quinta-feira, 18 de maio de 2017

6º Domingo da Páscoa ANO A, Homilias, Subsídios homiléticos

6º Domingo da Páscoa ANO A 2017

Tema: Jesus faz o discurso de despedida. Eu vivo, e vós vivereis; “não vos deixarei órfãos”
Evangelho: Na Quinta-feira Santa, Jesus promete o “Paráclito”: Ele nos conduzirá à verdade.
Primeira leitura; A comunidade cristã dá testemunho da Boa Nova de Jesus.
Segunda leitura: exorta os crentes a terem confiança e a darem testemunho da fé. Cristo é o modelo

EVANGELHO (Jo 14,15-21) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.

AMBIENTE - Jesus sabe da decisão de matá-lo. No decurso da “ceia”, Jesus despediu-Se e fez-lhes as últimas recomendações. Jesus fala-lhes do caminho que percorreu e convida a seguir o mesmo caminho de entrega a Deus e de amor radical aos irmãos. É seguindo esse “caminho” que eles se tornarão Homens Novos e que chegarão a ser “família de Deus”.

MENSAGEM - O “Paráclito” que Jesus vai enviar é o Espírito Santo –a partir de agora, será o Espírito que ensinará e cuidará da comunidade de Jesus. Jesus é claro: os seus discípulos não vão ficar indefesos, pois Ele vai estar ao lado deles. Jesus identifica-Se com o Pai, por ter o mesmo Espírito; os discípulos identificam-se com Jesus, por ação do Espírito. A comunidade cristã está unida com o Pai, através de Jesus. Nesse dia, a comunidade será a presença de Deus no mundo: cada membro converte-se em morada de Deus. Na comunidade e através dela, realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo.

ATUALIZAÇÃO • Sofremos por causa da injustiça e da opressão; caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. No entanto, temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos.
• O “caminho” que Jesus propõe (o “caminho” do amor, do serviço, do dom da vida) parece um caminho de fracasso. No entanto, Jesus garantiu-nos que era no caminho do amor e da entrega que encontraríamos a vida nova.
• Jesus garantiu o envio de um “defensor”, de um “consolador”, que havia de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. O Espírito dá esperança.
• A comunidade identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o “templo de Deus”, o lugar onde Deus habita. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu projeto de salvação.

- Jesus fala de "Os MEUS Mandamentos...":  "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ele nos amou" = Torna-se MORADA DE DEUS: "Viremos a ele e faremos nele morada..."    
* Jesus garante que é nessa identificação com Cristo e nesse "caminho" do amor e da entrega, que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva.

PRIMEIRA LEITURA (At 8,5-8.14-17) Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. Era grande a alegria naquela cidade. Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus e enviaram para lá Pedro e João. Chegando ali, oraram pelos habitantes da Samaria, para que recebessem o Espírito Santo. Porque o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; apenas tinham recebido o batismo em nome do Senhor Jesus. Pedro e João impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo.

AMBIENTE - Durante os primeiros anos, o cristianismo não saiu de Jerusalém. Por volta do ano 35 desencadeou-se uma perseguição, contra os judeo-helenistas, desencadeada após a morte de Estevão. Estes deixaram Jerusalém  e permitiu a difusão do Evangelho pelas outras regiões palestinas. Filipe – um dos sete diáconos, foi anunciar o Evangelho na Samaria. O anúncio do Evangelho aos samaritanos mostra que a Igreja não tem fronteiras.

MENSAGEM - Os samaritanos “aderiam às palavras de Filipe”. Dessa adesão começava a aparecer uma comunidade de homens livres, iluminados pela luz libertadora de Jesus (Lucas descreve esta realidade nova, dizendo que os espíritos impuros abandonavam os possessos e que os coxos e paralíticos eram curados).
Quando a comunidade cristã de Jerusalém soube, despachou para lá Pedro e João. Pedro e João impuseram as mãos aos samaritanos, a fim de que também eles recebessem o Espírito. A mensagem é a seguinte: para que uma comunidade se constitua como Igreja, não basta uma aceitação superficial da Palavra. A comunidade é convidada a viver a sua fé integrada na Igreja universal (católica). Toda a comunidade deve, portanto, acolher a autoridade e buscar o reconhecimento junto aos chefes da Igreja (epíscopos). Só então se manifestará nela o Espírito, a vida de Deus.

ATUALIZAÇÃO • Uma comunidade cristã manifesta a comunhão com Jesus e a comunhão com todos os outros irmãos que partilham a mesma fé. Cada comunidade não é um grupo autônomo e sem ligações, mas uma parcela de uma Igreja universal, chamada a viver na comunhão, na partilha, na solidariedade com todos os irmãos do mundo.
• Filipe não se acomodou; mas partiu para outras paragens a dar testemunho de Jesus. É o mesmo entusiasmo que nos anima, quando temos de dar testemunho do Evangelho de Jesus.
- O Batismo é completado pela Unção com o óleo do Crisma e pela imposição das mãos do Bispo, no sacramento da Confirmação, que recebemos a Plenitude do Espírito Santo.

SALMO RESPONSORIAL / 65 (66)
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso!
• Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / cantai salmos a seu nome glorioso, /
dai a Deus a mais sublime louvação! / Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!
• Toda a terra vos adore com respeito / e proclame o louvor de vosso nome!” /
Vinde ver todas as obras do Senhor: / seus prodígios estupendos entre os homens!
• O mar ele mudou em terra firme, / e passaram pelo rio a pé enxuto. /
 Exultemos de alegria no Senhor! / Ele domina para sempre com poder!
• Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: / vou contar-vos todo o bem que ele me fez! /
 Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, / não rejeitou minha oração e meu clamor, /
nem afastou longe de mim o seu amor!

SEGUNDA LEITURA (1Pd 3,15-18) Leitura da Primeira Carta de São Pedro.
Caríssimos, santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir. Fazei--o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se esta for a vontade de Deus, do que praticando o mal. Com efeito, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.

AMBIENTE – Anos oitenta. Os cristãos que compõem essas comunidades estão vulneráveis às perseguições que se aproximam. O objetivo do autor é animar esses cristãos e exortá-los à fidelidade aos compromissos que assumiram com Cristo, no dia do seu Batismo. Para isso, o autor lembra-lhes o exemplo de Cristo, que percorreu um caminho de cruz, antes de chegar à ressurreição; não desanimar mesmo diante das dificuldades e sofrimentos.

MENSAGEM - Os cristãos devem reconhecer a “santidade” de Cristo, que é “o Senhor”. Desse reconhecimento brota a confiança e a esperança; e, dessa forma, nada temerão e poderão enfrentar a injustiça e a perseguição. Os cristãos devem dar testemunho daquilo em que acreditam. Os cristãos devem preferir fazer o bem a fazer o mal.
O autor apresenta a “lógica”: o próprio “Cristo morreu pelos nossos pecados – o justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus”. Ora, se Cristo propiciou, mesmo aos injustos, a salvação, também os cristãos devem dar a vida e fazer o bem, mesmo quando são. Os cristãos que fizerem da vida um dom – como Cristo – também ressuscitarão.

ATUALIZAÇÃO • O amor é o caminho para a felicidade. Reparemos no exemplo de Cristo: Ele deu a vida pelos pecadores e encontrou, no final do caminho, a ressurreição, a vida plena.
• Diante das dificuldades é em Cristo que colocamos a nossa confiança e a nossa esperança.
• Diante dos ataques não podemos usar a lógica do “olho por olho, dente por dente”,: Amor

Obs. Um gênio é 5% inspiração e 95% transpiração;  “um cristão é 95% graça de Deus e 5% de esforço pessoal”. . Essa ação de Deus criou em nós, no momento em que fomos batizados, um dinamismo novo que nos capacitou para viver a nova vida em Cristo. Tudo isso estaria destinado ao fracasso, dentro de pouco ou muito tempo, se não fosse a ajuda de Deus.
 Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

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6° Domingo da Páscoa A Despedida

A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: ASCENSÃO e PENTECOSTES.

A Liturgia nos mostra que Deus está presente na sua Igreja, pelo Espírito Santo, mesmo depois da volta de Jesus ao Pai.

A 1ª leitura narra o início da missão evangelizadora da Igreja, fora de Jerusalém. (At 8,5-8.14-17)

Os Apóstolos Pedro e João são enviados à Samaria, para completar a Iniciação cristã realizada pelo Diácono Felipe conferindo o Dom do Espírito Santo aos recém-batizados, através do gesto da imposição das mãos. Essa passagem constitui o "Pentecostes Samaritano".

* O episódio lembra duas verdades:
- O Batismo é completado pela Unção com o óleo do Crisma e pela imposição das mãos do Bispo, no sacramento da Confirmação, em que recebemos a Plenitude do Espírito Santo.

Na 2ª Leitura, São Pedro exorta os cristãos à fidelidade aos compromissos assumidos com Cristo no Batismo. (1Pd 3,15-18)

O Evangelho faz parte do discurso da DESPEDIDA de Jesus. É o testamento que o mestre deixa à Comunidade antes de partir. (Jo 14,15-21)

Os discípulos se mostram abalados e tristes... Jesus os anima, declarando que não os deixará órfãos no mundo. Ele vai ao Pai, mas vai encontrar um modo de continuar presente e de acompanhar a caminhada dos seus discípulos, mediante o Espírito Santo, que o substituirá junto aos discípulos e permanecerá sempre com eles e com toda a Igreja. Para isso, é preciso um amor autêntico,  que se manifesta na observância dos Mandamentos:
"Quem me ama... guarda os meus mandamentos..."
Só quem vive esse amor está apto a receber o Espírito Santo.
O amor supera o medo, a separação e a morte...

- Jesus fala de "Os MEUS Mandamentos...":  "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ele nos amou"

Conseqüências desse amor vivenciado dos Mandamentos:
- Merece receber o Espírito Santo:   "Ele vos dará o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber".
- É alguém amado pelo Pai...: "Ele será amado pelo Pai..."
- Torna-se capaz de perceber a manifestação de Cristo:    "Eu o amarei e me revelarei a ele..."
- Torna-se MORADA DE DEUS: "Viremos a ele e faremos nele morada..."    

A Comunidade cristã será então a presença de Deus no mundo.
Na Comunidade dos discípulos e através dela, realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo.

Esse "caminho" proposto por Jesus para muitos parece um caminho de fracasso, que não conduz nem à riqueza, nem ao poder, nem ao êxito social, nem ao bem estar material.
No entanto, Jesus garante que é nessa identificação com Cristo e nesse "caminho" do amor e da entrega, que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva.

Jesus promete aos discípulos o envio de um "defensor", de um "intercessor", que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história.
   
A Comunidade cristã, identificada com Jesus e com o Pai, animada pelo Espírito, é o "Templo de Deus", o lugar onde Deus habita no meio dos homens. Através dela, o Deus libertador continua a concretizar o seu plano de salvação.

                                                           Pe. Antônio Geraldo

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Homilia de D. Henrique Soares –
Nestes dias pascais em honra do Ressuscitado, contemplamos e experimentamos nos santos mistérios não somente a sua ressurreição e ascensão, como também dom do seu Espírito Santo em pentecostes. Pois bem, caríssimos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus que escutamos nesta liturgia do VI Domingo da Páscoa coloca-nos precisamente neste clima. Com um coração fiel e recolhido, contemplemos o mistério que o Evangelho de hoje nos revela! Meditemos nas palavras do Senhor Jesus:
“Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós! Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis!” São palavras estupendas, cheias de promessa e de vitória… Mas, será que são verdadeiras? Como pode ser verdade tudo isso? Uma coisa é certa: o Senhor não mente jamais! E ele nos garante: Eu virei a vós! Eu vivo! Vós vivereis! Mas, como se dá tal experiência? Como podemos realmente experimentar tal realidade estupenda em nossa vida e na vida da Igreja? Eis a resposta, única possível: somente no Espírito Santo que o Ressuscitado nos deu ao derramá-lo sobre nós após a ressurreição. Vejamos:
“Eu virei a vós!” Na potência do Santo Espírito, Cristo realmente permanece no coração de sua Igreja, primeiro pela Palavra, pregada na potência do Espírito, como Filipe, na primeira leitura, que, anunciando o Cristo, realizava curas e exorcismos e, sobretudo, tocava os corações! Uma Palavra que realmente toca os corações e coloca os ouvintes diante do Cristo vivo e atuante. Mas, conjuntamente com a Palavra, os sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. Em cada sacramento é o próprio Espírito do Ressuscitado quem age, conformando-nos ao Cristo Jesus, unindo-nos a ele, fazendo-nos experimentar sua vida e sua força. Pelo Batismo, mergulhados no Espírito do Ressuscitado, realmente nascemos para uma nova vida, como nova criatura; pela Eucaristia, seu Corpo e Sangue plenos do Espírito, entramos na comunhão mais plena que se possa ter neste mundo com o Senhor: ele em nós e nós nele, num só Espírito Santo que ele nos doa!
“Vós me vereis!” Porque o Santo Espírito do Senhor Jesus habita em nossos corações, nós experimentamos Jesus em nós como uma Presença real e atuante e, com toda a certeza, proclamamos que Jesus é o Senhor, como diz São Paulo: “Ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3). Porque vivemos no Espírito, experimentamos todos os dias Jesus como Alguém vivo e presente na nossa vida, em outras palavras: vemos Jesus; vemo-lo de verdade!
“Eu vivo!” Sabemos que o Senhor está vivo: “morto na sua existência humana, recebeu nova vida pelo Espírito Santo”. Sabemos com toda a certeza da fé que Cristo é o Vivente para sempre, o Vencedor da Morte!
“Vós vivereis”. O Senhor Jesus não somente está vivo, totalmente transfigurado pela ação potente do Espírito que o Pai derramou sobre ele… Vivo na potência do Espírito, ele nos dá esse mesmo Espírito em cada sacramento. Assim, sobretudo no Batismo e na Eucaristia, tornam-se verdadeiras as palavras do Senhor: “Vós vivereis!”, isto é: recebendo meu Espírito, nele vivendo, tereis a minha vida mesma! Vivereis porque meu Espírito“permanece junto de vós e estará dentro de vós!”
Então, caríssimos, palavras de profunda intensidade e de profunda verdade! Num mundo da propaganda, da ilusão, dos simples sentimentalismos, essas palavras do Senhor são uma concreta e impressionante realidade. Mas, escutemos ainda o Senhor: “Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós!” É na oração, na prática piedosa dos sacramentos, na celebração ungida e piedosa da Eucaristia que experimentamos essas coisas! Aqui não é só a inteligência, aqui não basta a razão, aqui não são suficientes os nossos esforços! É na fé profunda de uma vida de união com o Senhor, na força do Espírito Santo que experimentamos isso que Jesus disse: ele está no Pai, no Espírito ele e o Pai são uma só coisa. Mas, tem mais: experimentamos que nós estamos nele, nele enxertados como os ramos na videira, nele incorporados como os membros do corpo unidos à Cabeça! Repito: é nos sacramentos que essa experiência maravilhosa torna-se realidade concreta. Um cristianismo que tivesse somente a Palavra de Deus, sem valorizar os sete sacramentos – sobretudo o Batismo e a Eucaristia -, seria um cristianismos mutilado, deficiente, anêmico, não condizente com a fé do Novo Testamento e a Tradição constante da Igreja! Irmãos e irmãs, atenção para a nossa vida sacramental!
Ora, é esta comunhão misteriosa e real com o Senhor no Espírito, que nos faz amar Jesus e viver Jesus com toda seriedade de nossa vida. É cristão de modo pleno quem experimenta o Senhor Jesus vivo e íntimo em sua vida e celebra tal união, tal cumplicidade de amor, nos sacramentos! Aí sim, as exigências do Senhor, seus mandamentos, não nos parecem pesados, não nos são pesados, não são um fardo exterior que suportamos porque é o jeito. Quem vive a experiência desse Jesus presente e doce no Espírito derramado em nós, experimenta que cumprir os preceitos do Senhor é uma exigência doce, porque é exigência de amor e, portanto, libertadora, pois nos tira de nós mesmos e nos faz respirar um ar novo, o ar do Espírito do Ressuscitado, o Homem Novo!
Mas, quem pode fazer tal experiência? Somente quem vive de modo dócil ao Espírito Consolador, que nos consola mesmo nos desafios mais duros. Somente viverá o cristianismo com um dom e não como um peso quem vive na consolação do Espírito, que é também Espírito de Verdade, pois nos faz mergulhar na gozo da Verdade que é Jesus. Ora, o mundo jamais poderá experimentar esse Espírito! Jamais poderá experimentar o Evangelho como consolação, jamais poderá experimentar e ver que Jesus está vivo e é doce e suave vida para a nossa vida! Por isso mesmo, o mundo jamais poderá compreender as exigências do Evangelho: aborto, casamento gay, assassinato de embriões com fins pseudo-científicos, assassinato de embriões anencéfalos, eutanásia… Como o mundo poderá compreender as exigências do Evangelho se não conhece o Cristo? “O mundo não mais me verá!”Nunca nos esqueçamos disso! Ai dos Boffs e dos Bettos da vida, que pensam que a Igreja deve correr atrás do mundo! Este não é capaz de receber, de acolher o Evangelho porque – diz Jesus – não vê nem conhece o Espírito Paráclito! Mas, vós, cristãos, “o conheceis porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós!”Irmãos, como nosso Senhor é claro, como é verdadeiro, como nos preveniu!
É essa experiência viva de Jesus no Espírito que nos dá a força cheia de entusiasmo na pregação como Filipe, na primeira leitura. Dá-nos também a coragem e o discernimento para dar ao mundo “a razão da nossa esperança”, santificando o Senhor Jesus em nossos corações, isto é, pregando Jesus primeiro com a coerência da nossa fé na vida concreta e, depois, com respeito pelos que não crêem como nós, mas com a firmeza de quem sabe no que acredita! Dá-nos, enfim, a graça de participar da cruz do Senhor, ele que “morreu uma vez por todas, por causa dos nossos pecados, o justo pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus”. Assim, com ele morreremos para uma vida velha e ressuscitaremos no Espírito para uma vida nova. Eis! Esta será sempre a grande novidade cristã, o centro, o núcleo de a nossa identidade e nossa força! Nunca esqueçamos disso! Vamos! Sigamos o Senhor! Abramo-nos ao seu Espírito! - D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria Pereira

A Promessa de Jesus

Hoje celebramos o VI Domingo da Páscoa! A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.
O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3). Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia. Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos. O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São Josemaria Escrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo. A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai. O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam. Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.
Mons. José Maria Pereira
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Homilia do Pe. Françoá Costa

O “segredo” para a fidelidade: o livro e a rosa.

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paraclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14,15-16).
Na semana passada falamos da mútua inexistência das três Pessoas divinas entre si e da inabitação trinitária na nossa alma em graça. Deve ficar bem claro: as relações do homem com Deus tem que ser uma imagem daquelas relações que há na intimidade de Deus entre as três Pessoas divinas. O Pai e o Filho relacionam-se no Amor, ou seja, no Espírito Santo.
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos”.  Poderíamos fazer a oração negativa, tão verdadeira quanto a afirmativa: se não me amais, não guardareis os meus mandamentos. A moral cristã não é a moral dos heróis, dos gigantes da vontade, daquelas pessoas que à força de teimar e teimar conseguem chegar à meta. Lembro-me de uma das aulas do já falecido bispo emérito da Diocese de Anápolis, D. Manoel Pestana Filho. Animando-nos a estudar muito, ele dizia que “um gênio é 5% de inspiração e 95% de transpiração”. Aquele santo bispo nos animava a ser estudiosos de verdade. Hoje eu gostaria de utilizar a frase dita pelo D. Manoel, mas mudando-a um pouquinho para servir ao meu propósito, e sem pretensões matemáticas do mistério: “um cristão é 95% graça de Deus e 5% de esforço pessoal”.
A graça de Deus e o seu amor é o que nos vai construindo a cada momento. Podemos e devemos lutar, mas – como diz o Salmo – “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (126,1). Com o passar do tempo, a experiência nos vai mostrando a importância de confiar mais na graça de Deus que nas nossas próprias forças. Os nossos propósitos, por mais firmes que sejam; a nossa luta, por mais heroica que venha a ser; os meios humanos dos quais dispomos, por mais seguros que nos pareçam… Tudo isso estaria destinado ao fracasso, dentro de pouco ou muito tempo, se não fosse a ajuda de Deus. Essa ação de Deus criou em nós, no momento em que fomos batizados, um dinamismo novo que nos capacitou para viver a nova vida em Cristo.
É possível cultivar o amor? Em primeiro lugar, a caridade inicial ninguém a merece, a recebemos no momento do nosso Batismo sem mérito algum da nossa parte. Depois de batizados, podemos atrair mais o amor de Deus para nós.
Todos os anos em Barcelona, na Espanha, no dia de S. Jorge, o namorado ou o esposo tem que dar uma rosa à sua namorada ou esposa. A sua vez, a namorada ou esposa tem que presentear o seu namorado ou esposo com um livro. Eu, pessoalmente, acho que o homem sai ganhando porque o livro se conserva durante anos, enquanto a rosa… Mas tudo bem.
Passeando pelas ruas daquela grande cidade, quem não conhece essa tradição poderia ficar um pouco espantado ao perceber que a cada 10 minutos algum comerciante oferece em plena rua uma rosa para ser comprada e, posteriormente, presenteada. Graças a Deus, existem aqueles casais anciãos aos quais não dá vergonha perguntar o porquê de tudo aquilo sem temor a passar por ignorante. Futuramente, se pode descobrir a raiz mais profunda desse costume. É nesse momento que passamos para o campo da lenda, da estória. Conta-se que num reino muito distante e há muitos séculos atrás existia um dragão muito, mas muito mau, e que comia as donzelas da região. Um dia, o dragão malíssimo queria tragar a princesa. Então Jorge, um soldado romano, enfrentou a fera, matou-a e do sangue do dragão brotou uma rosa que, o destemido soldado entregou reverentemente à princesa. Os homens até hoje entregam uma rosa às suas amadas.
E o livro? É simplesmente porque ao dia de S. Jorge, celebrado aos 23 de abril, antecede o dia da morte de Miguel de Cervantes (22 de abril), máxima expressão da literatura espanhola. Assim os homens não fiquem sem presentinho. E que presentinho… um livro!
Quando pensamos no amor de Deus e na nossa correspondência humana, a comparação com esse costume barcelonense é válida, ainda que imperfeita. Deus nos presenteia com a sua graça, o dom mais valioso que podemos receber nesse mundo. Não se trata simplesmente de um livro, mas daquele livro do qual fala o Apocalipse: “um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5,1). Esse livro, que contém os desígnios de Deus para a história universal e para a nossa história pessoal, pode ser aberto somente por Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, a vítima de propiciação pelos nossos pecados que nos mereceu a salvação e a graça. Ele nos entrega o plano de Deus para as nossas vidas. Esse plano inclui todas as virtualidades provindas do Trono da graça e que nos ajudam na realização da vontade de Deus. E nós, o que vamos entregar a Deus? Uma flor, uma correspondência à sua graça cada vez mais leal e fiel que atraia o Coração amoroso de Deus para que continue derramando as suas graças sobre nós. A flor pode até murchar logo. Nós seguiremos sendo santamente teimosos na luta por ser melhores; daremos a Deus outra flor, outro empenho de seguir adiante, outros propósitos de uma entrega mais generosa. Não obstante, a partir de agora confiaremos mais na graça de Deus. É questão de humildade, de verdade. Pe. Françoá Costa

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Certa vez perguntaram a Mahatma Gandhi sobre quais seriam os fatores que destroem os seres humanos. Gandhi, em toda sua sabedoria, respondeu: "A Política, sem princípios; o prazer, sem compromisso; a riqueza, sem trabalho; a sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a ciência, sem humanidade e a oração, sem caridade”. E continuou: “a vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta”.
Gandhi continua certo, pois toda atitude que o ser humano toma diante da vida tem consequências sobre ele mesmo. Se a atitude é boa, a consequência é boa. Se atitude é má, a consequência será ruim. Não há dúvida, quem quer ser amado, precisa antes amar. Quem quer ter fé, precisa se dedicar a Deus. Quem quer ser feliz precisa pensar em ajudar o outro a ser feliz. As consequências da nossa vida são resultado das nossas atitudes e decisões. Fugir disso é não entender a vida. Pense nisso” (Pe. Gelson).



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Para a Celebração da Palavra (Diáconos ou ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- o senhor esteja com todos vocês... demos graças ao senhor, o nosso deus.
- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade, aleluia!
- Ó Deus, Nosso Pai, nós Vos damos graças pelo Espírito Santo que nos destes em nosso Batismo.  Pai, que o Espirito santo nos transforme  em Templos vivos do amor e do perdão.
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade, aleluia!
- Nós Vos damos graças por Jesus, que morreu pelos nossos pecados, para nos reconciliar convosco e nos conduzir a Vós. Nós Vos louvamos, porque nos destes a vida no Vosso Espírito.  Pai, enchei-nos do Vosso Espírito de paciência e de esperança, de doçura e de respeito.
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade, aleluia!
- Ó Pai, nós Vos damos graças porque não nos deixastes órfãos. Nós Vos bendizemos pelo Vosso Espírito Santo, que está em nós. Nós Vos louvamos por Jesus, que está em Vós e também em nós. Unidos ao Vosso Filho Jesus e na força do Espírito Santo dai-nos a graça da ressurreição para que Vivamos junto de vós por toda a eternidade.
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade, aleluia!
- PAI NOSSO... A paz de cristo... Eis o cordeiro...


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