sexta-feira, 15 de setembro de 2017

XXIV Domingo do Tempo comum, homilias, subsídios homiléticos

24º Domingo do Tempo Comum (Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: O Amor de Deus; Deus que é amor convida-nos a assumir uma atitude semelhante para com os irmãos.
Primeira leitura: a ira e o rancor são sentimentos que não convêm à felicidade do homem. É ilógico esperar o perdão de Deus e recusar-se a perdoar ao irmão.
Evangelho: No Domingo passado, Jesus nos mandava corrigir o irmão. Hoje, Pedro pergunta quantas vezes se deve dar o perdão. Jesus responde: Perdoa sempre! Somos convidados a descobrir a lógica de Deus e agir nesta lógica para com todos os irmãos na questão do perdão e da misericórdia..
Segunda leitura: Paulo sugere que a comunidade cristã tem de ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão: Jesus Cristo, o Senhor. Tudo o resto não tem grande importância.

PRIMEIRA LEITURA (Eclo 27,33–28,9) Leitura do Livro do Eclesiástico. (ver lei de Lamec)
O rancor e a raiva são coisas detestáveis;... Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. ... Lembra-te do teu fim e deixa de odiar;... Pensa nos mandamentos e não guardes rancor ao teu próximo. Pensa na aliança do Altíssimo e não leves em conta a falta alheia!

AMBIENTE - O livro de Ben Sira (“Eclesiástico”), é um livro sapiencial que reflete a arte de bem viver e de ser feliz. Estamos no II a.C., época do helenismo que minava a cultura e os valores tradicionais de Israel. O autor apresenta uma síntese da sabedoria de Israel que não fica a dever nada à cultura grega.

MENSAGEM - A verdadeira “sabedoria” é não se deixar dominar pelo rancor, ira e vingança. O “sábio” é aquele que é capaz de perdoar as ofensas e de ter compaixão pelo seu semelhante.
Quem se recusa a perdoar ao irmão, como poderá pedir o perdão de Deus?
: “pensa no teu fim e deixa de ter ódio”… Fundamentalmente, temos aqui um apelo a invertermos a lógica do “olho por olho, dente por dente”, por sentimentos de perdão e de misericórdia. Assim, será possível a felicidade nesta terra; e o homem poderá pedir e esperar de Deus o perdão para as suas falhas.

ATUALIZAÇÃO - ** Todos os dias vemos a lógica do “responder na mesma moeda”. Desencadeando a espiral  de vingança, morte de inocentes, sofrimentos e violência sem limites. É este o mundo que queremos? A única forma de interromper o rancor e o ódio desta espiral é o perdão.
** uma relação clara entre o perdão de Deus e o perdão humano. Um coração duro, violento e agressivo, estará disponível para acolher a bondade e o amor de Deus?
** Muitos pensam que só nos afirmamos quando somos fortes e respondemos com força e agressividade.  Ben Sirac ensina que a “sabedoria”, e a felicidade não passam pelo ódio, mas pelo perdão e misericórdia.

EVANGELHO (Mt 18,21-35) - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Pedro perguntou: “quantas vezes devo perdoar? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “até setenta vezes sete”. Um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Um que lhe devia uma enorme fortuna. Como o empregado não tivesse com que pagar, mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado caiu aos pés do patrão e suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’ O patrão teve compaixão e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’ Mas o empregado mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, o patrão lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. “É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.

AMBIENTE - Por detrás do texto, podemos entrever uma comunidade tem muita dificuldade em perdoar.

MENSAGEM - O mandamento do perdão não é novo. Os catequistas de Israel ensinavam a perdoar o irmão. A obrigação de perdoar existia apenas em relação aos membros do Povo de Deus (os inimigos estavam excluídos da misericórdia). A discussão girava quanto ao limite de vezes em que se devia perdoar. Todos  aceitavam, contudo, que não fosse indefinidamente. Pedro consulta Jesus acerca dos limites do perdão. (“até sete vezes?”: “totalidade”). Jesus responde que não só se deve perdoar sempre, mas de forma ilimitada, total, absoluta (“setenta vezes sete”). (mesmo aos inimigos).
Jesus propõe uma parábola: Um empregado deve e não pode saldar a dívida. O senhor perante a humildade e a submissão do servo, tem sentimentos de misericórdia e perdoa a dívida. O que impressiona é o montante da dívida: dez mil talentos (um talento = 36 Kg em ouro ou em prata. O exagero serve para pôr em relevo a misericórdia infinita do senhor.
O segundo que experimentou a misericórdia se recusou, logo a seguir, a perdoar um companheiro que lhe devia cem denários (um denário equivalia a 12 gramas de prata, pagamento diário de um operário).
Sobressaem  a desproporção entre as duas dívidas e a diferença de atitudes entre o senhor (que perdoa) e o funcionário (incapaz do perdão). Informaram ao rei do sucedido; e o rei, escandalizado, castigou-o duramente.
A parábola mostra o perdão é ilimitado de Deus. Mostra como a nossa lógica está distante da lógica de Deus. Diante de qualquer falha do irmão, tomamos atitudes de desforra e de vingança.
Finalmente, a parábola sugere que existe uma relação entre o perdão de Deus e o perdão humano. Mateus sugere que Deus nos perdoa se perdoarmos.
ATUALIZAÇÃO - A necessidade de perdoar sempre, de forma radical e ilimitada. Na cruz, Jesus morreu pedindo perdão para os seus assassinos… O cristão é um seguidor de Jesus e imita-o.
O “mundo” considera que perdoar é próprio dos fracos; Deus considera que perdoar é dos fortes. A lógica do mundo aumenta a espiral de violência, de injustiça, de morte; a lógica de Deus ajuda a mudar os corações e frutifica em gestos de amor, de partilha, de diálogo e de comunhão.

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O que é perdoar? Significa pactuar com a injustiça e a opressão? Significa tolerar tudo num silêncio e conformismo? Não. O perdão não é passividade, alienação, conformismo ou indiferença. O cristão não esconde a cabeça na areia. O cristão não se cala diante do que está errado; mas não guarda rancor para com o irmão que falhou, mas procuro diálogo, encontro de comunhão, de partilha. Perdoar significa estar sempre disposto a ir ao encontro, a estender a mão, a recomeçar o diálogo, a dar outra oportunidade.

Este Evangelho recorda-nos aquilo que a primeira leitura já sugeria: quem faz a experiência do perdão, envolve-se numa lógica de misericórdia e de amor para com os irmãos, numa atitude marcada pela bondade, pela compreensão, pelo acolhimento e pelo amor.

SEGUNDA LEITURA (Rm 14,7-9) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.

AMBIENTE - Paulo preocupa-se com os valores que marcam a vida daqueles que Deus chama à salvação.
Paulo considera que existem os “fortes” e os “fracos”. Os “fortes” são os que se libertaram da Lei e dos ritos e  acolheram o Evangelho. Os “fracos” são aqueles que fincam-pé nas leis, nos ritos e nas tradições antigas e não assumem o espírito do Evangelho. Provavelmente, estes dois grupos viviam em confronto, provocando divisão na comunidade. Os “fortes” não podem desprezar aqueles que não pensam como eles; e os “débeis” não têm o direito de julgar aqueles que têm, quanto à fé, uma outra perspectiva.

MENSAGEM - Paulo recorda que todos pertencem ao Senhor: “quer vivamos quer morramos, é ao Senhor que pertencemos”. Os crentes, antes de se deixarem dividir e separar por questões secundárias (que tipo de alimentos se devem comer, que festas se devem celebrar, que jejuns se devem fazer), devem ter consciência do essencial da fé e daquilo que os une: Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para a todos dar a mesma vida. A comunidade é uma família de irmãos, reunida à volta do mesmo Senhor.
ATUALIZAÇÃO - Paulo está consciente de que há vários caminhos válidos para chegar a Cristo e à sua proposta de salvação.. A diversidade não exclui a unidade. Por isso, a comunidade não é o lugar da intolerância, da incompreensão, do desrespeito pela diversidade de opiniões; mas é o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, da partilha e do perdão.
Paulo recomenda-lhes: “não julgueis nem condeneis os vossos irmãos; não esqueçais que a única coisa importante e decisiva é Cristo, a quem todos pertencemos”.
Às vezes perdemo-nos na discussão das coisas secundárias e esquecemos o essencial. Discutimos se se deve receber a comunhão na mão ou na boca, se se deve ou não ajoelhar à consagração, se determinado cântico é litúrgico ou não, se os padres devem ou não casar, se a procissão do santo padroeiro da paróquia deve fazer este ou aquele percurso… e, esquecemos o amor, o respeito pelo outro, a fraternidade, e que todos vivemos à volta do mesmo Senhor. É preciso descobrir o essencial que nos une e não absolutizar o secundário que nos divide.
 (Dehonianos)


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O PERDÃO.
O perdão após uma ofensa recupera a fraternidade, a paz e a alegria dos dois lados. Ele impede aquele círculo vicioso: A vingança gera violência e esta gera mais vingança.
O ressentimento faz aumentar o tamanho da ofensa recebida. No Pai Nosso, nós pedimos a Deus que nos perdoe do jeito que perdoamos os outros. Isso nos compromete.
Jesus disse em outra ocasião: “Não julgueis e não sereis julgados. Perdoai e sereis perdoados”. Ele mesmo, na cruz, nos deu o exemplo, quando rezou a Deus Pai pelos que o torturavam: “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc 23,34). Mesmo morrendo, Jesus ainda encontra uma saída para perdoar, a ignorância E, assim, morreu unido a todos e sem mágoa de ninguém.
Perdoar não é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é sinal de coragem, bravura e heroísmo. O motivo principal do nosso perdão é o mandamento de Deus.

Perdoar é uma decisão e não um sentimento. Perdoar não é esquecer tudo, ter uma amnésia! Perdoar é uma decisão. O que sente não interessa, porque a decisão de perdoar está no seu coração e você está livre. Você pode perdoar e continuar a sentir-se incomodado, aborrecido com a pessoa, mas pela Palavra de Deus, podemos ver que perdoar é fácil: não é um sentimento, é uma decisão.
Deus perdoou-nos e nos deu salvação. Nós não temos o direito de não perdoar aos outros. Quando tiver que perdoar alguém faça-o quer sinta ou não. Devo me lembrar de que o perdão mede a minha capacidade de amar.

Precisamos como, filhos de Deus, imitar as atitudes do Nosso Pai. Ele perdoa sempre, nós também devemos perdoar sempre! Quando fazemos a vontade de Deus, mostramos que somos seus amigos! Jo. 15:14.
Deus perdoa tudo, com a única condição de que nós devemos perdoar a quem nos ofendeu. Muitos, diante de criminosos, de assassinos, de terroristas, defendem com a maior naturalidade a vingança ou a pena de morte. Só Deus tem direito sobre a vida e sobre a morte. Só ele é o Juiz dos vivos e mortos.

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Perdoai-nos, ó Pai!

Uma atitude muito difícil na vida de uma pessoa, de uma família e também de uma Comunidade
é o PERDÃO.  - O que a Bíblia nos diz a respeito?

No Antigo Testamento, um aperfeiçoamento sobre o sentido do Perdão:
- Inicialmente a vingança era aceita: como método para compensar as injustiças recebidas e desencorajar a alguém a repeti-las.
- Posteriormente, a "Lei do Talião" visou limitar a vingança...
  Só podia ser proporcional à ofensa recebida: "dente por dente..."

+ A 1a Leitura de hoje é um apelo para superar a lógica dessa lei e adotar sentimentos de misericórdia e de PERDÃO. (Eclo 27,33-29,9)

- Estabelece uma relação clara entre o perdão de Deus e o perdão humano.
  Quem não perdoa o irmão, não poderá exigir o perdão de Deus.
- Ademais o pensamento da morte relativiza o agravo e nos faz pensar diferente.
- E a felicidade do homem não está em cultivar sentimentos de ódio e de rancor,  mas sim em cultivar sentimentos de perdão e misericórdia.

+ O Salmo nos mostra o Exemplo de Deus:
   "O Senhor é bondoso e compassivo... ele perdoa toda culpa..." (Sl 102)

Na 2ª Leitura, Paulo afirma que a Comunidade cristã deve ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. (Rm 14,7-9)
Permanecer unidos no essencial e desprezar o secundário que nos divide.

+ No Evangelho, Jesus revela um caminho de Reconciliação. (MT 8,21-35)


+ Pedro consulta Jesus sobre os "limites do perdão": "Quantas vezes devemos perdoar"?
   Segundo a Tradição: 2, 3 ou 4 vezes no máximo... Pedro propõe até sete.
- Jesus responde: "70 x 7",  isto é,  Sempre e Todos, "um perdão sem limites", inclusive aos inimigos que os judeus não incluíam.

+ JESUS ilustra o seu pensamento, com uma Parábola:
    - Um Empregado devia uma fortuna imensa e, por compaixão, foi perdoado.
    - Em seguida, ele, sem compaixão, se recusa a perdoar um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória: "Paga-me o que me deves"
    - O Rei indignado o castiga severamente... 

+ E Jesus conclui dizendo:
   "Assim agirá meu Pai com quem não perdoar seu irmão de todo o coração..."


* A PARÁBOLA É UMA CATEQUESE SOBRE A MISERICÓRDIA DE DEUS.

Mostra como, na perspectiva de Deus, o perdão é "sem limites", total e absoluto.
Depois convida-nos a analisar as nossas atitudes para com os irmãos que erram.

+ O testemunho de Jesus:
   - "Amar até os inimigos..."
   - No Pai Nosso: "Perdoai... como perdoamos..."
   - "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia".
   - "Se estiveres diante do altar... vá antes te reconciliar..."
   - No Filho Pródigo: o Pai misericordioso que perdoa com alegria...
   - Na Cruz: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem..." (desculpa...)

+ Motivos para perdoar:
- Deus nos perdoa, na mesma medida com que nós perdoamos...
- O amor é o distintivo do Cristão...
  E às vezes o amor só é possível através do PERDÃO...
  . Quantos casais se desfazem por falta de perdão...
  . Quantos filhos abandonam a família por falta de perdão...
  . Quantas pessoas deixam a comunidade por falta de perdão e acolhida.
- O Perdão ajuda a romper o círculo vicioso do ódio e da vingança.

+ O que significa perdoar?
   - Não é apenas não se vingar ou "ceder" sempre aos que nos ofendem...
     É estar sempre disposto a ir ao encontro, a estender a mão, a recomeçar o diálogo, a dar outra oportunidade.

+ E NÓS como é que perdoamos?
   - Como Pedro, contamos quantas vezes? Uma vez sim, duas não...
   - "Perdôo, mas não esqueço... não falo... não o visito mais..."
       * Será esse o perdão generoso, "de coração", esperado por Deus?

   - Na Parábola, o servo que não perdoou foi para a prisão...
     A falta de perdão tem consequências pesadas para quem não perdoa... 
     Costuma provocar uma vida azeda e estressante...
     Só o perdão alivia e restitui a alegria... É a chamada "terapia do perdão".

+ Qual é a nossa atitude diante do perdão?
   - Temos humildade para pedir o perdão?
   - Demonstramos alegria e gratidão diante de um perdão recebido?
   - Somos generosos em oferecer o nosso perdão?

Sabemos que é difícil perdoar. Contudo, vale a pena não desistir. Quem faz a experiência do perdão de Deus e envolve-se numa lógica de misericórdia, deixa-se transformar por ele e assume com os irmãos uma atitude diferente, uma atitude marcada pela bondade, pela compreensão, pela misericórdia, pelo acolhimento, pelo Amor.
Amando e perdoando, abriremos espaço para um mundo melhor acontecer...
              
                                      Pe. Antônio Geraldo

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D. Henrique Soares
Caríssimos, no Evangelho ouvimos a parábola do devedor implacável. Recordemos que estamos terminando o capítulo 18 de São Mateus, no qual Jesus trata da vida da Igreja, a Comunidade dos seus discípulos. No Domingo passado, o Senhor Jesus nos mandava corrigir o caso o irmão nos fizesse o mal. Corrigir para salvar, corrigir para dar o perdão. Hoje, Pedro pergunta quantas vezes se deve dar o perdão a quem nos fez mal na Comunidade. Jesus responde: Perdoa sempre! Mas, aprofundemos esta Palavra de Deus que nos é dirigida como luz e caminho da nossa vida.
Uma coisa que a humanidade atual, tão cheia de si, não compreende é que a verdadeira liberdade nossa, a autêntica maturidade, somente é possível se formos abertos para Deus na nossa vida. O homem fechado em si é presa de suas paixões, de sua tendência à autoafirmação, à amargura, ao rancor, à vingança... Quando nos abrimos para Deus e temos a coragem de nos deixar medir por ele, aí sim, somos obrigado a nos deixar a nós mesmos e nos sentimos compelidos a ver, sentir e agir conforme o coração de Deus. Tomemos a primeira leitura da Missa. Observemos como Deus nos coloca freio, como nos educa, como nos serve de medida e modelo: “Quem se vingar encontrará a vingança do Senhor, que pedirá severas contas dos seus pecados. Perdoa a injustiça cometida por teu próximo: assim, quando orares, teus pecados serão perdoados. Lembra-te do teu fim e deixa de odiar; pensa na destruição e na morte, e persevera nos mandamentos. Pensa na aliança do Altíssimo, e não leves em conta a falta alheia!” Eis, irmãos, Deus no colocando freio e rédeas às paixões! E por quê? Porque, como diz o Salmo: “Ele te perdoa toda culpa, e te cerca de carinho e compaixão. Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor. Não nos trata como exigem nossas faltas nem nos pune em proporção às nossas culpas...” É esta a grande diferença entre quem crê e não crê, entre quem é aberto para Deus e para ele se fecha. Para quem crê, a medida é Deus, é o coração do Pai do céu, tal qual Jesus no-lo revelou!
Esta idéia aparece muito clara na segunda leitura de hoje. O Apóstolo nos recorda que a vida não nos pertence de modo fechado, absoluto; a vida é um dom e como dom deve ser vivida: “Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor”. Ele, portanto, é nossa medida, nosso critério e nossa realização; ele, que por nós morreu e ressuscitou, para ser o nosso Senhor.
Pensando nisso, detenhamo-nos, agora, no Evangelho. Como já disse, a questão aqui é ainda a vida na Igreja. Quantas vezes perdoar? Até quando conservar um coração aberto, disponível, sem deixar-se levar pela tristeza e a amargura, o rancor e o fechamento? Até quando manter a doçura, filha da esperança, fruto da certeza da vitória do Senhor? O Senhor Jesus nos adverte que o perdão deve ser dado sempre porque o coração do Pai, como o do rei da parábola, é assim: cheio de compaixão, capaz de perdoar toda a dívida. Observem, caríssimos, que Jesus começa dizendo que o Reino dos Céus é assim: o reinado de um rei que é Pai e perdoa. Ora, o Pai somente reina no coração de quem perdoa como ele mesmo perdoa, como ele mesmo nos perdoou e acolheu em Jesus, que morreu e ressuscitou para ser o perdão de Deus para nós! Eis o que é a Igreja: o espaço, o ambiente no qual o reinado de Deus deve manifestar-se no mundo; lugar da misericórdia, do acolhimento, do amor, do perdão mil vezes, da esperança que não desiste, da doçura aprendida e bebida daquele Coração aberto na cruz. A Igreja deve ser assim, Não porque sejamos bonzinhos, mas porque aprendemos assim do coração do Pai de Jesus. Com efeito, como experimentará o perdão de Deus quem tem o coração fechado para os outros? Quem reconhecerá de verdade que tudo deve a Deus e nunca pagará o bastante quem não perdoa as dívidas dos irmãos? É preciso que compreendamos ser impossível experimentar Deus como amor e doçura – e nosso Deus é assim; Jesus no-lo revelou assim! – se não nos deixar inundar pelo amor e doçura de Deus, inundar nosso coração, até transbordar para os irmãos!
Caríssimos, no Senhor, que o silêncio da oração, que a contemplação persistente do Cristo e de seus gestos e palavras, que a participação piedosa, recolhida e devota da Eucaristia, faça o nosso coração aprender do Coração do Pai de Jesus. Eis aqui como a Comunidade chamada Igreja – esta Comunidade reunida para a Eucaristia – será sinal do Reino, início do Reino, semente do Reino. Somente assim, poderemos dizer ao mundo sedento de Deus: Vinde e vede! Que o Senhor no-lo conceda. Amém!


HOME: REVISTA: Ciência Dezembro/2007

http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/423/imagens/humanidade1.jpgDe acordo com o estudo da equipe da Universidade de Cambridge, os africanos possuem a maior variação genética encontrada no planeta.
Humanidade uma origem única - O mais novo estudo sobre a origem humana, feito por cientistas liderados pelo geneticista Andrea Manica, da Universidade de Cambridge (Grã-Bretanha), mostrou que o homem provém da África subsaariana. A pesquisa concentrou- se em duas perguntas: de onde viemos e quando começamos a nos espalhar pelo mundo. Tudo indica que derivamos de uma espécie que surgiu na África há 150 mil anos, antes de começar as migrações que levaram a raça humana a dominar a Terra.
Os cientistas fizeram um estudo de variação genética da humanidade (diferenciação de DNA das populações) e uma comparação entre mais de seis mil esqueletos de povos nativos encontrados em locais como América, África, China e Austrália. Para eles, as variações, tanto genéticas quanto físicas, indicam que a humanidade teve apenas um ancestral. “Achamos evidências para um ser originário da África, localizado em algum local do centro-sul do continente, que abriga maior diversidade intrapopulacional fenotípica”, diz Manica. “Não encontramos nenhuma evidência de uma segunda origem.”
A pesquisa constatou que a variação genética dos povos diminui conforme as pessoas vivem em regiões mais afastadas da África. Índios sul-americanos e aborígines australianos, por exemplo, tinham variação genética menor do que os povos mais próximos do continente de origem. Os africanos são a etnia com a maior variação genética do mundo.
A idéia pode ser comparada a uma tigela de água cheia de gotas coloridas, que representam a variação genética. Algumas gotas saíram da tigela, levando consigo uma pequena fração da diversidade genética. Ao se reproduzirem, estas reduzem ainda mais a variação de genes de seus descendentes.
HÁ DUAS TEORIAS sobre a origem humana. Uma afirma que o Homo sapiens surgiu na África e migrou para povoar o mundo, substituindo outros supostos ancestrais. Pela outra, a “Hipótese Multirregional”, ondas sucessivas de Homo sapiens vieram da África e, a partir de cruzamentos com outros tipos de seres humanos da Ásia e da Europa, surgiu o homem atual. Se isso ocorreu, a humanidade possui uma bagagem genética muito maior do que se houvesse evoluído de um único ancestral.
Até hoje não se sabe o que levou nossos ancestrais à extinção. Se eles foram “substituídos” pelos modernos, como isso ocorreu? Pode ter sido resultado de uma competição por comida, na qual o Homo sapiens extinguiu o grupo nativo. É possível que haja descendentes do Homo sapiens com o Homo erectus e o Neandertal, mas ainda não se achou evidência disso.

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MOMENTO DE LOUVOR (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra):


LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS...
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO PAI, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO:
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Pai misericordioso, nós Vos bendizemos pela longa aprendizagem ao perdão na qual formastes o vosso povo desde o tempo de Moisés. Nós Vos louvamos pela pedagogia da misericórdia e pelas mensagens de paz. Nós Vos pedimos por todas as populações ainda submetidas ao ciclo do ódio, do terrorismo, do rancor e da vingança cega.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Pai, bendito sejais por nos dar o vosso amor.
Vos agradecemos por nos enviar Vosso Filho para nos ensinar o caminho da felicidade eterna. Vos damos graças por nos conceder a vitória sobre a morte.
Nós Vos pedimos por todos os batizados para que vivam como cidadãos do alto e promovam o amor e o perdão na construção de Vosso Reino. 
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Pai do céu, Deus de paciência, Vós que perdoastes a nossa imensa dívida, bendito sejais pelo perdão que nos liberta e nos dá felicidade. Vos pedimos: que o Vosso Reino venha aos nossos corações, que todas as nossas comunidades manifestem a presença do Vosso Reino na nossa terra, como um reino de paz, em que o perdão é dado do fundo do coração.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus! 
Pai nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus... 


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