2º DOMINGO DO TEMPO PASCAL 2016
SINOPSE:
Tema:
“Como o Pai me enviou, também eu vos envio.” É na comunidade que encontramos Jesus ressuscitado.
Evangelho: Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade; é d’Ele que ela recebe a força para enfrentar as dificuldades. É na comunidade que encontramos provas de que Jesus está vivo.
Segunda
leitura: é na comunidade que encontramos a força para caminhar e para vencer.
Primeira
leitura: a comunidade cristã
continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus.
EVANGELHO (João 20,19-31) Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da
semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os
discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A
paz esteja convosco”. Depois, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os
discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz
esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois, soprou
sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
eles lhes serão perdoados”. Tomé, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus veio. Os
outros contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não
vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos
pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois,
encontravam-se os discípulos novamente reunidos, e Tomé estava com eles.
Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz
esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas
mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas
fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste,
porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Jesus realizou
muitos outros sinais diante dos discípulos. Mas estes foram escritos para que
acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a
vida em seu nome.
AMBIENTE
- O “primeiro dia da semana”
faz referência ao tempo novo, a nova criação. A comunidade reunida está
desamparada e insegura. O medo vem de não terem feito a experiência de Cristo
ressuscitado.
MENSAGEM
- O texto divide-se em duas
partes. Na primeira parte, descreve-se uma “aparição” de Jesus aos discípulos.
Depois de sugerir a situação de insegurança ( “as portas fechadas”, o “medo”),
o autor apresenta Jesus “no centro” da comunidade. Ao aparecer “no meio deles”,
Jesus assume-Se como ponto de referência, de unidade. Ele é o centro onde todos
vão beber a vida.
A esta comunidade mergulhada no medo,
Jesus transmite a paz, pois Ele venceu a morte que os assustava.
Depois, Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado trespassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama, e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
Depois, Jesus revela a sua “identidade”: nas mãos e no lado trespassado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses “sinais” indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama, e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
Em seguida, Jesus “soprou sobre eles”.
Com o “sopro” de Gn 2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este “sopro”,
Jesus transmite aos discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora,
os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem – como Jesus –
dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a
comunidade.
Os discípulos são enviados a prolongar
o oferecimento de vida que o Pai apresenta à humanidade em Jesus. Quem aceitar
essa proposta de vida, será integrado na comunidade de Jesus.
Na segunda parte, apresenta uma
catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado? João
responde: só podemos fazer a experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado na
comunidade. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está
fora) e que não percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Tomé
acaba por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê?
Porque, no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão
clara ao domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a
Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a
Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
ATUALIZAÇÃO • A comunidade cristã constrói-se à
volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, seremos um
rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo; sem Ele, estaremos
divididos, em conflito e não seremos uma comunidade de irmãos…
• É na comunidade que fazemos a
experiência de Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de
serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a
transformar e a renovar o mundo.
• Não é em experiências pessoais,
íntimas, fechadas, egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas
encontramo-lo no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido,
no amor que une os irmãos em comunidade de vida.
SEGUNDA
LEITURA (Ap 1,9-11a.12-13.17-19)
Leitura do Livro do Apocalipse de São João.
Eu, João, fui levado à ilha de Patmos,
por causa da Palavra de Deus e do testemunho que eu dava de Jesus. No dia do
Senhor, fui arrebatado pelo Espírito e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de
trombeta, a qual dizia: “O que vais ver, escreve-o num livro”. Então voltei-me
para ver quem estava falando; e ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro. No
meio dos candelabros havia alguém semelhante a um “filho de homem”, vestido com
uma túnica comprida e com uma faixa de ouro em volta do peito. Ao vê-lo, caí
como morto a seus pés, mas ele colocou sobre mim sua mão direita e disse: “Não
tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive. Estive morto, mas
agora estou vivo para sempre. Eu tenho a chave da morte e da região dos mortos.
Escreve, pois o que viste, aquilo que está acontecendo e o que vai acontecer
depois”.
AMBIENTE
- Estamos no ano 95, época de grandes perseguições. Muitos
abandonavam o evangelho. É neste contexto de perseguição que vai ser escrito o
Apocalipse. O objetivo do autor é apresentar um convite à conversão. O texto
apresenta – através dos símbolos – o “Filho do Homem”: é Ele o Senhor da
história e Aquele através de quem Deus revela aos homens o seu projeto.
MENSAGEM
- Esse “Filho do Homem” é
Cristo ressuscitado. João, exilado na ilha de Patmos por causa do Evangelho,
vai recorrer a símbolos que sublinham a divindade de Jesus.
Este “Filho do Homem” é apresentado
como o Senhor que preside à sua Igreja. Os sete candelabros representam a
totalidade da Igreja; recordar que o sete é o número que indica plenitude,
totalidade; Ele está revestido de dignidade sacerdotal (a longa túnica,
distintivo da dignidade sacerdotal revela que Ele é, agora, o verdadeiro
intermediário entre Deus e os homens) e possui dignidade real (o cinto de ouro,
porque n’Ele reside a realeza e a autoridade sobre a história, o mundo e a
Igreja). Sobretudo, Ele é o Cristo do mistério pascal: esteve morto, voltou à
vida e é agora o Senhor da vida que derrotou a morte. A história começa e acaba
n’Ele. Por isso, os cristãos nada terão a temer.
A João, Cristo ressuscitado confia a
missão profética de testemunhar. O fato de João cair por terra como morto e o
facto de o Senhor o reanimar com um gesto, fazem-nos pensar em vários relatos
de vocação profética do Antigo Testamento. O “profeta” João é, pois, enviado às
igrejas; a sua missão é anunciar uma mensagem de esperança que permita
enfrentar o medo e a perseguição. Sobretudo, é chamado a anunciar a todos os
cristãos que Jesus ressuscitado está vivo, que caminha no meio da sua Igreja e
que, com Ele, nenhum mal nos acontecerá, pois é Ele que preside à história.
ATUALIZAÇÃO • Há muitas coisas e
interesses que recebem a nossa adoração, que nos desviam do essencial e que
acabam por nos destruir e escravizar. É Jesus, vivo e ressuscitado que está no
centro das nossas vidas e das nossas comunidades?
• Temos consciência de que nada temos a
temer porque Cristo, o Senhor da história, caminha conosco?
• Se a esperança está em crise, nós
temos uma proposta de novidade e de salvação a apresentar ao mundo. Sentimo-nos
profetas– como João – a anunciar uma mensagem de esperança, a dar testemunho de
Jesus ressuscitado e a dizer que esse mundo novo já está a fazer-se?
PRIMEIRA
LEITURA (Atos 5,12-16) Muitos
sinais e maravilhas eram realizados entre o povo pelas mãos dos apóstolos.
Todos os fiéis se reuniam, com muita união, no Pórtico de Salomão. Nenhum dos
outros ousava juntar-se a eles, mas o povo estimava-os muito. Crescia sempre
mais o número dos que aderiam ao Senhor pela fé; era uma multidão de homens e
mulheres. Chegavam a transportar para as praças os doentes em camas e macas, a
fim de que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra tocasse algum deles.
A multidão vinha até das cidades vizinhas de Jerusalém, trazendo doentes e
pessoas atormentadas por maus espíritos. E todos eram curados.
AMBIENTE - O livro dos Atos dos Apóstolos apresenta a primeira comunidade cristã que se assumiu como testemunha de Jesus diante do mundo. O texto apresenta o testemunho da Igreja através da atividade miraculosa dos apóstolos.
MENSAGEM
- “Pelas mãos dos apóstolos
realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo”. Não se trata de uma reportagem de
acontecimentos, mas de uma teologia; Lucas vê uma continuidade entre a missão
de Jesus e a missão da comunidade cristã (a atividade de Jesus é continuada
pela sua Igreja). Significa que nada é impossível àquele que se coloca na
órbita de Cristo e recebe d’Ele a força para testemunhar. Devemos ter presente,
para entender a mensagem, o cenário de fundo deste texto: os apóstolos são as
testemunhas de Jesus ressuscitado e do seu projeto libertador para o mundo; os
gestos realizados servem para dar testemunho da ressurreição, isto é, dessa
vida nova que em Cristo começou e que, através dos seguidores de Cristo
ressuscitado, deve chegar a todos os homens.
ATUALIZAÇÃO
• A comunidade cristã tem
de ser uma comunidade que testemunha Cristo ressuscitado. Se formarmos uma
família, solidários uns com os outros, estaremos anunciando esse mundo novo que
Jesus propôs.
• Os milagres são sinais que mostram a
presença libertadora e salvadora de Deus. Não são coisas reservadas a certos
super-heróis, mas são coisas que eu posso fazer todos os dias: sempre que os
meus gestos falam de amor, de partilha, de reconciliação, eu estou realizando
um “milagre” que leva aos irmãos a vida nova de Deus, estou anunciando e fazendo
acontecer a ressurreição.
A 1a
Leitura
- Era
uma comunidade viva, estimada e atrativa: O que atraía? O
Ressuscitado não podia mais ser visto,
mas podia ser visto: a COMUNIDADE como
SINAL VISÍVEL de Cristo ressuscitado. Eles realizam prodígios, sinais da
presença de Cristo entre eles.
*
Não basta rezar em casa, assistir a missa pela TV... Em casa podemos fazer a
experiência de Deus, mas não a do Ressuscitado, porque esse se faz presente
onde a Comunidade está reunida...
- Comunica o ESPÍRITO SANTO:- "SOPROU...
recebei o Espírito Santo..."
- Envia em MISSÃO:- "Como o
Pai me enviou, eu também VOS ENVIO..."
+ O
Episódio de Tomé Não valoriza o testemunho da Comunidade.
Fora
da comunidade, não encontra o Cristo ressuscitado.
Quem
não encontrou o Ressuscitado na Comunidade precisa de "provas" para
acreditar.
Após a
execução de Jesus, os discípulos se refugiam; anoitece também em seus corações.
Muito medo; certa segurança é “fechar as portas”. Estão escondidos. Mas é nesse ambiente carregado que Jesus,
“ressuscitado”, marca sua presença, ressuscitando as esperanças. E a primeira
coisa que Ele faz é comunicar a sua paz. Nenhuma acusação por tê-lo abandonado.
Sua presença devolve a alegria, a capacidade de amar, o entusiasmo.
Por isso, a
chave de todas as “aparições”, é a que Jesus faz à comunidade reunida. É
na comunidade onde se pode descobrir a presença do verdadeiro Jesus, E
recebe a missão de anunciar a Ressurreição.
Tomé é o tema da dúvida. Separado da
comunidade, não tem a experiência de Jesus vivo. Ao integrar-se na comunidade
agora ele pode experimentar o que os outros lhe contaram e ele não acreditou.
A mensagem dos
relatos das Aparições é muito clara: sem uma experiência pessoal, vivida
no seio da comunidade de fé, é impossível ter acesso à nova Vida que Jesus
anunciou antes de morrer.
Os discípulos
se transformam quando Jesus se faz presente em meio a eles. O Ressuscitado está
de novo no centro de sua comunidade; Tudo começa de novo. Tal presença os
liberta do medo e da dúvida, os faz escancarar as portas e dar inicio o
processo de evangelização.
Vivem a certeza de que o Crucificado é o
Ressuscitado, que a morte foi vencida, que Deus é o Senhor da Vida.
Impulsionados pela força do Espírito, seguirão no mesmo projeto salvador que o
Pai confiou a Jesus.
A Ressurreição significa,
pois, o amanhecer de uma nova humanidade.
A Ressurreição
acontece quando alimentamos os corações desanimados, mas esperançosos; quando
transformamos escuridão em luz, choro em dança, sofrimento em crescimento.
Vivemos a Ressurreição
quando ajudamos os outros a encontrar razões para viver e lutar e alimentamos
os sonhos com dias melhores, com pão na mesa de todos e com dignidade
garantida.
A Ressurreição acontece nos pequenos e
simples gestos de partilha, de perdão sincero e de confiança alegre. Ela está
presente nos corações que mantêm viva a novidade da vida. E se dá na capacidade
de ver o mundo e as pessoas com olhar de misericórdia que reconstrói a
existência fragmentada.
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E Jesus ressuscitado sopra sobre os Apóstolos o
Espírito Santo, recebido do Pai na Ressurreição: “Como o Pai me enviou na
potência do Espírito, também eu vos envio agora na força desse mesmo Espírito!
Recebei, pois, o Espírito Santo, dado para gerar o mundo novo, o homem novo, o
homem segundo a minha imagem, o homem reconciliado, na paz com Deus! Paz a vós!
Os pecados serão perdoados nesse dom do meu Espírito!” Assim começa o
cristianismo, assim ganha vida a Igreja: no Espírito do Ressuscitado!
A
Ressurreição de Cristo é garantia da nossa, o seu Espírito, que nós recebemos,
é semente e garantia de vida eterna e, por isso, é causa de alegria e força
para nós, cristãos. Nós recebemos a vida eterna, nós cremos na Vida eterna, nós
já vivemos tendo em nós as sementes da Vida eterna!
Mas, esta nossa fé na Ressurreição tem conseqüências: “Os que haviam se
convertido eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão
fraterna, na fração do pão e nas orações. Todos os que abraçavam a fé viviam
unidos e colocavam tudo em comum...”
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A Comunidade
Todo
Domingo é Dia do Senhor Ressuscitado...
Vivendo
ainda o clima de Páscoa, nos reunimos hoje em nome de Jesus, para proclamar a
nossa
fé
na Ressurreição.
A
liturgia nos mostra que a COMUNIDADE CRISTÃ é um lugar privilegiado de "Encontro"
com Jesus Ressuscitado.
A 1a Leitura apresenta
um dos "Sumários", que "retrata" a vida da Comunidade de
Jerusalém, continuando a Missão de Jesus. (At
5,12-16)
- Era uma comunidade viva: "Todos os fiéis se reuniam, com muita
união..."
-
Eram pessoas estimadas: "O Povo estimava-os muito..."
-
Exercia forte atração sobre todos: "Crescia sempre mais o
número dos que aderiam ao Senhor pela fé ..."
O que atraía? Os gestos concretos de libertação: O Ressuscitado não
podia mais ser visto pessoalmente, mas havia algo que podia ser visto: a
COMUNIDADE, que, através de sua vida, dá testemunho de que Cristo está vivo.
* A comunidade cristã deve ser SINAL
VISÍVEL de Cristo ressuscitado.
Eles realizam prodígios, sinais da presença de Cristo entre eles.
A 2ª Leitura apresenta Jesus
caminhando com a sua Igreja.
É nele que a COMUNIDADE encontra a força
para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus. Por
isso, os cristãos nada terão a temer. (Ap
1,9-11a.12-13.17-19)
+ No Evangelho, o
CRISTO vivo e ressuscitado é o Centro da Comunidade cristã.
(Jo 20,19-31)
A Comunidade insegura e frágil, dominada
pelo medo, se estrutura ao redor de Cristo e dele recebe a vida que a anima e
que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições.
Na vida da comunidade, encontramos as
provas de que Jesus está vivo.
O texto apresenta dois encontros dos
apóstolos com Cristo Ressuscitado:
Aprofundemos alguns DETALHES:
- "1o Dia da semana...
Oito dias depois..." (Domingo)
* Lembra as celebrações dominicais da
Comunidade primitiva e mostra a nossa experiência pascal que se renova cada
domingo.
O Domingo é o dia do
"encontro" com o Ressuscitado.
É o dia em que a comunidade é convocada
para celebrar a Eucaristia.
É no "encontro" com o amor
fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus
partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
-
Na Comunidade:
A Assembleia dominical da Comunidade é o lugar privilegiado para
encontrar o Ressuscitado e ouvir a sua Palavra.
* Não basta rezar em casa, assistir a missa pela TV...
Em casa podemos fazer a experiência de
Deus, mas não a do Ressuscitado, porque esse se faz presente onde a Comunidade
está reunida...
- "Com portas trancadas por medo dos
judeus..."
Mais do que as portas e janelas, o coração deles estava fechado...
O Ressuscitado os liberta do medo e lhes traz a alegria...
* Retrata a situação de insegurança e fragilidade, que dominava a
comunidade.
A essa comunidade fechada, com medo,
mergulhada num mundo hostil, ao aparecer "no meio deles", JESUS...
- Transmite o Dom da PAZ... do PERDÃO:
- "A Paz esteja convosco..."
- " A quem perdoardes os
pecados..."
- Comunica o ESPÍRITO SANTO:
- "SOPROU...
recebei o Espírito Santo..."
(Lembra o "sopro" de Deus na Criação)
- Envia em MISSÃO:
- "Como
o Pai me enviou, eu também VOS ENVIO..."
+ O Episódio de Tomé é uma CATEQUESE SOBRE A FÉ:
Inicialmente exige provas, só acredita
vendo...
Não valoriza o testemunho da Comunidade.
Não percebe os sinais de vida nova que
nela se manifestam...
Fora da comunidade, não encontra o
Cristo ressuscitado.
Depois, voltando à comunidade, no
"dia do Senhor" (Domingo), o encontra e faz uma linda profissão de
fé: "Meu Senhor e meu Deus".
Quem não encontrou o Ressuscitado na
Comunidade precisa de "provas" para acreditar.
As dúvidas de Tomé expressam a
experiência da Comunidade apostólica.
Sua incredulidade evidencia o realismo
da Ressurreição e nos convida a crer firmemente neste mistério, mesmo sem ter
visto,
- O que significa para nós a EUCARISTIA na COMUNIDADE, no MEU DOMINGO?
Peçamos a Deus, nesta celebração, que a
nossa vida, através de gestos concretos,
torne visível aos homens de nosso tempo,
que Jesus está ainda vivo?
Pe. Antônio
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Homilia do Pe. Pedrinho
Estamos, hoje,
celebrando o oitavo dia, da oitava da Páscoa. Significa: domingo passado
celebramos o domingo de Páscoa e hoje estamos celebrando o segundo domingo da
Páscoa. O segundo domingo da Páscoa, o Santo João Paulo II nomeou como sendo o
domingo da misericórdia. Não é muito difícil descobrir o porque. Afinal de
contas, as orações o salmo nos falam da misericórdia de Deus. Muitas vezes,
confundimos a palavra misericórdia com a palavra conivência. Eu digo; você
errou, fez isto, isto... vamos pedir misericórdia. O que isto quer dizer? Vamos
pedir para esquecer tudo e acabou. Não. Misericórdia significa toda uma
cultura, todo um costume, toda uma prática, uma maneira de ser. Eu falo a
partir de mim. Como é difícil cultivar a misericórdia. Porque quando você menos
espera, você estourou com o irmão, quando você menos espera comete uma
injustiça, quando menos espera você se torna mau educado e etc, etc... então, é
bom, uma vez por ano, pelo menos, nós voltarmos o nosso olhar e o nosso
pensamento para Jesus e ver nele a verdadeira misericórdia e buscarmos, a
partir daí, tentarmos ser, cada vez mais parecidos com Jesus, para sermos a
imagem e semelhança de Deus. Porque Jesus é a imagem de Deus feito homem,
porque Ele viveu cem por cento a misericórdia divina, e praticou cem por cento
a misericórdia divina.
Vamos partir do
Evangelho de hoje. Muitas vezes foi comentado sem misericórdia: veja o canto:
“Creio em ti ressuscitado mais que São Tomé”. Lembram desta música? Significa
que eu sou melhor que São Tomé. Ora, ele é santo e eu não. Então, eu estou sem
misericórdia! Eu estou me julgando melhor que ele! “Creio em ti ressuscitado
mais que São Tomé”. Vocês se lembram desta música. Então, vamos com calma. O
que, que acontece aqui com São Tomé? Duas coisas que vão ser muito importantes
para nós. A primeira: eu creio no Jesus ressuscitado de carne e osso? Ou eu
creio num fantasma qualquer? Tem gente que crê no Cristo ressuscitado só como
uma idéia, como um pensamento, como uma lembrança. Isto não é ressurreição. O
Papa Bento XVI dizia: Jesus é uma pessoa, é alguém com quem eu faço um encontro
pessoa. Jesus não é uma idéia ou uma filosofia, falava ele. Então, nesse
sentido, São Tomé está certíssimo: vieram contar para ele: “Nós vimos o Senhor”!
ele disse: calma lá. Se eu não tocar, não sentir, eu não vou aceitar. Isto não
é falta de fé. Isto é uma forma de dizer: eu quero crer no Cristo corpo,
sangue, alma, divindade. Eu não quero ficar acreditando numa alma que fica
vagando por aí. E, nós dizemos na profissão de fé: “”Creio na ressurreição da
carne”. Portanto, quem não crer, que Jesus ressuscitou de carne e osso, não se
preocupe, mas precisa caminhar, precisa chegar onde São Tomé já chegou. São
Tomé quis experimentar, tocar a pessoa de Jesus. Jesus, na sua misericórdia,
disse: “põe aqui o dedo”. “Toca a minha mão, o meu lado”. Qual foi a reação de
São Tomé? “Meu Senhor e meu Deus”. Foi o primeiro dos apóstolos a dizer meu
Deus para Jesus. Portanto, se for ver, ele caminhou, na fé, muito mais rápido
que os outros, porque os outros também tiveram dúvidas, também precisaram de
muito diálogo com Jesus para poder ir entendendo aos poucos. Ele, quando fez a
experiência de Deus e homem ressuscitado, ele vai dizer: Meu Deus. Então, ele
tem mais fé, que muitos de nós. Tem gente que tem dificuldade de aceitar, que
Jesus é Deus. Tem gente que está bem atrasado neste ponto. Agora, qual foi a
dificuldade de Tomé, que os outros não tiveram? TOMÉ NÃO ESTAVA EM COMUNIDADE,
por isso, não teve tanta facilidade em experimentar Jesus ressuscitado. Oito
dias depois, ele estava junto com os apóstolos e aí pode fazer a experiência.
Meus irmãos e
irmãs, é possível, quem sabe, não estou julgado, mas só externando uma idéia,
um pensamento, para refletirmos: às vezes, nós temos dificuldade para
compreender Jesus ressuscitado, porque não estamos participando da comunidade.
Estamos somente ouvindo notícias sobre a fé, sobre a ressurreição, mas eu não
tenho aquele envolvimento com a comunidade. Então, é claro, terei um pouco mais
de dificuldade.
Uma coisa é eu
achar que este fogo queima. É uma notícia que eu tenho. Outra coisa é eu sentir
o calor do fogo. Aí eu não acho. Eu experimento. É assim com Jesus. Uma coisa é
eu achar, porque me disseram que Ele ressuscitou. Outra coisa é fazer a
experiência.
Como eu posso
experimentar Jesus? Na minha caminhada. Não tem outro jeito. Cada um vai ter o
seu ritmo de caminhada e de cada um Deus terá misericórdia, no sentido, aí, de
misericórdia, de aguardar que eu consiga chegar até lá. Nem sempre nós temos
esta misericórdia. às vezes alguém diz: eu tenho tanta dúvida sobre a
ressurreição de Jesus. Você não tem fé. Pronto, eu já julguei a pessoa. Não é
assim. Você tem dúvidas? Será que eu posso te ajudar? Porque eu não tenho
duvida. A pessoa vai dizer: como é, o que você fez para não ter duvida? Aí, me
surge uma dúvida. Eu não sei explicar porque não tenho dúvida. É a misericórdia
de Deus. Sabe em que sentido? Olhe, eu
peço a Deus, todo dia, para que me ajude, me abra a mente, para que eu tenha
fé. Aí, Deus vai me concedendo e eu nem sei como. Eu nem sei se sou merecedor,
mas Deus vai me concedendo. Faça esta experiência.
Olha, a pessoa
começa a experimentar e muda tudo. Não é mágica, mas é aí que eu abro o meu
coração para que a misericórdia de Deus possa ir transformando este coração. Porque,
no fundo, a misericórdia é o Sagrado Coração de Jesus. É Deus, que se tornou
tão humano, que ele fez de seu coração um coração de gente. É por isso a sua
misericórdia. Porque, se eu conseguir ir aproximando meu coração e ir
transformando-o mais parecido com o coração de Jesus, eu vou me transformando
no Cristo vivo: misericórdia, “misericardia” é o coração que vai purificando as
misérias. É isto. É tão bonito. Quer dizer, o coração de Jesus se torna para
mim uma referência, um ponto de comparação, uma orientação. Aí é evidente, uns
tem mais facilidade de fazer o seu coração mais parecido com o coração de Jesus,
outros tem menos. Ora, é aí que vamos pedindo a ajuda de Deus, pedindo um
verdadeiro milagre, que Ele possa, de verdade, nos tornar misericordiosos. Peça
isto e talvez no primeiro dia você tropece. Pedir hoje para ser misericordioso,
porque isso é mudança. É eu me propor fazer diferente o que o mundo propõe. O que
o mundo propõe é o seguinte: você me fez, eu te faço. O coração de Jesus não. Abrem
o lado dele, abrem o seu coração e Ele diz: Perdoa, eles não sabem o que fazem.
Veja, que é outra maneira de se colocar diante do mundo. Olha, quando se diz,
que é eterna a misericórdia de Deus, nós estamos falando de Jesus, A pedra que
os construtores rejeitaram, se torna a pedra angular. Por que? Porque depois de
Jesus, quem é que tem um coração como de Deus? Não tem. Eu não conheço Deus
face a face. Deus, talvez, nem tenha coração, porque é Deus. Eu vou me orientar
como, para ter um coração misericordioso? É o coração de Jesus, porque Ele se tornou
homem. Ele tem um coração, não só um coração músculo, que bombeia o sangue, mas
um coração no sentido de uma maneira de ser, que acolhe as pessoas, que ama as
pessoas, que dá a vida pelas pessoas. Então, Ele se torna a pedra angular. Ele se
torna, para mim, a única referência. Olhe, que maravilha, que bom saber, que
Jesus está, aí, a disposição, porque nos motiva a caminhar e nos ajuda a
anunciar aos outros, que a experiência que nós fazemos, ela, no mínimo, vai nos
ajudar a ser mais gente. Sendo mais gente, melhor imagem de Deus.
Que possamos
experimentar a misericórdia do Pai, do Filho e do Espírito Santo e que também
possamos agir com misericórdia para com os outros.
Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho –
Diocese Santo André - SP
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“CREIO NA RESSURREIÇÃO DA COMUNIDADE”
“Oito dias
depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles” (Jo. 20,26)
Após a
execução de Jesus, os discípulos se refugiam em uma casa; anoitece em Jerusalém
e também em seus corações. Ninguém os pode consolar de sua tristeza e
desolação. Pouco a pouco, o medo vai se apoderando de todos; a única coisa que
lhes dá certa segurança é “fechar as portas”. Estão reunidos, escondidos,
polarizados na frustração, concentrados no doloroso, desconfiados de tudo e de
todos.
Na comunidade
reina um vazio que ninguém pode preencher; também eles estão mergulhados na
morte, literalmente vivendo numa “casa sepultura”: sem futuro, sem sonhos...
Mas é nesse ambiente carregado e pesado que
Jesus, “ressuscitado de tanto viver”, marca sua presença, despertando a vida e
ressuscitando as esperanças de seus amigos mais íntimos. E a primeira coisa que
Ele faz é comunicar a sua paz à sua comunidade. Nenhuma acusação por tê-lo
abandonado, nenhuma queixa nem reprovação. Presença calorosa, carregada de
bênção e ternura. Sua presença devolve a alegria, a capacidade de amar, a
espontaneidade, a vitalidade, o entusiasmo, a experiência incontida da luz que
não se pode esconder.
Por isso, a
chave de todas as “aparições”, relatadas nos Evangelhos, é a que Jesus
faz à comunidade reunida. A experiência pascal dos seguidores de Jesus
demonstrou que é na comunidade onde se pode descobrir a presença do
verdadeiro Jesus. A comunidade é a garantia da fidelidade a Jesus e ao
Espírito. Mas, sobretudo, é a comunidade aquela que recebe a missão de anunciar
a Ressurreição.
O evangelista João é aquele que mais desenvolve
o relato da aparição aos apóstolos. Com isso personaliza em Tomé o tema da
dúvida, que é capital em todos os relatos das aparições. Separado da comunidade, Tomé não tem a experiência de Jesus vivo.
Ao integrar-se na comunidade agora ele pode experimentar o que os outros lhe
contaram e ele não acreditou. Mais uma vez se destaca a importância da
experiência partilhada em comunidade.
A mensagem dos
relatos das Aparições é muito clara: sem uma experiência pessoal, vivida
no seio da comunidade de fé, é impossível ter acesso à nova Vida que Jesus
anunciou antes de morrer e, após a Ressurreição, comunica-a a todo aquele que
se abre à sua mensagem.
O evangelista
João descreve de maneira insuperável a transformação que se deu nos discípulos
quando Jesus, cheio de vida, se faz presente em meio a eles. O Ressuscitado
está de novo no centro de sua comunidade de seguidores; eles sentem Seu alento
criador. Tudo começa de novo. Tal presença os liberta do medo e da dúvida, os
faz escancarar as portas e dar inicio o processo de evangelização.
O Ressuscitado se aproxima como Presença viva
que dá Vida: deixa-se ver, fala, interpela, corrige, anima, comunica paz
e alegria. Em uma palavra, presenteia seu Espírito.
Outra vez Jesus recria a comunidade que depois
da Paixão estava se desintegrando; e seus discípulos experimentam novamente o
chamado e o envio, a serem testemunhas e cúmplices do Espírito, porque vivem a
certeza existencial de que o Crucificado é o Ressuscitado, que a morte foi
vencida, que Deus é o Senhor da Vida. Impulsionados pela força do Espírito,
seguirão colaborando, ao longo dos séculos, no mesmo projeto salvador que o Pai
confiou a Jesus.
A Ressurreição significa,
pois, o amanhecer de uma nova humanidade.
No meio da
noite, apesar da tormenta, seremos estrelas que iluminam, âncoras centradas em
Jesus e em seu Reino, barcas com velas soltas ao vento do Ruah, vínculos que
unem, pontes que se fazem lugar de encontro, testemunhas visíveis do Deus
Invisível, presenças de perdão e paz...
Portanto, o
que ocorreu com Jesus deve ser sempre luz e inspiração para a “nova
comunidade”, a Igreja.
Uma Igreja
desafiada a escancarar portas e janelas para anunciar a grande novidade: há
“sinais” de Ressurreição perpassando todas as experiências humanas.
“A igreja é
chamada a sair de si mesma e ir para as periferias, não só geográficas, mas
também as periferias existenciais: as do mistério do pecado, as da dor, as da
injustiça, as da ignorância religiosa,
as do pensamento, as de toda miséria.
Quando a
Igreja não sai de si mesma para evangelizar torna-se autorreferencial e então
adoece.
A igreja
autorreferencial segura a Jesus Cristo dentro de si mesma e não o deixa sair.
Há duas
igrejas: a igreja evangelizadora que sai de si; ou a igreja mundana que vive em
si, de si, para si”
(papa Francisco).
Ressurreição, plenitude do mistério da
comunhão através dos gestos, da proximidade, do abraço...
“Estende a tua
mão e coloca-a no meu lado” (Jo. 2027).
A cada abraço
sentido, uma ressurreição também vivida!
Deixemo-nos
alcançar pela Ressurreição de Cristo permitindo que o nosso corpo seja um corpo
de ressuscitado. Então:
- nossos olhos
não só ficarão fascinados por perceber Sua presença, senão que, como os Seus
olhos, olharão a dor do povo, se converterão em lugar de encontro. Serão olhos
que ao olhar reconhecem e devolvem dignidade, perdoam, animam, levantam, amam;
- nossos ouvidos
escutarão a brisa suave que descobre a presença do Mistério na cotidianidade da
vida; saberão distinguir, apesar dos ruídos, os gritos de dor e os cantos de
alegria do povo; saberão escutar respeitosos e atentos;
- nossa boca
saberá falar e calar como linguagem de amor; denunciará com valentia; cantará a
boa notícia; compartilhará com satisfação o que dá sentido à própria vida, e se
fechará à maledicência;
- nossas mãos
serão capazes de colaborar no nascimento da vida nova que ilumina por todos os
rincões do mundo. Serão mãos que compartilham, acariciam, curam, ajudam a demolir os muros da exclusão;
- nossos pés
se converterão em samaritanos e peregrinos, companheiros de viagem que não
trilham os caminhos da violência, mas abrem caminhos de paz. Serão pés
dançantes, festivos, que sabem desfrutar da vida simples, do prazer
compartilhado;
- nosso coração
será cada dia mais amoroso, grande, sem mesquinhez, sem ressentimentos, casa
aberta, misericordioso, compassivo, será um coração de carne, não de pedra;
- nossas entranhas
saberão estremecer-se de dor e de prazer, não permanecerão indiferentes, serão
entranhas sempre fecundas, geradoras de vida nova para as gerações futuras;
- nossa pele
será lugar de contatos curadores, lugar para o encontro, nunca para a “alergia”
dos outros.
A Ressurreição
acontece quando alimentamos a pequena chama que ainda fumega nos corações
desanimados, mas esperançosos; quando acreditamos no ser humano e em suas
possibilidades de mudança; quando transformamos escuridão em luz, choro em
dança, sofrimento em crescimento.
Vivemos a Ressurreição
quando ajudamos os outros a encontrar razões para viver e lutar e alimentamos
os sonhos com dias melhores, com pão na mesa de todos e com dignidade
garantida.
A Ressurreição acontece nos pequenos e
simples gestos de partilha, de perdão sincero e de confiança alegre. Ela está
presente nos corações que mantêm viva a novidade da vida. E se dá na capacidade
de ver o mundo e as pessoas com olhar de misericórdia que reconstrói a
existência fragmentada.
Texto bíblico: Jo. 20,19-31
Na oração:
*
Preste atenção aos sinais de vida ao seu
redor: gestos simples, iniciativas de pessoas e comunidades, posturas éticas e
coerentes na política e na Igreja, solidariedade, perdão, acolhimento,
voluntariado, cuidado de pessoas e do meio ambiente, etc...
*
Faça, diariamente, uma “leitura orante” dos
acontecimentos da vida. Quê mensagem de
Ressurreição você encontra neles? Quê apelos você reconhece nessas
experiências?
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Homilia de D.
Henrique Soares
Estamos ainda em pleno dia da Páscoa, “o Dia que o Senhor fez para nós” –
é esta a Oitava da Santa Páscoa.
Se no dia mesmo da Ressurreição, a liturgia centrava nossa atenção no próprio
Senhor ressuscitado, vencedor da morte, hoje, neste Domingo da Oitava, a atenção
concentra-se nos efeitos dessa vitória formidável para nós e para toda a
humanidade.
Eis! O Senhor Jesus, morto como homem, morto na sua natureza humana, foi
ressuscitado pelo Pai, que derramou sobre ele o Espírito Santo, Senhor que dá a
Vida. E agora, cheio do Espírito, Jesus nos dá esse Dom divino, esse fruto da
sua Ressurreição.
Primeiro dá-lo aos seus apóstolos “ao anoitecer daquele dia, o primeiro
depois do sábado”. Passou o sábado dos judeus, passou a Lei de Moisés,
passou a antiga criação. E Jesus ressuscitado sopra sobre os Apóstolos o
Espírito Santo, recebido do Pai na Ressurreição: “Como o Pai me enviou na
potência do Espírito, também eu vos envio agora na força desse mesmo Espírito!
Recebei, pois, o Espírito Santo, dado para gerar o mundo novo, o homem novo, o
homem segundo a minha imagem, o homem reconciliado, na paz com Deus! Paz a vós!
Os pecados serão perdoados nesse dom do meu Espírito!” Assim começa o
cristianismo, assim ganha vida a Igreja: no Espírito do Ressuscitado!
Os Apóstolos agora, recebendo o Espírito, recebem a vida nova do Cristo, a vida
que dura para a eternidade. Esse mesmo Espírito, nós o recebemos nas águas do
Batismo e na comunhão com o Sangue do Senhor na Eucaristia. Por isso mesmo, a
oração da Missa hodierna nos pede a graça de compreender melhor, isto é, de
viver intensamente na vida “o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos
deu nova vida e o Sangue que nos redimiu”. Em outras palavras: pela
participação aos santos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia, nós
recebemos continuamente o Espírito do Ressuscitado e, assim, recebemos a sua
nova vida, a vida que nos renova já aqui, neste mundo, e nos dá a Vida eterna.
Por isso a segunda leitura de hoje nos diz que o Pai, “em sua grande misericórdia,
pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, nos fez nascer de novo,
para uma esperança viva, para uma herança incorruptível”, reservada a nós
nos céus! A Ressurreição de Cristo é garantia da nossa, o seu Espírito, que nós
recebemos, é semente e garantia de vida eterna e, por isso, é causa de alegria
e força para nós, cristãos. Nós recebemos a vida eterna, nós cremos na Vida
eterna, nós já vivemos tendo em nós as sementes da Vida eterna!
Mas, estejamos atentos: esta nossa fé na Ressurreição tem conseqüências
concretas para nós: “Os que haviam se convertido eram perseverantes em
ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas
orações. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e colocavam tudo em comum...” Eis:
a fé na Ressurreição do Senhor, a vida vivida na Vida nova que Cristo nos
concedeu, faz-nos existir de um modo novo, iluminados por uma nova regra de
vida (o ensinamento dos apóstolos e seus sucessores), sustentados pela fração
do Pão eucarístico e testemunhas de uma vida de comunhão, de amor fraterno, de
mansidão, de coração aberto para Deus e os irmãos.
Mais uma coisa: estejamos atentos para um fato importantíssimo: a Ressurreição
do Senhor não é uma fábula, não é um mito, não é uma parábola. O Senhor
realmente venceu a morte, realmente entrou no Cenáculo e realmente Tomé,
admirado e envergonhado, feliz pelo Senhor e triste por sua incredulidade,
tocou as mãos e o lado do Senhor vivo, ressuscitado! Por isso, o cristão não se
apavora diante dos reveses da vida, dos compromissos e renúncias pelo
testemunho de Cristo e nem mesmo diante da morte: “Sem ter visto o
Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte
de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a
vossa salvação”.
Caríssimos, nesta santa Oitava, estamos com o coração unidos à Igreja de Roma e
ao seu Bispo, Sucessor de Pedro, o nosso Santo Padre João Paulo. Ele é uma
testemunha viva de tudo quanto acabamos de contemplar. Nele, temos visto a
força da Vida nova que o Cristo nos trouxe com a sua Ressurreição; nele, somos
testemunhas do quanto a certeza da Ressurreição do Senhor, garantia da nossa,
pode dar sentido, força, vigor, serenidade e sentido a uma vida. A agonia do
Papa tem sido vivenciada pela Igreja com verdadeira serenidade e esperança! Que
belo testemunho de fé na Ressurreição! Que eloqüente experiência da vitória da
Vida sobre a morte! Que o testemunho do Papa João Paulo sustente nosso caminho
com Cristo e que o Espírito do Ressuscitado dê a vida plena ao corpo e à alma
do Santo Padre e a nós, a força para continuar o caminho como Igreja que
testemunha com a vida a Ressurreição e a presença do Senhor. Que Deus dê ao
Santo Padre vida e salvação eterna! Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇAO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O
ALTAR)
à
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à
COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA
FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Louvor e glória a vós, meu senhor e meu
Deus, aleluia!
àDeus da vida, nós vos bendizemos pela ressurreição do vosso Filho,
pois Jesus ressuscitado dos mortos é a nossa esperança de também termos a vida
eterna.
T: Louvor e glória a vós, meu senhor e meu
Deus, aleluia!
à Deus nosso Pai, nós Vos damos
graças pela obra começada por vosso Filho Jesus, continuada pelos Apóstolos e
seus sucessores até ao nosso tempo, no dinamismo do vosso Espírito.
T: Louvor e glória a vós, meu senhor e meu
Deus, aleluia!
à Senhor, nós vos bendizemos: Sois Deus de Amor e de
misericórdia. Sois vós que nos criastes e nos preparastes uma morada em vosso
Reino. Pai, ajudai-nos para que assumamos a dignidade de Filhos Vossos e
possamos mostrar ao mundo o vosso amor.
T: Louvor e glória a vós, meu senhor e meu
Deus, aleluia!
à Deus fiel, nós vos damos graças pelo Espírito de
ressurreição, que Jesus soprou sobre os Apóstolos e que também nos é dado pelo
batismo e pela confirmação, para que tenhamos a vida eterna. Que pelas palavras
e atos saibamos testemunhar que Jesus está vivo no meio de nós.
T: Louvor e glória a vós, meu senhor e meu
Deus, aleluia!
à Pai
nosso... A Paz...aleluia, Eis o Cordeiro...
(Diácono Ismael – Paróquia
N. Senhora da Soledade – Delfim Moreira – Diocese de Pouso Alegre - MG)