29º
DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano
2017 (Adaptado
pelo Diácono Ismael)
Tema; “A
Deus o que é de Deus!”; é a Ele que
devemos subordinar toda a nossa existência.
A primeira leitura sugere
que Deus é o verdadeiro Senhor da história e que é Ele quem conduz seu Povo à
felicidade e à realização plena. Os homens na história são apenas os
instrumentos de Deus para concretizar os seus projetos de salvação.
O Evangelho: O homem pertence
a Deus. Tudo o resto deve ser relativizado.
A segunda leitura
apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do
seu caminho, vive numa fé ativa, numa caridade e numa esperança
inabalável.
PRIMEIRA
LEITURA (Is 45,1.4-6) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu Ungido: “Tomei-o
pela mão para submeter os povos ao seu domínio, dobrar o orgulho dos reis,
abrir todas as portas à sua marcha e para não deixar trancar os portões. Por
causa de meu servo Jacó e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome;
reservei-te, e não me reconheceste. Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de
mim não há deus. Armei-te guerreiro, sem me reconheceres, para que todos
saibam, do Oriente ao Ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o
Senhor, não há outro”.
AMBIENTE - O texto é do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55), um profeta anônimo da escola de Isaías, que cumpriu a sua missão profética na Babilônia entre 550 e
Durante o reinado de Nabônides, rei
da Babilônia, desponta na Pérsia em 553 a .C., Ciro, rei dos Persas, conquista a
capital da Média (Ecbátana) e junta no mesmo império os Medos e os Persas.
Depois (547 a .C.),
marcha contra a Lídia, conquista Sardes e apodera-se da maior parte da Ásia
Menor. Nos anos seguintes, uma série de vitórias dão-lhe o domínio do Irã
oriental, do Afeganistão e do Turquestão, até à Índia. Dirige, em seguida, os
seus exércitos contra a Babilônia e, em 539 a .C., entra vitorioso na capital babilônica
onde, sem qualquer oposição, é recebido como libertador. As notícias que chegam
sobre as vitórias de Ciro fazem os exilados sonhar com a proximidade da
libertação do cativeiro. À alegria pela libertação iminente junta-se, no
entanto, alguma confusão e perplexidade… Então o libertador não vai sair do
meio do Povo de Deus, mas é um rei estrangeiro? E quando a libertação
acontecer, a quem deve ser atribuída: a Jahwéh, o Deus dos exilados judeus, ou
a Marduk, o deus de Ciro? Jahwéh ter-se-á desinteressado do seu Povo? Ou terá
perdido o seu poder?
Trata-se de um problema teológico
sério que, em última análise, pode determinar a manutenção ou não da fé do Povo
em Jahwéh. O Deutero-Isaías vai procurar esclarecer esta questão e explicar o
papel de Jahwéh nos acontecimentos.
MENSAGEM - O Deutero-Isaías não tem dúvidas:
Jahwéh é o verdadeiro condutor de todo o processo que vai culminar na
libertação do Povo de Deus. Ciro, o grande rei que se apresta para derrubar o
poderio babilônico, é “o ungido” (“o messias”; “o cristo”) de Jahwéh. Dizer que
Ciro é “o ungido” significa dizer que ele recebeu a “unção” com óleo; e que,
através dessa “unção”, Ciro recebeu o Espírito de Deus e foi investido para uma
missão. Portanto, Deus escolheu Ciro, derramou sobre ele o seu Espírito e
concedeu-lhe poder (“cingi-te”) para que ele, desempenhando a sua missão real,
se tornasse o instrumento de Deus no mundo. Ciro foi designado por Deus para
“subjugar as nações”. No entanto, o que é aqui preponderante é que essa missão
deve concretizar-se em benefício do Povo de Deus: se Deus chamou Ciro “pelo
nome”, lhe deu “um título glorioso” e lhe confiou o poder sobre as nações foi,
nas palavras de Jahwéh, “por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu
eleito…”. Ciro aparece, claramente, como o instrumento através do qual Deus atua
no mundo e na história e realiza os seus projetos de salvação e de libertação
do seu Povo. É através dos homens que Deus intervém no mundo. O Deutero-Isaías deixa claro que só Jahwéh é o Senhor da história e
que, fora d’Ele, não há Deus. Ciro ainda não conhece Jahwéh; mas, sem o saber,
ele está a realizar o projeto do Senhor. Portanto, é a Jahwéh e não a Marduk
que os exilados devem agradecer a sua libertação. Embora servindo-se de um rei
estrangeiro, Jahwéh vai mostrar a Judá que é esse Deus salvador e libertador,
em quem o Povo pode sempre confiar.
ATUALIZAÇÃO - • Também nós ficamos, tantas
vezes, perplexos diante dos acontecimentos do nosso tempo. Não percebemos o
significado nem o alcance de certos eventos e não conseguimos saber para onde é
que a história nos conduz. Sentimo-nos perdidos, assustados, à deriva, como
barco sem leme… E, para além disso, Deus parece manter-se em silêncio, sem
mexer um dedo, aos dramas que marcam nossa caminhada. Perguntamo-nos: onde está
Deus, quando a história humana parece percorrer caminhos difíceis? Porque é que
Ele deixa que os homens destruam o planeta, cultivem a exploração e a
injustiça, mantenham tantos homens, mulheres e crianças amarrados à miséria e à
escravidão? A primeira leitura deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona
os homens. Ele encontra sempre formas de intervir na história e de concretizar
os seus projetos de vida, de salvação, de libertação… Talvez as intervenções de
Deus nem sempre sejam à luz da lógica dos homens; talvez nem sempre consigamos
perceber o verdadeiro alcance dos projetos de Deus; mas Deus lá está, como
Senhor da história, conduzindo o mundo de acordo com o projeto de vida que Ele
tem para os homens e para o mundo. Resta-nos, mesmo quando não percebemos os
seus critérios, confiarmos e entregarmo-nos em suas mãos.
• Normalmente, Deus não intervém na
história através de manifestações impressionantes, espetaculares, caídas do
céu, que se impõem como verdades infalíveis e que deixam os homens espantados…
Deus atua no mundo com simplicidade e discrição, através de pessoas – muitas
vezes pessoas limitadas, pecadoras, “normais” – a quem Ele chama e a quem Ele
confia uma missão. O que é fundamental é que cada homem ou cada mulher que Deus
chama esteja disponível para acolher esse chamamento e para aceitar ser
instrumento de Deus na construção de um mundo novo.
• Deus pode servir-Se daquele que é
pecador e marginal aos olhos do mundo para oferecer aos homens a vida e a
salvação. O que interessa não são as “qualidades” do intermediário, mas a força
de Deus. É necessário ter isto presente… Se conseguimos fazer algo para tornar
o mundo um pouco melhor, isso não se deve às nossas brilhantes qualidades, mas
a esse Deus que age por nosso intermédio.
SALMO
RESPONSORIAL / Sl 95 (96)
Ó família
das nações, dai ao Senhor poder e glória!
• Cantai ao Senhor Deus um canto novo, /cantai ao
Senhor Deus, ó terra inteira! /
Manifestai a sua glória entre as nações / e entre os
povos do universo seus prodígios!
• Pois Deus é grande e muito digno de louvor, / o mais
terrível e maior que os outros deuses, /
porque um nada
são os deuses dos pagãos. / Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus.
• Ó família das nações, dai ao Senhor, / ó nações, dai
ao Senhor poder e glória, /
dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! / Oferecei
um sacrifício nos seus átrios.
• Adorai-o no esplendor da santidade, / terra inteira,
estremecei diante dele! /
Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”, / pois os
povos ele julga com justiça.
EVANGELHO (Mt 22,15-21) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, os fariseus fizeram um plano para
apanhar Jesus em alguma palavra. Então mandaram os seus discípulos, junto com
alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: “Mestre, sabemos que és
verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar
pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. Dize-nos,
pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?” Jesus percebeu a
maldade deles e disse: “Hipócritas! Por que me preparais
uma armadilha? Mostrai-me a moeda do imposto!” Levaram-lhe então a moeda. E
Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição desta moeda?” Eles responderam:
“De César”. Jesus então lhes disse: “Dai pois a César oque é de César, e a Deus
o que é de Deus”.
AMBIENTE
- No
confronto final entre Jesus e os dirigentes judeus, Jesus conta-lhes três
parábolas (que lemos e meditamos nos últimos três domingos). Na primeira,
identifica-os com o filho que disse “sim” ao seu pai, mas que não foi trabalhar
no campo (cf. Mt 21,28-32); na segunda, equipara-os aos vinhateiros maus que
tiveram a ousadia de matar o filho (cf. Mt 21,33-46); na terceira, compara-os
com os convidados para o banquete que rejeitaram o convite (cf. Mt 22,1-14).
Irritados com a ousadia de Jesus e questionados pelas suas comparações, os
líderes judaicos procuram um pretexto para o acusar. É neste contexto que
Mateus nos vai apresentar três controvérsias entre Jesus e os fariseus (cf. Mt
22,15-22.23-33.34-40). Em qualquer caso, o objetivo é encontrar argumentos para
apresentar em tribunal contra Jesus.
A primeira questão que os fariseus
põem a Jesus é muito delicada. Diz respeito à obrigação de pagar os tributos ao
imperador de Roma… Além dos impostos indiretos (portagens, direitos
alfandegários, taxas várias), as províncias romanas pagavam ao Império o
tributo, que era uma quantia estipulada por Roma e que todos os habitantes do
Império deviam pagar. Era considerado um sinal da sujeição a Roma. A questão
que põem a Jesus é, portanto, esta: é lícito pactuar com esse sistema gerador
de escravidão e de injustiça?
Os partidários de Herodes e os
saduceus (a alta aristocracia sacerdotal) estavam de acordo com o tributo, pois
aceitavam a sujeição a Roma. Os movimentos revolucionários, no entanto, estavam
frontalmente contra, pois consideravam o imperador um usurpador do poder que só
pertencia a Jahwéh e interditavam aos seus partidários o pagamento do dito
tributo. Os fariseus, embora não aceitando o tributo, tinham uma posição
intermediária e não propunham uma solução violenta para a questão… Se Jesus se
pronunciasse a favor do pagamento do tributo, seria acusado de defender a
usurpação pelos romanos do poder que pertencia a Jahwéh; mas se Jesus se
pronunciasse contra o pagamento do imposto, seria acusado de revolucionário,
inimigo da ordem romana…
MENSAGEM - Confrontado com a questão, Jesus
convidou os seus interlocutores a mostrar a moeda do imposto e a reconhecerem a
imagem gravada na moeda (a imagem de César). Depois, Jesus concluiu: “dai a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Provavelmente, Jesus quis
sugerir que o homem não pode nem deve alhear-se das suas obrigações para com a
comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um
cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o
que é de César”. No entanto, o que é mais importante é que o homem reconheça a
Deus como o seu único senhor. As moedas romanas têm a imagem de César: que
sejam dadas a César. O homem, no entanto, não tem inscrita em si próprio a
imagem de César, mas sim a imagem de Deus (cf. Gn 1,26-27: “Deus disse:
‘façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança’… Deus criou o ser humano à
sua imagem, criou-o à imagem de Deus”): portanto, o homem pertence somente a
Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-lo como o seu único senhor.
Jesus vai muito além da questão que
Lhe puseram… Recusa-Se a entrar num debate de caráter político e coloca a
questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a
questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento ou do não
pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus
como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus (ele foi
criado por Deus, pertence a Deus e transporta consigo a imagem do seu senhor e
seu criador). Jesus deixa claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar
toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado,
inclusive a submissão ao poder político.
ATUALIZAÇÃO
• A questão
essencial que o nosso texto aborda é esta: o homem pertence a Deus e deve
considerar Deus o seu único senhor e a sua referência fundamental. No entanto,
embriagados pelo turbilhão das liberdades e das novas descobertas, os homens do
nosso tempo consideraram que eram capazes de descobrir, por si próprios, os
caminhos da vida e da felicidade e que podiam prescindir de Deus… Instalaram-se
no orgulho e na autossuficiência e deixaram Deus de fora das suas vidas. É
preciso voltarmos a Deus e redescobrirmos a sua centralidade na nossa
existência. Fomos criados para a comunhão com Deus e só nos sentiremos felizes
e realizados quando nos entregarmos nas suas mãos e fizermos d’Ele o centro da
nossa caminhada.
• Em muitos casos, Deus foi apenas
substituído por outros “deuses”: o dinheiro, o poder, o êxito, a realização
profissional, a ascensão social, o clube de futebol… tomaram o lugar de Deus e
passaram a dirigir e a condicionar a vida de tantos dos nossos contemporâneos.
Quase sempre, no entanto, essa troca trouxe, apenas, escravidão, alienação,
frustração e sentimentos de solidão e de orfandade…
• O homem e a mulher foram criados à
imagem de Deus. Eles não são, portanto, objetos que podem ser usados,
explorados e alienados, mas seres revestidos de uma suprema dignidade, de uma
dignidade divina. Apesar da Declaração Universal dos Direitos do Homem, há
milhões de homens, mulheres e crianças que continuam, todos os dias, a ser
maltratados, humilhados, explorados, desprezados, diminuídos na sua dignidade.
Destruir a imagem de Deus que existe em cada criança, mulher ou homem, é um
grave crime contra Deus. Devemos sentir-nos responsáveis sempre que algum irmão
ou irmã é privado dos seus direitos e da
sua dignidade; e temos o dever de lutar
contra todos os sistemas que atentem contra a vida e a dignidade de
qualquer pessoa.
• Para o cristão, Deus é a
referência fundamental e está sempre em primeiro lugar; mas isso não significa
que o cristão viva à margem do mundo e se demita das suas responsabilidades na
construção do mundo. O cristão deve ser um cidadão exemplar, que cumpre as suas
responsabilidades e que colabora na construção da sociedade humana. Ele
respeita as leis e cumpre pontualmente as suas obrigações tributárias, com
coerência e lealdade. Não foge aos impostos, não aceita esquemas de
corrupção, não infringe as regras legalmente definidas. Vive de olhos
postos em Deus; mas não se escusa a lutar por um mundo melhor e por uma
sociedade mais justa e mais fraterna.
8. SEGUNDA
LEITURA (1Ts 1,1-5b) Leitura da Primeira
Carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos
tessalonicenses, reunida em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: a vós, graça e
paz! Damos graças a Deus por todos vós, lembrando vos sempre em nossas orações.
Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o
esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus
Cristo. Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos.
Porque o nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas
também mediante a força que é o Espírito
Santo; e isso, com toda a abundância.
AMBIENTE – Tessalônica era, no século I da nossa era, a cidade mais importante da Macedônia. Importante porto marítimo e cidade de intenso comércio, era uma encruzilhada religiosa, na qual os cultos locais coexistiam lado a lado com todo o tipo de propostas religiosas vindas de todo o Mediterrâneo.
Tessalônica foi evangelizada por
Paulo durante a sua segunda viagem missionária, provavelmente no Inverno dos
anos 49-50. Paulo chegou a Tessalônica acompanhado de Silvano e Timóteo, depois
de ter sido forçado a deixar a cidade de Filipos. O tempo de evangelização foi
curto – talvez uns três meses; mas foi o suficiente para fazer nascer uma comunidade
cristã numerosa e entusiasta, constituída majoritariamente por pagãos
convertidos. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela
reação da colônia judaica… Os judeus acusaram Paulo de agir contra os decretos
do imperador e levaram alguns cristãos diante dos magistrados da cidade (cf. At
17,5-9). Paulo teve de deixar a cidade às pressas, de noite (cf. At 17,10-15).
Entretanto, Paulo tinha a
consciência de que a formação doutrinal da comunidade cristã de Tessalônica
ainda deixava muito a desejar. A jovem comunidade, fundada há pouco tempo e
ainda insuficientemente catequizada, estava quase desarmada nesse contexto
adverso de perseguição e de provação (cf. 1 Tes 3,1-10). Preocupado, Paulo
enviou Timóteo a Tessalônica, a fim de saber notícias e encorajar os
tessalonicenses na fé (cf. 1 Tes 3,2-5). Quando Timóteo voltou e apresentou o
seu relatório, Paulo estava em Corinto. Confortado pelas informações dadas por
Timóteo, o apóstolo decidiu escrever aos cristãos de Tessalônica, felicitando-os
pela sua fidelidade ao Evangelho. Aproveitou também para esclarecer algumas
dúvidas doutrinais que inquietavam os tessalonicenses e para corrigir alguns
aspectos menos exemplares da vida da comunidade.
MENSAGEM - Paulo, Silvano e Timóteo estão
profundamente agradecidos a Deus, pela ação de Deus na vida da comunidade
cristã de Tessalônica. Diante da proposta do Evangelho, os tessalonicenses
responderam generosamente, com uma fé ativa, uma caridade esforçada e uma
esperança firme. A “fé ativa” traduz a realidade de uma adesão ao
Evangelho que não se manifesta só em palavras, mas também em atitudes concretas
de transformação; a “caridade esforçada” dá conta de um amor que não é
teórico mas é efetivo, e que se traduz em gestos de entrega, de partilha, de
doação; e a “esperança firme” define essa confiança inabalável dos
tessalonicenses em Deus e na vida nova que Ele reserva àqueles que O amam –
confiança que, nem a hostilidade do mundo, nem as dificuldades da vida
conseguem deitar por terra. Na verdade, tudo isto resulta do fato de os
tessalonicenses terem sido “escolhidos” por Deus. No Antigo Testamento, a
“eleição” é um privilégio de Israel, escolhido por Deus de entre os outros
povos, não em virtude dos seus méritos particulares, mas como resultado da
graça e do amor de Deus; agora, são as comunidades cristãs de origem pagã que
são objeto do mesmo privilégio, que tem a sua fonte no amor gratuito do Deus
salvador.
O Evangelho que Paulo, Silvano e
Timóteo anunciaram aos tessalonicenses não foi um discurso feito de belas
palavras, mas foi uma Boa Nova de Deus, poderosa e transformadora, que
encontrou eco no coração dos tessalonicenses que, pela ação do Espírito Santo,
deu frutos de fé, de amor e de esperança. É por tudo isto que Paulo, Silvano e
Timóteo louvam o Senhor.
ATUALIZAÇÃO
• Hoje, uma
comunidade cristã que viva, com fidelidade, a fé, a esperança e a caridade, não
será notícia; em contrapartida, os meios de comunicação social explorarão os
escândalos …
• O nosso texto convida-nos a
potenciar o louvor e o agradecimento a Deus.
Dehonianos
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Pe.
Antônio :
Deus e César
O Cristão é um cidadão como todos os
outros: desfruta dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres. E os impostos,
ele é obrigado a pagar?
As Leituras nos dão uma resposta...
Na 1aLeitura, um rei pagão foi
"instrumentos de Deus" para
libertar o seu povo da escravidão da Babilônia. (Is 45,1.4-6)
Ciro, Rei da Pérsia, foi um excelente
comandante e político iluminado. Conquistou todos os impérios do oriente,
inclusive a Babilônia.
No ano 538, depois de conquistar a
Babilônia, permitiu aos judeus voltarem à própria terra e
começarem a reconstruir o templo e a
cidade de Jerusalém.
O profeta chama o rei pagão de "ungido do Senhor".
Ciro torna-se instrumento de Deus, mesmo
sem o conhecer, sem mesmo ser membro do povo da Aliança.
* O texto sugere que Deus é o verdadeiro
"Senhor da História" e que é Ele quem conduz a caminhada do
seu Povo. Deus pode se servir de qualquer pessoa para realizar seus projetos.
Pode se servir de dirigentes até sem
religião, desde que sejam competentes,
honestos e saibam promover o bem-estar e a paz.
- O contrário também pode acontecer: Nem
toda pessoa "religiosa" e bem intencionada tem a necessária
competência para uma função pública.
No Evangelho, Jesus responde a
uma pergunta política. (Mt
22,34-40)
Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao poder romano,
fazem uma pergunta capciosa: "É permitido ou não pagar o TRIBUTO a
César?"
- Se dissesse SIM: apareceria como colaborador
da dominação romana.
Se dissesse NÃO: seria denunciado às autoridades romanas como
subversivo.
- Jesus percebe a armadilha. Pede uma
moeda e pergunta: "De quem é essa imagem?
"Dai pois a César o
que é de César..." e acrescenta:
"...e a Deus o que é de Deus"
+ "Dar
a César o que é de César e a Deus o que é de Deus":
"Dar" significa aqui "devolver"
a cada um o que lhe pertence.
Não deve dar a César o que não lhe
pertence: a ADORAÇÃO, devida unicamente a Deus (não aos imperadores...).
* Jesus não nega o pagamento do tributo
imperial.
O amor a Deus não tira as obrigações
para com a nação.
Mas questiona a pretensão de César de se
nivelar a Deus e exigir dos súbditos culto só devido a Deus.
+ Um Perigo: Tirar o lugar de Deus.
- Uns reconhecem a autoridade do
império, por isso servem aos interesses dele, pagando o imposto;
- Outros querem reconhecer a autoridade
de Deus, mas deixam de lado o que é de Deus.
O dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão
social, o clube de futebol… podem tomar o lugar de Deus e passam a dirigir e a
condicionar a vida de muitas pessoas.
* Deus é, de fato, nosso único
"Senhor", a quem servimos?
+ Conclusões
da resposta de Jesus:
- "Dar a César..." (a imagem de César)
O Cristão tem obrigações com a Sociedade
em que vive. Nenhum país funciona se a população não der a César o que é de
César... O cristão deve ser um bom cidadão. É uma obrigação moral, além de
civil, contribuir para o bem comum com o pagamento de impostos justos.
- "Dar a Deus"
(o homem foi criado à "imagem" de Deus) Por isso, seus direitos e sua
dignidade devem ser respeitados por todos.
Nós somos o "seu Povo", que não pode ser vendido a nenhum
César.
Tudo
o que temos é Deus que nos deu; devemos “devolver” em gratidão, oração, amor e
ser auxílio a todos os seus filhos, os nossos irmãos e irmãs que conosco vivem
neste mundo.
- Dar à Comunidade cristã (devemos ser membro vivo e atuante...)
A Igreja no Brasil nos pede que todos devemos:
"EVANGELIZAR, a partir de Jesus
Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e
profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da
evangélica opção preferencial pelos pobres,
para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo". (DGAE)
- Colaborar pela sua manutenção, com
o Dízimo...
A Bíblia fala e condena os que "sonegam" o tributo do
templo...
+ Estamos, de fato, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?
Não podemos "sonegar" o nosso tributo nem a Deus, nem à Nação,
nem à Comunidade...
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia
de D. Henrique Soares Mt 22,15-21
"Dai
a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus". Eis, caríssimos
irmãos no Senhor, a frase que resume perfeitamente a Liturgia da Palavra deste
Domingo. Frase tão conhecida, tão repetida e tão poucamente compreendida! E, no
entanto, uma das frases mais radicais e revolucionárias do Evangelho; frase que
bem serve de bandeira para os crentes do mundo descrente de hoje.
Recordemos o contexto. Os inimigos de
Jesus prepararam-lhe uma inteligente armadilha. Primeiro o elogiaram com um
elogio hipócrita, mas, fiel à realidade, que nos mostra bem a grandeza de caráter
do Senhor nosso: "Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato,
ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros,
pois não julgas um homem pelas aparências". Que belo elogio! Que belo
exemplo a ser seguido! Mas, eis que vem a armadilha: "É lícito ou não
pagar o imposto a César?" Se Jesus respondesse "sim", seria
acusado de peleguismo, de colaboracionismo com os opressores pagãos romanos,
impuros e odiados pelo povo; se respondesse "não", seria acusado de
revoltoso anti-romano diante de Pôncio Pilatos pelos seus próprios inimigos; se
respondesse "não sei", seria desmoralizado como um rabi incompetente
e estulto. Eis, pois: a armadilha era perfeita! Mas, a resposta de Jesus foi
mais perfeita ainda, verdadeiramente admirável! Pediu uma moeda, perguntou de
quem era a inscrição... "Então, se usais a moeda de César, é porque César
é quem manda de fato! Dai, pois, a César o que é de César!" E, então vem o
complemento. Impressionante: "Mas, dai a Deus o que é de Deus!"
Que significa tal resposta? À primeira
vista, Jesus estaria dividindo o mundo, as realidades, em duas áreas: uma para
Deus e outra para César. Deus e César, lado a lado... Nada disso! Ao ensinar a dar a César o que é de César,
o Senhor nos convida a respeitar as estruturas da sociedade em que vivemos, a
levá-las a sério, a bem viver nelas. César, aqui, significa o mundo em que
vivemos, com toda sua riqueza e complexidade. César é a política, César é a
Pátria, a família; César é o trabalho, o emprego, o esporte que praticamos;
César são os amigos e os sonhos nossos... Tudo quanto é humano e legítimo pode
e deve ser apreciado e respeitado pelos cristãos. Podemos dar a César o que
é de César, sem medo nem temor! Mas, ao ensinar e exortar a dar a Deus o que é
de Deus, o Senhor nos recorda com toda seriedade que somente Deus é Deus. E o que se deve dar a Deus? Tudo;
absolutamente, tudo! De Deus é a nossa vida, de Deus é a nossa morte, de Deus é
tudo quanto temos, vivemos e somos: Dai a César o que é de César, mas recordai
que também César pertence a Deus! César não é Deus! E aqui está o genial e
admirável da resposta de Nosso Senhor. César se julgava Deus, era chamado
"Divino César", considerava-se senhor da vida e da morte! Ora, Jesus
nega a César tal pretensão! César é somente César e, como César, morrerá!
Somente o Senhor é Deus! A ciência não é Deus, a tecnologia não é Deus, os
grandes do mundo não são Deus! Só o Senhor é Deus! São Paulo faz eco a
essas palavras de Jesus ao nos afirmar: "Tudo pertence a vós: Paulo,
Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte,
as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo e Cristo
é de Deus" (1Cor 3,21-23).
A
grande tentação nossa é colocar no lugar de Deus os tantos césares da vida. Não se endeusa
a ciência? Não se absolutiza a tecnologia, não se adora o sexo? Os grandes do
mundo – grandes pelo poder, ou pela riqueza, ou pelo sucesso – não se acham
divinos, sem reconhecer, como Ciro, na primeira leitura de hoje, que tudo vem
de Deus, que estamos nas suas mãos, que tudo é, misteriosamente, fruto da sua
providência?
Cristão, tu deves participar da vida da
humanidade, deves ser homem entre os homens, deves participar da construção da
sociedade... Tu deves saber apreciar o que de bom e de belo existe no mundo...
Mas, não te esqueças: nada disso é Deus, nada
disso merece tua adoração, nada disso deve prender teu coração: nem família,
nem pátria, nem amigos, nem posse, idéias ou poder! Só o Senhor é Deus! A
César, o que é de César; a Deus tudo, pois tudo é de Deus! Viver assim é
crer de verdade, é levar Deus a sério de verdade! Grande ilusão nossa é pensar
que podemos colocar Deus no meio de tantos e tantos amores, de tantas e tantas
paixões, fazendo dele apenas mais uma, entre tantas realidades da vida. Não!
Ele é tudo, ele é o Tudo, como dizia São Francisco de Assis: "Tu és o Bem,
todo o Bem, o Bem universal!"
Caríssimos, que
na oração, na experiência da vida sacramental e na escuta da Palavra do Senhor
nós aprendamos e reconhecer Deus como Deus na nossa vida. Para que, como aconteceu com os cristãos de
Tessalônica, na segunda leitura de hoje, estejam diante de Deus sem cessar "a
atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança
em nosso Senhor Jesus Cristo".
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Sem cera!
“Mestre, sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho
de Deus em toda a verdade, sem te preocupares com ninguém, porque não olhas
para a aparência dos homens” (Mt 22,16). Os homens que falam são aduladores! E
Jesus não se deixa conquistar pela duplicidade da linguagem, nem pela malícia
daqueles homens. O Evangelho descobre a falsidade deles logo no começo da
narração; eram discípulos daqueles fariseus que tinham deliberado “sobre a
maneira de surpreender Jesus nas suas próprias palavras” (Mt 22,15).
Afirmava um amigo meu que cada um de nós leva dentro
um “pequeno fariseu” ou um “discípulo de fariseu”. E tem razão! Frequentemente,
podemos procurar parecer o que não somos para agradar, para subir na vida, para
alcançar uma posição social, para… Desta maneira, se pode passar a vida com um
disfarce no rosto, ocultando assim o que há de mais belo em nós ou não
permitindo que as coisas sejam curadas porque não mostramos ao médico divino as
nossas feridas.
Deus realmente não gosta da falta de sinceridade. “Os
discípulos de Cristo “revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus, na
justiça e santidade da verdade” (Ef 4,24). “Livres da mentira” (Ef 4,25), devem
“rejeitar toda maldade, toda mentira, todas as formas de hipocrisia, de inveja
e maledicência” (1 Pd 2,1)” (Cat. 2475).
Explica um autor que “os romanos, na sua paixão pelo
belo e pelo autêntico, admiravam as expressões artísticas mais perfeitas e
genuínas, e não admitiam defeitos nas obras de arte. Por isso, quando um
escultor falhava, procurava dissimular o defeito cobrindo a irregularidade com
cera. E quando a estátua saía perfeita das suas mãos, dizia-se que estava
completa, íntegra, autêntica, sine cera – “sem cera”. Daí deriva a expressão
sincera” (R. Llano Cifuentes, Vidas sinceras).
Devemos ser assim diante de Deus, “sem cera”, isto é,
sinceros; é preciso que sejamos sinceros, bem sinceros: com o nosso confessor,
com o diretor espiritual, com aquelas pessoas que tem como encargo saber aquilo
que devem saber sobre nós para ajudar-nos. Nós, os cristãos, não participamos
das festas de disfarces espirituais porque sabemos que diante de Deus somos o
que somos, e nada mais. A máscara que as vezes queremos fazer para nós e que
talvez até chamaria a atenção dos outros, nada vale diante de Deus. Jesus
conhece até o mais profundo do ser humano, nada se pode esconder dele, muito
menos continuar com um disfarce que vele o rosto. Caso contrário, podemos
escutar do Senhor aquela palavra que é bastante forte: “hipócritas” (Mt 22,18).
A sinceridade nos leva à autenticidade, a sermos nós
mesmos. Também nos leva à simplicidade: nada temos que esconder, somos sempre o
que somos e nos mostramos como somos diante dos outros. A pessoa sincera é
simples, não anda com complicações, com cavilações inúteis. Uma pessoa sincera
é humilde, virtude esta que muito agrada a Deus e atrai novas graças.
Gostaria de insistir num aspecto da sinceridade que é
capital. Trata-se daquela sinceridade total que devemos ter no sacramento da
confissão. Lá vamos para dizer as podridões, os pecados; para mostrar as
feridas, as chagas, as coisas feias. Nenhum padre espera que cheguemos ao
confessionário para dizer as nossas virtudes, as coisas boas que fizemos ou como
somos pessoas “nota 10” .
Não! Para isso não é o sacramento da confissão. Vamos confessar-nos para dizer
os pecados, ser perdoados e ficar reconciliados com Deus e com sua Igreja.
Devemos ser, portanto, bem sinceros. Melhor ainda se começarmos a falar aquelas
coisas que nos parecem mais difíceis de dizer, as que nos causam maior
vergonha. Deus nos livre de esconder por vergonha algum pecado, neste caso a
nossa confissão seria inválida e nenhum pecado seria perdoado. Outra coisa é
quando a gente se esquece de dizer algum pecado. Neste caso, todos os pecados
ficam perdoados, podemos ficar bem tranquilos depois da confissão e continuar
comungando; na próxima que nos confessarmos diremos aquilo que tínhamos
esquecido.
Sinceridade! Sinceridade! Sinceridade! Desta maneira
tudo se resolverá, mais cedo ou mais tarde. Confiemos no Senhor, digamos-lhe o
que está acontecendo conosco e ele nos dirá aquilo que ele quer de nós. Sejamos
sinceros com Deus, pois ele sempre o é conosco.
Homilia do Pe. Françoá Costa
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HOMILIA DO Mons. José Maria Pereira: Os Cristãos e a Política
No Evangelho (Mt22, 15-21) Jesus responde a uma
pergunta política.
Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao
poder romano, fazem uma pergunta capciosa: “é permitido ou não pagar o tributo
o César?”;
Se dissesse sim: apareceria como colaborador da
dominação romana.
Se dissesse não: seria denunciado às autoridades
romanas como subversivo.
Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta:
“De quem é essa imagem? Daí a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus”.
Jesus dá uma resposta cheia de profundidade divina,
que soluciona com toda a exatidão o problema que lhe tinham proposto, mas ao
mesmo tempo vai muito além do que lhe tinham perguntado. Não se limita ao sim
ou ao não. Dai a César o que é de César, diz-lhes. Quer dizer, dai-lhe aquilo
que lhe corresponde, mas não mais do que isso, porque o Estado não tem poder e
domínio absolutos.
As autoridades públicas estão gravemente obrigadas a servir
o bem comum sem buscar o proveito pessoal; a legislar e governar com o mais
pleno respeito pela lei natural e pelos direitos da pessoa: em favor da vida
desde o momento da sua concepção, que é o primeiro de todos os direitos; da
família, que é a origem da sociedade; da liberdade religiosa; do direito dos
pais à educação dos filhos… “Ai daqueles que fazem leis injustas!” (Is 10,1),
clama o senhor pela boca do profeta Isaías. Rezar pelos que estão constituídos
em autoridade é um dever de todos os cristãos, pois é muito grande a
responsabilidade que pesa sobre eles.
Por sua vez, como cidadãos iguais aos outros, os
cristãos devem ser homens e mulheres que cumprem escrupulosamente os seus
deveres para com a sociedade, para com o Estado, para com a empresa em que
trabalham… Esta fidelidade é para os cristãos um dever de consciência, pois diz
respeito a prestações que se enquadram no seu caminho de santidade. O pagamento
dos impostos justos, o exercício responsável do voto, a colaboração nas
iniciativas que têm em vista o bem público, a intervenção na política quando a
pessoa se sente chamada a isso…, são tarefas próprias de qualquer cidadão, mas
no cristão tornam-se veículos para o exercício das virtudes da justiça e da
caridade; são portanto meio de santificação.
Quando o cristão atua na vida pública, no ensino, em
qualquer iniciativa cultural…, não pode ocultar a sua fé, pois “a distinção
estabelecida por Cristo não significa, de modo algum, que a religião tenha que
ser relegada ao templo – à sacristia -, nem que a ordenação dos assuntos
humanos deva ser feita à margem de toda a lei divina e cristã” (São Josemaría
Escrivá). Antes pelo contrário, os cristãos devem ser sal e luz no lugar onde
se encontram, devem converter o mundo num lugar mais humano, habitável, onde os
homens encontrem com facilidade o caminho que leva a Deus.
Os fiéis leigos cumprem “esta missão da Igreja no
mundo, antes de tudo por aquela coerência da vida com a fé, pela qual se
transformam em luz do mundo; pela honestidade em qualquer negócio, honestidade
que atrai todos os homens para o amor da verdade e do bem e afinal para Cristo
e a Igreja; pela caridade fraterna, pela qual participam das condições de vida,
trabalho, dores e aspirações dos irmãos, dispondo insensivelmente os corações
de todos para a ação salutar da graça…” (Concílio Vaticano II, A.A, nº13).
Dar a Deus o que é de Deus! Conseguiremos com o
testemunho de uma vida coerente, sentindo-nos filhos de Deus, tanto na praça
pública como na conversa amável na casa de alguns amigos, persuadidos de que só
no seio da Igreja se guardam os valores que podem preencher o tremendo vazio
moral e religioso que encontramos na sociedade. Uma sociedade sem esses valores
está voltada para uma crescente agressividade e também uma progressiva desumanização.
Deus não é uma estrela longínqua, inoperante, mas uma poderosa luz que dá
sentido a todos os afazeres humanos.
Diante das tentativas de afastar Deus da vida dos
homens contemporâneos na pressuposição que Ele diminua a sua liberdade e a
responsabilidade, o Papa Bento XVI durante a recente visita apostólica à
Alemanha, afirmou com renovado vigor: “Onde Deus está presente, há esperança e
abrem-se perspectivas novas e, freqüentemente, inesperadas que vão para além do
hoje e das coisas efêmeras”. Como membro vivo e atuante nas nossas comunidades
somos chamados a participar na vida e ação evangelizadora e missionária da
Igreja. A Igreja no Brasil, nas suas diretrizes gerais, nos pede que todos
devemos: “ Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo,
como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus
e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para
que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo” (DGAE).
Mons. José Maria Pereira
LOUVOR (QUANDO PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR) MT
22, 15-24
- COM JESUS, POR
JESUS E EM JESUS,NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Grande é o senhor, imensa a sua misericórdia.
à Ó Senhor,
nosso Deus e Pai, Vós sois o Senhor que nos conduz pela mão em vossos caminhos.
Pai, somos o vosso povo e sois nosso Deus. Queremos cumprir a missão que nos
destes. Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Grande é o senhor, imensa a sua misericórdia.
à Ó Senhor,
nosso Deus, nós vos louvamos e agradecemos; pela vida, pelo batismo, pela
família e por tudo que nos destes. Sempre necessitamos de vossa ajuda. Muitas
coisas teríamos a lhe pedir, mas Vós conheceis nosso íntimo e sabeis de nossas
necessidades. Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Grande é o senhor, imensa a sua misericórdia.
àSenhor, nós
também queremos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Ajudai-nos para que saibamos amar e respeitar ao nosso irmão e irmã que vivem
ao nosso lado e ser ajuda aos que a nós recorrem. Que vejamos em todos a vossa
imagem e semelhança
T: Grande é o senhor, imensa a sua misericórdia.
à PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro...
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