5º DOM. DO T. COMUM ano
B (Adaptação:
Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Somos postos de pé para nos colocar a serviço.”
Primeira leitura: Jó, na sua amargura, se dirige a Deus,
pois sabe que Deus é sua última esperança.
Evangelho: curando os doentes, Jesus
começa a manifestar um mundo novo sem sofrimento que Deus sonhou para os
homens; A ação de Jesus tem de ser continuada pelos seus discípulos.
Segunda leitura: Paulo nos diz que é obrigação do
discípulo testemunhar a todos a proposta de Jesus e tudo deve ser feito por
amor e não por interesses pessoais.
PRIMEIRA
LEITURA (Jó 7,1-4.6-7) Jó disse: “Não é acaso uma luta a
vida do homem...? Seus dias não são como dias de um mercenário? Como um
escravo suspira pela sombra, como um assalariado aguarda sua paga,
assim tive por ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimento. Se
me deito, penso: Quando poderei levantar-me? E, ao amanhecer, espero novamente
a tarde e me encho de sofrimentos até ao anoitecer. Meus dias correm mais
rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança. Lembra-te de
que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a
felicidade!
AMBIENTE - O Livro de Jó questiona: qual o sentido da vida, o papel de
Deus no sofrimento e o sentido do sofrimento.
Jó é piedoso,
bom, generoso e cheio de “temor de Deus”. Possuía muitos bens e família
numerosa… Mas, perdeu tudo e ficou gravemente doente.
A história de
Jo serve para uma reflexão sobre a fé israelita: o dogma da retribuição. Para Israel, Deus recompensava os
bons pelas boas obras e os maus recebiam um castigo pelas injustiças que
praticavam. A justiça de Deus era lógica e imutável; Jahwéh Se limita a fazer a contabilidade das ações boas e más e a
pagar-lhe em consequência. No entanto, os maus possuíam bens em abundância e
viviam vidas longas e felizes, enquanto que os justos eram pobres e sofriam por
causa da injustiça e da violência dos poderosos: como explicar o sofrimento do homem bom, piedoso e observante dos
mandamentos?
O Livro de Jo
discorda da teologia tradicional, onde Deus não passa de um comerciante…
Como não pode
aceitar esse deus falso, Jó parte em
busca do verdadeiro rosto de Deus. Numa busca apaixonada, sofrida, Jó descobre
um Deus onipotente, incompreensível, que ultrapassa infinitamente as lógicas
humanas; mas descobre, também, um
Deus que ama com amor de Pai. Jó reconhece sua pequenez e finitude, a sua
incapacidade para compreender os projetos de Deus. Ele não pode julgar Deus,
nem entendê-lo à luz da lógica dos homens. Ao homem finito e limitado, só resta
entregar-se nas mãos desse Deus, incompreensível, mas cheio de amor, e confiar
plenamente n’ele.
Nesse diálogo,
Jó vai desfazendo os argumentos da catequese oficial de Israel; e vai
derramando a sua insatisfação, num desafio a esse deus falso que os amigos lhe
apresentam e que Jó se recusa a aceitar.
MENSAGEM – O texto reflete o sentido da sua vida. Para mostrar como a vida é dura e dolorosa, ele utiliza três exemplos. 1º é o da vida do soldado, condenado a luta, risco e submissão.
2º é o do escravo, condenado
ao trabalho e maus tratos (só os breves momentos de descanso).
3º é o do trabalhador assalariado,
condenado a trabalhar de sol a sol (embora receba um salário).
Jó considera
que a sua situação mais terrível. Sua dor é pior que a fadiga do assalariado,
pior que a luta e risco do soldado e pior que a sujeição do escravo, pois sofre
dia e noite e não tem o agrado do salário.
Jó dirige-se a
Deus e pede-lhe que tenha consideração pelo seu servo. O nosso texto termina
aqui…
A oração de
Jó está carregada de desespero, de amargura e de revolta contra esse Deus
incompreensível e prepotente que Se recusa a pôr um fim ao seu drama. O grito de revolta de Jó é a expressão
da angústia de um homem que, na sua miséria, se sente injustiçado e condenado
pelo próprio Deus; mas é também o grito do crente que sabe que só em Deus
pode encontrar a esperança e o sentido para a sua existência.
ATUALIZAÇÃO
• O sofrimento do inocente é inexplicável. O autor do livro de Jó lembra-nos a nossa pequenez, os nossos limites, a nossa finitude, a nossa incapacidade para entender os mistérios de Deus. De uma coisa podemos estar certos: Deus ama-nos com amor de pai e de mãe e quer conduzir-nos ao encontro da vida verdadeira e da felicidade sem fim… Talvez nem sempre entendemos os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo quando as coisas não fazem sentido, resta-nos confiar no amor e na bondade do nosso Deus.
• O sofrimento do inocente é inexplicável. O autor do livro de Jó lembra-nos a nossa pequenez, os nossos limites, a nossa finitude, a nossa incapacidade para entender os mistérios de Deus. De uma coisa podemos estar certos: Deus ama-nos com amor de pai e de mãe e quer conduzir-nos ao encontro da vida verdadeira e da felicidade sem fim… Talvez nem sempre entendemos os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo quando as coisas não fazem sentido, resta-nos confiar no amor e na bondade do nosso Deus.
• A atitude
compreensiva e tolerante de Deus convida-nos a uma atitude semelhante face aos
lamentos de revolta e de incompreensão vindos do coração daqueles irmãos que a
vida maltratou…
••• Jó é uma reflexão sobre o mistério da vida humana, cheia de
esperança, porque feita à luz de Deus. Uma coisa é pensar nas realidades
negativas de nossa existência só contando com nossas forças. Que desespero, que
vazio de sentido! Outra, é encarar a vida também com suas trevas, à luz de
Deus!
Notem, irmãos: num mundo, que cultua o corpo, a saúde e presta tão pouca
atenção ao sofrimento, à dor... Num mundo que tem medo de pensar na morte, Jó
convidam-nos a colocar os pés no chão e busca o sentido da existência e o faz
diante de Deus.
Nossa leitura termina dizendo: “Lembra-te de que minha vida é
apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade”. É uma
oração! O triste na vida não é sofrer, não é morrer... Triste e miserável é
sofrer e morrer sem Deus que dá sentido à nossa existência!
SALMO RESPONSORIAL /
Sl 146 (147)
Louvai a Deus,
porque ele é bom e conforta os corações.
•
Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom; / cantai ao nosso Deus, porque é suave;
/ ele é digno de louvor, ele o merece! / O Senhor reconstruiu Jerusalém / e os
dispersos de Israel juntou de novo.
•
Ele conforta os corações despedaçados, / ele enfaixa suas feridas e as cura; /
fixa o número de todas as estrelas / e chama a cada uma por seu nome.
•
É grande e onipotente o nosso Deus, /seu saber não tem medida nem limites. / O
Senhor Deus é o amparo dos humildes, / mas dobra até o chão os que são ímpios.
EVANGELHO (Mc
1,29-39) Jesus
saiu da sinagoga e foi... para a casa de Simão. A sogra de Simão estava de
cama, ... E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar
se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los. À tarde,
...levaram a Jesus todos os doentes... em frente da casa. Jesus curou
muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. ... De
madrugada, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. ...Quando o
encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”. Jesus respondeu: “Vamos a
outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para
isso que eu vim”. E andava por toda a Galiléia, pregando ...e expulsando os
demônios.
AMBIENTE - (Mc 1,14-8,30). Aí, Jesus é apresentado
como o Messias. Com o chamamento dos primeiros discípulos, começa a
constituir-se a comunidade do “Reino”. Em seguida, Marcos mostra a realidade do
“Reino” a atuar no mundo como salvação e libertação, nas palavras e nos gestos
de Jesus: com a autoridade que Lhe vem do Pai, Jesus vence o mal e a dor
que escravizam o homem e anuncia um mundo novo de vida plena.
MENSAGEM - O texto apresenta-nos Jesus agindo na
construção do “Reino”. O Evangelho nos mostra três quadros;
I- Na “casa de Pedro”, Jesus oferece a vida nova, curando a sogra de
Pedro (pediram por ela – quem pede está em consonância com a misericórdia de
Deus). Três pormenores sobressaem;
1 Jesus “aproximou-Se” da sogra de Pedro. A iniciativa de Se
aproximar, é sempre de Jesus.
2 Jesus tomou a doente pela mão e “levantou-a”. O contato com
Jesus devolve-lhe a vida.
II - “a cidade inteira” reunida diante da porta da casa de Pedro
e “Jesus” “curou muitas pessoas”. Jesus tem poder para libertar o homem das
suas misérias e lhe oferecer uma vida nova e feliz.
A “casa de
Simão Pedro” nos propõe – uma representação da Igreja. É aí que Jesus
está oferecendo vida em abundância.
III- Jesus num lugar solitário, em oração. A oração faz parte
do ministério de Jesus. A oração é, para Jesus, o cume e a fonte da ação.
É na oração que
Jesus encontra a motivação para a sua ação em prol do “Reino”; O encontro com
Deus é um momento de tomada de consciência dos planos e compromissos daquilo
que Deus quer.
Nos “milagres”
de Jesus é preciso ver os “sinais do Reino”. São gestos que anunciam o
nascimento desse mundo novo, sem exclusão, sem sofrimento, onde todos têm a
possibilidade de ser felizes. É isso que Jesus veio fazer, e é essa a missão
que os discípulos de Jesus devem procurar concretizar na terra.
ATUALIZAÇÃO • As ações de Jesus mostram a preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos seus filhos. O projeto de Deus não é um projeto de morte, mas de vida; o objetivo de Deus é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo (o “Reino de Deus”) de onde estão ausentes o sofrimento e a exclusão. Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento, mas Jesus veio garantir-nos o empenho de Deus na felicidade do homem. Resta-nos confiar em Deus e entregarmo-nos ao seu amor.
• O encontro
com Jesus e significa a ruptura com as cadeias de egoísmo, de orgulho, de
comodismo, de autossuficiência, de injustiça, de pecado que impedem a nossa
felicidade e que geram sofrimento, opressão e morte nas nossas vidas. Quem se
encontra com Jesus, escuta e acolhe a sua mensagem e adere ao “Reino”, assume o
compromisso de viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos.
• A sogra de
Pedro, depois do encontro com Jesus, “começou a servir”. Quem
encontra Jesus e aceita inserir-se na dinâmica do “Reino”, compromete-se com a
transformação do mundo… Compromete-se a realizar, em favor dos irmãos, os
mesmos “milagres” de Jesus e a levar vida, paz e esperança aos doentes,
marginalizados, oprimidos, injustiçados, perseguidos e aos que sofrem.
• Na multidão
que se concentra à porta da “casa de Pedro” podemos ver essa humanidade
que grita a sua frustração pela guerra, pela violência, pela injustiça, pela
miséria, pela exclusão, pela marginalização, pela falta de amor… A Igreja de
Jesus Cristo (a “casa de Pedro”) tem uma proposta libertadora que vem do
próprio Jesus e que deve ser oferecida a todos estes irmãos que vivem
prisioneiros do sofrimento…
• Jesus mostra
que o aparecimento do “Reino de Deus” está ligado a Deus. Rezar é uma tomada de
consciência dos projetos de Deus para o mundo e um ponto de partida para o
compromisso com o “Reino”. Só na comunhão e no diálogo íntimo com Deus
percebemos os seus projetos e recebemos a força para nos empenharmos na
transformação do mundo.
••• Rezar não é
perder tempo… Jesus quer fazer compreender que os seus milagres são sinais que
apontam para outra realidade, mais importante: a sua vitória sobre o único mal
que pode matar os homens, o pecado. É para isso que o seu Pai O enviou. Passar
tempo a rezar não é perder o seu tempo. Pelo contrário, é deixar a vontade do
seu Pai invadi-lo cada vez mais.
Em Jesus, Deus revela-se como Deus próximo, Deus de compaixão,
Deus capaz de dar um sentido às nossas dores e até a nossa morte. Cristo nos
toma pela mão, Cristo toma sobre si as nossas dores. Sabemos que nele, tudo se
enche de novo sentido... Por isso todos o procuram, porque procuram um sentido
para a existência!
Na
comunhão com Cristo, a dor torna-se plena de significado e podemos dizer como
Paulo: ‘Agora eu me alegro nos sofrimentos que suporto por vós, e completo na
minha carne o que falta dos padecimentos do Cristo pelo seu corpo que é a
Igreja’ (Cl 1,24)...
Caríssimos, Jesus veio para anunciar o Reino e expulsar tudo aquilo que
demoniza a nossa existência. Que seja Jesus o consolo de nosso pranto, a força
no nosso caminho, o alívio de nossas dores e o prêmio de vida eterna.
SEGUNDA
LEITURA (1Cor 9,16-19.22-23) Irmãos, pregar o evangelho não é para mim motivo de glória. É
antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o
evangelho! Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu
teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um
encargo que me foi confiado. Em que consiste então o meu salário? Em pregar o
evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos que o evangelho me dá.
Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar
o maior número possível. Com os fracos, eu me fiz fraco, para ganhar os fracos.
Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do
evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.
AMBIENTE - Um dos sérios problemas aos cristãos de Corinto era o problema de comer ou não comer a carne imolada aos ídolos. A esta questão, Paulo responde em 1 Cor 8-10. Concretamente, a resposta aparece em vinte versículos (cf. 1 Cor 8,1-13 e 10,22-29): dado que os ídolos não são nada, comer dessa carne é indiferente; contudo, deve-se evitar escandalizar os mais débeis: se houver esse perigo, evite-se comer dessa carne, a fim de não faltar à caridade. É fundamental que os meus comportamentos sejam guiados pelo amor. Ora, o amor pode, em certas circunstâncias, exigir que eu renuncie aos meus direitos e à minha liberdade, em benefício dos outros (cf. 1 Cor 8,9-13).
Ele próprio
renunciou muitas vezes aos seus direitos, por causa do amor aos irmãos. Ele
como apóstolo, podia reivindicar certos direitos e viver à custa do Evangelho…
Mas nunca exigiu nada porque o que o preocupa não são os seus próprios
direitos, mas o benefício das comunidades e dos irmãos (cf. 1 Cor 9,1-15). É precisamente aqui que Paulo explica que
anuncia o Evangelho, não por interesse próprio, mas por interesse dos irmãos.
MENSAGEM - Paulo declara que o anúncio do Evangelho não é, para ele, um título de glória, mas uma obrigação que lhe foi imposta. A partir do momento que encontrou Cristo, foi convocado a evangelizar. Quando alguém encontra Cristo e se torna discípulo, não pode ficar parado, mas tem de dar testemunho. O princípio fundamental que orienta a vida deste homem, apaixonado por Cristo e pelo Evangelho, não é os próprios interesses, mas o amor a Cristo e ao Evangelho. Por amor, ele renunciou aos seus direitos e fez-se “servo de todos”; por amor, ele identificou-se com os fracos, fez-se “tudo para todos”. O que é fundamental, o que é decisivo, o que é absoluto na vida de Paulo é o amor.
ATUALIZAÇÃO • O amor é, para o cristão, o “bem maior”,
em vista do qual ele pode renunciar a “bens menores”. O discípulo de Jesus não
pode impor os seus direitos, quando esse preço implica desprezar os irmãos.
• A expressão
“ai de mim se não anunciar o Evangelho” traduz a atitude de quem descobriu
Jesus Cristo e a sua proposta e sente a responsabilidade por passar essa
proposta libertadora aos outros homens.
• Aquele que dedica a sua vida ao serviço do Reino é alguém que põe o amor aos irmãos e à comunidade acima de tudo, que está sempre disponível para servir, que é capaz de renunciar até aos seus tempos de descanso para acompanhar os irmãos, para os escutar, para os acolher. Para o discípulo de Jesus, o amor deve, sempre, estar acima dos próprios interesses e tornar-se dom, serviço, entrega total.
• Aquele que dedica a sua vida ao serviço do Reino é alguém que põe o amor aos irmãos e à comunidade acima de tudo, que está sempre disponível para servir, que é capaz de renunciar até aos seus tempos de descanso para acompanhar os irmãos, para os escutar, para os acolher. Para o discípulo de Jesus, o amor deve, sempre, estar acima dos próprios interesses e tornar-se dom, serviço, entrega total.
Pe. Joaquim,
Pe. Manuel, Pe. Ornelas Carvalho
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Para Diáconos
ou Ministros extraordinários da Palavra:
Mc 1, 29-39: LOUVOR (QUANDO O PÃO
CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS...
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS, NA
FORÇA DO ESP. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas
aumentai a minha fé.
- Senhor,
nosso Deus, Jó nos ajudou a refletir o quanto estais acima de nosso
entendimento. Somos limitados para entender os vossos projetos e não entendemos
o sofrimento. A história nos mostra que sois um Pai amoroso e por amor nos
enviastes vosso Filho único. Bendito sejais, ó Deus de infinita bondade.
T: Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas
aumentai a minha fé.
- Pai!
Jesus se aproximou de nós e nos deu o batismo. Sois o nosso Deus e somos o
vosso povo. Queremos estar atentos, pois Jesus nos enviou para anunciar a todos
a boa nova do Reino.
T: Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas
aumentai a minha fé.
- Senhor,
Paulo nos disse que anunciar o Evangelho é uma obrigação. Abri nossos olhos
para que vejamos os valores do Reino.
T: Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas
aumentai a minha fé.
- PAI
NOSSO... A PAZ DE CRISTO... EIS O CORDEIRO DE DEUS...
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Já há duas
semanas, estamos comtemplando o gesto de Jesus, aquilo que a sinagoga não tem
mais o que responder, de dar uma resposta aos necessitados. Assim, vamos
observando que Jesus é algo novo que surge e é a grande esperança para aquele
que não tem a quem recorrer. Hoje, São Marcos nos conduz para fora da sinagoga,
para dizer: não são apenas dentro dos templos, que temos desafios, que temos
que dar uma resposta, mas para fora dos templos. De forma que saíram da
sinagoga e foram direto para a casa de Pedro. É muito interessante observarmos
isto. No tempo de Jesus, a mulher deve ser amparada pelo pai. Quando se casa,
deve ser amparada pelo marido. Se se torna viúva, amparada pelo filho. Quem
Jesus vai curar é sogra de Pedro e não mãe de Pedro. Significa que ela não tem
nenhum filho, pois sendo viúva, estaria na casa do filho. Se ela não tem nenhum
filho, socialmente falando, ela não existe. Porque a mulher só existia ou por
causa do pai, ou por causa do marido, ou por causa do filho. Vamos ver isto
claramente. Você tem Ana, filha de Fanuel. Ela existe por causa do Fanuel. Você
tem Isabel, esposa de Zacarias. Ela existe por causa do Zacarias. Maria mãe de
Jesus. Ela existe por causa de Jesus. Então, essa mulher vive separada,
segregada, da sociedade. É evidente que ela não tem nenhuma razão para viver e
certamente esta é a sua grande enfermidade. Jesus sai da sinagoga e vai direto
para lá, significando que Ele tem uma atenção especial para aquele que a
sociedade não conta; o desprezado, abandonado. O seu olhar é diretamente à
pessoa e ali Ele estende a mão, e ela se levanta e a febre vai embora. A febre
não é doença, mas é sintoma de alguma enfermidade, de alguma infecção. A grande
enfermidade desta mulher é estar aí num canto, sem SER contada pra nada. Jesus
lhe dá a atenção necessária, a febre a deixa, ela se levanta e passa a
servi-los. Então, qualquer pessoa é chamada a servir, mesmo aquelas, que
aparentemente, estão enfermas. Qualquer pessoa pode servir, mesmo os enfermos.
O enfermo pode servir o mundo, pedindo a
Deus pela paz do mundo, a harmonia nas famílias, pedindo a Deus por uma
intenção especial. O grande problema é que diante da enfermidade, ou de outros
contratempos que acontecem, normalmente as pessoas acabam interpretando, que
estão doentes, as coisas não dão certo, é que estão sendo castigadas por Deus.
E acabam achando que são injustiçadas, ou
questionam o por que daquele sofrimento. Não raras vezes, quando vou
visitar um doente, ele pergunta: por que Deus está fazendo isto comigo? É assim
que nós temos Jó. Jó é um modelo de pessoa. Até hoje ninguém sabe se ele é um
indivíduo, se simboliza todo aquele que sofre, se ele representa o povo de Deus
que sofria no exílio da Babilônia, se ele é já uma preparação para Jesus, que é
o Servo Sofredor. O fato é que temos em Jó uma reflexão tão importante e tão
atual. No tempo de Jó ou no tempo em que o livro foi escrito, qualquer pessoa
enferma era classificada como pecadora. Por que? Porque está muito claro; se
está enfermo é porque pecou e agora está purificando sua alma do pecado. Quanto
estiver totalmente purificado, Deus lhe dará novamente a saúde, a cura. O doente
além da enfermidade, ainda levava este peso nas costas de ser um pecador.
Aqueles que não concordavam com esta explicação, resolveram escrever este
livro; e agora, como fica? Veja o caso de Jó. Não existe ninguém comparado a
ele; ele é fiel a Deus, temente a Deus, ele é justo e faz tudo muito bom.
Entretanto, ele tem um desastre e perde a família toda. Depois vem uma peste e
mata toda a criação. Depois vem uma enfermidade, ele está sozinho, sem lugar
para viver e ele é coberto de lepra e vem os “amigos” dizendo: se você está
sofrendo isto, é porque você fez alguma coisa de errado. Então ele diz: se
errei, eu quero que Deus me mostre onde eu errei, porque eu não vou aceitar
pagar por algo que eu não tenho consciência. Esta é uma visão maravilhosa de quem
tem fé em Deus. Sabendo que Deus é presente na vida das pessoas, Ele sabe tudo,
sabe onde está o erro de alguém. Ele precisa ajudar esse alguém a corrigir este
erro. Caso contrario ela continuará errando e jamais terá cura. Então Jó diz a
Deus: eu quero uma conversa pessoal contigo. Então, Deus se apresenta e diz:
você sabe quanto é a profundidade do mar, quanto é a altura das estrelas, você
sabe quantas estrelas têm? Você sabe quantos tipos de peixes existem? Quantos
tipos de frutos existem no mundo? Se você não sabe nem isto, quer conhecer os
meus desígnios? A partir daí, Jó começa a perceber que Deus é maior do que
alguém que fica perseguindo uma pessoa, querendo dela uma conversão.
Não! Deus é o Deus da vida. É por isso que
Deus disse a Jó: você é modelo, porque
perdendo tudo, não perdeu a fé. De tal maneira que o livro de Jó acaba nos
ajudando a compreender que a enfermidade não pode ser comparada com pecado ou
com graça. A enfermidade faz parte do ser humano. Faz parte do corpo, do físico
das pessoas. Quem tem fé e quem não tem fé, quem comete pecado e quem não
comete pecado, pode ficar enfermo da mesma maneira. Ora, Jesus vem e dá esta
resposta de maneira prática. Fazendo o que? Curando a todos. É interessante o
que São Marcos diz: todos os enfermos se reuniram na porta da cidade para serem
curados. É uma ironia de São Marcos; bom, se formos medirmos a enfermidade
pelos pecados das pessoas, então, todos estão doentes. Quem é que nunca pecou?
Agora, para que é que Jesus veio? Para perdoar os pecados. Então, ele acabe
curando a todos. Então, meus irmãos e irmãs, para nós três coisas poderiam
serem ressaltadas nas leituras de hoje:
1 Deus é maior que toda a nossa
compreensão. Salmo 46; Ele é grade, onipotente, seu saber não tem medida, Deus
é o amparo dos humildes, Ele conforta corações e enfaixa feridas, Ele sabe o
nome de todas as estrelas, etc, etc. então, não existe nada que seja impossível
para Deus. Se eu estou desamparado,
desanimado, doente, com problemas em casa, às vezes por alguma fatalidade, alguma
desavença, por qualquer questão, é amparar-se em Deus, a exemplo de Jó. E ter a
certeza de que Ele nos ajuda a vencer as dificuldades.
2
Uma coisa é enfermidade,
outra coisa é pecado. Na enfermidade nós buscamos a cura médica, pedindo a Deus
que ilumine este médico. Nós podemos também buscar a cura em Deus, mas aí
pedindo perdão pelos nossos pecados, mesmo por aquilo que não temos
consciência.
3
Ter a certeza de que Jesus pode atender as necessidades de cada um
porque ele é a Boa Notícia, Ele é a esperança. É dele que fala São Paulo. Que
bom se ajudássemos outras pessoas a compreender que Deus não castiga
ninguém. Ele pode corrigir. Jamais
castigar. Mesmo na correção, ele o faz como o pai perfeito que ama. Por isso,
todo aquele que a Ele recorre, é atendido. Se vós que sois imperfeitos, diz o
Evangelho, quando o filho lhe pede pão, você não dá escorpião, imagina Eu, que
sou um Pai perfeito. Não percamos a esperança e ajudemos as pessoas a encontrar
Deus, razão suficiente para sua caminhada.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE.
PEDRINHO 05 02 2012
============----------------===========
O Sofrimento
Uma situação
concreta que aflige o homem de todos os tempos é o SOFRIMENTO.
- Por que há no
mundo tantas pessoas sofrendo?
Ninguém gosta de sofrer… mas o sofrimento
existe: injustiças, guerras, calamidades, pobreza, fome, discórdias, doenças…
- Quem é o
culpado? Seriam os nossos pecados? É um castigo de Deus?
Como explicar então os inocentes... o Cristo
na cruz?
Por que Deus permite essas coisas sem
intervir?
Por que o justo também sofre e o malvado
parece estar em situação melhor?
- Qual é o sentido do sofrimento e da dor?
As leituras bíblicas nos dão uma resposta...
Na 1ª
leitura, vemos a experiência do
Sofrimento de Jó (Jó
7,1-4.6-7)
Jó é um homem
justo e fiel ao Senhor.
Possuía muitos
bens e uma família generosa.
De repente,
viu-se privado de todos os seus bens, perdeu a família e foi atingido por uma
doença grave. Essa triste situação provoca no coração dolorido de Jó
sentimentos de amargura e de revolta contra esse Deus incompreensível. Até os
amigos insinuam ser castigo de Deus…
Jó lamenta sua
condição de sofredor, mas confia em Deus, pois tem a certeza de que só em Deus
pode encontrar esperança e o sentido para a sua existência.
* A experiência
de Jó no sofrimento é um modelo para todos os que têm fé.
Mesmo
amaldiçoando seu próprio nascimento, Jó não amaldiçoa Deus, pelo contrário,
reconhece e louva sua sabedoria e suas obras na criação: o abismo de seu sofrimento
pessoal não lhe fecha os olhos para a grandeza de Deus.
- Diante do
sofrimento, ou descobrimos o rosto verdadeiro de Deus, ou fazemos dele um
monstro, que nos devora e inferniza a nossa vida…
- Não nos
esqueçamos: o Sofrimento pode ser uma visita de Deus…
E quando entendermos isso, tudo fica muito
diferente…
"Não nascemos para sofrer, mas o sofrimento nos faz
crescer..."
Na 2ª
Leitura, a expressão "ai
de mim se não evangelizar" traduz o princípio fundamental da vida de
São Paulo. (1Cor 9,16-19.22-23)
No Evangelho,
vemos Jesus diante do sofrimento (Mc 1,29-39)
O texto narra uma
jornada messiânica de Jesus, no início de sua missão pública na Galiléia.
Inicialmente,
mostra o Messias proclamando o Reino de Deus.
A seguir, mostra
a realidade do Reino atuando no mundo como salvação e libertação, nas palavras
e gestos de Jesus.
Apresenta Jesus
agindo diante de uma multidão de sofredores: Ele aparece solidário à dor dos
homens e atento às suas necessidades. Com a autoridade que lhe vem do Pai e em
comunhão total com o Pai, Jesus vence o mal e a dor que escravizam o homem e
anuncia um mundo novo de liberdade e de vida plena.
- Sai da sinagoga
e na casa de Pedro:
Aproxima-se
da sogra de Pedro… estende a mão…
e a "levanta"…
Ela retoma a vida normal, acolhe e serve os
hóspedes...
- "Todos
o procuram... Cura muitos doentes e
endemoniados"…
- "De madrugada, levanta-se e vai rezar,
num lugar DESERTO…":
- Com a pregação: ilumina os espíritos,
revela o amor de Deus, leva as almas à fé, dá sentido à dor… e mostra o caminho
da salvação.
- Com os milagres: cura corpos enfermos…
expulsa demônios…
Quer um mundo novo, sem qualquer forma de
dor...
- Com a oração: compreende o plano de
Deus e aceita a vontade do Pai…
Só a verdadeira oração pode nos iluminar o
sentido da dor…
+ O sofrimento continuará
sempre sendo um mistério…
Jesus não elimina
o sofrimento, mas nos ensina a carregá-lo com amor e esperança, para que dê
frutos de vida eterna…
Jesus nos garante
de que Deus nunca nos abandona…
Resta-nos confiar
em Deus e entregar-nos em seu amor.
Os cristãos não
descobriram o caminho para evitar o sofrimento.
Sofrem como os
outros e, às vezes, até mais do que os outros, mas descobriram que a Cruz de
Jesus Cristo é redentora.
Carregar a cruz
sozinhos é desesperador…
Mas unidos a
Cristo, todo sofrimento é salvador, inclusive o nosso…
* Qual é a nossa
atitude diante dos nossos sofrimentos?
- de aceitação... ou de revolta? (Jesus: no
Getsêmani... no Pai Nosso...)
* Qual é a nossa
atitude diante do sofrimento dos outros?
- Estendemos a mão e ajudamos a se
libertar?
* O
Papa nos propõe como Lema uma
frase de Jó:
"Eu era os olhos do
cego e servia de pés para o coxo" (Jó 29, 15),
que devemos meditar com
a sabedoria do coração.
Sabedoria do coração é servir
o irmão... Sabedoria do coração é estar
com o irmão. Sabedoria do
coração é sair de si ao encontro do irmão...
Sabedoria do coração é ser
solidário com o irmão, sem o julgar.
Rezemos para que Deus nos dê
muita luz para compreender o mistério do sofrimento e muita coragem para
carregá-lo com amor.
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia de – D. Henrique Soares.
Iniciemos nossa meditação da Palavra de Deus pela primeira leitura. O livro de
Jó, de modo dramático, mostra a vida humana: “Não é acaso uma luta a vida
do homem sobre a terra? Seus dias não são como dias de um mercenário? Tive por
ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimentos. Se me deito,
penso: quando poderei levantar-me? E, ao amanhecer, espero novamente a tarde...
Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem
esperança. Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não
voltarão a ver a felicidade”. Eis, caríssimos, não são palavras negativas,
desesperadas, essas de Jó. São, antes uma reflexão realista sobre o mistério da
vida humana, uma reflexão cheia de esperança, porque feita à luz de Deus. Uma
coisa é pensar nas realidades negativas de nossa existência simplesmente
contando com nossas forças. Que desespero, que desilusão, que vazio de sentido!
Outra, bem diferente, é encarar a vida também com seus trevas, à luz de Deus, o
amor eterno e onipotente! Que esperança que não decepciona, que paz que invade
o coração, mesmo na dor!
Notem, irmãos: num mundo como o nosso, que cultua o corpo, o físico sarado, a
saúde e o vigor físicos e presta tão pouca atenção ao sofrimento, à dor, ao
fracasso... Num mundo que tem medo de pensar na morte e de assumir que todos
morreremos, num mundo que não sabe o que fazer com o sofrimento, com a doença,
com a decadência física, com a deformidade do corpo, estas palavras de Jó,
convidam-nos a colocar os pés no chão. Repito: não são palavras pessimistas
porque aquele que chora e busca o sentido da existência, fá-lo diante de Deus.
Recordem como terminam as palavras da leitura – são comoventes: “Lembra-te
de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a
felicidade”. São uma oração! O triste na vida não é sofrer, não é chorar,
não é morrer... Triste e miserável é sofrer e chorar e morrer sem Deus, sem
este Parceiro cheio de doce ternura que dá sentido à nossa existência!
Por isso mesmo veio Jesus, nosso senhor! É isto que o Evangelho nos mostra
hoje. Cristo nosso Deus, tomando pela mão a sogra de Pedro e erguendo-a do seu
leito, revela que vem nos tomar pela mão – a nós, feridos e doentes de tantas
doenças, fraquezas e medos! Este é o Evangelho, a Boa notícia: em Jesus, Deus
revela o sentido de nossa existência porque se revela como Deus próximo, Deus
de compaixão, Deus capaz de dar um sentido às nossas dores e até à nossa morte.
Cristo nos toma pela mão, Cristo toma sobre si as nossas dores. Não precisamos
fingir que não envelhecemos, que não adoeceremos, que não morreremos... Sabemos
que nem a vida nem a morte nos podem afastar do amor de Cristo; sabemos que
nele, tudo se enche de novo sentido... Por isso todos o procuram, porque
procuram um sentido para a existência!
O grande dom que Cristo nos faz não é milagres nem curas nem solução de
problemas. Deixemos essa visão miserável, mesquinha e pagã para os pagãos e os
que enganam e ganham dinheiro e poder em nome de Cristo. Nosso modo de ver é
outro, é aquele mesmo que o Cristo nos ensinou e do qual ele mesmo nos deu o
exemplo pela sua vida e pela sua morte! O Santo Padre Bento XVI, quando ainda
era Cardeal Ratzinger, assim escreveu: “Uma visão do mundo que não pode dar um
sentido também à dor e não consegue torná-la preciosa, não serve para nada. Tal
visão fracassa exatamente ali, onde deveria aparecer a questão mais decisiva da
existência. Aqueles que sobre a dor não têm nada mais a dizer a não ser que se
deve combatê-la, enganam-se. Certamente, é necessário fazer tudo para aliviar a
dor de tantos inocentes e limitar o sofrimento. Mas, uma vida humana sem dor
não existe e quem não é capaz de aceitar a dor, foge daquelas purificações que
são as únicas a nos tornar maduros. Na comunhão com Cristo, a dor torna-se
plena de significado, não somente para mim mesmo, como processo de purificação,
no qual Deus tira de mim as escórias que obscurecem a sua imagem, mas também,
para além de mim mesmo, é útil para o todo, de modo que, todos nós podemos
dizer como São Paulo: ‘Agora eu me alegro nos sofrimentos que suporto por vós,
e completo na minha carne o que falta dos padecimentos do Cristo pelo seu corpo
que é a Igreja’ (Cl 1,24)... A vida vai além da nossa existência biológica.
Onde não há mais motivo pelo qual vale a pena morrer, também não há motivo que
faça valer a pena viver.”
Caríssimos, para isso Jesus veio – “foi para isso que eu vim!”, diz o
Senhor hoje. Veio para anunciar o Reino e expulsar tudo aquilo que demoniza a
nossa existência. E nada nos inferniza mais que viver sem sentido!
Cristãos, não vivamos como os pagãos, que vão sendo levados pela existência,
fugindo da realidade e refugiando-se nas ilusões. Quanto excesso de
divertimento, de eventos esportivos, de programas turísticos, de sonhos de
consumo, de lazer e diversão... Se tudo isso numa justa medida é saudável, com
o excesso que hoje se vê, é prejudicial, é sinal de uma humanidade doente, que
tem medo de enfrentar as verdadeiras e profundas questões da existência! É que
sem uma relação vive e íntima com o Senhor, é impossível enfrentar a nossa dura
realidade! É neste sentido que o cristianismo nos apresenta um Evangelho, uma
Boa Notícia: porque nos dá o Sentido, que aparece em Cristo Jesus!
Abramo-nos para o Senhor; nele apostemos nossa existência e tornemo-nos para os
outros sinais de esperança e de vida, como São Paulo que se sentia devedor do
Evangelho a todos. Que seja o Senhor Jesus consolo de nosso pranto, força no
nosso caminho, alívio de nossas dores e prêmio de vida eterna.
– D. Henrique Soares.
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Homilia do Pe. Françoá Costa
Orar pelos outros
Não sei se também durante a vida terrena do
Filho de Deus as sogras já tinham má fama, o fato é que Jesus estende a sua mão
misericordiosa a todos: no dia de hoje, lemos que ele curou a sogra de Simão.
Você já ouviu aquela piadinha que defende ironicamente que Pedro traiu Jesus
porque tinha curado a sua sogra? Ainda assim, conheço sogras admiráveis. Você
também, querido leitor, talvez seja dessas pessoas que teve a ventura de não só
conhecer, mas de ter uma sogra maravilhosa. No entanto, a bem da verdade, o meu
interesse não é falar de sogras, eu quero sublinhar o fato de que ela só foi curada porque outros pediram,
intercederam por ela.O Catecismo da Igreja Católica contêm três parágrafos muito expressivos sobre a oração de intercessão (cf. Cat. 2634-2636). Em primeiro lugar, nos apresenta Jesus e o Espírito Santo como os grandes intercessores junto do Pai. Depois, mostra-nos a beleza e eficácia da intercessão que nós podemos fazer em favor dos outros. Pedir pelos outros “é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus”. O Catecismo também nos apresenta a oração de intercessão em conexão com aquela verdade de fé tão importante que é a comunhão dos santos, como expressão dessa comum-união. Neste sentido, também fica patente que devemos viver tudo isso não de maneira individualista, mas como membros da grande assembleia das filhas e dos filhos de Deus, como membros da Igreja.
Jesus está totalmente dedicado ao serviço do seu Pai do céu e, por amor ao Pai, de todos os seres humanos. Na primeira parte do Evangelho ele aparece curando a sogra de Simão; na segunda, ele ajuda a tantas outras pessoas necessitadas; na terceira, ele dedica-se a oração para continuar aquela ação penetrada pelo diálogo com Deus: “Ele retirou-se dali, pregando em todas as sinagogas e por toda Galileia, e expulsando os demônios” (Mc 1,39). A oração e a ação de Jesus são inseparáveis: ele reza para agir em nosso favor, ele faz o bem a todas as criaturas contemplando o Pai e com ele dialogando, ou seja, em oração.
Rezemos pelos outros, especialmente por aqueles que estão mais necessitados. Santa Teresa animava as suas carmelitas a rezarem pelos outros com as seguintes palavras: “tenhamos, irmãs, cuidado particular de suplicar, e não descuidar, já que é uma grande esmola rezar pelos que estão em pecado mortal; é um ato de caridade muito grande; é como se víssemos um cristão com as mãos amarradas com fortes correntes, amarrado a um poste e morrendo de fome, não por falta de comida, já que perto de si tem verdadeiros manjares, mas não pode comer porque não consegue levá-los à boca, está também muito cansado e vê que já vai morrer, não morte como esta, mas eterna. Não seria grande crueldade ficar Pois então… e se?olhando para ele e não chegar-lhe à boca um pouco de comida Vejam que maravilha! Por amor de Deus? pela oração as correntes fossem retiradas vos peço que sempre tenhais presente em vossas orações almas semelhantes” (S. Teresa de Jesus, Moradas 7ª,1,4).
Não somente pelos pecadores (entre os quais nos incluímos), mas também pelas necessidades da Igreja e do mundo, pelo Santo Padre Francisco e seus colaboradores, pelo Bispo e por toda a Diocese, pelos que governam o País, pelos nossos familiares e amigos, pelas almas do purgatório etc. Por todos!
Peçamos também a intercessão daqueles que já estão na glória do Senhor. Claro está que se uma pessoa, um comedor de arroz com feijão, pode orar por mim… Como não intercederá por mim de maneira eficaz alguém que já está contemplando o rosto de Deus? E caso se afirmasse que os que morreram em Cristo estão simplesmente dormindo, seria preciso lembrar aquela passagem segundo a qual “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27) e a recompensa eterna: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43). O coração daqueles que estão reinando com Cristo se dilatou pela perfeição da caridade, eles amam os seus irmão, nós que estamos ainda peregrinando, e nos ajudam com as suas orações, intercessões e súplicas ante o trono da Divina Majestade.
Pe. Françoá Costa
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Homilia do Mons. José Maria Pereira
Urgência da Pregação
O Evangelho (Mc 1, 29-39) apresenta Jesus
rodeado de uma multidão marcada pelo sofrimento: “Curou muitos enfermos
atormentados por diversos males e expulsou muitos demônios” (Mc 1, 34). Mas se,
por um lado, Ele se dedica a curar, por outro retira-se para um lugar deserto.
E ali orava durante a noite. Ação apostólica e oração se completam. Pedro e
seus companheiros o procuram. Quando O encontraram, dizem-lhe: “Todos Te
procuram”. A verdadeira luz deve ser procurada em Deus, sobretudo através da
oração.Quando os apóstolos disseram: “Todos andam à Tua Procura; o Senhor respondeu-lhes: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc 1, 38).
A missão de Cristo é evangelizar, levar a Boa Nova até o último recanto da terra, através dos Apóstolos e dos cristãos de todos os tempos. Esta é a missão da Igreja, que assim cumpre o que o Senhor lhe ordenou: “Ide e pregai a todos os povos…, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20).
São Paulo, citando o Profeta Isaías, exclama com entusiasmo: “Como são formosos os pés dos que anunciam a Boa Nova!” (Rm 10, 15). Continua S. Paulo: “Porque, pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória, mas uma necessidade. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1 Cor 9, 16).
Com essas mesmas palavras de S. Paulo, a Igreja tem recordado com freqüência aos fiéis a chamada que o Senhor lhes dirige para levarem a doutrina de Cristo a todos os cantos do mundo, aproveitando qualquer ocasião.
São João Crisóstomo vai ao encontro das possíveis desculpas perante esta gratíssima obrigação: “Não há nada mais frio do que um cristão que não se preocupa pela salvação dos outros. Não digas: não posso ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não possas fazer. Não há maneira de negar as propriedades das coisas naturais; o mesmo acontece com isto que agora afirmamos, pois está na natureza do cristão agir dessa forma. É mais fácil o sol deixar de iluminar ou de aquecer do que um cristão deixar de dar luz; mais fácil do que isso seria que a luz fosse trevas. Não digas que é impossível; impossível é o contrário. Se orientarmos bem a nossa conduta, o resto sairá como conseqüência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode ocultar uma lâmpada que brilha tanto”.
Perguntemo-nos se no nosso ambiente, no lugar onde vivemos e onde trabalhamos, somos verdadeiros transmissores da fé, se levamos os nossos amigos a uma maior freqüência dos Sacramentos. Examinemos se encaramos a ação apostólica como algo urgente, como exigência da nossa vocação, se sentimos a mesma responsabilidade daqueles primeiros, pois a necessidade hoje não é menor… “Ai de mim se não evangelizar!
O mundo precisa de santos! A santidade não é um privilégio de poucos; é um dom oferecido a todos: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4,3).
Na pregação não se pode querer agradar a todos reduzindo, de acordo com as conveniências humanas, “as exigências do Evangelho:” Falamos, não como quem procura agradar aos homens, mas somente a Deus” (1Ts 2, 4).
Não é bom caminho pretender tornar fácil o Evangelho, silenciando ou rebaixando os mistérios que devem ser cridos e as normas de conduta que devem ser vividas. Ninguém pregou nem pregará o Evangelho com maior credibilidade, energia e atrativo que Jesus Cristo, e houve quem não o seguisse fielmente. Não podemos esquecer-nos de que pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas poder de Deus para os escolhidos, quer judeus, quer gregos” (1 Cor 1, 23-24).
Todos andam à Tua procura… O mundo tem fome e sede de Deus. Diz o Doc. de Aparecida, nº 29: “Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”.
Mons. José Maria Pereira
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SINOPSE II: 5º DOM. DO T. COMUM (Adaptado
pelo Diácono Ismael)
Tema: “Somos postos de pé para nos colocar a serviço.”
Primeira leitura: Jó, na sua amargura, se dirige a Deus,
pois sabe que Deus é sua última esperança.
Evangelho: curando os doentes, Jesus
manifesta um mundo novo sem sofrimento que Deus sonhou para os homens.
Segunda leitura: Paulo nos diz que é obrigação do
discípulo testemunhar a todos a proposta de Jesus e tudo deve ser feito por
amor e não por interesses pessoais.
PRIMEIRA
LEITURA (Jó 7,1-4.6-7) Jó disse: “ A vida é uma luta como de um
mercenário, um escravo ou um assalariado. Nossa vida é um sopro, mais rápido
que a lançadeira do tear. A vida é um sofrimento.
AMBIENTE
Jó questiona o sentido da vida e o papel de Deus no sofrimento e o sentido do sofrimento; por que o bom sofre? Israel tem o dogma da retribuição; Deus abençoa ou castiga pelas obras; é um contador.
Jó questiona o sentido da vida e o papel de Deus no sofrimento e o sentido do sofrimento; por que o bom sofre? Israel tem o dogma da retribuição; Deus abençoa ou castiga pelas obras; é um contador.
Jó discorda da
teologia tradicional e busca o verdadeiro rosto de Deus. Jó descobre um Deus
onipotente, incompreensível; mas
descobre, também, um Deus que ama com amor de Pai. Jó reconhece sua pequenez.
Ele não pode julgar Deus, nem entendê-lO à luz da lógica dos homens. Só resta
entregar-se nas mãos desse Deus cheio de amor, e confiar plenamente n’Ele.
MENSAGEM – O texto refletindo o sentido da sua vida,
mostra como a vida é dura e dolorosa, utilizando três exemplos.
1º A vida do soldado, vida
de luta, risco e submissão.
2º A do escravo, só
trabalho e maus tratos (e breves momentos de descanso).
3º é o do trabalhador assalariado,
trabalhar de sol a sol (embora receba um salário).
Jó considera
que a sua situação mais terrível. Sua dor é pior que a fadiga do assalariado,
pior que a luta e risco do soldado e pior que a sujeição do escravo, pois sofre
dia e noite e não tem o agrado do salário.
Jó dirige-se a
Deus e pede-lhe que tenha consideração pelo seu servo. O nosso texto termina
aqui…
A oração de
Jó está carregada de desespero, de amargura e de revolta contra esse Deus
incompreensível e prepotente que Se recusa a pôr um fim ao seu drama. O grito de revolta de Jó é a expressão
da angústia de um homem que, na sua miséria, se sente injustiçado e condenado
pelo próprio Deus; mas é também o grito do crente que sabe que só em Deus
pode encontrar a esperança e o sentido para a sua existência.
ATUALIZAÇÃO • O sofrimento do inocente é inexplicável.
O autor do livro de Jó lembra-nos a nossa pequenez, os nossos limites, a nossa
finitude, a nossa incapacidade para entender os mistérios de Deus. De
uma coisa podemos estar certos: Deus ama-nos com amor de pai e de mãe e
quer conduzir-nos ao encontro da vida verdadeira e da felicidade sem fim…
Talvez nem sempre entendemos os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo
quando as coisas não fazem sentido, resta-nos confiar no amor e na bondade do
nosso Deus.
• A atitude
compreensiva e tolerante de Deus convida-nos a uma atitude semelhante face aos
lamentos de revolta e de incompreensão vindos do coração daqueles irmãos que a
vida maltratou…
EVANGELHO (Mc 1,29-39) Jesus saiu da sinagoga e foi... para a
casa de Simão. A sogra de Simão estava de cama, ... E ele se aproximou,
segurou sua mão e ajudou-a a levantar se. Então, a febre desapareceu; e
ela começou a servi-los. À tarde, ...levaram a Jesus todos os doentes...
em frente da casa. Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e
expulsou muitos demônios. ... De madrugada, Jesus se levantou e foi rezar.
...Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”. Jesus
respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também
ali, pois foi para isso que eu vim”. E andava por toda a Galiléia...
AMBIENTE - (Mc 1,14-8,30). Aí, Jesus é apresentado
como o Messias. Com o chamamento dos primeiros discípulos, começa a
constituir-se a comunidade do “Reino”. Em seguida, Marcos mostra a realidade do
“Reino” a atuar no mundo como salvação e libertação, nas palavras e nos gestos
de Jesus: com a autoridade que Lhe vem do Pai, Jesus vence o mal e a dor
que escravizam o homem e anuncia um mundo novo de vida plena.
MENSAGEM - O Evangelho apresenta-nos Jesus agindo na
construção do “Reino” em três quadros;
I- Curando Na “casa de Pedro”, Jesus oferece a vida
nova. Pediram e ele cura a sogra de Pedro – (quem pede está em consonância com
a misericórdia de Deus). Três pormenores sobressaem;
1 Jesus “aproximou-Se” da sogra de Pedro. A iniciativa de Se
aproximar é sempre de Jesus.
2 Jesus tomou a doente pela mão e “levantou-a”. O contato com
Jesus devolve-lhe a vida.
II - “a cidade inteira” reunida diante da porta da casa de Pedro
e “Jesus” “curou muitas pessoas. Jesus tem poder para libertar o homem das suas
misérias e lhe oferecer uma vida nova e feliz.
A “casa de
Simão Pedro” nos propõe – uma representação da Igreja. É aí que Jesus
está oferecendo vida em abundância.
III- a) Jesus num lugar solitário, em oração. A oração faz parte do ministério de Jesus. A oração é, para
Jesus, o cume e a fonte da ação.
É na oração que
Jesus encontra a motivação para a sua ação em prol do “Reino”; O encontro com
Deus é um momento de tomada de consciência dos planos e compromissos daquilo
que Deus quer.
b) Encontrando
Jesus dizem: “todos te procuram”. Jesus responde: “Vamos a outros lugares”. (quando é na casa de Pedro, ele atende a
todos. Fora, podem não serem atendidos.
Nos “milagres”
de Jesus é preciso ver os “sinais do Reino”. São gestos que anunciam o
nascimento desse mundo novo, sem exclusão, sem sofrimento, onde todos têm a
possibilidade de ser felizes. É isso que Jesus veio fazer, e é essa a missão
que os discípulos de Jesus devem procurar concretizar na terra.
ATUALIZAÇÃO • O objetivo de Deus é conduzir os homens
ao encontro desse mundo novo (o “Reino de Deus”) de onde estão ausentes o
sofrimento e a exclusão.
• O encontro
com Jesus e significa a ruptura com o egoísmo, orgulho, comodismo,
autossuficiência, injustiça, que geram sofrimento, opressão e morte nas nossas
vidas. Quem se encontra com Jesus, escuta e adere ao “Reino”, assume o compromisso
de viver o amor, o perdão, a tolerância e o serviço aos irmãos.
• A sogra de
Pedro, depois do encontro com Jesus, “começou a servir”. Quem
encontra Jesus e aceita inserir-se na dinâmica do “Reino”, compromete-se com a
transformação do mundo… Compromete-se a realizar, em favor dos irmãos, os
mesmos “milagres” de Jesus e a levar vida, paz e esperança aos doentes,
marginalizados, oprimidos, injustiçados, perseguidos e aos que sofrem.
• Na multidão
que se concentra à porta da “casa de Pedro” todos sãos curados. A Igreja
de Jesus Cristo (a “casa de Pedro”) tem uma proposta libertadora que vem de
Jesus e é para todos…
• Rezar é uma
tomada de consciência dos projetos de Deus.
SEGUNDA
LEITURA (1Cor 9,16-19.22-23) pregar o evangelho não é para mim motivo
de glória. É uma necessidade... Ai de mim se eu não pregar o evangelho! ...a
iniciativa não é minha, trata-se de um encargo confiado. Assim, livre em
relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número
possível. Com os fracos, eu me fiz fraco... Com todos, eu me fiz tudo, para
salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.
AMBIENTE - Um dos problemas aos cristãos de Corinto
de comer ou não comer a carne imolada aos ídolos; deve-se evitar escandalizar
os mais débeis: não faltar à caridade, guiados pelo amor. Ora, o amor pode, em
certas circunstâncias, exigir que eu renuncie aos meus direitos e à minha
liberdade, em benefício dos outros. Ele como apóstolo, podia reivindicar certos
direitos … Mas nunca exigiu nada porque o que o preocupa não são os seus
próprios direitos, mas o benefício das comunidades e dos irmãos. É precisamente aqui que Paulo explica que
anuncia o Evangelho, não por interesse próprio, mas por interesse dos irmãos.
MENSAGEM - O anúncio do Evangelho não é um título de
glória, mas uma obrigação que lhe foi imposta. Quando alguém encontra Cristo e
se torna discípulo, não pode ficar parado. Por amor, ele renunciou aos seus
direitos e fez-se “servo de todos”.
ATUALIZAÇÃO • O amor é o “bem maior”, em vista do qual
ele pode renunciar a “bens menores”. O discípulo de Jesus não pode impor os
seus direitos, quando esse preço implica desprezar os irmãos.
• A expressão
“ai de mim se não anunciar o Evangelho”
• Aquele que
dedica a sua vida ao serviço do Reino é capaz de renunciar até aos seus tempos
de descanso. Para o discípulo, o está acima dos próprios interesses.
Num mundo, que cultua o corpo, a saúde e presta tão pouca atenção
ao sofrimento, à dor... Jó convidam-nos a colocar os pés no chão e busca o
sentido da existência e o faz diante de Deus. Nossa leitura termina dizendo: “Lembra-te
de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a
felicidade”. É oração! O triste na vida não é sofrer, não é morrer...
Triste é sofrer e morrer sem Deus que dá sentido à existência
Em Jesus, Deus revela-se como Deus próximo, Deus de compaixão,
Deus capaz de dar um sentido às nossas dores e até a nossa morte. Cristo nos
toma pela mão, Cristo toma sobre si as nossas dores. Sabemos que nele, tudo se
enche de novo sentido... Por isso todos o procuram, porque procuram um sentido
para a existência!
Na
comunhão com Cristo, a dor torna-se plena de significado e podemos dizer como
Paulo: ‘Agora eu me alegro nos sofrimentos que suporto por vós, e completo na
minha carne o que falta dos padecimentos do Cristo pelo seu corpo que é a
Igreja’ (Cl 1,24)...
Caríssimos, Jesus veio para anunciar o Reino e expulsar tudo aquilo que
demoniza a nossa existência. Que seja Jesus o consolo de nosso pranto, a força
no nosso caminho, o alívio de nossas dores e o prêmio de vida eterna.
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