2º DOMINGO DO TC C 2016 (Adaptado e postado
pelo Diácono Ismael)
Sinopse:
Tema: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” A liturgia de hoje apresenta O casamento como imagem de amor que Deus
estabeleceu com o seu povo. A relação de amor que Deus (o marido)
estabeleceu com o seu Povo (a esposa).
A
primeira leitura o amor de Deus
continuamente renova a relação e transforma a esposa.
Evangelho: no contexto de um casamento Jesus apresenta
aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a
felicidade.
A segunda leitura
fala dos “carismas” – dons, através dos quais o amor de Deus continua a
manifestar-se. É na comunidade que o amor de Deus se manifesta através da
diversidade de dons e carismas. Amando, perdoando, auxiliando, você está sendo
o instrumento de Deus agindo em seu povo.
LEITURA I – Is 62,1-5 -... Não mais te chamarão «Abandonada», nem à tua terra «Deserta», mas hão-de
chamar-te «Predileta» e à tua terra «Desposada», porque serás a predileta do
Senhor e a tua terra terá um esposo. Tal como o jovem desposa uma virgem, o teu
Construtor te desposará; e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a
alegria do teu Deus.
AMBIENTE Trito Isaías: Jerusalém
pós-exílica. Esperam a restauração do Templo com uma Jerusalém nova, outra vez
bela e cheia de “filhos”, que viva, finalmente, em paz.
MENSAGEM - A imagem do amor do
marido pela esposa é uma imagem feliz do imenso amor de Deus pelo seu Povo.
Deus que não esquece o seu amor e que, apesar das falhas da esposa no passado,
continua a amar.
ATUALIZAÇÃO ♦O amor de Deus está sempre lá, à espera, de forma gratuita,
convidando ao reencontro; e esse amor gera vida nova, alegria, festa,
felicidade em todos.
♦Viver em relação com o Deus/amor
implica também dar testemunho.
EVANGELHO – Jo 2,1-11 - ... Em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos
foram também convidados para o casamento. A Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm
vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou
a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser».
Havia ali seis talhas de pedra. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de
água». «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe
de mesa provou a água transformada em vinho, chamou o noivo e disse-lhe: «Toda
a gente serve primeiro o vinho bom e, depois o inferior». Manifestou a sua
glória e os discípulos acreditaram n’Ele.
AMBIENTE o autor apresenta Jesus e
o seu programa. O episódio pertence à categoria dos sinais. Apresentar o programa
de Jesus: trazer à relação entre Deus e o homem o vinho da alegria, do amor e
da festa.
MENSAGEM A antiga “aliança”:
tornou-se uma relação seca, sem alegria, sem amor e sem festa, que já não
potencia o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus. Esta realidade de uma
“aliança” estéril e falida é representada pelas “seis talhas de pedra
destinadas à purificação dos judeus”.
O número seis evoca a imperfeição, o incompleto; a “pedra” evoca as tábuas de pedra
da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o profeta Ezequiel
(cf. Ez 36,26); a referência à “purificação” evoca os ritos e exigências
da antiga Lei que revelavam um Deus susceptível, zeloso, impositivo, que guarda
distâncias: Deus terrível…
As talhas estão “vazias”, porque era inútil: não servia para
aproximar o homem de Deus.
A “mãe”: ela “estava lá”,
pertence à boda; se apercebe da situação (“não têm vinho”): representa o Israel
fiel e infeliz.
O “chefe de mesa”: os dirigentes judeus que não se apercebem que a
antiga “aliança” caducou.
Os “serventes” são os que colaboram com
o Messias.
Jesus: é a Ele que o Israel fiel (a “mulher”/mãe)
se dirige no sentido de dar nova vida a essa “aliança” caduca; mas o Messias
anuncia que é preciso deixar cair essa “aliança” onde falta o vinho do amor
(“que temos nós com isso?”).
A obra de Jesus é apresentar a novidade quando chegar a “Hora” (a “Hora”
é, em João, o momento da morte na cruz
lição do amor total de Deus).
O episódio das “bodas de Caná” anuncia o programa de Jesus: trazer à
relação entre Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa. Este
programa – que Jesus vai cumprir paulatinamente ao longo de toda a sua vida –
realizar-se-á em plenitude no momento da “Hora” – da doação total por amor.
ATUALIZAÇÃO ♦Quando a relação com Deus fica apenas em ritos externos, de
regras e de obrigações, a religião torna-se insuportável. Ora, Jesus veio
revelar-nos Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar
os seus filhos. É esse o “vinho” que Jesus veio trazer para alegrar a
“aliança”: o “vinho” do amor de Deus, que produz alegria e que nos leva à festa
do encontro com o Pai e com os irmãos.
♦O que é que mostramos aos outros: a
alegria ou a tristeza de nossa religião?
♦Com qual dos personagens da “boda” nos
identificamos: com o chefe, comodamente instalado numa religião estéril, vazia
e hipócrita, com a “mulher”/mãe que pede a Jesus que resolva a situação, ou com
os “serventes” que vão fazer “tudo o que Ele disser” e colaborar com Jesus no
estabelecimento da nova realidade?
LEITURA II – 1 Cor 12,4-11 - Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Em
cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Mas é um só e o
mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe
agrada.
AMBIENTE - “Carisma” é certos “dons especiais” concedidos
pelo Espírito a determinadas pessoas em benefício da comunidade. Criavam
individualismo e divisão na comunidade. É a este problema que Paulo procura
responder.
MENSAGEM - Paulo deixa claro que,
apesar da diversidade, todos eles se reportam ao mesmo Deus. Mais: cada um dos
crentes possui o Espírito e, portanto, de diversos modos e medidas, recebe
“carismas”. Esses “carismas” não sejam usados de forma egoísta, mas ao serviço
do bem comum. Não faz sentido discutir qual é o “carisma” mais importante.
Também não faz sentido que os possuidores de “carismas” se considerem
“iluminados” e se confrontem com o resto da comunidade. Faz ainda menos sentido
considerar que há cristãos de primeira e cristãos de segunda… É o mesmo Deus
uno e trino que a todos une; a comunidade tem de ser o espelho dessa comunidade
divina, da comunidade trinitária.
ATUALIZAÇÃO - ♦A comunidade cristã tem de ser o reflexo da comunidade
trinitária.
♦somos todos membros de um único corpo,
com diversidade de funções e de ministérios. A diversidade de “dons” não pode
ser um fator de divisão ou de conflito, mas de riqueza para todos. Os “dons”
que Deus nos concede são sempre postos ao serviço do bem comum e não servem
para nos autopromover.
5. À ESCUTA DA PALAVRA. - A água é um elemento vital. Mas é um elemento simples e comum. A água
encontra-se na natureza, não precisa de ser fabricada. O vinho é fruto da
vinha, mas também do trabalho do homem.
Jesus manda encher as talhas de água, a água que é símbolo da nossa vida
ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água ordinária para a transformar
com a força do Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas alegrias,
amores, conquistas, nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem cor, os
nossos fracassos e mesmo os nossos pecados, também eles ordinários. E aí, Ele
“trabalha-nos” pelo seu amor para fazer brotar em nós a vida que tem o sabor do
vinho do Reino.
OUTRO ÂNGULO DAS bodas de Cana : Cana à é verbo, = ADQUIRIR.
Casamento = no antigo Testamento
significa = Aliança de Deus com a humanidade.
Quem é o Noivo? = Deus (Jesus) -
Quem é a Noiva? = o povo, (representada por Maria).
Quem são os convidados? – Jesus,
discípulos
Qual casa que tem 6 talhas, cada
uma de mais ou menos 100
litros ? – só um lugar. É o templo.
Água = é o símbolo da vida biológica, o que sustenta a vida.
Vinho = vida plena. Vinho novo = plenitude, abundância (que só se
dá após a morte) (e a plenitude de Jesus se dá no alto da cruz.)
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No batismo é para o cristão, a primeira
morte. Adquire vida nova. Somos transformados pela água em vinho. E ao passarmos
pela morte, se torna vinho novo, plenitude, abundância.
- Não será o batismo a festa de
casamento de Caná? Onde somos adquiridos por Deus?
- O Mestre sala = o batizando. É ele
que experimenta o vinho novo. É o discípulo amado.
- Jo 19,28-30 - No primeiro
milagre Jesus pede água e transforma em
vinho.
Na cruz, pede água. O que trazem?
Vinagre. É Vinho estragado. Vinho estragado é morte, deterioração, vida
“sem graça”. O que Jesus pode fazer? – nada. “Tudo está consumado”.
- No primeiro milagre, pede água,
manifesta sua glória e seus discípulos; “creram nele”. Agora, diz tenho sede e
lhe dão vinagre. Não tem jeito; tudo está consumado.
- No primeiro caso, Maria diz; “eles
não têm MAIS vinho”. Se Maria é a noiva e representa o povo, o que Maria lhe
diz na cruz? – Não tem Mais vinho. Deixaram estragar tudo. E não tem mais as talhas de cem litros. Apenas
um baldinho com vinho azedo, estragado; vinagre; molham uma esponja e lhe dão; tudo está consumado!
- Se não tiver a festa, estraga tudo e sobra
vinagre. Aí danou tudo; tudo está consumado. Todo domingo celebramos,
festejamos o Dia do Senhor. É na Eucaristia que se dá a grande festa, a grande
transformação. (pelo mistério desta água e deste vinho, que a nossa humanidade
possa participar da glória de vosso Filho e nos sirva de mérito para nossa
salvação).
-
O mestre sala somos nós que podemos
experimentar o Vinho Novo, a Vida nova.
Antes, quando Maria lhe diz que não tem
mais vinho, Jesus lhe diz: “o que queres que eu faça, não chegou a minha hora”.
Agora, na hora certa, na cruz, Jesus lhe dá o discípulo amado.
Maria
é a nova Eva, Maria é a noiva, Maria é o povo, Maria é a Igreja.
O casamento quem faz é o Pai. Casamento
é o pacto entre Deus e a humanidade.
Jesus veio fazer a vontade do Pai. Ele
é o convidado a executar a obra.
Sua primeira coisa a fazer, segundo
Marcos, é ser batizado no Jordão; Faz a
conversão para Deus. É o grande convidado. O noivo é o batizando, o que
experimenta o vinho novo. Quem cria a casamento e a festa é o Pai. O casamento
se dá na cruz. Caná significa adquirir. Na cruz onde somos adquiridos.
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Em Caná
Após as festas natalinas, inicia o Tempo Comum, em que revivemos os principais
Mistérios da Salvação.
Com a imagem do CASAMENTO, a
liturgia apresenta a relação de amor, que Deus (o marido) estabeleceu com o seu
Povo (a esposa).
Nossa alegria é saber que Deus garante a alegria dessa festa.
Na 1ª Leitura, a imagem do CASAMENTO revela a profunda união que existe entre Deus e a
Humanidade. (Is 62,1-5)
Deus se casou com o seu Povo. Ele é o Esposo e Israel, a Esposa.
Deus é eternamente fiel, a esposa às vezes se afasta de Deus e vai
atrás de outros amores, adora outros deuses.
A 2ª Leitura fala dos "carismas", dons, através
dos quais o amor de Deus continua a se manifestar. (1Cor 12,4-11)
Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos.
É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade
de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O Evangelho fala das Bodas de Caná. (Jo 2,1-11) Aí Jesus realiza o primeiro milagre, "Sinal"
de uma realidade mais profunda: mostrar aos homens o Pai, que os ama, e os
convoca para a alegria e a felicidade plenas.
A festa do Reino já está acontecendo. Jesus é o Noivo, que já está no
mundo, para celebrar o casamento de Deus com a humanidade.
O CENÁRIO DO CASAMENTO reflete o contexto da
"ALIANÇA" entre Israel e o seu Deus.
A essa "aliança", em certo momento, vem a faltar o vinho. O
"vinho" é símbolo do amor entre o esposo e a esposa, da alegria e da
festa.
Constata-se que a antiga "aliança" tornou-se uma relação
seca, sem alegria, sem amor e sem festa, que já não
proporciona o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus.
Esta realidade de uma "aliança" estéril e falida é
representada pelas "seis talhas de
pedra destinadas à purificação dos judeus". - O número seis
evoca a imperfeição, o incompleto;
- a "pedra" evoca as tábuas de pedra da Lei do Sinai e
os corações de pedra de que falava o profeta Ezequiel;
- a referência à "purificação" evoca os ritos e
exigências da antiga Lei que revelavam um Deus impositivo, que guarda
distâncias.
Um Deus assim pode-se temer,
mas não amar...
- As talhas estão "vazias" porque todo este aparato
era inútil e ineficaz: não servia para aproximar o homem de Deus, mas sim para
o afastar desse Deus difícil e distante.
- As "Bodas de Caná sem vinho" representam a situação do
povo, desiludido e insatisfeito. O amor foi substituído pela observância da
lei...
- "Façam tudo o Ele
disser":
Agora Jesus fará a passagem do Antigo para o Novo. E o novo é
melhor...
OS PERSONAGENS
apresentados:
- A "Mãe": é Previdente:
nota primeiro o problema; "não têm mais vinho".
É Providente: aponta um caminho: Cristo...
É Perseverante: não desiste diante da aparente indiferença de Jesus:
- O "Chefe de mesa": representa os dirigentes
judeus, que não percebem que a antiga "Aliança" já caducou.
- Os "Serventes" são os que colaboram com o
Messias, que estão dispostos a fazer tudo "o
que ele disser" para que a
"Aliança" seja revitalizada.
- JESUS: é a Ele que
o Israel fiel (a "mulher"/mãe) se dirige no sentido de dar nova
vida a essa "aliança" caduca.
A obra de Jesus não será
preservar as instituições antigas, mas realizar uma profunda
"transformação"...
Ele veio trazer à relação entre
Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa...
Isso acontecerá quando chegar a
"Hora".
Jesus acolheu o pedido da
mãe... e a alegria continuou até o fim da festa...
+ As Bodas continuam... e somos também convidados...
Quando a relação com Deus se resume num jogo complicado de ritos
externos, de regras e de obrigações que é preciso cumprir, a religião torna-se
um pesadelo insuportável que tiraniza e oprime.
Jesus veio nos revelar Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz
quando pode amar os seus filhos.
É esse o "vinho" que Jesus veio trazer para alegrar a "aliança":
o "vinho" do amor de Deus, que produz alegria e
que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos.
- A nossa "religião" é um encontro com o Jesus, que nos dá o
vinho do amor?
- O que os nossos olhos e os nossos lábios revelam aos outros: a alegria que brota de um coração cheio de
amor, ou o medo e a tristeza que brotam
de uma religião de leis e de medo?
+ Com que personagem das "Bodas" nos identificamos?
- com o chefe de mesa,
comodamente instalado numa religião estéril e vazia,
- com a "mulher"/mãe
que pede a Jesus que resolva a situação,
- ou com os "serventes"
que vão fazer "tudo o que ele disser" e colaborar com Jesus no
estabelecimento da nova realidade?
Pe. Antônio
Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus
irmãos e irmãs, hoje temos dois casais celebrando vinte e cinco anos de vida
matrimonial. Em momento oportuno, iremos dar a benção para todos os casais
presentes, porque hoje celebramos, neste segundo domingo do tempo comum, a
bodas de Caná. Se quisermos comtemplar a boda de Caná, nós vamos verificar que
Jesus realiza o que foi prometido pelo profeta Isaías. Isaías diz com muito
clareza: por amor de Sião, não me calarei. Por amor a Jerusalém não descansarei
enquanto não surgir nela o luzeiro da justiça e não se acender nela uma tocha
salvação. Então, Deus promete restaurar a Justiça e salvar a humanidade. Ele,
Deus, na primeira leitura diz: Eu farei isto, porque amo a humanidade, como a
donzela é amada pelo seu noivo, assim Eu
amo toda a humanidade. Então, veja, que a imagem do amor de Deus se traduz na
imagem do amor de um casal. Amor, salvação, justiça: eu afirmo que somente Deus ama
plenamente, pratica a justiça plenamente e salva plenamente as pessoas. Por mais
que eu queira ser justo, por mais que eu queira salvar o irmão, por mais que eu
ame alguém, eu não farei isto com a mesma plenitude, perfeição de Deus. Por isso,
sem Deus em nossa vida, não somos capazes de amar plenamente, praticar a
justiça plenamente, salvar plenamente as
pessoas. Agora, como estar com Deus, se Deus é inatingível? É aí que nós
dizemos: Deus amou tanto o mundo, que envia o seu Filho para que o mundo possa conhece-lo.
Já que eu não consigo chegar até Deus, Deus veio ao nosso encontro. Isto acontece
na pessoa de Jesus de Nazaré. Portanto, quando nós ouvimos a boda de Caná, é
bom nós ampliarmos a nossa visão. Não se trata de um casamento qualquer, e nem
um mágico, que transforma água em vinho. É algo muito mais profundo. Quem vai
até Caná, na Galiléia, vai perceber que lá existem escavações, estudos arqueológicos,
que comprovam, que naquele local, a cidade se reunia para celebrar as suas festas.
Cidade, relativamente pequena, as casas sem acomodação, de forma então, era
costume, um casamento, um aniversário, qualquer coisa, era costume celebrar
naquele local. Se quiséssemos falar na linguagem de hoje, diríamos era um “Buffet”,
onde as pessoas se encontram, porque não há espaço em casa, é muito mais prático
organizar um local. Nós também sabemos, que organizando em casa ou em outro
local, quem é que sabe a quantidade a ser servida na festa? Só quem está muito por dentro desta festa. Um convidado
não vai saber o quanto tem ainda para ser servido. Só quem ajudou a organizar a
festa é que sabe isto. E, Nossa Senhora chega para Jesus e diz: eles não tem
mais vinho. Então, ela é alguém que está muito a par da organização desta
festa. O Evangelho nos dá outra informação importante: somente sabiam da procedência
do vinho que foi servido, quem estava servindo os convidados. Tanto é que Nossa
Senhora sabe, porque é ela quem manda: obedecer e fazer tudo o que Jesus falar.
Aqueles que tiraram a água sabem, porque estavam servindo na festa. Primeira coisa,
para eu saber de onde vem o vinho oferecido por Jesus, eu sou chamado a servir.
Se eu não servir, eu não saberei a procedência deste vinho. Nem o mestre sala
sabia. Nem os donos da festa, os noivos, mas só que estava servindo.
Ora,
existe um segundo dado importante: Nossa Senhora disse: faça tudo o que Ele vos
disser. Portanto, se eu quiser saber a procedência do vinho, eu sou convidado a
me por em serviço e fazer tudo o que Jesus me pede. O que Ele me pede? Continuar
aquilo que Ele iniciou. O que Ele iniciou? Ele inaugura o Reino de Deus, onde
você tem o amor, a justiça e a salvação.
Ora,
o vinho que Jesus oferece, ninguém pode fazer um igual. Não é apenas pegar as
uvas, tratar, fermentar... não. Este é um vinho que só Ele tem a disposição. Tomou
o cálice com vinho e disse: Tomai e bebei: isto é meu sangue. Não é qualquer
vinho. É um vinho ofertado por Jesus. E, Ele disse: já não mais beberei do
fruto da videira, até que vamos beber juntos no Reino dos Céus. Portanto, o
vinho que Ele oferece é uma Celebração, um sinal, do Reino de Deus. Aliás, o próprio
João Evangelista vai dizer: este foi o primeiro sinal, que Ele realizou em Caná
da Galiléia. Sinal é uma palavra que também significa Milagre. Sinal vem da palavra
semente. É uma semente que foi plantada, para que as pessoas possam cultivá-la.
A semente plantada é a fé, que deve ser cultivada. O Batismo é uma semente. O matrimônio
é uma semente. Os sacramentos são sementes para serem cultivados. Milagre vem
da palavra Flesch, luz, para que você possa enxergar com mais nitidez, mais
clareza. Por isso, o gesto de Jesus é para que seja plantada a fé nas pessoas. João
Evangelista vai dizer: este milagre foi feito para que os discípulos pudessem
acreditar. Por que ele tira Maria? Porque Nossa Senhora já acreditou, desde o
momento da sudação do anjo. Este sinal é para que nós, seus discípulos, possam
crer em Jesus. Ora, quem crê, fará o que Ele manda. O que Ele manda, é que
possamos, de fato, junto com Ele, participar do seu Reino. Então, somos
convidados, além do serviço, além de crer, colocar a disposição para o trabalho.
Aí é que entra a segunda leitura, onde diz, que cada um tem o seu dom e cada um
motivado pelo Espírito Santo, para realizar estes dons. Ora, então, sou chamado
a realizar a Justiça, o amor e a salvação.
Não importa se vou ou não conseguir cem por cento. O importante é o tentar ser
justo, tentar amar, tentar salvar o irmão de qualquer que seja a sua
necessidade.
Então,
cada vez que eu participo da Celebração Eucarística (missa), eu participo deste
boda, onde Deus estabelece a sua aliança com o povo, onde sou alimentado por
este vinho que não existe em lugar nenhum, porque Ele é oferecido por Jesus. É o
vinho que me ajuda a Celebrar o Reino de Deus, é o vinho que me leva para a
vida eterna. Jesus diz: quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida
eterna e eu o ressuscitarei no último dia.
Celebrar
este pão e este vinho, é celebrar o que nos leva à eternidade. Tanto o batismo,
eucaristia ou qualquer outro sacramento, nos garante vida eterna, porque é a
promessa de Deus, que é realizada na pessoa de Jesus. Agradecer sempre a Deus e sempre participar
desta boda é o mínimo que fazemos, diante da grandeza que Ele nos oferece.
Louvado
seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PADRE
PEDRINHO – Diocese de Santo André – SP.
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Homilia de D. Henrique Soares da Costa
Em certo sentido, a liturgia da
Palavra deste segundo Domingo comum, ainda está ligada ao Santo Natal, tempo da
manifestação do Senhor. Na liturgia da Igreja antiga, a festa da Epifania, da
Manifestação, celebrava, de uma só vez e num só dia, a visita dos Magos, o batismo de Jesus e as bodas da Caná. São três
momentos da Manifestação do Senhor: aos Magos, ele se manifestou como Rei dos
Judeus pelo brilho da Estrela; no batismo, o Pai o manifestou como Messias de
Israel, ungindo-o com o Espírito Santo para a missão e, em Caná, Jesus
manifestou a sua glória ao transformar a água em vinho, e os seus discípulos
creram nele. Portanto, estamos ainda em clima de Manifestação, de Epifania
daquele que veio do Pai para nossa salvação; e é neste contexto que as leituras
da Missa de hoje devem ser interpretadas.
Comecemos por observar que o
evangelho narra uma festa de casamento e não informa nada sobre o nome dos
noivos… É de caso pensado! O Evangelista tomou um fato histórico e deu-lhe um
sentido espiritual e teológico: o verdadeiro noivo é o Cristo, Deus em pessoa que vêm desposar sua esposa, o povo de Israel e, mais
precisamente, o novo Israel, a Igreja,
representada pela Mulher – a Virgem Maria! Tudo, na perícope do evangelho,
fala disso: porque o Messias-Esposo chegou, a água da Antiga Aliança (água da
purificação segundo os ritos judaicos da Lei de Moisés) é transformada no vinho
da Nova Aliança (o vinho, símbolo da alegria e da exultação do Espírito Santo,
que é fruto da morte e ressurreição do Senhor). É esta a glória que Jesus
manifestou, é este o sinal! “Sinal” não é um simples milagre; “sinal” é um
gesto do Senhor Jesus, carregado de sentido profundo, que revela sua pessoa,
sua missão e sua obra de salvação. “Este foi o princípio dos sinais de Jesus… e
seus discípulos creram nele”. Na verdade, o sinal de Caná, é uma preparação uma
antecipação da Páscoa, quando o Cristo, Esposo ressuscitado, desposará para
sempre a Igreja, dando-lhe como dote eterno, o dom do Espírito: “Alegremo-nos e
exultemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as núpcias do
Cordeiro, e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro,
resplandecente” (Ap 19,7s). Por isso, a exultação da primeira leitura de hoje.
Saudando o povo de Deus, o novo Israel, a Igreja-Esposa, o profeta afirma: “As
nações verão a tua justiça; serás chamada por um nome novo, que a boca do
Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema
real na mão de teu Deus. Não mais te chamarão abandonada, e tua terra não mais
será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será
Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada. Assim
como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é
a alegria do noivo, assim também tu és a alegria do teu Deus”. Maria, a
Virgem-Mulher do evangelho de hoje é, pois, imagem viva da Igreja-Esposa,
desposada na Nova e Eterna Aliança!
Esta Aliança não é mais aquela de
Moisés. A Antiga Lei passou; passaram os antigos preceitos, as antigas
observâncias, as coisas antigas! Não esqueçamos o Prólogo de João, tantas vezes
ouvido no Natal: “A Lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade nos vieram por
Jesus Cristo” (Jo 1,17). Esta Nova Aliança não se funda em uma lei de preceitos
escritos, mas na Nova Lei, que é o Espírito de amor, derramado nos nossos
corações. O Espírito que o Cristo derramou sobre nós com a sua morte e
ressurreição é a alma, a lei, a vida da Igreja-Esposa, novo Israel, novo povo
de Deus. Por isso, a segunda leitura da Missa de hoje nos apresenta toda a vida
da Igreja, tão rica e dinâmica, como sendo fruto da ação animadora e
sustentadora do Espírito Santo: “A cada um de nós é dada a manifestação do
Espírito em vista do bem comum”, isto é, em vista da edificação da Igreja,
Corpo e Esposa de Cristo!
O que nos fica da Liturgia da Palavra
de hoje? A gratidão ao Cristo por ter vindo, por ter manifestado sua glória em
nosso mundo tão pobre e na nossa vida tão ameaçada pelas trevas. Fica também
essa consciência que somos o povo de Deus da Nova Aliança, povo nascido da
encarnação, da morte e da ressurreição de Cristo; povo nascido na força do
Espírito Santo que ele nos concedeu. Fica ainda a certeza que ele permanece
conosco, alimentando e construindo sua Igreja-Esposa na força do Espírito
Santo. Esta Igreja é a una e santa nossa mãe católica. Ela foi eternamente
desejada, escolhida, amada pelo Esposo Jesus; ela foi desposada quando ele se
fez homem e por ela morreu e ressuscitou! Lembremo-nos das palavras do
Apóstolo: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la,
com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentar a si mesmo a
Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Ef 5,25-27). Por isso a Igreja será sempre Esposa, será sempre
bela, sem mancha nem ruga, será sempre santa, apesar dos pecados de seus
membros! Ela é a Amada, a Escolhida… a ornada com o a jóia do Espírito Santo!
Se formos fiéis a esse Espírito, vinho novo do Reino de Deus, seremos pessoas
novas na nossa vida: novos sentimentos, novo modo de ver e de agir, de sentir e
de enfrentar as situações da vida. Nem os fracassos, nem as tristezas, nem as
lágrimas, nem mesmo a morte poderão nos tirar a alegria e a certeza de viver!
Fica também a certeza certíssima, de que como Igreja, como Comunidade dos
discípulos de Cristo, o Espírito nos vivifica, nos guia, nos une e nos conduz
sempre. Não temamos, não sejamos frios, não sejamos frouxos! O Cristo que
habitou entre nós, conosco continua na potência do seu Espírito Santo. Se
formos fiéis à sua ação, nossa Comunidade será viva, os carismas e ministérios
serão abundantes, a alegria de ser e viver como Comunidade não faltará, o nosso
testemunho de Jesus Cristo será entusiasmado e convincente e a nossa esperança
será inabalável, mesmo diante das dificuldades do mundo e da vida… mesmo diante
da morte!
O Senhor manifestou a sua glória e
seus discípulos creram nele! O Senhor se manifesta agora, pela sua Palavra e
pela sua Eucaristia, e nos reúne na força amorosa do Espírito Santo! Creiamos!
E que nossa Eucaristia seja toda ungida, toda doçura, toda renovação da nossa
vida em Cristo: “Felizes aqueles que foram convidados para o banquete das
núpcias do Cordeiro” (Ap 19,9). Felizes somos nós, que vivemos em Cristo, ele
que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares da Costa
Louvor:
(quando
o Pão consagrado estiver sobre o altar)
O
Senhor esteja convosco... Demos graças ao Senhor, o nosso Deus...
- Com
Jesus, por Jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
- T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
à Nós vos
louvamos pelo vosso amor por nós e vos agradecemos por nos enviar vosso Filho
para que um novo povo se formasse. Pai, pedimos por todos os casais para que
sejam sinal de vosso amor. Que eles saibam se respeitar e saibam educar seus
filhos no vosso amor.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
à Senhor, nosso
Deus! Sois bondade e amor. Deixai que Maria nos trate como tratou vosso Filho. Que
ela possa nos socorrer em todas as nossas dificuldades e sofrimentos. Que ela
possa nos proteger e nos guiar em vossos caminhos.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
àSenhor, Vos
louvamos e agradecemos pela nossa vida e pelo nosso batismo, pois foi Vós que
nos acolhestes como filhos prediletos. Pai, quando vacilarmos, reconduzi-nos ao
vosso caminho. Quando nos abatermos pelas dificuldades, sede a nossa força e
nosso amparo, para que possamos seguir
os passos de vosso Filho Jesus Cristo na construção de vosso Reino.
T: Senhor nosso Deus, nós vos bendizemos!
àElevemos ao
Pai a oração que Jesus nos ensinou: Pai nosso... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro de Deus...
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