quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

3º Domingo do tempo comum 2018, homilias, subsídios homiléticos

3º Dom. TC  2018 Ano B - (Diácono Ismael)

SINOPSE
Tema: “Deus no hoje do homem.”
Primeira leitura: Através de Jonas Deus diz que ama a todos e a todos chama à salvação.
Segunda leitura: Paulo nos lembra que o tempo é breve, tudo acaba, mas Cristo nos dá a possibilidade de vida eterna e feliz.
Evangelho: Jesus convida a todos para se tornarem seus discípulos; para isso Ele nos diz: “convertei-vos e crede no Evangelho”.

 PRIMEIRA LEITURA (Jn 3,1-5.10) Leitura da Profecia de Jonas.
...”Levanta-te e põe-te a caminho de Nínive e anuncia-lhe a mensagem”. Nínive era grande; eram necessários três dias para ser atravessada. Jonas ... pregava: “Nínive será destruída”. Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram sacos. Deus compadeceu se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes e não o fez.
AMBIENTE - O “Livro de Jonas” (440 e 410 a.C.). O livro é ficção, escrito  para ensinar e educar. Esdras e Neemias favorecia o nacionalismo, e o fechamento aos outros povos. Considerava-se que todos os outros povos eram inimigos de Deus, odiados por Deus, que deviam ser destruídos por Deus. Reagindo, o autor apresenta um Deus universal, cuja bondade e misericórdia se estendem a todos os povos. A escolha de Nínive não é casual: Nínive, capital do império assírio  era símbolo do imperialismo. Jonas, como os outros, não está interessado que Jahwéh perdoe aos opressores do Povo. Em lugar de se dirigir para Nínive, toma o barco para Társis, Ocidente.
MENSAGEM - desta vez, Jonas aceita a missão, vai a Nínive, os ninivitas escutam-no, fazem penitência e manifestam a vontade de conversão. Finalmente, Deus desiste do castigo.
1 -  Deus ama todos os homens, sem exceção, mesmo os maus, e oferece a salvação.
2 - Os ninivitas “acreditaram em Deus” e se converteram “do seu mau caminho”. Desta forma, o autor denuncia a visão nacionalista, exclusivista. Jahwéh oferece o seu amor e a sua salvação a todos os homens, até aos maus. Desafia os habitantes de Judá a assumirem a mesma lógica de Deus – lógica de bondade, de misericórdia, de perdão, de amor sem limites.
ATUALIZAÇÃO - • A catequese apresenta a misericórdia e bondade de Deus. Deus ama até os maus e os opressores.
Nós preferíamos um Deus mais duro e exigente, que se impusesse aos maus, Mas Ele é amor.
Aqueles que consideramos “maus” estão, às vezes, mais disponíveis para Deus.
Ver em cada homem um irmão, independente da raça, cor pele, cultura, ou até da sua bondade.

EVANGELHO (Mc 1,14-20)... : “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” ...  Jesus viu Simão e André, e ... lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. ... viu também Tiago e João,  ...  e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus.

AMBIENTE - Marcos (cf. Mc 1,14-8,30) tem como objetivo levar à descoberta de Jesus como o Messias. Este percurso de descoberta do Messias termina em Mc 8,29-30, com a confissão de Pedro, (que é a confissão  de todos): “Tu és o Messias”.
hoje, Marcos apresenta os primeiros passos da ação do Messias libertador, convocando discípulos.

MENSAGEM -: “Cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
 “Cumpriu-se o tempo”, a palavra grega “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios. Poderia traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas promessas”.
É o “tempo” do “Reino de Deus”.
A catequese de Israel referia-se a Jahwéh como a um rei que, sentado no seu trono, governa o seu Povo. Mesmo quando Israel passou a ter reis terrenos, esses eram considerados apenas como homens escolhidos e ungidos por Jahwéh para governar o Povo, em lugar do verdadeiro rei que era Deus. Os profetas, por sua vez, vão alimentar a esperança do Povo anunciando a chegada de um tempo, no futuro, em que Jahwéh vai voltar a reinar sobre Israel e vai restabelecer a situação ideal da época de David. Essa missão será confiada a um “ungido” (Messias, Cristo) que Deus vai enviar ao seu Povo. Esse “ungido” estabelecerá um tempo de paz, de justiça, de abundância, de felicidade sem fim – isto é, o tempo do “reinado de Deus”. O “Reino de Deus” é, portanto, uma noção que resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de abundância, preparado por Deus para o seu Povo. Esta esperança está viva na época em que Jesus aparece a dizer: “o tempo completou-se e o Reino de Deus aproximou-se”. Jesus começa a construção desse “Reino” pedindo a conversão (“metanóia”) e o acolhimento da Boa Nova (“evangelho”).
Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores, de modo a que Deus ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível esse mundo novo, sem a renuncia ao egoísmo, orgulho, autossuficiência e passe a escutar a Deus e as suas propostas.
Acreditar” é aderir à pessoa de Jesus, fazer dela o guia da própria vida. “
 “Conversão” e “adesão ao projeto de Jesus” são duas faces de uma mesma moeda de um homem novo, com nova mentalidade e novos valores.
Marcos apresenta-nos os primeiros discípulos. Pedro e André, Tiago e João são os primeiros a responder ao desafio do Reino, apresentado por Jesus. “converter-se” e a “acreditar na Boa Nova” (isto é, a aderir a Jesus, a escutar a sua proposta de libertação, a acolhê-la no coração e a transformá-la em vida).
Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:
1º O chamamento é sempre uma iniciativa de Jesus.
2º Esse chamamento é exigente e radical.
3º Esse chamamento é para aderir à pessoa de Jesus, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova no amor a Deus e aos irmãos.
4º O chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional (Pedro, André, T. e J. limitam-se a “deixar tudo”)
ATUALIZAÇÃO - • Quando contemplamos a realidade de sombras, vemos nos projetos de Deus um mundo diferente – de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz, o “Reino”.
• o “Reino de Deus” exige  “conversão, modificar a mentalidade, valores  e atitudes. de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de comodismo e escutar Deus.
• O“Reino de Deus” exige também o “acreditar” no Evangelho. “Acreditar” é uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu projeto de vida. Jesus propôs amor, doação, serviço, perdão.
• Deus dirige a todos O chamamento. Todos os batizados são chamados a ser discípulos, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho. O chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade.
• O “Reino” já está na nossa história. Não tem fronteiras; através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. é uma realidade em construção. Em cada dia, temos de renovar o compromisso com o “Reino” e na sua edificação.

SEGUNDA LEITURA (1Cor 7,29-31) o tempo está abreviado. Os que têm mulher vivam como se não tivessem; os que choram como se não chorassem; os alegres, como se não estivessem alegres; e os que fazem compras, como se não possuíssem coisa alguma;. Pois a figura deste mundo passa.

AMBIENTE - Na comunidade cristã de Corinto, dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente de cultura pagã. Um choque entre a fé cristã e a cultura helênica é a ética sexual: laxismo (cidade marítima e Afrodite, a deusa do amor); por outro lado, um desprezo pela sexualidade (tendência filosófica platônica). Provavelmente, tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimônio ou o do celibato. Paulo considera que não tem “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).
MENSAGEM - “o tempo é breve. As realidades terrenas são passageiras e não devem ser absolutizadas. O cristão, embora amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante é o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto deve subjugar-se a isto. Para os crentes a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso relativizar as realidades transitórias, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO • A todo o instante temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, os preconceitos e interesses egoístas interferem nas opções. Muitas vezes, endeusamos valores passageiros. O texto sugere: os valores deste mundo não devem ser absolutizados. Não colocar nelas a nossa esperança, a segurança e o objetivo da vida.
=============--------------=========
Antes de sermos pescadores nós fomos pescados pelo Senhor. O primeiro foi a vocação à santidade, chamou-nos desta maneira: “vinde após mim”. Estas palavras significam discipulado, seguimento, imitação fiel, santidade!
Toda a nossa vida deve ser tempo de conversão! Conversão é mudança de valores, é colocar Deus em primeiro lugar, é mudar os objetivos, as prioridades. Para seguirmos o Senhor, é preciso que tenhamos a alma livre de todo o apegamento; do amor próprio, riquezas e bens materiais. Quando o coração se enche dos bens da terra, já não resta lugar para Deus.
“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo!” Deus fez-se próximo, Deus veio acolher, consolar, indicar o caminho, salvar! Em Jesus, o Filho amado, Deus veio revelar sua paternidade sobre o aflito, o pobre, o pecador. Chegou o Reino: Deus veio consolar o seu povo!
Senhor intima o povo: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Os israelitas não estavam esperando o Reino? Por que precisam se converter? O Reino que Jesus veio trazer não é sob medida, como gostaríamos. O Senhor não vem nos trazer um Deus à nossa medida, para consumo das nossas necessidades, interesses e expectativas. No mundo do fácil, do prático e do descartável, gostaríamos de um deusinho assim… Jesus nos grita: “Convertei-vos! Crede no Evangelho!” O Reino somente será Boa-Notícia para quem abrir-se à esse Deus que chega, exige que saiamos de nós mesmos, como os ninivitas que, escutando o apelo de Jonas, converteram-se! Mais tarde, Jesus irá criticar duramente o seu povo: “Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento, juntamente com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela pregação de Jonas. Mas aqui está algo mais do que Jonas!” (Mt 12,41). A primeira palavra do Senhor no Evangelho é “convertei-vos!” Não é possível domar Jesus, não é possível um cristianismo sob medida! Não é por acaso que o Evangelho de hoje começa falando da prisão de João Batista, aquele santo profeta que preparou a vinda do Reino. O Reino sofre violência; violência do mundo, violência do nosso coração envelhecido pelo pecado, da nossa razão tanta vez fechada para a luz do Cristo. 
“Pescadores de homens” é a vocação de todo cristão: seguir Jesus no caminho da vida. Nesse sentido, a lição é clara: seguir Jesus exige deixar tudo, deixar-se e colocar a vida em relação com o Senhor! Somente assim poderemos acolher o Reino!
Diante da urgência de estar com Jesus, tudo o mais é relativo! Daí a advertência de São Paulo na segunda leitura de hoje: “O tempo está abreviado. ...os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois passa a figura deste mundo”. Aqui, trata-se de colocar as coisas na sua real perspectiva, na perspectiva do Infinito de Deus e da urgência do Reino. O mundo atual deseja que esqueçamos os verdadeiros valores, que deixemos de lado aquilo que realmente importa. E o que importa? “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado!” (Mt 6,33). Somos chamados a abrir nosso coração, nossa vida, nossos valores para o Cristo que nos traz o Reino do Pai do Céu! Mas somente poderemos acolhê-lo com um coração de pobre, com a consciência de que sozinhos, não seremos felizes, não alcançaremos a verdadeira vida!
Caríssimos, convertamo-nos! Levemos a sério que o modo de pensar e sentir de Deus não são o nosso! Tenhamos a coragem de nos deixar por Cristo. São Jerônimo, comentando a atitude dos quatro primeiros discípulos chamados pelo Senhor, afirma: “A verdadeira fé não conhece hesitação: imediatamente ouve, imediatamente crê, imediatamente segue…” Seja assim a nossa fé no Senhor, seja assim nossa adesão ao nosso Salvador! Então, seremos felizes de verdade, porque Cristo nos trouxe a Boa Notícia: Deus nos ama, caminha conosco e nos convida à amizade íntima com ele, nesta vida e por toda eternidade! Amém. - D. Henrique Soares
Pe. Pedrinho =  - responder a chamada de Deus: primeiro chamado é o da vida. São vários os chamados. Jonas é chamado a animar o povo para a conversão. O objetivo dos ninivitas era dominar todos os povos e o profeta lhes pede que convertam. Tarsis não é lugar geográfico, mas expressão “foi para o fim do mundo”. Simão é hebraico e André é grego e são irmãos!!! = unir todos os povos. Os discípulos é que escolhiam os seus mestres. Com Jesus é diferente; ele é que chama os que quer como discípulos. O pescador que pesca, tira o peixe da água e ele morre. O lugar do homem não é na água, temos que pescá-lo para que viva.
==========---------------======
(Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra)
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR NOSSO...
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS CRISTO, NA FORÇA DO E. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
- Senhor nosso Deus, vós sois amor e nos amais mesmo quando nos afastamos de vossos caminhos. Nós somos orgulhosos e muitas vezes nos comportamos como Jonas e não levamos a boa nova da Palavra àqueles que são diferentes. Dái-nos um coração amoroso para que saibamos espelhar o vosso amor e a vossa bondade.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
- Pai de amor, abri nossos olhos para que vejamos além das realidades terrenas e tenhamos coragem para seguir o chamado de vosso Filho, pois pelo batismo fomos convocados a sermos seus discípulos. Enviai-nos a força do Espírito Santo para que sejamos testemunhas de bondade e amor na construção do vosso Reino.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
- Deus eterno e todo Poderoso, nossa limitação não nos permite ver a grandiosidade de vosso Reino. Somos prepotentes, egoístas e orgulhosos, só visando os interesses próprios. Dái-nos mais fé e esperança para que vivamos o projeto que vosso Filho nos ensinou; amor a Deus e amor ao próximo.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
- PAI NOSSO... A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO...

==========-------------==========
HOMILIAS:

HOMILIA DO PE. PEDRINHO

A liturgia de hoje nos leva a contemplar o chamado de Deus. É evidente, que o primeiro chamado que Deus nos faz é à vida; nascemos. Nós não viemos por acidente ou obra do acaso, mas viemos para conhecer o amor de Deus. Dentro desse chamado, nós temos um pedido de Deus; que nós sejamos a sua imagem e semelhança. Portanto, ele espera de cada ser humano a disposição de servir ao irmão, como Ele mesmo faz, servindo toda a humanidade. São vários os tipos de chamados. Cada um, a partir da realidade de cada pessoa. Jonas é chamado por Deus para animar o povo de Nínive, a se converter do pecado, de todo mal que eles realizaram. Nínive é uma cidade importante na época dos profetas, principalmente na época de Jonas. É uma cidade que tem como objetivo dominar todos os povos. Nínive tem como meta eliminar a todos que lhe fizer oposição. É por conta disso que Deus vai dizer a Jonas: você vai lá e peça que eles se convertam. Jonas tem consciência de que assumir esta missão, no mínimo é colocar a sua cabeça a prêmio. Então, Jonas procura dar um jeito; ao invés de ir para Nínive, ele vai para Tarsis. Tarsis não é bem uma cidade geográfica, Tarsis é um modo de dizer “ele foi para o fim do mundo”, na esperança de que ninguém o encontrasse. E nesta ida para Tarsis, ele acaba sendo jogado ao mar e é resgatado por um peixe que o devolve à terra firme, devolve-o em segurança. É assim que Jonas compreende que Deus não mede esforços para salvar aqueles que Ele ama e Ele ama toda a humanidade. E que qualquer pessoa que aceite a proposta, o convite, a missão confiada por Deus, que Deus estará ajudando a esta pessoa a realizar esta missão. É assim que ele perde o medo e vai anunciar para Nínive a conversão, e todos se convertem. É muito interessante observar isto. A experiência de Jonas relatada no livro de Jonas, vai fazer com que São Paulo anime as comunidades para que elas também assumam a sua missão. É isto que nós temos na segunda leitura de hoje. É uma leitura aparentemente complicada, porque São Paulo começa o trecho de hoje dizendo: doravante, quem tiver mulher é como se não tivesse mulher. Então, será que Paulo é contra o matrimônio? De forma alguma! De fato, é preciso entender o contexto, para nós não desvirtuarmos o texto. No tempo que São Paulo escreveu esta carta, era obrigação do marido cuidar da esposa e cuidar de todos os sentidos, de sua segurança, da sua alimentação, do seu vestuário; cuidar totalmente da sua esposa. São Paulo diz: olha, isto não precisa de fé para fazer isto. Você cuidar de quem você ama, é uma consequência lógica. Você cuidar da sua esposa e dos filhos é uma obrigação. Mesmo quem não tem fé, fará isto. Agora, nós que somos cristãos, somos chamados a algo mais. Quão bom começar o quanto antes, pois o tempo é curto. De fato, quanto tempo nós vivemos? Oitenta, cem anos? Se formos observar bem, cem anos não é nada. Se a terra leva um ano para dar uma volta em torno do sol, cem anos são cem voltas e cem voltas não é nada. Então Paulo diz; não se iluda, o tempo é muito curto, muito breve. Portanto, você deve ir muito além de qualquer pessoa responsável. Você não deve somente se preocupar com a sua esposa, você deveria ter uma postura de alguém que não tivesse mulher e iria cuidar de todo mundo e não somente de sua mulher. Não vai ficar chorando a vida inteira um problema, deixa isto de lado e vai ajudar o irmão. Não fique somente nas suas alegrias, mas vá ajudar o irmão para que também ele seja feliz. Saiba aproveitar o seu tempo para construir coisas que enobrecem e integrem todas as pessoas. Tem gente que fica adulando suas compras. Aja como se não tivesse comprado nada. Gaste a vida naquilo que vale a pena. São Paulo nos chama a atenção; nós cristãos somos chamados a ir além daquilo que é o normal e natural para todo mundo. Como cuidar das coisas que valem a pena? Aí vem o Evangelho de hoje. E é muito interessante, porque Jesus vai chamar os seus discípulos, aqui temos o relato dos quatro primeiros: Simão e André seu irmão. É importante observar no tempo em que o Evangelho foi escrito e no tempo de Jesus, normalmente o mestre conseguia reunir no máximo cinco discípulos, mas é importante observar que não era o mestre que escolhia os discípulos, mas eram os discípulos que escolhiam o mestre. Assim nós vamos ver Platão, Aristóteles, outros tantos que foram mestres e que tiveram discípulos. Jesus é diferente. Ele é quem convida os que deseja que sejam seus discípulos. Aqui já temos uma inversão. São Marcos vai dizer no capítulo três, que Ele chamou quem Ele quis.  Então, não adianta ficar perguntando; porque ele chamou fulano e não chamou beltrano? Podemos levantar algumas idéias; uma delas é esta: Simão é nome hebraico, portanto, pertence ao povo judeu. André é nome grego, portanto, pertence a uma outra cultura, é um outro povo. Se ele chama os dois e é colocado como irmãos, é porque Ele quer que todas as culturas sejam unidas. Que todos se sintam e sejam irmãos de fato. Quando Ele chama Simão e André, de fato ele está chamando toda a humanidade. E chama doze apóstolos. Porque? Por que nós temos no Antigo Testamento as doze tribos? Por que Ele quer reunir todo o povo de Deus novamente? Porque Ele quer ser o elo de união entre estes povos e então chama doze, então temos aí algo muito especial. Jesus não chama três ou quatro, o que de fato os mestres da época conseguiam reunir, Mas chama doze. Ele convida para deixar de serem pescadores para serem pescadores de homens. Ora, isto tem um significado muito interessante, porque pescador é uma profissão de muita dignidade, mas é um trabalho relativamente simples; mostra que Jesus não escolhe a pessoa pela classe social ou pelo grau de escolaridade, pela importância na sociedade. Não. Ele chama as pessoas pela disponibilidade de cada um. De tal maneira que estes pescadores vão deixar suas redes para seguir Jesus. É muito interessante que Ele também vai chamar Mateus, que é influente no império, pois caso contrário ele não teria autorização para cobrar impostos. Ele vai chamar o próprio Judas, que é aquele que sabe fazer contas. E nós temos Paulo, que dentre os pensadores cristãos, ninguém superou Paulo. Ele não é somente muito bem preparado, mas uma pessoa de extrema inteligência. Então veja que Jesus chama quem está disponível. Não quem não é estudado, quem não é letrado, quem não tem dinheiro ou quem não tem influência. No seu grupo cabe todos. Talvez por isso Ele chamou quem Ele quis, e cada um com uma personalidade diferente para que todos nós nos sentíssemos chamados. Este é o apelo da liturgia de hoje; somos chamados para sermos pescadores de homens. Isto é muito interessante; o pescador que pesca o peixe, tira o peixe da água e o peixe morre, porque o ambiente natural do peixe é a água. Agora, se o ser humano estiver na água, ele vai morrer, porque o ambiente natural do ser humano não é na água. Quantas vezes nós estamos atolados na lama, sufocados pelos nossos problemas, pelos desafios que aparecem no dia-a-dia, pelos problemas, por uma enfermidade, por uma desarmonia, por falta de um emprego, enfim, são tantos os casos que nos sentimos afogando e então Jesus diz: eu chamo os cristãos para serem pescadores de homens, tirar os homens dessa situação de morte e garantir para eles a vida. Então, ninguém precisa mudar a sua atividade, o seu trabalho, mas colaborar para que o ser humano se sinta melhor, por causa da nossa presença, da nossa atitude. Assim estamos colaborando para que o mundo mude esta situação de morte e tristeza, para uma situação de vida e de alegria. Que possamos estar disponíveis ao chamado de Deus e possamos deixar aquilo que não vale a pena, para servir e colaborar na construção do seu Reino.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO.



==========--------------==============
Pescadores de homens

A Liturgia continua o tema do CHAMADO.
A RESPOSTA do homem passa por um caminho de conversão pessoal e de identificação com Jesus.

A 1ª Leitura apresenta o Profeta Jonas anunciando a Palavra do Senhor aos habitantes de Nínive. (Jn 3,1-5.10)

Os ninivitas creram em Deus, acolheram o apelo de conversão,e provaram a misericórdia de Deus, que é oferecida a todos os povos...

O Salmo nos ensina a caminhar guiados pela bondade e compaixão do Senhor. (Sl 25)

A 2ª Leitura convida a colocar a esperança nos valores eternos,que proporcionam viver como ressuscitados,
dedicados ao serviço do reino. (1Cor 7,29-31)

No Evangelho, Jesus convida os primeiros discípulos a integrarem a sua comunidade. (Mc 1,14-20)

O texto apresenta Jesus no início de sua vida pública,em povoados afastados e desconhecidos da Galiléia, meia pagã

 É o resumo de toda a sua mensagem:

+ Uma Afirmação:
"O tempo já se completou… o Reino de Deus está próximo…"
Reino de Deus resume a esperança de Israel num mundo novo de Paz e de abundância, preparado por Deus ao seu Povo. Era um fato esperado há muito tempo pelo Povo de Deus.
Agora o tempo da espera acabou. O Reino de Deus já chegou, ele já está presente, as promessas estão se realizando.

+ Duas Condições para participar desse Reino:
   Convertei-vos… e crede no evangelho…"

- Converter-se não quer dizer mudar de religião.
Quer dizer mudar a mente e o coração, reformular os valores da vida, para que Deus ocupe nela sempre o primeiro lugar.
É rever e remover em nós tudo aquilo que nos afasta de Deus e dos irmãos…
* Quem precisa de conversão? Só os outros?
                  
- Crer no evangelho não quer dizer apenas conhecer o que está escrito num livro.
Quer dizer aceitar Cristo e todos os valores que ele propõe para a nossa vida.     É escutar a sua palavra e conformar a nossa vida aos seus mandamentos, que se resumem num só: O amor a Deus e ao próximo.

* E nós vivemos de fato o espírito do Evangelho?

+ Um Convite: Para continuar e completar esse Reino,    Cristo convida os primeiros quatro apóstolos e... hoje a todos nós:    "Vinde comigo… farei de vós PESCADORES DE HOMENS".

- Escolhe pessoas ignorantes, pobres, desconhecidas, grosseiras…
  Pareceria mais lógico a nós, que a escolha recaísse sobre os sacerdotes de Jerusalém, sobre os fariseus e escribas, profundos conhecedores da  Bíblia.
  E, no entanto, não… a escolha foi outra! Por que?
- Deus não aparece na imponência dos fatos ou das pessoas, mas na humildade, na simplicidade, onde geralmente existe mais fé…
  Primeiramente ESTAR com ele e depois EVANGELIZAR em seu nome...

+ O Chamado continua hoje:
   Cada um de nós recebeu e recebe continuamente esse chamado à conversão e a seguir Jesus.
   O texto é um Modelo de toda vocação cristã:

- É sempre uma iniciativa de Jesus dirigida a pessoas "normais".
  Não aconteceu enquanto estavam rezando ou fazendo algo de extraordinário, mas enquanto estavam simplesmente exercendo a sua profissão. 
- É sempre é radical e incondicional:
  O "Reino" deve ser um valor fundamental, a prioridade, o principal objetivo do discípulo para seguir Jesus
  e para se integrar à comunidade do Reino. 
- É um chamamento para aderir à pessoa de Jesus, para fazer com Ele uma experiência de vida, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.
- Exige uma resposta imediata, desapego e fidelidade.

Esse chamamento é uma missão especial no mundo e na Igreja, confiada a todas as pessoas.
Todos os batizados são chamados a serem discípulos de Jesus, a "converterem-se", a "acreditarem no Evangelho",
a seguirem Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida.

Cristo continua dirigindo ainda HOJE o mesmo apelo:
"Vinde após mim, farei de vocês pescadores de homens…"
Se tivermos medo, se nos sentirmos incapazes para tanto, olhemos esses pescadores da Galiléia… pobres e ignorantes, mas com uma generosidade sem limites…
Largaram tudo e seguiram a Jesus…

A nós também, ele continua exigindo as mesmas condições, para poder segui-lo: "Convertei-vos e crede no evangelho…"

Quando percebemos o chamado de Jesus, o que tivemos de abandonar, que laços tivemos de romper para seguir Cristo?

                                        Pe. Antônio Geraldo
============---------------=============
Homilia do Pe. Françoá Costa

Qual é a minha vocação?

“Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1,17). Estamos ainda no mês de janeiro e, graças a bondade de Deus e a sabedoria da nossa Mãe Igreja, estamos meditando nesses primeiros domingos alguns temas importantíssimos na configuração da própria vida cristã. Hoje o Evangelho nos leva a fazer oração sobre a realidade da vocação.
Deus chamou a cada um de nós – leigos, sacerdotes, religiosos – para sermos pescadores de homens. Sendo isso verdade, não nos esqueçamos de que antes de sermos pescadores nós fomos pescados pelo Senhor. E isso tem uma importância enorme: considerar-se pescado pelo Senhor é saber-se na mesma barca de Cristo governada visivelmente pelo sucessor de Pedro e que navega rumo à eternidade, à santidade, à felicidade. Todos e cada um de nós, ao considerarmo-nos pescados por Cristo, somos conscientes de que a Igreja vai adiante também com a nossa santidade pessoal. Sem dúvida, a Igreja é indefectível (não perece, não morre), isto é, chegará à escatologia, será fiel até o fim; mas nós, que também somos Igreja, precisamos ser fiéis de verdade, ou seja, santos. O primeiro chamado que Deus nos dirigiu foi a vocação à santidade, chamou-nos desta maneira: “vinde após mim”. Estas palavras significam discipulado, seguimento, imitação fiel, santidade!
Na Igreja todos temos vocação: a universal, à santidade; outra, específica. Esta vocação específica nada mais é que a maneira concreta de realizarmos a vocação universal à santidade: uns se santificarão como leigos no meio do mundo, levando todas as coisas a Deus desde dentro das mesmas realidades temporais; outros, santificar-se-ão através do ministério sacerdotal, no qual se dedicarão inteiramente ao serviço dos seus demais irmãos na fé ministrando-lhes a Palavra de Deus e os Sacramentos da fé, governando o Povo de Deus com a autoridade do próprio Cristo; outros, finalmente, encontram o seu caminho de santidade na vida consagrada através dos conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade vividos em comunidade e como sinal da vida eterna presente no meio de nós. Em cada uma dessas vocações se deve viver o seguimento do Senhor: vinde após mim! Segue-me com o teu amor e a tua fidelidade!
A vocação é uma realidade norteadora de toda a nossa vida. Quem tem uma meta sente-se motivado a procurar determinados meios para conseguir o objetivo vocacional. Para cada cristão é capital saber o chamado específico que Deus lhe faz: qual é a minha vocação? Pergunta-se a filha ou o filho de Deus interessado no cumprimento da vontade amorosa do seu Pai do céu.
Nesse sentido, é muito importante que os pais ajudem os seus filhos a descobrirem a própria vocação. Uma vez descoberta a vontade do Senhor para um dos seus, os pais devem respeitar o caminho que o Senhor escolheu para eles e que eles aceitaram livremente para a glória de Deus, o bem dos outros e a consecução da própria felicidade. Neste sentido, é interessante notar o fato de que Zebedeu, pai de João e de Tiago, que contava com a ajuda de seus filhos no ofício de pescadores, não os impediu de seguirem Jesus. Gosto de pensar em Zebedeu como um homem bom que, apesar das próprias necessidades laborais, entendia que os seus filhos iam estar muito bem na companhia do Messias, de Jesus Cristo. Também a mulher de Zebedeu será contada entre o grupo daquelas mulheres piedosas que seguiram o Cristo (cf. Mt 27,56).
Ajudados ou não pelos pais, cada pessoa deve sentir-se responsável diante de Deus pela resposta que lhe dá ao chamado feito para segui-lo. Cada um é responsável pela própria vocação e ninguém o substitui na resposta e na conservação do chamado. A grande maioria da juventude será chamada para a vocação laical e matrimonial; alguns serão chamados à entrega a Deus no celibato apostólico. Destes últimos, uns permanecerão no estado laical, outros receberão o sacramento da ordem, outros ainda se dedicarão ao Senhor na vida religiosa. No dia de hoje, vamos pedir ao Senhor que muitos jovens descubram a sua vocação, o sentido das suas vidas, o encanto do seu existir.
Pe. Françoá Costa
===========------------------=============
Homilia de D. Henrique Soares
Nestes inícios do Tempo Comum, a Liturgia apresenta-nos também os inícios do Evangelho segundo Marcos. Hoje Jesus aparece inaugurando seu ministério público. Suas palavras são consoladoras: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo!” Eis! A esperança de Israel até que enfim iria realizar-se: o Messias, o Salvador esperado estava chegando para instaurar o Reino! Com Jesus, com sua Pessoa, seus gestos e sua pregação, o Reinado de Deus, a proximidade do Santo de Israel, seria realmente tocada pelo povo de Deus. É isso o Reino de Deus: em Jesus, Deus fez-se próximo, Deus veio acolher, consolar, indicar o caminho, salvar! Em Jesus, o Filho amado, Deus veio revelar sua paternidade, debruçando-se sobre o aflito, o pobre, o pecador. Chegou o Reino: Deus veio consolar o seu povo!
Mas, há algo surpreendente nesse alegre anúncio de Jesus: logo após afirmar que o Reino chegou, o Senhor intima o povo: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Por que Jesus dá esta ordem? Os israelitas não estavam esperando o Reino? Por que precisam se converter? Caríssimos: o Reino que Jesus veio trazer não é de encomenda, não é sob medida, como gostaríamos. O Senhor não vem nos trazer um Deus à nossa medida, à medida do mundo, um deus moderninho para consumo das nossas necessidades, interesses e expectativas. No mundo do fácil, do prático e do descartável, gostaríamos de um deusinho assim… Jesus nos grita: “Convertei-vos! Crede no Evangelho!” O Reino somente será Boa-Notícia para quem abrir-se à surpresa inquietante do Deus que Jesus anuncia. Acolher a novidade, a Boa-notícia, o Evangelho, acolher esse Deus que chega, exige que saiamos de nós mesmos, como os ninivitas que, escutando o apelo de Jonas, converteram-se! Mais tarde, Jesus irá criticar duramente o seu povo: “Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento, juntamente com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela pregação de Jonas. Mas aqui está algo mais do que Jonas!” (Mt 12,41). Como é atual a Palavra deste Domingo! Cheios de nós, adormecidos e satisfeitos com nossos pensamentos, com nossa lógica cômoda e pagã, jamais poderemos acolher o Reino em nós e experimentar sua alegria e sua paz! Não esqueçamos, caros em Cristo: a primeira palavra do Senhor no Evangelho é “convertei-vos!” Não é possível domar Jesus, não é possível um cristianismo sob medida! Não é por acaso que o Evangelho de hoje começa falando da prisão de João Batista, aquele santo profeta que preparou a vinda do Reino. O Reino sofre violência; violência do mundo, violência do nosso coração envelhecido pelo pecado, da nossa razão tanta vez fechada para a luz do Cristo. Por isso mesmo, logo após apresentar o apelo de Jesus, são Marcos nos fala da vocação dos quatro primeiros discípulos. Certamente, esse chamado deve ser compreendido de modo muito particular como referindo-se à vocação sacerdotal, que faz dos chamados “pescadores de homens”. Mas, esse chamamento indica também a vocação de todo cristão: seguir Jesus no caminho da vida. Nesse sentido, a lição é clara: seguir Jesus exige deixar tudo, deixar-se e colocar a vida em relação com o Senhor! Somente assim poderemos acolher o Reino!
Nunca esqueçamos, irmãos: diante da urgência de estar com Jesus, de viver unido a ele, de acolher sua pessoa, tudo o mais é relativo! Daí a advertência de São Paulo na segunda leitura de hoje: “O tempo está abreviado. Então que, doravante os que têm mulher vivam como se não tivessem, os que choram, como se não chorassem e os que estão alegres, como se não estivessem; os que fazem compras como se não possuíssem; e os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois passa a figura deste mundo”. Aqui, não se trata de desvalorizar o mundo e o que de belo e de bom há nele. Trata-se, sim, de colocar as coisas na sua real perspectiva, na perspectiva do Infinito de Deus e da urgência do Reino. O mundo atual, com sua cultura pagã, deseja que esqueçamos os verdadeiros valores, que absolutizemos aquelas coisas que são relativas, que deixemos de lado aquilo que realmente importa. E o que importa? Escutai, caríssimos: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado!” (Mt 6,33). Somos chamados a abrir nossa existência, abrir nosso coração, nossa vida, nossos valores para o Cristo que nos traz o Reino do Pai do Céu! Mas somente poderemos acolhê-lo de fato se nos colocarmos diante dele com um coração de pobre, com a consciência de que precisamos realmente do Senhor, que, sozinhos, não nos realizaremos, não seremos felizes, não alcançaremos a verdadeira vida!
É triste perceber hoje quantos cristãos se sentem tão à vontade nessa sociedade consumista, secularizada, pagã e satisfeita consigo própria. Esses, infelizmente, jamais experimentarão a doçura do Reino, que somente poderá ser compreendido por quem chorou, quem teve fome e sede de justiça (isto é de amizade com Deus), quem foi puro, que foi perseguido… É por isso que tantas vezes ouviremos, nos domingos deste ano, o Senhor afirmar que somente poderá compreender e acolher o Reino quem tiver um coração de pobre.
Caríssimos, convertamo-nos! Levemos a sério que o modo de pensar e sentir de Deus não são o nosso! Tenhamos a coragem de nos deixar por Cristo. São Jerônimo, comentando a atitude dos quatro primeiros discípulos chamados pelo Senhor, afirma: “A verdadeira fé não conhece hesitação: imediatamente ouve, imediatamente crê, imediatamente segue…” Seja assim a nossa fé no Senhor, seja assim nossa adesão ao nosso Salvador! Então, seremos felizes de verdade, porque perceberemos que o que Cristo nos trouxe é uma Boa Notícia, a melhor de todas: Deus nos ama, caminha conosco e, no seu bendito Filho, nos convida à amizade íntima com ele, nesta vida e por toda eternidade! Amém.
D. Henrique Soares





Nenhum comentário:

Postar um comentário