28º DOMINGO DO TEMPO COMUM A 2017 (Diácono Ismael)
Tema: “A festa e o banquete da vida.”
Tema: “A festa e o banquete da vida.”
SINOPSE:
Na
primeira leitura; Isaías anuncia o “banquete” que Deus vai oferecer a todos
os Povos. Participar desse “banquete” é viver em comunhão com Deus. Daí,
resultará felicidade total, a vida em abundância.
O Evangelho; A opção no dia do batismo é um compromisso sério para a vida. Precisamos agarrar o convite de Deus.
O Evangelho; A opção no dia do batismo é um compromisso sério para a vida. Precisamos agarrar o convite de Deus.
Na
segunda leitura: A comunidade cristã deve ser generosa e solidária e empenhada em
viver e testemunhar o Evangelho aos
homens.
PRIMEIRA LEITURA (Is 25,6-10a) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os
povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos
deliciosos e dos mais finos vinhos. Ele removerá, neste monte, a ponta da
cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as
nações. O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de
todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o
disse. Naquele dia, se dirá: “Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos
salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por
nos ter salvo”. E a mão do Senhor repousará sobre este monte.
AMBIENTE - Desiludido com a política e com os reis de Judá, o profeta começou a sonhar com um tempo novo de felicidade e de paz sem fim para o Povo de Deus.
O “banquete” é, no ambiente sociocultural do mundo bíblico, o momento da partilha, , do estabelecimento de laços familiares entre os convivas.
O “banquete” tem também uma dimensão religiosa. Os “banquetes sagrados” celebram e potenciam a comunhão do crente com Deus e o estabelecimento de laços familiares entre Deus e os fiéis. O compromisso entre Jahwéh e Israel tinha de ser selado com uma refeição (cf. Ex 24,1-2. 9-11).
Neste tipo de celebração religiosa, o crente trazia ao Templo um animal destinado a Deus. Depois de imolado o animal, a sua gordura era queimada sobre o altar, ao passo que a carne era repartida pelo ofertante e pelos sacerdotes. O ofertante e a sua família deviam comer a sua parte no espaço sagrado do santuário. Dessa forma, sentavam-se à mesa com Deus, celebravam a sua pertença ao círculo familiar de Deus e renovavam com Deus os laços de paz, de harmonia, de comunhão (cfr. Lv 3). É este ambiente que o nosso texto supõe.
MENSAGEM - O profeta anuncia que Deus vai convidar “todos os povos”. Trata-se, portanto, de uma iniciativa de Deus no sentido de estabelecer laços “de família” com a humanidade inteira.
O cenário do “banquete” é o monte do Templo, em Jerusalém, a “casa de Jahwéh”, o lugar onde Deus reside no meio do seu Povo, o lugar onde Israel presta culto a Jahwéh e celebra os sacrifícios de comunhão. Aceitar o convite de Deus para o “banquete” significará, portanto, participar no culto a Jahwéh, ser acolhido na casa de Jahwéh, entrar no “espaço íntimo” e familiar de Deus e sentar-se com Ele à mesa.
Nesse “banquete” serão servidos “manjares suculentos”, “comida de boa gordura”, “vinhos deliciosos” e “puríssimos”. As expressões sublinham a abundância de vida – e de vida com qualidade – com que Deus vai cumular os seus convidados.
Para os que aceitarem o convite para o “banquete”, iniciar-se-á uma nova era, de comunhão íntima com Deus e de vida sem fim. O profeta sugere que a comunhão entre Deus e os homens se iniciará, com a indicação de que será removido “o véu que cobria todos os povos, o pano que envolvia todas as nações” e que impedia o contato com o mundo de Deus. Por outro lado, o profeta sugere o início da nova era de paz e de felicidade sem fim, dizendo que Deus vai destruir a morte para sempre, vai enxugar “as lágrimas de todas as faces”.
O profeta está, sem dúvida, a descrever os tempos messiânicos. Na perspectiva do profeta, serão tempos de comunhão total de Deus com o homem e do homem com Deus. Dessa intimidade entre Deus e o homem resultará, para o homem, a felicidade total, a vida verdadeira e plena. A partir daqui, a idéia de um “banquete messiânico” tornou-se corrente no judaísmo.
ATUALIZAÇÃO • A imagem do “banquete” para o qual Deus convida “todos os povos” aponta para essa realidade de comunhão, de festa, de amor, de felicidade que Deus, insistentemente nos oferece. Nunca será de mais recordar isto: Deus tem um projeto de vida, que quer oferecer a todos os homens, sem exceção. Somos pessoas a quem Deus ama, a quem Ele convida para integrar a sua família e a quem Ele oferece a vida plena e definitiva. Caminhamos todos ao encontro da festa definitiva que Deus prepara para todos os que aceitam o seu dom.
• Ao homem basta aceitar o convite de Deus para ter acesso a essa festa de vida eterna. Aceitar o convite de Deus significa renunciar ao egoísmo, ao orgulho e à auto-suficiência e conduzir a existência de acordo com os valores de Deus; aceitar o convite de Deus implica dar prioridade ao amor, testemunhar os valores do Reino e construir, já aqui, uma nova terra de justiça, de solidariedade, de partilha, de amor. No dia do nosso Batismo, aceitamos o convite de Deus e comprometemo-nos com Ele…
EVANGELHO (Mt 22,1-14) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, Jesus voltou a falar em parábolas aos
sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: “O
Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a
festa de casamento do seu filho. E mandou os seus empregados para chamar os
convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados:
já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo
está pronto. Vinde para a festa!’ Mas os convidados não deram a menor atenção:
um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os
empregados, bateram neles e os mataram. O rei ficou indignado e mandou suas
tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. Em seguida, o
rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados
não foram dignos dela. Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos e
convidai para a festa todos os que encontrardes’. Então os empregados saíram
pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da
festa ficou cheia de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados,
observou aí um homem que não estava usando traje de festa e perguntou-lhe:
‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e
jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’. “Porque muitos
são chamados, e poucos são escolhidos”.
AMBIENTE - Continuamos em Jerusalém, nos dias que antecedem a Páscoa. Os dirigentes religiosos judeus aumentam a pressão sobre Jesus. Instalados nas suas certezas e seguranças, já decidiram que a proposta de Jesus não vem de Deus; por isso, rejeitam de forma absoluta o Reino que ele anuncia.
O texto que nos é hoje proposto faz parte de um bloco de três parábolas (cf. Mt 21,28-32. 33-43; 22,1-14), destinadas a ilustrar a recusa de Israel em aceitar o projeto que Deus oferece aos homens através de Jesus.
O “banquete” era, na
cultura semita, o lugar do encontro, da comunhão, do estreitamento de laços
familiares entre os convivas. Além disso, o “banquete” era também a cerimônia
através da qual se confirmava o “status” das pessoas e o seu lugar dentro da
escala social. Quem organizava um “banquete” – por exemplo, por ocasião do
casamento de um filho – procurava fazer uma seleção cuidadosa dos convidados: a
presença de gente “desclassificada” faria descer consideravelmente o “status”
da família; e, por outro lado, a presença à mesa de pessoas importantes
realçava a importância e a honra da família.
MENSAGEM - A primeira parábola apresenta-nos um rei que organizou um banquete para celebrar o casamento do seu filho. Convidou várias pessoas, mas os convidados recusaram-se a participar no “banquete”, apresentando as desculpas. Mateus chega a dizer que teriam até assassinado os emissários do rei… Trata-se de um quadro gravíssimo: recusar o convite era uma ofensa inqualificável; mas, como se isso não bastasse, esses convidados indignos manifestaram um desprezo pelo rei, matando os seus servos. O rei enviou então as suas tropas que castigaram os assassinos. (É uma provável interpretação da destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos de Tito, no ano 70. Isso significa que a versão que Mateus nos dá da parábola é posterior a essa data).
O rei resolveu, apesar de tudo, manter a festa e mandou que fossem trazidos para o “banquete” todos aqueles que fossem encontrados nas “encruzilhadas dos caminhos”. E esses desclassificados, esse “povo da terra”, que nunca se tinha sentado à mesa de um personagem importante, celebrou a festa à mesa do rei.
MENSAGEM - A primeira parábola apresenta-nos um rei que organizou um banquete para celebrar o casamento do seu filho. Convidou várias pessoas, mas os convidados recusaram-se a participar no “banquete”, apresentando as desculpas. Mateus chega a dizer que teriam até assassinado os emissários do rei… Trata-se de um quadro gravíssimo: recusar o convite era uma ofensa inqualificável; mas, como se isso não bastasse, esses convidados indignos manifestaram um desprezo pelo rei, matando os seus servos. O rei enviou então as suas tropas que castigaram os assassinos. (É uma provável interpretação da destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos de Tito, no ano 70. Isso significa que a versão que Mateus nos dá da parábola é posterior a essa data).
O rei resolveu, apesar de tudo, manter a festa e mandou que fossem trazidos para o “banquete” todos aqueles que fossem encontrados nas “encruzilhadas dos caminhos”. E esses desclassificados, esse “povo da terra”, que nunca se tinha sentado à mesa de um personagem importante, celebrou a festa à mesa do rei.
O sentido da parábola é
óbvio… Deus é o rei que convidou Israel para o “banquete” do encontro, da
comunhão, da chegada dos tempos messiânicos (as bodas do “filho”). Os
sacerdotes, os escribas, os doutores da Lei recusaram o convite e preferiram
continuar agarrados aos seus esquemas, aos seus preconceitos, aos seus sistemas
de auto-salvação. Então, Deus convidou para o “banquete” do Messias esses
pecadores que, na perspectiva da teologia oficial, estavam afastados da
comunhão com Deus e do Reino.
Esta parábola explicita bem o cenário em que o próprio Jesus aparece, com frequência, a participar em “banquetes” ao lado de gente duvidosa e desclassificada, ao ponto de os seus inimigos o acusarem de “comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores” (Mt 11,19; Lc 7,34). Porque é que Jesus participa nesses “banquetes”, correndo o risco de adquirir uma fama tão desagradável? Porque no Antigo Testamento – como vimos na primeira leitura – os tempos messiânicos são descritos com a imagem de um “banquete” que Deus prepara para todos os povos. Ora, Jesus tem consciência de que, com Ele, esses tempos chegaram; e utiliza o cenário do “banquete” para expressar a realidade do Reino (a mesa da festa, do amor, da comunhão com Deus, para a qual todos os homens e mulheres, sem exceção, são convidados). Para Ele, o sentar-se à mesa com os pecadores é uma forma de lhes dizer que Deus os acolhe com amor e que quer estabelecer com eles relações de comunhão e de familiaridade, sem excluir ninguém do seu convívio ou da sua comunidade.
Os líderes de Israel, no entanto, sempre reprovaram a Jesus esse contato com os pecadores e os desclassificados… Para eles, os publicanos e as prostitutas, por exemplo, estavam definitivamente afastadas da comunidade da salvação. Sentá-los à mesa do “banquete” do Reino é algo que os líderes de Israel acham absolutamente inapropriado.
É muito provável que, originalmente, a parábola tivesse servido a Jesus para responder àqueles que o acusavam de ter convidado para o “banquete” do Reino todo o tipo de desclassificados e de pecadores. Jesus deixa claro que, na perspectiva de Deus, a questão não é se tal ou tal pessoa tem o direito de se sentar à mesa do Reino; mas a questão essencial é se se aceita ou não se aceita o convite de Deus. Na verdade, os líderes de Israel recusaram o desafio de Deus, enquanto que os pecadores o acolheram de braços abertos.
A segunda parábola é a parábola do convidado que se apresentou na festa sem o traje nupcial. O rei que organizou o “banquete” mandou, então, lançá-lo fora da sala onde se realizava a festa.
A parábola constitui uma advertência àqueles que aceitaram o convite de Deus para a festa do Reino, aderiram à proposta de Jesus e receberam o Batismo. Mateus escreve no final do século I (anos 80), quando os cristãos já tinham esquecido o entusiasmo inicial e viviam instalados numa fé pouco exigente. Consideravam que já tinham feito uma opção definitiva e que já tinham assegurado a salvação. Mateus diz-lhes: cuidado, porque não basta entrar na sala do “banquete”; é preciso vestir um estilo de vida que ponha em prática os ensinamentos de Jesus. Quem foi batizado e aderiu ao “banquete” do Reino, mas recusou o traje do amor, da partilha, do serviço, da misericórdia, do dom da vida e continua vestido de egoísmo, de arrogância, de orgulho, de injustiça, não pode participar na festa do encontro e da comunhão com Deus. Deus chamou todos os homens e mulheres para participarem no “banquete”; mas só serão admitidos aqueles que responderem ao convite e mudarem completamente a sua vida.
ATUALIZAÇÃO • A questão decisiva não é se Deus convida ou se não convida; mas é se se aceita ou se não se aceita o convite de Deus para o “banquete” do Reino. Os convidados que não aceitaram o convite representam aqueles que estão demasiado preocupados a dirigir uma empresa de sucesso, ou a conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus próprios esquemas e projetos, ou a explorar o bem estar que o dinheiro lhes conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus. Vivemos obcecados com o imediato, o palpável, o material, e prescindimos dos valores eternos, duradouros, exigentes, que exigem o dom da própria vida. A questão é: onde é que está a verdadeira felicidade? Nos valores do Reino, ou nesses valores efêmeros que nos absorvem e nos dominam?
• Os convidados que não aceitaram o convite representam também aqueles que estão instalados na sua auto-suficiência, nas suas certezas, seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as propostas de Deus. Trata-se, muitas vezes, de pessoas sérias e boas, que se empenham seriamente na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais na estruturação dos organismos paroquiais… Mas “nunca se enganam e raramente têm dúvidas”; sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus interesses, desejos e projetos e não se deixam questionar nem interpelar. Os seus corações estão, também, fechados à novidade de Deus.
• Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a acolher os desafios de Deus.
• A parábola do homem que não vestiu o traje apropriado convida-nos a considerar que a salvação não é uma conquista, feita de uma vez por todas, mas um sim a Deus sempre renovado, e que implica um compromisso real, sério e exigente com os valores de Deus. Implica uma opção coerente, contínua, diária com a opção que eu fiz no Batismo… Não é um compromisso de “tanto se me dá como se me deu”; mas é um compromisso sério e coerente com essa vida nova que Jesus me apresentou.
SEGUNDA LEITURA (Fl 4,12-14.19-20) Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses.
Esta parábola explicita bem o cenário em que o próprio Jesus aparece, com frequência, a participar em “banquetes” ao lado de gente duvidosa e desclassificada, ao ponto de os seus inimigos o acusarem de “comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores” (Mt 11,19; Lc 7,34). Porque é que Jesus participa nesses “banquetes”, correndo o risco de adquirir uma fama tão desagradável? Porque no Antigo Testamento – como vimos na primeira leitura – os tempos messiânicos são descritos com a imagem de um “banquete” que Deus prepara para todos os povos. Ora, Jesus tem consciência de que, com Ele, esses tempos chegaram; e utiliza o cenário do “banquete” para expressar a realidade do Reino (a mesa da festa, do amor, da comunhão com Deus, para a qual todos os homens e mulheres, sem exceção, são convidados). Para Ele, o sentar-se à mesa com os pecadores é uma forma de lhes dizer que Deus os acolhe com amor e que quer estabelecer com eles relações de comunhão e de familiaridade, sem excluir ninguém do seu convívio ou da sua comunidade.
Os líderes de Israel, no entanto, sempre reprovaram a Jesus esse contato com os pecadores e os desclassificados… Para eles, os publicanos e as prostitutas, por exemplo, estavam definitivamente afastadas da comunidade da salvação. Sentá-los à mesa do “banquete” do Reino é algo que os líderes de Israel acham absolutamente inapropriado.
É muito provável que, originalmente, a parábola tivesse servido a Jesus para responder àqueles que o acusavam de ter convidado para o “banquete” do Reino todo o tipo de desclassificados e de pecadores. Jesus deixa claro que, na perspectiva de Deus, a questão não é se tal ou tal pessoa tem o direito de se sentar à mesa do Reino; mas a questão essencial é se se aceita ou não se aceita o convite de Deus. Na verdade, os líderes de Israel recusaram o desafio de Deus, enquanto que os pecadores o acolheram de braços abertos.
A segunda parábola é a parábola do convidado que se apresentou na festa sem o traje nupcial. O rei que organizou o “banquete” mandou, então, lançá-lo fora da sala onde se realizava a festa.
A parábola constitui uma advertência àqueles que aceitaram o convite de Deus para a festa do Reino, aderiram à proposta de Jesus e receberam o Batismo. Mateus escreve no final do século I (anos 80), quando os cristãos já tinham esquecido o entusiasmo inicial e viviam instalados numa fé pouco exigente. Consideravam que já tinham feito uma opção definitiva e que já tinham assegurado a salvação. Mateus diz-lhes: cuidado, porque não basta entrar na sala do “banquete”; é preciso vestir um estilo de vida que ponha em prática os ensinamentos de Jesus. Quem foi batizado e aderiu ao “banquete” do Reino, mas recusou o traje do amor, da partilha, do serviço, da misericórdia, do dom da vida e continua vestido de egoísmo, de arrogância, de orgulho, de injustiça, não pode participar na festa do encontro e da comunhão com Deus. Deus chamou todos os homens e mulheres para participarem no “banquete”; mas só serão admitidos aqueles que responderem ao convite e mudarem completamente a sua vida.
ATUALIZAÇÃO • A questão decisiva não é se Deus convida ou se não convida; mas é se se aceita ou se não se aceita o convite de Deus para o “banquete” do Reino. Os convidados que não aceitaram o convite representam aqueles que estão demasiado preocupados a dirigir uma empresa de sucesso, ou a conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus próprios esquemas e projetos, ou a explorar o bem estar que o dinheiro lhes conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus. Vivemos obcecados com o imediato, o palpável, o material, e prescindimos dos valores eternos, duradouros, exigentes, que exigem o dom da própria vida. A questão é: onde é que está a verdadeira felicidade? Nos valores do Reino, ou nesses valores efêmeros que nos absorvem e nos dominam?
• Os convidados que não aceitaram o convite representam também aqueles que estão instalados na sua auto-suficiência, nas suas certezas, seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as propostas de Deus. Trata-se, muitas vezes, de pessoas sérias e boas, que se empenham seriamente na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais na estruturação dos organismos paroquiais… Mas “nunca se enganam e raramente têm dúvidas”; sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus interesses, desejos e projetos e não se deixam questionar nem interpelar. Os seus corações estão, também, fechados à novidade de Deus.
• Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a acolher os desafios de Deus.
• A parábola do homem que não vestiu o traje apropriado convida-nos a considerar que a salvação não é uma conquista, feita de uma vez por todas, mas um sim a Deus sempre renovado, e que implica um compromisso real, sério e exigente com os valores de Deus. Implica uma opção coerente, contínua, diária com a opção que eu fiz no Batismo… Não é um compromisso de “tanto se me dá como se me deu”; mas é um compromisso sério e coerente com essa vida nova que Jesus me apresentou.
SEGUNDA LEITURA (Fl 4,12-14.19-20) Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses.
Irmãos, sei viver na miséria e sei viver na
abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando
farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso
naquele que me dá força. No entanto, fizestes bem em compartilhar as minhas
dificuldades. O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as
vossas necessidades, em Cristo Jesus. Ao nosso Deus e Pai a glória pelos
séculos dos séculos. Amém.
AMBIENTE - Estamos nos anos 56/57. Paulo está na prisão (em Éfeso?) por causa do Evangelho. Nesse momento difícil da sua vida apostólica, Paulo recebeu ajuda econômica e, mais importante do que isso, a presença solidária e o cuidado de Epafrodito, um membro da comunidade, enviado para ajudar Paulo e para lhe manifestar a solicitude dos seus “filhos” de Filipos. O nosso texto é tirado do capítulo final da Carta aos Filipenses. Aí, num tom emocionado, Paulo agradece pelos dons recebidos e pela solidariedade que os cristãos de Filipos lhe manifestaram.
MENSAGEM - Paulo está satisfeito pela ajuda recebida da comunidade cristã de Filipos. A alegria de Paulo resulta, não tanto da resolução das suas próprias necessidades materiais mas, sobretudo, do significado do gesto dos filipenses. O donativo enviado é sinal, não só da amizade que os cristãos da comunidade votam a Paulo e isso, evidentemente, alegra o coração de Paulo.
Por si, Paulo está acostumado às privações. A sua vida e a sua missão não dependem de comodidades materiais: ele sabe “viver na pobreza” e sabe “viver na abundância”… Essa “liberdade interior” face aos bens brota de Cristo: é Cristo quem dá forças ao apóstolo para superar as privações, quem o anima nos momentos de dificuldades, quem lhe dá a coragem para enfrentar as necessidades que a vida apostólica impõe. De resto, Paulo está certo de que a solidariedade que os membros da comunidade manifestaram beneficiará, em primeiro lugar, os próprios filipenses, pois Deus não deixará de lhes “pagar” generosamente o seu gesto.
ATUALIZAÇÃO • Os cristãos tenham o coração aberto à partilha. Ser cristão implica a renúncia a uma vida de egoísmo e de fechamento em si próprio… Implica abrir o coração às necessidades dos irmãos carentes e desfavorecidos e uma partilha efetiva da vida e dos bens.
• Nunca pode colocar as comodidades materiais como prioridade ou como condição essencial para se empenhar na missão. O apóstolo de Jesus tem como prioridade o anúncio do Evangelho, em quaisquer circunstâncias. Um “apóstolo” que se preocupa, antes de mais, com a sua comodidade ou com o seu bem-estar torna-se escravo das coisas materiais, passa a ser um “funcionário do Reino” com horário limitado e com trabalho limitado e rapidamente perde o sentido da sua entrega e do seu empenho.
• Levar o Evangelho ao mundo é uma missão que Jesus confiou a todos os discípulos, sem exceção. Todos os cristãos deviam colaborar, na medida das suas possibilidades, no anúncio do Evangelho.
• Paulo refere-se à retribuição que Deus não deixará de dar a todos aqueles que mostram solicitude e amor no anúncio do Evangelho. No entanto, Paulo está longe de sugerir uma lógica interesseira no nosso relacionamento com Deus… O cristão não age de determinada forma para daí tirar benefícios, mas porque o seu compromisso com Jesus lhe impõe determinado comportamento.
Dehonianos.
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O Banquete e os convidados
Nos
últimos domingos, refletimos sobre a realidade da IGREJA: como uma
"Vinha" e nós éramos convidados a trabalhar nessa vinha.
Hoje: As leituras nos falam
de um BANQUETE solene ao qual somos todos convidados a participar...
Na 1ª leitura, temos uma visão profética de Isaías, em que nos fala
de um banquete preparado por Deus para todos os povos. (Is 25, 6-10a)
Para o Povo da Bíblia, o
banquete sempre foi sinal de amizade, partilha, momento em que se trocam
presentes.
Mas esse banquete seria
especial, pois será promovido pelo próprio Deus.
Como presentes, Deus irá
acabar com as lágrimas, o luto e a tristeza e, sobretudo, oferecerá a vitória
sobre a morte.
* Esse Banquete expressa a
esperança humana num futuro de alegria e de Salvação para todos.
A 2ª
Leitura mostra que a força de Cristo ressuscitado sustenta Paulo em
meio às dificuldades:"Tudo posso naquele que me dá força". (Fl
4.12-14.19-20)
No Evangelho,
Jesus retoma essa imagem do Banquete. (Mt 22, 1-14)
O Reino de Deus é
comparado ao Banquete para uma festa de casamento.
- O Rei
é Deus que organiza a festa de núpcias de seu Filho (Jesus).
- A Esposa
é a humanidade inteira... a própria Igreja....
- O Banquete
representa a felicidade dos tempos messiânicos.
Quem acolhe o convite experimenta profunda
alegria...
- Os Servos
representam os profetas... Os
Apóstolos... e todos nós...
- Os Convidados
ao longo do caminho... São os homens do mundo inteiro... Os pecadores e os desclassificados o
acolheram de braços abertos.
- Os Primeiros
convidados não entram na festa: representam os líderes de Israel, preferem seus interesses, estão satisfeitos
com sua estrutura religiosa...
- O Convidado
sem o traje nupcial foi retirado da sala. Aceitou o convite, mas não
vestiu o traje apropriado...
+ Alguns convidados
recusam... Se a festa é tão boa, por que alguns recusam?
A parábola fala de dois tipos de recusa:
- Indiferentes, que preferem cuidar
de seus negócios particulares e
não são motivados para a busca da alegria
coletiva...
- Violentos: Os que eliminam os que
se empenham na construção do Reino.
Os que não querem mesmo que a festa
aconteça...
+ Todos são
convidados:
Deus não desiste. Continua chamando:
"Ide
pelas encruzilhadas... e convidai todos os que encontrardes..."
E esses aceitam o convite e participam do
banquete.
E a sala do festim ficou cheia de
convivas... "bons e maus..."
+ Não basta
ser convidado e entrar na sala do banquete:
Um até foi expulso... não tanto porque não
tinha a roupa do banquete, mas porque não tinha a disposição correta para
participar da festa.
+ E conclui:
"Muitos são os chamados... poucos os escolhidos..."
Não quer dizer que poucos se salvam... mas
sim que o número
é inferior ao dos chamados... por não
corresponder ao chamado divino.
+ E Deus continua
convidando...
"Ide pelas encruzilhadas, pelas
periferias das cidades e
convidai a todos os que
encontrardes..."
+ Cristo nos convida
também para o Banquete da Eucaristia...
"Felizes os convidados para o banquete
de núpcias do Cordeiro!" (Ap 9, 19)
- Aceitamos, com
alegria, esse convite ou
encontramos inúmeras desculpas para não
comparecer?
- Nesse Banquete,
"participamos" revestidos de uma roupagem de fé em plena COMUNHÃO com
Deus e com os irmãos, procurando viver
intensamente a presença de Cristo no meio de nós?
- Ou apenas
"assistimos" a missa por motivos humanos?
- A nossa
participação no banquete nos torna merecedores de sermos "convidados"
e também "escolhidos"?
+ A Igreja continua convidando...
A
grande função da Igreja é chamar para essa festa
A mesa do
banquete está preparada e os convidados somos todos nós, mas quantos continuam
não tendo tempo... Não basta pertencer
materialmente a Cristo e à Igreja, mas, no fundo do coração, não ser de Cristo,
nem para Cristo...
Ser convidado ao banquete não
é somente vir à igreja, acompanhar procissões e receber os sacramentos. Isto é
importante, mas deve nos levar a melhorar o mundo, trabalhando pela libertação
evangélica dos irmãos em todos os lugares onde a vida está sendo ameaçada.
+ Qual a nossa
resposta?
Estou no primeiro, ou no segundo grupo?
- dos primeiros que encontram
motivos, desculpas, talvez até importantes, mas que impedem de participar do
Banquete divino?
Dos que estão tão imersos nos afazeres
terrenos, que julgam tempo perdido pensar em Deus e na vida eterna...
- ou do segundo grupo, dos
humildes, encontrados nas encruzilhadas... Mas que acolhem com alegria o
convite do Senhor e provam a alegria profunda da festa preparada pelo Senhor?
A mesa do banquete está
preparada e o convidado é também você...
A decisão é sua...
Pe.
Antônio Geraldo
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Sugestões para a homiliaO banquete do Reino
Convite dirigido a todos os homens
Na orientação do nosso coração para Jesus
O banquete do Reino
A Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, inúmeras vezes nos apresenta a vida como uma festa que devemos saber aproveitar. Ora, na primeira leitura deste domingo, o profeta Isaías ao falar de Deus que nos prepara um banquete de manjares suculentos, leva-nos a imaginar a felicidade que o Senhor prepara para os seus filhos. O sonho, que desde sempre tem acompanhado o homem, torna-se realidade na casa de Deus, nosso Pai. Assim, tudo aquilo que é morte e derrota como a falta de rumo para a existência, a ausência de ideais, o fracasso, a dor, a fome, a doença, o desprezo, serão completamente eliminados.
Com a vinda de Jesus Cristo, todas as situações de morte são transformadas em alegria e felicidade, pela festa do banquete do Reino.
A esta felicidade e alegria são convidados todos os povos.
Convite dirigido a todos os homens
Tal nos demonstra Jesus, no Evangelho, ao concretizar o banquete do Reino na festa nupcial que o Pai prepara em honra de Seu Filho, o Esposo da nova humanidade.
Na alegria desta festa há porém elementos que nos obrigam a refletir.
Os primeiros convidados, que representam os guias espirituais de Israel, já se encontram satisfeitos com a organização religiosa que montaram e que lhes comunica segurança e, por isso, rejeitam ir ao banquete.
Ora, todos os que não são pobres, os que se recusam a abandonar as próprias garantias materiais e espirituais, que não têm fome e sede de um mundo novo, jamais entrarão no Reino de Deus, pois ficarão satisfeitos com as insignificâncias em que estão envolvidos.
O banquete é então aberto a convidados recolhidos ao longo do caminho, «bons e maus», que caracterizam a Igreja, comunidade tão múltipla, que se abre a toda a gente, sem rejeições. É o Novo Povo de Deus em que se dá a todo o homem a possibilidade de encontrar o Salvador.
Esta parábola é uma chamada a abrir o coração e as portas das nossas comunidades a qualquer género de pessoas, aos pobres, aos abandonados, a quem é recusado por todos.
Todavia, é fundamental que cada convidado corresponda ao convite e se prepare condignamente para tomar parte nele.
Na orientação do nosso coração para Jesus
No detalhe da veste nupcial está compreendido um apelo à nossa responsabilidade. Não basta sermos convidados: é preciso saber corresponder e ser merecedor do convite, através da nossa conduta ativa e testemunhal.
S. Paulo, como lemos na segunda leitura, homem habituado a uma vida dura, às perseguições, à fome, sente-se comovido com as ofertas enviadas pela comunidade dos filipenses para o acalentarem na prisão, onde ele se encontrava detido. É então que ele afirma que a felicidade não reside na fartura ou na carência dos bens materiais, mas sim na direção do nosso coração em face da vida. E esta bússola define a orientação do nosso coração para Jesus Cristo.
Cabe aqui recordar a necessidade de termos uma palavra de gratidão, através de gestos e ações concretas, para com todos aqueles que deixaram a formação de uma família própria, que tudo abandonaram, para se dedicarem completamente à pregação do Evangelho e que, tantas vezes incompreendidos, não recebem qualquer sinal de apreço e amizade das comunidades a que se dedicam.
Perante este convite urgente à conversão do nosso coração, saibamos aceitar a lógica e a «roupa nova» dos filhos do Reino de Deus, construindo deste modo a nossa verdadeira felicidade em alegria, comunhão, amizade e confiança.
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HOMILIA DE D. HENRIQUE SOARES
A Palavra de Deus do Domingo último falava-nos da vinha; a Palavra de Deus deste hoje fala-nos de banquete! Quantas vezes, na Sagrada Escritura, o Reino dos Céus é comparado a um banquete! Para os orientais, o banquete, a festa ao redor da mesa, é sinal de bênção, pois é lugar da convivência que dá gosto de existir, da fartura que garante a vida e do vinho que alegra o coração. É por isso que Jesus hoje nos diz que “o Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho”. Ora, caríssimos irmãos, foi isso que Deus faz desde a criação do homem: pouco a pouco, ele foi preparando a festa de casamento do Filho seu, Jesus nosso Senhor, com a humanidade!
Disso nos trata a primeira leitura de hoje: já no Antigo Testamento, Deus falava a Israel sobre o destino de vida, luz e paz que ele preparava para toda a humanidade: “O Senhor dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos. Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos. O Senhor Deus dominará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces…” Eis, caríssimos, é de paz o pensamento do Senhor para nós; é de vida, de liberdade, de felicidade! Se o Senhor havia escolhido Israel como seu povo, era para que fosse ministro dessa salvação. O monte Sião seria o lugar donde brotariam a salvação e a bênção de Deus para toda a humanidade. Infelizmente, Israel não compreendeu sua missão. É o que Jesus nos explica na parábola de hoje (a terceira que trata desta questão: a primeira foi a do irmão mais velho que disse que faria a vontade do pai e não fez; a segunda foi a dos vinhateiros homicidas, a terceira é a de hoje).
Na parábola, o rei é o Pai; o casamento do Filho Jesus é a Aliança nova que Deus quer selar com toda a humanidade; os empregados são os profetas e os apóstolos. Deus preparou tudo; em Jesus fez o convite: “Vinde para a Festa!”, mas Israel não aceitou! A festa de acolher o Messias, o Filho amado, Aquele que traz a vida a toda a humanidade! “O rei ficou indignado e mandou tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles” – aqui Jesus se refere ao incêndio de Jerusalém, a Cidade Santa, que os romanos iriam realizar no ano 70, quarenta após a sua morte e ressurreição. Eis! Os convidados não quiseram participar da festa, Israel rejeitou o convite do Messias! Que fazer? O rei ordena aos servos: “’Ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes!’ E a sala ficou cheia de convidados”. Somos nós, os que antes éramos pagãos e não conhecíamos o Deus de Israel. Pela voz dos Apóstolos e dos pregadores do Evangelho, o Senhor nos reuniu de todos os povos da terra, das encruzilhadas dos caminhos da vida, e nos fez o seu povo, o novo povo, a Igreja! Assim, a sala do banquete, a sala da aliança nova e eterna, ficou repleta, porque o desejo de Deus é que todos se salvem!
Caríssimos, nunca deveríamos esquecer que a Igreja, da qual fazemos parte como membros e filhos, e que somos nós mesmos, é fruto de um desígnio de amor do Pai eterno que, na plenitude dos tempos, no chamou e reuniu em Cristo Jesus! Nunca deveríamos esquecer que este Banquete eucarístico do qual participamos agora é o Banquete que o rei, o Pai eterno, nos preparou: banquete da aliança do seu Filho, o Esposo, com a Igreja, sua Esposa! Eis: somos os convidados para o banquete das núpcias da aliança do Cristo com a sua amada Esposa… e o alimento, o Cordeiro, é o próprio Jesus dado e recebido em comunhão! Pensemos um pouco na responsabilidade de sermos Povo de Deus, de sermos os escolhidos para ser o povo da Aliança…
Escutemos ainda, o final da parábola: “Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa!” Cristão, convidado para o banquete da Eucaristia, banquete da Igreja, banquete das núpcias do Cordeiro, qual é o traje de festa? É a veste do teu Batismo, aquela veste branca, que deves conservar pura pela tua vida, pelas tuas obras, pelo teu procedimento! Não aconteça ser tu esse homem que entrou na festa sem o traje apropriado! É o que aconteceria se viesses, é o que acontecerá se vieres para esta Eucaristia santa com uma vida enodoada pelas ações contrárias ao que o Evangelho do Reino te ensina!“Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?” – eis, que pergunta tremenda o Senhor nos faz! O que lhe responderemos? “O homem nada respondeu!” Não há o que responder! Amados, chamados, convidados, por que não nos esforçamos para ser dignos da tal rei, de tal Filho, de tal festa? “Então, o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai-o e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes!” Eis, caríssimos, a nossa responsabilidade! O Senhor nos deu o dom de ser cristãos; cobrará de modo decidido o que fizermos com nossa fé, com nossa vida em Cristo! O próprio Jesus nos previne, de modo muito claro, que “muitos são chamados e poucos são escolhidos”… Ninguém se iluda, pensando que porque é cristão já está salvo! Isso é bobagem e prepotência! Ao Senhor pertence o julgamento; a nós, conservar pura e conosco a veste do nosso Batismo!
Pensemos bem no modo como estamos vivendo nossa vida cristã e, de modo especial, nossa Eucaristia! E que o Senhor nos dê a graça de participar dignamente do Banquete do Senhor, nesta vida, nas missas que celebramos, e um dia, por toda a Eternidade! Amém.
D. Henrique Soares
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O banquete do Cordeiro
Ultimamente tenho indicado muito um livro de
Scott Hahn, “O Banquete do Cordeiro – a Missa por um convertido” (Loyola,
2002), no qual o autor explica de maneira bastante envolvente vários aspectos
do mistério da santa missa desde uma perspectiva apocalíptica. O livro é muito
interessante e descortina várias realidades veladas aos nossos olhos
acostumados a ver somente o que se nos mostra patentemente. Entre outras
coisas, afirma o autor logo na “introdução”: “insisto que vamos realmente ao
céu quando vamos à missa, e isso é verdade a respeito de toda missa de que
participamos, independentemente da qualidade da música ou do fervor da homilia.
Não é questão de aprender a “ver o lado brilhante” de liturgias desleixadas.
Não se trata de adotar uma atitude mais caridosa para com vocalistas
desafinados. Trata-se de algo que é objetivamente verdade, algo tão real quando
o coração que bate dentro de você. A missa – e quero dizer toda missa – é o céu
na terra”.“Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete (…). Vinde às bodas!” (Mt 22,4). Jesus deixou-nos esse prodígio de amor, que é a eucaristia, para que participemos de suas alegrias eternas. Ele instituiu o sacramento do seu corpo e do seu sangue no contexto de uma ceia e se deu em alimento para que nós, fortalecidos, pudéssemos chegar à glória celestial. Mas a eucaristia não é somente um banquete, nem é um simples banquete. Trata-se de um banquete sacrificial. O Catecismo da Igreja Católica faz essa conexão – eucaristia-ceia – já que o Novo Testamento também o faz: “Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de si mesmo na refeição que tomou com os Doze Apóstolos na “noite em que foi entregue” (1 Cor 11,23). Na véspera de sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai, pela salvação dos homens: “Isto é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22,19). “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28)” (Cat. 610).
Fomos convidados para participar do banquete nupcial do Cordeiro. Quem é esse Cordeiro com letra maiúscula? Explica-nos o evangelista João: “Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um Cordeiro de pé, como que imolado” (Ap 5,6). Tinha-se anunciado que o Leão abriria o livro selado (cfr. Ap 5,5), mas aparece um Cordeiro que, efetivamente, pode abrir os sete selos (cfr. Ap 6,1). Aparente contradição! O que tem a ver um leão com um cordeiro? Jesus tem a fortaleza de um leão e a mansidão de um cordeiro. O Cordeiro de Deus, Jesus, aparece “de pé, como que imolado”. Outra aparente contradição! Quem está de pé não está imolado, que está imolado não está de pé; mas, explica-nos a Bíblia de Jerusalém, trata-se do “cordeiro que foi imolado para a salvação do povo eleito (cf. Jo 1,29+; Is 53,7). Ele traz as marcas de seu suplício, mas está de pé, triunfante (cf. At 7,55), vencedor da morte (1,18) e por esta razão (…) senhor de toda a humanidade” (Bíblia de Jerusalém, Ap 5,6, nota z).
O sacrifício do Cordeiro foi oferecido ao Pai, mas também foi oferecido a nós. Pelo poder desse Cordeiro salvador, Jesus, e pela ação do Espírito Santo, atualiza-se em cada missa o mistério da sua Páscoa. Em cada missa nos encontramos com o mistério do Cristo morto e ressuscitado, e, ao encontrar-nos com esses fatos diante de nós, somos transportados à eternidade. Explico-me: o sacrifício de Cristo oferecido ao Pai foi aceito eternamente pelo Pai que o tem sempre diante dos seus olhos. Pois bem, esse mesmo sacrifício que o Pai tem diante de si se nos torna presente em cada santa missa: o céu desce à terra e a terra entra em contato com o céu. Mais ainda, para que a nossa participação seja mais intensa, Deus ofereceu-se em comida, isto é, Jesus na comunhão nos faz participar do banquete que ele mesmo preparou para nós.
Que triste seria se desprezássemos tanto amor de Deus! Como eu participo da santa missa? Desejo, de verdade, que chegue o momento de participar da próxima missa? Procuro ir bem preparado para participar do banquete que o Senhor fez para mim, para a minha salvação e para o fortalecimento do meu apostolado? Encontro na santa missa o centro da minha vida espiritual?
Pe. Françoá Costa
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O Banquete e a Salvação
A Liturgia deste Domingo apresenta a salvação
sob a imagem de um banquete, preparado por Deus, para todos os homens.Tanto no Antigo como no Novo Testamento, o banquete é símbolo da abundância, da vida, da felicidade.
Jesus é o nosso Pastor e convida-nos de mil maneiras a segui-Lo, mas não quer obrigar-nos a acompanhá-Lo contra a nossa vontade. Nisto consiste o mistério do mal: os homens podem recusar esse convite.Jesus, em Mt 22,1-14, fala-nos dessa recusa.
O Reino de Deus é comparado ao Banquete para uma festa de casamento. O Rei é Deus que organiza a festa de núpcias de seu Filho (Jesus).
A Esposa é a humanidade inteira… a própria Igreja…
O Banquete representa a felicidade dos tempos messiânicos. Quem acolhe o convite experimenta profunda alegria… os Servos representam os profetas… os Apóstolos … e todos nós… os Convidados ao longo do caminho… são os homens do mundo inteiro.
Os Primeiros convidados não entram na festa: representam os líderes de Israel, preferem seus interesses.
O convidado sem o traje nupcial foi retirado da sala… os convidados podem estar representados hoje, entre outros, por esses homens que absorvidos nos seus assuntos e negócios terrenos, parecem não necessitar de Deus para nada. E quando são avisados de que o Céu os espera, reagem com violência, como na parábola.
A imagem do Banquete é considerada em outros lugares da Sagrada Escritura como símbolo de intimidade e de salvação. “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”. (Ap. 3,20). Como é a nossa correspondência às mil chamadas que o Senhor nos faz chegar? Como é a nossa oração, que nos garante a intimidade com Deus?
Rejeitar o convite de Deus é algo muito grave! Perante a salvação, bem absoluto, não há nenhuma desculpa que seja razoável: nem campos, nem negócios, nem saúde, nem bem-estar.
O Senhor quer que a sua casa fique cheia; a sua atitude é sempre salvadora: “Ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes.Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons” (Mt 22 ,-10). Ninguém é excluído da intimidade divina. Só fica de fora aquele que resiste ao amável convite do Senhor, insistentemente repetido.
“Ide às encruzilhadas e convidai para a festa todos os que encontrardes”. São palavras dirigidas a nós, a todos os cristãos, pois a vontade salvífica de Deus é universal; abarca todos os homens de todas as épocas. Cristo, no seu amor pelos homens, procura com paciência infinita a conversão de cada alma, chegando ao extremo de morrer na Cruz. Cada homem pode dizer de Jesus: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl. 2,20).
Desta atitude salvadora do Mestre participamos todos os que desejamos ser seus discípulos. Os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram… Devemos empenhar-nos, com Cristo, na salvação de todas as almas. Não podemos desinteressar-nos de ninguém.
Temos de sentir toda a urgência de levar as almas, uma a uma, até o Senhor. A mesma solicitude com que Cristo nos anima e conforta é a que devemos ter em relação àqueles com quem convivemos diariamente, seguindo o conselho de Santo Inácio de Antioquia: “Leva a todos sobre ti, como a ti te leva o Senhor”.
Ninguém deve passar ao nosso lado sem que as nossas obras lhe falem de Deus.
Mons. José Maria Pereira
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PARA
A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos ou Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR SÁLMICO II: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
-COM JESUS PRESENTE ENTRE NÓS, COM ELE E NELE, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus.
- Bendito
seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação. (Salmo 68:19) Bendito
para sempre o seu glorioso nome, e da sua glória se encha toda a terra (Salmo 72:19).
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus.
- (Salmo 144,1-2 ). Bendito
seja o SENHOR, minha rocha, minha misericórdia
e minha fortaleza, meu alto refúgio e meu libertador; meu escudo, aquele em
quem confio
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus.
- SENHOR, que
é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem, para que o
estimes? O homem é como um sopro; os
seus dias, como a sombra que passa. Todos os dias te bendirei e louvarei o teu
nome para todo o sempre (Salmo 144:3 ).
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus.
- Grande
é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável (Salmo 145,3). Sim,
bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR! (Salmo 144, 15)
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus.
- Eu
te exaltarei, ó Senhor meu Deus e meu Rei; eu te bendirei para sempre todos os
dias de minha vida. O teu reino é de todos os séculos e o teu domínio subsiste
por todas as gerações; eu te louvarei e te bendirei para sempre (Salmo 145 1ss).
T: Bendito
seja o Senhor, o nosso Deus. [ Pai nosso...]
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