sobre a Ascensão, ensina São Leão Magno: ”Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos, mística mais realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido.”
A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada.
Dizia São Josemaria Escrivá: “Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do Céu (Fil 3,20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,12-14).”
Imitaremos os apóstolos que, segundo São Leão Magno, “tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em alegria. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos.”
A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!
6. PRIMEIRA LEITURA (At 1,1-11) Leitura dos Atos dos Apóstolos.
No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, até ao dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. Foi a eles que Jesus se mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus. Durante uma refeição, deu- lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: ‘João batizou com água; vós, porém, sereis
batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”. Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus:
“Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?” Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que
seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui,  parados, olhando para o céu? Esse Jesus que vos foi levado para o céu virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.
AMBIENTE - Década de 80, e há uma certa desilusão. As questões doutrinais trazem alguma confusão; a monotonia favorece uma vida cristã pouco comprometida e as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo e o empenho… O mundo continua igual e a esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. É neste ambiente que podemos inserir o texto que nos é proposto. Lucas avisa que o projeto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar passou para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do “Reino” é uma tarefa que não está terminada e exige o empenho contínuo de todos os crentes.

MENSAGEM - O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus”. O número quarenta é simbólico: é tempo necessário para aprender e repetir as lições do mestre. As palavras de despedida de Jesus sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar  testemunho “até aos confins do mundo”.
O Espírito irá derramar-se sobre a comunidade e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo. O autor quer mostrar que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito. Ascensão: Não estamos falando elevar-se; estamos falando de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que reentra na glória com o Pai.
Temos, depois, a nuvem que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo para exprimir a presença do divino. Ao mesmo tempo esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu. Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projeto de libertação do homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco. O branco sugere o mundo de Deus – o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar na história a obra de Jesus.
O sentido da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é seguir o “caminho” de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos ao seu projeto de salvação no meio do mundo.

ATUALIZAÇÃO • A ressurreição/ascensão de Jesus garante-nos que uma vida, vivida na fidelidade aos projetos do Pai, é uma vida destinada à glorificação, à comunhão com Deus. Quem percorre o mesmo “caminho” de Jesus subirá, como Ele, à vida plena.
• A ascensão recorda-nos que Ele foi elevado para junto do Pai e nos encarregou de continuar a tornar realidade o seu projeto libertador no meio dos homens nossos irmãos.

7. SALMO RESPONSORIAL / 46 (47)
Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta.
• Povos todos do universo, batei palmas, / gritai a Deus aclamações de alegria! /
 Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, / o soberano que domina toda a terra.
• Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta. /
Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, / salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!
• Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, / ao som da harpa acompanhai os seus louvores! /
 Deus reina sobre todas as nações, / está sentado no seu trono glorioso

8. SEGUNDA LEITURA (Ef 1,17-23) Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos: O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que
vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos e que  imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente. Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa mencionar não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal.

AMBIENTE - anos 58/60. Alguns vêem uma síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente. Em concreto, Paulo agradece a Deus pela fé dos Efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.

MENSAGEM - À ação de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus, para que os destinatários da Carta conheçam “a esperança a que foram chamados”. A prova de que o Pai tem poder para realizar essa “esperança” é o que Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita, exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja – o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”. Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para refletir sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo. Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa, também, que Cristo é o centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça: só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência.
Dizer que a Igreja é a “plenitude” (“pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a “plenitude”, a “totalidade” de Cristo; é através desse “corpo” onde reside que Cristo continua a realizar o seu projeto de salvação. Presente nesse “corpo”, Cristo atrai a Si o universo inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos”.

ATUALIZAÇÃO - • Formamos com Ele um “corpo” destinado à vida plena. Esta perspectiva nos dá força de enfrentar a história e de avançar – apesar das dificuldades – nesse “caminho” do amor e da entrega total que Cristo percorreu.
• Dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa, também, viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos, membros do mesmo “corpo”, alimentados pela mesma vida

Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

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Olhando para o Céu

Com a festa da ASCENSÃO, queremos celebrar:
- O Final da Missão terrena de Cristo,
- O Início da Missão salvadora da Igreja.

Na 1ª Leitura, Lucas descreve a Despedida de Jesus em JERUSALÉM.
Sublinha a Vinda do Espírito Santo e o Testemunho que os discípulos deverão dar "até os confins da terra". (At 1,1-11)

Na 2ª leitura, Paulo vê na Ascensão a glorificação de Cristo e o anúncio do retorno de toda a humanidade para Deus. (Ef 1,17-23)

O Evangelho narra a Aparição Pascal de Jesus na GALILÉIA.
Refere a Apresentação de Jesus: "Todo PODER me foi dado”...;
A Missão: "IDE e fazei discípulos meus todos os povos”;
A Promessa: "ESTAREI CONVOSCO até o fim dos tempos”..."  (Mt 28,16-20)

* A Igreja de Cristo é, essencialmente, uma Comunidade MISSIONÁRIA, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e deixou nas mãos e dos discípulos.

- Essa MISSÃO tem duas características:
    . É universal: destinada a "todas as nações".
    . A Iniciação cristã tem duas fases: O Ensino e o Batismo.
       Começava-se pela Catequese: as palavras e os gestos de Jesus.
       Depois vinha o Batismo, que selava a vinculação do discípulo  com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
- Jesus garante que está sempre com os discípulos "até ao fim dos tempos".

+ Os detalhes da narrativa  não devem ser tomados ao pé da letra; são mais simbólicos.
- Os 40 dias expressam o "tempo de aprendizagem"   necessário para um discípulo aprender e repetir as lições do mestre;
- A elevação ao céu expressa a exaltação total de Jesus;
- A nuvem é um sinal que esconde e manifesta a presença de Deus;
- Os dois homens vestidos de branco indicam que o testemunho vem de Deus;
- Os discípulos olhando para o céu lembram a expectativa da comunidade que esperava a segunda vinda de Cristo.

+ Contradições: quando? (logo após a ressurreição ou 40 dias depois);
   onde? (em Jerusalém ou na Galiléia).







+ Ressurreição, Ascensão, Pentecostes: 3 Momentos distintos?
   ou momentos catequéticos de um único Mistério de fé: a Páscoa do Senhor:

   - Na Ressurreição: A Liturgia destaca sua VITÓRIA sobre a morte...
   - Na Ascensão: Sua EXALTAÇÃO como Senhor do céu e da terra,
     e a entrega de sua missão à comunidade eclesial, através dos apóstolos...
   - No Pentecostes: A Ação do ESPÍRITO SANTO na Igreja,  que começa a sua atividade missionária de novo Povo de Deus...

* A ASCENSÃO não é uma narrativa histórica, mas uma encenação literária da exaltação de Jesus...
   com muitas semelhanças da subida de Elias ao céu no carro de fogo...

Sentido da festa:

1. A Ascensão de Cristo reforça a ESPERANÇA de nossa Ascensão.
    um futuro inigualável nos aguarda...
    "Ele 'subiu' para dar-nos a esperança de que um dia iremos ao seu encontro, onde ele nos precedeu..." (Prefácio)                       
    
2. A Ascensão nos lembra que somos ENVIADOS de Cristo para continuar e completar a sua obra...
    Não podemos ficar parados, olhando para o céu...
    Devemos ser discípulos e fazer discípulos para o Reino...                            
    E Cristo nos garante:
    "Estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos mundo..."

3. Mas esse trabalho não dependerá apenas de nossas forças...
    Por isso os envia a Jerusalém
   "para aguardar o Espírito Santo, reunidos em oração, com Maria, mãe de Jesus".

    * Como Maria e os apóstolos reunidos no cenáculo, devemos REZAR e invocar o Espírito Santo.
    Cristo já tinha afirmado: "Sem mim nada podeis fazer..."

    Por isso, a igreja não começa com a Ação... mas com a Oração, com Maria, Mãe de Jesus (e da Igreja)...

+ Cristo PARTE, mas PERMANECE na COMUNIDADE.
   A Ascensão de Cristo ao céu não é o fim de sua presença entre os homens,  mas o começo de uma nova forma de estar no mundo.
   Sua presença acompanha com sinais a nossa Missão evangelizadora.
   Deus está presente e nos envia como seus apóstolos,  para que Cristo seja conhecido e amado por todos os homens.


                Pe. Antônio

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Homilia de D. Henrique Soares

Estamos ainda nos dias pascais, nas alegrias da Ressurreição do Senhor. A Solenidade que hoje celebramos – a Ascensão – e aquela do Domingo próximo – Pentecostes – são ainda dimensões, aspectos do mistério da Páscoa: ressurreição, subida ao céu e dom do Espírito são três aspectos do mesmo mistério. Celebramo-lo num arco de cinqüenta dias porque, enquanto o Senhor Jesus deixou este nosso tempo, feito de ontens, de hojes e de amanhãs, nós continuamos presos às horas, dias, meses e anos deste mundo…
Eis: Jesus ressuscita no Pai; não ressuscita para depois ir ao seu Deus e Pai! Ressuscitar é, precisamente, sair da morte, entrando na vida plena, que é o Pai. (Nunca esqueçamos: o Pai é nossa Vida, o Pai é nosso Céu! Também o foi e o é para Jesus)! Isso aparece claro em alguns textos dos próprios evangelhos. Em Lc 24,44, Jesus ressuscitado, conversando, com seus apóstolos e sendo tocado por eles, diz claramente que com eles não está mais: “São estas as palavras que eu vos falei quando estava convosco…” No próprio Evangelho deste hoje, o Senhor, aparecendo aos seus sobre o monte, dá a entender que já está no céu: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra!” Vede: ele já recebeu tal autoridade, também no Céu! Ele, durante quarenta dias apareceu aos seus, mas já não estava entre os seus! Seu novo modo de permanecer conosco é na potência do seu Espírito, também fruto da sua ressurreição e da entrada no Pai…
Se é assim, qual o sentido desta Solene Ascensão do Senhor? Eis o seu significado, tão importante para nós e para a nossa salvação: na Ressurreição, Jesus foi glorificado na sua pessoa, isto é, em si mesmo. Na Ascensão, aparece o que sua Ressurreição significa para nós, o que o Cristo se torna em relação a nós. Em primeiro lugar, a Ascensão marca o fim daquele período de encontros que o Ressuscitado teve com seus discípulos para fortalecer lhes a fé e explicar-lhes a missão. É, portanto, uma despedida! Como já foi dito, a partir desse momento o Senhor estará com os seus e poderá ser por eles percebido de uma forma nova: na potência do seu Espírito Santo, presente na força da Palavra anunciada e nos sacramentos da Igreja. É assim que a Ascensão abre caminho para o Pentecostes, quando o Espírito, de um modo visível e barulhento, marca a inauguração da missão da Igreja, que é testemunhar e anunciar o Senhor, tornando-o presente nos gestos sacramentais.
Segundo: a Ascensão nos revela aquilo que aconteceu no Céu com Jesus e que, na terra, somente pela fé podemos saber e crer, isto é, sua glorificação como Senhor do Céu e da terra, Senhor da história humana e da Igreja. Ele ressuscitou e subiu ao Céu para tudo recapitular e de tudo ser a Cabeça, fonte de vida e salvação! São Paulo nos disse na segunda leitura que “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos e fê-lo sentar-se à sua direita nos céus. Ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, Cabeça da Igreja, que é o seu corpo…” É assim que hoje, cheios de alegria, proclamamos Jesus ressuscitado como Cabeça de toda a criação, Cabeça da humanidade toda, Cabeça e sentido da história humana. E tudo isso ele o é enquanto Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo! Isso significa que toda a criação caminha para ele e nele será um dia glorificada; que toda história somente nele encontra a direção e o sentido profundo; e que a Igreja participa, de modo indissolúvel, da sua obra universal de salvação! Se toda salvação neste mundo somente pode vir através de Cristo, vem desse Cristo que é, inseparavelmente, Cabeça da Igreja. Assim, podemos e devemos dizer que sem o ministério da Igreja não há salvação possível! Isso mesmo: fora da Igreja não há salvação, porque ela é o Corpo do Cristo, sua Cabeça e único Salvador. Em outras palavras: todo ser humano de boa vontade e consciência reta pode salvar-se, mas pode-o somente porque Cristo, Cabeça da Igreja, morreu e ressuscitou e está à Direita do Pai em favor de toda a humanidade e age através da Igreja em benfício de todo ser humano, até de quem não crê nele!
Em terceiro lugar, glorificado, o Senhor é nosso Juiz! Para ele caminham a história humana e as nossas histórias. Somente ele pode ver nosso caminho neste mundo com seu sentido profundo, somente ele nos julgará, porque, à Direita do Pai, somente ele abarca toda a história com o seu Espírito e desvela seu sentido pleno; somente nele nossos pobres dias podem encontrar o Dia sem fim, o Dia pleno da glória eterna!
Quarto: desaparecendo de nossa vista humana, ele nos dá o seu Espírito, inaugurando um novo modo de estar presente entre nós, mais profundo e eficaz: agora ele nos é interior, age em nós pela energia do seu Espírito Santo: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo!” – Essa promessa não é palavra vazia; é, sim, uma impressionante realidade! E é nesse Espírito que ele consola a Igreja e a guia na missão  pelas estradas do mundo.
 Em quinto lugar, sua presença na glória, à Direita do Pai, o constitui para sempre como nosso Intercessor, como diz o Autor da Epístola aos Hebreus: “Cristo entrou no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor!” (9,24). Eis como é grande a nossa certeza, como é profunda a nossa esperança, como é certo o nosso caminho: temos um Irmão nosso, um de nossa raça à Direita do Pai, intercedendo por nós!
Caríssimos, a hodierna Solenidade é também nossa festa e motivo de alegria para nós! Aquele que hoje sentou-se à Direita do Pai é o Filho eterno feito homem, é um de nós! Que coisa impressionante: hoje, a nossa humanidade foi colocada acima dos Anjos! Aquele que, como Deus, foi colocado no presépio e no sepulcro, hoje, como homem, foi colocado acima dos anjos, à Direita do próprio Pai! Ora, alegremo-nos: onde já está o Cristo, nossa Cabeça, estaremos um dia todos nós, membros do seu Corpo! Era isso que rezava a oração inicial da Missa de hoje: “Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é a nossa vitória: membros do seu corpo, somos chamados a participar da sua glória!” E a oração que faremos após a comunhão dirá claramente que junto do Pai já se encontra a nossa humanidade, no Cristo glorificado.
Irmãos e irmãs! Elevemos o olhar para o céu: à Direita do Pai, Deus como o Pai, encontra-se o homem Jesus, nosso irmão, um de nossa raça… Ele é o objetivo para o qual se dirigem a nossa existência e a historia humana, ele é o nosso Juiz, ele é o nosso Intercessor! Que nossa vida, neste mundo que passa, seja cheia do gosto da eternidade, porque nele, nossa esperança é certíssima! Não temamos: aquele que está no céu faz-se ouvir nas Escrituras e se nos dá em comunhão na Eucaristia para que o experimentemos, o anunciemos e o testemunhemos, até sermos plenamente unidos a ele quando aparecer em sua glória e entregar o Reino a Deus seu Pai. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje; ele o será por toda a eternidade” (Hb 13,8). Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do Pe. Françoá Costa

Rumo ao céu!

Os discípulos obedeceram a Cristo e foram para a montanha que ele tinha designado. Adoraram-no e foram enviados a anunciar o Evangelho. No dia da Ascensão do Senhor, o cristão percebe que no seu coração há um duplo movimento: o primeiro, olhar para o céu; o segundo, olhar para a terra.
Nós olhamos para o céu porque pensamos na glória de Cristo, contemplando-a na fé. Vemos no Cristo glorioso que sobe à direita do Pai toda a humanidade, a nossa humanidade. A natureza humana nunca tinha sido presenteada com tão grande dádiva, nem mesmo quando, depois de criada, tinha sido sobrenaturalmente elevada. Adão antes do pecado, por mais glorioso e cheio de dons preternaturais que fosse, perderia todo protagonismo diante da glória que irradia a humanidade santíssima de Jesus Cristo. Não obstante, o primeiro Adão era uma imagem gloriosa do que Deus queria para o homem. Já conhecemos a história posterior à criação: o homem desprezou a Deus, pecou, foi expulso do paraíso, perdeu a graça e divagou pelo mundo. Deus, no entanto, não deixou de cuidar do ser humano. Mais ainda, foi generosíssimo: decidiu embelezar novamente o homem e a mulher, mais do que antes. O segundo Adão seria mais agraciado que o primeiro. E assim foi!
Jesus é verdadeiro homem (novo Adão) e verdadeiro Deus. Como Deus, nasceu eternamente do Pai, sempre foi glorioso e essa glória não podia aumentar. Como homem, a sua humanidade foi progressivamente manifestando a glória que havia recebido do Pai. A ascensão é também o esplendor da glória, a expansão da graça e a beleza do céu manifestado no ser humano.
Diante de Cristo, que sobe aos céus, os discípulos caem por terra e adoraram a glória de Deus manifestada na carne do homem Jesus. A sadia curiosidade nos leva a observar cada um dos detalhes dessa humanidade gloriosa; vemo-nos fortemente atraídos a essa realidade e pregustamos o que seremos por toda a eternidade: filhos no Filho. Já o somos, mas essa realidade ainda deve manifestar-se em toda a sua plenitude (cfr. 1 Jo 3,2). Quando nos aventurarmos a observar os detalhes da glória, cairemos por terra: ainda não podemos! A nossa visão humana tem que receber uma ajuda divina para que isso seja possível. No momento basta com adorar a Deus? Não! É preciso manifestar aos outros as maravilhas da graça e da glória.
Esse é o segundo movimento do nosso coração: pensamos nos nossos irmãos, em todos os seres humanos. Depois de contemplar por um momento o projeto de Deus para o homem já realizado na humanidade de Jesus e que se realizará em cada um de nós, temos que perguntar aos nossos semelhantes: o que vocês estão fazendo? Não percebem, por acaso, ó tardos de inteligência e endurecidos de coração, que há coisas melhores? Será que não se dão conta que isso que vocês julgam bom e agradável aos sentidos não satisfaz plenamente o coração humano? Será que estão cegos: não percebem que os dons da inteligência, os prazeres da carne, o poder das riquezas, são apenas uma manifestação de que o coração de vocês tende à felicidade? Deus é essa felicidade!
Não nos escutarão. Talvez não nos ouçam. Frequentemente nos desprezam! Pensam que somos nós os infelizes, os tristes e os apoquentados porque – dizem eles –não desfrutamos da vida, não aproveitamos os prazeres, não aproveitamos a nossa liberdade. Se o cristão não vigiar e não estiver cada dia mais unido a Deus poderia até acreditar na “felicidade-fantasma” dessas pessoas. Para alguns a vida se resume em poucas palavras: Drogas! Sexo! Dinheiro! Tá bom, drogas não; mas as outras duas coisas talvez…
Os homens e as mulheres de bem, aquelas pessoas que sabem o que vale a pessoa humana de verdade, precisam estar atentas. Não podem ser bobas! Não podem ter a falsa humildade de não atuar com inteligência e perspicácia neste nosso mundo. O cristão não pode viver cabisbaixo, triste, melancólico, como se o mundo e as pessoas não tivessem jeito! Não! Não podemos ser moles, atontados, frouxos e sem essa “malícia boa” que manifesta que nós somos pessoas prudentes, oportunas, com capacidade de planejar e de mostrar, de maneira atrativa, o Evangelho de Jesus aos demais. Parecem que eles só conhecem o seu mundo, as suas coisas, os seus prazeres, o seu planeta. É hora de mostrar-lhes algo mais bonito! Acho que é importante pedir a Deus o “dom de línguas” segundo a interpretação de São Josemaría Escrivá: falar de tal maneira que todos nos entendam, que a nossa vida seja transmissão da mensagem de Cristo aos outros, buscar expressar-se de tal maneira que cultivados e menos cultivados compreendam o que queremos dizer quando falamos de Deus.
Você e eu, queremos ir com Jesus… aos céus! Mas não, devemos ficar aqui, talvez muitos anos… trabalhar muito. Eles precisam de nós!
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria Pereira

A Ascensão de Jesus!

A Igreja celebra a festa da Ascensão do Senhor… Os últimos momentos de Jesus junto aos apóstolos e a volta de Cristo ao Pai… É a sua entrada oficial na glória que lhe correspondia como ressuscitado, depois das humilhações do Calvário; é a volta ao Pai anunciada por Si no dia de Páscoa; “ Vou subir para Meu e vosso Pai, Meu e vosso Deus”  (Jo 20,17). E aos discípulos de Emaús: “Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?” (Lc 24,26).
A vida de Jesus na terra não termina com a sua morte na Cruz, mas com a Ascensão aos céus. É o último mistério da vida do Senhor aqui na terra. É um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema.
Comentando sobre a Ascensão, ensina São Leão Magno: ”Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos, mística mais realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que a que havíamos perdido.”
A Ascensão fortalece e estimula a nossa esperança de alcançarmos o Céu e incita-nos constantemente a levantar o coração a fim de procurarmos as coisas que são do alto. Agora a nossa esperança é muito grande, pois o próprio Cristo foi preparar-nos uma morada.
O Senhor está já no Céu com o seu Corpo glorificado, com os sinais do seu Sacrifício redentor, com as marcas da Paixão que Tomé pôde contemplar e que clamam pela salvação de todos nós.
Dizia São Josemaria Escrivá: “Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do Céu (Fil 3,20), sendo plenamente cidadãos da terra, no meio das dificuldades, das injustiças, das incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que nos dá sabermo-nos filhos amados de Deus. E se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos céus nos deixar na alma um travo de tristeza, recorramos à sua Mãe, como fizeram os apóstolos: Tornaram então a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,12-14).”
A esperança do céu encherá de alegria o nosso peregrinar diário. Imitaremos os apóstolos que, segundo São Leão Magno, “tiraram tanto proveito da Ascensão do Senhor que tudo quanto antes lhes causava medo, depois se converteu em alegria. A partir daquele momento, elevaram toda a contemplação das suas almas à divindade que está à direita do Pai; a perda da visão do corpo do Senhor não foi obstáculo para que a inteligência, iluminada pela fé acreditasse que Cristo, mesmo descendo até nós, não se tinha afastado do Pai e, com a sua Ascensão, não se separou dos seus discípulos.”
Com a Ascensão termina a missão terrena de Cristo e começa a dos seus discípulos, a nossa: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,48), diz Jesus. Portanto, a festa de hoje, recorda-nos que o zelo pelas almas é um mandamento amoroso do Senhor. Ao subir para a sua glória, Ele nos envia pelo mundo inteiro como suas testemunhas. Grande é a nossa responsabilidade, porque ser testemunhas de Cristo implica, antes de mais nada, procurar comportar-se segundo a sua doutrina, lutar para que a nossa conduta recorde Jesus e evoque a sua figura amabilíssima.
Jesus parte, mas permanece muito perto de cada um. Nós O encontramos na Eucaristia, no Sacrário de nossas Igrejas .
Visitemos mais Jesus no Sacrário, à nossa espera!  Não deixemos de procurá-lo com freqüência, ainda que na maioria das vezes só possamos fazê-lo com o coração, para dizer-lhe que nos ajude na tarefa apostólica, que conte conosco para estender a sua doutrina por todos os ambientes.
Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: “Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.
A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!
Mons. José Maria Pereira




PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O Senhor esteja com todos vocês...  Demos graças ao Senhor, o nosso Deus...
à Por Jesus, COM JESUS e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI.
t: louvor e glória a vós,  ó pai de bondade!
à Pai, nós vos bendizemos pela presença do vosso Filho em nosso meio quando oramos, na Palavra proclamada e no banquete eucarístico pelo dom do Vosso Espírito.
t: louvor e glória a vós,  ó pai de bondade!
à Senhor, vos damos graças pela ressurreição de Jesus, fazendo-o sentar-se à vossa direita e instituindo-o como cabeça da Igreja. Senhor, dai-nos o Espírito de sabedoria para vos conhecer e vos descobrir. Abri nossos corações á vossa luz e confirmai-nos na verdadeira esperança.
t: louvor e glória a vós,  ó pai de bondade!
àSenhor, nós vos agradecemos por nos dar Jesus, como nosso mestre e nosso irmão. Nós vos damos graças por termos Jesus conosco e também vos agradecemos pelo Espírito Santo que recebemos no batismo para ser a nossa transformação.
t: louvor e glória a vós,  ó pai de bondade!

à pai nosso... A Paz de cristo... eis o cordeiro...









terça-feira, 20 de maio de 2014

6º Domingo da Páscoa ANO A 2014, VI Domingo da Páscoa, A Despedida de Jesus

6º Domingo da Páscoa ANO A 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

Tema: Jesus faz o discurso de despedida. Eu vivo, e vós vivereis; “não vos deixarei órfãos”
Evangelho: Na Quinta-feira Santa, Jesus promete o “Paráclito”: Ele nos conduzirá à verdade.
Primeira leitura; A comunidade cristã dá testemunho da Boa Nova de Jesus.
Segunda leitura: exorta os crentes a terem confiança e a darem testemunho da fé. Cristo é o modelo

10. EVANGELHO (Jo 14,15-21) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.

AMBIENTE - Jesus sabe da decisão de matá-lo. No decurso da “ceia”, Jesus despediu-Se e fez-lhes as últimas recomendações. Jesus fala-lhes do caminho que percorreu e convida a seguir o mesmo caminho de entrega a Deus e de amor radical aos irmãos. É seguindo esse “caminho” que eles se tornarão Homens Novos e que chegarão a ser “família de Deus”.

MENSAGEM - O “Paráclito” que Jesus vai enviar é o Espírito Santo –a partir de agora, será o Espírito que ensinará e cuidará da comunidade de Jesus. Jesus é claro: os seus discípulos não vão ficar indefesos, pois Ele vai estar ao lado deles. Jesus identifica-Se com o Pai, por ter o mesmo Espírito; os discípulos identificam-se com Jesus, por ação do Espírito. A comunidade cristã está unida com o Pai, através de Jesus. Nesse dia, a comunidade será a presença de Deus no mundo: cada membro converte-se em morada de Deus. Na comunidade e através dela, realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo.

ATUALIZAÇÃO • Sofremos por causa da injustiça e da opressão; caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. No entanto, temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos.
• O “caminho” que Jesus propõe (o “caminho” do amor, do serviço, do dom da vida) parece um caminho de fracasso. No entanto, Jesus garantiu-nos que era no caminho do amor e da entrega que encontraríamos a vida nova.
• Jesus garantiu o envio de um “defensor”, de um “consolador”, que havia de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. O Espírito dá esperança.
• A comunidade identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o “templo de Deus”, o lugar onde Deus habita. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu projeto de salvação.

- Jesus fala de "Os MEUS Mandamentos...":  "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ele nos amou" = Torna-se MORADA DE DEUS: "Viremos a ele e faremos nele morada..."    
* Jesus garante que é nessa identificação com Cristo e nesse "caminho" do amor e da entrega, que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva.

6. PRIMEIRA LEITURA (At 8,5-8.14-17) Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. Era grande a alegria naquela cidade. Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus e enviaram para lá Pedro e João. Chegando ali, oraram pelos habitantes da Samaria, para que recebessem o Espírito Santo. Porque o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; apenas tinham recebido o batismo em nome do Senhor Jesus. Pedro e João impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.

AMBIENTE - Durante os primeiros anos, o cristianismo não saiu de Jerusalém. Por volta do ano 35 desencadeou-se uma perseguição, contra os judeo-helenistas, desencadeada após a morte de Estevão. Estes deixaram Jerusalém  e permitiu a difusão do Evangelho pelas outras regiões palestinas. Filipe – um dos sete diáconos, foi anunciar o Evangelho na Samaria. O anúncio do Evangelho aos samaritanos mostra que a Igreja não tem fronteiras.

MENSAGEM - Os samaritanos “aderiam às palavras de Filipe”. Dessa adesão começava a aparecer uma comunidade de homens livres, iluminados pela luz libertadora de Jesus (Lucas descreve esta realidade nova, dizendo que os espíritos impuros abandonavam os possessos e que os coxos e paralíticos eram curados).
Quando a comunidade cristã de Jerusalém soube, despachou para lá Pedro e João. Pedro e João impuseram as mãos aos samaritanos, a fim de que também eles recebessem o Espírito. A mensagem é a seguinte: para que uma comunidade se constitua como Igreja, não basta uma aceitação superficial da Palavra. A comunidade é convidada a viver a sua fé integrada na Igreja universal (católica). Toda a comunidade deve, portanto, acolher a autoridade e buscar o reconhecimento junto aos chefes da Igreja (epíscopos). Só então se manifestará nela o Espírito, a vida de Deus.

ATUALIZAÇÃO • Uma comunidade cristã manifesta a comunhão com Jesus e a comunhão com todos os outros irmãos que partilham a mesma fé. Cada comunidade não é um grupo autônomo e sem ligações, mas uma parcela de uma Igreja universal, chamada a viver na comunhão, na partilha, na solidariedade com todos os irmãos do mundo.
• Filipe não se acomodou; mas partiu para outras paragens a dar testemunho de Jesus. É o mesmo entusiasmo que nos anima, quando temos de dar testemunho do Evangelho de Jesus.
- O Batismo é completado pela Unção com o óleo do Crisma e pela imposição das mãos do Bispo, no sacramento da Confirmação, que recebemos a Plenitude do Espírito Santo.

7. SALMO RESPONSORIAL / 65 (66)
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso!
• Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / cantai salmos a seu nome glorioso, /
dai a Deus a mais sublime louvação! / Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!
• Toda a terra vos adore com respeito / e proclame o louvor de vosso nome!” /
Vinde ver todas as obras do Senhor: / seus prodígios estupendos entre os homens!
• O mar ele mudou em terra firme, / e passaram pelo rio a pé enxuto. /
 Exultemos de alegria no Senhor! / Ele domina para sempre com poder!
• Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: / vou contar-vos todo o bem que ele me fez! /
 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, / não rejeitou minha oração e meu clamor, /
nem afastou longe de mim o seu amor!

8. SEGUNDA LEITURA (1Pd 3,15-18) Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos, santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir. Fazei--o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se esta for a vontade de Deus, do que praticando o mal. Com efeito, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.

AMBIENTE – Anos oitenta. Os cristãos que compõem essas comunidades estão vulneráveis às perseguições que se aproximam. O objetivo do autor é animar esses cristãos e exortá-los à fidelidade aos compromissos que assumiram com Cristo, no dia do seu Batismo. Para isso, o autor lembra-lhes o exemplo de Cristo, que percorreu um caminho de cruz, antes de chegar à ressurreição; não desanimar mesmo diante das dificuldades e sofrimentos.

MENSAGEM - Os cristãos devem reconhecer a “santidade” de Cristo, que é “o Senhor”. Desse reconhecimento brota a confiança e a esperança; e, dessa forma, nada temerão e poderão enfrentar a injustiça e a perseguição. Os cristãos devem dar testemunho daquilo em que acreditam. Os cristãos devem preferir fazer o bem a fazer o mal.
O autor apresenta a “lógica”: o próprio “Cristo morreu pelos nossos pecados – o justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus”. Ora, se Cristo propiciou, mesmo aos injustos, a salvação, também os cristãos devem dar a vida e fazer o bem, mesmo quando são. Os cristãos que fizerem da vida um dom – como Cristo – também ressuscitarão.

ATUALIZAÇÃO • O amor é o caminho para a felicidade. Reparemos no exemplo de Cristo: Ele deu a vida pelos pecadores e encontrou, no final do caminho, a ressurreição, a vida plena.
• Diante das dificuldades é em Cristo que colocamos a nossa confiança e a nossa esperança.
• Diante dos ataques não podemos usar a lógica do “olho por olho, dente por dente”,: Amor

Obs. Um gênio é 5% inspiração e 95% transpiração;  “um cristão é 95% graça de Deus e 5% de esforço pessoal”. . Essa ação de Deus criou em nós, no momento em que fomos batizados, um dinamismo novo que nos capacitou para viver a nova vida em Cristo. Tudo isso estaria destinado ao fracasso, dentro de pouco ou muito tempo, se não fosse a ajuda de Deus.
 Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

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6° Domingo da Páscoa A Despedida

A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: ASCENSÃO e PENTECOSTES.

A Liturgia nos mostra que Deus está presente na sua Igreja, pelo Espírito Santo, mesmo depois da volta de Jesus ao Pai.

A 1ª leitura narra o início da missão evangelizadora da Igreja, fora de Jerusalém. (At 8,5-8.14-17)

Os Apóstolos Pedro e João são enviados à Samaria, para completar a Iniciação cristã realizada pelo Diácono Felipe conferindo o Dom do Espírito Santo aos recém-batizados, através do gesto da imposição das mãos. Essa passagem constitui o "Pentecostes Samaritano".

* O episódio lembra duas verdades:
- O Batismo é completado pela Unção com o óleo do Crisma e pela imposição das mãos do Bispo, no sacramento da Confirmação, em que recebemos a Plenitude do Espírito Santo.

Na 2ª Leitura, São Pedro exorta os cristãos à fidelidade aos compromissos assumidos com Cristo no Batismo. (1Pd 3,15-18)

O Evangelho faz parte do discurso da DESPEDIDA de Jesus. É o testamento que o mestre deixa à Comunidade antes de partir. (Jo 14,15-21)

Os discípulos se mostram abalados e tristes... Jesus os anima, declarando que não os deixará órfãos no mundo. Ele vai ao Pai, mas vai encontrar um modo de continuar presente e de acompanhar a caminhada dos seus discípulos, mediante o Espírito Santo, que o substituirá junto aos discípulos e permanecerá sempre com eles e com toda a Igreja. Para isso, é preciso um amor autêntico,  que se manifesta na observância dos Mandamentos:
"Quem me ama... guarda os meus mandamentos..."
Só quem vive esse amor está apto a receber o Espírito Santo.
O amor supera o medo, a separação e a morte...

- Jesus fala de "Os MEUS Mandamentos...":  "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ele nos amou"

Conseqüências desse amor vivenciado dos Mandamentos:
- Merece receber o Espírito Santo:   "Ele vos dará o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber".
- É alguém amado pelo Pai...: "Ele será amado pelo Pai..."
- Torna-se capaz de perceber a manifestação de Cristo:    "Eu o amarei e me revelarei a ele..."
- Torna-se MORADA DE DEUS: "Viremos a ele e faremos nele morada..."    

A Comunidade cristã será então a presença de Deus no mundo.
Na Comunidade dos discípulos e através dela, realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo.

Esse "caminho" proposto por Jesus para muitos parece um caminho de fracasso, que não conduz nem à riqueza, nem ao poder, nem ao êxito social, nem ao bem estar material.
No entanto, Jesus garante que é nessa identificação com Cristo e nesse "caminho" do amor e da entrega, que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva.

Jesus promete aos discípulos o envio de um "defensor", de um "intercessor", que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história.
   
A Comunidade cristã, identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o "Templo de Deus", o lugar onde Deus habita no meio dos homens. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu plano de salvação.

                                                           Pe. Antônio

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Homilia de D. Henrique Soares –
Nestes dias pascais em honra do Ressuscitado, contemplamos e experimentamos nos santos mistérios não somente a sua ressurreição e ascensão, como também dom do seu Espírito Santo em pentecostes. Pois bem, caríssimos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus que escutamos nesta liturgia do VI Domingo da Páscoa coloca-nos precisamente neste clima. Com um coração fiel e recolhido, contemplemos o mistério que o Evangelho de hoje nos revela! Meditemos nas palavras do Senhor Jesus:
“Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós! Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis!” São palavras estupendas, cheias de promessa e de vitória… Mas, será que são verdadeiras? Como pode ser verdade tudo isso? Uma coisa é certa: o Senhor não mente jamais! E ele nos garante: Eu virei a vós! Eu vivo! Vós vivereis! Mas, como se dá tal experiência? Como podemos realmente experimentar tal realidade estupenda em nossa vida e na vida da Igreja? Eis a resposta, única possível: somente no Espírito Santo que o Ressuscitado nos deu ao derramá-lo sobre nós após a ressurreição. Vejamos:
“Eu virei a vós!” Na potência do Santo Espírito, Cristo realmente permanece no coração de sua Igreja, primeiro pela Palavra, pregada na potência do Espírito, como Filipe, na primeira leitura, que, anunciando o Cristo, realizava curas e exorcismos e, sobretudo, tocava os corações! Uma Palavra que realmente toca os corações e coloca os ouvintes diante do Cristo vivo e atuante. Mas, conjuntamente com a Palavra, os sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. Em cada sacramento é o próprio Espírito do Ressuscitado quem age, conformando-nos ao Cristo Jesus, unindo-nos a ele, fazendo-nos experimentar sua vida e sua força. Pelo Batismo, mergulhados no Espírito do Ressuscitado, realmente nascemos para uma nova vida, como nova criatura; pela Eucaristia, seu Corpo e Sangue plenos do Espírito, entramos na comunhão mais plena que se possa ter neste mundo com o Senhor: ele em nós e nós nele, num só Espírito Santo que ele nos doa!
“Vós me vereis!” Porque o Santo Espírito do Senhor Jesus habita em nossos corações, nós experimentamos Jesus em nós como uma Presença real e atuante e, com toda a certeza, proclamamos que Jesus é o Senhor, como diz São Paulo: “Ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3). Porque vivemos no Espírito, experimentamos todos os dias Jesus como Alguém vivo e presente na nossa vida, em outras palavras: vemos Jesus; vemo-lo de verdade!
“Eu vivo!” Sabemos que o Senhor está vivo: “morto na sua existência humana, recebeu nova vida pelo Espírito Santo”. Sabemos com toda a certeza da fé que Cristo é o Vivente para sempre, o Vencedor da Morte!
“Vós vivereis”. O Senhor Jesus não somente está vivo, totalmente transfigurado pela ação potente do Espírito que o Pai derramou sobre ele… Vivo na potência do Espírito, ele nos dá esse mesmo Espírito em cada sacramento. Assim, sobretudo no Batismo e na Eucaristia, tornam-se verdadeiras as palavras do Senhor: “Vós vivereis!”, isto é: recebendo meu Espírito, nele vivendo, tereis a minha vida mesma! Vivereis porque meu Espírito“permanece junto de vós e estará dentro de vós!”
Então, caríssimos, palavras de profunda intensidade e de profunda verdade! Num mundo da propaganda, da ilusão, dos simples sentimentalismos, essas palavras do Senhor são uma concreta e impressionante realidade. Mas, escutemos ainda o Senhor: “Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós!” É na oração, na prática piedosa dos sacramentos, na celebração ungida e piedosa da Eucaristia que experimentamos essas coisas! Aqui não é só a inteligência, aqui não basta a razão, aqui não são suficientes os nossos esforços! É na fé profunda de uma vida de união com o Senhor, na força do Espírito Santo que experimentamos isso que Jesus disse: ele está no Pai, no Espírito ele e o Pai são uma só coisa. Mas, tem mais: experimentamos que nós estamos nele, nele enxertados como os ramos na videira, nele incorporados como os membros do corpo unidos à Cabeça! Repito: é nos sacramentos que essa experiência maravilhosa torna-se realidade concreta. Um cristianismo que tivesse somente a Palavra de Deus, sem valorizar os sete sacramentos – sobretudo o Batismo e a Eucaristia -, seria um cristianismos mutilado, deficiente, anêmico, não condizente com a fé do Novo Testamento e a Tradição constante da Igreja! Irmãos e irmãs, atenção para a nossa vida sacramental!
Ora, é esta comunhão misteriosa e real com o Senhor no Espírito, que nos faz amar Jesus e viver Jesus com toda seriedade de nossa vida. É cristão de modo pleno quem experimenta o Senhor Jesus vivo e íntimo em sua vida e celebra tal união, tal cumplicidade de amor, nos sacramentos! Aí sim, as exigências do Senhor, seus mandamentos, não nos parecem pesados, não nos são pesados, não são um fardo exterior que suportamos porque é o jeito. Quem vive a experiência desse Jesus presente e doce no Espírito derramado em nós, experimenta que cumprir os preceitos do Senhor é uma exigência doce, porque é exigência de amor e, portanto, libertadora, pois nos tira de nós mesmos e nos faz respirar um ar novo, o ar do Espírito do Ressuscitado, o Homem Novo!
Mas, quem pode fazer tal experiência? Somente quem vive de modo dócil ao Espírito Consolador, que nos consola mesmo nos desafios mais duros. Somente viverá o cristianismo com um dom e não como um peso quem vive na consolação do Espírito, que é também Espírito de Verdade, pois nos faz mergulhar na gozo da Verdade que é Jesus. Ora, o mundo jamais poderá experimentar esse Espírito! Jamais poderá experimentar o Evangelho como consolação, jamais poderá experimentar e ver que Jesus está vivo e é doce e suave vida para a nossa vida! Por isso mesmo, o mundo jamais poderá compreender as exigências do Evangelho: aborto, casamento gay, assassinato de embriões com fins pseudo-científicos, assassinato de embriões anencéfalos, eutanásia… Como o mundo poderá compreender as exigências do Evangelho se não conhece o Cristo? “O mundo não mais me verá!”Nunca nos esqueçamos disso! Ai dos Boffs e dos Bettos da vida, que pensam que a Igreja deve correr atrás do mundo! Este não é capaz de receber, de acolher o Evangelho porque – diz Jesus – não vê nem conhece o Espírito Paráclito! Mas, vós, cristãos, “o conheceis porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós!”Irmãos, como nosso Senhor é claro, como é verdadeiro, como nos preveniu!
É essa experiência viva de Jesus no Espírito que nos dá a força cheia de entusiasmo na pregação como Filipe, na primeira leitura. Dá-nos também a coragem e o discernimento para dar ao mundo “a razão da nossa esperança”, santificando o Senhor Jesus em nossos corações, isto é, pregando Jesus primeiro com a coerência da nossa fé na vida concreta e, depois, com respeito pelos que não crêem como nós, mas com a firmeza de quem sabe no que acredita! Dá-nos, enfim, a graça de participar da cruz do Senhor, ele que “morreu uma vez por todas, por causa dos nossos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus”. Assim, com ele morreremos para uma vida velha e ressuscitaremos no Espírito para uma vida nova. Eis! Esta será sempre a grande novidade cristã, o centro, o núcleo de a nossa identidade e nossa força! Nunca esqueçamos disso! Vamos! Sigamos o Senhor! Abramo-nos ao seu Espírito! - D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria Pereira

A Promessa de Jesus

Hoje celebramos o VI Domingo da Páscoa! A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.
O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3). Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia. Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos. O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São Josemaria Escrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo. A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai. O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam. Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.
Mons. José Maria Pereira
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Homilia do Pe. Françoá Costa

O “segredo” para a fidelidade: o livro e a rosa.

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paraclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14,15-16).
Na semana passada falamos da mútua in-existência das três Pessoas divinas entre si e da in-habitação trinitária na nossa alma em graça. Deve ficar bem claro: as relações do homem com Deus tem que ser uma imagem daquelas relações que há na intimidade de Deus entre as três Pessoas divinas. O Pai e o Filho relacionam-se no Amor, ou seja, no Espírito Santo.
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos”.  Poderíamos fazer a oração negativa, tão verdadeira quanto a afirmativa: se não me amais, não guardareis os meus mandamentos. A moral cristã não é a moral dos heróis, dos gigantes da vontade, daquelas pessoas que à força de teimar e teimar conseguem chegar à meta. Lembro-me de uma das aulas do já falecido bispo emérito da Diocese de Anápolis, D. Manoel Pestana Filho. Animando-nos a estudar muito, ele dizia que “um gênio é 5% de inspiração e 95% de transpiração”. Aquele santo bispo nos animava a ser estudiosos de verdade. Hoje eu gostaria de utilizar a frase dita pelo D. Manoel, mas mudando-a um pouquinho para servir ao meu propósito, e sem pretensões matemáticas do mistério: “um cristão é 95% graça de Deus e 5% de esforço pessoal”.
A graça de Deus e o seu amor é o que nos vai construindo a cada momento. Podemos e devemos lutar, mas – como diz o Salmo – “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (126,1). Com o passar do tempo, a experiência nos vai mostrando a importância de confiar mais na graça de Deus que nas nossas próprias forças. Os nossos propósitos, por mais firmes que sejam; a nossa luta, por mais heroica que venha a ser; os meios humanos dos quais dispomos, por mais seguros que nos pareçam… Tudo isso estaria destinado ao fracasso, dentro de pouco ou muito tempo, se não fosse a ajuda de Deus. Essa ação de Deus criou em nós, no momento em que fomos batizados, um dinamismo novo que nos capacitou para viver a nova vida em Cristo.
É possível cultivar o amor? Em primeiro lugar, a caridade inicial ninguém a merece, a recebemos no momento do nosso Batismo sem mérito algum da nossa parte. Depois de batizados, podemos atrair mais o amor de Deus para nós.
Todos os anos em Barcelona, na Espanha, no dia de S. Jorge, o namorado ou o esposo tem que dar uma rosa à sua namorada ou esposa. A sua vez, a namorada ou esposa tem que presentear o seu namorado ou esposo com um livro. Eu, pessoalmente, acho que o homem sai ganhando porque o livro se conserva durante anos, enquanto a rosa… Mas tudo bem.
Passeando pelas ruas daquela grande cidade, quem não conhece essa tradição poderia ficar um pouco espantado ao perceber que a cada 10 minutos algum comerciante oferece em plena rua uma rosa para ser comprada e, posteriormente, presenteada. Graças a Deus, existem aqueles casais anciãos aos quais não dá vergonha perguntar o porquê de tudo aquilo sem temor a passar por ignorante. Futuramente, se pode descobrir a raiz mais profunda desse costume. É nesse momento que passamos para o campo da lenda, da estória. Conta-se que num reino muito distante e há muitos séculos atrás existia um dragão muito, mas muito mau, e que comia as donzelas da região. Um dia, o dragão malíssimo queria tragar a princesa. Então Jorge, um soldado romano, enfrentou a fera, matou-a e do sangue do dragão brotou uma rosa que, o destemido soldado entregou reverentemente à princesa. Os homens até hoje entregam uma rosa às suas amadas.
E o livro? É simplesmente porque ao dia de S. Jorge, celebrado aos 23 de abril, antecede o dia da morte de Miguel de Cervantes (22 de abril), máxima expressão da literatura espanhola. Assim os homens não fiquem sem presentinho. E que presentinho… um livro!
Quando pensamos no amor de Deus e na nossa correspondência humana, a comparação com esse costume barcelonense é válida, ainda que imperfeita. Deus nos presenteia com a sua graça, o dom mais valioso que podemos receber nesse mundo. Não se trata simplesmente de um livro, mas daquele livro do qual fala o Apocalipse: “um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5,1). Esse livro, que contém os desígnios de Deus para a história universal e para a nossa história pessoal, pode ser aberto somente por Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, a vítima de propiciação pelos nossos pecados que nos mereceu a salvação e a graça. Ele nos entrega o plano de Deus para as nossas vidas. Esse plano inclui todas as virtualidades provindas do Trono da graça e que nos ajudam na realização da vontade de Deus. E nós, o que vamos entregar a Deus? Uma flor, uma correspondência à sua graça cada vez mais leal e fiel que atraia o Coração amoroso de Deus para que continue derramando as suas graças sobre nós. A flor pode até murchar logo. Nós seguiremos sendo santamente teimosos na luta por ser melhores; daremos a Deus outra flor, outro empenho de seguir adiante, outros propósitos de uma entrega mais generosa. Não obstante, a partir de agora confiaremos mais na graça de Deus. É questão de humildade, de verdade. 
Pe. Françoá Costa
Para a Celebração da Palavra:

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à o senhor esteja com todos vocês... demos graças ao senhor, o nosso deus.
à COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade, aleluia!
à Ó Deus, Nosso Pai, nós Vos damos graças pelo Espírito Santo que nos destes em nosso Batismo.  Pai, que o Espirito santo nos transforme  em Templos vivos do amor e do perdão.
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade, aleluia!
à Nós Vos damos graças por Jesus, que morreu pelos nossos pecados, para nos reconciliar convosco e nos conduzir a Vós. Nós Vos louvamos, porque nos destes a vida no Vosso Espírito.  Pai, enchei-nos do Vosso Espírito de paciência e de esperança, de doçura e de respeito.
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade, aleluia!
à Ó Pai, nós Vos damos graças porque não nos deixastes órfãos. Nós Vos bendizemos pelo Vosso Espírito Santo, que está em nós. Nós Vos louvamos por Jesus, que está em Vós e também em nós. Unidos ao Vosso Filho Jesus e na força do Espírito Santo dai-nos a graça da ressurreição para que Vivamos junto de vós por toda a eternidade.
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade, aleluia!
à PAI NOSSO... A paz de cristo... Eis o cordeiro...