3º DOMINGO DO TC C 2016 (Adaptado
e postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
TEMA: “Vossas palavras são espírito e vida!” A Palavra de Deus é o centro da vida.
Primeira leitura: a Palavra é geradora de alegria e de festa.
Evangelho: Jesus é a Palavra no meio dos homens; liberdade e esperança.
Segunda leitura: comunidade é uma família, os dons são para o bem comum.
LEITURA I – Ne 8,2-4a.5-6.8-10
... Livro da Lei perante a assembleia leitura num estrado de madeira.
Todos se levantaram. ...Os levitas liam, clara e distintamente e explicavam a
leitura. Neemias, o sacerdote, os levitas, disseram: «Hoje é um dia do Senhor»...
«Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti
com aqueles que não têm nada preparado. “ não vos entristeçais, porque a
alegria do Senhor é a vossa fortaleza».
AMBIENTE - O Livro de Neemias segue ao regresso dos exilados da
Babilônia. Séculos V/IV a.C.; tempo de
miséria e desolação, com a cidade sem muralhas e sem portas. Neemias, funcionário
do rei Artaxerxes. Começa a reconstrução e o combate às injustiças. Depois,
procura restaurar o culto. Recorda o compromisso que Israel assumiu com o seu
Deus.
MENSAGEM – 1 toda a comunidade escuta a Palavra.
2 leitor em
plano superior, todos se levantam.
3 lêem clara e distintamente; e explicam ao povo a Palavra.
Finalmente, tudo termina em festa: o
dia “do Senhor” é um dia de alegria e de festa.
ATUALIZAÇÃO ♦ a Palavra de Deus é o centro?
♦ Proclamam a Palavra clara e
distintamente?
♦ A
Palavra interpela-nos, leva-nos à conversão, à mudança de vida?
EVANGELHO – Lc 1,1-4; 4,14-21 ... Também eu resolvi escrever do que te
foi ensinado. Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama
propagou-se. Ensinava nas sinagogas e era elogiado. Foi então a Nazaré, entrou
na sinagoga. Ao abrir o livro estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre
mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. “Ele me enviou a
proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade
aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Começou então a
dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de
ouvir».
AMBIENTE década de 80, cristianismo defronta-se com heresias. Lucas
recorda a doutrina de Jesus, através do testemunho dos apóstolos. Lucas coloca em Nazaré. O cenário é o do
culto sinagogal, no sábado. Os leitores eram instruídos da comunidade ou, como
no caso de Jesus, visitantes conhecidos pelo seu saber na explicação da Palavra
de Deus. O centro é o Trito-Isaías () que descreve como é que o Messias
concretizará a sua missão.
MENSAGEM - A finalidade da obra de Lucas é apresentar o programa de
libertação que Jesus Se propõe realizar no meio dos homens: Ele apresenta-Se
como o “profeta” que Deus ungiu com o seu Espírito, a fim de concretizar a
missão libertadora. Lucas vai descrever a atividade de Jesus na Galileia como o
anúncio (em palavras e em gestos) de uma “boa notícia” dirigida
preferencialmente aos pobres e marginalizados, anunciando lhes que chegou o fim
de todas as escravidões. Ungida pelo Espírito para esta missão, a Igreja cumpre
o seguimento de Jesus.
ATUALIZAÇÃO ♦ Jesus manifesta que foi investido do
Espírito de Deus e enviado para dar vida e a dignidade a todos.
LEITURA II – 1 Cor 12,12-30 - o corpo é um só e tem muitos membros.
Assim todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados
num só Espírito para constituirmos um só corpo. Deste modo, se um membro sofre,
todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se
alegram com ele. Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua
parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em
segundo lugar profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos
milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas.
Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres?
Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Todos terão o dom de
interpretá-las?
AMBIENTE Paulo está preocupado porque, na Igreja de Corinto, os
“carismas” utilizados em benefício próprio, geravam individualismo, divisão,
luta pelo poder, desprezo pelos que aparentemente não possuíam dons especiais.
MENSAGEM - Paulo compara a comunidade a um corpo, cada membro com a
sua tarefa: é a variedade que permite a sobrevivência de todo o conjunto.
necessitam uns dos outros. A comunidade cristã é o corpo de Cristo () sendo uma pluralidade de membros, respeitam-se, apóiam se, são
solidários uns com os outros e amam se; todos os membros do corpo desempenham
funções importantes para o equilíbrio e harmonia comum.
ATUALIZAÇÃO ♦ A Igreja é o corpo de Cristo onde
se manifesta, na diversidade de membros e de funções, a unidade, a partilha, a
solidariedade, que são as propostas que Cristo nos apresentou.
♦ somos membros e desempenhamos o nosso papel,
ou somos acomodados?
Fonte: Dehonianos
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Santo Livro
A Liturgia de hoje nos lembra a importância da Palavra de
Deus na vida do Povo de Deus.
Na 1ª Leitura, Deus convoca o
Povo para escutar a Palavra e renovar a Aliança do Sinai.(Ne 8,2-4.5-6.8-10)
No retorno do exílio da Babilônia, Esdras e Neemias
tentam reconstruir o país, recuperar a memória do passado e conservar a própria
identidade como povo.
O instrumento encontrado para essa obra foi a PALAVRA DE DEUS.
O texto mostra a importância que a Palavra de Deus deve
assumir na vida de uma comunidade.
- Toda comunidade é convocada para escutar a Palavra.
- O local da leitura é cuidadosamente preparado.
O Livro é acolhido
de pé, de forma solene e em atitude de respeito.
- A Palavra é aclamada pela assembléia, é proclamada
claramente pelos levitas e explicada numa linguagem compreensível a todos.
- A Palavra interpela e provoca no povo uma atitude de
conversão.
- Tudo termina numa grande festa: a Palavra é geradora de
alegria e festa.
* É um Manual de como deve ser ainda hoje uma
"Celebração da Palavra".
Na 2ª Leitura Paulo, falando dos
carismas no "Corpo de Cristo" (Igreja), sublinha que a Comunidade
cristã é gerada e alimentada, na unidade, pela PALAVRA DE DEUS. (1Cor 12,12-30)
No Salmo rezamos: "Vossas Palavras, Senhor, são espírito
de vida". (Sl 18)
No Evangelho, Cristo proclama e
atualiza a PALAVRA DE DEUS, numa
reunião de sábado, na sinagoga de Nazaré. (Lc 1,1-4;4,14-21)
É o início do evangelho de São Lucas, que iremos estudar
nesse ano litúrgico.
São dois textos diferentes:
- No primeiro, temos uma introdução ao Evangelho de São
Lucas.
- No segundo, o início da Pregação de Jesus, anunciando a
sua MISSÃO: É o profeta que Deus ungiu
para concretizar a missão libertadora.
A missão de Jesus é a nossa Missão...
Também nós fomos ungidos pelo Espírito Santo e enviados para
anunciar uma Boa Nova de Esperança...
e levar os oprimidos a gozar a vida plena...
- FONTE: Palavra de Deus... que devemos conhecer e
anunciar...
- ONDE: Na comunidade... (na Missa... nos Grupos... na vida
pessoal)
- MODELO: Cristo: "O
espírito do Senhor me ungiu e me enviou..."
- CONTEÚDO: a Boa Nova da Libertação: de esperança e
alegria...
+ aos
pobres: mais abertos a Deus...
+ aos presos: Libertar da
miséria, vícios, injustiças, do pecado...
+ aos cegos: pela miséria, a
exploração e estruturas anticristãs...
+ aos oprimidos: para a conquista
dos seus direitos...
+ A Bíblia é a Palavra de Deus para nós.
- O Povo de Deus serviu-se da Palavra de Deus para
reconstruir o país, quando voltou enfraquecido do exílio.
- Cristo com a Palavra de Deus iniciou sua Missão e
apresentou seu programa.
- O Salmo diz: "Tua
Palavra, Senhor, é lâmpada para meus pés, e luz para meu caminho". (Sl 119,105)
- Paulo afirma: "Toda
Escritura inspirada por Deus é útil para instruir e refutar, para corrigir e
formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda a espécie de
boas obrar". (2Tm 15,4)
- Em todas as épocas da história, sobretudo em épocas
de crise, os homens voltaram a alimentar-se da Bíblia, procurando nela um
sentido para a sua vida e o encontraram.
- A própria Igreja, no Concílio Vaticano II,
redescobriu o valor da Bíblia e fez dela a fonte de inspiração para um profundo
trabalho de renovação.
Além de um documento
dedicado à "Palavra de Deus", propôs maior espaço para a Bíblia na
Liturgia, na Catequese, nas Comunidades, nos grupos e na vida pessoal dos
cristãos...
- O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica afirma:
"A Sagrada escritura dá suporte e vigor
à vida da Igreja.
É para seus filhos firmeza da fé, alimento e
fonte de vida espiritual.
É a alma da teologia e da pregação
pastoral...
A Igreja exorta por isso à freqüente leitura
da Sagrada Escritura,porque a ignorância das escrituras é ignorância de
Cristo". (CCIC 24)
O sentido da Bíblia
- O primeiro livro, que Deus escreveu para nós, é a NATUREZA, criada pela PALAVRA de Deus;
são os fatos, os acontecimentos, a história, tudo que existe e acontece na vida
do povo; é a realidade que nos envolve; é a vida que vivemos.
- O segundo livro é a BÍBLIA.
"Ela foi escrita para nos ajudar a
decifrar o mundo, para nos devolver o olhar da fé e da contemplação,
e para transformar a realidade numa grande
revelação de Deus". (S. Agostinho)
- A Bíblia é isso para você?
Ou Ela continua
sendo apenas um objeto de enfeite na prateleira da sala, ou pior, permanece
esquecida no fundo de uma gaveta?
- Cristo nos convoca com a sua Palavra, para que completemos
a Obra iniciada por Ele...
Pe.
Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus
irmãos e irmãs, a Igreja orienta que aqueles que foram batizados sejam
apresentados para a comunidade. Qual o motivo? Qual a razão? Por conta da
segunda leitura que ouvimos hoje: pelo batismo somos integrados ao Corpo de
Cristo. Alguém poderia dizer: mas, o corpo de Cristo não é a hóstia consagrada?
Não é o vinho consagrado, o sangue de Cristo? Também. Mas, o Corpo de Cristo,
vivo, que serve ao Pai todos os dias e em todos os lugares, é a Igreja reunida.
Cada um de nós, forma este corpo. São Paulo dá, como exemplo, o corpo humano.
Assim como os olhos têm uma função, o ouvido outra função, a boca outra função,
todas as partes do corpo tem sua função, também nós, integrados e unidos pela
Eucaristia, temos a nossa função, dentro do chamado “Corpo Místico de Cristo”. Nós
sabemos muito bem, que quando, qualquer “partezinha” de nosso organismo não
funciona bem, nós sentimos isto no corpo todo. Podemos estar totalmente
preparados, sermos fortes, bem alimentados, sem nenhuma dificuldade, encrava
uma unha e acabou tudo. Já não conseguimos ter uma vida normal. Se cada
cristão, batizado, tivesse esta noção, ele não estaria em paz, por saber que
pelo fato dele não funcionar, o corpo todo sofre. Nós vamos, aí, entender a
afirmação de São Paulo: “ai de mim se eu não evangelizar”. Porque não só eu que me prejudico, mas acabo
prejudicando todo o corpo. Eis porque somos, cada vez mais, incentivados,
dentro da sociedade do mundo, nos apresentar como o Cristo Vivo e realizar a
obras que Ele realizou. Obras todas, que Jesus realizou, nos ajudou a
compreender o amor de Deus. A lei de Deus Jesus a resumiu em dois mandamentos:
quando o doutor da lei lhe perguntou qual era o maior dos mandamentos, Jesus
disse: amarás a Deus de todo o teu coração, com todo o teu entendimento, com
toda a tua alma e amarás o próximo como a ti mesmo. Nisto consiste a lei, os
profetas e a sabedoria. Portanto, todo o Antigo Testamento, que é a Lei, os
profetas e a Sabedoria, Jesus resumiu no amor a Deus e ao próximo. É esta Lei,
que a primeira leitura faz referência hoje. Esdras e Neemias são duas figuras
importantes do Antigo Testamento, que resgatou, recuperou a importância que a
Lei, os profetas e a sabedoria merecem ter. O povo de Deus sempre esteve atendo
à vontade de Deus, em determinado momento, deixou esta lei de lado. Aí, como
que tentando resgatar a identidade do povo de Deus, acabou reunindo todo o povo
e proclamando, de maneira solene, a Lei, como relata aqui a primeira leitura.
Ora, a Celebração Eucarística (missa) é composta da liturgia da Palavra e da liturgia
Eucarística. São dois rituais que tem o mesmo valor e se completam. A Liturgia
da Palavra é nós ouvirmos o que Deus nos fala, como Esdras fez com o seu povo.
Aqui ainda diz, que foi providenciado um tablado, para que a Leitura fosse
feita de maneira solene e na hora da leitura da Lei, todos se levantaram, para
externar a reverência que deveriam dar àquela leitura. É por isso, que no
presbitério temos o ambão das leituras, porque dali se proclama a Palavra de
maneira solene e durante o Evangelho nós ficamos em pé, imitando o povo do
Antigo Testamento. Mas, porque só durante o Evangelho? Porque cremos que Jesus
é a síntese. Ele é a Lei de Deus, os profetas e a sabedoria de Deus encarnado. Nele, Deus e homem verdadeiro. Por isso, na
proclamação do Evangelho nós ficamos em pé, porque ouvimos o próprio Jesus que
nos orienta e para dizer quer estamos atentos e dispostos a seguir em frente
com nossa missão. Ora, por que estas leituras acompanham a leitura do Evangelho
de hoje? Aqui é bom nos lembrarmos, que a prática, a observância da Lei era o
ponto central, para que cada um pudesse externar a sua fé no Deus vivo e
verdadeiro.
Entretanto,
no tempo de Jesus, eles acabaram interpretando assim as coisas: quem observa as
Leis de Deus, este é abençoado por Deus. Então, nada de mal lhe acontece. A pessoa
prospera no dinheiro, tem saúde e tudo lhe é abençoado. Em contrapartida, quem
não observa a Lei, este fica pobre, contrai enfermidades. Se você quer ver se
alguém é abençoado, basta ver se ele tem dinheiro, tem saúde e tem prestígio. O
que aconteceu? Criaram a teologia da RETRIBUIÇÃO: onde você é fiel a Deus e
Deus retribui com tudo que é bom. Não sendo fiel a Deus, Deus te amaldiçoa em
tudo.
Infelizmente,
esta mentalidade acompanha as pessoas até hoje. Muitas vezes, visitando doentes,
tenho ouvido: o que fiz a Deus para merecer tanto sofrimento? É a idéia de que
ele está pagando por algum erro cometido. Ou então, por que meu vizinho não vai
na igreja e dá tudo certo? Eu vou na igreja e dá tudo errado: é a idéia da
RETRIBUIÇÃO. Jesus quebrou com isto. Diante do cego de nascença, João 9, os
discípulos perguntam a Jesus: quem pecou para que nascesse cego: ele ou seus
pais? Jesus vai dizer: nem ele e nem seus pais. Isto acontece para que seja
manifestado a glória de Deus. Jesus quebra com esta forma de pensar. Ele quebra
de maneira solene: Ele chaga na sinagoga, abre o livro do profeta Isaías e lá está: “O Espirito do Senhor está sobre
mim, Ele me ungiu para Evangelizar os pobres”. Ora, por que isto? Porque se os
ricos já estão abençoados, já estão na glória, porque estão próximos, unidos a
Deus, é necessário resgatar os que são desgraçados, aqueles que não contam com
a graça de Deus. Mas, Jesus não disse só isto. Ele diz: para libertar os
cativos, um ano da graça no Senhor. Ora, se formos pensar nisto hoje, alguns,
que tem um pouco de dinheiro aplicado no Banco, vão dizer: então, Jesus não
gosta dos ricos? Não se trata disto. Jesus vem para aquele que é NECESSITADO,
independente de ser rico ou pobre. Quem são os cativos hoje? Nós poderíamos
falar de inúmeras situações. Desde a dependência química, dependências lícitas
ou ilícitas, até pessoas que perderam, totalmente, os valores éticos, morais...
então, teríamos muita gente para apresentar como cativos. Jesus vem para libertá-los.
Que maravilha. Jesus vem para os que se sentem oprimidos, tristes, desanimados...
Como é que Ele faz isto? Quem é o Corpo Místico de Cristo? Nós. É uma missão
que é repartida conosco. A partir do Batismo, o Espírito Santo pousa, também,
sobre nós. E, aí, somos convidados a realizar uma missão. Mas, sempre pensando
nos outros? Eu não posso pensar em mim mesmo? É evidente que pode. Por isso, a gente
vem à Celebração Eucarística (missa), para ser acariciado por Deus. Ele nos
oferece o que Ele tem de mais precioso: ele mesmo, no corpo e no sangue, para
dizer: nós estamos unidos. Nós somos um único corpo. E, o mais importante: Eu
ofereço a você a Vida Eterna.
Cada domingo,
cada encontro nosso, é motivo de alegria e esperança. Somos animados por Deus e
somos chamados a animar, também, os outros. Que em cada realidade nossa
possamos apresentar este Cristo, através de nossas obras e atitudes.
Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe.
Pedrinho – Diocese de Santo André - SP
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Homilia de D. Henrique Soares
Há três aspectos na Liturgia da Palavra de hoje dignos de
particular atenção.
Primeiro. O evangelho apresenta-nos o início da obra de
Lucas. Aí tem-se uma dedicatória e uma apresentação da obra a um certo
“Teófilo”. E Lucas afirma expressamente que “após um estudo cuidadoso de tudo o
que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado
para ti... Deste modo poderás verificar a solidez dos ensinamentos que
recebeste”. Estas palavras nos revelam a seriedade do testemunho dos
evangelhos. Não são fábulas, não são delírios! São, isto sim, um testemunho de
fé! Testemunho de quem crê, de quem tem razões para crer e querem fazer com que
outros creiam e creiam com razão profunda!
Num mundo de tantas verdades, de tantas mentirinhas, de
tantas seitas, lendas e mitos... Num mundo que virou um enorme coquetel de
religiões, onde cada um faz a sua, na sua medida e do seu modo, na proporção e
no gosto do seu comodismo, é preciso recordar que somente em Cristo Deus revelou-se
plenamente; somente Cristo é a Verdade do Pai; somente ele, o Caminho para
Deus; somente nele, a Vida em abundância! Mas, ainda aqui, é preciso dizer
mais, por mais chato que possa parecer! Cristo é o único Caminho, Verdade e
Vida... mas não qualquer Cristo! Não um Cristo inventado, não um Cristo “meu”,
do meu tamainho e do meu gosto! O Cristo que o Pai revelou, o Cristo vivo e
atuante, é aquele presente na Palavra guardada, pregada e testemunhada pela
Igreja com a assistência do Espírito Santo; é aquele que se dá nos sacramentos
da Igreja; é aquele presente na Igreja que no Credo professamos como sendo
única, católica e apostólica. Num mundo de tantas dúvidas, Cristo presente na sua
Igreja católica seja a nossa certeza, a nossa segurança, o nosso rochedo!
Um segundo aspecto. Ainda o evangelho de hoje, nos
apresenta Jesus na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção”. Quando deu-se esta consagração? No
batismo às margens do rio Jordão. Há quinze dias meditávamos sobre este
mistério: o Pai, o Senhor, ungiu Jesus com o Espírito Santo como Messias de
Israel. E qual a sua missão? “consagrou-me com a unção para anunciar a Boa-nova
aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a
recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da
graça do Senhor”. Eis a missão de Jesus, o Messias: acolher, consolar, perdoar,
libertar, fazer viver. Mas, para que experimentemos Jesus assim, é necessário
que nós mesmos descubramos que somos pobres, que somos tão carentes, tão
limitados, tão pequenos. Quando descobrimos isso, quando vemos que o mundo é
assim, então experimentamos também que, em Jesus, Deus veio a nós, Deus deu-se
a nós, Deus estendeu-nos as mãos, abriu-nos os braços e aconchegou-nos no
coração.
É por isso que a pessoa, os atos e as palavras de Jesus são Boa-nova, Boa-notícia, ou, em grego, Evangelho! E a Boa-nova é precisamente esta: Deus nos ama, está conosco em Jesus; veio para ficar, para permanecer para sempre na nossa vida e no coração do mundo!
É por isso que a pessoa, os atos e as palavras de Jesus são Boa-nova, Boa-notícia, ou, em grego, Evangelho! E a Boa-nova é precisamente esta: Deus nos ama, está conosco em Jesus; veio para ficar, para permanecer para sempre na nossa vida e no coração do mundo!
Aqui entra, precisamente, o terceiro aspecto da Palavra
deste domingo: este Jesus permanece conosco na potência sempre presente e
atuante do seu Espírito Santo, presente de modo potente e soberano na Igreja
que Jesus fundou. Já no domingo passado, vimos que a Igreja é a Esposa do
Cristo, cheia do vinho abundante do Espírito Santo, que nela suscitava tantos
dons, tantos carismas, tantos ministérios, tanta vida. Pois bem, a segunda
leitura da missa de hoje insiste nesta idéia e aprofunda-a ainda mais.
Porque Cristo ressuscitou e nos deu o seu Espírito Santo, nós, como Igreja, desde o nosso Batismo, somos o Corpo de Cristo: “Vós, todos juntos, sois o Corpo de Cristo e, individualmente, sois membros deste Corpo”. É juntos, como Comunidade, como membros da Igreja, que somos o Corpo vivo do Cristo; Corpo vivificado pelo Espírito Santo! É uma idéia, esta, que deveria estar sempre diante de nós! A Igreja não existe por ela mesma: ela vive do Espírito do Cristo; a Igreja não escolheu o Cristo: ela foi por ele amada, por ele fundada, por ele escolhida e é por ele sustentada e vivificada; o Cristo não pertence a Igreja: a Igreja é que pertence a Cristo e, na força do Espírito é sempre amada e renovada por ele. Ele nunca vai abandoná-la, nunca vai traí-la, nunca vai renegá-la!
E mais ainda: no seu Amor, isto é, no seu Espírito, ele suscita no corpo da Igreja, que é o seu Corpo, tantos membros diferentes, com dons e carismas tão diversos! É o que São Paulo nos recorda na leitura de hoje. Ninguém pode ser cristão sozinho! Cristo não é salvador pessoal de ninguém! Ele é o Salvador do Corpo que é a Igreja (cf. Ef 5,23)! Nós somos salvos no Corpo de Cristo, enquanto membros do povo da Aliança, que é a Igreja. Nesta, quem nos une é o Amor de Cristo e nela, cada um de nós tem uma missão, uma função! Qual é a sua? Quais são as suas? Pai ou mãe de família, educando novos membros para o Corpo de Cristo? Agente de pastoral engajado diretamente na evangelização? Jovem que se esforça para dar um generoso testemunho de coerência e amor a Cristo? Empresário, funcionário público, empregado, que no seu trabalho procura ter um comportamento digno do Evangelho? Qual o seu papel na Igreja? Rico ou pobre, forte ou fraco, jovem ou ancião, todos temos como honra e dignidade ser membros do Corpo do Senhor, sustentados e vivificados pelo Espírito do Senhor, destinatários da salvação e da consolação que ele nos trouxe, do carinho e da ternura do Pai que ele derramou sobre nós.
Desde domingo passado que a Palavra vem nos questionando sobre o nosso modo de ser e viver nossa pertença a Cristo e à sua Igreja. Pensemos, e não recebamos em vão a graça de Deus, para que, um dia, possamos participar da vida plena daquele que Senhor que, feito homem por nós, vive e reina para sempre. Amém.
Porque Cristo ressuscitou e nos deu o seu Espírito Santo, nós, como Igreja, desde o nosso Batismo, somos o Corpo de Cristo: “Vós, todos juntos, sois o Corpo de Cristo e, individualmente, sois membros deste Corpo”. É juntos, como Comunidade, como membros da Igreja, que somos o Corpo vivo do Cristo; Corpo vivificado pelo Espírito Santo! É uma idéia, esta, que deveria estar sempre diante de nós! A Igreja não existe por ela mesma: ela vive do Espírito do Cristo; a Igreja não escolheu o Cristo: ela foi por ele amada, por ele fundada, por ele escolhida e é por ele sustentada e vivificada; o Cristo não pertence a Igreja: a Igreja é que pertence a Cristo e, na força do Espírito é sempre amada e renovada por ele. Ele nunca vai abandoná-la, nunca vai traí-la, nunca vai renegá-la!
E mais ainda: no seu Amor, isto é, no seu Espírito, ele suscita no corpo da Igreja, que é o seu Corpo, tantos membros diferentes, com dons e carismas tão diversos! É o que São Paulo nos recorda na leitura de hoje. Ninguém pode ser cristão sozinho! Cristo não é salvador pessoal de ninguém! Ele é o Salvador do Corpo que é a Igreja (cf. Ef 5,23)! Nós somos salvos no Corpo de Cristo, enquanto membros do povo da Aliança, que é a Igreja. Nesta, quem nos une é o Amor de Cristo e nela, cada um de nós tem uma missão, uma função! Qual é a sua? Quais são as suas? Pai ou mãe de família, educando novos membros para o Corpo de Cristo? Agente de pastoral engajado diretamente na evangelização? Jovem que se esforça para dar um generoso testemunho de coerência e amor a Cristo? Empresário, funcionário público, empregado, que no seu trabalho procura ter um comportamento digno do Evangelho? Qual o seu papel na Igreja? Rico ou pobre, forte ou fraco, jovem ou ancião, todos temos como honra e dignidade ser membros do Corpo do Senhor, sustentados e vivificados pelo Espírito do Senhor, destinatários da salvação e da consolação que ele nos trouxe, do carinho e da ternura do Pai que ele derramou sobre nós.
Desde domingo passado que a Palavra vem nos questionando sobre o nosso modo de ser e viver nossa pertença a Cristo e à sua Igreja. Pensemos, e não recebamos em vão a graça de Deus, para que, um dia, possamos participar da vida plena daquele que Senhor que, feito homem por nós, vive e reina para sempre. Amém.
D. Henrique Soares 24
maio de 2009
![]() |
PARA
A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:
LOUVOR:
(QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO
SENHOR...
à COM JESUS,
POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito seja o Senhor, o nosso Deus.
à Senhor, nosso Deus e pai! Vos agradecemos porque
sempre nos apresentais a Palavra que salva e liberta. Nos tempos antigos ela
nos veio através dos patriarcas e profetas. Na plenitude dos tempos, ela nos é
apresentada pelo seu próprio Filho Jesus Cristo, que nos ensinou com palavras e
gestos os caminhos de vosso Reino. Hoje ela nos é dirigida através de vossa
Igreja que nos orienta e nos ilumina com a Luz do Espírito Santo. Pai, vos
pedimos por todos os que pregam a vossa Palavra, por gestos e atitudes, para
que sejam auxílio a todos os vosso filhos, que criastes.
T: Bendito seja o Senhor, o nosso Deus.
à Senhor, nós vos agradecemos pelo nosso batismo,
pelo qual nos tornastes membros vivos do corpo de vosso Filho. Pai, vos pedimos
pelo bispos, presbíteros, diáconos, ministros da Palavra, catequistas, para que
o Espírito Santo os ilumine na missão de proclamar a vossa Palavra.
T: Bendito seja o Senhor, o nosso Deus.
à Bendito sejais, Senhor nosso Deus, porque
realizastes em Jesus as palavras dos profetas. Agradecemos porque nos enviais o
Espírito Santo para nos iluminar com a vossa Sabedoria. Pai, sois o nosso
libertador; iluminai-nos para que anunciemos ao mundo o vosso Reino.
T: Bendito seja o Senhor, o nosso Deus.
- PAI NOSSO... A PAZ... EIS O
CORDEIRO...
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