Solenidade da Santíssima
Trindade ano B (Adaptado pelo Diácono Ismael)
Síntese:
TEMA: “Em nome do Pai e do Filho e do
Esp. Santo é que nós existimos e somos.”
Primeira
leitura: É Deus que vem
ao encontro dos homens, lhes indica caminhos de vida plena e verdadeira.
Evangelho: Os discípulos recebem a missão de
testemunhar a sua proposta de vida em nome da família divina; Pai, Filho e
Espírito Santo.
Segunda
leitura: Deus
acompanha a humanidade oferecendo a vida plena e definitiva.
PRIMEIRA LEITURA (Dt
4,32-34.39-40) Leitura do Livro do Deuteronômio.
Moisés falou
ao povo, dizendo: “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia
em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um extremo ao outro dos
céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante.
Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do
meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? Ou terá jamais algum
Deus vindo escolher para si um povo entre as nações, por meio de provações, de
sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido,
e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o Senhor vosso Deus
fez no Egito, diante de teus próprios olhos? Reconhece, pois, hoje, e
grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na
terra e que não há outro além dele. Guarda suas leis e seus mandamentos,
que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, e
vivas longos dias sobre a terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre”.
AMBIENTE
- O Livro do
Deuteronômio foi descoberto no Templo de Jerusalém no reinado de Josias (622
a.C). O capítulo 4 é um texto redigido na fase final do Exílio na Babilônia. O
Povo corria o risco de trocar Jahwéh pelos deuses babilônicos. É neste contexto
que os teólogos vão convidar o Povo a olhar para a sua história e a
comprometer-se de novo com Deus e com a Aliança.
MENSAGEM
- É uma história na
qual se manifesta o amor de um Deus empenhado em estabelecer comunhão e
familiaridade com o seu Povo. Jahwéh falou-lhe ao coração e realizou gestos
destinados a trazer ao Povo ao encontro da vida. Israel deve reconhecer que “só
o Senhor é Deus… e que não há outro”. D’Ele e só d’Ele brotam a vida, a
salvação, a felicidade, a liberdade. Esta constatação convida o Povo a não
colocar a sua esperança noutros deuses e cumprir as leis e os mandamentos de
Deus, pois são o caminho seguro para a felicidade.
ATUALIZAÇÃO *¨ Deus é sensível aos problemas humanos,
nos ama e tem misericórdia de nossas falhas.
*¨ É Deus que vem ao encontro dos homens e lhes indica caminhos
de liberdade e de vida e intervém para nos libertar de tudo que nos oprime e
para nos oferecer perspectivas de vida plena e verdadeira. Deus deve ser uma
luz de esperança que ilumina o nosso caminho.
** Jahwéh é o único Deus e só n’Ele o homem encontra a
verdadeira vida. Os outros “deuses” (o dinheiro, o poder, a fama, o
sucesso, o reconhecimento social, os valores da moda…), são verdadeiramente
garantia de vida e de felicidade?
** As leis e os mandamentos são o caminho para a
felicidade e para a realização plena do homem.
EVANGELHO (Mt 28,16-20) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Mateus.
Naquele
tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes
tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda
assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me
foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até ao fim do mundo”.
AMBIENTE
- Os judeus de
Jerusalém desprezavam os judeus da Galileia “não podia sair nada de bom”. No
entanto, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda a sua vida. Foi também na
Galileia que Ele começou a anunciar o Evangelho do “Reino” e que começou a
reunir à sua volta um grupo de discípulos. Para Mateus, esse fato sugere que o
anúncio de Jesus é universal: destina-se a judeus e pagãos. Mateus situa este
encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos, num “monte que Jesus
lhes indicara”. o “monte” é sempre, no Antigo Testamento, o lugar onde Deus
se revela.
MENSAGEM
- Jesus ressuscitado
revela se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-no como “o Senhor” e adoram-no.
Depois da adoração, Mateus acrescenta “alguns ainda duvidaram”. Ao reconhecimento
e à adoração dos discípulos, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus,
que reflete a fé da comunidade de Mateus: Jesus é o “Kyrios”, que possui
todo o poder sobre o mundo e sobre a história; Jesus é “o mestre”, cujo
ensinamento será sempre uma referência para os discípulos; Jesus é o “Deus
conosco”, que acompanhará a caminhada dos discípulos pela história.
Mateus
descreve o envio dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é uma
comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de
salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos
dos discípulos. A missão destina-se a “todas as nações”. Começava-se pela
catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de Jesus (o discípulo começava
sempre pelo catecumenato, que lhe dava as bases da proposta de Jesus). Quando
os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o batismo – que
selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos
tempos”, ajudando-os a superar as crises e as dificuldades da caminhada.
ATUALIZAÇÃO
**¨ Ser
batizado é estabelecer uma relação pessoal com a comunidade trinitária do Pai,
do Filho e do Espírito Santo.
**¨ Quem acolheu o convite de Deus para integrar a
comunidade trinitária, torna-se testemunha dessa vida nova que Deus
oferece. O papel dos discípulos é continuar a missão de Jesus, testemunhar o
amor de Deus pelos homens e convidar os homens a integrar a família de Deus.
**¨ A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão
universal.
**¨ Testemunhar o amor de Deus e apresentar aos homens o
convite para integrar a família de Deus é um enorme desafio. O confronto com o
mundo gera muitas vezes, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de
decepção convém recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim
dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo
em que acreditamos.
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,14-17) Leitura
da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos: Todos
aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo,
mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos:
Abbá, ó Pai! O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos
atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros
de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com Ele, é para
sermos também glorificados com Ele.
AMBIENTE
- A Carta por volta do
ano 57/58 do apóstolo apresenta uma síntese da sua mensagem e da sua pregação.
Na comunidade cristã de Roma havia divergências entre cristãos vindos do
judaísmo e cristãos vindos do paganismo acerca do caminho cristão. Para os
judeu-cristãos, a salvação dependia, além da fé em Cristo, da prática da Lei de
Moisés; para os pagão-cristãos, a adesão a Cristo bastava. A uns e a outros,
Paulo vai apresentar o essencial da mensagem cristã… O apóstolo insiste no fato
de a salvação não ser uma conquista do homem, mas um dom do amor de Deus.
A salvação é oferecida por Deus ao homem através de Jesus Cristo; ao homem
resta aderir a essa proposta de salvação, na fé.
O texto
que hoje, Paulo reflete sobre a vida nova que Deus oferece ao batizado e que Paulo
chama “a vida no Espírito”. Paulo procura mostrar que os cristãos, libertos da
Lei, do pecado e da morte por Jesus Cristo, deixaram a vida velha da “carne”
(que é viver em oposição a Deus, para viverem a vida nova do Espírito
(escutando as suas propostas, na obediência aos projetos de Deus e na doação
aos irmãos).
MENSAGEM
O crente
que acolhe a proposta de salvação que Deus faz em Jesus vive “no Espírito”.
Aceitar
essa proposta de vida é aceitar uma vida de relação e de comunhão com Deus.
Nessa relação, o crente é alimentado com a vida de Deus. Os que aceitam receber
a vida de Deus e vivem “no Espírito” são “filhos de Deus”: Deus é, para eles,
um Pai que continuamente os cria e lhes dá vida. A partir de então, os crentes
integram a “família de Deus”. Não são escravos que vivem no medo; mas são
“filhos” que Deus ama com amor infinito. A condição de “filhos” equipara os
crentes com Cristo. Eles tornam-se “herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo”.
A “herança” reservada é a vida plena e definitiva, que Deus oferece àqueles que
aceitaram a proposta de Cristo e percorreram com Ele o caminho do amor, da
doação.
ATUALIZAÇÃO
**¨: Deus não é
distante, mas é um Deus que acompanha a humanidade e oferece a vida. É preciso
não esquecer que Deus nunca desiste dos seus filhos e que nenhum de nós Lhe é
indiferente.
**¨ Os membros da comunidade cristã, que pelo Batismo
aderiram ao projeto de salvação são animados pelo Espírito e integram a família
de Deus. O fim último da nossa caminhada é a pertença à família trinitária.
**¨ A nossa relação com os irmãos deve refletir o amor,
a ternura, a misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as
consequências práticas do nosso compromisso com a comunidade trinitária.
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A Trindade
A festa da TRINDADE nos convida a refletir sobre
o Mistério da vida íntima de Deus e conhecer melhor quem é nosso Deus. Ele se
revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
A 1ª
Leitura apresenta o Deus da
ALIANÇA.
Deus é o PAI que com sabedoria criou e dirige o
universo. (Dt 4, 32-34.39-40)
É parte de um
discurso de Moisés, no final de sua vida, em que resume a Aliança e suas
exigências.
Convida Israel
a contemplar a sua história e a ação de Deus na sua vida e na libertação do
Egito.
Dá pistas para
reconhecer o verdadeiro rosto de Deus.
É um Deus que
estabelece COMUNHÃO e familiaridade
com seu Povo.
Ele vai ao
encontro, fala com eles e está sempre atento aos seus problemas.
É um Deus fiel,
apesar da infidelidade de Israel.
É um Deus
próximo do Povo, embora esse se afaste dele.
- E conclui
convidando o Povo a cumprir os mandamentos do Senhor, pois são sugestões de um
Deus que nos ama e quer a nossa felicidade e a nossa plena realização.
* O Antigo
testamento não conhecia o Mistério da Trindade.
Nessa etapa,
aparece a UNICIDADE e a ESPIRITUALIDADE de Deus, assim como os atributos de
ONIPOTÊNCIA e MISERICÓRDIA
Na 2ª
Leitura, Paulo ressalta que, graças ao dom do ESPÍRITO através de CRISTO
somos filhos de Deus e, por isso, podemos chamar Deus de "Abba",
"PAI". (Rm 8,14-17)
No Evangelho,
Jesus envia os discípulos em Missão para pregar o Evangelho e Batizar em
nome da TRINDADE. (Mt 28,16-20)
O texto
descreve o encontro final entre Jesus e os discípulos.
Nele aparece
uma fórmula trinitária usada no batismo cristão.
Pelo Batismo,
nos tornamos participantes da Comunhão trinitária.
Mateus revela
que a Igreja é uma Comunidade Missionária e tem duas etapas de iniciação
cristã: ENSINO e BATISMO.
Inicia com a
catequese sobre as palavras e os gestos de Jesus e o Batismo sela a íntima
comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
+ A
celebração da festa da Trindade não é um convite para decifrar o
Mistério de um Deus em três pessoas, mas um convite para contemplar Deus que é
AMOR e vive em comunhão de pessoas e
nos convida a
participar da vida íntima de Deus.
Esse Mistério é
algo tão sublime, que supera nossa capacidade de compreender, mas podemos e
devemos crescer no conhecimento de Deus...
Sabemos da
existência desse Mistério, porque Jesus nos revelou.
Por que Cristo nos
revelou esse Mistério?
+ Certamente, não foi
para ser um problema para nossa compreensão.
Pelo contrário,
porque Deus nos ama, ele quer que participemos ainda mais de perto de sua vida
de amor.
O próprio
Cristo nos apontou o modo:
"Se alguém me ama,
guardará as minhas palavras;
e meu Pai o amará e nós viremos a ele e
faremos nele a nossa morada..."
Que verdade
consoladora: a nossa pessoa ser um Templo da Trindade...
- Em nós está o
PAI, que nos chamou do nada, insuflou-nos o sopro da vida, deu-nos um nome,
confiou-nos uma missão.
- Em nós está o
FILHO, que entregou sua vida por nós, imagem do Filho de Deus a ser imitada e
reproduzida por todos nós.
- Em nós está o
ESPÍRITO SANTO, que nos ilumina e fortalece nos caminhos de Deus.
E toda essa
maravilha começou em nós desde o nosso BATISMO.
- Do Pai, somos filhos amados...
- Do Filho,
somos irmãos e participamos da mesma vida e do mesmo projeto.
- Do Espírito
Santo, recebemos inspiração e impulso para vivermos a vida divina.
Essa relação
com as três pessoas divinas, deve ser cultivada em nossa vida.
Somos chamados
a renovar o nosso compromisso batismal, para sermos reflexos da Trindade,
sinais de comunhão, partilha e esperança, num mundo tão dividido,
individualista e desesperançado.
- A Bíblia nos
conta que em Moisés, após ter falado com Deus, dois raios de luz tão intensa
iluminavam sua face, que não podiam olhar para ele...
Que todos
quantos nos encontrarem nessa semana, após esse nosso encontro com Deus nessa
celebração, possam ver em nós, alguém que também se encontrou com seu Deus...
Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Meus irmãos e minhas irmãs, nós celebramos a Páscoa do Senhor,
depois celebramos todo o tempo Pascal, terminado o tempo Pascal, celebramos a
Ascenção do Senhor e a partir daí,
celebramos a vinda do Espírito Santo. Hoje, concluindo este conjunto d celebrações,
nós queremos glorificar a Trindade, o Deus que é Pai, o Deus que é Filho e o
Deus que é Espírito Santo. Pela própria iniciativa de Deus, Ele nos buscou e
quis comunicar o seu amor, revelando o seu rosto de Criador, de tal maneira que
contemplando a natureza, nós podemos, temos condições, de conhecer e nos
encontrar com Deus. Também, por iniciativa própria, buscou o ser humano para
estabelecer um diálogo. Assim vamos entender Deus que se faz homem para, ao
lado do ser humano, não somente estabelecer um diálogo com Ele, mas propor um
caminho que leva à felicidade. Por fim, Deus, por iniciativa própria, Ele se
torna presente na Igreja, que somos nós, para que tenhamos coragem e força para
continuar esta caminhada, não nos sentindo abandonados, mas como termina o
Evangelho de hoje; Eu estarei convosco todos os dias. Portanto, é a partir da
Trindade que vamos entender o que é a vida em comunhão. O mesmo Deus, que busca
de maneiras diferentes, estar sempre ao lado do ser humano. Portanto, na medida
em que eu contemplo a Trindade, eu me dou conta da importância, pois também nós
vivemos nesta unidade, cada um com um rosto diferente, mas formando um único
corpo; o corpo Místico de Cristo. O que é que nos possibilita pertencer a este
Corpo? É o Batismo. Santo Irineu vai dizer que o Batismo nos traz o mesmo
efeito da água que jogamos na farinha de trigo. Você quer fazer uma massa, pega
os grãos, que estão isolados uns dos outros, joga água e esta unirá todos os
grãos que estavam separados, fazendo uma só massa. É assim o Batismo. Nós somos
grãos isolados. Quando somos batizados, acabamos nos tornando uma única massa,
um único corpo, que é o Corpo de Cristo, o Corpo Místico de Deus. A partir daí,
vamos entender a importância do Batismo. O Batismo é a porta de entrada para a
caminhada de vida comunitária, aonde experimentamos Deus e fazemos a
experiência de comunhão entre nós. Aqui tem um detalhe, que para nós católicos,
é fundamental e faz com que a nossa igreja se torne diferente de algumas
igrejas cristãs. Porque nós somos batizados em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, enquanto algumas igrejas oferecem o batismo em nome de Jesus. É
aqui então, a diferença fundamental. Porque, como católicos, batizar alguém em
nome de Jesus, é batizar lembrando um Jesus do passado, de alguém que veio à
dois mil anos atrás, aonde nós temos uma mera lembrança e recordação. Enquanto
que batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é batizar em nome de
um Deus que permanece em nosso meio, é um Deus vivo e presente na vida das
pessoas. Então, para nós, batizar em nome da Trindade, significa ingressar numa vida de comunhão. Então,
para nós, a vida comunitária é muito importante, porque aprendemos isto de Deus
que é Pai, Filho e Espírito Santo. Enquanto que, se fossemos batizados só em
nome de Jesus, a vida comunitária não teria muito sentido. Seria eu e Deus
somente, eu e Jesus somente, não seria eu ingressado, pertencente a uma família
cristã. Para nós, este é um dado importante. Como nós não queremos ver ninguém
isolado, não vemos impossibilidade alguém
em batizar alguém ainda criança. O Evangelho de hoje nos dá este
fundamento. É importante buscar o sentido das palavras; toda autoridade me foi
dado no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os
povos da terra, batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando tudo quanto vos ordenei. Aqui precisamos perceber o sentido do texto,
porque aqui não diz o que deve ser feito primeiro. Aqui diz que precisamos fazer
discípulos (meus) todos os povos, batizando. Batizando está no tempo do
gerúndio, que é um tempo gramatical, tempo verbal, que não diz se é passado,
presente ou futuro, mas mostra somente o que se deve fazer. Então, você pode
batizar e tornar discípulo ou tornar discípulo e batizar, mas sobretudo, você
deve viver o batismo cada dia. É um verbo, que está assim, de maneira muito
dinâmica. Então, para nós, o quanto antes integrarmos a pessoa ao Corpo de
Cristo, tanto melhor. É evidente que não basta o batismo. O batismo é a porta
de entrada. Você chega em uma casa, bate na porta e a pessoa diz; entra! Você
diz; não, vou ficar aqui fora. Bom, é estranho! Então, por que você foi naquela
casa? Se você não quer entrar, está com pressa, não quer entrar mesmo, por que
então bateu? Então, o batismo é o bater na porta. O batismo é a Trindade de
Deus que diz: entra, venha fazer parte da nossa casa, da nossa família. Agora,
é preciso que nós demos os passos necessários para poder entrar, experimentar
esta vida em comunidade. Para muitos, eu cumpro a minha obrigação; eu levo e
batizo. Depois eu vou trazer para a primeira comunhão, depois para a crisma e
depois cada um por si; ele que decida o que quer. Não! Esta mentalidade é
errada. Na medida em que eu participo da família Cristã, porque eu pertenço a esta família, por força do
Batismo, eu sou chamado a caminhar todos os dias. Fazei discípulos; discípulo é
aquele que busca acompanhar o mestre e para que eu possa acompanhar o mestre,
eu preciso ouvir o seu ensinamento, eu preciso experimentar a sua presença.
Portanto, se começamos pelo Batismo, somos chamados a depois continuar esta
caminhada de Cristãos. Quando eu Celebro o Batismo de alguém, sobretudo de
criança, eu sempre pergunto aos pais; como é que esta criança vai saber que
você é o pai, que você é a mãe? E a resposta é sempre a mesma; é por causa do
nosso amor. Eu falo; não é verdade! Porque o avo ama, a avó ama, a tia ama, o
tio ama e a criança vai saber que este que este é o pai, esta é a mãe, este é o
tio e esta é a tia. A verdade é tão simples, que as pessoas não sabem
responder. É porque, quando você está em contato com a criança, você diz: vem
com o papai, vem com a mamãe, vem com o vovô, vem com a titia... Então, ele
aprende; este é o pai, esta é a mãe, este o vovô, esta a vovó, esta a titia. Se o pai nunca dizer; vem com o papai, ele
nunca vai saber que ele é o pai. Assim é Deus. Tem gente que batiza a criança e
nunca fala de Deus! Como é que esta criança vai saber quem é Deus? Ah! Então
vou chamar todos os dias para falar de Deus. Não. Não é assim que funciona. É
na naturalidade; olha que árvore bonita! É Deus Pai que criou. Você indicou
quem é Deus Pai, é o criador. Olha como o meu amiguinho é bacana! É Jesus que
nos ensinou a sermos amigos. É o Deus Filho. Olha como eu me sinto feliz aqui
na convivência! É o Deus Espírito Santo que nos mantém unidos. Quer dizer; se
eu não criar o habito de falar de Deus, as pessoas não conhecem a Deus. É
evidente, que na medida que passa o tempo, aquela criança vai tomando
consciência do Deus que ela crê e aí é hora dela dar a sua resposta. É aonde
nós falamos do sacramento da Crisma. Aonde ela diz; eu creio, não mais por ter
ouvido falar, mas eu mesmo conheci; eu quero confirmar a minha fé. É assim que
a igreja católica compreende toda esta dinâmica, aonde para nós, não há mal
algum batizar enquanto criança, porque ela deve fazer uma caminhada. É
evidente, que se aparece alguém que é adulto e quer ser batizado, sem problema
nenhum. Vamos fazer a caminhada e vai ser batizada. Para nós, quanto antes
pertencer ao povo de Deus, tanto melhor. Ora, o nosso Deus, portanto, não é um
Deus que nos abandonou e foi para o céu. É um Deus que está no céu e está no
nosso meio. Isto, a primeira leitura nos fala muito bem. É um Deus que nos garante
a alegria e a felicidade, segurança, esperança, amor, a primeira leitura nos
diz isto também. É evidente, que, quando as pessoas não reconhecem Deus como
Pai, dificilmente se reconhecerão como filhos. Aí o nosso grande desafio.
Mostrar para os outros, que nós, que pertencemos a uma comunidade, nós nunca
estamos sozinhos. Isto é tão importante. Ás vezes eu estou sem companhia, mas
não me sinto só. Primeiro porque estou amparado pela Trindade de Deus. Segundo,
porque pertenço a um povo que vai muito além de minha casa, do meu sangue; eu
pertenço a um povo que quer ser discípulo do Senhor. Isto nos dá esperança e
muita confiança. Por isso, ajudar as pessoas que se sentem só, a descobrir o
valor de uma comunidade. Certamente, ela descobrindo este valor, ela redescobre
toda a dinâmica da vida.
Para concluir: o momento em que somos UM, é o momento da
comunhão. Por isso, ouvir a Palavra e receber a Eucaristia são as grandezas que
nos mantém e nos garante sermos sempre discípulos do Senhor. Que possamos continuar
vivendo o nosso Batismo sendo um sinal no mundo.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
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Mt 28,16-20
Terminado o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a
liturgia celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que
o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no
mesmo Espírito Eterno, o ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a
Solenidade de agora é um modo que a Igreja encontra para louvar, engrandecer e
adorar na proclamação exultante, o amor sem fim da Trindade Santa.
Estejamos atentos: por confessar a fé na Santa Trindade, os
cristãos têm um modo absolutamente original de compreender Deus. Os judeus
sabem que Deus é um só; aquele que os arrancou da terra do Egisto, da casa da
servidão. Ouvimos falar dele na primeira leitura: Reconhece hoje e grava em teu
coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que
não há outro além dele”. Os muçulmanos afirmam que não há outro Deus a não ser
o único Deus de Abraão. Neste sentido, esta é também a nossa fé. Deus é um só, uma
Essência eterna, infinita, onipotente, imutável. Deus é absolutamente
um, que não pode ser multiplicado nem dividido: ele é Amor todo inteiro, inteiro
na Beleza, inteiro na Infinitude, inteiro na Onipotência e na Onipresença. Pois
bem, como os judeus e como os muçulmanos nós confessamos firmemente que só há
um Deus, absolutamente uno, Senhor do céu e da terra, diferente e para além de
tudo quanto existe, de tudo quanto possamos compreender e imaginar.
No entanto, caríssimos, contemplando Jesus ressuscitado, todo
glorificado, todo divinizado na sua natureza humana por obra do Espírito de
Deus, nós proclamamos com o Novo Testamento e todas as gerações cristãs, que o
nosso Salvador, o nosso Jesus amado, é Deus bendito pelos séculos, enviado pelo
Pai, que é Deus, para nossa salvação; enviado na potência do Espírito que é
também divino e divinizante, Paráclito que não é algo de Deus, mas Alguém de
Deus, uma Pessoa, na qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus e, habitando em nós,
dá testemunho da divindade do Pai e do Filho, enche-nos de vida divina,
guia-nos, sustenta-nos, ilumina-nos. Ouviram, amados, as palavras de São Paulo
na segunda leitura? Davam testemunho das Três divinas pessoas: do Pai que
enviando em nós o Espírito do Filho nos faz filhos no bendito e único filho
Jesus. Eis o que dizia o Apóstolo: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito
para nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também
herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”… Então, eis a nossa fé, que
transborda a humana lógica, transcende o balbuciar de nossa pobre linguagem,
ultrapassa nossos limitados e tateantes paradigmas: Deus é um só,
absolutamente. Enquanto a natureza humana, apesar de genericamente uma só, se
multiplica nos indivíduos humanos, a natureza divina é absolutamente una,
indivisível e imultiplicável, una não só genérica, mas também numericamente; e,
no entanto, essa natureza é, ao mesmo tempo e perfeitamente, Pai, Filho e Santo
Espírito. A natureza divina está todinha no Pai e, incompreensivelmente,
todinha no Filho e, ainda, todinha no Espírito Santo. A unidade em Deus é
incompreensível, absolutamente perfeita e eterna. Assim sendo, em Deus
não há três vontades iguais, mas uma só vontade; não há três poderes iguais,
mas um só poder, não três consciências iguais, mas uma só consciência. Mais uma
vez: Deus é absolutamente UM! E, no entanto, os três divinos são absolutamente
diversos: só o Pai gera, só o Filho é gerado, só o Espírito é a própria
Geração; só o Pai é o Amante, só o Filho é o Amado, só o Espírito é o Amor.
E neste amor que circula de modo eterno, perfeito e feliz, o
Pai, eterno Amante, tudo criou através do Filho, eterno Amado, na potência do
Espírito Santo, eterno Amor. E, por isso, o mundo existe, as estrelas brilham,
a vida brota e, sobretudo, nós existimos. Vimos do Pai, pelo Filho, no
Espírito; vivemos no Pai pelo Filho no Espírito; vamos para o Pai, através do
Filho no Espírito, Trindade Santa, nossa vida e plenitude eterna. É assim
que os cristãos confessam o seu Deus como eterno amor, amor vivo e circulante
que, gratuita e livremente, se derrama sobre o mundo e sobre a nossa vida. De
fato, nós conhecemos o amor de Deus e sua vida íntima porque o Pai amou tanto o
mundo, a ponto de enviar o seu Filho e, pelo Filho, derramou no nosso coração o
Espírito do Filho que, em nós, clama Abbá, Pai. Por isso, podemos dizer que
Deus é amor e, quem não ama, não conhece a Deus! E toda esta vida divina,
amados, nos é dada desde o Batismo, quando fomos mergulhados no nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo; e cresce em nós a cada dia, nos sacramentos e na
vida cristã, preparando-nos para nosso destino eterno: plenos do Espírito,
sermos totalmente inseridos no Cristo e nele configurados, para contemplar
eternamente o Pai!
Eis um pouquinho, um balbuciar do mistério da santa,
consubstancial e eterna Trindade, a quem a glória e o louvor pelos séculos dos
séculos. Amém.
D. Henrique Soares
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Trindade no céu! Trindade no coração!
“Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da
Igreja católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos pregaram e os
Santos Padres transmitiram. De fato, a tradição constitui o alicerce da Igreja,
e todo aquele que dele se afasta deixa de ser cristão e não merece mais usar
este nome” (Das cartas de Santo Atanásio).
A fé da Igreja nos ensina que há um só Deus em três pessoas: Pai
e Filho e Espírito Santo. Nós queremos dizer hoje com a liturgia da Igreja:
“Sede bendita, ó Trindade indivisível, agora e sempre e eternamente pelos
séculos, vós que criais e governais todas as coisas” (Ant.do Cântico evangélico
de Laudes). E pedimos: “Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a
glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente” (oração coleta da Missa).
O Mistério da Trindade, junto com o da Encarnação do Verbo de
Deus, é central na nossa fé cristã. Ele, sendo o Filho, ensinou-nos que Deus é
seu Pai, ensinou-nos também que o Amor do Pai e do Filho é o Espírito Santo. O
Senhor Jesus tem toda a autoridade no céu e na terra (cf. Mt 28,18). Somos
batizados em nome das três divinas Pessoas e tornamo-nos filhos de Deus. Deus
aproximou-se de nós, fez-nos seus filhos: “Abba! Pai!” é a nossa oração no dia
de hoje.
Deus está em todos os lugares sem circunscrever-se a nenhum
lugar, ele é onipresente. Mas também está na nossa alma em graça: o Pai e o
Filho e o Espírito fizeram morada no coração dos cristãos. Por que as vezes
vivemos como se Deus não estivesse ao nosso lado? Um tipo de ateísmo consiste
em viver como se Deus não existisse: trata-se de negar a Deus na prática.
Quantos cristãos vivem como se fossem ateus! Vivem como se Deus não existisse,
como se Deus não contasse para nada em suas vidas.
Há um filme intitulado “O terceiro homem”, protagonizado por
Orson Welles que mostra, salvando as distâncias, como vivem alguns que dizem
que acreditam em Deus e desacreditam ao mesmo tempo a religião e o sagrado. Num
parque de diversões, uma roda-gigante gira lentamente acima dos telhados da
Viena do tempo pós-guerra, bombardeada e ocupada pelas forças internacionais,
enquanto lá em baixo, como pontos minúsculos, umas crianças se entretêm nos
seus jogos.
O protagonista do filme é um adulterador de penicilina sem
escrúpulos. No alto da roda, o seu amigo pergunta-lhe se chegou a ver
pessoalmente a desgraça de alguma das suas vítimas, e o homem responde
cinicamente: “Não me agrada falar disso. Vítimas? Não seja melodramático. Olhe
aí em baixo: você sentiria compaixão se alguns desse pontinhos negros deixassem
de mover-se?”
“Você antes acreditava em Deus”, recordou-lhe o amigo.
O protagonista refletiu um momento e disse: “E continuo a
acreditar, amigo! Acredito em Deus e na sua misericórdia. Mas acho que os
mortos estão melhor do que nós: considerando o que deixaram para trás!”
Felizmente, são poucos os que chegam a esse grau de cinismo. (…)
todos corremos o risco de ser seduzidos por essa ética da normalidade, cujos
slogans emblemáticos poderiam ser: “Isso é normal, todos fazem”, “hoje em dia,
ninguém pensa assim”, “não se deve complicar a vida”, “a vida é assim, que
vamos fazer?”, ou outros semelhantes. (A. Aguilló, É razoável crer, São Paulo:
Quadrante, 168-169).
Pode-se observar nesse filme o comportamento de muitos que dizem
acreditar em Deus. A verdade de fé que afirma que existe um só Deus em três
Pessoas realmente distintas não é uma abstração mental. Esse mundo saiu das
mãos amorosas de Deus, que é comunhão, e está chamado a viver em comunhão.
Todos os seres humanos estão chamados a viver o céu também aqui na terra, pois
o céu é Deus e ele quer morar em nós.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!
Pe.
Françoá Costa
Santíssima Trindade
Depois de ter celebrado os mistérios da Salvação, desde o
nascimento de Cristo (Natal) até a vinda do Espírito Santo (Pentecostes), a
liturgia propõe-nos o mistério central de nossa fé: a Santíssima Trindade.
Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da
Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no
incompreensível, mais na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso
ser e do nosso agir.
Mas é Cristo quem nos revela a intimidade do mistério trinitário
e o convite para que participemos dele. “Ninguém conhece o Pai senão o Filho e
aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt, 11, 27). Ele revelou-nos também a
existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a
santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de
vida entre as Pessoas divinas (Cf. Jo16, 12-15).
O mistério da Santíssima Trindade é o ponto de partida de toda a
verdade revelada e a fonte de que procede a vida sobrenatural e para a qual nos
encaminhamos: somos filhos do Pai, irmãos e co-herdeiros do Filho, santificados
continuamente pelo Espírito Santo para nos assemelharmos cada vez mais a
Cristo.
Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima
Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados;
ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por
mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo
do dia, nós, os cristãos repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito
Santo.
Meditando sobre a Trindade dizia S. Josemaria Escrivá: “Deus é o
meu Pai! Se meditares nisto, não sairás dessa consoladora consideração.
Jesus é meu Amigo íntimo ! (outra descoberta), que me ama com
toda a divina loucura do seu coração.
O Espírito Santo é meu Consolador!, que me guia nos passos de
todo o meu caminho. Pensa bem, nisso. Tu és de Deus…, e Deus é teu” (Forja,
nº2).
Desde que o homem é chamado a participar da própria vida divina
pela graça recebida no Batismo, está destinado a participar cada vez mais dessa
Vida. É um caminho que é preciso percorrer continuamente.
A Santíssima Trindade habita na nossa alma como num templo. E
São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Rm 5, 5). E aí, na intimidade da
alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com Deus Filho e com
Deus Espírito Santo. Dizia Santa Catarina de Sena: “Vós, Trindade eterna, sois
mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais
descubro, mais vos procuro”.
Imensa é a alegria por termos a presença da Santíssima Trindade
na nossa alma! Esta alegria é destinada a todo cristão, chamado à santidade no
meio dos seus afazeres profissionais e que deseja amar a Deus com todo o seu
ser; se bem que, como diz Santa Teresa, “há muitas almas que permanecem rodando
o castelo (da alma), no lugar onde montam guarda as sentinelas , e nada se lhes
dá de penetrar nele. Não sabem o que existe em tão preciosa mansão, nem quem
mora dentro dela”. Nessa “preciosa mansão”, na alma que resplandece pela graça,
está Deus conosco: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Desde pequenos, aprendemos de nossos pais a fazer o sinal da
cruz e chamar a Deus: de Pai, Filho e Espírito Santo.
Assim com toda a naturalidade, estávamos invocando o mistério mais
profundo de nossa fé e da vida cristã: Santíssima Trindade que hoje celebramos.
Só Cristo nos revelou claramente essa verdade: Fala
constantemente do Pai: Quando Felipe diz: “Mostra-nos o Pai…”, Jesus responde:
“Felipe… quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,8).
Jesus promete o Espírito Santo: “Quando vier o Espírito da
Verdade, ele vos conduzirá à plena Verdade”.
Quando se despede, no dia da Ascensão, afirma: “Ide… e batizai
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
A contemplação e o louvor à Santíssima Trindade são a substância
da nossa vida sobrenatural, e esse é também o nosso fim: porque no Céu, junto
de Nossa Senhora – Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus
Espírito Santo: mais do que Ela, só Deus – , a nossa felicidade e o nosso júbilo
serão um louvor eterno ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.
Mons.
José Maria Pereira
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PARA A CELEBRAÇÃO DA
PALAVRA (Diáconos e ministros extraordinários da Palavra)
LOUVOR: (QUANDO
O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
-- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO
PAI:
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
- Senhor, nosso Deus e pai, louvado seja
o vosso nome por todos os séculos. Sois o nosso criador e sempre nos
acompanhais derramando vosso amor sobre nós. Nós vos agradecemos e vos
louvamos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
- Senhor, nosso Deus e pai, bendito
sejais para sempre. Imenso é o vosso amor nos enviando vosso filho para nos
guiar nos vossos caminhos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
- Senhor, nosso Deus e pai, enviai-nos o
Espírito Santo para nos fortalecer em nossas fraquezas e para que tenhamos
força e coragem em seguir os vossos mandamentos de amor.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
- Senhor, nosso Deus e pai, imenso é
vossa misericórdia. Vinde sempre em nosso auxílio, pois muitas vezes somos
egoístas e desprezamos os vossos projetos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
- Senhor, nosso Deus e pai, que vosso
Reino venha a nós e que a Vossa vontade seja feita. Que o Vosso amor se estenda
a todos os povos e que todos proclamem o vosso Santo nome.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos
pela vossa bondade!
= Pai nosso... / a Paz...
/ Cordeiro de Deus...