quinta-feira, 20 de agosto de 2015

21º Domingo do Tempo comum, Dia do Catequista, homilia dominical, Homilias, XXI domingo do Tempo Comum 2015

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM 2015 (adaptado e postado pelo diácono Ismael)

SINOPSE:

Tema: Vocação para os ministérios e serviços na comunidade e na sociedade. Dia do Catequista
Primeira leitura: Josué convida as tribos de Israel a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses.  Evangelho: coloca dois grupos diante da proposta de Jesus. Um com a lógica do mundo, que tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna.
Na segunda leitura, Paulo diz que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. O casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.

PRIMEIRA LEITURA (Js 24,1-2a.15-17.18b) Leitura do Livro de Josué. ...Josué reuniu ...todas as tribos  .... falou ao povo: “...escolhei a quem quereis servir: se aos deuses  a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”.  E o povo respondeu...: “Longe de nós abandonarmos  o Senhor, para servir a deuses estranhos. Porque nosso Deus é quem nos tirou da terra da escravidão. Foi ele quem realizou esses grandes prodígios. Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”.

AMBIENTE O Livro de Josué (séc. XII a.C.,  antes de ser um livro de história, é um livro de catequese. O objetivo era destacar o poder de Jahwéh: ao Povo resta-lhe a fidelidade à Aliança e aos mandamentos.

MENSAGEM - Josué relembra como Jahwéh é um Deus em quem se pode confiar; as suas ações libertadoras são prova do seu poder e da sua fidelidade. É necessário escolher entre servir esse Senhor libertador, que o introduziu na Terra Prometida, ou servir os deuses dos mesopotâmios e os deuses dos amorreus. Josué e a sua família escolheram servir Jahwéh e Todos manifestam a mesma intenção. Só no Deus único podem encontrar a vida plena.

ATUALIZAÇÃO ਠO fundamental é: “escolhei a quem servir”. Ao longo da vida encontramos também outros deuses e outras propostas que parecem garantir-nos a vida, o êxito, a realização e a felicidade.
ਠO compromisso com Deus não é servidão, mas um caminho à realização plena. É um caminho que nos projeta para o amor, para a partilha, para o serviço, para o dom da vida, para a verdadeira felicidade.

10. EVANGELHO (Jo 6,60-69). Evangelho ...segundo João. ...muitos dos discípulos disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” ...Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá a vida, a carne  não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem”. ...E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. Muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. Jesus disse aos doze: “Vós também quereis ir embora?” Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

AMBIENTE - Estamos no final do episódio que começou com a multiplicação dos pães e que continuou com o “discurso do pão da vida”. A multidão esperava um messias rei que lhe oferecesse vida confortável e pão em abundância e Jesus mostrou que não veio “dar coisas”, mas oferecer-Se a Ele próprio para que a humanidade tivesse vida; a multidão esperava uma proposta de triunfo e de glória e Jesus convidou-a a identificar-se com Ele e a segui-lo no caminho do amor e do dom da vida até à morte… Jesus questiona: ou a lógica humana, virada para os bens materiais e satisfações imediatas, ou a lógica de Deus, seguindo-o e fazendo da vida um dom de amor. Instalados nos seus preconceitos e sonhos materiais, desiludidos com um programa que lhes parecia condenado ao fracasso, muitos recusaram-se a identificar-se com Ele e com o seu programa.
Temos de situar esta “catequese” no contexto da comunidade de João, nos finais do séc. I… A comunidade cristã era discriminada e perseguida; muitos discípulos afastavam-se e trilhavam outros caminhos, recusando-se a seguir Jesus no dom da vida. Muitos perguntavam: para ser cristão é preciso percorrer um caminho tão radical? A proposta de Jesus é um caminho de vida plena, ou de fracasso? É a estas questões que o “catequista” João vai tentar responder.

MENSAGEM – Os discípulos se dividem em dois grupos: para uns a proposta é excessiva para a força humana. Eles não renunciam aos seus próprios projetos de ambição e de realização humana, a embarcar com Jesus no caminho do amor e da entrega, a fazer da própria vida um serviço e uma partilha com os irmãos. Esse caminho é demasiado exigente. A esses “discípulos”, Jesus assegura-lhes que não é um caminho de fracasso, mas é um caminho destinado à glória e à vida eterna. A “subida” do Filho do Homem, após a morte na cruz, para reentrar no mundo de Deus, será a “prova provada” de que a vida oferecida por amor conduz à vida em plenitude. Esses “discípulos” não acolhem a proposta de Jesus porque raciocinam de acordo com a lógica humana, da “carne”; só o dom do Espírito possibilitará perceber a lógica de Jesus; O caminho do amor e da doação conduz à vida plena e feliz.
Esses discípulos seguem Jesus pelas razões erradas (a glória, o poder, bens materiais). A sua adesão é superficial. Jesus não força ninguém; apenas apresenta a sua proposta e espera que o “discípulo” faça a sua opção.
A vida nova que Jesus propõe é um dom de Deus oferecido a todos. Se a pessoa não está aberta à ação do Pai e recusa os dons de Deus, não pode integrar a comunidade dos discípulos e seguir Jesus.
Depois, Jesus pede aos “Doze” que façam a sua escolha: “também vós quereis ir embora?” Jesus não suaviza … Ele corre o risco de ficar sem discípulos, mas não prescinde da radicalidade do seu projeto. Não é uma questão de teimosia; Jesus está seguro que o caminho que Ele propõe – o amor, o serviço, a partilha, a entrega – é o único caminho para chegar à vida plena… Por isso, Ele não pode mudar uma vírgula da sua proposta. O caminho para a plenitude já foi exposto por Jesus; resta aos “discípulos” aceitá-lo ou rejeitá-lo. Os “Doze” aceitam segui-lo no caminho do amor e da entrega. Quem responde em nome do grupo (uso do plural) é Simão Pedro: “Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. A comunidade reconhece que os outros caminhos só geram vida parcial; só no caminho que Jesus ensina se encontra a felicidade duradoura. A “fé” (adesão a Jesus) traduz-se no seguimento de Jesus, na identificação com Ele, no compromisso com a proposta que Ele faz (“comer a carne e beber o sangue” que Jesus oferece e que dão a vida eterna). A resposta de Pedro é a resposta que a comunidade de João  é convidada a dar: “Senhor, as tuas propostas nem sempre fazem sentido à luz dos valores que governam o mundo; mas nós estamos seguros de que o caminho que Tu nos indicas é um caminho que leva à vida eterna. Queremos escutar as tuas palavras, identificar-nos contigo, viver de acordo com os valores que nos propões, percorrer contigo esse caminho do amor e da doação que conduz à vida eterna.

ATUALIZAÇÃO ਠ Todos os dias somos desafiados pela lógica do mundo, nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda; e somos convidados por Jesus a construir a nossa existência sobre os valores do amor, do serviço humilde, da partilha, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho… Temos de fazer a nossa escolha, sabendo que ela terá consequências no nosso estilo de vida, na forma como nos relacionamos com os irmãos. Não podemos tentar agradar a Deus e ao diabo e viver uma vida “morna” e sem exigências, procurando conciliar o inconciliável. A questão é esta: estamos ou não dispostos a aderir a Jesus e a segui-lo no caminho do amor e do dom da vida?
ਠOs “muitos discípulos” não aceitaram a proposta de Jesus. Amarrados aos seus sonhos de riqueza fácil, de ambição, de poder e de glória, não estavam dispostos a trilhar um caminho de doação em benefício dos irmãos. Este grupo representa esses “discípulos”, que até podem frequentar a comunidade cristã, mas que no dia a dia vivem obcecados com a ampliação da sua conta bancária, com o êxito profissional a todo o custo … Para estes, as palavras de Jesus “são palavras duras” e a sua proposta de radicalidade é uma proposta inadmissível. Todos nós sentimos, por vezes, a tentação de atenuar a radicalidade da proposta de Jesus e de construir a nossa vida com valores mais condizentes com uma visão “light” da existência..
ਠOs “Doze” ficaram com Jesus, pois só Ele tem “palavras que comunicam a vida definitiva”. Eles representam aqueles aderem sinceramente a Jesus, se comprometem com o seu projeto, acolhem no coração a vida que Jesus lhes oferece e se esforçam por viver em coerência com a opção por Jesus que fizeram no dia do seu Batismo.
ਠ Jesus não parece estar preocupado com o número de discípulos que continuarão a segui-lo: o Evangelho que Jesus veio propor conduz à vida plena, mas por um caminho que é de radicalidade e de exigência. Muitas vezes tentamos “suavizar” as exigências do Evangelho, a fim de que ele seja mais facilmente aceite pelos homens do nosso tempo… Temos de ter cuidado para não desvirtuarmos a proposta de Jesus e para não despojarmos o Evangelho daquilo que ele tem de verdadeiramente transformador. O que deve preocupar-nos não é tanto o número de pessoas que vão à Igreja; mas o grau de radicalidade com que vivemos e testemunhamos no mundo a proposta de Jesus.
à Jesus mostra, neste episódio, o respeito de Deus pelas decisões (mesmo erradas) do homem, pelos caminhos diferentes que o homem escolhe seguir. O nosso Deus é um Deus que respeita o homem, que aceita que ele exerça o seu direito à liberdade. Por outro lado, um Deus tão compreensivo e tolerante convida-nos a compreensão para com os irmãos que seguem caminhos diferentes, que fazem opções diferentes, que conduzem a sua vida de acordo com valores e critérios diferentes dos nossos. Essa “divergência” de caminhos não pode servir de pretexto para o marginalizarmos e para o excluirmos o irmão do nosso convívio.

8. SEGUNDA LEITURA (Ef 5,21-32) Paulo aos Efésios. – Irmãos sede solícitos uns para com os outros. As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o Salvador do seu Corpo. Mas como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. Ele quis ...apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível. Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; e nós somos membros do seu corpo! Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne.  Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja.

AMBIENTE - Paulo lembra a opção que fizeram no Batismo e viver como Homens Novos, à imagem de Jesus.
Paulo refere-se aos deveres dos esposos, porque vê na sua união uma figura da união de Cristo com a sua Igreja.

MENSAGEM - “sede submissos uns aos outros no temor de Cristo”. O “ser submisso” atitude de serviço humilde, sem deixar ser dominado pelo orgulho ou prepotência. A expressão “no temor de Cristo” recorda que o Cristo do amor, do serviço, da partilha é o exemplo que devemos ter diante dos olhos.
O texto se refere à relação dos esposos um com o outro (na continuação, Paulo falará também da conduta dos filhos para com os pais, dos pais para com os filhos, dos senhores para com os escravos e dos escravos para com os senhores – cf. Ef 6,1-9).
Às mulheres, Paulo pede a submissão aos maridos, porque “o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu corpo”. Esta afirmação deve ser entendida no contexto sócio-cultural da época, onde o homem aparece como a referência suprema da organização do núcleo familiar. De qualquer forma, a “submissão” de que Paulo fala deve ser sempre entendida no sentido do amor e do serviço e não no sentido da escravidão.
Aos maridos, Paulo recomenda que amem as suas esposas, “como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela”. Não se trata de um amor qualquer, mas de um amor igual ao de Cristo pela sua comunidade – isto é, de um amor generoso e total, que é capaz de ir até ao dom da própria vida, um amor despido de qualquer egoísmo e prepotência; um amor cheio atitudes de generosidade, de bondade e de serviço, que se faz dom total à pessoa a quem se ama. Como Cristo e a Igreja formam um só corpo, do mesmo modo marido e esposa formam um só corpo: “por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua mulher e serão dois numa só carne”. A expressão “uma só carne” alude a toda a sua vida conjugal, feita na vivência do amor, da fidelidade e da partilha de toda a existência.
Este paralelismo estabelecido por Paulo dá um significado especial ao casamento cristão: a vocação dos esposos é anunciar e testemunhar, com o seu amor e a sua união, o amor de Cristo pela sua Igreja. Dito de outra forma: a união dos esposos deve ser um sinal do “mistério” de amor que une Cristo e a Igreja.

ATUALIZAÇÃO à  Para o seguidor de Jesus, a família manifesta os valores do Reino.
ਠPara Paulo, o amor que une o marido e a esposa deve ser um amor como o de Cristo pela sua Igreja. Desse amor devem estar ausentes o egoísmo, prepotência, exploração, injustiça… Deve ser um amor que é paciente, que não é arrogante nem orgulhoso, que compreende os erros e as falhas dos outro, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13,4-7).
ਠO matrimônio não pode tornar-se uma competição para ver quem tem mais direitos ou mais obrigações, mas uma comunhão de vida que, a exemplo de Cristo, fazem da sua existência uma partilha e um serviço a todos os irmãos que caminham ao seu lado.
ਠPaulo utiliza a palavra “submissão”. Esta palavra deve ser entendida no contexto sociocultural da época, em que o marido era considerado a referência fundamental da ordem familiar. Hoje, Paulo não teria usado este termo para falar da relação da esposa com o marido. A afirmação de Paulo não pode servir para fundamentar qualquer tipo de discriminação contra as mulheres… Aliás, Paulo dirá, que “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28).
==========------------
 D. HENRIQUE SOARES - Nenhum cristão jamais poderá dizer que foi enganado pelo Senhor! Deus nunca se mascarou para nós, nunca nos falou palavras agradáveis para nos seduzir, nunca agiu como os nossos políticos; Deus não usa botox! Ele é um Deus verdadeiro, leal, honesto! Não esconde suas exigências, não omite suas condições para quem deseja segui-lo e servi-lo…
Escutamos na primeira leitura de hoje Josué mandando o povo escolher: seguir os ídolos, que não exigem nada ou, seguir o Senhor, que é exigente, que é Santo e corrige os que nele esperam? O próprio Josué dirá: “Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus ciumento, que não tolerará as vossas transgressões, nem os vossos pecados!” (Js 24,19) Vede, meus caros, que o nosso Deus não se preocupa com popularidade, não faz conta do número de fiéis, não abranda suas exigências para ser aceito, mas sim, faz conta da fidelidade ao seu amor e ao seu chamado!
O que aparece na primeira leitura torna-se ainda mais claro e dramático no evangelho. Após dizer claramente que sua carne é verdadeira comida e seu sangue é verdadeira bebida, muitos discípulos se escandalizaram com Jesus E Jesus? Muda sua palavra para encher as igrejas? Não! Popularidade nunca foi seu critério! Ainda que sua palavra escandalize, ele nunca volta atrás. O Senhor nunca se converte a nós; nós é que devemos nos converter a ele! Pode-se manipular os ídolos; nunca o Deus verdadeiro!
Diante dos discípulos murmuradores Jesus apresenta a cruz: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes?” Lembremo-nos que, para o Evangelho de São João, a subida de Jesus para o Pai começa na cruz: ali ele será levantado! não poderá seguir o Senhor aquele que não estiver disposto a contemplá-lo na cruz! E Jesus previne: “O Espírito é que dá vida; a carne não adianta nada! As palavras que vos falei são Espírito e vida!”: somente se nos deixarmos educar pelo Santo Espírito, somente se deixarmos os pensamentos e a lógica à medida da carne, isto é, à medida da mera razão humana, é que poderemos compreender as coisas de Deus, coisas que passam pela cruz de Cristo! “a carne não adianta nada”! Não nos iludamos: entregues à nossa própria razão, pensaremos como o mundo e jamais acolheremos Jesus e suas exigências! E o Senhor continua: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido por meu Pai!”: acolher Jesus, compreender suas palavras e acolhê-las, é graça de Deus e somente abertos para a graça poderemos realizá-lo! Quando isso acontece, experimentamos como o Senhor é bom, o quanto é suave, o quando é doce segui-lo!
São Paulo pensa o lar cristão como uma pequena comunidade de discípulos de Cristo, uma pequena Igreja e dá conselhos estupendos! O sentimento que deve nortear o comportamento familiar é o amor. Que amor? Aquele amor manifestado na cruz, aquele entre Cristo e a Igreja!: marido e mulher se amando como Cristo e a Igreja se amam, marido e mulher sendo felizes na felicidade um do outro: “Sede solícitos uns para com os outros!”
Para o cristianismo, a família cristã não é uma instituição humana, mas divina, um sacramento. Mais ainda: a família é a primeira Igreja, a primeira comunidade de irmãos em Cristo. Ali, é Jesus quem deve reinar, ali é o temor de Deus quem deve regular a convivência. Que desgraça hoje em dia a banalização da família cristã: a família é santa, sagrada, não pode ser profanada pelo desamor, pela indiferença, pela imoralidade, pela violência, pelo consumismo, pela opressão, pela divisão, pela vulgarização! Que beleza um homem e uma mulher unidos no amor com a bênção do Senhor gerando filhos, gerando amor feito carne, feito gente, para o mundo, para a Igreja, para a vida! Este é o sonho do Senhor para a família! Que bênção a convivência familiar! Que doçura poder partilhar as alegrias e tristezas, as lutas e dificuldades num lar cristão, onde juntos rezam, partilham, vencem as dificuldades! São Paulo está dizendo que a comunhão familiar é imagem da comunhão entre Cristo e a Igreja!
É fácil viver a família assim? Não! Como não é fácil levar a sério a Palavra do Senhor! E Jesus, mais uma vez, nos pergunta: “Isto vos escandaliza?” Escandaliza-vos o matrimônio ser indissolúvel? Escandaliza-vos a fidelidade conjugal? “Quereis também ir embora?”
Caríssimos, que nossa resposta seja a de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Caminhar contigo não é fácil; acolher tuas exigências nos custa; compreender teus motivos às vezes é-nos pesado… Mas, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos que tu és o Santo de Deus!”. Que as palavras de Pedro sejam as nossas e, como Josué, possamos dizer: “Eu e minha família serviremos o Senhor!” Amém.
===========--------------==========

QUE DEUS TE ABENÇOE.

Domingo, dia do catequista, estaremos Celebrando a Palavra com toda a comunidade e também comemorando o dia do Catequista. Por esta razão, lembraremos dos catequistas.
Quanto à participação dos catequistas, todos entrarão em procissão,  cantando a música dos catequistas (caminho para o discipulado). 
Na liturgia da Palavra, todas as catequistas entrarão com uma vela acesa, acompanhando uma criança que leva o Lecionário, cantando a musica "Ressoar a Palavra de Deus em todo lugar" e ficarão em volta da mesa da Palavra até terminar a proclamação do Evangelho.
No final, após a "Oração depois da comunhão”, se postarão em torno do Altar e farão a "Oração do Catequista" formulada pela CNBB.

ORAÇÃO DA(DO) CATEQUISTA:
 SENHOR, Como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhedoras,
Testemunhas de fé, de esperança e de caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-Te nas situações em que a vida está ameaçada. 
Aquece nosso coração, para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra, 
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão, alimento para a caminhada. 
Permanece conosco!
Faze de nós discípulos missionários, a exemplo de Maria sempre fiel,
sendo testemunhas de tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém! 

=======--------========
"Senhor, a quem iremos?"
Ao longo da estrada de nossa vida, nos deparamos com muitas encruzilhadas,
em que devemos fazer uma ESCOLHA:  Devemos tomar uma estrada e deixar a outra…
Como é importante, nesses momentos, o testemunho seguro de alguém que sabe o que quer!

Li numa revista a afirmação de uma artista de TV:
"Eu sou católica, batizei minha filha na Igreja, mas quando ela crescer, ela irá escolher a sua religião".  O que você pensa a respeito?    Será que essa mãe deixará a filha crescer, para ver se ela quer comer e estudar?

As leituras nos dão dois testemunhos muito significativos: Josué e Pedro.

A 1a Leitura narra a ESCOLHA de Israel: Javé ou os ídolos. (Js 24,1-2.15-18)

Após a longa peregrinação através do deserto e a posse da Terra Prometida, Josué convoca o Povo e o põe diante de uma ESCOLHA fundamental:   "ESCOLHEI a quem quereis servir: os deuses do lugar,  ou o Deus que nos libertou do Egito e fez uma Aliança conosco?  Eu, porém, e a minha família vamos servir ao Senhor".

Diante do testemunho forte de Josué, o povo não se deixou levar pela tentação de uma religião mais fácil dos cananeus,  pelo contrário decidiu continuar fiel ao Deus de seus pais.

Na 2ª Leitura, Paulo fala do amor conjugal, como sinal do amor de Cristo à sua Igreja. Os esposos devem escolher: Amor ou egoísmo. (Ef 5,21-32)

Como Cristo e a Igreja formam um só corpo, assim marido e esposa, comprometidos numa comunidade de amor, formam um só corpo. O casal cristão deve ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.

O Evangelho narra a ESCOLHA de Pedro. (Jo 6,60-69)

O texto é a conclusão do discurso do "Pão da vida", que provoca uma profunda crise entre os discípulos…
Diante de Jesus e de suas palavras, são levados a fazer uma ESCOLHA... 
- Cristo havia feito o milagre da multiplicação dos pães… - O Povo entusiasmado quer proclamá-lo rei…
- Cristo pede um gesto de fé: crer ou não nele... aceitar ou não a sua proposta...
  Buscar apenas o pão material ou acolher o Dom do Pão da  vida...
  Como alimentara o povo com o pão material… assim também daria um outro pão que seria o próprio corpo (a Eucaristia).

- E o povo se escandaliza… não aceita… até os discípulos murmuram:
  "Essas palavras são duras demais, é difícil de engolir..."  Muitos se retiram e o abandonam…

- Jesus não muda a linguagem, exige fé. A fé pode ser aceita ou recusada, mas não "negociada"...
  Sem a fé, não entenderiam aquelas palavras e aqueles sinais…  Por isso, questiona os doze: "Vocês também querem ir embora?"

- Diante desse desafio, aparece o belo testemunho de Pedro: "A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna."  A atitude forte de Pedro dissipa as dúvidas dos demais apóstolos, e todos permanecem fiéis junto ao seu Mestre.

+ A nossa escolha.
- Todos os dias somos desafiados a construir a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda...
- E todos os dias somos convidados por Jesus a construir a nossa existência  sobre os valores do amor, do serviço, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho... 

Há momentos em que devemos fazer também a nossa ESCOLHA...
CRISTÃO é quem escolhe Cristo e o segue...Para isso, deve ser educado no pensamento de Cristo, ver a história como ele, julgar a vida como ele,
escolher e amar como ele, esperar como ele ensina, viver nele a comunhão com o Pai e o Espírito Santo.

+ HOJE vemos muitos católicos deixando a religião e ficamos preocupados...
A falha é de quem? Da Igreja que batiza? Dos pais que não vivem a vida cristã?
Da comunidade que não evangeliza ou não testemunha sua fé?

* Você teria a mesma convicção firme de Josué... : "Nem que todos te abandonem, eu e minha família, não..."
   Ou a mesma firmeza de Pedro? "A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna"!

+ Que tipo de cristão você pretende ser? Que tipo de religião pretende seguir?
    - Uma religião REVELADA por Deus, que você acolhe generosamente...
    - ou uma religião CRIADA pelos homens,  porque atende melhor a seus interesses pessoais?

No Evangelho de hoje, Jesus não parece estar tão preocupado com o número de discípulos que continuarão a segui-lo. Prefere perder os discípulos a renunciar à Missão que recebeu do Pai.
O Reino de Deus não é um concurso de popularidade... Muitos pensam que, "suavizando" as exigências do Evangelho, seriam mais facilmente aceitas pelos homens do nosso tempo...
O que deve nos preocupar não é tanto o número de pessoas que vão à igreja; mas o grau de autenticidade com que vivemos e testemunhamos no mundo a proposta de Jesus.

E nós... a quem iremos? Se ainda estivermos indecisos em nossa escolha, recordemos as palavras de Pedro:

   "Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna…"


                                           Pe. Antônio Geraldo  

=========--------------============
Homilia do PE. PEDRINHO:
Meus Irmãos e irmãs, vamos lembrar o seguinte: desde o início de agosto, nós estamos sendo convidados a refletir o capítulo 6 de São João. Cada domingo, um trecho. Domingo passado não refletimos o capítulo 6, porque celebramos a assunção de Nossa Senhora e aí, tem toda uma leitura própria. No entanto, o capítulo 6, anterior a este domingo, dizia: “quem não comer a minha carne e beber o meu sangue, não terá parte comigo”. E, aí que entramos no  Evangelho de hoje, aonde começa dizendo: “estas são palavras muito duras”. Quem pode ouvir? É claro, à primeira vista dá a impressão que Jesus quis criar um caos. Ele sabe, muito bem, que no antigo Testamento está lá, muito claro, esta orientação: “não se come, não se bebe o sangue da vítima, porque nele está a vida”. Então, qualquer animal que eles quisessem comer, tinham que tirar todo o sangue, porque no sangue está a vida. Ora, vem Jesus e diz que quem não tomar de seu sangue, não tem parte com ele? Então, é uma decisão muito complicada, muito dura. Por que será que Jesus falou isto? E aí, nós vamos entender a partir do Livro dos Juízes. Lá, claramente eles dizem: o vinho alegra o coração. Jesus já disse em outras passagens, e hoje também vai falar, que quando o Filho do homem vier, a hora que o Reino estiver totalmente construído, então, será uma festa eterna. Ora, na festa tem que ter o vinho. Olhe as “Bodas de Caná”. Não tinha vinho e Jesus providenciou, porque uma festa sem alegria, não é festa. Então, Jesus parte de que o seu sangue, de fato, é a grande bebida para o Reino de Deus. “em verdade, vos digo: já não bebereis o fruto da videira, até o dia em que beberemos juntos no Reino do Céu. E, aí, Jesus quis mesmo que aquele vinho se tornasse o seu sangue, porque ele vai dar a vida mesmo para toda a humanidade. Então, Ele não contradiz o antigo Testamento, mas dá um sentido novo à questão do sangue.  Ele derrama o seu sangue, para que tenhamos a vida eterna. Já disse e volto a falar: a Eucaristia, Corpo e Sangue de Cristo, nos faz participarmos da vida de Jesus Cristo. Portanto, como Ele é eterno, se estamos em comunhão com Ele, nós vamos ter a eternidade. Por isso, “quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna” e Eu o ressuscitarei no último dia. Ora, São Pedro, representando todos aqueles que compreenderam este mistério, vai dizer: a quem iremos, Senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?” aí, a comunidade cristã fez uma escolha a partir do questionamento de Jesus; vocês também querem ir embora? Não. Nós te escolhemos. O papa Bento XVI lembrava uma reflexão de Santo Agostinho, aonde Santo Agostinho diz: “o Evangelho nos ajuda que primeiro é preciso crer, para depois compreender o que cremos”. Quem é que transmite a fé? O catequista. Por isso, o Evangelho celebra hoje o dia do catequista também. Porque o catequista que nos ajuda a crer. Na catequese agente não aprende tudo. Não. Agente aprende quem é Deus, quem é Jesus Cristo quem é Igreja e depois somos chamados a ir compreendendo ao longo da vida. Claro, que se eu não voltar a refletir, não aprofundar, não vou conseguir compreender o que eu creio. (continua com uma fé infantil). E, mesmo aprofundando, refletindo, tem coisa que, de fato, só vamos compreender  plenamente só quando estivermos diante de Deus. Porque nós somos limitados e o mistério de Deus é maior do que a nossa inteligência. Nem tudo eu compreendo, mas o fundamental eu sou chamado a crer. Você crê mesmo que Jesus te traz a vida eterna?
Na primeira leitura, Josué também provoca os ouvintes a fazer uma escolha. Qual é a escolha? Eu e minha casa vamos servir ao Senhor. E vocês? Eles vão dizer: também nós serviremos ao Senhor. Em Deus que não é uma idéia. Às vezes agente pensa que crer em Deus, é ter Deus na idéia, na memória. Não. Eles lá dizem claramente: nós cremos em Deus, porque libertou da escravidão do Egito os nossos pais. Então, eles conseguem ver Deus na vida deles. Nem sempre nós fazemos isto. Tem gente que não tem tempo para pensar Deus na vida. Às vezes passa meses e meses sem pensar na existência de Deus. Ora, claro que fica difícil você compreender as ações que Deus realiza na sua vida. Agora, São Paulo dá uma idéia de como servir; “eu e minha casa serviremos ao Senhor”; a princípio, São Paulo é machista. “sede submissa ao marido, como somos submisso ao Senhor. Sede solícitas em tudo”. Agora, temos que olhar com calma esta leitura; primeiro, lembrar que Éfeso é uma cidade grega, com cultura grega. Para os gregos as mulheres são desprovidas de inteligência ou seja; burra. São Paulo vai se utilizar desta mentalidade; se a mulher é burra, na verdade, incompetente é você, marido, porque você é a cabeça dela. Aí começa a inverter a situação. Se o homem é a cabeça pensante da mulher, se ela não tem capacidade, o incapaz é ele. Agora, para que ninguém dique disputando gênero, quem é mais forte homem ou mulher, são Paulo vai dizer: vamos lembrar o Gênesis? No Gênesis está assim: “por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sus esposa e já não são dois, mas uma só carne”. Portanto, na medida que você agride a esposa, se agride a si mesmo. Na medida que você desrespeita o esposo, você desrespeita a si mesmo. Assim então, são Paulo vai ver o mistério do matrimônio, aonde a mulher deve ser solícita ao marido, em tudo, como ao Senhor. Ora, este é um critério importante. Se o marido tiver a mesma prática de Jesus Cristo, ela deve ser totalmente submissa a ele como a Igreja o é. Qual foi a prática de Jesus Cristo? Dar a vida inteira por aqueles que ama. Portanto, se o marido dá o seu sangue pela esposa, consequentemente pelos filhos, a mulher deve ser solícita a ele. De tal maneira, que se quisermos ver, Jesus lavou os pés dos discípulos. Inverte as coisas, não é? Ora, quem está certo? Quem é o melhor? Os dois são uma só carne. O que é importante aqui é compreender a unidade do casal; não existe corpo sem cabeça. Ele não vive. Não existe cabeça sem corpo. É a unidade que mantém vida, vivo qualquer ser. Também isto é o matrimônio. Na unidade marido e mulher que se consegue experimentar o Cristo e a Igreja. Portanto, o servir a Deus é viver normalmente o dia a dia amando e respeitando o outro, sem ficar achando que o outro é maior ou melhor, superior ou inferior; uma só carne.
Meus irmãos e irmãs, somos convidados, hoje, o Deus que é vivo e verdadeiro. Segundo, estabelecer com ele uma comunhão através do corpo e sangue de Cristo. Terceiro, procurar servir a Deus no dia a dia da vida e nos darmos conta, que o matrimônio é uma vocação. E se é vocação, é uma palavra dura para quem não é chamado ao matrimônio, mas são palavras que em nada diminue a pessoa humana. Ao contrário; a dignifica porque a torna igual a Jesus Cristo e a Igreja.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.

==============------------------------------------============
Homilia de D. Henrique Soares
Nenhum cristão jamais poderá dizer que foi enganado pelo Senhor! Deus nunca se mascarou para nós, nunca nos falou palavras agradáveis para nos seduzir, nunca agiu como os nossos políticos; Deus não usa botox! Ele é um Deus verdadeiro, leal, honesto! Não esconde suas exigências, não omite suas condições para quem deseja segui-lo e servi-lo…
Escutamos na primeira leitura de hoje Josué mandando o povo escolher: seguir os ídolos, que são de fácil manejo, que não exigem nada ou, ao invés, seguir o Senhor, que é exigente, que é Santo e corrige os que nele esperam? O próprio Josué dirá: “Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus ciumento, que não tolerará as vossas transgressões, nem os vossos pecados!” (Js 24,19) Vede, meus caros, que o nosso Deus não se preocupa com popularidade, não faz conta do número de fiéis, não abranda suas exigências para ser aceito, mas sim, faz conta da fidelidade ao seu amor e ao seu chamado!
O que aparece na primeira leitura torna-se ainda mais claro e dramático no evangelho. Após dizer claramente que sua carne é verdadeira comida e seu sangue é verdadeira bebida, muitos discípulos se escandalizaram com Jesus (os protestantes ainda hoje se escandalizam e não crêem na palavra do Salvador…). E Jesus, o que faz? Muda sua palavra? Volta atrás no ensinamento para ser popular, para ser compreendido e aceito, para encher as igrejas? Não! Popularidade, aceitação, bom-mocismo nunca foram seus critérios! Ainda que sua palavra escandalize, ele nunca volta atrás. O Senhor nunca se converte a nós; nós é que devemos nos converter a ele! Pode-se manipular os ídolos; nunca o Deus verdadeiro!
É importante prestar atenção! Diante dos discípulos escandalizados e murmuradores, que faz Jesus? Apresenta o critério decisivo: a cruz. Escutai, irmãos, o que diz o Senhor: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes?” Lembremo-nos que, para o Evangelho de São João, a subida de Jesus para o Pai começa na cruz: ali ele será levantado! Vede bem, meus irmãos, que não poderá seguir o Senhor, não poderá suportar as palavras do Senhor, aquele que não estiver disposto a contemplá-lo na cruz! E Jesus previne: “O Espírito é que dá vida; a carne não adianta nada! As palavras que vos falei são Espírito e vida!” Compreendei, caríssimos meus: somente se nos deixarmos educar pelo Santo Espírito, somente se deixarmos os pensamentos e a lógica à medida da carne, isto é, à medida da mera razão humana, é que poderemos compreender as coisas de Deus, coisas que passam pela cruz de Cristo! Quando se trata do escândalo do Evangelho, “a carne não adianta nada”! Não nos iludamos: entregues à nossa própria razão, pensaremos como o mundo e jamais acolheremos Jesus e suas exigências! E, no entanto, o Senhor continua: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido por meu Pai!” Vede bem, meus caros: acolher Jesus, compreender suas palavras e acolhê-las, por quanto sejam difíceis e duras, é graça de Deus e somente abertos para a graça poderemos realizá-lo! Como acolher a linguagem da cruz, sem mudar de vida? Como acolher as exigências do Senhor, sem a conversão do coração, sem nos deixarmos guiar pela imprevisível liberdade do Santo Espírito? Quando isso acontece, experimentamos como o Senhor é bom, o quanto é suave, o quando é doce segui-lo!
Um belíssimo exemplo disso, a Palavra de Deus nos dá hoje recordando a vida da família cristã. São Paulo pensa o lar cristão como uma pequena comunidade de discípulos de Cristo, uma pequena Igreja e dá conselhos estupendos! O sentimento que deve nortear o comportamento familiar é o amor. Que amor? O das músicas e das novelas? Não! Aquele amor manifestado na cruz, aquele entre Cristo e a Igreja! Que beleza, que desafio, que sonho: marido e mulher se amando como Cristo e a Igreja se amam, marido e mulher sendo felizes na felicidade um do outro: “Sede solícitos uns para com os outros!”
Para o cristianismo, meus caros, a família cristã não é primeiramente uma instituição humana, mas uma instituição divina, um sacramento da Igreja. Mais ainda: a família é a primeira Igreja, a primeira comunidade de irmãos em Cristo. Ali, é Jesus quem deve reinar, ali é o santo e doce temor de Deus quem deve regular a convivência. Que desgraça hoje em dia a paganização, a secularização, a banalização da família cristã. Atentos, cristãos: a família é santa, a família é sagrada, a família não pode ser profanada pelo desamor, pela indiferença, pela imoralidade, pela violência, pelo consumismo, pela opressão, pela divisão, pela vulgarização! Que beleza, meus caros, um homem e uma mulher unidos no amor com a bênção do Senhor gerando filhos, gerando amor feito carne, feito gente, para o mundo, para a Igreja, para a vida! Este é o sonho do Senhor para a família! Este e só este! Aos olhos de Deus, não há outra forma legítima e aceitável de união familiar! Um homem, uma mulher; um esposo, uma esposa e os filhos – eis o sonho, eis a bênção, eis a felicidade quando se vive isso de acordo com o amor de Deus em Cristo! Que bênção a convivência familiar! Que doçura poder partilhar as alegrias e tristezas, as lutas e dificuldades num lar cristão, onde juntos se rezam, juntos partilham, juntos vencem-se as dificuldades! São Paulo, encantado com essa realidade, exclama: “É grande este mistério!” Que mistério? O mistério do amor entre marido e mulher, da sua união que gera vida, que é doçura e complementaridade. E o Apóstolo continua: “E eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja!” Atenção! São Paulo está dizendo que a comunhão familiar é imagem da comunhão entre Cristo e a Igreja!
É fácil, caríssimos, viver a família assim? Não! Como não é fácil levar a sério a Palavra do Senhor! E Jesus, mais uma vez, nos pergunta: “Isto vos escandaliza?” Escandaliza-vos o matrimônio ser indissolúvel? Escandaliza-vos a fidelidade conjugal? Assusta-vos o dever de gerar filhos com generosidade e educá-los com amor e firmeza? “Quereis também ir embora?”
Caríssimos, que nossa resposta seja a de Pedro, dada em nome dos Doze e de todos os discípulos: “A quem iremos, Senhor? Caminhar contigo não é fácil; acolher tuas exigências nos custa; compreender teus motivos às vezes é-nos pesado… Mas, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus!”. Que as palavras de Pedro sejam as nossas e, como Josué, possamos dizer: “Eu e minha família serviremos o Senhor!” Amém.
Escolher a Deus – um Deus difícil! Os ídolos são fáceis e muitos!
O Senhor é exigente; e não volta atrás na sua palavra, mesmo quando essa escandaliza. O critério é a cruz (o Filho do homem subindo e julgando). Somente pode compreendê-lo no Espírito, a carne não serve aqui! – Ser cristão não é questão de propaganda: é graça; é o Pai quem atrai!
Muitos já não andavam mais com ele… Quereis ir embora?
Senhor, só tu tens palavras de vida eterna: és o Santo de Deus!
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Uma família que serve o Senhor: a lei que regula é o amor, o mesmo que se contempla na entrega de Cristo, selando a aliança com a Igreja.
 D. Henrique Soares
==============----------------=============



PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e ministros extraordinários da Palavra):

Jo 6,  60-69: LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, por Jesus e em Jesus,  NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, nós vos louvamos e vos bendizemos.
à Senhor, nosso Deus, vossos valores valem mais que toda riqueza da terra. Pelo nosso batismo somos o vosso povo e assumimos seguir os passos de vosso Filho Jesus Cristo, nosso mestre e salvador.
T: Pai, nós vos louvamos e vos bendizemos.
à Senhor, nosso Deus, vos bendizemos por nos dar a esperança da vida eterna. Olhai por nós em nossas dificuldades para que não nos desviemos dos vossos mandamentos e estejamos sempre alertas em fazer a vossa vontade.
T: Pai, nós vos louvamos e vos bendizemos.
à Senhor, vos louvamos porque sois Deus de bondade e amor. Convertei-nos a cada dia para que nos tornemos semelhante ao vosso Filho na prática do bem aos irmãos.
T: Pai, nós vos louvamos e vos bendizemos.
à Senhor, que em nossas famílias reine o amor, a justiça e o perdão. Que os pais honrem seus filhos e que os filhos honrem seus pais. Que em todos os lares cristãos haja o amor, a partilha e a vivência da paz.
T: Pai, nós vos louvamos e vos bendizemos.
à PAI NOSSO...        A Paz...  CORDEIRO DE DEUS...


Nenhum comentário:

Postar um comentário