quinta-feira, 11 de maio de 2017

5º Domingo da Páscoa ANO A 2017, Homilias, Subsídios homiléticos

5º Domingo da Páscoa ANO A 2017 (Adaptado pelo Diácono Ismael)

Tema:  A comunidade que nasce de Jesus, dando testemunho do projeto de Deus no amor a Deus e aos homens.
Evangelho: A Igreja é a comunidade dos que seguem o “caminho” de Jesus, na obediência ao Pai.
Primeira leitura: (Igreja): é uma comunidade santa, formada por pecadores; que recebem dons põem esses dons ao serviço dos irmãos; e pelo Espírito são testemunhas de Jesus.
Segunda leitura: Cristo é a “pedra angular” e os cristãos “pedras vivas”. É um “povo sacerdotal”, que oferece a Deus o verdadeiro culto na obediência ao Pai e no amor aos irmãos.

EVANGELHO (Jo 14, 1-12)  Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa do meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. E para aonde eu vou, vós conheceis o caminho”. Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para aonde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes!” Disse Felipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai?’ Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai, que permanecendo em mim, realiza as suas obras. Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai ao menos por causa destas mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”.

AMBIENTE A ressurreição de Lázaro  levou o Sinédrio a decidir matá-lo. Jesus está consciente de que a morte está no seu horizonte próximo. O ambiente é o de uma ceia de despedida. Os discípulos estão inquietos e preocupados. Os discípulos não sabem o que vai acontecer nem que caminhos vão percorrer.

MENSAGEM É uma catequese sobre “o caminho”: O “caminho” que Jesus percorreu é o mesmo “caminho” dos discípulos; obediência ao Pai e amor aos irmãos.
Na ceia de despedida, começa o último ato da missão; a lição do amor que se dá até à morte; fala também o dom do Espírito, que capacitará os homens para viverem como Jesus, na obediência a Deus e na entrega aos irmãos. Ao dizer “vou preparar-vos um lugar”, Jesus sugere que tem de ir ao encontro do Pai, para que os homens possam (pela lição do amor e pelo dom do Espírito) fazer parte da família de Deus.
A “casa do Pai” é a comunidade dos seguidores de Jesus (a Igreja). O “caminho” é Jesus: é a sua vida, os seus gestos de amor e de bondade, a sua morte que mostram o itinerário. Quem aceita percorrer esse “caminho” de amor, de entrega, de dom da vida, chega até ao Pai e torna-se – como Jesus – “filho de Deus”.
O Pai está presente em Jesus. Quem adere a Jesus, já faz parte da família do Pai, porque Jesus é o Deus que veio ao encontro dos homens: as obras de Jesus são as obras do Pai; o seu amor é o amor do Pai; a vida que Ele oferece é a vida que o Pai dá aos homens.
É no final desse “caminho” que encontrarão o Pai e serão integrados na família de Deus.
É o Espírito que renova e transforma o homem em Homem Novo, que vive na obediência a Deus e no amor aos irmãos. Nasce a comunidade de Homens Novos, a família de Deus, a Igreja.

ATUALIZAÇÃO • No dia do nosso batismo, fomos integrados nesta família… Esta família tem falhas, esforçamo-nos para que ela viva de forma mais coerente e verdadeira.
• Falar do “caminho” de Jesus é falar de uma vida dada a Deus e gasta em favor dos irmãos. Dessa morte para si mesmo nasce o Homem Novo.
• A comunhão com o Pai não resulta de momentos mágicos de fórmulas ou ritos, mas da intimidade e da comunhão com Jesus e percorrendo o caminho do amor e da entrega, em doação total a Deus e aos irmãos. Quem quiser encontrar-se com Jesus tem de sair do egoísmo e a fazer da sua vida um dom a Deus e aos homens.

PRIMEIRA LEITURA (At 6,1-7) Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um grego que seguia a religião dos judeus. Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.

AMBIENTE – Há uma tensão entre os “hebreus” e os “helenistas”. Os “hebreus” são cristãos de origem judaica, que são apegados às tradições e interpretações dos rabis.
Os “helenistas” são cristãos de origem judaica, mas originários da “diáspora”. Falam o grego. O seu contato com outras realidades culturais torna-os mais tolerantes e abertos à novidade.
Com dois grupos tão diversos na mesma comunidade, era natural que surgissem conflitos: na distribuição dos alimentos aos membros necessitados da comunidade, as viúvas helenistas sentiam-se prejudicadas. O fato provocou queixas, levando à intervenção dos líderes.

MENSAGEM - há quatro idéias fundamentais:
A primeira; NA Igreja HÁ tensões, preconceitos, rivalidades, invejas e ciúmes: é uma comunidade que está em contínuo processo de conversão.
A segunda diz respeito à hierarquia (na Igreja). Os Doze não estão interessados em poder absoluto; fazendo com que todos participem na procura de soluções para os problemas comuns.
A terceira revela a Igreja como uma comunidade de serviço. Sete homens “cheios do Espírito Santo”, cuja missão é o serviço das mesas. Na verdade, estes “sete” aparecem, noutros episódios, mais ligados ao serviço da Palavra do que ao serviço das mesas.
A quarta: a Igreja é a comunidade criada, animada e dinamizada pelo Espírito..

ATUALIZAÇÃO • A Igreja seja fiel à sua missão no mundo; mas deve também compreender as suas falhas, dificuldades e infidelidades.
• Há irmãos investidos da autoridade (os Doze), quando surgem problemas. Os Doze convidam a escolher as pessoas a quem devem ser confiados certos serviços.
• Deus concede dons que devem ser postos ao serviço da comunidade. As missões não para promoção pessoal, mas devem ser missões com espírito de serviço, em benefício dos irmãos.

SALMO RESPONSORIAL / 32 (33)
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
• Ó justos, alegrai-vos no Senhor! / Aos retos fica bem glorificá-lo. /
 Dai graças ao Senhor ao som da harpa, / na lira de dez cordas celebrai-o!
• Pois reta é a Palavra do Senhor / e tudo que ele faz merece fé. /
 Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça.
• O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam esperando em seu amor, /
para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria.

SEGUNDA LEITURA (1Pd 2, 4-9) Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos, aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, também vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Com efeito, nas Escrituras se lê: “Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e magnífica; quem nela confiar, não será confundido”. A vós, portanto, que tendes fé, cabe a honra. Mas para os que não creem, “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular, pedra de tropeço e rocha que faz cair”. Nela tropeçam os que não acolhem a Palavra; esse é o destino deles. Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa.
AMBIENTE - Estamos no final do século I (final da década de 80). O autor recorda o exemplo de Cristo, que passou pela cruz, antes de chegar à ressurreição. É um convite à esperança: apesar dos sofrimentos, não devemos desanimar, pois somos destinados a triunfar com Cristo. Pede-se que enfrentem as adversidades e que vivam com fidelidade o seu compromisso batismal.

MENSAGEM - A imagem da pedra leva-nos a Is 28,16, onde se refere ao novo Templo que o próprio Jahwéh vai construir e que será um sinal da intervenção de Deus em favor do seu Povo. Isaías anuncia que Deus vai colocar em Sião uma pedra angular : “quem nela se apóia, não vacila”. A imagem (retomada pelo Sal 118,22) adquire uma conotação messiânica: o “Messias” será essa pedra, sobre a qual Deus vai construir a sua intervenção salvadora na história, em favor do seu Povo. O autor da Primeira Carta de Pedro aplica esta imagem a Cristo. 
Os cristãos são convidados a aproximar-se de Cristo (a aderir à sua proposta, a segui-lo no caminho do dom da vida) e a entrar na construção do edifício de Cristo  e “oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus”. No antigo Templo ofereciam-se sacrifícios de animais; mas, no novo Templo (Cristo como pedra angular e os cristãos como pedras vivas), oferecer-se-ão sacrifícios espirituais: uma vida santa, vivida na entrega a Deus e no dom aos irmãos. Os membros desta “construção” serão um povo de sacerdotes, que oferecerão a Deus aquilo que têm de mais precioso: a sua vida e o seu amor.
Esta “construção” será rejeitada pelos homens (paixão e morte de Jesus); mas, para Deus, esta comunidade/Templo será uma “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para anunciar os louvores”. Os cristãos são a comunidade da “nova aliança”, o povo que Deus libertou, que Deus conduziu da escravidão para a liberdade e a quem Deus encarregou de testemunhar diante do mundo o seu projeto de salvação.

ATUALIZAÇÃO
• Depois de dois mil anos de cristianismo, Os critérios que presidem à construção do mundo estão, demasiadas vezes, longe dos valores do Evangelho.
• As “pedras vivas” do Templo do Senhor formam um Povo de sacerdotes, cuja missão é viver uma vida coerente com os compromissos assumidos no dia do Batismo – isto é, viver (como Cristo) na entrega a Deus e no amor aos irmãos.
Dehonianos
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Complemento:
A Igreja é:
- É um POVO ORGANIZADO, com diferentes tarefas: serviço da Caridade, da Palavra e do Culto.
- É um EDIFÍCIO ESPIRITUAL, em que Cristo é a Pedra fundamental e  nós Pedras vivas...
- É um POVO PEREGRINO que caminha para Deus, sob a guia de Cristo, que é  Caminho,  Verdade e Vida.
Circuminsessio ou “perichoresis” = A doutrina da circuminsessio afirma que o Pai está no Filho e o Filho está no Pai E o mesmo se diga do Espírito Santo em relação ao Pai e ao Filho. Há uma presença de Deus no homem, e à inversa.  A vida cristã é consequência da in-habitação trinitária em nós. A Escritura afirma que nós somos templos do Espírito Santo. Deus mora em nós. Ou seja, o que acontece nas profundezas da comunhão trinitária, acontece, a outro nível, entre Deus e nós. As relações entre o homem e Deus tem que ser a imagem das relações que há entre o Pai e o Filho e o Espírito Santo.
 “Tendes fé em Deus, tende fé em mim também!” Ter fé em Cristo! Não seria loucura, alienação, infantilidade, confiar assim, de modo tão absoluto, em um alguém? Por que apostar toda a vida em Jesus e somente em Jesus? Por que não um pouquinho de Buda, um pouquinho de Maomé, um pouquinho de Dalai Lama, um pouquinho de esoterismo, um pouquinho mais de consumismo e outro tantinho de rédea solta aos nossos instintos? Por que somente Cristo? Por que absolutizar Jesus? Eis a resposta, que ele mesmo nos dá; eis a resposta surpreendente! Escutemo-la: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim!”
É precisamente neste mundo de tantos desafios e de tantos caminhos, que o Senhor Jesus nos diz: Eu sou o Caminho! Nestes tempos de tantas verdades, ele nos proclama: Eu sou a Verdade! Neste mundo que nos tenta, oferecendo vida onde não há vida verdadeira, Jesus anuncia: Eu sou a Vida! Jesus se nos apresenta como aquele que vem de Deus e é o único que nos pode revelar de modo pleno, de modo claro o caminho para Deus!: é nosso Caminho é nossa única Verdade e nossa única e verdadeira Vida! Deus entregou seu Filho ao mundo para ser nosso Caminho, Verdade e Vida e os homens a rejeitaram. 

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"Caminho, Verdade e Vida"

No Evangelho dos Domingos passados, vimos a preocupação de Jesus em formar uma Comunidade, que continuasse a sua obra.
Nós estamos aqui, porque pertencemos a essa Comunidade...
O que é mesmo uma Comunidade Cristã?

As Leituras bíblicas de hoje nos dão uma resposta:

A 1ª Leitura mostra o 1º Conflito na Comunidade de Jerusalém e como resolveram o problema. (At 6,1-7)

- Os cristãos de origem grega queixam-se que as suas viúvas não estão recebendo a mesma atenção do que as viúvas judaicas...
- Os Apóstolos propõem a escolha de sete homens honrados.
  Nascia assim o 1º Ministério na Igreja: o Diaconato. (Domingo dos ministérios)

* O episódio nos mostra que a IGREJA é:
- Uma Comunidade que sempre teve, tem e terá conflitos...  mas deve enfrentar as situações novas e difíceis com sentido eclesial de unidade na pluralidade.

- Uma Comunidade hierárquica: Ela recorre aos apóstolos, reza invocando o Espírito Santo e
  busca uma solução para o problema. Partilham as responsabilidades... A Comunidade escolhe... Os Apóstolos confirmam impondo as mãos...

- Uma Comunidade de Servidores.
  Escolhe sete homens "cheios do Espírito Santo". Assim a Igreja Apostólica, guiada pelo Espírito de Cristo Ressuscitado, vai desenvolvendo os ministérios para realizar a sua tríplice missão: o Serviço da Palavra, do Culto e da Caridade.

Na 2a Leitura, Pedro compara a Igreja a um Edifício Espiritual, no qual Cristo é a "Pedra angular" e os cristãos "Pedras vivas".
O antigo templo de Jerusalém construído com pedras materiais será substituído por esse novo templo formado de pedras vivas. (1Pd 2,4-9)

No Evangelho, a Igreja aparece como um Povo Peregrino que caminha para Deus, guiado por Cristo,
que é o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA. (Jo 14,1-12)

O texto faz parte do "Discurso da despedida", na última ceia.
Lidas neste tempo litúrgico de Páscoa, as palavras do Senhor nos orientam para  a Ascensão.
"Não vos preocupeis... vou preparar um lugar para vós... depois voltarei
 e vos levarei comigo... Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida..."  

Jesus é o CAMINHO porque é o único "Mediador" da Salvação;
é a VERDADE porque é o "Revelador" do projeto de Deus;
é a VIDA porque é o "Salvador", que nos dá a vida de Deus que ele possui.
Por isso: "Ninguém pode chegar ao Pai senão por mim".

* Resumindo, a Igreja é:

- É um POVO ORGANIZADO, em que os membros têm diferentes tarefas, tais como o serviço da Caridade, da Palavra e do Culto.
- É um EDIFÍCIO ESPIRITUAL, em que Cristo é a Pedra fundamental e  nós Pedras vivas...
- É um POVO PEREGRINO que caminha para Deus, sob a guia de Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.


Cristo continua presente ainda hoje através da sua Igreja.


Cristo garante: "Estou convosco... Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida..."
                                    
  Pe, Antônio

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Homilia de D. Henrique Soares - Jo 14,1-12
Neste Domingo quinto do Tempo da Páscoa, elevemos o olhar ao Ressuscitado; deixemo-nos tomar por sua palavra: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também!” Estejamos atentos: estas não são palavras ditas ao vento, para ninguém! São palavras, é exortação a nós, cristãos de agora; palavras para cada um de nós e para nós todos, palavras verdadeiramente provocantes! No mundo complexo, numa realidade plena de desafios, na nossa vida pessoal tantas vezes sofrida, tantas vezes ferida, cheia de tantas contradições e desafios, o Senhor nos olha, estende-nos as mãos, abre-nos o coração e nos enche de serenidade e confiança: “Não se perturbe o vosso coração!”
Pensemos nos desafios dos tempos atuais: o desafio de crer e testemunhar o Senhor em situações tão cheias de promessas, mas também tão confusas. Pois bem, o Senhor insiste: “Tendes fé em Deus, tende fé em mim também!” Ter fé em Cristo! Eis o desafio para nós! Ontem, como hoje, é necessário proclamar nossa fé nele, nossa entrega a ele, nossa certeza de que ele pode dar um sentido à nossa existência. E por quê? Não seria loucura, alienação, infantilidade, confiar assim, de modo tão absoluto, em um alguém? Por que apostar toda a vida em Jesus e somente em Jesus? Por que não um pouquinho de Buda, um pouquinho de Maomé, um pouquinho de Dalai Lama, um pouquinho de esoterismo, um pouquinho mais de consumismo e outro tantinho de rédea solta aos nossos instintos? Por que somente Cristo? Por que absolutizar Jesus? Eis a resposta, que ele mesmo nos dá; eis a resposta surpreendente! Escutemo-la: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim!” É precisamente neste mundo de tantos desafios e de tantos caminhos, que o Senhor Jesus nos diz: Eu sou o Caminho! Nestes tempos de tantas verdades, ele nos proclama: Eu sou a Verdade! Neste mundo que nos tenta, oferecendo vida onde não há vida verdadeira, Jesus anuncia: Eu sou a Vida! De fato, ele não é simplesmente um profeta, um sábio, não é alguém a quem podemos admirar e seguir ao lado de outros personagens igualmente ilustres! Jesus se nos apresenta como aquele que vem de Deus e é o único que nos pode revelar de modo pleno, de modo claro e conclusivo o caminho para Deus! Mais ainda: Aquele que é nosso Caminho é também nossa única Verdade e nossa única e verdadeira Vida!
Caríssimos, é diante dele que temos sempre que nos decidir, que somos chamados a dar um rumo à nossa existência e à existência da sociedade, da família, das relações sociais, do mundo. O Santo Padre Bento XVI dizia, pouco antes de sua eleição, que o mundo tem tantas e tantas medidas para avaliar o bem e o mal, o certo e o errado… E ele advertia: nossa medida é Cristo! Eis! Ele é nossa medida porque é o único Caminho, a única Verdade, a única Vida! O que o Sucessor de Pedro quis dizer, o próprio Apóstolo Pedro nos afirma na segunda leitura da Missa de hoje: “Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus! Com efeito, nas Escrituras se lê: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e magnífica; quem nela confiar, não será confundido!’ Mas, para os que não crêem, ‘a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular pedra de tropeço e rocha que faz cair’”. Não há como escapar: diante de Cristo, é necessária uma escolha, uma decisão! Aqui não se tem nada a ver com ser conservador ou progressista, otimista ou pessimista! Aqui tem-se a ver com a experiência tremenda de Deus que entregou seu Filho ao mundo para ser nossa Vida e Caminho e os homens a rejeitaram. Ora, é diante do Cristo, Caminho, Verdade e Vida que nossa existência será julgada, que o mundo será examinado! E, no entanto, ele será sempre sinal de contradição e pedra de tropeço… Vimos, agora mesmo, por ocasião da eleição do novo Papa, tantas idéias disparatadas – algumas, para nossa tristeza, apresentadas até mesmo por padres ou religiosos… Alguns se iludem, pensando numa Igreja que faça o jogo da moda, que diga amém a um modo de pensar, agir e viver estranho ao Evangelho! Que engano tão danado! A renovação da Igreja está em voltar sempre a Cristo e nele se reencontrar sempre, retomando o vigor, como de uma fonte puríssima! O verdadeiro serviço à humanidade e ao mundo é apresentar o Cristo e nele colocar toda a esperança!
“Não se perturbe o vosso coração!” – Já nos inícios da Igreja havia tensões, desafios, dificuldades externas e internas. Pois bem, já ali o Senhor dizia aos cristãos: “Não se perturbe o vosso coração!” Já ali lhes garantia a grandeza do amor do Pai: “na casa do meu Pai há muitas moradas!” E já ali, entre as consolações de Deus e as provações da vida, “a Palavra do Senhor se espalhava”. Portanto, não temamos em colocar toda a nossa confiança no Senhor; não hesitemos em procurar de todo o coração seguir os passos do Senhor Jesus! A oração inicial da Missa de hoje exprimiu muito bem o que espera o cristão, ao colocar no Senhor a sua existência. Recordemo-la: “Ó Deus, Pai de bondade, concedei aos que crêem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna!” – Eis o que buscamos, o que esperamos, o que temos a certeza de alcançar: a liberdade verdadeira e a herança eterna! Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do Pe. Françoá Costa

Circuminsessio

Que palavra é essa? É simples. É o sinônimo de “perichoresis”. O quê? Ficará mais simples se eu utilizar as palavras de Jesus que escutamos neste domingo: “Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede ao menos por causa destas obras” (Jo 14,11). Agora ficou claro. Não? Então vamos deixar por um momento a palavra grega e analisemos a latina: “circuminsessio”. “Circum” significa “o que está em volta”, “sessio” significa “sentar-se”. Uma variante desta expressão é “cicumincessio”; neste caso, “cessio” estaria relacionada com “incessum” que significa “avançado”. Tem, por tanto, um significado mais dinâmico. Esse dinamismo se encontra presente na palavra grega, “perichoresis”, que conserva o significado de “recirculação” entre as Pessoas divinas.
São Gregório Nazianzeno utilizou a palavra “perichoreo” para explicar a mútua presença da natureza divina e da natureza humana, compenetradas e sem confusão, em Cristo. São Máximo o Confessor utilizou essa mesma palavra para expressar a união das duas naturezas, mas com relação às ações do Verbo encarnado. A partir do assim chamado “Pseudo-Cirilo” começou a usar-se o vocábulo para a doutrina trinitária, desta maneira se afirma a multiplicidade das Pessoas em Deus permanecendo sempre a unidade divina. Os Doutores medievais utilizaram a palavra grega traduzindo-a por circumincessio ou circuminsessio.
Perichoresis ou circumisessio é a in-existência ou presença de cada uma das pessoas da Santíssima Trindade nas outras duas. A doutrina cristã afirma que há um só Deus em três Pessoas verdadeiramente distintas. O Pai não é o Filho, nem o Filho é o Pai; o Pai não é o Espírito Santo, o Filho não é o Espírito Santo; o Espírito Santo não é nem o Pai nem o Filho. Não obstante, como existe um só Deus, é importante falar desse mútuo “permanecer em” das três Pessoas divinas para evitar qualquer divisão na essência divina e, em consequência, para evitar falar de três deuses.
A doutrina da circuminsessio afirma que o Pai está no Filho e o Filho está no Pai, que onde está o Pai aí também está o Filho. E o mesmo se diga do Espírito Santo em relação ao Pai e ao Filho.
Observemos também que Jesus nos convida a descobrir essa mútua presencia entre Ele e o Pai através das suas obras. As ações de Jesus mostram que ele faz em todo momento a vontade daquele que o enviou, que ele espera sempre o tempo que o Pai determinou para realizar as coisas, que ele está –de maneira semelhante a como estava Adão antes do pecado– em total dependência do Pai. Ele, ao contrário do primeiro homem, não se rebelou contra Deus, não o desobedeceu. Jesus sempre amou o Pai e fez em tudo a sua vontade. Essa maneira de fazer e de ensinar-nos, leva à compreensão da presença do Pai nele, e à inversa.
A nossa maneira de atuar também mostra que em nós residem o Pai e o Filho e o Espírito Santo. Que ninguém se assuste se nesse momento eu utilizo a palavra “perichoresis” ou “circuminsessio” não somente no sentido cristológico ou trinitário, mas também em perspectiva antropológica. Há uma presença de Deus no homem, e à inversa: há uma presença do homem em Deus. Esse é o “divinum comercium”, o comércio divino entre Deus e o homem, e que os Padres da Igreja gostavam de expressá-lo dessa maneira: o Filho de Deus se fez homem para que o filho do homem se fizesse filho de Deus.
É importante que a nossa maneira de atuar, como no caso de Jesus, manifeste que Deus encontrou uma casa no nosso coração, que as três Pessoas divinas habitam na nossa vida em graça, que nós estamos presentes em Deus e que Deus está presente em nós. Agora mesmo, nesse exato momento, a humanidade que se encontra na Pessoa de Jesus, no céu, é a nossa humanidade. A humanidade gloriosa de Cristo manifesta como deve ser o homem segundo o plano de Deus porque Deus o criou para a incorruptibilidade, para a santidade e para a imortalidade. A nossa humanidade está na intimidade de Deus e Deus está no mais íntimo do nosso ser quando vivemos em graça.
A vida cristã é consequência da in-habitação trinitária em nós. Assim fica mais fácil entender a Escritura quando afirma que nós somos templos do Espirito Santo. Não poderia ser diferente uma vez que Deus mora em nós. Ou seja, o que acontece nas profundezas da comunhão trinitária, acontece, a outro nível, entre Deus e nós. As relações entre o homem e Deus tem que ser a imagem das relações que há entre o Pai e o Filho e o Espírito Santo.
Pe. Françoá Costa
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Erros históricos sobre a Trindade:
3.1.1- O Modalismo.
3.1.2- O Subordinacionismo.
3.1.3-  O Triteísmo.
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Homilia de Mons. José Maria Pereira

O Caminho e a Oração

Hoje e sempre encontramos multidões que têm  fome e sede de Deus. Continuam a ser atuais as palavras de Santo Agostinho no início de suas Confissões: “Criaste-nos, Senhor, para Ti e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Ti.” O coração da pessoa humana foi feito para procurar e amar a Deus. E o senhor facilita esse encontro, pois ele também procura cada pessoa através de inúmeras graças, de atenções cheias de delicadeza e de amor. A sua sede de salvar os homens é tal que declara: “ Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Tal declaração tem a sua origem na pergunta de Tomé o qual, ao não compreender tudo o que Jesus afirmara acerca de Seu regresso ao Pai, lhe perguntara: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como é que sabemos o caminho?” (Jo 14,5). O apóstolo pensava num caminho material, mas Jesus indica-lhe um espiritual, tão sublime que se identifica com a Sua Pessoa: “Eu sou o caminho”; e não lhe mostra apenas o caminho, mas também a meta- “ a verdade e a vida”- à qual conduz e que é também Ele mesmo. Jesus é o caminho que conduz ao Pai: “Ninguém vai ao Pai senão por Mim” (Jo 14,6); é a verdade que O revela: “Quem Me viu, viu o Pai” (Jo 14,9); é a vida que comunica aos homens a vida divina: “Assim como o Pai  tem a vida em Si mesmo” , assim a tem o Filho e dá-a “àquele que quer” (Jo 5, 26. 21). “Eu estou no Pai e o Pai está em Mim”(Jo 14,11). Sobre esta fé em Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, caminho que conduz ao Pai e igual em tudo ao Pai, fundamenta-se a vida do cristão e a de toda a Igreja.
Jesus, com a sua resposta, está “como que a dizer: Por onde queres ir? Eu sou o caminho. Para onde queres ir? Eu sou a Verdade. Onde queres permanecer? Eu sou a Vida. Todo o homem consegue compreender a Verdade e a Vida; mas nem todos encontram o Caminho. Os sábios do mundo compreendem que Deus é vida eterna e verdade cognoscível; mas o Verbo de Deus, que é Verdade e Vida junto ao Pai, fez-Se caminho ao assumir a natureza humana. Caminha contemplando a Sua humildade e chegarás até Deus” (Santo Agostinho).
Em At 6, 1-7 temos a escolha dos diáconos para ajudarem os Apóstolos no atendimento da comunidade que crescia cada dia, pois a Palavra de Deus ia se espalhando cada vez mais. Disseram os Apóstolos: “Quanto a nós entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4).
Assim como o Mestre passava longas horas em oração individual, também o apóstolo reconhece a necessidade de alcançar forças novas na oração pessoal, feita em íntima união com Cristo, pois só assim será eficaz o seu ministério e poderá levar ao mundo a palavra e o amor do Senhor.
Já dizia o Santo João Paulo II: “A oração é para mim a primeira tarefa e como o primeiro anúncio; é a primeira condição de meu serviço à Igreja e ao mundo.”
São Josemaria Escrivá ensinou: “… a nossa vida de apostolo vale o que valer a nossa oração” (caminho, nº 108). E, continua São Josemaria: “ Se não és homem de oração, não acredito na retidão de tuas intenções quando dizes que trabalhas por Cristo” (Caminho, nº 109)
O apostolado é fruto do amor a Cristo. Ele é a luz com que iluminamos, a verdade que devemos ensinar, a Vida que comunicamos. E isto só será possível se formos homens e mulheres unidos a Deus pela oração.
A oração nunca deixa de dar os seus frutos. Dela tiraremos a coragem necessária para enfrentar as dificuldades com a dignidade dos filhos de Deus, bem como para perseverar no convívio com os amigos que desejamos levar a Deus. Por isso a nossa amizade com Cristo há de ser cada dia mais profunda e sincera. Sem oração, o cristão seria como uma planta sem raízes; acabaria por secar, e não  teria assim a menor possibilidade de dar fruto. A oração é o suporte de toda a nossa vida e a condição de todo o apostolado. “Persevera na oração.- Persevera, ainda que o teu esforço pareça estéril.- A oração é sempre fecunda” (Caminho, nº 101)
Mons. José Maria Pereira








PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA: (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra)




louvor (quando o pão consagrado estiver sobre o altar)                                   Jo 14, 1-12
- o senhor esteja com todos vocês... demos graças ao senhor, o ...
- com jesus, POR JESUS E EM JESUS, na força do espírito santo, louvemos ao pai.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE.
- Pai, nós Vos damos graças pelo Vosso Filho e Vosso Espírito Santo; Vosso Filho que nos fortalece e Vosso Espírito Santo que nos transforma e nos capacita. Fortalecidos e transformados queremos ser testemunhas de vosso Reino. Queremos anunciar e denunciar. Anunciar vosso projeto e denunciar os desvios que corroem este Reino.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE, ALELUIA.
- Nós Vos damos graças por Jesus Ressuscitado: Ele é a pedra viva e a pedra angular, que a morte não conseguiu eliminar. Ele é a rocha sobre a qual repousa a nossa fé. Por Ele e n’Ele nós Vos Louvamos e vos agradecemos.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE, ALELUIA.
- Pai, nós Vos bendizemos por Jesus, Vosso Filho, porque Ele é para nós o Caminho, a Verdade e a Vida. N’Ele descobrimos o Vosso rosto. Ele é a luz do mundo.
T: LOUVOR E GLÓRIA A VÓS, Ó PAI DE BONDADE, ALELUIA.
- PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...



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