5º domingo da Quaresma ano C 2016 (adaptado pelo Diácono Ismael)
TEMA: Necessitamos libertar-nos de nossas
escravidões para chegar à vida nova.
Primeira leitura: Deus
está conosco em nossa caminhada para a terra prometida.
Evangelho: Jesus nos mostra
que não é a intolerância, mas a misericórdia que faz nascer a pessoa nova. É
acolhendo e não excluindo a pessoa que a tornaremos melhor.
Segunda leitura: é
desafiador sairmos de nosso egoísmo e aceitarmos o exemplo de Cristo.
LEITURA I – Is 43,16-21
O Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre
as torrentes das águas. Pôs a perder carros e cavalos, um exército de valentes
guerreiros; e todos caíram para não mais se levantarem, extinguiram-se como um
pavio que se apaga. Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos
acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou
realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes? Vou abrir um
caminho no deserto, fazer brotar rios na
terra árida. Os animais selvagens – chacais e avestruzes – proclamarão a minha
glória, porque farei brotar água no deserto, rios na terra árida, para matar a
sede ao meu povo escolhido, o povo que formei para Mim e que proclamará os meus
louvores».
AMBIENTE
(Deutero-Isaías séc. VI a.C., na Babilônia). Os judeus exilados
estão frustrados, pois a libertação tarda. Sonham com um novo êxodo, no qual
Jahwéh Se manifeste, outra vez, como o Deus libertador. Na primeira parte do
“livro da consolação” (Is 40-48), o profeta anuncia a iminência da libertação e
compara a saída da Babilônia e a volta à Terra Prometida com o êxodo do Egito.
MENSAGEM
A lembrança do passado é válida quando alimenta a esperança e
prepara para um futuro novo. Na ação libertadora de Deus em favor do Povo
oprimido pelo faraó, o judeu crente descobre um padrão: o Deus que assim agiu é
o Deus que não tolera a opressão e que está do lado dos oprimidos; por isso,
não deixará de Se manifestar em circunstâncias análogas, operando a salvação do
Povo escravizado. De fato – diz o profeta – o Deus libertador não demorará a
atuar. Aproxima-se o dia de um novo êxodo, de uma nova libertação: o Povo
libertado percorrerá um caminho fácil no regresso à sua Terra e não conhecerá o
desespero da sede e da falta de comida porque Jahwéh vai fazer brotar rios na
paisagem desolada do deserto. A atuação de Deus manifestará, de forma clara, o
amor de Deus pelo seu Povo. Diante da ação de Jahwéh, o Povo tomará consciência
de que é o Povo eleito e dará a resposta adequada: louvará o seu Deus pelos
dons recebidos.
ATUALIZAÇÃO
♦ Deus não aceita a escravidão que que roube
a vida e a dignidade do homem. Ele pede que lutemos contra todas as formas de
sujeição ou injustiça.
♦ A vida cristã é uma
caminhada permanente, rumo à Páscoa, rumo à ressurreição. Neste tempo de
Quaresma, somos convidados a deixar para trás o passado e a aderir à vida nova
que Deus nos propõe. Cada Quaresma põe em causa o nosso comodismo, que nos
convida a olhar para o futuro e a ir além de nós mesmos, na busca do Homem
Novo. Precisamos transformar-nos. O que é que ainda me mantém alienado,
prisioneiro e escravo?
EVANGELHO – Jo 8,1-11
Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã
cedo, apareceu outra vez no templo, e todo o povo se aproximou d’Ele. Então
sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e
disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?» Falavam assim
para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus
inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-lo,
ergueu-se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira
pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém,
quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais
velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e
disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor». Disse então Jesus disse: «Nem Eu te condeno. Vai e não
tornes a pecar».
AMBIENTE
Esta pequena unidade literária não pertencia, inicialmente, ao
Evangelho de João: ela rompe o contexto de Jo 7-8, não possui as
características do estilo Joanino e o seu conteúdo não se encaixa neste
Evangelho (que não se interessa por problemas deste gênero). Além disso, é
omitida pela maior parte dos manuscritos antigos; e as referências dos Padres
da Igreja a este episódio são muito escassas. Outros manuscritos colocam-no
dentro do Evangelho, mas em sítios diversos, por exemplo, no final do mesmo –
como fazem algumas versões modernas da Bíblia. Numa série de manuscritos,
encontramo-la no Evangelho de Lucas (após Lc 21,38), que seria um dos lugares
mais adequados, dado o interesse de Lucas em destacar a misericórdia de Jesus.
Trata-se de uma tradição independente que, no entanto, foi considerada pela
Igreja como inspirada por Deus: não há dúvida que deve ser vista como “Palavra
de Deus”. Seja como for, o cenário de fundo coloca-nos frente a uma mulher
apanhada a cometer adultério. De acordo com Lv 20,10 e Dt 22,22-24, a mulher devia ser morta.
A Lei deve ser aplicada? É este problema que é apresentado a Jesus.
MENSAGEM
Temos, portanto, diante de Jesus uma mulher que, de acordo com a
Lei, tinha cometido uma falta que merecia a morte. Para fariseus, trata-se de
uma oportunidade para testar a ortodoxia de Jesus e a sua fidelidade às
exigências da Lei; para Jesus, trata-se de revelar a atitude de Deus frente ao
pecador. Apresentada a questão, Jesus não procura minimizar o pecado da mulher.
No entanto, também não aceita pactuar com uma Lei que gera morte. Porque os
esquemas de Deus são diferentes dos esquemas da Lei, Jesus fica em silêncio e
escreve no chão. Finalmente, convida os acusadores a tomar consciência de que o
pecado é uma consequência dos nossos limites e fragilidades e que Deus entende
isso: “quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. E continua a
escrever no chão, à espera que os acusadores da mulher interiorizem a lógica de
Deus – a lógica da tolerância e da
compreensão. Quando os escribas e fariseus se retiram, Jesus nem sequer
pergunta à mulher se ela está ou não arrependida: convida-a, apenas, a seguir
um caminho novo, de liberdade e de paz (“vai e não tornes a pecar”). A lógica
de Deus não é uma lógica de morte, mas uma lógica de vida; a proposta que Deus
faz aos homens através de Jesus não passa pela eliminação dos que erram, mas
por um convite à vida nova, à conversão, à transformação, à libertação de tudo
o que oprime e escraviza; matar em nome de Deus ou em nome de uma qualquer
moral é uma ofensa a esse Deus da vida e do amor, que quer a realização plena
do homem. O episódio chama a atenção de como somos intransigentes e falsos, e
sempre estamos a condenar o outro sem olhar os nossos erros. Jesus denuncia, aqui, a lógica daqueles que
se sentem perfeitos. É preciso reconhecer que necessitamos todos da ajuda e da
misericórdia de Deus para chegar à vida plena do Homem Novo. Os pecadores
encontram em Jesus um sinal do Deus que os ama e que lhes diz: “Eu não te
condeno”. Sem excluir ninguém, Jesus promoveu os excluídos, deu-lhes dignidade,
tornou-os pessoas, libertou-os, apontou-lhes o caminho da vida nova, da vida
plena. A dinâmica de Deus é uma dinâmica de misericórdia, pois só o amor
transforma e permite a superação dos limites humanos. É essa a realidade do
Reino de Deus.
Os fariseus fizeram uma armadilha
para Jesus: Aprovar o apedrejamento eles tinham certeza que Jesus não ia,
porque ele não condenava ninguém e tinha um grande amor para com os pecadores.
Se não aprovasse o apedrejamento, iria contra a Lei de Moisés e poderia ser,
por isso, condenado à morte. Mas Jesus teve uma saída magistral. Jogou o
problema nas próprias autoridades que ali estavam, transformando-os de juízes
em réus. “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma
pedra.” Assim, não só libertou a mulher,
mas deixou para nós uma grande lição: Deus continua a amar os que erram e se
empenha na recuperação deles.
ATUALIZAÇÃO
♦ Deus age na lógica da
misericórdia e não na lógica da Lei; ele não quer a morte daquele que errou,
mas a libertação plena do homem.
♦ No nosso mundo, a
intransigência fala mais alto do que o amor: mata-se, oprime-se, marginaliza-se
até em nome de Deus. A intolerância alguma vez gerou alguma coisa, além de
violência, de morte, de lágrimas, de sofrimento?
♦ Quantas vezes se atiram
pedras aos outros, esquecendo os nossos próprios telhados de vidro…
*** … Jesus, que não tem pecado, podia lançar a pedra. Não o faz.
Ele veio para salvar, não para condenar. Pedindo à mulher para não voltar a
pecar, dá-lhe nova oportunidade. Para Jesus, ela não é apenas uma mulher
adúltera, ela é capaz de outra coisa.
LEITURA II – Filip 3,8-14
Irmãos: Considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com
o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a
todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e nele me
encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela
fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé. Assim poderei
conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus
sofrimentos, configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à
ressurreição dos mortos. Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha
atingido a perfeição. Mas continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que
também fui alcançado por Cristo Jesus. Não penso, irmãos, que já o tenha
conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me
para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prêmio a que Deus,
lá do alto, me chama em Cristo Jesus.
AMBIENTE
Paulo escreve da prisão aos seus amigos de Filipos, avisa-os para
que não se deixem levar pelos “maus obreiros” (Flp 3,2) que semeiam a dúvida e
a confusão. São os “judaizantes”, (Flp 3,2), que proclamavam a obrigatoriedade
da circuncisão e da obediência à Lei de Moisés.
MENSAGEM
Paulo procura agora e que é o fundamental; é identificar-se com
Cristo, a fim de com Ele ressuscitar para a vida nova. Só a identificação com
Cristo, a comunhão de vida e de destino com Cristo é importante; só uma vida
vivida na entrega, no dom, no amor que se faz serviço aos outros, ao jeito de
Cristo, conduz à ressurreição, à vida nova. Mais um dado importante: Paulo está
consciente que partilhar a vida implica um esforço diário, nunca terminado; é,
até, possível o fracasso, pois o nosso orgulho e egoísmo estão sempre à
espreita e o caminho da entrega e do dom da vida é exigente. Quem quer chegar à
vida nova, à ressurreição, tem de seguir esse caminho.
ATUALIZAÇÃO
♦ Paulo convida a dar
prioridade ao que é importante – a uma vida de comunhão com Cristo, que nos
leve a uma identificação com o seu amor, o seu serviço, a sua entrega.
♦ É preciso ter consciência
de que este caminho de conversão a Cristo é um caminho que está,
permanentemente, a fazer-se. O cristão está consciente de que, enquanto caminha
neste mundo, “ainda não chegou à meta”. A identificação com Cristo deve ser,
pois, um desafio constante, que exige um empenho diário, até chegarmos à meta
do Homem Novo.
Fonte: Dehonianos
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A Primeira Pedra
A Liturgia de hoje nos lembra que
a Quaresma não é um tempo para atirar pedras, mas para
construir a fraternidade. O
problema do mal e do pecado não se resolve com o castigo e a intolerância, mas
pelo amor e a misericórdia.
Na 1ª Leitura, Isaías
anuncia a libertação do exílio e o retorno a Israel como um novo Êxodo para a
Terra Prometida. (Is 43,16-21)
* Esse "caminho" é
imagem de outra libertação, que Deus nos convida a fazer na Quaresma e
que também nos levará à Terra
Prometida, onde corre a vida nova.
- Quais são as escravidões que impedem, hoje, a liberdade e a vida?
- O que ainda nos mantém
alienados, presos e escravos?
Na 2ª Leitura, Paulo
afirma que a única coisa que lhe interessa é conhecer Jesus Cristo. Tudo o
resto é Lixo. (Fl 3,8-14)
* Qual é o lixo que me impede de
nascer com Cristo para a vida nova?
No Evangelho temos
uma comovente cena da vida de Jesus, diante de uma Mulher PECADORA. (Jo 8,1-11)
No domingo passado, com a Parábola
do Filho Pródigo, Jesus nos mostrou o amor misericordioso de Deus.
Hoje, Ele dá o exemplo, passando
das palavras aos fatos...
- Jesus ensinava no templo.
- Os escribas fiscalizavam o
Mestre, buscando pretextos para acusá-lo.
Trouxeram uma mulher surpreendida em pecado de adultério e segundo a lei
de Moisés tais pessoas deviam ser apedrejadas.
Aproveitaram a situação, para deixar o Cristo numa situação embaraçosa:
"Mestre, que vamos fazer dessa mulher,
perdoá-la ou apedrejá-la, como manda a nossa lei?"
- Para os escribas e fariseus, era
uma oportunidade para testar a fidelidade de Jesus às exigências da Lei.
- Para Jesus, foi uma oportunidade
para revelar a atitude de Deus frente ao pecado e ao pecador.
- Jesus não aceita uma lei que em
nome de Deus gera a morte, por isso não respondeu e ficou rabiscando no chão.
Diante da insistência dos acusadores, ele se levantou e os desafiou:
"Quem não tiver
pecado, atire a primeira pedra..."
- E, inclinando-se de novo, continuou
a escrever no chão. Não sabemos o que.
Segundo uma tradição, Jesus escrevia os pecados de cada um deles...
E então aqueles "cumpridores" da lei, envergonhados, foram
saindo um a um, começando pelos mais velhos... Só ficaram no pátio do templo a
mulher, os discípulos e ele, Jesus...
- Então Jesus perguntou: "Mulher, ninguém te condenou?
Nem eu te
condeno... Vai e não peques
mais..."
* A mulher não tinha manifestado
nenhum sinal de arrependimento.
Assim mesmo, Jesus a convida a seguir um caminho novo de liberdade e
paz.
Jesus não aprova o pecado, mas não condena a pecadora.
Mostra que o importante é a conversão das pessoas, não sua condenação.
E ainda hoje, no Sacramento da Reconciliação, Deus continua nos
dizendo:
"Teus pecados
estão perdoados. Vai em paz e não peques mais..."
No episódio, Jesus nos oferece:
+ Uma imagem de Deus,
Um Deus que é mais misericórdia, do que justiça.
Não quer a morte do pecador, mas a sua plena libertação.
A força de Deus não está no castigo, mas no Amor.
+ Um "NÃO" à
Hipocrisia fiscalizadora dos escribas, de ontem e de hoje...
Ainda hoje a intransigência fala mais forte do que o amor.
Mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus.
Todos somos pecadores e não temos o direito de condenar, de nos tornar
fiscais dos outros...
- Quando os acusadores ouviram as
palavras de Jesus, largaram as pedras e foram embora.
Nós, pelo contrário, ouvimos a Palavra do Evangelho, mas não soltamos as
pedras, nem recolhemos a nossa língua.
+ Um Apelo:
Não devemos discriminar e condenar a gente caída à beira do caminho.
Eles não precisam de juízes... mas de salvadores...
* Qual é a nossa atitude, diante
dessas pessoas?
- A de Cristo? Ele teve "compaixão
e compreensão..."
Ele não aprovou o pecado... mas não
condenou a pessoa....
"Eu também não te condeno... Vai e não
peques mais...”
- Ou a dos escribas? (com Pedras
nas mãos... ou melhor na língua...)
* Em Nossas comunidades, há ainda
hoje pessoas, que continuam atirando pedras?
- Quais seriam as pedras, que
ainda hoje continuamos atirando,
machucando... e às vezes até destruindo o bom nome delas?
- E o
que Cristo poderia estar rabiscando hoje, de nós, no chão?
à Poderíamos enfrentar o desafio de Cristo:
"Quem
não tiver pecado pode atirar a primeira pedra?"
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do
Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, o maior sinal de Deus, certamente, é a misericórdia.
Domingo passado refletimos sobre o Evangelho, que fala do Pai, que tinha dois
filhos e o mais novo pediu a sua herança e foi para longe do Pai. É o Evangelho
da misericórdia. Ali, o Pai se apresenta todo misericordioso. Hoje também. Este
Evangelho retrata a misericórdia de Deus. O Evangelho é muito claro. As pessoas
estão próximas de Jesus para ouvir sua Palavra. É um grupo de coração aberto
para acolher os seus ensinamentos, que podem compreender. Um outro grupo, de
coração totalmente fechado, dispostos a analisar e a julgar o outro, a ponto de
ter motivos para condenar.
É nessa situação que apresentam uma mulher a Jesus. É interessante, pois
ela pode experimentar a misericórdia de Deus, porque ela confiou na Palavra do
Senhor: ninguém te condenou? – não, Senhor. – Eu também não te condeno. Aqueles
que fecharam o seu coração, não tiveram oportunidade de experimentar a
misericórdia de Deus, na pessoa de Jesus. Jesus já havia dito, tantas vezes,
que tinha vindo para os pecadores: quando criticavam Jesus, que comia com
cobradores de impostos e pecadores, ele dizia; o são não precisa de médico. Em
várias indicações, ele vai dizer que está sempre disposto a acolher as pessoas
em sua misericórdia. Mais uma vez, aqui, ele nos mostra que está sempre
disposto ao perdão. O Papa Francisco dizia: Deus nunca se cansa de perdoar. Nós
é que nos cansamos de pedir perdão. E aí, não nos sobra mais nada, a não ser
nos consolar dentro do pecado, enquanto, que Jesus está sempre disposto a nos
acolher e nos orientar: “vai e não peques mais”. Muitas vezes estamos dispostos
a não pecar mais e logo depois, estamos realizando os mesmos pecados. Se nos
voltarmos e pedirmos perdão, teremos o mesmo perdão novamente, com todo o amor,
toda misericórdia e compaixão de Deus. Isto é importante para não perdermos
qual é o sinal do Templo, dentro de um bairro, uma cidade; uma paróquia: É ser
o sinal de misericórdia de Deus. Nós exercitamos essa misericórdia entre nós,
porque sabemos que muitos entre nós tem mais ou menos dificuldade em perdoar e
ao mesmo tempo, esse exercício nos ajuda crescer para sermos um sinal para o mundo, para que de fato, deve prevalecer o
perdão e o amor. O Papa Francisco dizia aos cardeais: “Sem Deus não podemos
caminhar”. Esta é a razão de nossos encontros dominicais. Sem o Senhor nos
perdemos. Esta caminhada deve ser, sempre, com o Senhor. Depois, ele dizia:
“não é suficiente caminhar com o Senhor. É preciso deixar que Ele nos
edifique”. Porque, muitas vezes, se estamos com o coração fechado, mesmo que
Jesus Cristo grita, chaqualhar, não vamos ouvir. Edificar, aqui, significa nos
deixar reparar naquilo que estamos desviados. Terceiro, ele diz: “reparar”.
Porque não é suficiente eu ouvir a Palavra e me edificar. É preciso construir
uma sociedade nova. Isto se dá, a partir de nosso testemunho. Então, o Templo
deve ser o sinal, o loca, onde aprendemos a testemunhar Jesus, mas testemunhar
lá fora. Por isso, ele dizia também: “confessar a nossa fé no Cristo
ressuscitado”. Se eu não estiver convencido, que de fato, Jesus Cristo é
misericordioso, eu não estarei convencendo a sociedade a voltar para o convívio
com Ele. E ele dizia ainda, no final: “tudo isto, a partir da Cruz de Cristo,
do seu sangue derramado”. É isto que
exercitamos em toda Celebração que fazemos: experimentar do Corpo e do Sangue
de Cristo este amor de Deus para com cada um de nós.
Que possamos experimentar essa misericórdia de Deus, e possamos mostrar
aos irmãos a mesma misericórdia.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho
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Homilia de D. Henrique Soares
Homilia I
Vai
se intensificando a preparação para o Tríduo Sacro que nos faz celebrar a Santa
Páscoa. Desde a segunda-feira passada, as leituras do Evangelho de João
apresentam-nos Cristo em tensão com os judeus, tensão que culminará com sua
morte. Hoje, a liturgia permite que cubramos as imagens de roxo ou branco,
exprimindo o jejum dos nossos olhos: a necessidade de purificar o olhar de
nosso coração, para irmos direto ao essencial: “a
caridade, que levou o Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo”
(Oração da Coleta). A
partir de amanhã, segunda-feira, este clima de preparação para o mistério
pascal intensifica-se ainda mais com o Prefácio da Paixão, rezado em cada
Missa.
Por
tudo isso, o profeta Isaías, em nome do Senhor, nos convida a olhar para
frente, para o mistério que é maior que qualquer outra ação de Deus: o mistério
do Filho em sua paixão, morte e ressurreição: “Não relembreis coisas passadas,
não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão
surgindo: acaso não as reconheceis”. Mais que a criação, mais que a
travessia do Mar Vermelho, mais que a água jorrada da rocha... o Senhor fará
algo definitivo! Ele abrirá uma estrada no deserto, fará correr rios em terra
seca!
Pensemos
estas imagens à luz da Páscoa: o Senhor Jesus nos abrirá no deserto da morte –
e das mortes da vida – uma estrada de vida, um caminho para o Pai: “Vós
me ensinareis o caminho da vida!” O
Senhor Jesus fará brotar de seu lado aberto o rio da graça, o rio dos
sacramentos, do Batismo (água) e da Eucaristia (sangue) que regam e fertilizam
a nossa pobre existência! “Eis que eu farei coisas
novas!”
Nunca
esqueçamos que a Páscoa do Senhor – Passagem deste mundo para o Pai,
atravessando o tenebroso vale da morte – é também a nossa Páscoa: Passagem pela
vida neste mundo, que terminará com Cristo na plenitude do Pai; mas também, já
agora, Passagem sempre renovada do pecado para a graça, dos vícios para a
virtude, de uma vida centrada em nós mesmos, para uma vida centrada com Cristo
em Deus. É este, precisamente, o sentido do Evangelho deste Domingo: a mulher
pecadora, renovada pelo perdão do único que poderia condená-la, porque o único
Inocente: “Eu não te condeno. Podes ir, e
de agora em diante não peques mais”. Diante do Cristo, o Inocente que por
nós será entregue e por nós livremente entregar-se-á, como não nos
reconhecermos culpados? Como não termos vergonha de julgar e condenar os
demais? Como não nos sentirmos amados, acolhidos e perdoados por Aquele que nos
lavou com o seu sangue, nos aliviou com suas dores e nos revivificou com a sua
Ressurreição? Afinal, quem é essa mulher adúltera? Não é Israel, que se
prostituiu? Não é a Igreja, quando nos seus filhos pecadores, trai o Evangelho?
Não somos nós, cada um de nós, com nossas infidelidades, covardias e
incoerências? Todos pecadores, todos necessitados do perdão, todos perdoados e
acolhidos por Aquele que não tem pecado!
Pensemos
no Senhor Jesus, naquela sua caridade, naquele seu amor, que o levou a
entregar-se à morte no seu amor pelo mundo! Pensemos com o comovente pensamento
de São Paulo. É um testemunho comovente de um amor apaixonado: “Considero
tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo
Jesus, meu Senhor”. Conhecer a Cristo significa unir-se a ele,
participar de sua experiência, de seu caminho, de seu destino... “Por
ele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser
encontrado unido a ele... experimentar a força da sua ressurreição, ficar em
comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte,
para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos” São palavras estupendas! Perder tudo
por Cristo, perder-se em Cristo, tudo relativizar por Cristo e em relação a
Cristo, ter na vida e fazer da vida uma única paixão: estar unido a Cristo no
seu sofrimento e na sua ressurreição, completando em mim o que falta de suas
dores e experimentando já agora - e um dia, de modo pleno -, o poder vitorioso
da sua Ressurreição. O que São Paulo deseja? Viver na sua vida, na sua carne,
nos seus dias, a Páscoa do Senhor. Deseja que seus sofrimentos e desafios
estejam unidos aos de Cristo e sejam vividos em Cristo e no amor de Cristo para
também experimentar na carne e na vida – na carne da vida! – a vitória de
Cristo. Isto é conhecer Jesus Cristo! Não um conhecimento teórico, exterior,
mas um conhecimento coração a coração, vida a vida, lágrima a lágrima, vitória
a vitória! Este deve – deveria – ser o caminho normal de todo o cristão! Esta é
a verdadeira ciência, que transcende qualquer outra ciência; esta, a verdadeira
teologia, o verdadeiro conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo!
Está
próxima a Páscoa, a Festa dos cristãos! Nestes dias santíssimos, unamo-nos
intimamente ao Senhor Jesus Cristo, deixemos que o Santo Espírito reproduza em
nós os seus sentimentos de total confiança no Pai e total entrega amorosa aos
irmãos, à humanidade. Sigamos o exemplo do Apóstolo: “Uma
coisa eu faço: esquecendo o que ficou para trás, eu me lanço para o que está à
frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que do alto, Deus me chama a
receber em Cristo Jesus”. Cristo
Jesus! Que nome tão doce, que consolo tão grande, que esperança tão certa, que
prêmio tão imperecível. A ele – e só a ele – toda a glória e toda a honra!
“Nós
vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa santa
cruz remistes o mundo!”
++++++
Homilia II
Caríssimos
Irmãos no Senhor, estamos nos encaminhando para o final da Quaresma; estamos
próximos do início da Grande Semana que desemboca no Tríduo Pascal! Hoje, a
Palavra que escutamos nos convida a esquecer o velho pecado, esquecer o que
ficou para trás, e prosseguir, renovados, para adiante, para frente, onde
Cristo nos espera! Certamente, esse “esquecer o que fica para trás” não pode
ser uma negação irresponsável do nosso passado! Esquecer o pecado que passou
somente é possível quando o assumimos diante de Deus e o confessamos de coração
sincero. Para isto Cristo nosso Deus nos deixou o Sacramento da Penitência!
Assumanos, pois, que somos pecadores, confessemos nossos pecados e caminhemos,
passos apressados e decididos, ao encontro do Cristo que nos salva e purifica!
É
a tal atitude que as leituras de hoje nos convidam, caríssimos. O Senhor, na
primeira leitura, nos exorta pela boca de Isaías Profetas: “Não
relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. “Eis que eu farei
coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as conheceis? Pois abrirei uma
estrada no deserto e farei correr rios na terra seca”. O mesmo Deus que abriu o tremendo Mar
Vermelho e arrancou Israel da morte, dando-lhe um futuro, agora nos promete
algo maior, uma coisa nova. Que coisa? Que promessa? Ei-la: em Cristo Jesus nos
será aberta uma estrada no meio do mar da morte, e nós com Cristo e em Cristo,
ressuscitaremos, viveremos. Mais ainda: já agora, atravessando as águas do
santo Batismo, seremos lavados, regenerados, purificados e, como novo povo de
Deus, como sua Igreja, atravessaremos o deserto deste mundo rumo à Terra
Prometida da glória celeste.
Também
São Paul, na segunda leitura, convida-nos a deixar o que ficou para trás e
correr para adiante, para o Cristo. Suas palavras são claras e nos devem
contagiar de entusiasmo: “Não que já tenha recebido tudo
isso ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui
alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa,
porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na
frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a
receber em Cristo Jesus”. Isto mesmo: não somos perfeitos,
experimentamos em nós ainda as marcas da concupiscência deixada pelo pecado
original, mas Cristo nos atrai, seu amor nos impele porque ele nos alcançou,
nos conquistou, nos resgatou com sua preciosa cruz e ressurreição! Então,
esqueçamos a vida de pecado, caríssimos! Deixemos para trás a velhice dos
velhos vícios, que nos prendem, nos deformam, nos desumanizam! Lancemo-nos para
adiante, para o Futuro, a Meta, o Objetivo! - O Futuro é Cristo, a Meta é
Cristo, o Objetivo é ainda Cristo! Nele receberemos a salvação! Olhai bem,
caríssimos, que vale a pena tudo deixar por Cristo, tudo perder por Cristo, por
Cristo tudo deixar para trás! Basta pensar no santo Apóstolo, que ainda nesta
segunda leitura nos dá um testemunho comovente: “Considero
tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo
Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para
ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele”. Que palavras, que experiência, que
vida, a de Paulo Apóstolo! Perder tudo por Cristo e tudo ganhar em Cristo;
deixar tudo por Cristo e tudo encontrar em Cristo! Como há dois mil anos atrás,
ainda hoje somente quem se perde em Cristo pode experimentar a ternura amorosa
de Cristo; somente quem se deixa por ele pode encontrar-se nele, encontrar-se
de verdade! É isto, caríssimos, conhecer a Cristo, é isto experimentá-lo e,
então, saber, de verdade, que ele está vivo, que ele é o nosso Salvador, que
ele é nossa doçura e o sentido único de nossa vida!
Vamos,
caríssimos meus amados! Aproveitemos esses dias quaresmais. Olhemos a
misericórdia de Jesus e não duvidemos que ele pode nos restaurar, nos libertar
dos vícios e pecados! Se para ele nos abrirmos, se com ele e por ele abraçarmos
a luta interior, o combate espiritual, a penitência generosa, certamente
escutaremos sua voz que nos dirá como à pecadora de hoje: “Eu
não te condeno. Vai e não peques mais!” Muitas vezes o mundo hipócrita ou
nossa consciência obscurecida querem nos jogar na miséria, querem que para nós
não haja esperança em Cristo! muitas vezes, parece que nosso destino é aquele
que os escribas e fariseus do Evangelho deste Domingo queriam dar à mulher
adúltera: a lama, o desespero, a pecha sem cura de ser perdido, de ser
pecador... Mas, Jesus, o Inocente, o Puro, o único que poderia nos condenar e
nos atirar pedras, ele nos diz, do fundo do seu Coração: “Eu não te condeno!” E
nos convida e nos desafia em os ordena: “Vai, e não peques mais!”
Então,
caríssimos, olhemos para frente e confiemos no amor do Senhor! Mas, para que
nossa união com Cristo não seja uma ilusão e uma mentira, que estejamos prontos
a participar do seu sofrimentos (olhai bem que os sofrimentos dele são aqueles
que se manifestam na nossa vida!), a conhecer por experiência o mistério de sua
cruz para, assim, participarmos também da força regeneradora da sua bendita
ressurreição. Recordai a palavra de São Paulo, o seu programa de vida:
“conhecer a Cristo, experimentar a força de sua ressurreição, ficar em comunhão
com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se
alcanço a ressurreição dentre os mortos”. Seja este, meus irmãos no Senhor, o
fruto do nosso caminho de Quaresma: ter tal união com o Salvador, que estejamos
em comunhão com os seus sofrimentos e possamos experimentar em nós o poder da
sua ressurreição, que nos dá uma vida nova, como a da adúltera, renovada pelo
perdão do Salvador. A ele a glória hoje e para sempre. Amém.
D. Henrique Soares
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AOS DIÁCONOS E MINISTROS DA
PALAVRA:
LOUVOR AO PAI ANTES DA COMUNHÃO;
LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR:
à
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à
COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Ó Deus de
misericórdia, nós vos bendizemos
à Senhor,
nosso Deus e Pai, nós vos damos graças pelo vosso grande amor. Criastes o
universo e nele nos colocastes para que pudéssemos optar pelo vosso reino e
participar de vosso amor. Sois um Deus que caminha ao nosso lado socorrendo-nos
em nossas dificuldades.
T: Ó Deus de
misericórdia, nós vos bendizemos
à Senhor,
Paulo nos disse que deixou tudo para te seguir. Dai-nos a graça de também
valorizarmos os vossos ensinamentos mais do que toda a riqueza. Que saibamos
espelhar ao mundo o vosso amor, sendo mais fraternos.
T: Ó Deus de
misericórdia, nós vos bendizemos
à Senhor, vós
que perdoastes a pecadora arrependida, perdoai também os nossos erros e
fazei-nos cada dia pessoas mais amorosas para com o nosso próximo.
T: Ó Deus de
misericórdia, nós vos bendizemos
à Senhor,
iluminai-nos com a Luz do Espírito Santo para que sejamos santificados e
possamos fazer a vossa vontade.
T: Ó Deus de
misericórdia, nós vos bendizemos
à Pai nosso...
A Paz... Eis o
Cordeiro...
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