19º DOMINGO DO TEMPO
COMUM (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
Sinopse:
Tema: Vocação para a vida
em família (Dia dos Pais) A liturgia nos convida a sairmos do orgulho e da
autossuficiência e a acolhermos os dons que Deus nos oferece.
A primeira leitura mostra que Deus nos oferece o pão que
dá vida, nos dá força, para a nossa missão.
O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que
desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie é preciso
acreditar, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projeto,
segui-lo no “sim” a Deus e no amor aos irmãos.
A segunda leitura: Quando alguém acolhe Jesus como o
“pão” que desceu do céu, torna-se um Homem Novo, que renuncia à vida velha do
egoísmo e do pecado e que passa a viver no amor, a exemplo de Cristo.
LEITURA I – 1 Re 19,4-8 -
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
... Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro.
...sentou-se ...e, desejando a morte,
exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus
pais». Deitou-se por terra e adormeceu... Nisto, um Anjo do Senhor tocou-lhe e
disse: «Levanta-te e come». Ele olhou e viu um pão cozido sobre pedras quentes
e uma bilha de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e
disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer». Ele levantou-se, comeu e bebeu.
Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus,
Horeb.
AMBIENTE - Elias atua no Reino do Norte
(Israel) durante o século IX a.C., num tempo em que a fé jahwista é posta em
causa pela preponderância que os deuses estrangeiros (especialmente Baal. Elias
é o grande defensor da fidelidade a Jahwéh. Elias representa os pobres de
Israel, na sua luta sem tréguas contra os poderosos. Após o massacre dos 400
profetas de Baal no monte Carmelo, Acab e a sua esposa fenícia juraram matar
Elias; e o profeta fugiu para o sul, a fim de salvar a vida.
MENSAGEM - Elias abatido, deprimido face à
incompreensão e à perseguição de que é alvo. O profeta sente que a sua missão
está fracassada; sente medo e está prestes a desistir de tudo… O pedido de
morte reflete o seu profundo desânimo e desespero. O profeta é um homem que tem
fragilidades, mas Deus não abandona o seu profeta. Deus oferece “pão cozido
sobre pedras quentes e uma bilha de água”. A cena garante-nos que Deus cuida
daqueles que chama e dá o alimento para serem fiéis à missão, mesmo nas
dificuldades. Repare-se como Deus não anula a missão, nem elimina os
perseguidores; mas dá a força para
continuar a sua missão. Alimentado pela força de Deus, o profeta caminha
durante “quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, o Horeb, lugar
da aliança e dos mandamentos da Lei;– o monte da Aliança – é um regresso às
fontes, uma peregrinação às origens de Israel como Povo de Deus… Perseguido,
incompreendido, desesperado, Elias necessita revitalizar a sua fé e reencontrar
o sentido da sua missão como profeta de Jahwéh e como defensor dessa Aliança.
ATUALIZAÇÃO • Elias vencido pela decepção
experimentou a sua impotência no em mudar o coração do seu Povo e desistiu de
lutar; ele prefere morrer a ter de continuar. A fragilidade está sempre
presente na experiência profética. A nossa missão está, muitas vezes, marcada
pelas incompreensões, calúnias e perseguições; outras vezes, é o sentimento da
impotência em mudar o mundo que nos desanima; outras vezes ainda, é a nossa
fragilidade, nossos limites que nos assusta.
A solução será abandonar a luta? Deus nos dá força para continuar.
• Deus não abandona
aqueles a quem chama a dar testemunho profético. No “pão cozido sobre pedras
quentes” e na “bilha de água” Deus retempera as forças de Elias, manifesta-se o
Deus da bondade e do amor, que anima os seus profetas e lhes dá a força para
testemunhar, mesmo nos momentos de dificuldade e de desânimo.
• Por vezes,
pedimos a Deus que nos resolva milagrosamente os problemas, com um golpe
mágico, enquanto nós ficamos, de braços cruzados… O nosso Deus não Se substitui
ao homem, não ocupa o nosso lugar, mas está ao nosso lado sempre que
precisamos, dando-nos a força para vencer as dificuldades.
• A “peregrinação”
de Elias ao Horeb/Sinai é para se reencontrar com as origens da fé israelita e
para recarregar as baterias espirituais, sugere-nos a necessidade de, por
vezes, encontrarmos momentos de “parada”, de reflexão, de “retiro”, de
reencontro com Deus, de redescoberta dos fundamentos da nossa missão…
EVANGELHO (Jo 6,41-51) ...os judeus murmuravam porque Jesus havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Eles comentavam: “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” Jesus respondeu: “...Ninguém pode vir a mim, se o Pai não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. ...Ora, todo aquele que escutou o Pai ...vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
AMBIENTE - Todas essas catequeses (“a água que dá a vida”; “o pão que sacia todas as fomes”; “a luz que liberta o homem das trevas”; “o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas”; “vida e ressurreição para o mundo”) terminam com a oposição dos judeus. João vai preparando o final da caminhada histórica de Jesus: a morte na cruz.
MENSAGEM - Os interlocutores de Jesus não O
aceitam como “o pão que desceu do céu”. Eles sabem que o seu pai é José,
conhecem a sua mãe e a sua família; eles não aceitam que Jesus traga aos homens
a vida de Deus. Os judeus, instalados
nas suas certezas, acomodados a um sistema religioso ritualista, estéril e
vazio, já decidiram que não precisam do “pão” de Deus. Assim, não escutam
Jesus. Para aqueles que, O aceitam como “o pão de Deus”, Jesus traz a vida
eterna. Quem adere a Jesus e à proposta que Ele veio apresentar encontra a vida definitiva. O que é decisivo
é o “acreditar” – isto é, o aderir à Jesus e aos valores que Ele veio propor.
Jesus estabelece um paralelo entre o “pão” que Ele veio oferecer e o maná que
não lhes garantia a vida eterna e definitiva e que nem sequer lhes assegurava o
encontro com a terra prometida e com a liberdade plena; mas o “pão” que Jesus
quer oferecer levará o homem a alcançar a vida plena. “um “tempo” sem fim; uma
vida com qualidade ilimitada – uma vida plenamente realizada. Jesus estará aqui
a referir-se à sua “carne” física? Não. A
“carne” de Jesus é a sua pessoa que se manifesta, todos os dias, em gestos
concretos de amor, de bondade, de solicitude, de misericórdia. Essa “pessoa”
revela-lhes o caminho para a vida verdadeira: nas atitudes, nas palavras de
Jesus, manifesta-se historicamente ao mundo o Deus que ama os homens e que os
convida, através de gestos concretos, a fazer da vida um dom e um serviço de
amor.
ATUALIZAÇÃO • Jesus, com a sua vida,
palavras, gestos, amor, veio dizer-nos como chegar à vida verdadeira.
• “Quem acredita em
Mim, tem a vida eterna”. “Acreditar” não é aceitar que Ele existiu, conhecer a
sua doutrina … “Acreditar” é aderir, de fato, a essa vida que Jesus nos propôs,
viver como Ele na escuta dos projetos do Pai, segui-lo no caminho do amor, da
entrega aos irmãos; é fazer da própria vida uma luta contra o egoísmo, a
exploração, a injustiça, o pecado, tudo o que traz sofrimento ao mundo.
• O maná matou a
fome física, mas que não lhes deu a vida definitiva, não lhes transformou os
corações, não lhes assegurou a liberdade plena e verdadeira. O maná representa
aqui todas essas propostas de vida que atraem a o nosso interesse, mas que vêm
a revelar-se falíveis, parciais, porque não nos libertam nem geram vida plena.
É é necessário discernir entre o que é ilusório e o que é eterno; é preciso não
nos deixarmos seduzir por falsas propostas de realização e de felicidade …
• Porque é que os
judeus rejeitam a proposta de Jesus? Porque vivem nas suas certezas teológicas
e perderam a faculdade de escutar Deus. Todos nós temos alguma tendência para a
acomodação; e quando nos deixamos dominar por esse esquema, tornamo-nos
prisioneiros dos ritos, dos preconceitos, das ideias religiosamente corretas,
de catecismos bem elaborados mas parados no tempo, que deixam pouco espaço para
o mistério de Deus e para os desafios sempre novos que Deus nos faz. É preciso
aprendermos a questionar as nossas certezas.
SEGUNDA LEITURA (Ef 4,30–5,2) Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo com o qual
Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação. Toda a amargura,
irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo
isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade. Sede bons uns para com os outros, sede compassivos;
perdoai-vos mutuamente, como Deus vos
perdoou por meio de Cristo. Sede
imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como
Cristo nos amou e se entregou a si mesmo
a Deus por nós, em oblação e sacrifício
de suave odor.
AMBIENTE - Paulo estava na prisão (em Roma, anos 61-63). O objetivo principal é exortar os cristãos a viverem de forma coerente com o seu Batismo e com o seu compromisso com Cristo; viver a condição de Homem Novo.
MENSAGEM - Pelo Baptismo,
cada cristão tornou-se morada do Espírito; recebeu um sinal ou selo da sua
pertença a Deus. O que é ser “morada do
Espírito”? - por de lado os vícios do “homem velho” (toda espécie de maldade).
Significa, por outro lado, pautar toda a vida por atitudes de bondade, de
compaixão, de perdão, de amor, tendo Cristo como o modelo de vida. O que
fundamenta é o fato de os crentes serem “filhos amados de Deus”; por isso,
devem imitar a perfeição, a bondade e o amor de Deus. Como exemplo concreto, os
crentes têm diante dos olhos Cristo que, cumprindo os projetos do Pai, ofereceu
a sua vida por amor aos homens.
ATUALIZAÇÃO • Pelo Batismo, os cristãos tornam-se
filhos de Deus e passam a integrar a comunidade de Deus. O Batismo não é,
portanto, uma tradição ou uma obrigação social; mas é uma opção por Deus e seus os valores.
• Para os batizados,
o modelo é Jesus… A vida de Jesus concretizou-se na contínua escuta dos
projetos do Pai e no amor total aos homens. Jesus é o modelo que Deus propõe a todos os outros
seus filhos.
• Seguir Cristo e
ser um Homem Novo implica assumir uma nova atitude nas relações com os irmãos.
Os “vícios” são manifestações do “homem velho” que não cabem na existência de
um “filho de Deus”, cuja vida foi marcada com o selo do Espírito. Quando nos
deixamos levar pelo rancor, ciúme, ódio, violência e magoamos os irmãos,
estamos sendo incoerentes com o compromisso que assumimos no Batismo e cortamos a relação com a família de Deus.
PAIS, não desanimem
como Elias diante de situações difíceis e complicadas… nem murmurem como os
judeus diante do incompreensível…SER PAI é uma Missão sublime…
- É participar do mistério da criação, é iluminar o mundo com uma nova e
insubstituível centelha de vida.
- É prosseguir na história e testemunhar a esperança de um mundo sempre
mais humano, fraterno e de paz…
Mas onde buscar força, quando
parece tudo perdido?
O Evangelho de Hoje nos dá uma resposta… Essa energia nos é dada no pão
vivo descido do céu, que é CRISTO,
presente no meio de nós na EUCARISTIA e na sua PALAVRA.
E mais do que ninguém, o pai tem a missão de oferecer esse pão aos
filhos…
O
que não teria conseguido com as suas próprias forças, conseguiu-o com o
alimento que o Senhor lhe proporcionou quando mais desanimado se sentia. Nós
estamos a caminho, também nós precisamos de um pão como o de Elias.
O
monte santo para o qual o Profeta se dirige é imagem do Céu, e o trajeto de
quarenta dias representa a longa viagem que vem a ser a nossa passagem pela
terra; uma viagem semeada também de tentações, cansaços e dificuldades que por
vezes nos fazem fraquejar o ânimo e a esperança. Na Eucaristia encontramos as forças necessárias para chegarmos
até o Céu, apesar da nossa fraqueza. Na Comunhão, o poder divino ultrapassa
todas as limitações humanas, porque recebemos o próprio Cristo. “Assim como
quando se juntam dois pedaços de cera e com o fogo se derretem, dos dois se
forma uma só coisa, assim também é o que acontece pela participação do Corpo de
Cristo e do seu precioso Sangue” (São Cirilo de Alexandria). É o que diz Jesus:
“Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que
de mim se alimenta viverá por meio de mim” (Jo 6, 57).
A
Eucaristia Fortalece-nos e afasta de nós a morte. Tal como o alimento natural
permite que o corpo cresça, a Eucaristia aumenta a união com Deus, “porque a
participação do corpo e do sangue de Cristo não faz outra coisa senão
transfigurar-nos naquilo que recebemos” (São Cirilo de Alexandria). A Comunhão
ajuda-nos a santificar a vida e as dificuldades diárias.
Os
judeus só conseguem ver que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que
ele vem do Pai, como alimento de nossa existência. Com ele, a vida tem sentido,
tem rumo, tem razão de ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos
de onde vimos e para onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de
um sonho de amor; com ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vossa
vida!
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"Levanta e come"
Deus oferece aos
homens o "pão" da vida plena e definitiva.
Na 1a Leitura Elias recebe no deserto um
"pão do céu" para refazer as forças e continuar a sua missão. (1 Rs 19,4-8)
Ele acusara o Rei e a Rainha de serem a ruína de Israel, desafiara e
matara os profetas de Baal, que davam sustentação à religião pagã da rainha
Jesabel (± ano 450).
Ameaçado de morte, foge para o DESERTO, onde o povo encontrara a fonte de
sua fé (êxodo).
Perseguido, cansado, faminto, abatido e desanimado, adormece debaixo de
uma árvore, desejando a morte...
- Deus não o abandona, manda um anjo, que lhe diz: "Levanta e come"…
- Elias, revigorado por aquele alimento vindo do céu, continua o seu caminho (40 dias e 40 noites)
até o monte de Deus (Horeb).
Deus não abandona o profeta em sua
missão, nem elimina os inimigos, apenas lhe dá a força para continuar a
caminhada...
* Esse pão vindo do céu prefigura
o "Pão", oferecido por Jesus.
O seguidor de Cristo, que caminha
pelo deserto da vida, pode sentir o
cansaço, desânimo e a tentação de deixar tudo.
Mas, como Elias, deve despertar do sono, comer do "Pão do Céu" e, fortalecido, retomar o caminho até chegar
ao monte santo.
Na 2ª Leitura, Paulo exorta os efésios a serem imitadores
de Deus, em sua bondade e misericórdia e arrancar tudo o que se opõe ao
Espírito Santo e à caridade.. (Ef 4, 30-5,2)
No Evangelho prossegue o discurso de Jesus em Cafarnaum,
onde Jesus se apresentara como o "Pão" descido do céu
para dar vida ao mundo. (Jo
6,41-51)
- Provoca uma forte REAÇÃO: "Os
judeus murmuram" (como no deserto).
Daí nasce uma tremenda resistência e recusa… - JESUS não desiste e
reafirma:
"Eu sou o pão descido do céu… Quem come
desse pão viverá eternamente" E exige FÉ: "Quem crê, tem a
vida eterna. Quem dele comer, não morrerá..."
"Comer
a carne de Jesus"
- É assimilar na sua totalidade a pessoa e a Missão de Jesus e,
como ele, ter gestos de doação e de
solidariedade em favor dos irmãos.
- É acolher Jesus na sua realidade divina e humana, dom de Deus
para a salvação da humanidade.
+ O
que essas leituras bíblicas nos dizem no dia dos Pais?
- COMO SER PAI, HOJE, num mundo que se transforma e enfrenta todo
tipo de dificuldades?
PAIS, não desanimem
como Elias diante de situações difíceis e complicadas… nem murmurem como os
judeus diante do incompreensível…
SER PAI é uma Missão
sublime…
- É participar do mistério da criação, é iluminar o mundo com uma nova e
insubstituível centelha de vida.
- É prosseguir na história e testemunhar a esperança de um mundo sempre
mais humano, fraterno e de paz…
Mas onde buscar força, quando parece tudo perdido?
O Evangelho de Hoje nos dá uma resposta… Essa energia nos é dada no pão
vivo descido do céu, que é CRISTO,
presente no meio de nós na EUCARISTIA e na sua PALAVRA.
E mais do que ninguém, o pai tem a missão de oferecer esse pão aos
filhos…
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do PE. PEDRINHO
Dia
dos pais. Claro que pretendo dirigir uma palavrinha a estes importantes
instrumentos de Deus para o mundo.
A
liturgia de hoje continua nos oferendo, como proposta de reflexão, o capítulo 6
do Evangelho de São João. Já vimos Jesus, que alimenta uma multidão, trazendo
uma nova proposta, um novo sinal para o mundo. São João diz; cinco mil pessoas.
Hoje Jesus deixa claro que Ele é o Pão vivo que desceu do céu e que nos leva
para a vida eterna. Nos sabemos bem, que a Eucaristia ela é, para nós, o ponto
central da nossa fé. E, por uma questão muito simples. Ela que nos mantém em
comunhão, unidos e unidos formamos o corpo de Cristo, aonde Ele é a cabeça. É
Jesus que nos orienta, ele que nos fala o que devemos fazer, a exemplo do
cérebro que comanda todo o corpo. Portanto, a Eucaristia vai muito além de um
pedaço de pão que eu como. A Eucaristia é um sinal do corpo vivo de Cristo. Eu
já disse e gosto de repetir; todo o alimento que me sirvo, ele passa a fazer
parte do meu corpo. A Eucaristia é o contrário; na medida que eu comungo, eu
passo a fazer parte do corpo de Cristo. Esta é uma grande diferença. Como eu
sou mortal, todo alimento que passa a fazer parte do meu corpo, morre comigo.
Enquanto Jesus é eterno. Todo aquele que passa a fazer parte do corpo de
Cristo, ele vive eternamente. É aí que nós ligamos, está unido, Eucaristia -
vida eterna. Eucaristia – ressurreição.
É
muito interessante observar a primeira leitura de hoje; o profeta Elias, ele
diz; olhe, sabe, a solução para minha vida é a morte. É uma contradição, mas,
muitas vezes, pensamos isto mesmo; porque eu não morro e assim resolveria este
problema de uma vez! É bem uma atitude de ser humano. Como é que a solução para
a vida é a morte? Aí, Deus puxa a orelha dele dizendo: escuta, tá vendo este
pão aí? Levanta e come. Ele consegue com aquele pão, que lhe serviu de
alimento, caminhar quarenta dias e quarenta noites. Então, não é qualquer pão!
Um pão que me alimenta por quarenta dias, é bastante. Ora, Jesus vem agora e
diz: aquele é um sinal, porque o pão que lhe ofereço, agora, é para caminhar
eternamente; não é mais só para quarenta dias; eternamente. Então, é a grandeza
do Pão vindo do céu que nos garante vida e vida eterna. É evidente que eu não
vou dizer, que fiz ao longo da minha vida; seis mil e tantas comunhões. Não.
Não dá para falar assim, porque a comunhão é única e a mesma. Eu participo
desta comunhão com Deus, na pessoa de Jesus cristo, cada vez que eu me dirijo à
fila da comunhão, cada vez que eu me sirvo do corpo de Jesus Cristo. É claro
que isto nos traz consequências; porque eu comungar e não viver a comunhão, eu
simplesmente estou fazendo um teatro, fazendo de conta. Então, é um grande desafio estabelecermos a
comunhão. Aí então, que a comunidade é uma parte importantíssima dentro de toda
reflexão eucarística. é muito interessante que aqueles que não aceitam Jesus ou
não aceitam o seu projeto, sempre terão alguma desculpa a dar. Hoje é: nós
conhecemos a família dele. Como é que ele agora vem dizendo que é o Pão vindo
do céu? Porque nós conhecemos muito bem a sua origem. É um pretexto. Qualquer
pessoa pode apresentar qualquer desculpa para não aceitar ou não assumir a
proposta de Jesus. Por outro lado, são Pedro dirá: a quem iremos, Senhor, só tu
tens palavras de vida eterna. É o contraponto. É a Igreja dizendo: de fato, a
Eucaristia não se limita somente no Pão, pois você tem o Pão da Palavra, o Pão
da solidariedade, o Pão do amor, formas que nos levam ao mesmo Jesus. É claro,
que a Eucaristia se torna este sinal e a síntese, a junção, o encontro de todos
estes valores do Evangelho. Por isso, é tão importante este capítulo 6 do
Evangelho de João. Assim como nós temos a oração Eucarística, onde os apóstolos
lembravam as orações e palavras de Jesus, iam organizando um certo discurso
catequético, para irmos compreendendo o que é Eucaristia. Por isso, vale a pena
ler o capítulo 6 de São João, por inteiro.
Claro, que na liturgia isso não é possível, pois seria uma leitura longa
e não haveria tempo de meditar parte por parte. Por isso, a liturgia vai
dividir em pedaço, em trechos, para que possamos ter a oportunidade de
aprofundar um pouco mais. Que bom que nós cremos na Eucaristia, que bom que
podemos contar com este alimento, porque Ele nos conduz à vida eterna.
Mas,
hoje é dia dos pais e concidentemente tem uma frase no Evangelho, que eu
gostaria de partilhar uma pequena reflexão; os que murmuravam contra Jesus
diziam: Ele é filho de José. Muito interessante porque dos quatro Evangelhos,
Lucas, Mateus, Marcos e João, o único que dá nome ao pai de Jesus é o Evangelho
de São João. Todos os outros vão dizer é filho do carpinteiro. São João faz
questão de dizer: filho de José. Nós sabemos muito bem que São José é
apresentado como sendo o patrono da Igreja. O que significa o Pai da Igreja.
Agora, a figura, a pessoa de São José no Evangelho, é bastante questionadora
para nós. Primeiro, que deixa claro que Deus, entre as infinitas
possibilidades, escolheu a família para se fazer presente no mundo. Ele poderia
escolher outra forma, com todo o seu poder poderia vir do mar, cair do céu, mas
ao escolher a família Ele indica que a família é o lugar mais adequado para se
celebrar a vida. A família há de supor o pai, a mãe e os filhos, pois foi assim
que aconteceu; São José, Nossa Senhora e Jesus. Ora, isto nos ajuda a
compreender a importância da mãe, evidentemente, que não vou refletir hoje, mas
também a importância do Pai. hoje é dia dos Pais. O que é que São José pode
ajudar cada pai? a realizar a sua missão. Em primeiro lugar, nós vemos em José
uma disponibilidade incrível, porque ele já tinha a vida feita. Ele vai estar
disponível a Deus e vai começar tudo do zero, porque Deus o convidou e ele
acreditou na Palavra: não tenhas medo de receber Maria como tua esposa. E ele
aceitou. Segundo, vemos em José alguém que tem um respeito profundo pela
esposa. É muito interessante. Ele tem clareza do seu papel, ao ponto que quando
Nossa Senhora vai puxar a orelha de Jesus, é Ela quem fala. Ele sabe muito bem
como caminhar com esta família; não é ele o dono da verdade, mas aquele que
partilha as responsabilidades. Hoje, os pais sentem até um pouco de medo e
dificuldade de realizar a sua missão. Então, eu penso que a figura de São José
pode lhe ajudar muito. São José deu o que ele teve. Aqui eu vejo um equívoco;
muitos dizem: eu quero dar pro meu filho o que eu não tive. Não. São José deu o
que ele tinha. Ele deu o ser carpinteiro para Jesus. Ele mostrou que é através
do fruto do trabalho, que você pode levar a vida adiante. Não precisou “fazer
das tripas coração” para Jesus ser feliz; simplesmente se colocou à disposição.
Então, não tenha medo de dar para seus filhos o que você tem. Não o que não
tem. E não queira dar tudo, porque a maior glória do mundo é aquele que nós
formamos no superar. Se você não consegue dar tudo pro seu filho, ele que
conquiste. Que bom se ele te superar, conseguir mais do que você conseguiu.
Isto não é vergonha, mas o contrário. É sinal de um bom mestre. Neste sentido,
Jesus superou São José em tudo, o que mostra que é um bom mestre. O que me
parece fundamental é que São José teve grande intimidade com Jesus e com Nossa
Senhora. Intimidade de viver como família. Então, este é o segredo. Incluir Jesus
e Maria em sua família. Já não se tem mais o costume de dar a benção aos filhos;
“Deus te abençoe”. É evidente, que quem não está acostumado, se fizer isto os
filhos vão se assustar. Mas, agente sabe que a benção vindo do pai é única. Quem
tem seu pai no céu, sabe disto. Não tem mais aquele “Deus te abençoe”. Aquele benção
vinda dos pais, nenhum padre pode dar, nem a esposa, nem os filhos. É uma benção
própria, é o múnus que ele traz consigo, é a capacidade de abençoar. É evidente
que isto traz carinho, segurança, porque a benção nos dá coragem para
caminharmos. Pai, não desanime, conte com a presença de Jesus e Maria em sua
família. Conte com a Eucaristia e tudo aquilo que for necessário a sua família irá
conquistar.
Muitos
daqui já têm os filhos criados e, portanto, já chegam os netos. Ora, é evidente
que na família cristã, todo aquele que é pai, é avô, é fonte de vida. É evidente
que como avô pode e deve continuar a dar a benção aos netos, ajudando-os a
descobrir a Palavra de Deus e ter maior segurança, que tudo mais é passageiro e
ilusório. É Deus na pessoa de Jesus Cristo, que nos dá a Palavra de vida
eterna.
Louvado
seja Nosso Senhor Jesus Cristo...
PE. PEDRINHO
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Homilia de D. Henrique Soares
A
Liturgia da Palavra deste Domingo ainda está ligada ao evangelho da
multiplicação dos pães. Jesus reclama porque os judeus não quiseram compreender
o sinal da multiplicação. Claramente, ele afirma: “Eu sou o pão que desceu do
céu! Quem dele comer, nunca morrerá!”
Eis
aqui a grande revelação do Senhor! Os judeus só conseguem ver a superfície,
somente compreendem que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que ele
vem do Pai, como alimento de nossa existência: ele é o sustento, o alimento da
nossa vida. Afinal, que é viver? Será simplesmente existir, respirar,
sobreviver, de qualquer modo, sem rumo, sem sentido, sem uma finalidade para a
existência? Que vida seria essa? Não uma existência assim, miserável, que vemos
tantos e tanto hoje vivendo? Pois bem, Jesus afirma que ele dá o sustento
verdadeiro à nossa vida; com ele, a vida tem sentido, tem rumo, tem razão de
ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos de onde vimos e para
onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de um sonho de amor; com
ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vossa vida! Precisais mais de
mim que vosso corpo do pão de cada dia. Quem come desse pão que sou eu, isto é,
quem se alimenta de meu amor, de minhas palavras, de meu caminho, nunca viverá
uma vida de mentira, de ilusão, de morte; antes, viverá de verdade!
Para
ilustrar isso, basta pensarmos na situação de Elias, na primeira leitura de
hoje. Ele tinha matado os profetas de Baal no monte Carmelo. Jezabel, a rainha
idólatra, tinha prometido vingança e queria matá-lo. O profeta sentiu medo e
figiu, procurando esconder-se no deserto do Sinai para encontrar inspiração e
consolo no monte Horeb (outro nome para o monte Sinai), o Monte de Deus. E lá
vai Elias… Mas, o caminho longo, os dias quentes do deserto, a solidão, a
tensão da fuga, tudo isso traz desânimo e depressão ao profeta. A vida lhe
parece dura, amarga, sem sentido. Cansado, ele se rende e pede a morte: “Agora
basta, Senhor! Tira a minha vida,pois não sou melhor que meus pais… Sou igual a
todo mundo, não sou a palmatória do mundo… Cansei! Quero morrer!” Quantas vezes
somos como Elias, quantas vezes a existência nos pesa, o sentido da vida parece
se nos esconder, quantas vezes parece que apenas sobrevivemos, mas não temos
idéia para onde vai o caminho… O desengano do profeta é tão profundo que ele,
deprimido, cai no sono. E o Senhor envia-lhe um anjo: “’Levanta-te e come!’ E
ele viu junto à sua cabeça um pão assado… ‘Ainda tens um longo caminho a
percorrer’. Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com a força desse alimento,
andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus”.
Caríssimos, também nós estamos a caminho, também nós precisamos de um pão como
o de Elias. Esse pão o Senhor nos dá, esse pão é o próprio Cristo, que hoje nos
diz: “Eu sou o pão da vossa vida!” Infelizmente para nós, caríssimos, nos
iludimos, procurando saciar nossa fome de vida com coisas que não alimentam o
coração. É aquela antiga queixa de Deus, pela boca do profeta Isaías: “Ah!
Todos que tendes sede, vinde à água. Vós, os que não tendes dinheiro, vinde,
comprai e comei; comprai sem dinheiro e sem pagar, vinho e leite. Por que
gastais dinheiro com aquilo que não é pão, e o produto do vosso trabalho com
aquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me com toda atenção e comei o que é bom.
Escutai e vinde a mim, ouvi-me e havereis de viver!” (Is 55,1-3)
Mas,
o Senhor é bondoso e sua misericórdia é sem limites! Quem pode pôr medida à sua
bondade? Ele não somente é pão e sustento de nossa vida de modo figurado. Para
surpresa nossa, para escândalo do mundo – e até de tantos cristãos que estão
separados da Igreja de Cristo – o Senhor revela: “O pão que eu darei é a minha
carne para a vida do mundo!” É demais, caríssimos! É surpreendente, é
inesperado! Aqui, o Senhor está falando claramente da Eucaristia: “Eu sou o pão
da vossa vida, eu vos alimento de vida e de sentido de viver; e eu fico entre
vós, fico convosco, alimento-vos de um modo que não esperáveis: minha união
convosco é total, absoluta: eu vos dou verdadeiramente minha carne, meu corpo
morto e ressuscitado, como vida da vossa vida!” Meus irmãos, não pode haver
maior dom, maior intimidade, mais revigorante alimento! Os judeus murmuravam,
os protestantes murmuram, mas Cristo nosso Deus, que tem palavras de vida
eterna e para quem nada é impossível, nos garante: “O pão que eu darei é a
minha carne para a vida do mundo!” Caríssimos, estejamos atentos para nos
aproximar freqüentemente desse alimento de vida eterna; com freqüência e com
dignidade. Privar-se da comunhão eucarística quando se poderia comungar é fazer
pouco caso do dom do Senhor, é ser auto-suficiente, é não reconhecer que
somente Jesus nos alimenta e nos sustém com a sua graça. Não cuidar de comungar
é um orgulho que nos coloca debaixo da terrível sentença do nosso Salvador: “Se
não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes do seu sangue, não tereis
a vida em vós!” (Jo 6,53). Por outro lado, aproximar-se do Corpo do Senhor sem
se examinar; comungar sem estar em comunhão com o Senhor e com os irmãos é mentir
contra a Eucaristia, é comer e beber a própria condenação! Comunguemos sempre,
caríssimos; mas, comunguemos estando preparados, conforme a santa Palavra de
Deus nos exorta! Recordemos a grave palavra do Apóstolo: “Que cada um se
examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele
que come e bebe sem discernir o Corpo come e bebe a própria condenação” (1Cor
11,28s).
Meus
caros, a Eucaristia, comunhão no santíssimo Corpo do Senhor, não somente é
alimento para o nosso caminho, não somente á sustento da nossa vida, não
somente é penhor de vida eterna, como também nos dá a graça do Santo Espírito,
que nos faz ser um só corpo em Cristo. Eis, que mistério tão profundo:
comungando do Corpo do Senhor na Eucaristia, nós nos tornamos cada vez mais
unidos no corpo do Senhor, que é a Igreja! Comunguemos, pois, e teremos força
para viver o belo caminho que a segunda leitura deste hoje nos aponta: “Vivei
no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em
oblação e sacrifício de suave odor”. Eis aqui: a nossa participação no
sacrifício eucarístico de Cristo, a nossa comunhão no seu corpo sacrificado e
entregue amorosamente, devem nos levar a um novo modo de viver, um modo que
consiste na docilidade ao Espírito do Senhor morto e ressuscitado, que
significa comunhão com Deus e com os irmãos: “Sede bons uns para com os outros,
sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de
Cristo”.
Portanto,
seja Cristo, que se oferece por nós em sacrifício e se dá a nós em comunhão, o
pão, o sustento, o sentido da nossa vida, para podermos caminhar, entre as
lutas, desafios e cansaços desta vida, até o monte de Deus, que é a Pátria
celeste. Amém.
Dele
alimentar-se é iniciar uma nova vida, vivendo sua dinâmica de entrega: vivei em
amor como ele nos amou e se entregou por nós em sacrifício (2l).
Dom Henrique Soares
da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos, ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS
AO PAI:
à T: SENHOR
DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Pai, Por Jesus e na força do Espírito Santo, fomos transformados em
novas pessoas; somos vossos filhos e filhas. Vinde sempre em nosso auxílio
quando o cansaço e o desânimo caírem sobre nós. Que o Espírito Santo nos faça
fortes para superar as nossas limitações.
à T: SENHOR
DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Senhor, fazei-nos atentos às novidades e aos novos chamados que fazeis
em nossa vida. Que sempre estejamos atentos e dispostos aos novos trabalhos de
evangelização para que vosso reino seja feito segundo a vossa vontade.
à T: SENHOR
DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Senhor, nosso Deus e Pai, vinde sempre em nosso auxílio, pois muitas
vezes somos fracos e nos vencemos pelas tendências do homem velho. Muitas vezes
caímos pelo nosso egoísmo e orgulho. Transformai-nos a cada dia para que
possamos espelhar a vossa bondade a todos.
à T: SENHOR DEUS, VOS LOUVAMOS
E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
àPai nosso... Oração da Paz... A Paz de Cristo...
Eis o Cordeiro de Deus...
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