17º Domingo do Tempo Comum Ano B
Sinopse:
TEMA – A
Partilha - Repartir o seu
“pão” com todos aqueles que têm “fome” de amor, de liberdade, de justiça, de
paz, de esperança. “Onde vamos comprar
pão para que eles possam comer?”
Primeira
leitura, Eliseu
partilha o pão que lhe foi oferecido e sugere que Deus vem ao encontro dos
necessitados através dos gestos de partilha.
Evangelho, Jesus convida a despirem a lógica do
egoísmo e a assumirem uma lógica de em benefício dos irmãos. É esta lógica que
fará nascer um mundo novo.
Na segunda
leitura, Paulo Recomenda a humildade, a mansidão e a paciência: são
atitudes que não se coadunam com egoísmo, orgulho, autossuficiência e
preconceito.
PRIMEIRA LEITURA (2Rs 4,42-44) Leitura do Segundo Livro dos Reis.
Naqueles dias, veio também
um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus,
pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E
Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”. Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como
vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra vez: “Dá ao povo
para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”. O homem
distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.
AMBIENTE - Os “ciclos” de Elias e Eliseu Referem se a
um período bastante conturbado da vida do Reino do Norte (Israel). Elias exerce
a sua missão profética durante os reinados de Acab (874-853 a .C.) e de Acazias (853-852 a .C.); Eliseu dá o seu
testemunho profético durante os reinados de Jorão (853-842 a .C.), de Jeú (842- 813 a .C.) e de Joacaz (813-797 a .C.).
Os reis de
Israel procuraram sempre estabelecer relações comerciais, económicas, políticas
e militares com os povos circunvizinhos. Os deuses estrangeiros ocupavam um
lugar significativo na vida dos israelitas. É uma época de sincretismo
religioso, com o apoio declarado dos reis de Israel, preterida em favor dos
cultos de Baal e de Astarte. Multiplicam as injustiças contra os pobres.
É contra este
quadro que se levantam Elias e Eliseu. O Povo consultava-os regularmente e
buscava neles apoio face aos abusos dos poderosos.
MENSAGEM - Um homem de Baal trouxe a Eliseu o “pão das
primícias”: vinte pães de cevada e trigo novo num saco. De acordo com Lv 23,20,
o pão das primícias devia ser apresentado diante do Senhor e consagrado ao
Jahwéh, embora depois revertesse em benefício do sacerdote… Deve ser este
costume que está subjacente ao episódio da entrega dos pães a Eliseu.
Eliseu mandou
reparti-los pelas pessoas que rodeavam o profeta. O “servo” do profeta não
acreditava que os alimentos oferecidos chegassem para cem pessoas; no entanto,
chegaram e ainda sobraram.
A descrição de
uma milagrosa multiplicação de pães de cevada e de grãos de trigo sugere que,
quando o homem é capaz de sair do seu egoísmo e tem disponibilidade para
partilhar os dons recebidos de Deus, esses dons chegam para todos e ainda
sobram. A generosidade, a partilha, a solidariedade, não empobrecem, mas são
geradoras de vida e de vida em abundância.
ATUALIZAÇÃO ♦ Nas palavras e nos gestos do “profeta”,
é Deus que se manifesta aos homens e que lhes indica a sua vontade e as suas
propostas. No gesto de repartir o pão para saciar a fome das pessoas, o
“profeta” manifesta a eterna preocupação de Deus com a “fome” do mundo (fome de
pão, fome de liberdade, fome de dignidade, fome de realização plena, fome de
amor, fome de paz…) e a sua vontade de dar aos homens vida em abundância… É
Deus que nos dá, dia a dia, o pão que mata a nossa fome de vida.
♦ Como é que
Deus atua para saciar a fome de vida dos homens? É através da generosidade e da
partilha dos homens (primeiro do homem que decide oferecer o fruto do seu
trabalho; depois, do profeta que manda distribuir o alimento) que o “pão” chega
aos necessitados. Normalmente, Deus serve-Se dos homens para intervir no mundo
e para fazer chegar ao mundo os seus dons.
Ele Se
manifesta na ação generosa de tantos homens e mulheres que praticam gestos de
partilha.
♦ Deus precisa
de nós, da nossa generosidade e bondade, para ir ao encontro dos nossos irmãos
necessitados e para lhes oferecer vida em abundância.
SALMO RESPONSORIAL / Sl 144 (145)
Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
• Que vossas obras, ó
Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! /
Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder!
• Todos os olhos, ó Senhor,
em vós esperam / e vós lhes dais no tempo certo o alimento; / vós abris a vossa
mão prodigamente / e saciais todo ser vivo com fartura.
• É justo o Senhor em seus
caminhos, / é santo em toda obra que ele faz. / Ele está perto da pessoa que o
invoca, / de todo aquele que o invoca lealmente.
EVANGELHO
– Jo 6,1-15 - Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus foi
para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande
multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. Estava próxima a
Páscoa, a festa dos judeus. Levantando os olhos, e vendo que uma grande
multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos
comprar pão para que eles possam comer?” Disse isso para pô-lo à prova, pois
ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: “Nem duzentas
moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. Um dos
discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: “Está aqui um menino com
cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” Jesus
disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se
sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. Jesus tomou os pães, deus graças e
distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com
os peixes. Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos:
“Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” Recolheram os
pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que
haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens
exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus
retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
AMBIENTE - Capítulo 6 do Evangelho segundo João – a
catequese sobre Jesus, o Pão da vida.
João apresenta
a atividade de Jesus no sentido de criar e dar vida ao homem, de forma a que
surja um Homem Novo, liberto do egoísmo e capaz de viver na mesma dinâmica de
Jesus – isto é, no amor ao Pai e aos irmãos.
No “Livro dos
Sinais”, recorrendo a símbolos (a “água”;
o “pão”; a “luz”; o “pastor”; a “ressurreição”.
Hoje, João
apresenta Jesus como o Pão que sacia a sede de vida que o
homem sente. João nota que estava perto a Páscoa, que celebrava a libertação do
Egito.
MENSAGEM - João apresenta Jesus como o libertador da
escravidão para a terra da liberdade…
1. referência à “passagem do
mar”; lembra à passagem do Mar Vermelho por Moisés com o Povo libertado do
Egito; passar da terra da escravidão para a terra da liberdade.
2. Como Moisés, com Jesus vai uma grande multidão. A multidão que
pretende “ver os sinais que ele
realizava. Já perceberam que só Jesus conseguirá ajudá-los a superar a
escravidão.
3. Jesus subiu a “um monte”.
A referência ao “monte” Sinai; os mandamentos. Jesus vai realizar a nova
Aliança entre Deus e o Povo em direção à terra da liberdade.
6. Qual a solução à “fome” da multidão? Jesus envolve a comunidade (“onde comprar pão para lhes dar?”) A
comunidade tem de sentir-se responsável pela “fome” dos homens. É no poder do
dinheiro? Será este o sistema? ou já perceberam que Jesus tem uma proposta nova
a fazer, geradora de libertação e de vida em abundância para todos?
7. Filipe constata a impossibilidade de resolver o problema, dentro
do quadro econômico vigente… “Duzentos
denários não bastariam”. Quase meio ano de trabalho não daria para resolver
o problema. Por outras palavras: confiando no sistema instituído (regido pelo
lucro egoísta), é impossível resolver o problema da necessidade dos esfomeados.
8. André vislumbra uma
solução diferente, outro sistema que reparta vida e que elimine a lógica da
exploração.
10. Os números “cinco”
(“pães”) e dois (“peixes”,: a sua
soma dá “sete” –significa
totalidade… Ou seja: é na partilha da diversidade que alcançamos a saciedade
dos irmãos.
11. Sobre os alimentos, Jesus pronuncia uma “ação de graças”, são dons que vêm de Deus. “Dar graças” é
reconhecer que os bens recebidos pertencem a todos e que quem os possui é
apenas um administrador. Os bens são exclusivos de alguns, mas dons de Deus.
12. Há sobras que não se
podem perder. doze cestos, doze tribos: se os discípulos souberem partilhar
aquilo que recebeu de Deus, pode satisfazer a fome de todo o Povo.
13. Alguns dos que testemunharam a multiplicação dos pães e dos
peixes têm consciência de que Jesus é o Messias que devia vir para dar ao seu
Povo vida em abundância e querem fazê-lo
rei. Jesus não aceita… Ele não veio resolver os problemas do mundo
instaurando poder; mas veio convidar a viverem numa lógica de partilha.
ATUALIZAÇÃO ♦ Jesus é o Deus que se revestiu da nossa
humanidade e veio ao nosso encontro para nos revelar o seu amor. O texto mostra
Jesus atento às necessidades da multidão, empenhado em saciar a fome de vida
dos homens, preocupado em apontar-lhes o caminho da liberdade. Deus vai ao
nosso lado, atento as nossas necessidades.
♦ A “fome” de
pão que Jesus quer saciar é um símbolo da fome de vida que faz sofrer tantos
dos nossos irmãos… Os que têm “fome” são aqueles que são explorados e
injustiçados e que não conseguem libertar-se; são os que vivem na solidão, sem
família, sem amigos e sem amor; são os marginalizados, por não terem acesso à
educação
e aos bens
culturais; são as crianças vítimas da violência e da exploração… É a esses e a
todos os outros que têm “fome” de vida e de felicidade, que a proposta de Jesus
se dirige.
♦ No nosso
Evangelho, Jesus dirige-se aos seus discípulos e diz-lhes: “dai-lhes vós mesmos de comer”. Os
discípulos de Jesus são convidados a continuar a missão de Jesus e a
distribuírem o “pão” que mata a fome de
vida, de justiça, de liberdade, de esperança, de felicidade de que os homens
sofrem.
♦ Jesus propõe
uma lógica de partilha. Os discípulos de Jesus são convidados a reconhecer que
os bens são um dom de Deus para todos os homens e que pertencem a todos; são
convidados a quebrar a lógica egoísta dos bens e a pôr os dons de Deus ao
serviço de todos.
♦ Os discípulos
de Jesus devem ser um grupo humilde (a
“criança” do Evangelho), sem pretensão alguma de poder e de domínio, e
que apenas está preocupado em servir os irmãos com “fome”.
♦ No final, os
discípulos são convidados a recolher os restos, que devem servir para outras
“multiplicações”. A tarefa dos discípulos de Jesus é uma tarefa nunca acabada,
que deverá recomeçar em qualquer tempo e em qualquer lugar onde haja um irmão
“com fome”.
SEGUNDA LEITURA (Ef 4,1-6) Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos: eu, prisioneiro no
Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com
toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no
amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só
Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes
chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos,
que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos.
AMBIENTE - O texto que hoje nos é proposto é uma
espécie de “exortação aos batizados”, na qual Paulo reflete longamente sobre a
edificação e o crescimento do “Corpo de Cristo”. Paulo dá pistas aos cristãos
acerca da forma como eles devem viver os seus compromissos com Cristo.
MENSAGEM - O nosso texto começa com uma referência ao
facto de Paulo estar preso… A condição
de prisioneiro
por causa de Jesus e do Evangelho dá um peso especial às recomendações do
apóstolo: são as palavras de alguém que leva tão a sério a proposta de Jesus,
que é capaz de sofrer e de arriscar a vida por ela. Na perspectiva de Paulo, a
vida nova exige, em primeiro lugar, que os crentes vivam
unidos em
Cristo. Ora, há comportamentos e atitudes que são condição necessária para que
essa unidade se torne efetiva. Antes de mais, Paulo refere a humildade, pois só
ela permite superar o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência que afastam os
irmãos e que erguem entre eles barreiras de separação; depois, Paulo refere a
mansidão, irmã da humildade, e qualidade que derruba barreiras na comunhão;
Paulo refere também a paciência, que permite ser tolerante e compreensivo para
com as falhas dos irmãos e que permite entender e aceitar as diferentes
maneiras de ser e de agir… Em resumo,
trata-se de fazer com que a caridade presida às relações uns com os outros; o
amor deve ser sempre o suporte das nossas relações humanas. A unidade é um dom
de Deus; mas, a sua efetivação
depende do contributo e do esforço de cada irmão.
Na segunda
parte do nosso texto, Paulo apresenta um conjunto de elementos que fundamentam
a obrigatoriedade da unidade dos crentes: “há um só Corpo e um só Espírito,
como existe uma só esperança” na vida a que todos os crentes foram chamados;
“há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo; há um só Deus e Pai de todos, que
está acima de todos, atua em todos e em todos se encontra”. A menção do Pai, do
Filho e do Espírito, neste contexto, sugere que a Trindade é a fonte última e o
modelo da unidade que os cristãos devem viver.
ATUALIZAÇÃO ♦ A Igreja é um “corpo” – o “Corpo de
Cristo”. Naturalmente, esse “corpo” é formado
por muitos
membros, todos eles diversos; mas todos eles dependem de Cristo (a “cabeça”
desse “corpo”) e recebem d’Ele a mesma vida. Formam, portanto, uma unidade… Têm
o mesmo Pai (Deus), têm um projeto comum (o projeto de Jesus), têm o mesmo
objetivo (fazer parte da família de Deus e encontrar a vida em plenitude),
caminham na mesma direção animados pelo mesmo Espírito, têm a mesma missão (dar
testemunho no mundo do projeto de amor que Deus tem para os homens). Neste
esquema, não fazem qualquer sentido as divisões, as divergências que tantas
vezes dividem os irmãos da mesma comunidade.
♦ Para que a
unidade seja possível, Paulo recomenda a humildade, a mansidão e a paciência.
São atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de
autossuficiência, de preconceito em relação aos irmãos.
♦ A Igreja é
uma unidade; mas é também uma comunidade de pessoas muito diferentes, em termos
de raça, de cultura, de língua, de condição social ou económica, de maneiras de
ser... As diferenças legítimas nunca devem ser vistas como algo negativo, mas
como uma riqueza para a vida da comunidade; não devem levar ao conflito e à
divisão, mas a uma unidade cada vez mais estreita, construída no respeito e na
tolerância. A diversidade é um valor, que não pode nem deve anular a unidade e
o amor dos irmãos.
Pe. Joaquim -
Pe. Barbosa - Pe. Carvalho
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O
Pão partilhado...
Hoje se fala muito da FOME no mundo.
Quem não viu imagens de
pessoas famintas, que mais parecem cadáveres ambulantes.
Deus nos convida
a PARTILHAR o "Pão" da vida com todos aqueles que têm
"fome" de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança.
A 1a Leitura
fala do PÃO PARTILHADO de Eliseu: (2 Rs 4,42-44)
Um homem, durante uma longa
carestia, oferece generosamente a Eliseu "o
pão das primícias": 20 pães de cevada.
- O Profeta não guarda para
si o precioso alimento e manda repartir com o povo: "Dá ao povo para que coma".
- O Homem se surpreende: "Mas como? É tão pouco para 100
pessoas."
- E o Profeta lhe garante: "Dá... todos comerão e ainda
sobrará…"
* Vemos a atitude de DEUS,
que não multiplica os pães do NADA e o gesto generoso de duas PESSOAS:
- Um homem desconhecido que oferece o
fruto do seu trabalho e - Eliseu que partilha o dom recebido.
= O Pão partilhado sacia a fome de todos...
e ainda sobra...
Jesus também alimentará outra multidão
de um modo semelhante...
Não será esse o caminho para o problema
da fome no mudo?
Na 2ª Leitura, Paulo
exorta a viver a vocação recebida e manter a UNIDADE com o vínculo da Paz.
É o caminho para poder sentar
à mesa do Banquete do Senhor.(Ef 4,1-6)
No Evangelho, JESUS
multiplica e reparte o pão. (Jo 6,1-15)
Interrompe-se a leitura de
Marcos, própria do Ano B, para incluir o capítulo 6o de João, dando
continuidade à narrativa.
É um conjunto de 5 domingos,
em que somos convidados a refletir sobre a Multiplicação dos PÃES e o Sermão do
PÃO DA VIDA.
É o único milagre descrito
pelos 4 evangelistas…
- O Povo, faminto da sua
palavra cheia de vida, segue o Cristo, que se retirara com os discípulos para
um lugar deserto.
- Cristo teve compaixão… E
continuou a falar…
E atento às necessidades do povo, provoca os
apóstolos:
"Onde
vamos comprar pão para que eles possam comer?"
. Felipe: "Nem
duzentas moedas são suficientes…"
. André: "Um
menino tem 5 pães e 2 peixe… mas o que é isso?"
- Jesus: "Fazei-os sentar… tomou os pães, abençoou e distribuiu..."
Na partilha, todos ficam saciados e ainda
sobra alimentos...
- Reação do povo: "Quer fazê-lo rei".
Não entendeu o "sinal", que
acompanha sua missão.
Jesus não veio para distribuir cestas
básicas e ser eleito prefeito.
O verdadeiro pão que alimenta o mundo é
Jesus, Palavra do Pai.
- E Jesus retirou-se para a
montanha…
+ O Povo continua a ter fome...
Além da fome material, que é uma questão
angustiante do nosso tempo, existe a fome de outros valores humanos e cristãos.
A solução não está no muito que poucos
possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um, que é repartido entre todos.
* Olhando o Brasil, um país
tão rico, com uma população tão pobre, o que significa, hoje, para nós a ordem
de Jesus:
"Dai-lhe vós mesmos de comer!"(Mc 6,37)
+ Qual é o Caminho?
No Evangelho, Jesus propõe TRÊS PISTAS:
a) A PARTILHA é o primeiro passo para erradicar a fome do mundo:
Jesus não dá uma esmola: ajuda as pessoas a
repartirem o que elas têm…
Quando se reparte, todos têm o necessário e
ainda sobra…
Os milagres de Deus iniciam onde a
generosidade humana chega ao limite.
b) A ORGANIZAÇÃO do povo é um elemento importantíssimo para que ele
possa reivindicar e conquistar os seus direitos:
Jesus
pede para que os discípulos organizem a multidão para que se sente.
c) Evitar o DISPERDÍCIO: Jesus pede para recolher o
que sobrou, serviria também para os ausentes e afastados...
+ PARTILHAR
continua sendo obra do seguidores de Cristo...
Partilhar o que? Partilhar com quem?
- Jesus partilhou a Palavra e o Pão... com os apóstolos... com o povo...
- E nós o que podemos partilhar? E com quem?
- Com a família: trabalhos... o dinheiro...(roubar o marido), as
coisas...
- Com os amigos: Conhecimentos... objetos...
- Comunidade: a fé (Grupos), dons... tempo...
+ Cristo ainda hoje continua a
nos alimentar
A multiplicação dos pães é
sinal profético do pão da vida eterna.
Jesus usa gestos idênticos aos da última ceia:
"Tomou os Pães, deu graças e os
repartiu", querendo manifestar a relação íntima entre o pão da
Multiplicação e o pão da Eucaristia.
Quem partilha a compaixão de
Jesus com os famintos, vive e cumpre o Evangelho, quando diz: "Tive fome e me destes de comer".
- Neste contexto, qual é o
sentido da Eucaristia?
.
Ficar de braços cruzados, aguardando o milagre de Deus?
. ou
colaborar com os nossos 5 pães e 2 peixes?
Que nossos encontros
dominicais não se reduzam a um encontro social, pelo contrário, possam ser
momentos fortes de fé para saciar a nossa fome de Deus e para nos
responsabilizar pela vida dos que caminham com fome ao nosso lado...
Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA
DO PE. PEDRINHO
Hoje
S. Paulo diz que há um só batismo. É evidente que há um só batismo, porque é um
único Pão que nos une. Este é o Pão da unidade, o Pão da Eucaristia. É o Pão
que nos alimenta, mas que nos leva a um único Corpo. Por isso, um só corpo. O
único corpo que é chamado Corpo Místico de Cristo. Aonde Jesus é a cabeça e nós
formamos o corpo. É assim que nós percebemos, tocamos, vemos, ouvimos, sentimos
o Cristo Ressuscitado. É evidente, que a Celebração de hoje nos leva a
aprofundar um pouco mais sobre a questão do Pão. Já, o profeta Eliseu ajudou
aquele fulano Baal-Salisa a entender qual era o bom Deus e qual é a vontade de
Deus. Aquele senhor quis homenagear Eliseu. Tinha uma boa intensão; tinha
vontade de agradá-lo, de retribuir por ele ser um homem de Deus. Portanto,
Baal-Salisa se dá conta de que Eliseu é o representante de Deus. O que ele quer
fazer? Quer homenageá-lo. Aí, ele oferece para Eliseu vinte pães. Eliseu diz:
muito obrigado, mas distribuí ao povo. Isto para ele era um pouco
incompreensível, porque se eu estou lhe dando um presente, porque é um homem de
Deus, como é que você manda dar para o povo que não é de ninguém? E Eliseu
ajuda a compreender, que há dois modos de você tratar Deus. Um, tentando
ganha-lo com presentes. Outro, tentando ganha-lo com caridade. Olha a
diferença. No primeiro caso, ganha-lo com presentes significa; eu ofereço para
Deus, mas Deus precisa do que de nós? Quem quer oferecer alguma coisa para
Deus, está equivocado, está enganado, pois se ele precisar de alguma coisa de
nós, ele não é Deus. Ele não precisa, sequer que tenhamos fé. Se você crê ou
não em Deus, isto não vai mudar Deus em nada, mas para você muda tudo. Porque
se você não crê em Deus, você não sabe em quem acreditar. Agora, se você quer
presentear Deus, sirva ao povo. Isto é muito interessante, porque o povo
precisa de todo o nosso cuidado, de toda a nossa atenção. Então, aquele senhor
crendo que Eliseu é um homem de Deus, acolheu a sua palavra e distribuiu o pão.
E, para surpresa dele, os cem presentes comeram dos vinte pães. É muito
interessante, porque o Evangelho volta a falar o seguinte: há uma grande
multidão atrás de Jesus, porque Ele realizou sinais, curou enfermos... então,
Jesus, que sempre aproveita qualquer ocasião para nos orientar, para orientar
os discípulos, aí então, Jesus chama Felipe e diz: escuta, onde vamos comprar
pão para toda esta multidão? Felipe se
assusta, porque tem cerca de cinco mil homens, nem duzentas moedas de prata
seriam suficientes para cada um comer um pedacinho. Aí, Jesus diz: o que temos
aí? André diz: tem um menino aí que tem cinco pães e dois peixes. Jesus pega
esse pão, olha para o céu, dá graças; portanto, vai nos lembrar a última ceia,
vai lembrar a Eucaristia e manda distribuir.
Deus
não pede o que nós não temos. Ele pediu os cinco pães e os dois peixes, que é o
que o menino tinha. Para surpresa de todos, todos comeram até se saciar e ainda
sobraram doze cestos. É muito difícil as pessoas fugirem da idéia da mágica. Dá
a impressão de que Jesus fez assim...( ) e o
pão foi se multiplicando. Não. Somos chamados a lembrar do Eliseu,
porque foi isso que ele quis ensinar a seus discípulos e a lembrar o pedido de
Jesus; para distribuir o que eles tinham. Meus irmãos e irmãs, este é o grande
sinal dado por Jesus. Ele mostrou que não existe fome. Mostrou que quando cada
um concorre, colabora para servir, tudo acaba bem.
Dia
24 de junho nós fizemos uma experiência muito interessante. Foi pedido que cada
um trouxesse arroz, salada, refrigerante; quinhentas pessoas comeram à vontade
e ainda sobrou para levar para a casa que abriga os moradores de rua. Levamos
de carro, porque era muita comida. Então, o mesmo sinal permanece. O mesmo
milagre de Jesus acontece. O que é que Deus espera de nós? Que nós façamos a
nossa parte. Qual é a nossa parte? Ele nos ofereceu e oferece a semente de
trigo, a terra, a água e o sol. Ele espera de nós o que? Que agente junte tudo
isso. Porque se você puser a semente na terra, jogar água, esperar que o ar e o
sol façam a sua parte, sempre haverá trigo em abundância. Agora, se ninguém
plantar, não vai nascer, porque Deus quer a nossa colaboração como sua imagem e
semelhança. Ele quer que sejamos criadores. É evidente que falar de roça, em
ambiente urbano, da cidade, fica muito distante da nossa realidade. Ainda que
eu quisesse plantar trigo aqui, eu não tenho espaço e não tenho clima adequado.
Acontece que o nosso trabalho se traduz em dinheiro e se torna para nós o pão
de cada dia. Por que? Por que através do nosso dinheiro que conseguimos
comprar, obter aquilo que não temos condições de plantar. De qualquer maneira é
fruto do trabalho. Ou plantar o trigo ou comprar o trigo em forma de pão e
assim por diante. Muito bem, mas tem uma questão importante; Jesus é contra o
desperdício. Olha que Ele não falou: a sobra joga fora. Reúne tudo; doze
cestos. Claro que o número doze é simbólico. É exatamente para que cada um dos
doze apóstolos levasse um cesto consigo. Tanto é simbólico que não tinha pão,
não tinha nada e tinha cestos. Só para nos ajudar a refletir, que a proposta de
Jesus é fazer acontecer o que Eliseu pediu. A proposta de Jesus é que
aprendamos com essa lição. Só que, infelizmente, o povo, lá, não conseguiu
pensar além do benefício material. O povo já estava interessado porque Jesus
curava os enfermos. Então, eu fico por perto, porque se precisar, eu seu a quem
recorrer. E, agora estão interessados em fazê-lo rei. Afinal de contas, todo
mundo comeu de graça. É isso que muitas vezes agente espera do governante.
Então, Jesus se manda para o monte. Ele não quer ser Rei para esse mundo. Ele
quer ser um sinal para todos nós.
Então,
a pergunta que a liturgia nos faz é esta: eu vou atrás de Jesus por quê? Qual é
o meu interesse? É obter benefícios, sobretudo material? Não vou encontra-lo.
Ele vai fugir de mim toda hora. Agora, se eu ouvir o restante do ensinamento de
Jesus, eu vou ter uma visão completa. Ele diz o que? Não busquem, não só de pão
vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Vocês vieram atrás de mim por causa
do pão que eu lhes dei? Procurai o Pão vindo do Céu.
Bom,
agora entramos em outro nível. Porque o Pão vindo do Céu é o Pão Eucarístico. O
Pão Eucarístico é o resultado da nossa disposição e esforço de viver a unidade
entre nós. Então, o grande convite é esse: não busque só o pão material. Olhe o
que estou dizendo; só o pão material. Não está errado pedir o pão material, mas
vamos buscar o pão da solidariedade, da justiça, do amor, da harmonia, assim
por diante...
É
isto que é esperado de cada um de nós. Agora, é evidente que a Eucaristia é o
que nos une no corpo único, na única comunidade que nos dá bastante força para
realizarmos esta missão. Que nós possamos procurar em Cristo, aquele que nos
ajuda neste mundo e para a vida eterna.
PE.
PEDRINHO
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Homilia do D.
Henrique Soares
Salta à vista o
tema do pão na liturgia de hoje: ele aparece claramente na primeira leitura e
no evangelho e, de modo implícito, está presente também no salmo. Na tradição
bíblia, o pão recorda duas coisas importantíssimas. Lembra-nos, primeiramente,
que não somos autossuficientes, não possuímos a vida de modo absoluto: devemos
sempre renová-la, lutar por ela. O homem não se basta a si próprio; precisa do
pão de cada dia. E aqui, um segundo importante aspecto: o homem não pode,
sozinho, prover-se de pão: é Deus quem faz a chuva cair, quem torna o solo
fecundo, quem dá vigor à semente. Assim, a vida humana está continuamente na
dependência do Senhor. Portanto, meus caros, todos necessitamos do pão nosso de
cada dia – e este é dom de Deus. “O que tens tu, ó homem, que não
tenhas recebido? E, se recebeste, do que, então, te glorias?”
Desse modo, caríssimos irmãos em Cristo, Jesus, ao multiplicar
os pães, apresenta-se como aquele que dá vida, que nos sacia com o sentido da
existência – sim, porque não há vida de verdade para quem vive sem saber o
sentido do viver! – Dá-nos, Jesus a vida física, a vida saudável, mas dá-nos,
mais que tudo, a razão verdadeira de viver uma vida que valha a pena!
Mas,
acompanhemos com mais detalhes a narrativa do Quarto Evangelho. Jesus, num
lugar deserto, estando próxima a Páscoa, Festa dos judeus, manda o povo
sentar-se sobre a relva verde, toma uns pães e uns peixes, dá graças, parte, e
os distribui… multiplicando os pães e os peixes. Todos comeram e ficaram
saciados. Não aparece no evangelho deste Domingo, mas sabemos, pela continuação
do texto de São João, que o povo, após o milagre, foi à procura do Senhor e ele
recriminou duramente a multidão: “Vós me procurais não porque
vistes os sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados!” Que
sinal o povo deveria ter visto? Recordemos que no final do trecho que escutamos
no evangelho o povo exclama: “Este é verdadeiramente o
profeta que devia vir ao mundo”. Eis: o povo até que começou a
discernir o sentido do milagre de Jesus; mas, logo depois, fascinado
simplesmente pelo pão material, pelas necessidades de cada dia, esquece o
sinal. Insistimos: que sinal? Primeiro, que Jesus é o Novo Moisés, aquele
profeta que o próprio Moisés havia anunciado em Dt 11,18: “O Senhor Deus suscitará no vosso meio um profeta como eu”.
Pois bem: como Moisés, Jesus reúne o povo num lugar deserto, como Moisés, sacia
o povo com o pão… Mas, Jesus é mais que Moisés: ele é o Deus-Pastor que faz o
rebanho repousar em verdes pastagens (“Havia muita relva naquele lugar… Jesus
mandou que o povo se sentasse…”) e lhe prepara uma mesa. Era isso que o povo
deveria ter compreendido; foi isso que não compreendeu…
E nós, compreendemos os sinais de Cristo em nossa vida? Somos
capazes de descortinar o sentido dos seus gestos, seja na alegria seja na
tristeza, seja na luz seja na treva? Os gestos de Jesus na multiplicação dos
pães é também prenúncio da Eucaristia. Os quatro gestos por ele realizados –
tomou o pão, deu graças, partiu e deu – são os gestos da Última Ceia e de todas
as ceias que celebram o sacrifício eucarístico do Senhor: na apresentação das
ofertas tomamos o pão, na grande oração eucarística (do prefácio à doxologia –
“Por Cristo, com Cristo…”) damos graças, no “Cordeiro de Deus” partimos e na
comunhão distribuímos. Eis a Missa: o tornar-se presente dos gestos salvíficos
do Senhor, dado em sacrifício e recebido em comunhão.
Vivendo
intensamente esse Mistério, nos tornamos realmente membros do corpo de Cristo,
que é a Igreja. Cumprem-se em nós, de modo real, as palavras do Apóstolo: “Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança
a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e
Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em
todos”. Eis, caríssimos! Que o bendito Pão do céu, neste sinal
tão pobre e humilde do pão e do vinho eucarísticos, nos faça compreender e
acolher a constante presença do Senhor entre nós e nos dê a graça de vivermos
de verdade a vida de Igreja, sendo um sinal seu no meio do mundo. Amém.
D. Henrique Soares
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PARA A
CELEBRAÇAO DA PALAVRA (Diáconos
e Ministros extraordinários da Palavra):
Jo 6, 1-15 LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS
VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O N.D.
- COM JESUS, por Jesus, e em
Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, Obrigado pelos dons que nos
destes.
-
Senhor, nosso Deus, bendito sejais pelo grande amor que tendes por cada um de
nós. Vos agradecemos por nos dar a vida e nos ensinar os caminhos de vosso
Reino.
T: Pai, Obrigado pelos dons que nos
destes.
-
Senhor, nosso Deus, vos agradecemos por nos enviar vosso Filho e nos dar o
vosso Espírito Santo pelo batismo. Pai, dai-nos o entendimento para que sigamos
os ensinamentos de Jesus e alcancemos a salvação.
T: Pai, Obrigado pelos dons que nos
destes.
-
Senhor, nosso Deus, ajudai-nos para que tenhamos o coração aberto às
necessidades de nossos irmãos e irmãs e saibamos ajudar a necessidade do outro.
T: Pai, Obrigado pelos dons que nos
destes.
-
Senhor, nosso Deus, Que saibamos reconhecer os bens que nos destes como dons
vossos e que somos apenas administradores dessas riquezas; que saibamos ser
acolhedores, amantes da justiça, solidários nas dificuldades; que saibamos
espelhar vosso amor.
T: Pai, Obrigado pelos dons que nos
destes.
- PAI NOSSO... A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO DE
DEUS...