quarta-feira, 5 de agosto de 2015

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM, Homilias, XIX Domingo, Homilia dominical

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

Sinopse:
Tema: Vocação para a vida em família (Dia dos Pais) A liturgia nos convida a sairmos do orgulho e da autossuficiência e a acolhermos os dons que Deus nos oferece.

A primeira leitura mostra que Deus nos oferece o pão que dá vida, nos dá força, para a nossa missão.
O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie é preciso acreditar, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projeto, segui-lo no “sim” a Deus e no amor aos irmãos.
A segunda leitura: Quando alguém acolhe Jesus como o “pão” que desceu do céu, torna-se um Homem Novo, que renuncia à vida velha do egoísmo e do pecado e que passa a viver no amor, a exemplo de Cristo.

LEITURA I – 1 Re 19,4-8 - Leitura do Primeiro Livro dos Reis
... Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. ...sentou-se ...e, desejando  a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus pais». Deitou-se por terra e adormeceu... Nisto, um Anjo do Senhor tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come». Ele olhou e viu um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O  Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a  percorrer». Ele levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta  dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb.

AMBIENTE - Elias atua no Reino do Norte (Israel) durante o século IX a.C., num tempo em que a fé jahwista é posta em causa pela preponderância que os deuses estrangeiros (especialmente Baal. Elias é o grande defensor da fidelidade a Jahwéh. Elias representa os pobres de Israel, na sua luta sem tréguas contra os poderosos. Após o massacre dos 400 profetas de Baal no monte Carmelo, Acab e a sua esposa fenícia juraram matar Elias; e o profeta fugiu para o sul, a fim de salvar a vida.

MENSAGEM - Elias abatido, deprimido face à incompreensão e à perseguição de que é alvo. O profeta sente que a sua missão está fracassada; sente medo e está prestes a desistir de tudo… O pedido de morte reflete o seu profundo desânimo e desespero. O profeta é um homem que tem fragilidades, mas Deus não abandona o seu profeta. Deus oferece “pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água”. A cena garante-nos que Deus cuida daqueles que chama e dá o alimento para serem fiéis à missão, mesmo nas dificuldades. Repare-se como Deus não anula a missão, nem elimina os perseguidores; mas dá  a força para continuar a sua missão. Alimentado pela força de Deus, o profeta caminha durante “quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, o Horeb, lugar da aliança e dos mandamentos da Lei;– o monte da Aliança – é um regresso às fontes, uma peregrinação às origens de Israel como Povo de Deus… Perseguido, incompreendido, desesperado, Elias necessita revitalizar a sua fé e reencontrar o sentido da sua missão como profeta de Jahwéh e como defensor dessa Aliança.

ATUALIZAÇÃO •  Elias vencido pela decepção experimentou a sua impotência no em mudar o coração do seu Povo e desistiu de lutar; ele prefere morrer a ter de continuar. A fragilidade está sempre presente na experiência profética. A nossa missão está, muitas vezes, marcada pelas incompreensões, calúnias e perseguições; outras vezes, é o sentimento da impotência em mudar o mundo que nos desanima; outras vezes ainda, é a nossa fragilidade, nossos limites que nos assusta.  A solução será abandonar a luta? Deus nos dá força para continuar.
•  Deus não abandona aqueles a quem chama a dar testemunho profético. No “pão cozido sobre pedras quentes” e na “bilha de água” Deus retempera as forças de Elias, manifesta-se o Deus da bondade e do amor, que anima os seus profetas e lhes dá a força para testemunhar, mesmo nos momentos de dificuldade e de desânimo.
•  Por vezes, pedimos a Deus que nos resolva milagrosamente os problemas, com um golpe mágico, enquanto nós ficamos, de braços cruzados… O nosso Deus não Se substitui ao homem, não ocupa o nosso lugar, mas está ao nosso lado sempre que precisamos, dando-nos a força para vencer as dificuldades.
• A “peregrinação” de Elias ao Horeb/Sinai é para se reencontrar com as origens da fé israelita e para recarregar as baterias espirituais, sugere-nos a necessidade de, por vezes, encontrarmos momentos de “parada”, de reflexão, de “retiro”, de reencontro com Deus, de redescoberta dos fundamentos da nossa missão…

EVANGELHO (Jo 6,41-51)  ...
os judeus murmuravam porque Jesus havia dito: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Eles comentavam: “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” Jesus respondeu: “...Ninguém pode vir a mim, se o Pai não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. ...Ora, todo aquele que escutou o Pai ...vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

AMBIENTE - Todas essas catequeses (“a água que dá a vida”; “o pão que sacia todas as fomes”; “a luz que liberta o homem das trevas”; “o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas”; “vida e ressurreição para o mundo”) terminam com a oposição dos judeus. João vai  preparando o final da caminhada histórica de Jesus: a morte na cruz.

MENSAGEM - Os interlocutores de Jesus não O aceitam como “o pão que desceu do céu”. Eles sabem que o seu pai é José, conhecem a sua mãe e a sua família; eles não aceitam que Jesus traga aos homens a vida de Deus.  Os judeus, instalados nas suas certezas, acomodados a um sistema religioso ritualista, estéril e vazio, já decidiram que não precisam do “pão” de Deus. Assim, não escutam Jesus. Para aqueles que, O aceitam como “o pão de Deus”, Jesus traz a vida eterna. Quem adere a Jesus e à proposta que Ele veio apresentar  encontra a vida definitiva. O que é decisivo é o “acreditar” – isto é, o aderir à Jesus e aos valores que Ele veio propor. Jesus estabelece um paralelo entre o “pão” que Ele veio oferecer e o maná que não lhes garantia a vida eterna e definitiva e que nem sequer lhes assegurava o encontro com a terra prometida e com a liberdade plena; mas o “pão” que Jesus quer oferecer levará o homem a alcançar a vida plena. “um “tempo” sem fim; uma vida com qualidade ilimitada – uma vida plenamente realizada. Jesus estará aqui a referir-se à sua “carne” física? Não. A “carne” de Jesus é a sua pessoa que se manifesta, todos os dias, em gestos concretos de amor, de bondade, de solicitude, de misericórdia. Essa “pessoa” revela-lhes o caminho para a vida verdadeira: nas atitudes, nas palavras de Jesus, manifesta-se historicamente ao mundo o Deus que ama os homens e que os convida, através de gestos concretos, a fazer da vida um dom e um serviço de amor.

ATUALIZAÇÃO •  Jesus, com a sua vida, palavras, gestos, amor, veio dizer-nos como chegar à vida verdadeira.
• “Quem acredita em Mim, tem a vida eterna”. “Acreditar” não é aceitar que Ele existiu, conhecer a sua doutrina … “Acreditar” é aderir, de fato, a essa vida que Jesus nos propôs, viver como Ele na escuta dos projetos do Pai, segui-lo no caminho do amor, da entrega aos irmãos; é fazer da própria vida uma luta contra o egoísmo, a exploração, a injustiça, o pecado, tudo o que traz sofrimento ao mundo.
• O maná matou a fome física, mas que não lhes deu a vida definitiva, não lhes transformou os corações, não lhes assegurou a liberdade plena e verdadeira. O maná representa aqui todas essas propostas de vida que atraem a o nosso interesse, mas que vêm a revelar-se falíveis, parciais, porque não nos libertam nem geram vida plena. É é necessário discernir entre o que é ilusório e o que é eterno; é preciso não nos deixarmos seduzir por falsas propostas de realização e de felicidade …
• Porque é que os judeus rejeitam a proposta de Jesus? Porque vivem nas suas certezas teológicas e perderam a faculdade de escutar Deus. Todos nós temos alguma tendência para a acomodação; e quando nos deixamos dominar por esse esquema, tornamo-nos prisioneiros dos ritos, dos preconceitos, das ideias religiosamente corretas, de catecismos bem elaborados mas parados no tempo, que deixam pouco espaço para o mistério de Deus e para os desafios sempre novos que Deus nos faz. É preciso aprendermos a questionar as nossas certezas.

SEGUNDA LEITURA (Ef 4,30–5,2)  Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação. Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo  isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie  de maldade. Sede   bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos  perdoou por meio de Cristo. Sede  imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo  nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em  oblação e sacrifício de suave odor.

AMBIENTE - Paulo estava na prisão (em Roma, anos 61-63). O objetivo principal é exortar os cristãos a viverem de forma coerente com o seu Batismo e com o seu compromisso com Cristo; viver a condição de Homem Novo.

MENSAGEM - Pelo Baptismo, cada cristão tornou-se morada do Espírito; recebeu um sinal ou selo da sua pertença a Deus.  O que é ser “morada do Espírito”? - por de lado os vícios do “homem velho” (toda espécie de maldade). Significa, por outro lado, pautar toda a vida por atitudes de bondade, de compaixão, de perdão, de amor, tendo Cristo como o modelo de vida. O que fundamenta é o fato de os crentes serem “filhos amados de Deus”; por isso, devem imitar a perfeição, a bondade e o amor de Deus. Como exemplo concreto, os crentes têm diante dos olhos Cristo que, cumprindo os projetos do Pai, ofereceu a sua vida por amor aos homens.

ATUALIZAÇÃO • Pelo Batismo, os cristãos tornam-se filhos de Deus e passam a integrar a comunidade de Deus. O Batismo não é, portanto, uma tradição ou uma obrigação social; mas é uma opção por Deus e  seus os valores.
• Para os batizados, o modelo é Jesus… A vida de Jesus concretizou-se na contínua escuta dos projetos do Pai e no amor total aos homens. Jesus é  o modelo que Deus propõe a todos os outros seus filhos.
• Seguir Cristo e ser um Homem Novo implica assumir uma nova atitude nas relações com os irmãos. Os “vícios” são manifestações do “homem velho” que não cabem na existência de um “filho de Deus”, cuja vida foi marcada com o selo do Espírito. Quando nos deixamos levar pelo rancor, ciúme, ódio, violência e magoamos os irmãos, estamos sendo incoerentes com o compromisso que assumimos no Batismo e  cortamos a relação com a família de Deus.

PAIS, não desanimem como Elias diante de situações difíceis e complicadas… nem murmurem como os judeus diante do incompreensível…SER  PAI é uma Missão sublime…
- É participar do mistério da criação, é iluminar o mundo com uma nova e insubstituível centelha de vida.
- É prosseguir na história e testemunhar a esperança de um mundo sempre mais humano, fraterno e de paz…
  Mas onde buscar força, quando parece tudo perdido?
O Evangelho de Hoje nos dá uma resposta… Essa energia nos é dada no pão vivo descido do céu, que é CRISTO, 
presente no meio de nós na EUCARISTIA e na sua PALAVRA.
E mais do que ninguém, o pai tem a missão de oferecer esse pão aos filhos


O que não teria conseguido com as suas próprias forças, conseguiu-o com o alimento que o Senhor lhe proporcionou quando mais desanimado se sentia. Nós estamos a caminho, também nós precisamos de um pão como o de Elias.
O monte santo para o qual o Profeta se dirige é imagem do Céu, e o trajeto de quarenta dias representa a longa viagem que vem a ser a nossa passagem pela terra; uma viagem semeada também de tentações, cansaços e dificuldades que por vezes nos fazem fraquejar o ânimo e a esperança. Na Eucaristia  encontramos as forças necessárias para chegarmos até o Céu, apesar da nossa fraqueza. Na Comunhão, o poder divino ultrapassa todas as limitações humanas, porque recebemos o próprio Cristo. “Assim como quando se juntam dois pedaços de cera e com o fogo se derretem, dos dois se forma uma só coisa, assim também é o que acontece pela participação do Corpo de Cristo e do seu precioso Sangue” (São Cirilo de Alexandria). É o que diz Jesus: “Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim” (Jo 6, 57).
A Eucaristia Fortalece-nos e afasta de nós a morte. Tal como o alimento natural permite que o corpo cresça, a Eucaristia aumenta a união com Deus, “porque a participação do corpo e do sangue de Cristo não faz outra coisa senão transfigurar-nos naquilo que recebemos” (São Cirilo de Alexandria). A Comunhão ajuda-nos a santificar a vida e as dificuldades diárias.
Os judeus só conseguem ver que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que ele vem do Pai, como alimento de nossa existência. Com ele, a vida tem sentido, tem rumo, tem razão de ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos de onde vimos e para onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de um sonho de amor; com ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vossa vida!
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"Levanta e come"

Deus oferece aos homens o "pão" da vida plena e definitiva.

Na 1a Leitura Elias recebe no deserto um "pão do céu" para refazer as forças e continuar a sua missão. (1 Rs 19,4-8)

Ele acusara o Rei e a Rainha de serem a ruína de Israel, desafiara e matara os profetas de Baal, que davam sustentação à religião pagã da rainha Jesabel (± ano 450).
Ameaçado de morte, foge para o DESERTO, onde o povo encontrara a fonte de sua fé (êxodo).
Perseguido, cansado, faminto, abatido e desanimado, adormece debaixo de uma árvore,  desejando a morte...
- Deus não o abandona, manda um anjo, que lhe diz: "Levanta e come"…
- Elias, revigorado por aquele alimento vindo do céu,  continua o seu caminho (40 dias e 40 noites) até o monte de Deus (Horeb).
  Deus não abandona o profeta em sua missão, nem elimina os inimigos, apenas lhe dá a força para continuar a caminhada...

* Esse pão vindo do céu prefigura o "Pão", oferecido por Jesus.
   O seguidor de Cristo, que caminha pelo deserto da vida,   pode sentir o cansaço, desânimo e a tentação de deixar tudo.  Mas, como Elias, deve despertar do sono, comer do "Pão do Céu"   e, fortalecido, retomar o caminho até chegar ao monte santo.

Na 2ª Leitura, Paulo exorta os efésios a serem imitadores de Deus, em sua bondade e misericórdia e arrancar tudo o que se opõe ao Espírito Santo e à caridade..  (Ef 4, 30-5,2)

No Evangelho prossegue o discurso de Jesus em Cafarnaum, onde Jesus se apresentara como o "Pão" descido do céu
para dar vida ao mundo. (Jo 6,41-51)

- Provoca uma forte REAÇÃO: "Os judeus murmuram" (como no deserto).   Daí nasce uma tremenda resistência e recusa… - JESUS não desiste e reafirma:
  "Eu sou o pão descido do céu… Quem come desse pão viverá eternamente"   E exige FÉ: "Quem crê, tem a vida eterna. Quem dele comer, não morrerá..."

"Comer a carne de Jesus"
- É assimilar na sua totalidade a pessoa e a Missão de Jesus e, como ele,   ter gestos de doação e de solidariedade em favor dos irmãos.
- É acolher Jesus na sua realidade divina e humana, dom de Deus para a salvação da humanidade.


+ O que essas leituras bíblicas nos dizem no dia dos Pais?

- COMO SER PAI, HOJE,  num mundo que se transforma e enfrenta todo tipo de dificuldades?
 
PAIS, não desanimem como Elias diante de situações difíceis e complicadas… nem murmurem como os judeus diante do incompreensível…

SER PAI é uma Missão sublime…
- É participar do mistério da criação, é iluminar o mundo com uma nova e insubstituível centelha de vida.
- É prosseguir na história e testemunhar a esperança de um mundo sempre mais humano, fraterno e de paz…
 
Mas onde buscar força, quando parece tudo perdido?
O Evangelho de Hoje nos dá uma resposta… Essa energia nos é dada no pão vivo descido do céu, que é CRISTO, 
presente no meio de nós na EUCARISTIA e na sua PALAVRA.
E mais do que ninguém, o pai tem a missão de oferecer esse pão aos filhos



                                       Pe. Antônio Geraldo

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Homilia do PE. PEDRINHO

Dia dos pais. Claro que pretendo dirigir uma palavrinha a estes importantes instrumentos de Deus para o mundo.
A liturgia de hoje continua nos oferendo, como proposta de reflexão, o capítulo 6 do Evangelho de São João. Já vimos Jesus, que alimenta uma multidão, trazendo uma nova proposta, um novo sinal para o mundo. São João diz; cinco mil pessoas. Hoje Jesus deixa claro que Ele é o Pão vivo que desceu do céu e que nos leva para a vida eterna. Nos sabemos bem, que a Eucaristia ela é, para nós, o ponto central da nossa fé. E, por uma questão muito simples. Ela que nos mantém em comunhão, unidos e unidos formamos o corpo de Cristo, aonde Ele é a cabeça. É Jesus que nos orienta, ele que nos fala o que devemos fazer, a exemplo do cérebro que comanda todo o corpo. Portanto, a Eucaristia vai muito além de um pedaço de pão que eu como. A Eucaristia é um sinal do corpo vivo de Cristo. Eu já disse e gosto de repetir; todo o alimento que me sirvo, ele passa a fazer parte do meu corpo. A Eucaristia é o contrário; na medida que eu comungo, eu passo a fazer parte do corpo de Cristo. Esta é uma grande diferença. Como eu sou mortal, todo alimento que passa a fazer parte do meu corpo, morre comigo. Enquanto Jesus é eterno. Todo aquele que passa a fazer parte do corpo de Cristo, ele vive eternamente. É aí que nós ligamos, está unido, Eucaristia - vida eterna. Eucaristia – ressurreição.
É muito interessante observar a primeira leitura de hoje; o profeta Elias, ele diz; olhe, sabe, a solução para minha vida é a morte. É uma contradição, mas, muitas vezes, pensamos isto mesmo; porque eu não morro e assim resolveria este problema de uma vez! É bem uma atitude de ser humano. Como é que a solução para a vida é a morte? Aí, Deus puxa a orelha dele dizendo: escuta, tá vendo este pão aí? Levanta e come. Ele consegue com aquele pão, que lhe serviu de alimento, caminhar quarenta dias e quarenta noites. Então, não é qualquer pão! Um pão que me alimenta por quarenta dias, é bastante. Ora, Jesus vem agora e diz: aquele é um sinal, porque o pão que lhe ofereço, agora, é para caminhar eternamente; não é mais só para quarenta dias; eternamente. Então, é a grandeza do Pão vindo do céu que nos garante vida e vida eterna. É evidente que eu não vou dizer, que fiz ao longo da minha vida; seis mil e tantas comunhões. Não. Não dá para falar assim, porque a comunhão é única e a mesma. Eu participo desta comunhão com Deus, na pessoa de Jesus cristo, cada vez que eu me dirijo à fila da comunhão, cada vez que eu me sirvo do corpo de Jesus Cristo. É claro que isto nos traz consequências; porque eu comungar e não viver a comunhão, eu simplesmente estou fazendo um teatro, fazendo de conta.  Então, é um grande desafio estabelecermos a comunhão. Aí então, que a comunidade é uma parte importantíssima dentro de toda reflexão eucarística. é muito interessante que aqueles que não aceitam Jesus ou não aceitam o seu projeto, sempre terão alguma desculpa a dar. Hoje é: nós conhecemos a família dele. Como é que ele agora vem dizendo que é o Pão vindo do céu? Porque nós conhecemos muito bem a sua origem. É um pretexto. Qualquer pessoa pode apresentar qualquer desculpa para não aceitar ou não assumir a proposta de Jesus. Por outro lado, são Pedro dirá: a quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna. É o contraponto. É a Igreja dizendo: de fato, a Eucaristia não se limita somente no Pão, pois você tem o Pão da Palavra, o Pão da solidariedade, o Pão do amor, formas que nos levam ao mesmo Jesus. É claro, que a Eucaristia se torna este sinal e a síntese, a junção, o encontro de todos estes valores do Evangelho. Por isso, é tão importante este capítulo 6 do Evangelho de João. Assim como nós temos a oração Eucarística, onde os apóstolos lembravam as orações e palavras de Jesus, iam organizando um certo discurso catequético, para irmos compreendendo o que é Eucaristia. Por isso, vale a pena ler o capítulo 6 de São João, por inteiro.  Claro, que na liturgia isso não é possível, pois seria uma leitura longa e não haveria tempo de meditar parte por parte. Por isso, a liturgia vai dividir em pedaço, em trechos, para que possamos ter a oportunidade de aprofundar um pouco mais. Que bom que nós cremos na Eucaristia, que bom que podemos contar com este alimento, porque Ele nos conduz à vida eterna.
Mas, hoje é dia dos pais e concidentemente tem uma frase no Evangelho, que eu gostaria de partilhar uma pequena reflexão; os que murmuravam contra Jesus diziam: Ele é filho de José. Muito interessante porque dos quatro Evangelhos, Lucas, Mateus, Marcos e João, o único que dá nome ao pai de Jesus é o Evangelho de São João. Todos os outros vão dizer é filho do carpinteiro. São João faz questão de dizer: filho de José. Nós sabemos muito bem que São José é apresentado como sendo o patrono da Igreja. O que significa o Pai da Igreja. Agora, a figura, a pessoa de São José no Evangelho, é bastante questionadora para nós. Primeiro, que deixa claro que Deus, entre as infinitas possibilidades, escolheu a família para se fazer presente no mundo. Ele poderia escolher outra forma, com todo o seu poder poderia vir do mar, cair do céu, mas ao escolher a família Ele indica que a família é o lugar mais adequado para se celebrar a vida. A família há de supor o pai, a mãe e os filhos, pois foi assim que aconteceu; São José, Nossa Senhora e Jesus. Ora, isto nos ajuda a compreender a importância da mãe, evidentemente, que não vou refletir hoje, mas também a importância do Pai. hoje é dia dos Pais. O que é que São José pode ajudar cada pai? a realizar a sua missão. Em primeiro lugar, nós vemos em José uma disponibilidade incrível, porque ele já tinha a vida feita. Ele vai estar disponível a Deus e vai começar tudo do zero, porque Deus o convidou e ele acreditou na Palavra: não tenhas medo de receber Maria como tua esposa. E ele aceitou. Segundo, vemos em José alguém que tem um respeito profundo pela esposa. É muito interessante. Ele tem clareza do seu papel, ao ponto que quando Nossa Senhora vai puxar a orelha de Jesus, é Ela quem fala. Ele sabe muito bem como caminhar com esta família; não é ele o dono da verdade, mas aquele que partilha as responsabilidades. Hoje, os pais sentem até um pouco de medo e dificuldade de realizar a sua missão. Então, eu penso que a figura de São José pode lhe ajudar muito. São José deu o que ele teve. Aqui eu vejo um equívoco; muitos dizem: eu quero dar pro meu filho o que eu não tive. Não. São José deu o que ele tinha. Ele deu o ser carpinteiro para Jesus. Ele mostrou que é através do fruto do trabalho, que você pode levar a vida adiante. Não precisou “fazer das tripas coração” para Jesus ser feliz; simplesmente se colocou à disposição. Então, não tenha medo de dar para seus filhos o que você tem. Não o que não tem. E não queira dar tudo, porque a maior glória do mundo é aquele que nós formamos no superar. Se você não consegue dar tudo pro seu filho, ele que conquiste. Que bom se ele te superar, conseguir mais do que você conseguiu. Isto não é vergonha, mas o contrário. É sinal de um bom mestre. Neste sentido, Jesus superou São José em tudo, o que mostra que é um bom mestre. O que me parece fundamental é que São José teve grande intimidade com Jesus e com Nossa Senhora. Intimidade de viver como família. Então, este é o segredo. Incluir Jesus e Maria em sua família. Já não se tem mais o costume de dar a benção aos filhos; “Deus te abençoe”. É evidente, que quem não está acostumado, se fizer isto os filhos vão se assustar. Mas, agente sabe que a benção vindo do pai é única. Quem tem seu pai no céu, sabe disto. Não tem mais aquele “Deus te abençoe”. Aquele benção vinda dos pais, nenhum padre pode dar, nem a esposa, nem os filhos. É uma benção própria, é o múnus que ele traz consigo, é a capacidade de abençoar. É evidente que isto traz carinho, segurança, porque a benção nos dá coragem para caminharmos. Pai, não desanime, conte com a presença de Jesus e Maria em sua família. Conte com a Eucaristia e tudo aquilo que for necessário a sua família irá conquistar.
Muitos daqui já têm os filhos criados e, portanto, já chegam os netos. Ora, é evidente que na família cristã, todo aquele que é pai, é avô, é fonte de vida. É evidente que como avô pode e deve continuar a dar a benção aos netos, ajudando-os a descobrir a Palavra de Deus e ter maior segurança, que tudo mais é passageiro e ilusório. É Deus na pessoa de Jesus Cristo, que nos dá a Palavra de vida eterna.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...

PE. PEDRINHO


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Homilia de D. Henrique Soares
A Liturgia da Palavra deste Domingo ainda está ligada ao evangelho da multiplicação dos pães. Jesus reclama porque os judeus não quiseram compreender o sinal da multiplicação. Claramente, ele afirma: “Eu sou o pão que desceu do céu! Quem dele comer, nunca morrerá!”
Eis aqui a grande revelação do Senhor! Os judeus só conseguem ver a superfície, somente compreendem que ele é o filho de José; não percebem, não crêem que ele vem do Pai, como alimento de nossa existência: ele é o sustento, o alimento da nossa vida. Afinal, que é viver? Será simplesmente existir, respirar, sobreviver, de qualquer modo, sem rumo, sem sentido, sem uma finalidade para a existência? Que vida seria essa? Não uma existência assim, miserável, que vemos tantos e tanto hoje vivendo? Pois bem, Jesus afirma que ele dá o sustento verdadeiro à nossa vida; com ele, a vida tem sentido, tem rumo, tem razão de ser; com ele, descobriremos porque vivemos, descobrimos de onde vimos e para onde vamos, descobrimos que somos amados e somos fruto de um sonho de amor; com ele, finalmente, temos a paz! “Eu sou o pão da vossa vida! Precisais mais de mim que vosso corpo do pão de cada dia. Quem come desse pão que sou eu, isto é, quem se alimenta de meu amor, de minhas palavras, de meu caminho, nunca viverá uma vida de mentira, de ilusão, de morte; antes, viverá de verdade!
Para ilustrar isso, basta pensarmos na situação de Elias, na primeira leitura de hoje. Ele tinha matado os profetas de Baal no monte Carmelo. Jezabel, a rainha idólatra, tinha prometido vingança e queria matá-lo. O profeta sentiu medo e figiu, procurando esconder-se no deserto do Sinai para encontrar inspiração e consolo no monte Horeb (outro nome para o monte Sinai), o Monte de Deus. E lá vai Elias… Mas, o caminho longo, os dias quentes do deserto, a solidão, a tensão da fuga, tudo isso traz desânimo e depressão ao profeta. A vida lhe parece dura, amarga, sem sentido. Cansado, ele se rende e pede a morte: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida,pois não sou melhor que meus pais… Sou igual a todo mundo, não sou a palmatória do mundo… Cansei! Quero morrer!” Quantas vezes somos como Elias, quantas vezes a existência nos pesa, o sentido da vida parece se nos esconder, quantas vezes parece que apenas sobrevivemos, mas não temos idéia para onde vai o caminho… O desengano do profeta é tão profundo que ele, deprimido, cai no sono. E o Senhor envia-lhe um anjo: “’Levanta-te e come!’ E ele viu junto à sua cabeça um pão assado… ‘Ainda tens um longo caminho a percorrer’. Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus”. Caríssimos, também nós estamos a caminho, também nós precisamos de um pão como o de Elias. Esse pão o Senhor nos dá, esse pão é o próprio Cristo, que hoje nos diz: “Eu sou o pão da vossa vida!” Infelizmente para nós, caríssimos, nos iludimos, procurando saciar nossa fome de vida com coisas que não alimentam o coração. É aquela antiga queixa de Deus, pela boca do profeta Isaías: “Ah! Todos que tendes sede, vinde à água. Vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; comprai sem dinheiro e sem pagar, vinho e leite. Por que gastais dinheiro com aquilo que não é pão, e o produto do vosso trabalho com aquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me com toda atenção e comei o que é bom. Escutai e vinde a mim, ouvi-me e havereis de viver!” (Is 55,1-3)
Mas, o Senhor é bondoso e sua misericórdia é sem limites! Quem pode pôr medida à sua bondade? Ele não somente é pão e sustento de nossa vida de modo figurado. Para surpresa nossa, para escândalo do mundo – e até de tantos cristãos que estão separados da Igreja de Cristo – o Senhor revela: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo!” É demais, caríssimos! É surpreendente, é inesperado! Aqui, o Senhor está falando claramente da Eucaristia: “Eu sou o pão da vossa vida, eu vos alimento de vida e de sentido de viver; e eu fico entre vós, fico convosco, alimento-vos de um modo que não esperáveis: minha união convosco é total, absoluta: eu vos dou verdadeiramente minha carne, meu corpo morto e ressuscitado, como vida da vossa vida!” Meus irmãos, não pode haver maior dom, maior intimidade, mais revigorante alimento! Os judeus murmuravam, os protestantes murmuram, mas Cristo nosso Deus, que tem palavras de vida eterna e para quem nada é impossível, nos garante: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo!” Caríssimos, estejamos atentos para nos aproximar freqüentemente desse alimento de vida eterna; com freqüência e com dignidade. Privar-se da comunhão eucarística quando se poderia comungar é fazer pouco caso do dom do Senhor, é ser auto-suficiente, é não reconhecer que somente Jesus nos alimenta e nos sustém com a sua graça. Não cuidar de comungar é um orgulho que nos coloca debaixo da terrível sentença do nosso Salvador: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes do seu sangue, não tereis a vida em vós!” (Jo 6,53). Por outro lado, aproximar-se do Corpo do Senhor sem se examinar; comungar sem estar em comunhão com o Senhor e com os irmãos é mentir contra a Eucaristia, é comer e beber a própria condenação! Comunguemos sempre, caríssimos; mas, comunguemos estando preparados, conforme a santa Palavra de Deus nos exorta! Recordemos a grave palavra do Apóstolo: “Que cada um se examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo come e bebe a própria condenação” (1Cor 11,28s).
Meus caros, a Eucaristia, comunhão no santíssimo Corpo do Senhor, não somente é alimento para o nosso caminho, não somente á sustento da nossa vida, não somente é penhor de vida eterna, como também nos dá a graça do Santo Espírito, que nos faz ser um só corpo em Cristo. Eis, que mistério tão profundo: comungando do Corpo do Senhor na Eucaristia, nós nos tornamos cada vez mais unidos no corpo do Senhor, que é a Igreja! Comunguemos, pois, e teremos força para viver o belo caminho que a segunda leitura deste hoje nos aponta: “Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”. Eis aqui: a nossa participação no sacrifício eucarístico de Cristo, a nossa comunhão no seu corpo sacrificado e entregue amorosamente, devem nos levar a um novo modo de viver, um modo que consiste na docilidade ao Espírito do Senhor morto e ressuscitado, que significa comunhão com Deus e com os irmãos: “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo”.
Portanto, seja Cristo, que se oferece por nós em sacrifício e se dá a nós em comunhão, o pão, o sustento, o sentido da nossa vida, para podermos caminhar, entre as lutas, desafios e cansaços desta vida, até o monte de Deus, que é a Pátria celeste. Amém.
Dele alimentar-se é iniciar uma nova vida, vivendo sua dinâmica de entrega: vivei em amor como ele nos amou e se entregou por nós em sacrifício (2l).

Dom Henrique Soares da Costa



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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos, ministros extraordinários da Palavra):




LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
à T: SENHOR DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Pai, Por Jesus e na força do Espírito Santo, fomos transformados em novas pessoas; somos vossos filhos e filhas. Vinde sempre em nosso auxílio quando o cansaço e o desânimo caírem sobre nós. Que o Espírito Santo nos faça fortes para superar as nossas limitações.
à T: SENHOR DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Senhor, fazei-nos atentos às novidades e aos novos chamados que fazeis em nossa vida. Que sempre estejamos atentos e dispostos aos novos trabalhos de evangelização para que vosso reino seja feito segundo a vossa vontade.
à T: SENHOR DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
à Senhor, nosso Deus e Pai, vinde sempre em nosso auxílio, pois muitas vezes somos fracos e nos vencemos pelas tendências do homem velho. Muitas vezes caímos pelo nosso egoísmo e orgulho. Transformai-nos a cada dia para que possamos espelhar a vossa bondade a todos.
à T: SENHOR DEUS, VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS POR NOS DAR O PÃO DA VIDA ETERNA.
àPai nosso... Oração da Paz... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...



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