quinta-feira, 8 de maio de 2014

4º Domingo da Páscoa ANO A 2014, IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor

4º Domingo da Páscoa ANO A 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

Tema:  JESUS, O “Bom Pastor”; “Em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas... Quem entrar por mim, será salvo!”
Evangelho: Cristo é o  Bom Pastor que tem a missão de libertar o povo de Deus da escravidão.
Segunda leitura: seguir “o Pastor” é responder à injustiça com o amor, ao mal com o bem.
Primeira leitura:: é preciso converter-se (isto é, deixar os esquemas de escravidão), ser batizado (isto é, aderir a Jesus e segui-lo) e receber o Espírito Santo (acolher no coração a vida de Deus e deixar-se recriar, vivificar e transformar por ela).

10. EVANGELHO (Jo 10,1-10) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

AMBIENTE - O “Bom Pastor”. Uma catequese sobre a missão de Jesus: em conduzir o homem à vida em plenitude.
A imagem do “Bom Pastor” está em Ez 34. Falando aos exilados da Babilônia, os líderes de Israel foram maus “pastores”, que conduziram o Povo por caminhos de morte e de desgraça; o próprio Deus vai agora assumir a condução do seu Povo; Ele porá à frente do seu Povo um “Bom Pastor” (o “Messias”), que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida.

MENSAGEM - Na primeira parte, Jesus apresenta-se como “O Bom Pastor”, e diz: os dirigentes judeus são ladrões e bandidos, que se servem das suas prerrogativas para explorar o Povo (ladrões) e usam a violência para o manter sob a sua escravidão (bandidos). Deus não lhes confiou essa missão (“não entram pela porta”): O seu objetivo não é o bem das “ovelhas”, mas o seu próprio interesse.
Ao contrário, Jesus é “o Pastor” que entra pela porta: ele tem uma missão, que foi-Lhe confiada pelo Pai.
Ao apresentar-se como Aquele “que entra pela porta”, com autoridade legítima, Jesus declara-Se o “Messias” enviado por Deus para conduzir o seu Povo para as pastagens onde há vida em plenitude. Ele entra no redil das “ovelhas” para cuidar delas, não para explorá-las. Em primeiro lugar, irá chamar pelo “seu nome”, porque conhece cada uma: para Jesus, não há “massas”, mas pessoas, com a sua identidade própria, com a sua riqueza, com a sua dignidade.
Não obrigará ninguém a responder-Lhe; mas os que responderem, Jesus conduzi-los-á “para fora”: caminhará “diante das ovelhas” e estas o seguirão, pois Ele próprio é “o caminho” que leva à vida plena. As “ovelhas” seguem-no no caminho do amor e do dom da vida, a fazer d’Ele a sua referência. As “ovelhas” “escutam a sua voz”, porque sabem que só a voz de Jesus as conduz ao encontro da vida.
Na segunda parábola, Jesus apresenta-Se como “a porta”. Aqui, ninguém pode ir ao encontro das “ovelhas” se não tiver um mandato de Jesus, se não tiver sido convidado por Jesus; e significa também que ninguém pode ir ao encontro das “ovelhas” se não tiver os mesmos sentimentos, a mesma atitude de Jesus (que não é a de explorar as “ovelhas”, mas a de dar-lhes vida). Jesus é o único lugar de acesso para que as “ovelhas” possam encontrar as pastagens que dão vida. “Passar pela porta” que é Jesus significa aderir a Ele, segui-lo, acolher as suas propostas. As “ovelhas” que passam pela porta que é Jesus (isto é, que aderem a Ele) podem passar para a terra da liberdade, onde encontrarão “pastos” (vida em plenitude).
O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Contraste entre Jesus e os maus dirigentes: Estes utilizam o “rebanho”, despojam e exploram o povo; mas Jesus só procura que o seu “rebanho” encontre vida em plenitude.


ATUALIZAÇÃO • “o Pastor” é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o “rebanho” de Deus das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida.
• Cristo conhece as “ovelhas” e chama-as pelo nome, mas não força ninguém a segui-lo: respeita a liberdade de cada pessoa.
• As “ovelhas” têm de “escutar a voz” do “Pastor” e segui-lo… Isso significa percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu, na entrega aos projetos de Deus e na doação total aos irmãos.
• Para que distingamos a “voz” de Jesus, é preciso um permanente diálogo com “o Pastor”, um confronto permanente com a sua Palavra e a participação ativa nos sacramentos onde Ele nos comunica essa vida que “o Pastor” nos oferece.
A Porta permite a passagem dos donos da casa  e impede o ingresso dos estranhos:

7. SALMO RESPONSORIAL / 22(23)
O Senhor é o pastor que me conduz; para as águas repousantes me encaminha.
• O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta
coisa alguma. / Pelos prados e campinas verdejantes
/ ele me leva a descansar. / Para as águas repousantes
me encaminha / e restaura as minhas forças.
• Ele me guia no caminho mais seguro, / pela honra do
seu nome. / Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
/ nenhum mal eu temerei; / estais comigo com bastão
e com cajado; / eles me dão a segurança!
• Preparais à minha frente uma mesa, / bem à vista do
inimigo, / e com óleo vós ungis minha cabeça; / o meu
cálice transborda.
• Felicidade e todo bem hão de seguir-me / por toda a
minha vida; / e, na casa do Senhor, habitarei / pelos
tempos infinitos.

8. SEGUNDA LEITURA (1Pd 2,20b-25) Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos, se suportais com paciência aquilo que sofreis por ter feito o bem, isto vos torna agradáveis diante de Deus. De fato, para isto fostes chamados. Também Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas.

AMBIENTE - Continuamos com essa Primeira “Carta de Pedro”, década de 80.
O autor prevê que, num futuro próximo, o ambiente se vá tornar menos favorável ainda. Recorda o exemplo de Cristo, que sofreu e morreu, antes de chegar à ressurreição. É um convite à esperança: os crentes estão destinados a triunfar com Cristo; por isso, devem viver com alegria e coragem o seu compromisso batismal.

MENSAGEM - O exemplo de Cristo: Ele sofreu sem ter feito mal nenhum; maltratado, não respondeu com agressão e vingança; pelo dom da sua vida, eliminou o pecado que afastava os homens de Deus e uns dos outros; por isso, Ele é o Pastor que conduz e guarda os crentes.
O autor está sugerindo que foi do sofrimento de Cristo que resultou vida e salvação para o rebanho de Deus.
O autor aconselha a suportar com paciência as provações. – deve rejeitar o recurso à violência. É nessa atitude de bondade e de mansidão que se manifesta a graça de Deus.

ATUALIZAÇÃO
• Como devemos lidar com a injustiça e com a violência? O autor propõe o exemplo de Cristo, que passou pelo mundo fazendo o bem e foi preso, torturado, assassinado sem resistir, sem Se revoltar, sem responder “na mesma moeda” aos seus assassinos. O cristão é chamado a ser testemunha desta novidade: só o amor gera vida nova e transforma o mundo.
• Seguir o Pastor é responder à injustiça com o amor, ao mal com o bem.

6. PRIMEIRA LEITURA (At 2,14a.36-41) Leitura dos Atos dos Apóstolos.
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, no meio dos onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?” Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”. Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho e os exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se uniram a eles.

AMBIENTE - Pedro testemunha Jesus, a sua vida, a sua morte e a sua ressurreição. apresenta o kerigma sobre Jesus.

MENSAGEM - Pedro, em nome da comunidade, convida a reconhecer o “Senhor”, o “Messias” (o “ungido” de Deus). O arrependimento é o primeiro passo para a mudança de vida.
 A “conversão” (“metanoia”) significa a mudança radical da mente, dos comportamentos, dos valores. A “conversão” é a renúncia ao egoísmo e à autossuficiência, e o aceitar a proposta de salvação que Deus faz através de Jesus. Implica o acolher Jesus e segui-lo, no caminho do amor, da entrega, do dom da vida. A adesão a Jesus traduz-se num gesto: o “receber o batismo”. “Pedir o batismo” é reconhecer que Jesus tem uma proposta de salvação  e vida nova que Jesus propõe.

ATUALIZAÇÃO
• Por intermédio de Pedro, a comunidade toma consciência dos caminhos errados.
• Converter-se é deixar os velhos esquemas de egoísmo, de prepotência, de orgulho, de autossuficiência, para ir atrás de Jesus e aprender com Ele a amar, a servir, a dar a vida.

Pe. Joaquim, Pe. Carvalho, Pe Barbosa.

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4º Domingo da Páscoa; A Porta das ovelhas

Celebramos hoje o Domingo do BOM PASTOR.
É uma imagem muito conhecida já no Antigo Testamento.
É um título de Cristo muito familiar aos primeiros cristãos.
É um modelo apresentado a todos os que exercem alguma Liderança na Comunidade

Na 1ª e 2ª Leitura, Pedro explica como entrar pela Porta, ou escutar a voz do Pastor: mediante a conversão e o Batismo (At 2,14a.36-41), e através do seguimento das pegadas de Cristo, fazendo o bem sob o peso do sofrimento. (1Pd 2,20-25)

O Salmista testemunha as ações do Pastor e o desejo de habitar sempre com ele: "O Senhor é meu Pastor, nada me faltará". (Sl 22)

No Evangelho Jesus se apresenta como o Bom Pastor.
É uma catequese sobre a Missão de Jesus: conduzir os homens às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de
onde brota a vida em plenitude. (Jo 10,1-10)

O texto está dividido em duas partes, ou duas parábolas:

1. Na primeira parte, aparece a figura do Bom Pastor, numa atitude de ternura com as ovelhas...
Ele as conhece, as chama pelo nome, caminha com elas e estas o seguem. Elas escutam a sua voz, porque sabem que as conduz com segurança.

Em contraste com o pastor, aparecem as figuras dos ladrões e dos bandidos.
São todos os que se apresentam como Pastor, ou até falam em nome de Cristo, mas procuram somente vantagens pessoais.

2. Na segunda parte, Jesus se apresenta como a "Porta das ovelhas":  "Quem entrar por mim será salvo".
    A Porta permite a passagem dos donos da casa e impede o ingresso dos estranhos:
    Quando a porta é fechada é para proteger as ovelhas dos assaltantes;  quando é aberta o pastor vai à frente, para conduzir as ovelhas às pastagens.
- Para os líderes significa que ninguém pode ir ao encontro das ovelhas se não tiver um mandato de Jesus, se não tiver sido convidado por Jesus, se não se orientar pela prática de Jesus.
- Para as ovelhas significa que Jesus é o único lugar de acesso para que as ovelhas possam encontrar as pastagens que dão vida.

A figura do Pastor era uma imagem muito familiar no tempo de Jesus.
Mas no mundo urbanizado de hoje, talvez ela perde a força que tinha então...
àO que nos diz ainda hoje esta imagem?

+ Convida-nos a refletir sobre o serviço da Autoridade… Propõe como  Modelo: Deve ser exercido numa atitude de Serviço contínuo e gratuito.
+ Para os cristãos, o Pastor por excelência é Cristo:
   Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o rebanho de Deus...
   - Cristo, de fato, é o nosso "Pastor"? Ou temos outros "pastores", que orientam a nossa existência?
   - Quem conduz as nossas escolhas? Cristo? 
      Ou a voz da política, a voz da opinião pública, a voz do partido, a voz do comodismo e da instalação, a voz dos nossos privilégios,  a voz do êxito e do triunfo a qualquer custo, a voz da novela? A voz da televisão?

+ Como Cristo desempenha a sua missão de Pastor?
   Ele conhece as "ovelhas" e as chama pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação muito pessoal.
     - Aqueles que receberam de Deus a missão de presidir,  de animar uma comunidade, o fazem dessa forma humana e amorosa?   

+ As ovelhas do rebanho de Jesus devem escutar a voz do Pastor e segui-lo… 
   Isso significa aderir a Jesus, percorrer o mesmo caminho dele,  na entrega total aos projetos de Deus e na doação total aos irmãos.

- Procuramos nós seguir o nosso "Pastor" no caminho exigente do dom da vida, ou preferimos outros caminhos mais cômodos.

+ Em nossas comunidades cristãs, temos pessoas que presidem e que animam.   
   - Aceitamos sem problemas as pessoas que receberam essa missão de Cristo e da Igreja, apesar dos seus limites e imperfeições?
   - De outro lado, estamos conscientes de que Cristo é o nosso único "Pastor", que devemos escutar e seguir sem condições?
     Os outros "pastores" têm uma missão válida, se a receberam de Cristo. E o seu jeito de atuar nunca pode ser diferente do de Cristo.

+ Para distinguir a "Voz" do "Pastor", é preciso três coisas:
   - um permanente DIÁLOGO íntimo com "o Pastor",
   - um confronto permanente com a sua PALAVRA e
   - uma participação ativa nos SACRAMENTOS, onde recebemos a vida, que "o Pastor" nos oferece.

+ Nesse 51º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa enviou uma mensagem, com o tema: " Vocações, testemunho da verdade!":
"A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si.
A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno... A colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós."

+ Dia das mães: A elas demonstremos nosso amor e gratidão com um gesto concreto. 
                   
                                      Pe. Antônio Geraldo

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Homilia de D. Henrique Soares
Jo 10,1-10
“Ressuscitou o bom Pastor, que deu a vida por suas ovelhas e quis morrer pelo rebanho”. Estas palavras da Liturgia exprimem admiravelmente o espírito deste Domingo IV do Tempo Pascal, chamado Domingo do Bom Pastor. Valeria a pena ler e meditar de modo contemplativo o capítulo 10,1-18 do Evangelho de São João. Aí, Jesus se revela como o Bom Pastor, ou melhor, o Perfeito, o Belo, o Completo e Pleno Pastor: “Eu sou o bom Pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11). Criticando duramente os pastores, isto é, os líderes do povo de Israel, Deus havia prometido ele mesmo vir pastorear o seu rebanho: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Os meus pastores não se preocupam com o meu rebanho! Eu mesmo cuidarei do meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso. Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada, pensarei a que estiver fraturada e restaurarei a que estiver abatida” (cf. Ez 34). Pois bem! Agora, o Senhor Jesus – e pensemos nele ressuscitado, trazendo as marcas gloriosas da paixão – declara solenemente: “Eu sou o Bom Pastor!” Ele é o próprio Deus, que vem apascentar pessoalmente o seu povo!
Mas, sigamos a Palavra que hoje nos é anunciada. São Pedro e a Igreja proclamam com convicção: “Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza; Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. Mas, quem é este, constituído Senhor? Por que foi crucificado? A resposta está na segunda leitura deste hoje, nas palavras do próprio São Pedro: “Cristo sofreu por vós. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava… Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda de vossas vidas!” Eis o nosso Bom Pastor, aquele que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer para que o rebanho tivesse vida!
Diante de um amor assim, de uma doação dessas, de um compromisso tão grande conosco, somente podemos fazer a pergunta que os ouvintes de Pedro fizeram: “Que devemos fazer?” E a resposta continua a mesma:“Convertei-vos e cada um de vós seja batizado, isto é, mergulhado, no nome de Jesus Cristo! Salvai-vos dessa gente corrompida!” Caríssimos, somos cristãos, somos ovelhas do rebanho do Bom Pastor! Ele é tudo: é o Pastor e é também a Porta do redil: somente encontra a vida verdadeira quem entre por ele. Há tantos falsos pastores no mundo atual, tantos sabichões, tantos que, nos meios de comunicação determinam o que é certo e o que é errado, o que é verdade e o que é mentira. Ainda agora, os maus pastores do nosso Congresso Nacional – ladrões e salteadores, diria Jesus – votaram pelo assassinato de embriões humanos; ainda agora o Governo Lula aprovou o aborto de modo disfarçado, facilitando o abortamento de qualquer jovem que alegue ter sido estuprada! Pastores falsos, que vêm “para roubar, matar e destruir”. Nós somos cristãos; nosso Pastor é o Cristo, aquele que por nós deu a vida, aquele que diz: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância!” Seremos ovelhas desse Pastor se escutarmos sua voz e atendermos ao seu chamado. Seguindo-o, encontraremos pastagens para a nossa vida. Mas, atenção: não poderemos segui-lo sem a conversão do nosso coração, sem nos deixarmos a nós mesmos, sem rompermos com aquilo que, no mundo, é modo de pensar e viver contrário ao Evangelho. Supliquemos, pois, ao Bom Pastor, o estado de espírito da ovelha confiante do Salmo da Missa de hoje: “O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma. Ele me guia no caminho mais seguro. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei…”
Hoje também é Jornada de Oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao Senhor que nos envie santos e sábios sacerdotes, cheios daquele amor que o Senhor Jesus tem pelo seu rebanho. Não nos iludamos: o único modo que o Senhor nos indicou para termos os pastores de que necessitamos é a oração: “Pedi ao Senhor da colheita que envie operários para a sua messe”. Rezemos, portanto, e nos empenhemos também, tanto material como espiritualmente, pela formação de nossos seminaristas!
Supliquemos hoje ao Bom Pastor que conceda a sua Igreja o Pastor cujo nome ele já conhece e escolheu. Que o novo Papa possa responder como Pedro à única questão que realmente importa: “Tu me amas? Sim, Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!” (Jo 21,17). Todo o resto, toda a especulação humana, são de menos importância, diante do mistério do projeto de Deus para a sua Igreja. Então, que Deus nos conceda o Papa de que precisamos para nos apascentar nestes tempos até a Eternidade. Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do Pe. Françoá

 

 Amor de predileção pelos sacerdotes

Estamos no mês mariano. Durante este mês é importante que não nos esqueçamos de pedir à Mãe de Jesus que cuide dos sacerdotes. Cada padre, desde que João foi confiado a Maria, é seu filho predileto. Ela os ama de maneira muito especial.
O amor é necessariamente desigual. Não se pode pedir a uma mãe que ame com a mesa intensidade tanto os filhos que saíram das suas entranhas quanto aos estrangeiros que ela apenas teria saudado alguma vez. Não se pode pedir a um marido que a todas as mulheres por igual. Tampouco se pode exigir ao cristão amar a todos os seres humanos por igual. A caridade é ordenada e, por isso mesmo, justamente desigual. É lógico que amemos mais intensamente os nossos irmãos na fé, especialmente aqueles que convivem conosco; é totalmente normal que amemos mais fortemente os nossos familiares, especialmente os nossos pais; não há nada de estranho que amemos mais os nossos amigos que os nossos inimigos, ainda que devamos amar também aos inimigos.
Maria ama com predileção os sacerdotes do seu filho porque Jesus os confiou a ela enquanto sofria na cruz para a nossa salvação. Nossa Senhora não pôde esquecer jamais aquela cena. As últimas vontades de um moribundo, especialmente quando esse moribundo é o Filho de Deus, ficam gravadas na mente de uma maneira indelével. As últimas coisas que um filho pede a uma mãe ficam presentes para sempre na memória materna. Com Nossa Senhora não foi diferente: o desejo de Jesus permaneceu sempre presente no seu coração e ela tem cuidado dos sacerdotes com amor de predileção até hoje.
Gosto de pensar na figura de João. É o típico rapaz valioso e de pouca idade que decide entregar-se de corpo e alma a uma causa maior. João entregou tudo o que era seu aos cuidados de Jesus. João era jovem, tinha um coração puro, era um rapaz vigoroso, um jovenzinho de caráter forte, um coração grande e generoso. Eu não estou de acordo quando se escuta por aí que o vocacionado ao sacerdócio tem que fazer primeiro uma experiência de namoro antes de entrar no seminário. Aqueles que tiveram uma experiência desse tipo não são melhores nem piores do que aqueles que não a tiveram. No entanto, não posso deixar de elogiar a entrega total daqueles que, sem dividir o coração em nenhum momento, se entregaram totalmente a Cristo. Isso é maravilhoso!
Por outro lado, Jesus tem direito de escolher os seus ministros tanto entre os que mantiveram uma vida irrepreensível como o apóstolo João e o discípulo amado de Paulo, Timóteo; como entre aqueles que foram grandes pecadores, como Pedro, Paulo, Agostinho, etc. A todos esses o Senhor confiou a missão de ser pastores da sua grei.
No trecho do Evangelho de hoje, a palavra “porta” aparece quatro vezes. Jesus é a porta! Ou seja, o acesso a Deus, à felicidade, a uma vida verdadeiramente humana, é possível somente através de Cristo. Outras vozes, outras portas, outros pastores não conduzem à vida em abundância que só Jesus tem para dar-nos. Assim como Jesus é a porta das ovelhas, o sacerdote –agindo na Pessoa de Cristo cabeça e em nome da Igreja– também é porta.
Esse é um critério importante para pastores e ovelhas. O sacerdote tem que ser pastor no Pastor. Ele não pode pregar uma doutrina diferente da de Jesus. Se o padre pregasse algo diferente do Evangelho, ele estaria fazendo ressoar uma voz que as ovelhas não seguiriam porque elas não reconhecem nesse tipo de pregação a voz de Cristo, Pastor das suas almas. Nós, os sacerdotes, somos instrumentos do único Pastor. Chamam-nos pastores, e o somos, porque participamos no pastoreio de Jesus. Quando anunciamos a Palavra e quando celebramos os Sacramentos não somos nós, é Cristo em nós. Somos o mesmo Cristo, estamos identificados com ele. Que absurdo, portanto, pregar algo diferente do Evangelho! Que contrassenso pregar uma doutrina que não seja a doutrina católica, tanto em questões de fé quanto em questões de moral.
Os fiéis de Cristo têm direito a escutar a voz de Cristo através dos seus sacerdotes. Os ministros do Senhor foram ordenados para isso. Os fiéis podem e devem exigir deles o Cristo. Os demais cristãos não podem tolerar uma doutrina que não seja a do Divino Pastor e a da sua Esposa, a Igreja, vinda da boca de um sacerdote. Se tal coisa se desse, os fiéis deveriam, justamente, manifestar-se –mas com cuidado para não faltar à caridade– e pedir o que eles desejam: Jesus Cristo, sua palavra santa, os seus sacramentos.
Pe. Françoá Costa
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Pastor- Ovelhas- Vocações

O Quarto Domingo da Páscoa é o domingo do BOM PASTOR.
Depois de várias aparições de Cristo ressuscitado às mulheres, aos apóstolos, aos discípulos, hoje Jesus se apresenta como o BOM PASTOR! É um título de Cristo muito familiar aos primeiros cristãos. A liturgia deste domingo convida-nos a meditar na misericordiosa ternura de nosso Salvador, para que reconheçamos os direitos que Ele adquiriu sobre cada um de nós com a sua morte.
No Evangelho (Jo 10, 1-10) Jesus se apresenta como o BOM PASTOR. É uma catequese sobre a missão de Jesus: conduzir os homens às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.
O Bom Pastor aparece numa atitude de ternura com as ovelhas… Ele as conhece,as chama pelo nome, caminha com elas e estas O seguem. Elas escutam a Sua voz, porque sabem que as conduz com segurança.
Em contraste com o pastor, aparece a figura dos ladrões e dos bandidos. São todos os que se apresentam como Pastor, ou até falam em nome de Cristo, mas procuram somente vantagens pessoais. Além do título de Bom Pastor, Cristo aplica-Se a Si mesmo a imagem da porta pela qual se entra no aprisco das ovelhas que é a Igreja. Ensina o Concílio Vaticano II: “A Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo” (LG,6). No redil entram os pastores e as ovelhas. Tanto uns como outras hão de entrar pela porta que é Cristo. “Eu, pregava Santo Agostinho, querendo chegar até vós, isto é, ao vosso coração, prego-vos Cristo: se pregasse outra coisa, quereria entrar por outro lado. Cristo é para mim a porta para entrar em vós: por Cristo entro não nas vossas casas, mas nos vossos corações. Por Cristo entro gozosamente e escutais-me ao falar d Ele. Por quê? Porque sois ovelhas de Cristo e fostes compradas com o Seu Sangue”.
“… e as ovelhas O seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10,4). Ora, a Igreja é Cristo continuado! Diz São Josemaria Escrivá: “Cristo deu à Sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente de graça dos sacramentos; e providenciou para que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem constantemente o caminho. Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra de Deus guardada pela Igreja; a graça de Cristo, que se administra nos Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com retidão ao nosso lado e sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a Deus” (Cristo que passa, nº 34). Jesus é a porta das ovelhas! Para as ovelhas significa que Jesus é o único lugar de acesso para que as ovelhas possam encontrar as pastagens que dão vida.
Para os cristãos, o Pastor por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o rebanho de Deus… Portanto, Cristo deve conduzir as nossas escolhas.
Quem nos conduz? Qual é a voz que escutamos? A voz da política, a voz da opinião pública, a voz do comodismo e da instalação, a voz dos nossos privilégios, a voz do êxito e do triunfo a qualquer custo, a voz da novela? A voz da televisão?
Cristo é o nosso Pastor! Ele Conhece as ovelhas e as chama pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação muito pessoal.
A existência humana é bem complexa para que se possa vivê-la com segurança absoluta. Jesus, porém, oferece a quem O segue a direção exata e a proteção eficaz para evitar os elementos que podem prejudicar. Afirma o Sl 22(23): “ Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei;estais comigo…”.
O Divino Pastor é quem pode, realmente, ajudar, salvar e conservar a vida. Ele afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Para distinguir a Voz do Pastor é preciso três coisas: – Uma vida de oração intensa; um confronto permanente com a Palavra de Deus e uma participação ativa nos sacramentos, onde recebemos a vida, que o Pastor nos oferece. Nesse 48º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa enviou uma mensagem, com o tema: “Propor as vocações na Igreja Local”: “É preciso que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando a nível familiar, paroquial e associativo, sobre tudo os adolescentes e os jovens, para maturarem uma amizade genuína e afetuosa com o Senhor, cultivada na oração pessoal e litúrgica… na escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus… A capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma Igreja local”.
Mons. José Maria Pereira
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:




LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O Senhor esteja com todos vocês... Demos graças ao senhor, o nosso Deus.
à Com Jesus, na força do Espírito santo, louvemos ao Pai.
T: Louvor e Glória a vós, Pai de bondade, Aleluia!
à Bendito sejais, senhor nosso Deus, por manifestar Jesus como nosso Bom Pastor, nosso caminho e nossa entrada para o vosso Reino. É por Ele, com Ele e Nele que vos damos graças pela vossa bondade.  Agradecemos pela nossa vida, pelo nosso batismo e pela fé que recebemos de vossa Igreja.
T: Louvor e Glória a vós, Pai de bondade, Aleluia!
à Deus nosso Pai, nós Vos damos graças pelo Vosso Filho Jesus, porque suportou os nossos pecados no madeiro da cruz, a fim de que nós possamos morrer a tudo o que é mal e viver na vossa justiça. Nós éramos errantes como ovelhas sem pastor, mas Vós nos enviastes Jesus, o Bom Pastor, para que pudéssemos seguir os seus passos e sermos conduzidos para Vós.
T: Louvor e Glória a vós, Pai de bondade, Aleluia!
à Pai, Nós Vos damos graças e Vos bendizemos pelo Vosso amor. Renascidos pelo Batismo, temos o Bom Pastor que nos instrui e nos guia rumo a uma vida plena e feliz junto de Vós para toda a eternidade. Somos o vosso povo e sois o nosso Deus e Pai. 
T: Louvor e Glória a vós, Pai de bondade, Aleluia!
à PAI NOSSO...  A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO DE DEUS...


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