quinta-feira, 24 de agosto de 2017

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A, homilias, subsídios homiléticos

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A (Adaptado pelo Diácono Ismael)

MÊS VOCACIONAL – dia do(a) Catequista
Tema: Cristo e a Igreja. Dia da vocação para os ministérios e serviços leigos na comunidade.
A primeira leitura -  “As chaves” não são um poder para si, mas para o serviço dos irmãos.
O Evangelho convida a acolher Jesus como “o Messias”. Dessa adesão, nasce a Igreja – a comunidade à volta de Pedro, que dá testemunho de Jesus. À Igreja e a Pedro () é confiado as chaves; interpretar as palavras de Jesus.
Segunda leitura: Diante da sabedoria de Deus resta ao homem confiar, louvar, trabalhar e agradecer.

PRIMEIRA LEITURA (Is 22, 19-23) Leitura da Profecia de Isaías.
Assim diz o Senhor a Sobna, o administrador do palácio: “Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo. Acontecerá que neste dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias, e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua faixa, porei em suas mãos a tua autoridade; ele será pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Eu o farei levar aos ombros a chave da casa de Davi; ele abrirá e ninguém poderá fechar; ele fechará e ninguém poderá abrir. Hei de fixá-lo como estaca em lugar seguro e aí ele terá o trono da glória na casa de seu pai”.

AMBIENTE - Isaías nasceu 760 a.C., é um homem culto, decidido, enérgico, que frequenta os círculos de poder e fala com autoridade aos altos funcionários e mesmo aos reis. Defende os oprimidos, o povo explorado e convida continuamente o seu povo a viver no âmbito da Aliança. Isaías hoje leva-nos à época do rei Ezequias. Em 714 a.C., Ezequias manifestará uma certa propensão para alinhar em alianças políticas contra os assírios (que, desde o reinado de Acaz, mantêm Judá sob a sua autoridade). Em resposta, Senaquerib volta-se contra Judá e devasta-a… Em 701 a.C., Jerusalém é cercada pelos assírios e Ezequias tem de aceitar uma submissão ainda mais onerosa do que a anterior. Sobna e Eliacim são altos funcionários de Ezequias.

MENSAGEM - Sobna talhou “para si um sepulcro no alto e cavou para si na rocha um mausoléu. Sobna utilizou o dinheiro do povo em futilidades num momento difícil para o povo. Ele irá ser despojado do seu poder (a túnica, o cinto, a chave do palácio), as quais serão revestidas por Eliacim.
O simbolismo das chaves é sugestivo: o mordomo do palácio, entre outras coisas, conservava em seu poder as chaves do palácio real, administrava os bens do soberano, fixava a abertura e o fechamento das portas e definia quais os visitantes a introduzir junto do soberano.
Isaías deposita grande esperança em Eliacim e na forma como ele desempenhará as suas funções. A referência à “estaca” (“estaca num lugar firme”), revela que Eliacim desempenhará as suas funções com grande firmeza.
Porque esta história? Ela prepara-nos para entender melhor o Evangelho que nos é hoje proposto. Define em que consiste o verdadeiro serviço “das chaves”, o serviço da autoridade: ser um bom pai e procurar o bem de todos.

ATUALIZAÇÃOO poder é um serviço à comunidade. Quem exerce o poder, deverá fazê-lo com a solicitude, o cuidado, a bondade, a compreensão, a tolerância, a misericórdia, e também com a firmeza com que um pai conduz e orienta os seus filhos; é uma questão de amor. É a mesma lógica que os cristãos devem exigir, seja no exercício do poder civil, seja no âmbito da comunidade cristã.
• o exercício do poder só faz sentido enquanto está ao serviço do bem comunitário.

SALMO RESPONSORIAL 137 (138)

Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Completai em mim a obra começada!

• Ó Senhor, de coração eu vos dou graça, / porque ouvistes as palavras dos meus lábios! /
 Perante os anjos vou cantar-vos / e ante o vosso templo vou prostrar-me.
• Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, / porque fizestes muito mais que prometestes; /
 naquele dia em que gritei, vós me escutastes / e aumentastes o vigor da minha alma.
• Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres / e de longe reconhece os orgulhosos. /
 Ó Senhor, vossa bondade é para sempre! / Eu vos peço: não deixeis inacabada / esta obra que fizeram vossas mãos!

 EVANGELHO (Mt 16,13-20) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e aí perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias.

AMBIENTE - Depois do êxito inicial do seu ministério, Jesus experimenta a oposição dos líderes e certo  desinteresse por parte do Povo. A sua proposta do Reino não é acolhida, senão por um pequeno grupo.
É, então, que Jesus dirige aos discípulos uma série de perguntas sobre si próprio. Não se trata, tanto, de medir a sua de popularidade; trata-se de tornar as coisas mais claras para os discípulos e confirmá-los na sua opção de seguir Jesus e de apostar no Reino.

MENSAGEM - Jesus interroga acerca do que as pessoas dizem dele e acerca do que os próprios discípulos pensam. A opinião dos “homens” vê Jesus em continuidade com o passado (“João Baptista”, “Elias”,...”). Reconhecem, que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão – como os profetas do Antigo Testamento… Mas não vão além disso; Jesus é, apenas, um homem bom, justo, generoso, que Se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes d’Ele. A opinião dos discípulos vai muito além: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. “o Cristo” significa que Ele é esse libertador enviado por Deus para libertar o seu Povo. o “Filho de Deus” designa relação particular com Deus, a quem Deus confiou uma missão e vive em total comunhão com Deus.
Na segunda parte a resposta de Jesus à confissão de fé da comunidade dos discípulos, pela voz de Pedro. Jesus felicita a Pedro (isto é, a comunidade). No entanto, essa fé não é mérito de Pedro, mas um dom de Deus. “a rocha” que é a base firme sobre a qual vai assentar a Ekklesia de Jesus é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professam: a fé em Jesus como o Messias, Filho de Deus.
Para que seja possível a Pedro testemunhar que Jesus é o Messias Filho de Deus Jesus promete-lhe “as chaves do Reino dos céus” e o poder de “ligar e desligar”. A entrega das chaves equivale à nomeação do “administrador do palácio” de que falava a primeira leitura. Por outro lado, a expressão “atar e desatar” designava, entre os judeus da época, o poder para interpretar a Lei com autoridade, para declarar o que era ou não permitido, para excluir ou reintroduzir alguém na comunidade do Povo de Deus. Para interpretar as palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos a novas necessidades, e para acolher ou não novos membros na comunidade dos discípulos do Reino. Pedro é o protótipo do discípulo; É a essa comunidade, representada por Pedro, que Jesus confia as chaves do Reino e o poder de acolher ou excluir.

ATUALIZAÇÃO • Quem é Jesus? Muitos dos nossos conterrâneos vêem em Jesus um homem bom, um admirável “mestre”, mas que não conseguiu impor os seus valores. Estas visões apresentam Jesus como “um homem” excepcional, que marcou a história e deixou uma recordação.
• Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Defini-lo dessa forma significa reconhecer em Jesus o Deus que o Pai enviou ao mundo com uma proposta de salvação e de vida plena. A diferença entre o “homem bom” e o “Messias, Filho de Deus”, é a diferença entre alguém a quem admiramos e que é igual a nós, e alguém que nos transforma, e nos encaminha para a vida eterna.
• O que é a Igreja? é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”.
• A Igreja de Jesus não é para ficar só a olhar para o céu, numa contemplação do “Messias, Filho de Deus”; mas para testemunhar a proposta de salvação que Cristo veio oferecer.

SEGUNDA LEITURA (Rm 11,33-36) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Ó profundidade da riqueza, sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos! De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem se antecipou em dar-lhe alguma coisa, de maneira a ter direito a uma retribuição? Na verdade, tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre. Amém!

AMBIENTE - Deus que prometeu a salvação a Israel,  não pode ser infiel às suas promessas. Hoje é a conclusão da reflexão de Paulo. Trata-se de um belíssimo hino de louvor e de adoração que exalta o desígnio salvador de Deus

MENSAGEM – Paulo contempla a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus. Os desígnios de Deus são misteriosos e ultrapassam a capacidade de compreensão do homem. Ao homem resta reconhecer a sua própria pequenez, e incapacidade de compreender Deus. Ao homem resta confiar em Deus, acolher sua Palavra e seguir os seus caminhos… O crente é aquele que se entrega nas suas mãos num hino de louvor: “glória a Deus para sempre. Amem”.

ATUALIZAÇÃO • Convida-nos a reconhecer a nossa incapacidade de entender os projetos de Deus e convida-nos que a admiração se transforme num cântico de adoração e de louvor.

Pe. Joaquim, Pe Barbosa, Pe. Carvalho
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Pe. Antônio Geraldo: Cristo e a Igreja

A Liturgia nos propõe hoje dois temas fundamentais da fé cristã: CRISTO e a IGREJA.

Na 1ª Leitura, Isaías mostra como uma pessoa se tornava ministro da casa real através da entrega das chaves do palácio real.  Eleaquim é aqui figura de Pedro a quem Jesus confiará o governo supremo do Povo de Deus.  (Is 22,19-23)

Essa imagem nos ajuda a entender melhor o Evangelho de hoje.

A 2ª Leitura é um convite a contemplar a Riqueza, a Sabedoria e a Ciência de Deus, que realiza o seu projeto de Salvação do homem. (Rm 11,33-36)

No Evangelho, vemos Jesus entregando a Pedro as chaves. (Mt 16,13-20)

Da adesão dos discípulos a Jesus, como "o Messias, Filho de Deus", nasce a IGREJA: a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada ao redor de Pedro.

O texto tem duas partes:
- A primeira, de caráter cristológico: Quem é Jesus Cristo?
- A segunda, de caráter eclesiológico: Que é a Igreja?

1. Jesus interroga os discípulos:
    O que as pessoas dizem dele e o que os discípulos pensam?
- Para os "homens" Jesus é um homem extraordinário, bom e justo, como tantos outros homens antes dele.
- Para Pedro e os discípulos, Jesus é muito mais:   "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" .

2. Jesus responde à confissão de fé

   A fé da comunidade dos discípulos, apresentada pela voz de Pedro, é o fundamento sobre o qual Jesus vai assentar a Igreja.

IGREJA: É a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como "o Messias, o Filho de Deus".
Ela existe para testemunhar Cristo e para levar a todos os homens a proposta de salvação que ele veio oferecer.
Para isso, é confiado a Pedro e à Comunidade o "Poder das Chaves".
Uma missão particular para manter a unidade da fé em Cristo.
Lembra a nomeação do "Administrador do Palácio", de que fala a primeira leitura.

+ QUEM É CRISTO Hoje?

Apesar do secularismo cada vez mais difundido e de um abandono da prática e das tradições cristãs cada vez mais generalizado: é interessante notar como a pergunta continua atual:

- Para os JOVENS, Jesus representa a novidade, a contestação de uma sociedade e de um sistema envelhecido, árido, privado de fantasia e criatividade...
- Para as MASSAS OPRIMIDAS, Jesus aparece como o Libertador,   o símbolo de uma esperança, que não está somente num futuro misterioso...

- Para os AGENTES de Obras sociais, Jesus é um revolucionário, que luta  contra a injustiça, a opressão, a exploração do homem pelo homem...

- Até as pinturas apresentam hoje Jesus Cristo em vestes extravagantes e coloridas de um Hippie, ou de um barbudo guerrilheiro "procurado".

E NÓS também fazemos questão de ter uma IMAGEM de Cristo: de pedra, madeira, ferro, ouro, às vezes como peça preciosa de arte...

Seu NOME é cantado em festas, em momentos de alegria e até de boemia, e é recordado nos momentos de apuros, como último recurso...

Tudo isso revela uma realidade positiva: O nosso mundo não pode prescindir de Cristo.
Nossa História está tão marcada por ele, que não se pode ignorá-lo.

+ Quem é Jesus Cristo para mim?
Para responder, não basta procurar na memória alguma fórmula que aprendemos no catecismo, ou ouvimos de outros ou lemos nos livros.
É preciso procurar no coração, em nossa fé vivida e testemunhada.
Assim descobriremos o que Jesus representa, de fato, em nossa vida.

Cristo não é um personagem histórico morto do PASSADO.
Ele ressuscitou e está vivo.
- Ele vive ainda hoje no menor dos irmãos: vive no mendigo, no migrante, no bêbado, no revoltado, no pecador, no ladrão...
- Ele vive dentro de nosso coração. Ele vive em seus familiares, em seus irmãos. 
  Ele vive no coração de todos.
- Ele nos fala ainda HOJE no seu Evangelho: que devemos conhecer com fidelidade, que devemos viver com autenticidade, que devemos anunciar com renovado ardor missionário...

+ Lugares de encontro com Jesus Cristo (Doc. Aparecida 6.1.2) :

Na fé recebida e vivida na Igreja;
 na Sagrada Escritura;
na Sagrada Liturgia (especialmente na celebração dominical);
no Sacramento da Reconciliação;
na Oração pessoal e comunitária;
na Comunidade viva na fé e
no amor fraterno; nos pobres, aflitos e enfermos...

Descubra a felicidade de servir, de amar, de perdoar, e Cristo se encarnará em cada um de seus gestos, e se encarnará em cada rosto de pessoa humana que você encontrará ao longo de seu caminho.

+ Dia dos Ministérios Leigos:
Nesse domingo, a Igreja recorda e louva a vocação de tantos homens e mulheres que se dedicam incansavelmente na construção do Reino de Deus. A eles a nossa gratidão.

                                     

                                 Pe. Antônio Geraldo

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Homilia de D. Henrique Soares:

A Palavra que hoje escutamos coloca-nos diante da questão fundamental de nossa fé: quem é Jesus de Nazaré? Sejamos espertos; estejamos atentos a um detalhe importantíssimo: Jesus distingue a pergunta sobre a opinião do mundo daquela outra, sobre a fé dos discípulos. “Quem diz o povo que eu sou?” E as opiniões são humanas e, portanto, incompletas, parciais, superficiais: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. Ainda hoje é assim: o mundo não poderá jamais compreender Jesus em sua profundidade e verdade última. Uns acham-no um sábio; outros, um iluminado, ou um filósofo, ou um humanista, ou um revolucionário romântico, do tipo Che Guevara; outros acham-no, sinceramente um alienado ou um falso profeta… Em geral, o mundo atual, vê-lo quase como um mito, bonzinho, romântico, mas sem muita serventia prática…
Mas, Jesus, pergunta aos discípulos, pergunta a nós: “E vós, quem dizeis que eu sou?” A resposta de Pedro é perfeita, é completa: “Tu és o Cristo, o Ungido, o Messias de Deus”. Esta resposta não veio da lógica humana, da inteligência ou da esperteza de Pedro. Em Mateus, Jesus afirma-o claramente: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o meu Pai que está no céu” (Mt 16,17). A afirmação do Senhor é clara, direta e gravíssima: carne e sangue, isto é, a só inteligência humana, não pode alcançar quem é Jesus! Somente na revelação do Pai, isto é, somente na experiência da fé da Igreja, nós podemos ter acesso ao mistério de Cristo, à sua realidade profunda. Portanto, não nos deve surpreender se o mundo tem dificuldade de crer realmente, de aceitar seriamente o Cristo e as exigências do seu Evangelho! Não devemos nos importar muito com o que as revistas e as ciências (história, sociologia, antropologia…) dizem a respeito de Jesus. Elas não conseguem penetrar no núcleo do seu mistério; ficam sempre no limiar, na soleira. Então, é na escuta fiel e devota da Palavra, na oração pessoal, na vida da comunidade eclesial, no empenho sincero e sacrificado de viver o Evangelho com suas exigências e, sobretudo, na celebração dos santos mistérios que podemos fazer uma experiência autêntica de quem é Jesus. Não cremos simplesmente no Jesus que a ciência ou a história podem apreender; cremos no Cristo crido, adorado, experimentado e anunciado pela Igreja, a partir do testemunho dos apóstolos!
Mas, tem mais! O núcleo do mistério de Cristo é o mistério de sua cruz. Observe-se bem: assim que Pedro afirma que Jesus é o Messias, ele precisa, esclarece que tipo de Messias ele é: “O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado… deve ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”. Somente na cruz o discípulo pode reconhecer em profundidade o seu Senhor. Mas, a cruz não é um teoria; é uma realidade em nossa vida e na vida do mundo: a cruz da solidão, do fracasso, da doença, das lágrimas, da pobreza, da morte… Somente quando abraçamos na nossa cruz a cruz de Cristo, podemos, então, compreendê-lo: “Se alguém me quer seguir, quer ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me!” Fora da cruz, fora do seguimento de Cristo até o fim, não há verdadeiro conhecimento do Senhor, não há a mínima possibilidade de uma verdadeira comunhão com ele. São Paulo nos emociona, quando afirmou: “O que era para mim lucro eu o tive como perda, por amor de Cristo. Mais ainda: tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por ele, eu perdi tudo e tudo tenho como esterco, para ganhar a Cristo e ser achado nele.. para conhecê-lo, conhecer o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição” (Fl 3,7-11). É preciso que rejeitemos claramente um cristianismo bonzinho, almofadinha, burguês, bem comportadinho, que agrade ao mundo! O cristianismo é radical, é escandaloso, na sua essência, é incompreensível ao mundo “A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem!” (1Cor 1,18) – Será que não andamos meio esquecidos disso? E, no entanto, “para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus” (1Cor 1,19). Na fé, contemplamos a cruz do Senhor, tão dura para ele e para nós, e vemos nela a fonte de purificação e de vida de que fala a primeira leitura da missa de hoje. Do coração amoroso e ferido do Cristo, brota a vida do mundo e o sentido último da nossa existência. As palavras são impressionantes: “Derramarei um Espírito de graça e de oração… Eles olharão para mim. Quanto ao que traspassaram, haverão de chorá-lo, como se chora a perda de um filho único, e hão de sentir por ele o que se sente pela morte de um primogênito. Naquele dia, haverá uma fonte acessível para a ablução e a purificação”.
Eis o escândalo: não cremos na tocha olímpica, não cremos que a globalização trará a salvação, não cremos que a ciência salve o ser humano dos demônios e monstros do seu coração, não cremos que a tecnologia nos faça mais felizes, não cremos que o esporte traga a paz universal, não esperamos que o prazer e o poder nos saciem o coração! Não somos idólatras para a perdição! Cremos que Jesus é o Cristo; cremos que pela sua encarnação, cruz e ressurreição ele nos deu uma vida nova, uma torrente de vida na potência do seu Espírito Santo. Cremos que Jesus é a nossa verdade, o nosso caminho e o sentido último da realidade. Por isso nele fomos batizados, dele nos alimentamos e nele queremos viver.
Quando levarmos isso a sério, seremos cristãos e iluminaremos o mundo. Que o Senhor no-lo conceda por sua misericórdia. Amém.
 D. Henrique Soares da Costa
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Homilia do monsenhor José Maria – A resposta de Pedro

O Evangelho (Mt 16, 13-20) nos apresenta Jesus com os seus discípulos em Cesareia de Filipe. Enquanto caminham, Jesus pergunta aos Apóstolos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” E depois que eles apresentaram as várias opiniões que as pessoas tinham, Jesus pergunta-lhes diretamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”.
Disse o Papa João Paulo II, em 1980: “Todos nós conhecemos esse momento em que já não basta falar de Jesus repetindo o que os outros disseram, em que já não basta referir uma opinião, mas é preciso dar testemunho, sentir-se comprometido pelo testemunho dado e depois ir até aos extremos das exigências desse compromisso. Os melhores amigos, seguidores, apóstolos de Cristo, foram sempre aqueles que perceberam um dia dentro de si a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as outras se tornam secundárias e derivadas: “Para você, quem sou Eu?” Todo o futuro de uma vida “depende da nossa resposta nítida e sincera, sem retórica nem subterfúgios, que se possa dar a essa pergunta”.
Essa pergunta encontra particular ressonância no coração de Pedro, que, movido por uma graça especial, respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus chama-o bem-aventurado (Feliz és tu, Simão…) por essa resposta cheia de verdade, na qual confessou abertamente a divindade daquele em cuja companhia andava há vários meses. Esse foi o momento escolhido por Cristo para comunicar ao seu Apóstolo que sobre ele recairia o Primado de toda a sua Igreja: “Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la…”.
Pedro confessou sua fé no Cristo, Filho de Deus vivo, graças à escuta de sua palavra e à cotidiana convivência. O Discípulo reconheceu o Messias porque a revelação do Pai encontrou nele abertura e acolhida. Quer dizer, descobre a verdade dos desígnios de Deus quem se deixa iluminar pela luz da fé. Com razão, reconhece o Documento de Aparecida: “A fé em Jesus como o Filho do Pai é a porta de entrada para a Vida.” Como discípulos de Jesus, confessamos nossa fé com as palavras de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (DAp, 100). A fé é um dom de Deus, é uma adesão pessoal a Ele. Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo.
Para dar uma resposta convincente de fé, os cristãos precisam conhecer a fundo Jesus Cristo, saber sempre mais sobre sua pessoa e obra, pela leitura e meditação dos Evangelhos e pelos encontros com Ele por meio da ação litúrgica, em particular, dos sacramentos.
“Tu és Pedro…”. Pedro será a rocha, o alicerce firme sobre o qual Cristo construirá a sua Igreja, de tal maneira que nenhum poder poderá derrubá-la. E foi o próprio Senhor que quis que ele se sentisse apoiado e protegido pela veneração, amor e oração de todos os cristãos. Se desejamos estar muito unidos a Cristo, devemos estar sim, em primeiro lugar, a quem faz as suas vezes aqui na terra. Ensinava São Josemaria Escrivá: “Que a consideração diária do duro fardo que pesa sobre o Papa e sobre os bispos, te leve a venerá-los, a estimá-los com a tua oração” (Forja, 136).
O nosso amor pelo Papa não é apenas um afeto humano, baseado na sua santidade, simpatia, etc. Quando vamos ver o Papa, escutar a sua palavra, fazemo-lo para ver e ouvir o Vigário de Cristo, o “doce Cristo na terra”, na expressão de Santa Catarina de Sena, seja ele quem for. O Romano Pontífice é o sucessor de Pedro; unidos a ele, estamos unidos a Cristo.
Jesus continua perguntando-nos: “quem dizeis que eu sou?” para responder, não basta procurar na memória alguma fórmula que aprendemos no catecismo, ou ouvimos de outros ou lemos nos livros. É preciso procurar no coração, em nossa fé vivida e testemunhada. Assim descobriremos o que Jesus representa, de fato, em nossa vida.
 Mons. José Maria Pereira
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Homilia do Pe. Françoá Costa – Os cristãos leigos

“Tu és o Cristo” (Mt 16,16), eis a profissão de fé de Pedro. “Tu és Pedro” (Mt 16,18), eis a demonstração de que Deus confia nos homens. Na clausura do Ano Sacerdotal, o então Papa Bento XVI falava da audácia de Deus, que consiste em confiar nos homens a tal ponto de fazer deles instrumentos e canais da graça. Realmente, Deus confia em nós! Não nos necessita, mas quis necessitar de nós. Todos juntos, bem unidos ao Papa, ganharemos o mundo para Cristo: essa é a santa audácia dos cristãos e, de maneira especial, dos fiéis leigos.
Leigo, na Igreja, não significa “ignorante”. Leigo é o cristão que se santifica em e a partir das realidades terrenas, seculares, civis; faz parte do Povo de Deus e leva a luz de Cristo a todos os ambientes. Na Exortação Apostólica “Christifideles Laici” (nº 17), sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, S. João Paulo II parecia contemplar “um cenário maravilhoso que se abre aos olhos iluminados pela fé: o de inúmeros fiéis leigos, homens e mulheres, que, precisamente na vida e nas ocupações do dia a dia, muitas vezes inobservados ou até incompreendidos e ignorados pelos grandes da terra, mas vistos com amor pelo Pai, são obreiros incansáveis que trabalham na vinha do Senhor, artífices humildes e grandes — certamente pelo poder da graça de Deus — do crescimento do Reino de Deus na história”.
Diferente do fiel cristão que foi chamado à vida consagrada (um religioso, por exemplo), o fiel leigo não realiza as diversas atividades como “sinal” ou como “testemunho” do “mundo futuro” que há de vir. Vejamos: o fiel consagrado que se dedica à docência, fá-lo dando testemunho do “mundo futuro”, a sua atividade docente se realiza como sinal das realidades transcendentes que hão de vir. Isto é assim porque o fiel dito “consagrado” recebeu uma posição carismática dentro da vida da Igreja que modalizou os seus vínculos batismais e retocou a sua secularidade; a sua atividade como professor, por exemplo, é testemunho e sinal da santidade da Igreja e da vida escatológica. Ao contrário, um fiel leigo que é professor, realiza essa atividade profissional com um interesse neste mundo, para santificar esta profissão e, consequentemente, este mundo. Hoje é o dia de reconhecermos com gratidão a vocação dos cristãos leigos, da grande maioria do Povo de Deus: obrigado! Vocês levam a luz de Deus aos ambientes profissionais, familiares e de amizade, e vivem a santidade como heroicidade no ordinário, no cotidiano.
Os fiéis leigos devem evangelizar em comunhão com a Igreja, mas a sua atividade evangelizadora não necessita um mandato especial por parte da hierarquia (bispos, padres, diáconos), não necessitam “envio”. Não! Os leigos já foram delegados pelo próprio Senhor no momento do batismo, o sacramento que os fez fieis e missionários do Reino. O apostolado próprio dos leigos é “buscar o reino de Deus, ocupando-se das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus” (LG, 31), isto é, viver cristãmente realidades como família, trabalho, amizades, diversões. O Concílio Vaticano II afirmou que “o dever e o direito do apostolado dos leigos deriva da união destes com Cristo cabeça. Com efeito, inseridos no corpo místico de Cristo pelo batismo e robustecidos pela virtude do Espírito Santo na confirmação, os leigos são deputados pelo próprio Senhor para o apostolado” (AA, 3). Outra coisa é quando exercem algum trabalho na paróquia em colaboração com o ministério ordenado dos bispos e padres, nesse caso eles são delegados pela hierarquia, tal é o caso dos ministros extraordinários da comunhão eucarística ou dos catequistas. Contudo, também esses ministros e os catequistas devem ter consciência que o seu primeiro apostolado é a animação cristã das realidades temporais. Seria uma contradição se um vereador se dedicasse intensamente no mistério extraordinário da comunhão eucarística e descuidasse a animação cristã da política. Esse leigo, que é vereador, deve fazer da política um espaço no qual Cristo reine e, por conseguinte, as pessoas sejam valorizadas e o bem comum respeitado. Nesse trabalho, podem contar com o alimento espiritual que a Igreja sempre lhes oferecerá através da Palavra e da Eucaristia.
Sem dúvida, é um capítulo enorme o dos cristãos leigos e leigas: é preciso ter coragem de enfrentá-lo! A Igreja no Brasil ainda está começando a abrir as páginas desse denso capítulo: durante as últimas décadas se falou muito do “leigo engajado” na Igreja, mas se esqueceu que o “engajamento” na Igreja do leigo é no mundo, em e através das realidades profissionais, familiares; caso sobre tempo e eles forem generosos, também poderão colaborar com os padres nas paróquias. Isto é, o trabalho que realizam nas nossas paróquias deve ser fruto da generosidade e não da abstenção de realizar aquilo que é próprio à sua vocação específica! Deus abençoe tudo o que fazem e lhes façam conscientes para que realizem o que lhes é próprio, sem deixarem de serem generosos para com a comunidade paroquial.
Pe. Françoá Costa


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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos ou ministros extraordinários da Palavra):


LOUVOR:  (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALRAR)
- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI!
- O Senhor esteja convosco... IRMÃOS E IRMÃS, DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS...
T: Pai, fortalecei nossa fé e dai-nos coragem para anunciá-la.
- Pai de bondade, nós Vos louvamos porque enviastes profetas. Iluminados pelo Vosso Espírito, eles perceberam os sinais dos tempos e denunciaram o mal com coragem.
Nós Vos pedimos: tornai-nos profetas destemidos para anunciar o vosso Reino e denunciar as injustiças.
T: Pai, fortalecei nossa fé e dai-nos coragem para anunciá-la.
- Pai de bondade, Vós sois infinito no amor e na misericórdia. Com o apóstolo Paulo proclamamos a riqueza da Vossa sabedoria e da Vossa ciência. A Vós, glória e louvor! Dái-nos a Luz da sabedoria para que saibamos viver e anunciar o vosso amor. Nós Vos pedimos pelos pregadores, catequistas, missionários e pelos pais mensageiros da Vossa Palavra. Que o Vosso Espírito nos dê sabedoria para viver e ensinar.
T: Pai, fortalecei nossa fé e dai-nos coragem para anunciá-la.
- Pai de bondade, como Simão Pedro também proclamamos que Jesus é o Messias, o vosso Filho e nosso irmão. Nós Vos bendizemos, Pai! Nós Vos pedimos pela Igreja, pelo Papa Francisco, pelo nosso Bispo ...(Magella) pelos nossos padres e diáconos, para que anunciem mais fortemente o vosso Reino.
T: Pai, fortalecei nossa fé e dai-nos coragem para anunciá-la.
- Pai  Nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...





quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Assunção de Maria, 20º Domingo, Homilias, subsídios homiléticos

20º Domingo, ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA.  ANO A 2017

Vocações para a vida consagrada

             SINOPSE:
Tema:  “Bem-aventurada aquela que acreditou.” Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo, glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze estrelas…
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.
Segunda leitura: Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.
Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia do Espírito Santo, Maria, encontra as palavras de fé e de esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!

PRIMEIRA LEITURA (Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab) Abriu-se o Templo de Deus e apareceu a arca da Aliança. Então, apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Então, apareceu outro sinal no céu: um Dragão tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

COMENTÁRIO -  O Apocalipse foi composto nas perseguições. É uma linguagem codificada, em que os animais designam os perseguidores. A Mulher representa a Igreja, novo Israel, as doze estrelas todos os povos. O Dragão é o perseguidor, para destruir este recém-nascido. Mas Deus protege o seu Filho. Na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus.

Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. Essa "Mulher" representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos. Mas se aplica também a Maria, de quem nasceu o Messias.

SALMO RESPONSORIAL / SI 44(45)
À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir.
• As filhas de reis vêm ao vosso encontro, / e à vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir.
 • Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei vosso povo e a casa paterna! / Que o Rei se encante com vossa beleza! / Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
• Entre cantos de festa e com grande alegria, / ingressam, então, no palácio real”.

SEGUNDA LEITURA (1Coríntios 15,20-27a): Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. O último inimigo a ser destruído é a morte. Com efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés.” 

BREVE COMENTÁRIO -  A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
O primeiro é Jesus, que é o princípio da nova humanidade. Eis porque um novo Adão, mas que se distingue do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte e o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida. Na Assunção de Maria, reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no movimento da ressurreição.

 EVANGELHO (Lucas 1,39-56 Maria partiu apressadamente. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. 

COMENTÁRIO - Pela Visitação na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele pela ressurreição. Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: “dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem nas palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus cumpre neles maravilhas.

O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor: elevou os humildes.
 “A Imaculada Mãe de Deus, assumida em corpo e alma na glória celeste.” Maria é consolo e esperança para o povo ainda em caminho”. O último inimigo a ser destruído é a morte”.
Maria é exemplo E Garante-nos a sua ajuda e recorda-nos que o essencial consiste em buscar às "coisas do alto, e não às coisas da terra" (cf. Cl 3, 2).
O Papa João Paulo II dizia: "Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que 'escutam a Palavra de Deus e a cumprem'. Nos estimula a elevar nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai". Graças à vitória pascal de Cristo sobre a morte, a Virgem de Nazaré compartilhou os seus efeitos salvíficos. Correspondeu com o seu «Sim» à vontade divina, participou na missão de Cristo e foi a primeira, depois d'Ele, a entrar na glória, em corpo e alma. ... Nossa Senhora, elevada à glória de Deus, é sinal seguro de esperança para a Igreja e para a humanidade inteira. A glória da Mãe é motivo de alegria para todos os seus filhos... Elevada ao céu, Maria indica a estrada do Céu. Mostra-a a todos de boa vontade”.
Bento XVI diz: “quando contemplamos o rosto de Maria, podemos ver a beleza de Deus, a sua bondade e a sua misericórdia. Podemos sentir a luz divina neste rosto. "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nós podemos louvar Maria, venerar Maria, porque é "bem-aventurada", é bendita para sempre. É bem-aventurada porque está unida a Deus, vive com Deus e em Deus”.
O Concílio Vaticano II: A Mãe de Jesus, tal como está nos céus já glorificada de corpo e alma, é a imagem da Igreja como deverá ser no tempo futuro.  Assim brilha aqui na terra como sinal da esperança para o povo peregrino, até que chegue o dia do Senhor. Portanto, o triunfo de Cristo sobre a morte é mais uma vez celebrado como conteúdo eclesial da fé e da promessa.
Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é exata, porque a oração dirige-se a Deus: só Deus atende a oração.

Rezar por Maria. - Maria é a Serva do Senhor. Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!”. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei o que Ele vos disser!”
Rezar com Maria. - é ajoelhar-se ao seu em oração. Ela acompanha-nos e guia-nos para junto de Deus.
Rezar como Maria. - Aprendemos junto de Maria a oração. Ela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus. Nós meditamos o Evangelho e avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se ação de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”

* Maria Nova Eva: O Novo Adão, Jesus, faz de Maria a nova Eva,  sinal de Esperança para todos os homens.

 * Levar o Senhor dentro de si não é um privilégio reservado a Maria. Cada um de nós é chamado a ser, como Maria, uma "Arca da Aliança",  com a tarefa de levar o Senhor aos homens.


+ Maria é bem-aventurada não porque viu, mas porque ACREDITOU na Palavra do Senhor.


Nesta festa, Maria nos ensina um tríplice segredo:- O segredo da : "Eis aqui a serva do Senhor".
- O segredo da ESPERANÇA: "Nada é impossível para Deus".
- O segredo da CARIDADE: "Maria pôs-se a caminho..."

  
Esta é a maior da festa de Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na glória, da sua plenitude como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo. Ela está na glória do Pai!
Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. Ela já está revestida da glória do Cristo, Sol de justiça – e esta glória é o próprio Espírito Santo que o Cristo Senhor nos dá. Ela já está coroada com doze estrelas, porque é a Filha de Sião, filha do antigo Israel e Mãe do novo Israel, que é a Igreja. Aquela que esteve unida ao Filho na cruz, agora está unida a ele na glória. A Virgem não permaneceu na morte, já experimenta agora e plenitude.
Em Maria aparece a vitória sobre a morte, que Jesus nos conquistou: em Maria, Cristo venceu a morte de Maria! A festa é de cada um de nós, pois já vemos em Maria aquilo que, pela graça de Cristo, o Pai preparou para todos nós.
Maria canta: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor!" A ele a glória pelos séculos dos séculos. Nosso destino é a glória no coração de Deus: Foi isso que Deus nos preparou – bendito seja ele para sempre! Amém.

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                    Quem é essa Mulher?

Celebramos hoje a festa da ASSUNÇÃO de Nossa Senhora.
É uma verdade de fé definida pela Igreja em 1950 (Pio XII).
Mas esse fato já era aceito pelos primeiros cristãos.

Em Jerusalém, há duas igrejas de Nossa Senhora:
- da "Dormição", onde Maria teria morrido…
Na cripta, aparece sobre uma mesa a "Virgem adormecida".
- do "Túmulo" de Maria, no Getsêmani, onde Maria teria sido enterrada.
Ao lado do túmulo uma pintura da Assunção de Nossa Senhora…

Essa festa nos convida a erguer o olhar para o céu, onde Nossa Senhora é glorificada em corpo e alma, junto a Jesus ressuscitado, e onde também nós somos esperados.

A Igreja quer celebrar com essa festa o cumprimento do Mistério Pascal.
Sendo Maria a "cheia de graça", sem sombra de pecado,  o Pai a quis associar à ressurreição de Jesus.

As leituras bíblicas da missa se relacionam com a festa:

A 1a leitura fala de um grande SINAL:
Uma MULHER vestida como o sol, tendo nos braços um filho, que um dragão quer devorar... (Ap 11,19-12,1-6.10)

A "mulher" é a Igreja, o "dragão" significa o mal e o "menino" é Cristo. Todas as passagens das Escrituras referentes ao povo fiel a Deus podem ser aplicadas à nossa Mãe, Maria Santíssima.
Eis porque essa é apresentada à nossa reflexão nesta solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Na 2a leitura, Paulo afirma que um dia todos serão glorificados. (1 Cor 15,20-27)

Antes, Cristo ressuscitado como primícias dos que morreram... 
depois os que foram de Cristo... E entre os que foram de Cristo cabe em primeiro lugar, sem dúvida alguma, Nossa Senhora.
* A Assunção é prenúncio da ressurreição final.

O Evangelho apresenta essa MULHER agraciada por Deus, que vai visitar e servir sua prima Isabel para servir. (Lc 1,39-56)

- Isabel exulta de alegria pela presença da Mãe do Senhor e aclama: "Bem aventurada és tu porque acreditaste!"
Maria é bem aventurada porque confiou na Palavra de Deus.
A fé verdadeira não necessita de demonstrações, mas se concretiza pela adesão incondicional a ela.

- Maria proclama um Hino de louvor ao Senhor pelas maravilhas que Ele realizou nela e em favor dos pobres.

Ela proclama que Deus realizou uma tríplice transformação, para restaurar a humanidade na salvação, obra de Cristo.

- no campo religioso: Deus derruba as autossuficiências humanas, confunde os planos daqueles que nutrem pensamentos de soberba, se inclinam para Deus e oprimem os homens.

- no campo político: Deus derruba os injustificáveis desníveis humanos, "abate os poderosos de seus tronos e eleva os humildes".
Não quer aqueles que executam os povos, mas aqueles que estão a serviço dos povos para promover o bem das pessoas e da sociedade, sem discriminações raciais, culturais ou políticas.

- no campo social: Deus confunde a classe baseada no dinheiro e na riqueza.
"Cumulou de bens aos famintos e despediu os ricos de mãos vazias"…
para instaurar uma verdadeira fraternidade na sociedade, porque todos são filhos de Deus.

* O Magnificat é um canto composto depois da ressurreição de Cristo, inspirado no canto da mãe de Samuel. Lucas o pôs nos lábios de Maria (1 Sm 2,1-11)

+ A festa da  Assunção é um sinal de ESPERANÇA para todos nós que estamos a caminho da glória.
Maria recebeu, por antecipação, o que Deus reservou a todos os que viverem a exemplo de Maria, com humildade, atentos às necessidades dos irmãos.

Por isso, a Assunção não é apenas uma verdade para se crer, mas sobretudo um mistério para penetrar.
É a meta final da minha humanidade, o desfecho inevitável da minha andança, da minha luta e do meu sofrer. É uma luminosa garantia de que também nós seremos o que ela já o é.

+ Maria é Mãe de Jesus e ... nossa:
A festa da Assunção de Maria nos mostra hoje a mãe que temos no céu, mas também o caminho que devemos seguir para chegar onde ela já está.
Nunca sozinhos, mas na comunidade dos discípulos e irmãos de Jesus, alimentados pela Eucaristia, e por ela conduzidos...

+ Maria Modelo de Pessoa consagrada a Deus;
Dentro do mês vocacional, hoje estamos lembrando a vocação religiosa...
O Religioso e a Religiosa veem em Maria um modelo a ser seguido:

Maria: uma mulher consagrada a Deus, um sinal de esperança para o homem...
Como Maria, os religiosos também fazem uma consagração especial
a Deus e aos irmãos e devem ser um SINAL de DEUS no meio do Povo...

Rezemos pelas vocações religiosas, para que as pessoas consagradas
continuem sendo ainda hoje no meio do povo: UM SINAL DE DEUS...

                                           Pe. Antônio Geraldo

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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, celebrar a assunção de Nossa Senhora é celebrar antecipadamente a ressurreição de cada um de nós. É evidente, que cada Evangelho, cada liturgia, pode nos ajudar a celebrar os nossos mortos, mas hoje, de modo muito especial, a liturgia é totalmente voltada para esta grandeza. Qual grandeza? Cristo ressuscitou e esta é a nossa certeza. Ele venceu a morte. Não teria celebração mais adequada para lembrar de nossos falecidos.  Gostaria de começar lembrando do Adão. Adão é uma figura simbólica na bíblia. Adão significa todo ser humano. O texto de Gênesis, capítulo 3, vai nos dizer que quando Adão ouviu os passos de Deus, se escondeu. Daí, Deus pergunta: por que você se escondeu? Adão disse: eu ouvi os teus passos e tive medo. Por que você está com medo? Porque estou nu. Aí é que vem. Então, Deus disse: você cometeu pecado original. A morte passa a fazer parte da realidade do ser humano a partir de Adão. Este é o preço de nascermos. Quem nasce, pode ter certeza de uma coisa; morre. Por que Deus permite que o ser humano morra? Por misericórdia pelo ser humano. Porque teríamos muito medo de nos apresentarmos diante de Deus como somos. Alguns mais, outros menos, mas todos somos pecadores. Nós nos sentiríamos bastante humilhados trajando esta veste, que é o nosso corpo. Trajando uma veste com o sinal do pecado. Nós estaríamos publicando a nossa fraqueza aos outros. Então, no momento que nós morremos, São Paulo vai dizer nesta segunda leitura, capítulo 15:  nós sepultamos um corpo corruptível, um corpo que se corrompe, porque traz todas as fraquezas do ser humano e nasce um corpo incorruptível. Um corpo que não acaba. Um corpo para vivermos eternamente ao lado de Deus. E, nessa mudança de corpo, fica para trás toda marca de pecado do corpo corruptível, para todos, igualmente,  louvar a Deus na mesma condição. Então, de fato, na ressurreição não há um melhor e outro pior; todos, todos de verdade, encontram-se em condições para louvar a Deus, sem medo, sem vergonha, sem nada que possa humilhar. Esta é a misericórdia de Deus para conosco.
No caso de Nossa Senhora, por que nós falamos que ela foi de corpo e tudo para o céu? Porque nós cremos que ela nunca pecou. Então, não há necessidade de trocar de corpo. Não há necessidade de trocar as vestes que ela traja. Ela já está pronta, desde o SIM, para gerar a Deus, ela está pronta para este encontro com Deus. Então, a morte não é um castigo da parte de Deus, mas um recurso utilizado para resgatar todo ser humano. Agora, é evidente, que nós sozinhos não nos salvamos, e sozinhos dificilmente vamos manter a aliança que Deus estabeleceu com o ser humano. A aliança é esta; “que ninguém se perca. Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Esta é a grande aliança. Agora, como fazer para nos manter nesta aliança? Aí é que vem a primeira leitura. A primeira leitura deixa claro que você tem duas realidades; você tem a realidade do bem e a realidade do mal. Como enfrentar estas realidades? Sozinhos não conseguimos. Mesmo porque, muitas vezes, somos iludidos por aquilo que nos é apresentado. O fato é este; nós temos um grande recurso nesta vida para nos manter nesta caminhada para Deus, que é a IGREJA. A Igreja, aí, simbolizada pala mulher que traz a sua roupa o sol. Imagina uma Igreja iluminada. Agora, o sol brilha o que nós vemos e imagina tendo na cabeça doze estrelas; são doze sois iluminando, ela é super-iluminada, porque é iluminada pelo Espírito Santo. Mesmo nos momentos de penumbra, ela tem a lua aos pés. Nós sabemos que a noite iluminada pela lua é muito mais clara, do que a noite sem lua.  Mesmo nas noites escuras, ela está iluminada com esta lua. A IGREJA é uma grande segurança para nós, na medida que queremos caminhar em direção a Deus. Do outro lado, você tem um dragão. Eu perguntei para uma criança o que era um dragão. Ela me disse que dragão era um dinossauro que joga fogo pela boca. Gostei desta resposta. É isso mesmo. Só que o dragão, que fala o apocalipse, é cor de fogo. Ele não tem fogo. Portanto, é um falso dragão. Ele parece, mas não é. Ele é mentira, ele é ilusão que nos leva, muitas vezes, a ilusão de vida. O dragão verdadeiro tem fogo. Este cospe o que? Nada. Ele tem cor de fogo e é facilmente eliminado. Por isso, ele não vence o filho que a Igreja gera. Quem é o Filho que a Igreja gera? Jesus Cristo. Cada vez que nos reunimos para celebrar a sua memória, nós comungamos do corpo e do sangue de Cristo. “quem come a minha carne e bebe do meu sangue, eu o ressuscitarei no último dia”. Aí temos esta figura maravilhosa; para que eu consiga caminhar para Deus eu possa contar com a ajuda da Igreja. É evidente, que se quisermos uma pessoa para representar a Igreja, será Nossa Senhora. Claro, foi ela que gerou Jesus Cristo para o mundo e depois, Cristo continua sendo gerado a partir da Eucaristia. Portanto, meus irmãos e irmãs, nossa fé se baseia nisto: Cristo ressuscitou e vamos ressuscitar também. Tem algo que é para nos manter animados: aqui diz que temos que seguir uma ordem. Primeiro, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. É muito interessante, a segunda leitura diz que um dia todos vão conhecer a Deus. Então, nós não sabemos o dia em que a morte será extinta, mas sabemos que, um dia, o ser humano não vai mais morrer. Ele vai para o céu de corpo e tudo. Por que? Porque ele não vai mais ter a proposta do pecado. O pecado terá sido totalmente eliminado. Ora, então, Jesus realizou a missão pela metade? Não. Ele já venceu a morte, porque venceu o pecado. Muitos de nós é que ainda não se convenceram de que o caminho cristão é o caminho verdadeiro e acabam aqui ou ali, acreditando no dragão, na ilusão do egoísmo, na ilusão do individualismo, na ilusão de que um tem que ser melhor do que o outro, na ilusão de que não podemos viver como irmãos. O dia em que esta ilusão for eliminada, aí, poderemos celebrar junto de Deus, não mais de forma simbólica a ressurreição, aí poderemos cantar junto com os anjos e santos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

II HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e irmãs, a Ascenção de Nossa Senhora é Celebrada sempre dia 15 de agosto. No Brasil não é feriado, então, a Solenidade é transferida, se assim preferirem, para o domingo próximo, depois do dia quinze. O importante é contemplarmos este mistério, que estamos celebrando.
Primeiro, eu quero chamar a atenção para o livro do Apocalipse. É um dos livros mais simples de ser lido, entretanto é um dos livros que causa mais confusão na cabeça das pessoas, porque as pessoas acham que o Apocalipse fala do fim do mundo. Na realidade não é assim. O Apocalipse não fala do fim do mundo. Fala do fim de toda opressão, o fim de todo sofrimento, fala do final de toda perseguição. É isso que eu gostaria de mostrar, aproveitando o pessoal da catequese que está presente e fazer algumas perguntas. Vamos ver se vocês me ajudam. Se estiver errado, não tem problema. Se estiver certo, maravilha, vai ajudar a gente.
1) O que traz luz para o planeta terra? Quem sabe? O planeta terra é iluminado. O que ilumina o planeta terra? – O Sol? – sim, é o sol. Quem escreveu o apocalipse diz que ele viu uma mulher e na cabeça dela tinha uma coroa com doze estrelas.
2) O sol é uma estrela, ou não? – sim, é uma estrela. Muito bom. É considerado uma estrela de quinta grandeza. Tem estrelas maiores do que o sol. Um sol já ilumina bastante. Você já imaginou doze? Então, se esta mulher tem doze sois sobre a cabeça, ela é muito iluminada ou pouco iluminada? – bem iluminada. Esta mulher, diz São João, é a Igreja. Ela é bem iluminada. Ela tem doze sois na cabeça. Já deu para entender, que é simbólico. É para dizer que não existe ninguém mais lúcida do que a Igreja.
3) Quem é que ilumina a noite? – a lua.
4) O que é que ela tem nos pés? – a lua. Ela caminha pela noite iluminada pela lua.
Então, quando nós temos as noites escuras na nossa vida, podemos contar com a luz que Deus nos concede; a sabedoria.
Do outro lado, nós temos um dragão. Eu pergunto, todo ano, isto:
5) O que é um dragão? Alguém me explique. – é um tipo de lagartixa que bota fogo pela boca? Vamos dizer que é uma lagartixa grande... agora...,
6) Esta lagartixa grande, de que fala o apocalipse, solta fogo pela boca? O que é que está escrito aí? – é um dragão COR de fogo (parece dragão, mas não é). Ele só tem cor de fogo, mas não solta fogo. Ele tem com sete cabeças. Sete cabeças, é sinal de que é muito inteligente. Dez chifres. Não tem tanta força. Se tivesse doze seria muito forte. Ele não é um dragão verdadeiro; é uma propaganda enganosa. Ele só tem fachada. No fundo ele não vale nada: não tem fogo e não tem força.
7) Como é que ele faz para que todo mundo tenha medo do dragão? – pela aparência e pela esperteza. Ele tem sete cabeças. Ele é bastante inteligente.
8) O que ele consegue fazer contra a terra, no máximo, o que consegue fazer com sua calda? -  Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. Ele varre apenas um terço; ele é fraco. Não consegue destruir nem a metade. Ele destrói um terço, mas ainda tem dois terços.
9) Tem que ter medo deste dragão? – não. Aí, pronto! Entendemos o apocalipse. Não tem que ter medo do dragão, porque já sabemos que ele “só tem panca”, só tem aparência, mas ele não tem o poder da mulher e o poder de Deus. Tanto é, que a mulher vai se esconder no deserto, por um tempo. Deus levou para junto de si o seu filho, garantindo, assim, a vitória. Isto, meus irmãos e irmãs, parece brincadeira de criança, mas veja como o apocalipse é simples. É um livro que nos traz ânimo e coragem diante das dificuldades. As nossas dificuldades, na maioria da vezes, é parecida com este dragão. É que agente só fica olhando para ele e não analisa o conjunto. No conjunto vamos ver que é bem menor do que parece.
Também nossos problemas são verdadeiros, mas também são bem menores do que parecem. Tudo depende do quanto eu utilizo da luz que é Deus, da sabedoria, que é Deus, para poder enfrentar os problemas. O livro do Apocalipse foi escrito para ajudar as pessoas a enfrentar os problemas.
Agora, vou dar um exemplo de um problema que foi enfrentado. Tem uma fulana, chamada Ester, uma grande rainha. Por que ela foi uma grande rainha? Porque ela soube usar da beleza dela para o bem. Tem mulher que utiliza da beleza para o mal, como tem homem que utiliza da beleza para o mal. Esta Ester utilizou da beleza para o bem.
10) O que é que a Rainha Ester fez? Ela era casada com o rei, que não gostava de seu povo, de jeito nenhum. Ele decretou, que todo judeu deveria morrer. O que é que Ester fez? Ela se vestiu com a roupa mais bonita, ela já era bonita, encantou o rei. O rei lhe disse: o que me pedir, eu vou fazer. Ela disse: Eu quero que você salve o meu povo. Como o rei não quis voltar atrás, o povo de Deus foi salvo por causa de Ester. Então, em homenagem a Ester, escreveram este salmo que nós cantamos. As filhas de reis vêm ao vosso encontro, / e à vossa direita se encontra a rainha / com veste esplendente de ouro de Ofir.  Ela deixou o povo e foi viver no palácio e Deus sabia bem, que podia contar com ela. Ela foi para lá exatamente para salvar o seu povo.
Bom, Ester é uma grande mulher; salvou um povo todo.
Por que a Igreja lembra de Ester? Porque tem uma mulher que não salvou só UM povo, mas salvou a humanidade Toda. Quem é esta mulher? – Nossa Senhora. Ela é o sinal vivo da Igreja Lúcida. Ela não somente trouxe Jesus ao mundo, como salvou toda a humanidade com o seu gesto. Mas não é Jesus o salvador? Claro! Jesus é o Salvador, mas quando ela disse o seu SIM, colaborou para a salvação da humanidade e adotou todos como sendo seus filhos. Se Ester já era uma mulher admirável, Maria se torna mulher que não tem outra a seu lado. Ela soube utilizar da sua condição de mulher, para colaborar com a humanidade toda. É por isso, que ela foi assumida no céu. O que é assumida? – Deus reconheceu e confirmou tudo o que Nossa Senhora fez  no mundo. Assumida, de onde vem Assunta. Da onde vem, que ela ocupa um lugar no céu e que não há outra mulher acima dela. Não é mágica. Ela conquistou isto com a sua disponibilidade e é evidente, que ela se torna a primeira mulher a ser assumida no céu, sem precisar experimentar a morte. É a segunda leitura.
Por que sem experimentar a morte? Porque nós, querendo ser pessoa de bem, sendo gente boa sim, não fazemos maldade por querer, mas aqui ou ali agente acaba pecando. Então, agente precisa passar pela morte, para que Deus nos conceda uma outra veste, um corpo incorruptível, vai dizer primeiro coríntio 15, para poder se apresentar diante de Deus sem nos sentirmos humilhados e sem nos envergonharmos ao lado dos outros. Mas, Maria, Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa mãe, como não pecou, não precisou trocar de roupa. Não precisou. Como também Jesus que não experimentou a corrupção da carne, Ele ressuscitou ao terceiro dia. Porque são as duas pessoas: o Homem Jesus e a mulher Maria que não conheceram o pecado. Por isso, ressuscitaram primeiro. Aí São Paulo vai dizer: cada um na sua ordem.
Que bom, que estamos incluídos nesse grupo de ressurretos, os que vão ser ressuscitados. Maria já é nossa esperança; se ela conseguiu, também nós. Talvez vai demorar um pouco mais. Por tudo que Nossa Senhora conseguiu para a humanidade, o próprio Evangelho vai dizer: As gerações me chamarão bem-aventurada. Então, quem não aceita Nossa Senhora, não aceita o Evangelho. Isto está no Evangelho. Não é escrito de Católico, não. Está escrito de todo que professa a fé Cristã. Então, é por isso que dedicamos um final de semana, para celebrar esta maravilha e também para agradecer a Nossa Senhora.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO. Diocese de Santo André – SP.

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Homilia de D. Henrique Soares Lc 1,39-56
Esta é a maior das festas da Santíssima Virgem Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na glória, da sua
plenitude como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo Jesus. Como um rio, que após longa corrida deságua no mar, hoje, a Virgem Toda Santa deságua na glória de Deus: transfigurada no Espírito Santo, derramado pelo Cristo, ela está na glória do Pai!
 
Para compreendermos o profundo sentido do que celebramos, tomemos as palavras de São Paulo: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada”. – Eis a nossa fé, o centro da nossa esperança: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que adormeceram. Ele é o primeiro a ressuscitar, ele é a causa e o modelo da nossa ressurreição. Os que nele nascem pelo batismo, os que nele crêem e nele vivem, ressuscitarão com ele e como ele: logo após a morte ressuscitarão naquela dimensão imaterial que temos, núcleo da nossa personalidade, a que chamamos “alma”; e, no final dos tempos, quando todo o universo for glorificado, ressuscitaremos também no nosso corpo. Assim, em todo o nosso ser, corpo e alma, estaremos, um dia, revestidos da glória de Cristo, nosso Salvador, estaremos plenamente conformados a ele!

Ora, a Igreja crê, desde os tempos antigos, que a Virgem Maria já entrou plenamente nessa glória. Aquilo que todos nós só teremos em plenitude no final dos tempos, a Santíssima Mãe de Deus, já recebeu logo após a sua morte. Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. Ela já está totalmente revestida da glória do Cristo, Sol de justiça – e esta glória é o próprio Espírito Santo que o Cristo Senhor nos dá. Ela já pisa a lua, símbolo das mudanças e inconstâncias deste mundo que passa. Ela já está coroada com doze estrelas, porque é a Filha de Sião, filha perfeita do antigo Israel e Mãe do novo Israel, que é a Igreja. Assim, a Virgem, logo após a sua morte – doce como uma dormição -, foi elevado ao céu, à glória do seu Filho em todo o seu ser, corpo e alma. Aquela que esteve perfeitamente unida ao Filho na cruz (cf. Lc 2,34s; Jo 19,25ss), agora está perfeitamente unida a ele na glória. São Paulo não dissera, falando do Cristo morto e ressuscitado? “Fiel é esta palavra: Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos” (2Tm 2,12). Eis! A Virgem que perfeitamente esteve unida ao seu Filho no caminho da cruz, perfeitamente foi unida a ele na glória da ressurreição. Aquela que sempre foi “plenamente agraciada” (Lc 1,28), de modo a não ter a mancha do pecado, não permaneceu na morte, salário do pecado. Assim, o que nós esperamos em plenitude para o fim dos tempos, a Virgem já experimenta agora e plenitude. Como é grande a salvação que o Cristo nos obteve! Como é grande a sua força salvífica ao realizar coisas tão grandes na sua Mãe!

Mas, a Festa de hoje não é somente da Virgem Maria. Primeiramente, ela glorifica o Cristo, Autor da nossa salvação, pois em Maria aparece a vitória sobre a morte, que Jesus nos conquistou. A liturgia hoje exclama: “Preservastes, ó Deus, da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável vosso próprio Filho feito homem, Autor de toda a vida”. Este senhorio de Cristo aparece hoje radiante na sua Mãe toda santa: em Maria, Cristo venceu a morte de Maria! Em segundo lugar, a festa de hoje é também festa da Igreja, de quem Maria é Mãe e figura. A liturgia canta: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”. Sim! A Mãe Igreja contempla a Mãe Maria e fica cheia de esperança, pois um dia, estará totalmente glorificada como ela, a Mãe de Jesus, já se encontra agora. Finalmente, a festa é de cada um de nós, pois já vemos em Nossa Senhora aquilo que, pela graça de Cristo, o Pai preparou para todos nós: que sejamos totalmente glorificados na glória luminosa do Espírito do Filho morto e ressuscitado. Aquilo que a Virgem já possui plenamente, nós possuiremos também: logo após a morte, na nossa alma; no fim dos tempos, também no nosso corpo!

Estejamos atentos! A festa hodierna recorda o nosso destino, a nossa dignidade e a dignidade do nosso corpo. O mundo atual, por um lado exalta o corpo nas academias, no culto da forma física, da moda e da beleza exterior; por outro lado, entrega o corpo à sensualidade, à imoralidade, à droga, ao álcool... É comum escutarmos que o que importa é o “espírito”, que a matéria, o corpo passa... Os cristãos não aceitam isso! Nosso corpo é templo do Espírito Santo, nosso corpo ressuscitará, nosso corpo é dimensão indispensável do nosso eu. Um documento recente da Igreja sobre a relação homem-mulher, chamava-se atenção exatamente para essa questão: o corpo em si, para o mundo, parece que não significa muita coisa, que não tem uma linguagem própria, que não diz algo do que eu sou, da minha identidade – inclusive sexual. Para nós, cristãos, o corpo integra profundamente a personalidade de cada um: meu corpo será meu por toda eternidade; meu corpo é parte de minha identidade por todo o sempre! Honremos, então nosso corpo: “O corpo não é para a fornicação e, sim, para o Senhor e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós – em nosso corpo- pelo seu poder. Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo” (1Cor 6,14.20).

Então, caríssimos, olhemos para o céu, voltemos para lá o nosso coração! Celebremos! Com a Virgem Maria, hoje vencedora da morte, com a Igreja, que espera, um dia, triunfar totalmente como Maria Virgem, cantemos as palavras da Filha de Sião, da Mãe da Igreja, pensando na nossa vitória: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor!" A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
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Hoje celebramos a maior de todas as solenidades da Mãe de Deus: a sua Assunção gloriosa ao céu.
A oração inicial da Missa hodierna pediu: “Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória”. A liturgia da Igreja, sempre tão sábia e tão sóbria, resumiu aqui o essencial desta solenidade santíssima. Com efeito, Deus elevou à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria! Ela, uma simples criatura, ela, tão pequena, tão humilde, foi eleva a Deus, ao céu, à plenitude em todo o seu ser, corpo e alma! Como isso é possível? Não é a morte o destino comum e final de tudo quanto vive? Isso dizem os pagãos, isso dizem os descrentes, os sábios segundo o mundo, que se conformam com a morte... Mas, nós, nós sabemos que não é assim! Nosso destino é a vida, nosso ponto final é a glória no coração de Deus: glória no corpo, glória na alma, glória em tudo que somos! Foi isso que Deus nos preparou – bendito seja ele para sempre!
Mas, como isso é possível? A Palavra de Deus deste hoje no-lo afirma, de modo admirável. Escutai, irmãos, escutai, irmãs, consolai-vos todos vós: “Cristo ressuscitou dos mortos, primícia dos que morreram. Em Cristo todos reviverão, cada qual segundo uma ordem determinada; em primeiro lugar Cristo, como primícia!” Eis por que, eis como ressuscitaremos: Cristo ressuscitou! Jesus de Nazaré, caríssimos, é o Senhor! O nosso Jesus é Deus bendito e foi ressuscitado pela glória do Pai! O nosso Senhor Jesus venceu e no faz participantes da sua vitória, dando-nos o seu Espírito Santo! Credes nisso, meus caros? Neste mundo que só crê no que vê, que só leva a sério o que toca, que só dá valor ao que cai no âmbito dos sentidos, credes que Cristo está vivo e é Senhor, primícia, princípio de todos os que morrem unidos a ele? Pois bem, escutai: o Cristo que ressuscitou, que venceu, concedeu plenamente a sua vitória à sua Mãe, à Santíssima Virgem Maria, que esteve sempre unida a ele. Ela, totalmente imaculada, nunca afastou-se do filho: nem na longa espera do parto, nem na pobreza de Belém, nem na fuga para o Egito, nem no período de exílio, nem na angústia de procura-lo no Templo, nem nos anos obscuros de Nazaré, nem nos tempos dolorosos da pregação do Reino, nem no desastre da cruz, nem na solidão do sepulcro no Sábado Santo... nem mesmo após, nos dias da Igreja, quando discretamente, ela permanecia em oração com os irmãos do Senhor... Sempre imaculada, sempre perfeitamente unida ao Senhor. Assim, após a sua preciosa morte, ela foi elevada à glória do céu, isto é, à glória de Cristo que ressuscitou e é primícia da nossa ressurreição!
A presente solenidade é, então, primeiramente, exaltação da glória do Cristo: nele está a vida e a ressurreição; nele, a esperança de libertação definitiva! Por isso, todo aquele que crê em Jesus e é batizado no seu Espírito Santo no sacramento do Batismo, morrerá com Cristo e com Cristo ressuscitará. Imediatamente após a morte, nossa alma será glorificada e estaremos para sempre com o Senhor. Quanto ao nosso corpo, será destruído e, no final dos tempos, quando Cristo nossa vida aparecer, será também ressuscitado em glória e unido à nossa alma. Será assim com todos nós. Mas, não foi assim com a Virgem Maria! Aquela que não teve pecado também não foi tocada pela corrupção da morte! Imediatamente após a sua passagem para Deus, ela foi ressuscitada, glorificada em corpo e alma, foi elevada ao céu! Podemos, portanto, exclamar como Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres! Bendito é o fruto do teu ventre! Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu!”
Esta é, portanto, a festa de plenitude de Nossa Senhora, a sua chegada a glória, no seu destino pleno de criatura. Nela aparece claro a obra da salvação que Cristo realizou! Ela é aquela Mulher vestida do sol, que é Cristo, pisando a instabilidade deste mundo, representada pela lua inconstante, toda coroada de doze estrelas, número da Israel e da Igreja! A leitura do Apocalipse mostra-nos tudo isso; mas, termina afirmando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus e o poder do seu Cristo!” Eis: a plenitude da Virgem é realização da obra de Cristo, da vitória de Cristo nela!
Caríssimos, quanto nos diz esta solenidade! A oração inicial, citada no início desta homilia, pedia a Deus: “Dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória”. Eis aqui qual deve ser o nosso modo de viver: atentos às coisas do alto, onde está Cristo, onde contemplamos a Virgem totalmente glorificada em Cristo. Caminhar neste mundo sem no prendermos a ele. Aqui somos estrangeiros, aqui estamos de passagem, aqui somos peregrinos; lá é que permaneceremos para sempre: nossa pátria é o céu, onde está Cristo, nossa vida! O grande mal do mundo atual é entreter-se com seu consumismo, com sua tecnologia, com seu bem-estar, com seu divertimento excessivo e esquecer de viver atento às coisas do alto. Mas, pior ainda, os cristãos também muitas vezes são infectados por essa doença! Nós, que deveríamos ser as testemunhas do mundo que há de vir, quantas vezes vivemos imersos, metidos somente nas ocupações deste mundo – muitos até com o pretexto de que estão trabalhando pelos irmãos e por uma sociedade melhor. Nada disso! Os pés devem estar na terra, mas o coração deve estar sempre voltado para o alto! Não esqueçamos: nosso destino é o céu, participando da glória de Cristo, da qual a Virgem Maria já participa plenamente! Aí, sim, poderemos cantar com ela e como ela: “A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador: o poderoso fez em mim maravilhas!” Seja ele bendito agora e para sempre. Amém.
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Assunção, festa da esperança

Esperamos conseguir do Senhor o que Maria, sinal glorioso da Igreja, já conseguiu. Esperamos estar completos, corpo e alma, com o Senhor. Ao contemplar a Mãe de Deus de maneira tão gloriosa no dia de hoje, os nossos corações se enchem de luz e de esperança. Deus cuida de nós e nos conduz cada vez mais à sua vida divina.
Os Padres da Igreja, especialmente a partir de S. João Damasceno e S. Germão de Constantinopla, pregavam abertamente a existência da incorruptibilidade do corpo de Nossa Senhora. A festa da Dormição de Nossa Senhora foi celebrada primeiramente em Jerusalém. Mas para os antigos, “dormição” não significava necessariamente ausência de morte. Defensor da Assunção de Nossa Senhora na Idade Média foi o assim chamado “Pseudo-Agostinho” (século IX). Baldo de Ubaldi, no século XV, também foi um grande defensor desta verdade de fé. Finalmente, o Papa Pio XII definiu solenemente o dogma da Assunção no dia 1 de novembro de 1950 através da Constituição “Munificentissimus Deus”. Inclusive o nome desta constituição deixa claro que se trata de uma graça de Deus “munificentissimus”, isto é, generosíssimo.  Uma graça tal que é um privilégio: Maria recebeu o privilégio de que nela fosse antecipado aquilo que acontecerá com todos os eleitos.
O Papa sentencia “que é dogma divinamente revelado: que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, ao término de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”. É interessante que antes do Papa definir o quarto dogma sobre Nossa Senhora, ele recorde os outros três: Mãe de Deus, sempre Virgem (antes, durante e depois do parto), Imaculada. Pio XII não diz se Maria, antes de ser elevada ao céu, morreu ou não: isso continua como tema aberto à livre discussão teológica, isto é, pode-se defender uma ou outra coisa. O que todos devem reter como doutrina de fé solenemente definida é que ela, Nossa Senhora, foi elevada em corpo e alma aos céus, antecipadamente, como privilégio.
Quanto à morte de Nossa Senhora, parece muito mais acertado afirmar que ela realmente morreu e somente depois teria sido elevada aos céus. Por um lado, quando os antigos Padres falavam de “dormição” eles falavam também de morte. De fato, não é difícil encontrar textos na patrística que transmitam uma dormição de Jesus na Cruz referindo-se à sua morte real. Por outro lado, o desejo de imitar a Cristo que estava no coração de Nossa Senhora faz com que seja mais conveniente que ela imite o seu filho também nisso e se una, desta maneira, ao valor redentor do seu mistério de cruz.
Mas, como dizíamos antes, a Assunção de Nossa Senhora é sinal de esperança para nós. O Concílio Vaticano II afirmou: “Entretanto, a Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor (cfr. 2 Ped. 3,10)” (Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, nº 68).
A esperança é virtude sobrenatural, teologal, uma disposição plantada pelo Senhor na nossa alma que nos une a ele através da vontade, do desejo. Esperamos em Deus e nos auxílios (graças) que ele nos concede para alcançá-lo. Temos a firme esperança de chegar ao céu, à bem-aventurança eterna. É nesse sentido que a Assunção de Maria nos anima a continuar com os olhares fixos na meta: uma como nós conseguiu aquilo que nós conseguiremos. O nosso caminho rumo ao céu já foi selado por uma da nossa raça. Assim como ela chegou lá por graça, também nós chegaremos. Além do mais, temos que ser pessoas prontas a preparar os caminhos da esperança nos outros e, consequentemente, da alegria: há um futuro promissor fundado na fidelidade de Deus para com o seu povo. Por isso um filho de Deus não pode ser pessimista, negativo e mal humorado; ao contrário, a esperança que traz no peito o leva a estar sempre alegre… Apesar dos pesares.
Pe. Françoá Costa

Assunção de Maria ao Céu

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora da Glória.
Diz o Prefácio da Solenidade que proclama maravilhosamente o mistério celebrado: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida”.
Trata-se de uma verdade de fé, um dogma, proclamada pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950: “Terminando o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Ali a esperava o seu Filho Jesus, com o seu corpo glorioso, tal como Ela o tinha contemplado depois da Ressurreição.
As leituras contemplam esta realidade. A 1ª Leitura (Ap 11, 19; 12, 1-10) apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, e do Filho que ela deu à luz, um varão, que irá reger todas as nações. Nesta imagem a Mulher e o Filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mais a mulher confunde-se também com Maria, pois nela realizou-se plenamente a Igreja.
A 2ª Leitura (1 Cor 15, 20-27) completa a idéia da 1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos ressuscitados, termina dizendo que, um dia, todos os que crêem terão parte na Sua glorificação, mas em proporção diversa: “Primeiro, Cristo, como os primeiros frutos da seara; e a seguir, os que pertencem a Cristo” (1 Cor 15, 23). Entre os cristãos, o primeiro lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora, que foi sempre de Deus, porque jamais conheceu o pecado. É a única criatura em quem o esplendor da imagem de Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada Conceição, a obra prima e intacta da Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho e o Espírito Santo sentiram as suas complacências, encontrando nela uma resposta total ao Seu amor.
A resposta de Maria ao amor de Deus ressoa no Evangelho (Lc 1, 35-56), tanto nas palavras de Isabel que exaltam a grande fé que levou Maria a aderir, sem vacilação alguma à vontade de Deus, como nas palavras da própria Virgem, que entoa um hino de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizou nela.
Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo. Maria nunca deixa de ajudar os que recorrem ao seu amparo: “Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção fosse por Vós desamparado”, rezava São Bernardo. Procuremos confiar mais na sua intercessão, persuadidos de que Ela é a Rainha dos céus e da terra, o refúgio dos pecadores, e peçamos-lhe com simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso São Paulo recorda-nos (1 Cor 15, 20-26): “Se a morte veio por um homem (pelo pecado de Adão), também por um homem, Cristo, veio a ressurreição. Por Ele, todos retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida, quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois , os últimos, quando Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…Essa vinda de Cristo, de que fala o Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, “não devia por acaso cumprir-se, neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim, imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria, chama-o com mais propriedade dormição.  Para nós, a Solenidade de hoje é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor.  E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura ressurreição”.
A Solenidade de hoje enche-nos de confiança nas nossas súplicas. Pois, diz São Bernardo, “subiu aos céus a nossa Advogada para, como Mãe do Juiz e Mãe de Misericórdia, tratar dos negócios da nossa esperança.” Ela alenta continuamente a nossa esperança. Ensina São Josemaria Escrivá: “Somos ainda peregrinos, mas a nossa Mãe precedeu-nos e indica-nos já o termo do caminho: repete-nos que é possível lá chegarmos, e que lá chegaremos, se formos fiéis. Porque a Santíssima Virgem não é apenas nosso exemplo: é auxílio dos cristãos. E ante a nossa súplica – mostra que és Mãe – , não sabe nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.
Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna ganha asas ao meditarmos que a nossa Mãe celeste está lá em cima, que nos vê e nos contempla com o seu olhar cheio de ternura, com tanto mais amor quanto mais necessitados nos vê.
No dia dedicado às Vocações Religiosas, Maria é apresentada como Modelo de pessoa consagrada e um “sinal” de Deus no mundo de hoje.
Mons. José Maria Pereira

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Dom  André Vital Félix da Silva, SCJ
A Solenidade da Assunção de Maria não é simplesmente mais uma justa homenagem que a Igreja presta àquela que, antes mesmo de ser reconhecida e amada pelos filhos que adotou, recebeu do próprio Deus a grande honra e glória de ser a Mãe do Seu Filho. Hoje, não recordamos apenas uma longa tradição devocional que culminou na solene proclamação dogmática da Igreja (Pio XII, 01.11.1950), mas com esta celebração nos sintonizamos com uma verdade que reafirma o poder do Altíssimo, que fez grandes coisas na sua pobre e humilde serva, chamando-a de Nazaré para um dia ser do céu. Entre essas grandes maravilhas que o Todo-poderoso realizou nela, resplandecem a sua eleição e vocação: “Achaste graça diante de Deus”; a sua Maternidade Divina: “De onde me vem a graça que a Mãe do meu Senhor venha me visitar”; e o dom da salvação a ela concedido, pois foi preservada de toda mancha de pecado, tornando-se a primeira morada no mundo da Palavra Encarnada: “O Espírito Santo descerá sobre ti”. Quem a quis como sua morada na Terra, certamente a levou para sua morada no céu.
Se ao malfeitor foi garantida a entrada no paraíso naquele mesmo dia de sua morte (cf. Lc 23,43), quanto mais não seria a entrada na plenitude da vida para aquela que foi aqui na terra o primeiro Tabernáculo do Filho do Altíssimo! Se ao malfeitor pendente de uma cruz, sentenciado por causa dos seus crimes, o Salvador garante-lhe a salvação eterna já naquele “hoje”, quanto mais não seria a salvação uma realidade atual para aquela que O acolheu no ventre, ao encarna-se, e O recebeu nos braços ao ser descido da cruz!
A nossa fé Católica não se contenta apenas em cantar: “o meu Deus é o Deus do impossível”, mas crê nos acontecimentos que comprovam esta verdade, pois aquilo que é impossível para os homens: uma criatura humana ser elevada aos céus; para Deus não o é. A própria fé bíblica atesta que “Ele não deixa inacabada a obra que suas mãos começaram” (Sl 138,8). Maria é a obra prima das mãos de Deus na nova criação. Ele a quis como Mãe do Vivente, do Primogênito dentre os mortos. Portanto, como poderia a Mãe Daquele que vive para sempre não ter parte na sua ressurreição, uma vez que participou da sua vida e da sua morte?! Como poderia jazer na sombra da morte, e ser aprisionada num túmulo, aquela que acolheu no seu seio o autor da vida e o vencedor da morte?! Como poderia permanecer no sono da morte aquela que foi feita a aurora da Salvação, aquela que presenciou o raiar do novo dia e foi iluminada pela luz que não se apaga?!
 A subida de Maria para os céus não se deu apenas no momento de sua morte, pois toda a sua vida foi um constante elevar-se para Deus. Indo à casa de Isabel para testemunhar o impossível do poder de Deus, que faz da estéril, mãe feliz em sua casa (cf. Sl 113,9), é proclamada também ela feliz por ter aceito ser a casa de Deus, ao acolher no seu ventre o fruto bendito. Mãe e filho reconhecem quão alta é a montanha desse encontro, pois experimentam uma intensa alegria fruto da presença e saudação daquela que foi proclamada “plena de graça”. Maria transbordante dessa graça começa a derramá-la sobre aquele que será o precursor do seu Filho. A magnitude do grito de Isabel (grego: anefovesen kraugê megalê: proferiu em grito grande) não está tanto no volume de sua voz, mas na grandeza daquilo que ela proclama, pois estava cheia do Espírito Santo ao exclamar: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”. A alegria de Isabel e os pulos de exultação de seu filho, o maior profeta nascido de mulher (cf. Mt 11,11), indicam que a profecia de Isaías está se cumprindo: “Entoa alegre canto, ó estéril, que não deste à luz; ergue gritos de alegria, exulta, tu que não sentiste as dores de parto…” (Is 54,1). São Paulo vai atribuir essas palavras à Igreja, a quem chama a Jerusalém do Alto (Gl 4,27), o Povo da Nova Aliança, que é livre e nossa mãe. Um pouco antes, Paulo já havia afirmado que este novo povo foi constituído herdeiro, “Quando na plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher…” (Gl 4,4). Isabel reconhece em Maria esse novo povo, não mais formado por laços de sangue ou de membros de uma raça, mas um povo reunido pela mesma fé: “Bem-aventurada aquela que acreditou” (note-se que não diz “tu”, mas “aquela”, modo a indicar que Maria passa de uma pessoa individual para uma personalidade corporativa, representativa de uma coletividade). Na tradição bíblica, tanto o povo de Israel quanto a Igreja são representados por uma mulher (esposa, noiva, a mulher da 1ª leitura). Maria responde à proclamação de Isabel com o Magnificat, cântico-memorial dos grandes feitos do Todo-Poderoso ao longo da história do seu povo, e, ao mesmo tempo, reconhece sua pequenez, assumindo o compromisso de continuar sendo a serva do Senhor, ainda que tenha sido elevada à dignidade de mãe do Rei; e mesmo sentada à sua direita, por direito, “com veste esplendente de ouro de Ofir” continua junto ao seu povo anunciando aos humildes e famintos, que o Todo-Poderoso realiza o que promete, pois é fiel à sua aliança.
Portanto, não poderia existir nenhuma mulher mais digna de representar o Povo da Nova Aliança senão a Mãe Daquele que é cabeça da Igreja; e ela não seria nossa verdadeira representante se tivesse permanecido no túmulo, e não seria a nossa estrela guia para o seu Filho, se junto Dele no céu, ela não estivesse.
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos e Ministros da Palavra):

LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
O Senhor esteja com todos vocês... Irmãos e irmãs, demos graças ao Senhor, Nosso...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Pai, pela assunção de Maria podemos proclamar: Eis agora a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o poder de Cristo. É grande a nossa esperança, pois Maria é nossa mãe e está junto de Vós. Pai, ajudai-nos para que não nos desviemos de vossos caminhos.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Pai, rei do universo e Senhor da vida, nós Vos damos graças pela ressurreição que manifestastes pelo Vosso Filho Jesus, o novo Adão, e pela assunção de Maria. Bendito sejais para sempre.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- “Nós Vos bendizemos, Deus do universo, porque pelo Vosso Filho visitastes o Vosso povo. Guiai as nossas comunidades e iluminai-as pelo Vosso Espírito Santo”.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.
- Nós vos agradecemos, Deus amor, porque em Cristo nos transformastes em novas criaturas. Dai-nos a graça de um dia cantarmos com Maria a vossa glória no céu.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos agradecemos.

= pai nosso... a paz...   eis o cordeiro...


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BÊNÇÃO SOLENE
— O Senhor esteja convosco! — Ele está no meio de nós.
— O Deus de bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção. — Amém.
Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da Virgem, por quem recebestes o autor da vida. Amém.
— E vós, que vos reunistes hoje para celebrar sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio eterno. — Amém.
+ Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. -Amém.
— A alegria do Senhor seja a vossa força; ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
 _ Graças a Deus!