Solenidade
de Pentecostes – ANO B 2018.
SINOPSE:
Introdução ao
espírito da Celebração:
Atenágoras afirmou
que «sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o
Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um
poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir moral, um agir de
escravos».
Mas, «no Espírito, o cosmos é enobrecido pela
geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-Se presente; o Evangelho faz-se
poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a autoridade
transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir humano é
deificado».
TEMA: “Como o Pai
me enviou, também eu vos envio.” O Espírito dá vida, renova, transforma e faz nascer o Homem Novo.
Primeira
leitura: É o Espírito que
Cria nova comunidade, orienta e capacita para a missão.
Evangelho:
A
partir do dom do Espírito Santo, a comunidade a volta de Jesus ressuscitado
passa a ser uma comunidade viva e nova, que supera as limitações e dá
testemunho de Jesus.
Segunda
leitura: Paulo diz que o
Espírito Santo é a fonte viva da comunidade. É Ele que concede os dons e estes
devem ser postos ao serviço de todos.
EVANGELHO (Jo 20, 19-23) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Ao anoitecer daquele
dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do
lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio
deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as
mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente,
Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos
envio”. E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o
Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem
não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.
MENSAGEM
- Ao “anoitecer”, as “portas
fechadas”, o “medo. É uma comunidade desorientada e insegura. Jesus aparece “no
meio deles”. Jesus como ponto de referência à volta do qual a comunidade se
constrói. Jesus deseja-lhes “a paz” (“shalom”). A serenidade, a
tranquilidade e a confiança, que supera o medo: a partir de agora, nem o
sofrimento, nem a morte poderão derrotar os discípulos, porque Jesus está “no
meio deles”. Em seguida, Jesus “mostrou-lhes as mãos e o lado”. São os
“sinais” que evocam o amor total expresso na cruz. É nesses “sinais” que os
discípulos reconhecem Jesus. O gesto de Jesus de soprar sobre os discípulos
reproduz o gesto de Deus ao comunicar a vida ao homem de argila. Com o “sopro”
o homem tornou-se um “ser vivente”; com este “sopro”, Jesus transmite a vida
nova e faz nascer o Homem Novo. Agora, os discípulos estão capacitados para
fazerem da sua vida um dom de amor. Finalmente, Jesus explicita qual a
missão dos discípulos: a eliminação do pecado. As palavras de Jesus
Significam, que os discípulos são chamados a testemunhar essa vida que o Pai
quer oferecer a todos. Quem aceitar essa proposta, será integrado na comunidade
de Jesus; quem não a aceitar, continuará a percorrer caminhos de egoísmo e de
morte (isto é, de pecado). A comunidade, animada pelo Espírito, será a mediadora
desta oferta de salvação.
ATUALIZAÇÃO
- A
comunidade cristã só existe, se está centrada em Jesus. É n’Ele que superamos
os nossos medos, incertezas, para testemunharmos a vida nova do Homem Novo.
- As
comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O
Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de
Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em
serviço. É Ele que nos faz vencer os medos, readquirir a audácia profética, testemunhar
o amor, sonhar com um mundo novo.
LEITURA I –
Atos 2,1-11 Leitura dos Atos dos
Apóstolos.
Quando chegou o dia de
Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De
repente, veio do céu um barulho como se
fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então
apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém judeus devotos
de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e
todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria
língua. Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando
não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua?
Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e
da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte
da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e
prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas
de Deus na nossa própria língua!” .
AMBIENTE
- É uma catequese, onde
Lucas recorre às imagens, aos símbolos, à linguagem poética. O fundamental é
apresentar a Igreja como a comunidade que nasce de Jesus, que é assistida pelo
Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto libertador do Pai.
MENSAGEM
- Lucas coloca a
experiência do Espírito no dia de Pentecostes, celebrada cinquenta dias
após a Páscoa. Originariamente, era uma festa agrícola; mas, no séc. I,
tornou-se a festa que celebrava a aliança no Sinai. Lucas sugere que o
Espírito é a lei da nova aliança e que, por Ele, se constitui a nova
comunidade do Povo de Deus. O Espírito é apresentado como “a força de Deus”,
através de dois símbolos: o vento de tempestade e o fogo. O
Espírito (força de Deus) é apresentado em forma de língua de fogo. A
língua é também a maneira de comunicar, entre as pessoas, de criar comunidade.
“Falar outras línguas” é criar relações, é superar o egoísmo, a divisão,
o racismo, a marginalização… É o reverso de Babel: lá, o orgulho, a ambição
conduziu ao desentendimento; aqui, regressa-se à unidade, ao diálogo, ao
entendimento. Unidos pelo Espírito a comunidade atinge todo o mundo antigo,
desde a Mesopotâmia, até Roma: a todos deve chegar a proposta de Jesus; amor e
de partilha. Pelo Espírito se cria a nova humanidade, a anti-Babel; todos os
povos escutarão a proposta de Jesus e integrarão a comunidade da salvação, onde
se fala a mesma língua do amor. O Pentecostes anuncia a humanidade nova, a
anti-Babel, nascida da ação do Espírito, onde todos serão como irmãos.
Começaram a falar outras línguas». Alguns dizem que o milagre estava nos ouvintes, que
ouviam na própria língua das terras donde provinham: seria então um
tipo de oração, de louvor: os ouvintes de boa fé receberam o dom de interpretar
o que os Apóstolos diziam, os mal dispostos diziam que eles estavam ébrios.
A pregação de Pedro aparece como posterior a este fenômeno.
ATUALIZAÇÃO
- Uma
comunidade reunida por causa de Jesus, pelo Espírito testemunha o projeto
libertador de Jesus. Uma comunidade
universal que vive no amor e na partilha, apesar das diferenças culturais e
étnicas.
- Antes,
um grupo fechado, sem iniciativa nem coragem do testemunho; depois, comunidade
unida, que se assume como comunidade de amor e de liberdade.
- Para ser
cristão, ninguém deve ser espoliado da própria cultura; são convidados, com as
suas diferenças, a acolher esse projeto de Deus, que faz os homens viver no amor.
SALMO RESPONSORIAL / Sl
103(104)
Enviai o vosso
Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
• Bendize, ó minha alma, ao Senhor! / Ó meu Deus e
meu Senhor, como sois grande! /
Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras! / Encheu
se a terra com as vossas criaturas!
• Se tirais o seu respiro, elas perecem / e voltam
para o pó de onde vieram. /
Enviais o vosso espírito e renascem / e da terra toda
a face renovais.
• Que a glória do Senhor perdure sempre, / e
alegre-se o Senhor em suas obras! /
Hoje seja-lhe agradável o meu canto, / pois o Senhor
é a minha grande alegria!
LEITURA II – 1
Cor 12,3b-7.12-13 - Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, ninguém pode
dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons,
mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o
Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas
em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum.
Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do
corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com
Cristo. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos
batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós
bebemos de um único Espírito.
AMBIENTE
- A comunidade de Corinto
não era exemplar no amor e na fraternidade. Os detentores de dons
consideravam se os “iluminados”, assumiam autoritarismo e prepotência; por
outro lado, os que não tinham estes dons eram desprezados. Paulo corrige,
mostra a incoerência destes comportamentos, com o Evangelho.
MENSAGEM
- os dons não garantem os
privilégios. O verdadeiro “carisma” é o que confessa que “Jesus é o Senhor”
e que é útil para o bem da comunidade. É preciso que tenham consciência de que,
apesar da diversidade de dons, é o mesmo Espírito que atua em todos; é o mesmo
Senhor Jesus que está presente em todos;, é o mesmo Deus que age em todos. O
importante é que os dons do Espírito sejam usados para o bem da comunidade. Em
todos circula a mesma vida, pois todos foram batizados num só Espírito. O
Espírito que alimenta e que dá vida ao “corpo de Cristo”; e fomenta coesão,
fraternidade e unidade na comunidade.
ATUALIZAÇÃO
- É o mesmo
Espírito que nos alimenta, embora desempenhemos funções diversas.
- Os “dons” que recebemos não podem gerar conflitos; devem servir
para o bem comum.
- O Espírito que alimenta, que dá vida, que distribui os dons
conforme as necessidades; é Ele que conduz as comunidades pela história. Ele
foi distribuído a todos os crentes e reside na totalidade da comunidade.
Espírito Santo é Amor ardente, Luz de
santidade, Virtude na vida e amparo na morte; é Aquele que enche de alegria os
nossos corações, que lava as nossas manchas, que sara os enfermos e que é paz e
conforto no pranto. E nós o recebemos no
dia do nosso Batismo, em especial no dia em que fomos Crismados. Por isso diz
S. Paulo que o nosso corpo é templo do Espírito Santo; é Ele que nos anima e
fortalece a nossa fé.
Nele, tudo tem
valor, até a mais simples das criaturas… Sem ele, nada podemos nós: “Sem a luz que
acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem
mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, porque sem o seu Espírito Santo que nos
sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor
para o Reino dos Céus. Jesus é a videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva
que, vinda do tronco, nos faz frutificar… Ele é a nova Lei – não aquela
inscrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita no nosso coração (cf. Ez 11,19; Jr
31,31-34), pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo
Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5).
=========--------------========
Domingo de Pentecostes = (Terminada a oração
depois da comunhão e os avisos, antes da benção final, o Presidente da
Celebração se dirige para junto do Círio:)
RITO
PARA APAGAR O CÍRIO PASCAL
Diácono ou o Presidente da Celebração: - Irmãos e irmãs, na noite da Vigília Pascal, aclamamos Cristo nossa Luz e acendemos o Círio Pascal. A luz do Círio nos acompanhou nestes cinquenta dias do Tempo Pascal. Hoje, dia de Pentecostes, ao concluir o Tempo da Páscoa, o Círio será apagado. Este sinal nos é tirado para que, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado, nos tornemos a “luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, para iluminar os irmãos e irmãs e guiá-los no êxodo definitivo rumo ao céu.
Diácono ou o Presidente da Celebração: - Irmãos e irmãs, na noite da Vigília Pascal, aclamamos Cristo nossa Luz e acendemos o Círio Pascal. A luz do Círio nos acompanhou nestes cinquenta dias do Tempo Pascal. Hoje, dia de Pentecostes, ao concluir o Tempo da Páscoa, o Círio será apagado. Este sinal nos é tirado para que, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado, nos tornemos a “luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, para iluminar os irmãos e irmãs e guiá-los no êxodo definitivo rumo ao céu.
O presidente se inclina para o Círio, este então é
apagado.
Pres. – Oremos: Dignai-vos, ó Cristo, acender nossas lâmpadas da fé; que em vosso templo elas refuljam constantemente, alimentadas por vós, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Todos: Amém, aleluia!
Pres. – Oremos: Dignai-vos, ó Cristo, acender nossas lâmpadas da fé; que em vosso templo elas refuljam constantemente, alimentadas por vós, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Todos: Amém, aleluia!
Segue-se a Bênção final, própria para o dia. Por fim,
para a retirada do Círio, forma-se uma procissão, semelhante ao início da
Celebração, conduzindo, agora, o Círio Pascal apagado, passando pela nave
central da Igreja. (O Círio será
aceso nas celebrações do batismo)
·
Bênção
Final (própria de Pentecostes)
Ver o Missal romano, p. 524.
* Deus, o Pai das luzes, que (hoje) iluminou os
corações dos discípulos, derramando sobre eles o Espírito Santo, vos conceda a
alegria de sua bênção e a plenitude dos dons do mesmo Espírito. AMÉM!
* Aquele fogo, descido de modo admirável sobre os
discípulos, purifique os vossos corações de todo mal e vos transfigure em sua
luz. AMÉM!
* Aquele que na proclamação de uma só fé reuniu todas
as línguas vos faça perseverar na mesma fé, passando da esperança à
realidade. AMÉM!
Abençoe-vos Deus
todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo. AMÉM!
Pentecostes (em grego antigo:
πεντηκοστή [ἡμέρα], pentekostē [hēmera], "o
quinquagésimo [dia]") é uma das celebraçőes importantes do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo
sobre os apóstolos de Jesus Cristo.
O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de
Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascensão de Jesus. - Pentecostes é histórica e simbolicamente
ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos
no Monte Sinai
cinquenta dias depois do Êxodo. Para
os cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo
sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento,
durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém.
Por esta razão o dia de Pentecostes é às vezes considerado o dia do nascimento
da igreja. O movimento pentecostal tem seu nome derivado desse evento.
Símbolos do Esp. Santo
§
Água - significa a ação do Espírito Santo no batismo levando-os
à vida eterna; É água viva.
§
Unção - o simbolismo da benção com óleo também se refere ao
Espírito Santo. A unção é praticada no batismo, na confirmação, na ordem e na
unção aos enfermos.
§
Fogo - simboliza a energia transformadora.
§
Nuvem e luz - se aproximou da Virgem Maria e a
"envolveu com sua sombra.
§
Pomba - quando Cristo saiu das águas do Jordão no seu batismo, o Espírito
Santo, na forma de uma pomba, pousou sobre ele .
§ Vento
ou sopro - o Espírito,
"o vento que sopra onde quer" .
========--------------==========
"Vem
Espírito Santo"
Celebramos
hoje a festa de PENTECOSTES.
Recordamos
o "Dom" do Espírito Santo e o final do tempo pascal.
PENTECOSTES
era uma festa judaica muito antiga, celebrada 50 dias após a Páscoa.
Inicialmente,
era uma festa agrícola em agradecimento a Deus pelas colheitas.
Depois
o povo começou a celebrar nela a ALIANÇA, o dom da LEI no Sinai e a
constituição do Povo de Deus, fato acontecido 50 dias depois da saída do
Egito... acompanhado de trovões, relâmpagos, trombetas, vento forte...
A 1ª
Leitura e o Evangelho descrevem o PENTECOSTES CRISTÃO.
O
Espírito presente no início da vinda pública de Jesus, está presente também no
início da atividade missionária da Igreja.
As
narrativas são diferentes e até divergentes, mas se completam:
+ São Lucas faz coincidir o Pentecostes cristão com o Pentecostes
judaico... para mostrar que o
ESPÍRITO é a LEI da NOVA ALIANÇA e
que, por ele, se constitui um NOVO POVO DE DEUS. Por isso, relata o FATO entre
raios e trovões, inspirando-se na narrativa da entrega da Lei no Sinai. (At 2,1-11)
-
Os apóstolos estão reunidos... trancados numa casa...
O fogo do Espírito se reparte em forma de
línguas sobre cada um deles.
Eles saem do cenáculo e, em praça pública
começam a falar do Cristo ressuscitado, com grande entusiasmo e sabedoria.
É a primeira e grande manifestação
missionária da Igreja.
E seus missionários são os doze apóstolos.
-
E o povo espantado se questiona: "Como
os escutamos na nossa língua?"
O texto nos faz lembrar a Torre de Babel
(Gn 11):
- Lá ninguém se entende mais... Aqui
acontece o contrário: Por obra do Espírito Santo, todos falam uma língua que
todos compreendem e que une a todos: a linguagem do amor.
-
A intenção de Lucas é apresentar a Igreja como a Comunidade que nasce de Jesus,
que é animada pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto
libertador do Pai.
+ São João colocou o Dom do Espírito Santo no dia da Páscoa. (Jo 20,19-23)
Os
Sinais ("anoitecer", "portas fechadas", "medo")
revelam a situação de uma Comunidade desamparada, desorientada e insegura.
Jesus
aparece "no meio deles" e
lhes deseja a "PAZ".
Confia
a Missão: "Como o Pai me enviou, eu
VOS ENVIO".
"Soprou" sobre eles e
falou: "Recebei o ESPÍRITO
SANTO".
-
Nessa perspectiva, Páscoa e Pentecostes são partes do mesmo acontecimento.
*
A preocupação dos evangelistas não foi escrever uma crônica histórica, mas uma
catequese sobre o Mistério Pascal e a Igreja
Afirmam a mesma coisa, expressando-se numa
linguagem diferente.
- Para LUCAS: A Igreja é uma Comunidade que nasce de
Jesus, é animada pelo Espírito e é chamada a testemunhar aos homens o projeto
do Pai.
O
Espírito é a LEI NOVA que orienta a caminhada dos crentes.
Ele
criou uma nova comunidade, capaz de ultrapassar as diferenças e unir todos os
povos numa mesma comunidade de amor.
- Para JOÃO, a Igreja é uma Comunidade construída ao
redor de Jesus e animada pelo Espírito, que a torna viva e
"recriada".
O
Espírito é esse "sopro" de
vida que a faz vencer o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse
amor, que Jesus viveu até às ultimas conseqüências.
- Para PAULO, a Igreja é o "Corpo Místico de Cristo". (1Cor 12, 3b-712-13)
Apesar
da diversidade dos membros e das funções, o Corpo é um só.
Mas
é o mesmo ESPÍRITO que alimenta e dá vida a esse corpo.
O
Pentecostes continua: Diante desse fato grandioso, talvez invejamos a sorte
dos apóstolos e esquecemos que o Pentecostes continua em nossa vida e na vida
da Igreja...
-
Em NOSSA VIDA houve um Pentecostes: A CRISMA, quando recebemos a plenitude
do Espírito Santo para cumprir nossa missão...
-
Na VIDA DA IGREJA, que nasceu no Pentecostes e continua a ser recriada
pelo Espírito. O Espírito Santo é a alma da Igreja.
+ O
cristão é um enviado: "Como
o Pai me enviou, eu também vos envio".
- Para
promover a PAZ.
É um dom precioso e ausente muitas vezes no
mundo.
Cristo e seu Espírito são fontes de paz para
que o mundo creia.
- Para
experimentar o PERDÃO e a MISERICÓRDIA (dado e recebido).
O perdão e a misericórdia são as atitudes da Igreja
diante do mundo.
- Para
construir a COMUNIDADE.
O Espírito de Deus foi derramado em cada um
para conseguir a unidade de todos no amor.
O
Pentecostes, para nós, é a plenitude da Páscoa.
É
o nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra de Cristo
através dos tempos, em meio à diversidade dos povos.
No
dia de Pentecostes, as pessoas falavam a mesma linguagem: o Amor.
O
amor deve continuar sendo a linguagem dos cristãos do mundo inteiro. Através do
amor, o sopro do Espírito Santo continuará presente.
Pe. Antônio
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Homilia do
PE. PEDRINHO
Meus irmãos e minhas
irmãs, há cinquenta dias atrás, celebrávamos a Páscoa da ressureição do Senhor Hoje, Pentecostes. A Igreja celebra os
frutos desta Páscoa. Jesus, na época em que esteve aqui, andado como ser
humano, disse: (Eu sou o Pão da vida)
se o grão de trigo não cai na terra e morre, ele não dá frutos. Ora,
Pentecostes era uma festa que já os judeus celebravam. Ela significa a festa da última colheita. Eles vão
colhendo os frutos e vão de fato celebrando, mais uma grande festa. Era uma
festa, por assim dizer, uma festa social, como temos hoje a festa do vinho,
festa da batata, festa da cebola. Então, era a festa do lavrador. Aquele que
plantou, ficou feliz e por isso então, comemora com a sua família e com aqueles
que trabalharam para aquele resultado. Então, Pentecostes é de fato, os frutos da ressurreição do Senhor. E o que é que surgiu como fruto da morte e ressurreição do
Senhor? A Igreja. Agora, quando eu falo Igreja, eu gosto de insistir nisso,
porque nem sempre as pessoas tem clareza, eu não me refiro ao papa, ao bispo,
ao padre, não! A igreja somos nós,
aqueles que por conta da fé em Jesus Cristo, foram se congregando, se reunindo,
para celebrar. Celebrar o que? Celebrar a morte e a ressurreição do Senhor.
Então, é sempre no primeiro dia da semana, que eles se reuniam, à noite. Para
que? Reunidos ao redor da mesa,
relembrar tudo aquilo que Jesus ensinou e fez e para cumprir a ordem que Jesus
deixou: “fazei isto em minha memória”. É isto que nós celebramos há dois
mil anos. É evidente, que a partir desta igreja que surge, que brota, ela deve
manter o testemunho de Jesus Cristo. Como fazer isto? Eles estavam todos com
medo, porque, a final de contas, tinham matado o líder maior. Se fizeram isto
com o nosso Senhor, imaginem o que farão conosco. Então, eles se reuniam a portas fechadas. Mas, é aqui que entra
a nossa compreensão na fé. Mas, é por aí, que eles se deram conta que não
teriam um futuro muito promissor. Porque se é para celebrar a memória do Senhor, é também para que outros compreendam
o gesto realizado por Jesus. É assim que eles resolvem vencer o medo e a
partir daí, anunciar para todos os povos quem é Jesus Cristo. Ora, é vidente,
que esta iniciativa não parte somente dos discípulos. É claro que a colaboração
deles é importante. Mas, é uma iniciativa que nós professamos, vinda de Deus. O
mesmo Deus que tomou a iniciativa de apresentar Jesus para o mundo, agora, toma
a iniciativa de apresentar a Igreja para
o mundo. Claro que isto custou vidas. Mas, se o grão de trigo não cai na
terra e não morre, não dá frutos. Por isso, a Igreja celebra de cor vermelha,
lembrando a todos os mártires que banharam suas vestes no sangue do Cordeiro e
com o dom da vida acabaram convencendo a
muitos, que valia a pena seguir Jesus Cristo. Então, nós temos na primeira
leitura esta reflexão, colocada de maneira solene, aonde, toda a humanidade
compreende o gesto de Jesus, nestes povos anunciados. Temos no Evangelho o
ponto central, o fruto da morte e ressurreição de Jesus e o que nos é pedido como fruto principal; o perdão.
Todas as outras religiões não pregam o perdão. Eu não estou exagerando. O único
que tem como DNA, identidade, está ali, na célula menorzinha de todas, a única
que tem como DNA o perdão, são os cristãos. Os cristãos são chamados a viver o
perdão. As outras religiões, não! O
judaísmo prega a lei de Talião; olho por olho e dente por dente. (Islamismo) Os mulçumanos a mesma coisa.
O hinduísmo é a mesma realidade. São
as grandes religiões. Você pode pegar a umbanda,
que se você não segue o está mandado, vem o castigo! Todas as religiões pregam que se você realizar alguma coisa de mal,
você deve pagar por isso. O cristão aprendeu de Jesus “perdoai, eles não sabem o que fazem”. Esta atitude de Jesus na
cruz é que convenceu o centurião,
que Ele era o filho de Deus. É a mesma atitude que vai convencer Saulo, de que Estevão é sinal de Deus.
É a mesma atitude que leva as pessoas, até hoje, quando a pessoa diz: “eu
perdoo fulano”. Muitas vezes na televisão acontece isso e as pessoas ficam
inconformadas: “como é possível perdoar tal atitude”? Eu sou cristão, eu
perdoo. Aqui, vem o grande problema; o
que é perdoar? As pessoas confundem
perdoar com esquecer. Só se esquece algo positivo ou negativo quem não tem
memória. Se eu não estou retendo algo na memória é porque algo não vai bem
comigo, porque Deus nos fez com memória para eu guardar a lembrança aquilo que
aconteceu. Perdoar não é esquecer, não! Perdoar
é possibilitar que a pessoa recomece um caminho. Ela reconhece que errou,
pediu perdão, e a gente permite que ela possa recomeçar a caminhada. É
evidente, que na medida que a pessoa vai mostrando que de fato ela mudou a sua
atitude, mudou a sua maneira de agir, nós vamos conhecendo uma nova pessoa. É
evidente que de maneira automática, você acaba esquecendo o que aconteceu. Não
porque você aperta um botão e aquilo apaga da memória, mas é porque você não
reconhece mais aquela pessoa que prejudicou, você está vendo uma pessoa nova. Então, é evidente que se alguém comete
alguém erro, precisa ser ajudado, precisa ser cobrado. Perdoar não quer dizer;
matou, deixa ele solto. Não! Não é isso! Então, como fazer ele mudar de
vida? Perdoar não é dizer: “Bom, meu marido me bateu hoje, deixa, tadinho.
Amanhã... não, é preciso mudar a atitude. Por
isso, o perdão tem duas mãos. Eu que me disponho a perdoar e o outro que se
propõe a melhorar. Caso contrário, nem Deus pode perdoar. Por que? Porque
temos que respeitar a liberdade da pessoa. Se você não pedir perdão a Deus, Ele
não te perdoa. Não porque ele não tenha poder, mas porque Ele nos respeita.
Assim também nós. Agora, não é tão fácil dar esta chance a cada dia para o
outro, porque muitas vezes nós também dizemos: uma nova chance, uma nova
chance, estou cansado de dar oportunidade. Então, o que é que Jesus faz? Ele
sopra sobre os discípulos e este sopro torna se sinal de vida nova. Aos olhos humanos é impossível o perdão. Só
e a partir e na força do Espírito Santo é que eu me dou conta que eu posso
perdoar alguém. Porque o sopro que
Jesus realiza hoje sobre os discípulos, nos lembra o homem novo, a mulher nova,
nos lembra Gênesis, onde Deus soprou nas narinas de Adão, e ele se tornou
ser vivente. Agora, Jesus sopra
novamente, para que possamos ser pessoas novas. Não a partir dos critérios de
Adão, não a partir dos critérios de Caim e Abel, não a partir da torre de Babel
e tantos outros exemplos na Bíblia, de pessoas que não foram capazes de
viver na maneira de Deus, mas a partir
de Jesus Cristo.
Portanto, meus irmãos
e minhas irmãs, aquele que consegue
perdoar, ele se torna um sinal de Deus. Porque, você já imaginou se Deus
deixasse de nos perdoar, se não nos desse mais uma chance? Com certeza, muitos
estariam perdidos.
Para concluir: Este perdão não acontece sozinho. Sempre
reunidos, aqueles a quem perdoar os pecados, eles serão perdoados. Então, é
preciso cada vez mais nos unirmos, enquanto comunidade, viver esta unidade do
corpo de Deus. Cristo é a Cabeça e nós somos o corpo. Cada um colocando a
disposição os dons que Deus lhe deu. A
Eucaristia também nos ajuda a nos tornar um único corpo, a dar um único testemunho.
Pedir a Deus que nos dê força e coragem é fundamental, mas hoje, de maneira
especial, agradecer a Deus que nos manda o seu Espírito e podemos celebrar o
Reino já neste mundo.
Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
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Homilia de D. Henrique Soares
“Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito os inspirava”. Que Espírito
é este, que encheu hoje os Apóstolos e a inteira Igreja de Cristo?
Ele é o Espírito
do Ressuscitado, soprado pelo Cristo Senhor: “Jesus disse: ‘Como o Pai me
enviou (no Espírito Santo), eu também vos envio (neste mesmo Espírito)!’ Depois
soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo!’”
Nele, tudo fora
criado desde o princípio: “O Espírito do Senhor encheu o universo; ele
mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas” (Sb 1,7).
Somente no Santo Espírito podemos compreender que toda a criação e toda a
história são penetradas pela vida de Deus que nos vem pelo Cristo; somente no
Santo Espírito podemos perceber a unidade e bondade radicais da criação que nos
cerca, mesmo com tantas trevas e contradições. É o Santo Espírito, doce
Consolador, que nos livra do desespero e da falta de sentido!
Nele tudo se
mantém, tudo tem consistência, tudo é precioso: “Encheu-se a terra com as
vossas criaturas: se tirais o seu respiro, elas perecem e voltam para o pó de
onde vieram. Enviais o vosso Espírito e renascem e da terra toda a face
renovais”. É por sua ação constante que tudo existe e persiste no ser. Sem
ele, tudo voltaria ao nada e nada teria consistência real. Nele, tudo tem
valor, até a mais simples das criaturas…
Sem ele, nada,
absolutamente, podemos nós: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem
há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”,
porque sem o seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós,
tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus. Jesus é a
videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva que, vinda do tronco, nos faz frutificar…
Ele é a nova Lei –
não aquela inscrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita no nosso coração (cf.
Ez 11,19; Jr 31,31-34), pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos
corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5). A lei de Moisés, em
tábuas de pedra, fora dada no Sinai em meio a relâmpagos, trovões, fogo, vento
e terremotos (cf. Ex 19); agora, a Nova Lei, o Santo Espírito nos vem em
línguas de fogo e vento barulhento e impetuoso, para marcar o início da Nova
Aliança, do Amor derramado no íntimo de nós!
Ele tudo perdoa e
renova e, Cristo, pois é Espírito para a remissão dos pecados: “A quem
perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados!” É, pois, no Espírito
que a Santa Igreja anuncia a paz do Evangelho do perdão de Deus para a
humanidade em Cristo Jesus!
Ele nos une no
Corpo de Cristo, que é a Igreja, pois “fomos batizados num único Espírito
para formarmos um só corpo…” – Neste Corpo, ele nos enche de dons,
carismas e ministérios, pois “a cada um é dada a manifestação do Espírito
para o bem comum”. É no Espírito que a Igreja é uma na diversidade de
tantos dons e carismas; uma nas diferenças de seus membros…
Ele faz a Igreja
falar todas as línguas, fá-la abrir-se ao mundo, procurar o mundo com “santa
inquietude”, não para render-se ao mundo ou imitá-lo ou perder-se nele, mas
para “anunciar as maravilhas de Deus” em Cristo Jesus, chamando o
mundo à conversão e à vida nova em Cristo!
Enfim, Ele torna
Jesus sempre presente no nosso coração e no coração da Igreja e no testemunha
incessantemente, sempre e em tudo que Jesus é o Senhor, pois “ninguém pode
dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo!” – para a glória de
Deus Pai. Amém.
D. HENRIQUE SOARES
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HOMILIA
DO Pe. Françoá Costa
A
surpresa: fruto da ação do Espírito
E se alguém lhe
dissesse que você está errado há muitos séculos? No mínimo seria um exagero.
Foi exatamente isso que um professor de moral costumava dizer aos seus alunos:
“estamos equivocados há muitos séculos porque pensamos que a moral é fazer umas
quantas coisas boas”. Eu imagino o olhar expectante dos alunos rumo ao
professor experimentado, mas que talvez deixassem notar através das próprias
feições alguma censura ao velho professor. Nesse momento, o catedrático
continuava: “Não! A moral cristã não é de obrigação, mas uma moral de surpresa,
moral de salvação”.
Moral de
surpresa?! Eu estou de acordo. Efetivamente, Deus nos surpreende
constantemente. A graça, a salvação, a ação do Espírito Santo nas pessoas é uma
surpresa maravilhosa. Mas, será que dessa maneira não estaríamos suprimindo a
colaboração humana na própria salvação? É muito conhecida aquela frase de S.
Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. E é verdade! No
entanto, não deixa de causar surpresa que nós possamos fazer obras que mereçam
a salvação eterna. Essa afirmação já deixou a mais de uma pessoa deslumbrada,
até mesmo escandalizada. Martinho Lutero aceitava que toda a obra da salvação é
de Deus, mas se esquecia de que Deus, pela sua infinita bondade e generosidade,
capacita o próprio ser humano para poder realizar ações meritórias.
Vejamos esse
assunto com mais calma. Santo Irineu afirmou que Deus, no principio, plantou a
vinha do gênero humano; muito amou a humanidade e se propôs estender sobre ela
o seu Espírito e conferir-lhe a adoção filial. E esse plano de Deus cumpriu-se!
Desta maneira, o Pai olha as obras daqueles que são os seus filhos por graça
aceitando-as prévio auxilio de seu próprio poder, de Deus.
Uma ideia comum
que aparece nos Santos Padres é a seguinte: assim como existe um único Deus,
existe também uma única humanidade e uma única fraternidade humana. Assim como
Deus é três Pessoas distintas, de maneira semelhante há variedade no gênero
humano: as muitas pessoas humanas. Essa variedade não se opõe à unidade da
humanidade. No entanto, esse projeto de unidade foi despedaçado pelo pecado
logo nos inícios. Logicamente, assim como não se perdeu totalmente imagem de
Deus com o pecado original, tampouco a unidade fundada nessa imagem. Não
obstante, as relações do homem com Deus e do homem com os demais se viram
mudadas a pior como fruto podre da desagregação que o homem experimentou dentro
de si mesmo. O homem, segundo os Padres da Igreja, foi disperso em vários
pedacinhos. A salvação de Cristo, nesse contexto, seria uma restauração, um
recolher o homem disperso. Cristo é o homem singular, mas também é o homem
universal, ou seja, leva em si toda a humanidade.
O ser humano,
quando se encontrava disperso, e quando se encontra em pecado mortal,
logicamente, não pode realizar obras meritórias. Mas quando se encontra em
graça, restaurado pelo amor de Deus, as suas obras luzem diante do Senhor que
as vê com agrado.
A solenidade de
Pentecostes é a festa da unidade porque a obra da reunificação foi levada a
cabo pelo Pai em Cristo na unidade do Espírito Santo. Assim como o Espírito
Santo, na intimidade da Trindade, é o “lugar” de encontro do Pai e do Filho, o
Espírito Santo é quem nos une a Cristo. A salvação consiste, segundo S.
Agostinho, em ser unidos ao Corpo de Cristo (cfr. In Ioann tract. 52, n.6; PL
35,1771) pela ação do Espírito Santo através da Palavra e dos Sacramentos.
Sendo a salvação
uma ação do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é também uma realidade que não
se dá se nós não a queremos. E para colaborar eficazmente na nossa própria
salvação, e na dos demais, o melhor que podemos fazer é ser dóceis à ação do
Espírito Santo nas nossas almas. Se perguntarmos qual é a atitude do cristão
para com o Espírito Santo, a resposta deveria resumir-se nessa palavrinha:
“docilidade”. Deixar Deus agir e surpreender-nos, deixar que ele organize a
nossa vida, dê os critérios da nossa maneira de pensar e de querer. Não nos
arrependeremos! O cristão tem somente duas opções: ou ser um homem espiritual
ou ser um homem carnal, ou ser uma pessoa penetrada pela ação do Espírito Santo
que tudo unifica ou ser uma pessoa dispersa pela carne e pelos diversos
apetites desse mundo, ou ser filho de Deus na casa do Pai alimentando-se com os
manjares da mesa da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor ou ser filho pródigo
e contentar-se com o alimento dos porcos. Nós escolhemos! Mas é Deus quem nos
salva!
Pe.
Françoá Costa
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Para a
Celebração da Palavra (Diáconos ou
Ministros da Palavra)
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO
ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS
AO SENHOR...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS
AO PAI:
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e
nos santifique!
- Deus criador, nós vos bendizemos pelos
dons do Espírito Santo, que concedeis à
vossa Igreja e a cada um de nós. Pai, que possamos compreender as pessoas que
conosco vivem e possamos conviver em tranquilidade com todos.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e
nos santifique!
- Pai santo, nós vos damos graças porque
pelo batismo nos dais o Espírito Santo para ser a nossa força, nossa luz e
nossa esperança na construção de vosso Reino. Que nossa fé seja ardente e nosso
exemplo seja sinal de vosso amor entre todos.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e
nos santifique!
- Nós vos bendizemos pelo Espírito Santo
que nos defende do mal e nos impulsiona para vós. Pai, renovai a vossa igreja e
fazei-nos mais vigorosos na transformação de uma sociedade mais humana e
fraterna.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e
nos santifique!
- Renovai a
vinda do Espírito Santo na Igreja para a salvação do mundo! Que Ele abra o
nosso coração para o amor e a fraternidade. Que Ele nos faça mais fraternos e
leais a vossa vontade, pois em Vós está a nossa esperança e a nossa salvação.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e
nos santifique!
- Pai nosso... – Paz - Eis o Cordeiro de Deus...
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