quinta-feira, 28 de junho de 2018

São Pedro e São Paulo, homilias, subsídios homiléticos


São Pedro e São Paulo 01/07/2018
SINOPSE:
Tema: Exemplos de fidelidade a Jesus Cristo (Pedro e Paulo).
Evangelho: Jesus confia a Pedro e à Igreja a missão de testemunhar o seu projeto.
Primeira leitura: Deus cuida dos discípulos quando o mundo os rejeita.
Segunda leitura: Paulo apresenta o “testamento”, “balanço final” do seu compromisso com o Evangelho.

EVANGELHO (Mt 16,13-19) Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu é o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, por que não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

AMBIENTE - A proposta de Jesus não é acolhida, senão por um pequeno grupo. Jesus pergunta aos discípulos não para ver sua popularidade, mais para tornar as coisas mais claras.

MENSAGEM – Muitos vêem Jesus em continuidade com o passado. Reconhecem que Jesus é um homem enviado ao mundo como os profetas … A opinião dos discípulos vai muito além. Pedro diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ele é esse libertador que Israel esperava, enviado por Deus para libertar o seu Povo. Jesus não é, apenas, o Messias: é, também, o “Filho de Deus”; significa reconhecer a profunda unidade e intimidade entre Jesus e o Pai e que Jesus realiza os projetos do Pai no meio dos homens.
Na segunda parte, Jesus elogia Pedro (a comunidade) pela fé que o anima. Pedro é “a rocha” sobre a qual a Igreja de Jesus vai ser construída? Mateus está afirmando que a base sobre a qual vai assentar a Ekklesia de Jesus é a fé que Pedro. Jesus promete a Pedro “as chaves do Reino dos céus” e o poder de “ligar e desligar”. “atar e desatar” designava interpretar a Lei com autoridade. Assim, Jesus nomeia Pedro como “administrador” da Igreja, com autoridade para interpretar as palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos a novas necessidades e situações, e para acolher ou não novos membros na comunidade do Reino (atenção: todos são chamados a integrar a comunidade do Reino; mas aqueles que não estão dispostos a aderir às propostas de Jesus não podem aí ser admitidos).
Pedro é o protótipo do discípulo; nele, está representada essa comunidade que se reúne em volta de Jesus e que proclama a sua fé em Jesus como o “Messias” e o “Filho de Deus”. É a essa comunidade, representada por Pedro, que Jesus confia as chaves do Reino e o poder de acolher ou excluir.
Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA, que ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé. O Papa é o chefe visível da Igreja na terra.
Em dois mil anos de Cristianismo, até hoje, Pedro teve 265 sucessores! Podemos dizer, ontem Pedro, hoje Francisco.

ATUALIZAÇÃO ** Muitos vêem em Jesus um homem bom, generoso, que sonhou com um mundo diferente; outros um admirável “mestre” de moral, que tinha uma proposta de vida “interessante”, mas que não conseguiu impor os seus valores; outros vêem em Jesus um revolucionário, ingênuo e inconsequente, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “statu quo”.
• Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. A proposta que Ele apresentou é uma proposta de Deus, destinada a tornar um pessoa nova, capaz de à vida plena da felicidade sem fim. O “Messias, Filho de Deus”, é alguém que nos transforma, renova e nos encaminha para a vida eterna e verdadeira.
  O que é a Igreja? - é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”.
• A Igreja existe para testemunhar a proposta de salvação que Cristo veio oferecer.

PRIMEIRA LEITURA (Atos 12, 1-11) Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender Pedro. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava por ele. Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” Pedro acompanhou-o e não sabia o que estava acontecendo, pois pensava que era uma visão. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu se sozinho. Eles saíram e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”

AMBIENTE – Nova perseguição de Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande. Estamos no ano 42. Pedro foi preso, e libertado. É uma catequese de como Deus cuida dos discípulos que dão testemunho.

MENSAGEM - O plano de Deus continua a cumprir-se, mesmo depois da partida de Jesus.
1. A morte de Tiago e a prisão de Pedro mostram como o projeto de Deus gera confronto com as forças da opressão. Mas as dificuldades do mundo não podem calar o testemunho dos discípulos.
2. “A Igreja orava por ele”, mostra a unidade da Igreja e que Deus escuta a oração da comunidade.
3. A libertação de Pedro mostra que Deus está com sua igreja e cuida daqueles que dão testemunho.

ATUALIZAÇÃO A Igreja de Jesus é uma comunidade comprometida com a transformação do mundo.
• O projeto de Deus gera oposição dos que levam vantagem na exploração, na injustiça.
• Nos momentos de perseguição, Deus não nos abandona, dando-nos a coragem.
• A importância da união e da solidariedade da comunidade, com os irmãos que estão em sofrimento. A oração é uma forma de solidariedade.

SALMO RESPONSORIAL / Sl 33 (34)
De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
• Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem!
• Comigo engrandecei ao Senhor Deus; / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou.
• Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido; / e o Senhor o libertou de toda a angústia.
• O anjo do Senhor vem acampar / ao redor dos que o temem e os salva. / Provai e vede quão suave é o Senhor! / Feliz o homem que tem nele o seu refúgio

SEGUNDA LEITURA (2Timóteo 4,6-8. 17-18 Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça. O Senhor me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada as nações. O Senhor me libertará e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
AMBIENTE - Paulo convida a redescobrir o entusiasmo por Jesus e pelo testemunho da Boa Nova.

MENSAGEMPaulo doou sua vida ao Evangelho. Resta-lhe receber a coroa de glória, reservada aos vencedores.  Há duas maneiras de dar a vida por Cristo: uma é gastá-la dia a dia; outra é derramar o sangue por causa da fé. Paulo conheceu as duas modalidades; imitar Paulo é um desafio. O autor pede: apesar das dificuldades, descubram a presença de Deus, confiem, mantenham-se fiéis ao Evangelho: assim recebereis a salvação que Deus reserva a quem combateu o bom combate da fé.

ATUALIZAÇÃO • Paulo é modelo. O caminho não é fácil, mas vale a pena, pois conduz à vida plena.
• Aquele que escolhe Cristo não está só; o Senhor está ao seu lado, dá-lhe força, e livra-o de todo o mal.
Olhando a escolha de Pedro para conduzir a Igreja, podemos perceber que Jesus fundou a sua Igreja sobre a fragilidade humana, ela foi fundada sobre a responsabilidade de um homem sujeito a falhas!
Jesus não edificou a sua igreja sobre homens considerados grandes aos olhos do mundo, mas sobre Pedro, um homem de origem simples, que representa os homens de toda história da Igreja: homens santos e pecadores!

Ambos foram perseverantes na missão que o Senhor lhes confiara: entre lágrimas plantaram a Igreja de Cristo. Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor.

Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo! Por Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida; da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor. Eis a maior de todas a honras e de todas as glórias para serem herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos! Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.
Sabemos com certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje, a missão de Pedro é exercida por Francisco. Nossa comunhão com Pedro é garantia na verdadeira fé. Rezemos, hoje, pelo nosso Santo Padre, Francisco. Que Deus lhe conceda firmeza na fé.

A resposta da comunidade representada por Pedro é uma profissão de fé no “Cristo, Filho do Deus vivo”. 
Essa profissão de fé não é fruto da lógica e do esforço humano, mas é revelação divina, pois quem o revela à comunidade é o próprio Pai, que está no céu. Foi a abertura da comunidade à revelação divina que possibilitou reconhecer o Cristo e confessar a fé nele. E é sobre a fé confessada no Cristo, Filho do Deus vivo, que a Igreja é edificada. A expressão “esta pedra” refere-se à confissão de fé e é um trocadilho com a palavra “Pedro”, por cujos lábios ela é pronunciada. O fundamento da Igreja é Jesus, pedra angular (Mt. 21,42), confessado por Messias/Cristo pela comunidade de seus seguidores.

1. Pedro recebe a revelação de que Jesus é o Messias: “não foi alguém de carne e sangue que te revelou isso, e sim meu Pai do céu” (v. 17b). Mas para Pedro Jesus não passa por um humano a ponto de enfrentar a morte. Pedro está ligado ainda a um Messias glorioso e poderoso (mentalidade da época).
2. Tanto que, logo após Jesus confirmar que Pedro será a pedra sobre a qual edificará a sua Igreja (v. 18-19), Jesus vai dizer-lhe que ele é pedra de tropeço (satanás), porque não pensa do modo de Deus, mas do modo humano (v. 22-23).
3. Jesus mostra as consequências como Messias (vv. 24-28: tomar a cruz … perder a vida … que adianta ganhar o mundo inteiro …). O reconhecimento de Jesus-Messias conduz ao testemunho e à cruz. Pedro vai fazer um longo processo de conversão para identificar sua vida com a do Mestre. Vai deixar de lado um Messias à moda humana (à nossa imagem e semelhança) para tornar-se discípulo à imagem e semelhança de Jesus-Messias-Servo (1ª leitura).
4. Pedro recebe o título de satanás, porque não é inspirado pelo Pai, a pedra que se transforma em tropeço (cf. Is. 8,14-15). Pedro não aceita a paixão do Mestre porque não compreende o valor que ela tem.

5. Pedagogicamente Jesus leva os discípulos para longe de Jerusalém, centro do poder político, econômico e ideológico. Cesaréia de Filipe é uma espécie de “periferia” e terra que espera um anúncio qualificado acerca de quem é Jesus. Assim, a partir dessa realidade, – longe das influências ideológicas do centro, – é que os discípulos são convidados a dar uma resposta plena de quem é Jesus.

6. Pedro responde: “Tu és o Messias (o Cristo), o Filho do Deus vivo!”(v. 16). Jesus é a realização das expectativas messiânicas, o portador da justiça que cria sociedade e história novas. Ele supera, portanto, a barreira do velho e introduz a grande “novidade” (o novo).
7. Reconhecer Jesus desse modo é ser bem-aventurado (v. 17), porque é o projeto de Deus. Ninguém chega a entender “quem é Jesus” a não ser no compromisso com suas propostas (a justiça do Reino) que são as mesmas do Pai.
8. O reconhecimento de Jesus é fruto da vivência de seu projeto (prática da justiça). E a partir de pessoas que, como Pedro, o reconhecem e o confessam é que nasce a comunidade (v. 18a).
9 Pedro, antes pedra de edificação, se torna “satanás”, pois propõe um messianismo diferente (já rejeitado por Jesus nas tentações – cf. 4,1-11).
10. Confessar é aderir a ele com todas as consequências que o testemunho acarreta. O Mestre não é do jeito que Pedro imagina. O Mestre não é do jeito que nós imaginamos. O Mestre quer que nós sejamos do jeito que ele é.
11. E o cristianismo, o que é? É o prolongamento da ação de Cristo que promove a justiça.
12. O poder da comunidade das testemunhas de Cristo é o poder do mesmo Cristo: é o próprio Jesus quem age na comunidade, permitindo-lhe ligar e desligar. É Jesus quem construirá e dará do que é seu. A comunidade administra esse poder a partir do testemunho que vive e anuncia.
13. E Pedro? Sua liderança leva a comunidade ao discernimento e aceitação de tudo o que promove a vida e ao discernimento e rejeição de tudo o que patrocina e provoca a morte.

No livro dos Atos dos Apóstolos vemos a comunidade que sofre por causa dos conflitos e perseguições.
14. Herodes mata por interesses políticos: agradar aos judeus.
15. Acontece com Pedro o mesmo que acontecera com Jesus. Há inclusive coincidência de datas: a referência à festa dos pães sem fermento (v. 3 com Lc. 22,1). Assim como o Pai libertou Jesus da morte, o anjo do Senhor liberta Pedro da prisão.
16. Face à perseguição, Deus é aquele que liberta a comunidade dos seus seguidores. Da mesma forma que libertou Jesus da morte, também conduzirá a comunidade através dos conflitos. E a comunidade, por sua vez, reproduzirá em sua vida a paixão e a páscoa de Jesus, que é uma “paixão” por um mundo novo e libertado.

17. O chamado ‘testamento de Paulo’. Chegou o momento de dar o grande testemunho. Seu sangue derramado, ele interpreta como sacrifício de valor expiatório: “já fui oferecido em libação” (v.6a). A libação de vinho, água ou óleo era, nos sacrifícios judaicos, derramado sobre a vítima (Ex. 29,40; Nm.
18. A morte não é o fim, mas o início da nova viagem. É o último gesto de auto entrega, a porta de entrada para a meta definitiva. Qual meta? “O Senhor… me levará para o seu Reino eterno” (4,18b).
19. Olhando o passado, Paulo tem consciência de ter cumprido sua missão de forma exemplar, com garra e constância. Usa o exemplo do soldado: “combati o bom combate”, e do atleta que corre no estádio: “terminei minha corrida”. Mas o fundamental para ele é ter corrido em vista da evangelização: “guardei a fé!” (v. 7).
20. Paulo, Olhando para o futuro tem esperança de receber a coroa da justiça.
21. A paixão de Paulo é o prolongamento da paixão de Jesus (cf. Cl. 2,14: “completo em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo”).
22. - Abandonado por todos, sua única esperança é Jesus. E isso se torna motivo de profunda alegria, que o leva a render graças e a dar glória a Deus enquanto viver (v. 18b).

R e f l e t i n d o
1. Nos santos se manifesta o que Deus faz por nós e como ele é admirável.
2. Os santos não foram isentos de limitações e pecados (não eram anjos!). O que importa realmente é que fizeram opção radical por seguir Jesus Cristo, confiantes na graça do Espírito e na misericórdia do Pai.
3. A verdade da resposta de Pedro revela a identidade de Jesus: “o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Essa resposta comprometeu Pedro com Jesus, pois reconheceu quem ele é e a ele aderiu. Jesus o chama de bem-aventurado.
4. Quando não conhecemos (ou reconhecemos) “quem é Jesus”, não podemos segui-lo. Seguiremos as opiniões dos outros, as convicções dos outros, talvez o caminho dos outros, … mas não o caminho de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo!
5. Apesar dessa confissão de fé, Pedro continua com suas limitações. Não aceita que Jesus fale de sua paixão (e Jesus o chama de satanás); não queria que Jesus lhe lavasse os pés; usa a espada no monte das oliveiras; negou Jesus três vezes… e fica indeciso diante dos problemas dos não-judeus e das tradições judaicas.
6. Entretanto, Ele será o responsável por manter unidos aqueles homens (tão diferentes) no seguimento de Jesus, o Mestre. Ele não é melhor que ninguém, talvez um dos mais “fracos” dos discípulos, pois, além de abandonar Jesus no pior momento, também o renegou. Por que Jesus o escolheu? Porque Pedro (apesar dos seus pecados) se entregou totalmente no seguimento de Jesus: “tu sabes que eu te amo! Tu sabes o quanto eu te amo! Tu sabes que eu sou fraco… mas tu sabes também o quanto te amo!”
7. Pedro é um homem comum, de carne e osso, “humano” como todos nós. Pedro é um homem verdadeiro, espontâneo, honesto. Quando reconhece que errou volta atrás, se arrepende e continua seu comprometimento com o Mestre. Comprometimento que levou até às últimas consequências: perseguido, preso e martirizado.
8. Pedro foi um homem muito parecido conosco, muito humano nas suas limitações e quedas. Mas foi um homem verdadeiro (honesto consigo mesmo!) que descobriu a verdadeira identidade de Jesus e o seguiu (entrega total, de corpo e alma) … até o fim!
9. Paulo de Tarso relembra as dificuldades por que passou, reafirma sua adesão a Cristo.
10. O encontro com Jesus muda a sua vida: de perseguidor para evangelizador (ai de mim se não evangelizar!).

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Toda Igreja unida

Celebrando hoje a festa de Pedro e Paulo, exaltamos seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e seu ardoroso testemunho no projeto libertador de Deus.

Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor das Comunidades, aquele que é referência da fé para os irmãos.
Na pessoa de Paulo, aparece mais o líder Missionário, que forma comunidades e faz expandir a fé em todas as nações.
Pedro recorda mais a instituição... Paulo, o carisma...

As Leituras bíblicas nos falam dos dois Apóstolos:

Na 1ª Leitura, vemos PEDRO: (At 12,1-11)

Preso pelas autoridades... "para agradar os judeus"...
Guardado como "perigoso" por 16 homens... e libertado por Deus...
- O texto mostra que o testemunho dos discípulos gera oposição e morte.
  Mas a oposição não pode calar esse testemunho.
- Mostra uma Comunidade cristã unida e solidária, na Oração.
  E Deus escuta a oração da Comunidade...
- Mostra a presença efetiva de Deus na caminhada da Igreja e
  o cuidado de Deus para os que lhe dão testemunho.
  O nosso Deus não nos abandona...

Na 2ª Leitura vemos PAULO: (2Tm 4, 6-8.17-18)

Também está preso, pela última vez: Está ciente da própria condenação.
Faz um balanço final de sua vida a serviço do Evangelho:
- "Estou pronto... chegou a minha hora... combati o bom combate ...
    terminei a corrida... conservei a fé...
- E agora aguardo o prêmio dos justos...
 - O Senhor esteve comigo... a ele GLÓRIA..."
A própria Morte ele a vê como a Libertação definitiva...

* Suas palavras são um "testamento espiritual" sereno e alegre,  consciente do dever cumprido..
   Modelo de Missionário ardoroso e entusiasta...

No Evangelho, Pedro faz a Profissão de Fé e recebe o Primado. (Mt 16, 13-19)

O texto tem duas Partes:
- A primeira de caráter cristológico:
  centra-se em CRISTO e na definição de sua identidade:  "Tu é o Cristo, o Filho de Deus Vivo".
- Na segunda de caráter eclesiológico: centra-se na IGREJA que Jesus convoca à volta de Pedro:
  "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja".
A base ("Rocha") firme sobre a qual vai se assentar a Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a Comunidade dos discípulos professaram: a fé em Jesus como o "Messias, Filho de Deus vivo".

Dessa adesão, nasce a Igreja, a Comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro.
A Pedro e à Comunidade dos discípulos é confiado o poder das chaves, isto é, a autoridade para interpretar as palavras de Jesus, às novas necessidades e situações e para acolher ou não novos membros na Comunidade dos discípulos do Reino.
Pedro torna-se assim uma figura de referência para os primeiros cristãos e desempenha um papel de primeiro plano na animação da igreja nascente.

+ PEDRO E PAULO são figuras gigantescas da Igreja primitiva, que tinha a missão de continuar a OBRA salvadora de Cristo...

Na Igreja, Pedro recebe poderes para desempenhar a sua missão: Por isso, nem o poder do inferno terá vez contra ela...

E essa promessa de Cristo não é apenas à pessoa de Pedro.
Se a Igreja deve permanecer, mesmo depois da morte de Pedro, devemos admitir que os poderes concedidos a Pedro,  passem também aos seus legítimos sucessores, que são os PAPAS...

Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA, que ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé.

O Papa é o chefe visível da Igreja na terra.
Sua missão é espinhosa, sobretudo hoje, com mudanças rápidas e violentas...
com contestações dentro e fora da Igreja...
Como é difícil saber discernir, no meio de tantas turbulências!...

Ele merece o nosso amor...
mas que não seja um amor só de palavras, mas um amor concreto...
Rezando por ele... escutando a sua voz... e praticando seus ensinamentos...

Relembrando as figuras de São Pedro e São Paulo, perguntemo-nos:
- Damos testemunho de Cristo, como eles, no ambiente em que vivemos?
- Acreditamos que somos responsáveis pela continuação do Projeto de Deus?

Relembrando a figura do Papa, continuemos a nossa oração, pedindo a Deus que lhe dê:
- MUITA LUZ... para apontar sempre o melhor caminho para a Igreja... e
- MUITA FORÇA... para enfrentar com otimismo e alegria as contestações do mundo moderno...

A Igreja é um corpo vivo, que se constrói com pedras vivas.
Todos colaboramos na construção, mas sob a guia e supervisão dos que são sucessores de Pedro (o Papa) e dos demais Apóstolos (os bispos).

                                       Pe. Antônio Costa
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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, a nossa idéia era esta: nós conseguimos enxergar, que a fé vai sendo transmitida de uma geração para outra geração. Como é que  temos no Evangelho, que Maria cantou o Magnifat? Porque, certamente, ela cantava durante os seus afazeres. Como é que sabemos, que São José era carpinteiro? Porque alguém contou isto. E, com certeza, ele, como chefe da família, ele também rezava os Salmos. Assim, humanamente falando, eles foram transmitindo para Jesus todo o conhecimento bíblico, para que Jesus, enquanto homem, pudesse também transmitir também para a sua geração, aquilo que eles aprenderam de seus pais. Ora, Jesus vai transmitir tudo que sabe, porque ele mesmo diz: “já não vos chamo servos, mas amigos, porque tudo o que o Pai me revelou, eu vos transmiti”. Ele transmite para os doze e estes doze foram transmitindo para outros. Então, eu gostaria, que as pessoas se convencessem disto: não acabou este “de geração a geração”, de tal maneira, que em determinado ponto assumimos transmitir a fé em nosso bairro, em nossa cidade. Isto tem acontecido a mais de dois mil anos. É uma maravilha saber, que o que aprendemos de José, de Maria, passando por são Pedro e são Paulo, vem perdurando até o dia de hoje. São Pedro mostra para nós o caminho para estarmos ligados ao Céu. São Paulo nos revelou a fé, na medida em que ele buscou evangelizar os não judeus e os não judeus inclui a maioria de nós. Só temos a agradecer, agradecer a Deus, é evidente. Agradecer Nossa Senhora, São José e Jesus. Agradecer Pedro, Paulo e os fundadores desta comunidade. Claro, que aqui não podemos deixar de lembrar, que aqui também passa o martírio e o sofrimento. Eu dizia ontem para as crianças: não estamos de vermelho para homenagear a Espanha, não. Nada contra os Espanhóis, mas estamos de vermelho para lembrar o sangue dos mártires. Pedro e Paulo derramaram seu sangue pela causa de Jesus Cristo e Jesus derramou seu sangue para que toda a humanidade fosse salva.
Certamente, São José e Nossa Senhora não ficaram isentos de sofrimentos e quanto sofrimento! Existe um ditado, que diz: O sangue dos mártires rega as sementes de mais cristãos. Hoje, lembrando o martírio de Pedro e de Paulo, nós vamos lembrar destas sementes. Quem é que regou todas as sementes que nos antecederam?  Jesus Cristo. No momento em que se começou a Celebrar a Eucaristia, em cada Celebração fomos lembrando a memória de Jesus: “Fazei isto em minha memória”. Fazendo memória de Jesus Cristo, fomos fazendo Eucaristia. Que bom! Segundo São Paulo, temos dons diferentes segundo a graça que nos foi dada. Quais foram os dons de São Pedro? Certamente, um deles é a sinceridade. São Pedro não sabia bem esconder os seus sentimentos. Não sabia também filtrar as suas reações. De forma, que não é uma única vez, que está no Evangelho e Pedro sem saber o que dizer, disse tal coisa. Ou seja, o dom de São Pedro era mostrar a sua espontaneidade: “Ah, querem prender o mestre”?, Então, puxa a espada e corta no meio, que aliás pegou só na orelha do soldado.
Três anos Jesus falando “Amai-vos uns aos outros”, “Ame o seu inimigo” e na hora H ele esqueceu tudo isso e fez o que o seu coração mandava. Interessante isto. Outras vezes, ele morrendo de medo, se manda, nega Jesus. Pedro é quem ele é, mas tem uma coisa. Ainda ontem lembrava com os jovens a resposta de São Pedro: “Pedro, tu me amas”? – Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo. Jesus sabe tudo de Pedro: o quanto ele ama e o quanto ele é fraco. O quanto ele ama e o quanto ele tem dificuldade de entender a mensagem de Jesus. O quanto ele ama e conhece os seus pecados.
São Pedro é muito parecido com muitos de nós. Muitos de nós. Este é o dom que ele nos oferece. É interessante, que o Evangelho de hoje diz: que ele é a chave para estarmos ligados aos céus.  O que significa, que se formos iguais a ele, está ótimo! Jesus não quer mais do que isto. Se quer estar ligado ao céu, imite São Pedro. Está muito bom, está excelente.
Do outro lado temos São Paulo. Até hoje, no mundo religioso, teologicamente falando, não existiu um pensador que superasse São Paulo. Ninguém consegue produzir teologia, transmitir a fé de maneira mais organizada do que São Paulo. Ele é um intelectual de primeira. Como ele era cidadão romano, era destemido, não tinha medo de entrar em enrascada. Pedro, não. Coitado! Pedro era pescador que tinha pouca leitura. Paulo, não. Paulo recorre até ao imperador. Dons diferentes. Ele fazia questão de dizer: “Eu faço questão de não ser peso para ninguém”. Não é que ele se prevalecia do seu cargo para tirar privilégios, não! Ele utilizava daquilo que ele dispunha, para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. Veja, que São Pedro e São Paulo são dons diferentes. É aí que entra cada um de nós. Cada um sabe fazer algo diferente dos outros. Alguém sabe montar as barracas para a quermesse e eu não sei. A comunidade é assim: um sabe fazer uma coisa, o outro outra coisa. Um pede aqui, outro faz ali. Um fica de nariz torto aqui, outro ali, mas vai caminhando. Por que? Porque ninguém sabe tudo. Jesus sabe o quanto o amamos e o quanto temos de dificuldade. O quanto buscamos levar o Evangelho e o quanto deixamos de fazer. “Senhor, tu sabes tudo”!
Então, hoje é um dia de agradecimento para todos nós. Eu fico feliz em saber, que vem aí uma geração nova para continuar o nosso trabalho. Daqui a sessenta anos, muitos estarão presentes, mas a maioria não! Certamente já vamos estar no céu! É isso que nós entregamos a vocês: novas sementes para serem regadas no sangue de Jesus Cristo na Eucaristia e para celebrarem: Celebrar as vitórias e também Celebrar as derrotas.
Cabe a nossa homenagem àqueles que deram o seu sangue e hoje estão na casa do Pai. Deus sabe direitinho. Isaías nos diz, que Deus tem o nome de cada um na palma da mão. Como Deus é infinito, cabe todos nós.
Peçamos a Deus que nos mantenha perseverantes.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André, SP.

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Homilia de D. Henrique Soares da Costa

“Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. – Estas palavras que o missal propõe como antífona de entrada desta solenidade, resumem admiravelmente o significado de São Pedro e são Paulo. A Igreja chama a ambos de “corifeus”, isto é líderes, chefes, colunas. E eles o são.

 Primeiramente, porque são apóstolos. Isto é, são testemunhas do Cristo morto e ressuscitado. Sua pregação plantou a Igreja, que vive do testemunho que eles deram. Pedro, discípulo da primeira hora, seguiu Jesus nos dias de sua pregação, recebeu do Senhor o nome de Pedra e foi colocado à frente do colégio dos Doze e de todos os discípulos de Cristo. Generoso e ao mesmo tempo frágil, chegou a negar o Mestre e, após a ressurreição, teve confirmada a missão de apascentar o rebanho de Cristo. Pregou o Evangelho e deu seu último testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o Imperador Nero. Paulo não conhecera Jesus segundo a carne. Foi perseguidor ferrenho dos cristãos, até ser alcançado pelo Senhor ressuscitado na estrada de Damasco. Jesus o fez se apóstolo. Pregou o Evangelho incansavelmente pelas principais cidades do Império Romano e fundou inúmeras igrejas. Combateu ardentemente pela fidelidade à novidade cristã, separando a Igreja da Sinagoga. Por fim, foi preso e decapitado em Roma, sob o Imperador Nero.
O que nos encanta nestes gigantes da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda. Encanta-nos igualmente a fidelidade à missão. As palavras de Paulo servem também para Pedro: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Ambos foram perseverantes e generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas, eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como pastores solícitos pelo rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Não largaram o arado, não olharam para trás, não desanimaram no caminho… Ambos experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do Senhor. Paulo, como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar…”
Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo! Em Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida; da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor: “Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Eis a maior de todas a honras e de todas as glórias de Pedro e de Paulo: beberam o cálice do Senhor, participando dos seus sofrimentos, unido a ele suas vidas até o martírio em Roma, para serem herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos; eis por que celebramos hoje, com alegria e solenidade o seu glorioso martírio junto ao altar de Deus! Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.
Hoje também, nossos olhos e corações voltam-se para a Igreja de Roma, aquela que foi regada com o sangue dos bem-aventurados Pedro e Paulo, aquela, que guarda seus túmulos, aquela, que é e será sempre a Igreja de Pedro. Alguns loucos, dizem, deturpando totalmente a Escritura, que ela é a Grande Prostituta, a Babilônia. Nós sabemos que ela é a Esposa do Cordeiro, imagem da Jerusalém celeste. Conhecemos e veneramos o ministério que o Senhor Jesus confiou a Pedro e seus sucessores em benefício de toda a Igreja: ser o pastor de todo o rebanho de Cristo e a primeira testemunha da verdadeira fé naquele que é o “Cristo, Filho do Deus vivo”. Sabemos com certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje, a missão de Pedro é exercida por Bento XVI. Ao Santo Padre, nossa adesão filial, por fidelidade a Jesus, que o constituiu pastor do rebanho. Não esqueçamos: o Papa será sempre, para nós, o referencial seguro da comunhão na verdadeira fé apostólica e na unidade da Igreja de Cristo. Quando surgem, como ervas daninhas, tantas e tantas seitas cristãs e pseudo-cristãs, nossa comunhão com Pedro é garantia de permanência seguríssima na verdadeira fé. Quando o mundo já não mais se constrói nem se regula pelos critérios do Evangelho, a palavra segura de Pedro é, para nós, uma referência segura daquilo que é ou não é conforme o Evangelho.
Rezemos, hoje, pelo nosso Santo Padre, Papa Francisco. Que Deus lhe conceda saúde de alma e de corpo, firmeza na fé, constância na caridade e uma esperança invencível. E a nós, o Senhor, por misericórdia, conceda permanecer fiéis até a morte na profissão da fé católica, a fé de Pedro e de Paulo, pala qual, em nome de Jesus, “Cristo Filho do Deus vivo”, os Santos Apóstolos derramaram o próprio sangue.
Ao Senhor, que é admirável nos seus santos e nos dá a força para o martírio, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares da Costa

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Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
A Solenidade dos Santos Pedro e Paulo não pretende simplesmente prestar uma justa homenagem àqueles que são considerados as colunas da Igreja Primitiva, mas antes de tudo, é memorial da Páscoa Daquele que é o alicerce sobre o qual essas colunas se levantaram e o fundamento de todo o Edifício, a Igreja, o Corpo de Cristo. A celebração de hoje nos recorda que a fé cristã não é algo individual, mas é um dom concedido por Deus para edificar a sua Igreja, a comunidade dos filhos e filhas de Deus chamados à vida plena. Os apóstolos, primeiras testemunhas da fé, ocupam lugar privilegiado no edifício cujas bases foram edificadas pelo seu testemunho e ensinamento. Contudo, no alicerce de tudo está a adesão a Cristo, a fé-dom que se torna fé-resposta. 
Depois de ter convivido algum tempo com os seus discípulos, Jesus os interroga sobre a sua identidade e missão. Num primeiro momento, o Mestre quer saber o que o povo diz sobre aquela figura misteriosa do Antigo Testamento chamada: “Filho do Homem” (Dn 7,13). A resposta é confusa, não se tem a certeza de quem é, de fato, este personagem. De João Batista ao profeta Jeremias, passando por Elias, enfim, até algum antigo profeta. Caso um desses citados fosse o Filho do Homem, não passaria de uma expectativa frustrada, pois todos, àquelas alturas, já estavam mortos. Mateus é o único evangelista que distingue a pergunta feita por Jesus em relação aos dois personagens diferentes: O filho do Homem e o próprio Jesus. Os outros evangelistas formulam a pergunta como se Jesus estivesse se referindo ao que o povo pensava sobre Ele, e, em seguida, o pensamento dos discípulos.
A resposta de Simão Pedro é direta: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Ainda que Simão Pedro não saiba exatamente o que estava dizendo (basta continuar o texto para comprovar isso: Mt 16,31-23), Jesus o declara bem-aventurado, mas ao mesmo tempo afirma que foi o Pai que está no céu quem revelou a Simão essa verdade de fé. A vocação dos discípulos é um dom que o Pai concedeu ao Filho, quando lhe pedira em oração (ver Mt 9,38), portanto não foi pura intuição humana (carne e sangue) que permitiu a Simão confessar tamanha fé. Por conseguinte, recebido o dom, cresce a responsabilidade: “Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. A palavra aramaica Kepha (língua falada por Jesus) significa pedra (rocha). Como foi atribuída a Simão, na tradução grega assumiu a forma masculina (Petros). Contudo é uma mesma palavra na fala original de Jesus. O jogo de palavras (pedra-Pedro) só se permite no grego, e em algumas outras línguas que têm as duas formas por causa da mudança do gênero (como no português Pedro e pedra; mas já francês tem uma única palavra tanto para pedra como para Pedro: pierre). Portanto, inútil fazer a distinção que pretendem alguns para esvaziar a força da expressão “pedra” atribuída a Pedro. Não há mudança essencial.
Ao usar essa metáfora, Jesus proclama que tanto a fé (Nele) como aquele que crê (Nele) são verdadeiramente “pedra”, isto é, têm fundamentos sólidos. Em Mt 7,24s Jesus já havia usado a metáfora da pedra para indicar o modo autêntico de viver do discípulo: “Aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que edificou a sua casa sobre a rocha (kepha)”. Portanto, não pode haver dicotomia entre o crer e o crente. Pois o crente se define por aquilo que acredita, e a fé torna-se a sua identidade no mundo, assegurando-lhe a firmeza necessária para não se deixar sucumbir diante da tentação de abandonar ou ideologizar a fé (ver Mt 7,13-23).
A proclamação de fé de Pedro (confissão) sintetiza a fé eclesial: Jesus, “o Messias (Cristo), Filho do Deus vivo”. Partindo da expectativa de fé do Povo de Israel que acreditava que Deus enviaria o seu Messias, Pedro ultrapassa essa expectativa e proclama que Jesus é mais do que o Messias esperado, é o próprio Filho do Deus vivo. Portanto, esta segunda parte representa a diferença fundamental entre a fé judaica e a fé cristã. Admitir que Deus envia um Messias não contradiz a lógica da fé judaica; esta era a fé primitiva de Simão; mas reconhecer que esse Messias é o Filho de Deus, isso só era possível acolhendo a revelação do Pai, isto é um dom da fé cristã. 
Por isso, Simão é bem-aventurado (grego makarios, plenamente feliz) porque vê e ouve o que muitos profetas e justos desejaram ver e não viram, ouvir e não ouviram (Mt 13,16-17). A resposta de fé é o novo fundamento (rocha) sobre o qual será edificada a comunidade (ekklesia) do Messias, Filho do Deus vivo: “Edificarei a minha Igreja”. É a Comunidade comprometida com a Palavra do Senhor (“escuta a minha palavra e a põe em prática), que assume a missão de lutar contra o mal: “As portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela”. No horizonte histórico, na sua missão de mediação, a Igreja realiza a tarefa de abrir ou fechar o acesso ao Reino dos Céus, não tanto como detentora de um poder arbitrário, mas como depositária de uma Palavra que anuncia a vontade de Deus, mas também denuncia tudo aquilo que se opõe ao Reino: “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”.

Recebendo as chaves do Reino dos Céus, Pedro não se torna o dono da comunidade, nem assume o lugar do Mestre, como se fosse o seu sucessor. Mas deve ser “o servo fiel (fé) e prudente (sabedoria) que o Senhor constituiu sobre a criadagem, para dar-lhe o alimento em tempo oportuno. Feliz (bem-aventurado) aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar assim fazendo” (Mt 24,45s). 
Neste dia em que rezamos especialmente pelo Papa, renovemos a nossa súplica ao Senhor, que o constituiu o servo da sua Igreja, a fim de que seja sempre fiel a esta sua missão e que sua fé o torne cada vez mais Pedro
Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR) Mt 16,13-19 (Pedro e Paulo)
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS.
- Por Jesus, com Jesus e em Jesus, na força do espírito santo, louvemos ao Pai!
T:  louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
1 Senhor, nosso Deus e Pai, nós vos louvamos pela vossa bondade. Vos agradecemos pelo carinho com que nos criastes e pelo ardor com que nos sustentais. Sabemos que não nos abandonais em nossas dificuldades, em nossas perseguições e em nossas lutas do dia a dia.
T :  louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
2 Pai querido, hoje nos falastes, através de Pedro, que Jesus é o messias, o vosso enviado e que Ele é o Vosso Filho que nos destes para que possamos, através dele, alcançar o Vosso Reino. Nós vos agradecemos por nos terdes dado vosso Filho amado.
T:  louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
3 Pai, dai-nos força e coragem para que possamos, um dia, dizer como Paulo: “Combati um bom combate”. Sabemos que é difícil pregar o Vosso Reino neste mundo de injustiças, de poder opressor, de ganância pelo lucro e cheio de corrupção. Dai-nos a coragem de Paulo e esse ardor de Pedro para que não desanimemos e sejamos corajosos em construir o Vosso Reino.
T:  louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!  
- PAI NOSSO... A Paz ...  Eis o Cordeiro de Deus...




quinta-feira, 21 de junho de 2018

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B, homilias, subsídios homiléticos


12º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO B - SOLENIDADE DE S. JOÃO BATISTA 2018

SINOPSE:
Tema: João Batista escolhido por Deus para ser profeta para preparar o coração dos homens para acolher “a salvação” que estava para chegar.
Primeira leitura: Deus chama Pessoas para levar a Palavra ao coração de todos: a missão vem de Deus.
Evangelho: relata o nascimento de João.
Segunda leitura: Paulo fala do profeta João; a missão foi convidar os homens a uma mudança de vida para acolher o “Reino” que Jesus veio, depois, propor.

PRIMEIRA LEITURA (Is 49,1-6) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
...: o Senhor chamou-me antes de eu nascer,...; fez de minha palavra uma espada afiada..., e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”....; entretanto, o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. E agora diz-me o Senhor -...– que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. Disse ele: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de Jacó...: eu te farei luz das nações, para que a minha salvação chegue até os confins da terra”.

AMBIENTE – O livro do Deutero-Isaías (um profeta do séc. VI a.C.). A missão realiza-se no sofrimento e no abandono à Palavra e aos projetos de Deus; Do sofrimento resulta o perdão para o pecado do Povo. Deus aprecia o sacrifício do “servo”, recompensá-lo-á pela doação da vida, elevá-lo-á à vista de todos. É um “servo” de Deus, chamado à missão.

MENSAGEM - O “servo” manifesta a convicção de que foi chamado por Deus desde “o seio materno”. A missão profética não é iniciativa do homem, mas de Deus; através dele, Deus dirige-nos as suas propostas. Essa Palavra de Deus que sai da boca do profeta não é palavra humana, mas Palavra de Deus; é por isso que o profeta diz que Deus tornou a sua boca como “uma espada afiada”. Na missão, o profeta experimentou a perseguição, a incompreensão, o fracasso. O profeta age em nome de Deus. Qual foi a missão que foi confiada ao profeta? Fundamentalmente, reconduzir Jacob a Jahwéh. Da ação salvadora de Deus, brotará uma luz que iluminará todos os povos, que os fará descobrir Deus e aderir a Jahwéh.

ATUALIZAÇÃO - • É Deus quem elege o profeta e quem lhe destina uma missão, desde o seio materno; é Deus quem coloca a sua Palavra na boca do profeta; é Deus quem protege o profeta e quem o recompensa…
• A profecia não é reservada a pessoas especiais, mas é uma missão que brota do meu compromisso batismal.
• Apesar do sofrimento, a missão do profeta é ser “luz das nações”, para que a salvação “chegue aos confins da terra”.
• Para que a Palavra proclamada seja Palavra de Deus, é necessário que eu viva uma relação de comunhão e de intimidade com Deus: só nesse diálogo serei impregnado da vida de Deus, dos projetos de Deus e poderei anunciá-los.

SALMO RESPONSORIAL / 138 (139)
Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
• Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; / de longe penetrais meus pensamentos; / sabeis quando me deito e quando eu ando, / os meus caminhos vos são todos conhecidos.
• Fostes vós que me formastes as entranhas / e no seio de minha mãe vós me tecestes. / Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, / porque de modo admirável me formastes!
• Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; /nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis, / quando eu era modelado ocultamente, / era formado nas entranhas subterrâneas.

EVANGELHO (Lc 1,57-66.80) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ... alegraram-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe disse: Ele vai chamar-se João”. ...Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, ... e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?”. De fato, a mão do Senhor estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel.

AMBIENTE -  Provavelmente, havia quem confundia João com o Messias… Lucas quis deixar claro o papel de João na economia da salvação mas, ao mesmo tempo, afirmar a subordinação de João a Jesus… A superioridade de Jesus em relação a João está patente no encontro de Maria com Isabel, em que a própria mãe de João proclama Maria como a mãe do seu Senhor, reconhecendo a inferioridade do seu filho em relação a Jesus.

MENSAGEM - Alegria no nascimento do filho de Zacarias e de Isabel. A alegria significa o tempo da misericórdia de Deus. A circuncisão (no oitavo dia), põe-se a questão do nome (no Antigo Testamento, o nome é dado ao nascer; mas aqui aparece o costume helenista, assumido pelo judaísmo). Para os vizinhos e parentes o menino terá o nome do pai. Isabel e Zacarias escolhem um outro nome: João. O nome significa literalmente “o Senhor concede graça”. Diante do nascimento de João, Lucas nota o espanto e o temor de todos os presentes. O espanto é a reação habitual das multidões diante dos milagres e de outras manifestações divinas; o “temor” define a atitude normal do homem diante do mistério, do transcendente, do divino. O quadro completa-se com a indicação de que, “de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Aqui, significa que João tem a proteção de Deus e que Deus age nele. João vai para o deserto; deserto é o lugar onde Israel fez a sua experiência de encontro com o Deus libertador e onde o Povo assumiu o compromisso da aliança: é essa experiência que João vai fazer, para depois a apresentar ao seu Povo. No relato transparece, de forma especial, a centralidade de Deus em todo o processo. João é um “dom de Deus”, vem com uma missão de Deus.

ATUALIZAÇÃO   O profeta é um homem de Deus, cuja vida tem origem em Deus, cuja vocação só faz sentido à luz de Deus, cujo alimento é o próprio Deus, cujas palavras são palavras de Deus.
• João Baptista viveu a sua missão profética despojamento, a sua radicalidade, a sua entrega total à missão, a coragem com que ele enfrentou os poderosos, a sua capacidade de dar a vida para defender a verdade. Estas características fazem parte do “caminho profético”.
• No relato de Lucas, fica claro a diferença entre João e Jesus… João não é a salvação; ele veio dar testemunho da chegada iminente da salvação. O profeta não é “a luz”; a sua missão não é levar os homens a aderir à pessoa de Jesus.

SEGUNDA LEITURA (At 13,22-26) Leitura dos Atos Apóstolos.
Naqueles dias, Paulo disse: “Deus fez surgir Davi como rei e ...de Davi Deus fez surgir ...um salvador, que é Jesus. Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘...depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’. ...

AMBIENTE - No ano 46, Paulo e Barnabé deixaram Antioquia da Síria e partiram por mar para anunciar Jesus no mundo helênico. O texto é sua pregação aos pagãos.

MENSAGEM - O discurso posto por Lucas na boca de Paulo, João Baptista é apresentado como aquele que veio preparar a vinda de Jesus, propondo um batismo de conversão. João Baptista não é o Messias esperado, mas o profeta que anuncia aquele que virá a seguir e ao qual o próprio João não se sente sequer digno de “desatar as sandálias”.  Repare como João não aponta para si mesmo, mas para Cristo. A missão do profeta não é dirigir o olhar na sua própria direção, mas orientar o coração dos homens para Deus.

ATUALIZAÇÃO • O profeta é alguém chamado a testemunhar Deus no meio dos homens, mesmo quando os homens preferem ignorar Deus e edificar a sua vida à margem de Deus. João Batista convidou os homens a despirem o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, a violência, a ganância, e a preparar o coração para acolher a proposta de salvação que Deus veio fazer, em Jesus. 
• O profeta é um instrumento limitado, através de quem Deus age no mundo. (Ele nunca está no poder, na riqueza, na força, na prepotência, na imposição); isto revela que o profeta não tem de que se orgulhar ou envaidecer: não são as suas qualidades que são determinantes, mas sim a ação de Deus.
• O “caminho profético” não passa por concentrar em si próprio a atenção das multidões, ser admirado e aclamado, conseguir sucesso e aparecer nas revistas sociais, promover a imagem e exibir brilhantes qualidades e criar clubes de fãs. O profeta é o “servo” de Deus, que se esconde enquanto aponta para Deus. Não é o profeta que deve aparecer; mas, nele, é Deus que os homens devem encontrar.

----- O primeiro gesto profético de João Batista foi, logo que nasceu, abrir a boca de seu pai Zacarias...
O Novo Testamento começa com dois fatos humanamente impossíveis: Uma senhora idosa dá à luz, e uma jovem fica grávida sem relação com um homem. Com isso, Deus quis ensinar-nos que nunca devemos perder a esperança, mesmo quando o problema parece impossível de ser superado.
João Batista vivia nos lugares desertos. Quem está no deserto não tem distrações, por isso olha para o céu e se lembra de Deus. O profeta leva uma vida austera, e se esforça por viver aquilo que fala. João Batista ia pregar a penitência, por isso procurava levar uma vida penitente. Nós também somos chamados a preparar o caminho para Jesus entrar nos corações, nas instituições, nas culturas e na sociedade.

JOÃO BATISTA: É o único santo que a Liturgia comemora também o nascimento

O texto tem três partes:

1.: Mãe estéril e Pai mudo: Do silêncio nasce a última palavra profética da antiga aliança e da esterilidade de Isabel nasce o anunciador da vida perfeita oferecida por Deus ao seu povo, Jesus Cristo.

O seio de Isabel representa a condição da humanidade: sem vida, sem esperança, sem futuro, Mas Deus intervém para lhe dar vida e lhe mostra como é grande o seu poder e o seu amor, tornando fecunda uma mulher estéril: - É uma explosão de ALEGRIA, que envolve a todos, os pais, os vizinhos...
2. João = O senhor manifestou sua bondade...)
3 O Deserto relembrava o tempo decisivo da história...

Exemplos de João: 1. HUMILDADE: aceita ser o segundo para que Jesus apareça melhor:
João Batista um homem coerente! Ele exige conversão pelo testemunho de vida e pela pregação. O Senhor deseja que O anunciemos por meio de nossa conduta e da nossa palavra no ambiente em que nos desenvolvemos. A coerência entre a doutrina e a conduta é a melhor prova da validade daquilo que proclamamos. É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,27-30).
viemos a este mundo não por acaso, não sem um propósito. Somos todos fruto de um sonho de Deus, fomos todos misteriosamente chamados à vida: o Senhor pensou em nós, nos chamou, nos plasmou – e aqui estamos! O nascimento que hoje celebramos, do filho de Zacarias e Isabel, foi fruto do desígnio amoroso do Pai, que pelo Filho Jesus e para o Filho Jesus, na força do Espírito Santo, plasmou João. Por isso seu nome é tão verdadeiro: “Iohanah”, em hebraico: Deus dá a graça! Ele mesmo, João, já é uma graça de Deus para seus pais e para todos os que esperavam a salvação de Israel.
Hoje, quando um mundo insensível e descrente já não reconhece que a vida é um mistério de amor, é um chamado de Deus, quantos são abortados, quantos deixados de modo indigno e imoral no frio congelamento dos laboratórios de procriação artificial: lá esquecidos, lá manipulados em inaceitáveis experiências pseudo-científicas! Nós, caríssimos, que ouvimos a Palavra santa de Deus; nós, que nos alegramos com este nascimento, nunca esqueçamos: toda vida humana é sagrada do primeiro ao último instante do nosso caminho terreno. É imoral, perverso e desumano um governo que reduz a questão do aborto a problema de “política pública”. Um dia esses senhores irão prestar contas a Deus. Será mesmo que Deus aceitará este argumento, que não passa de disfarce para matar?
Segundo. Ainda que a vida nossa seja fruto do amor do Senhor, isso não significa facilidades. João deveria preparar o caminho do Messias, do Cristo de Deus. E isto iria custar-lhe: “Eu disse: ‘Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa’” O grande desafio da nossa vida de crentes é viver na presença de Deus, é ser fiel à sua santa vontade e à missão que ele nos confiou. Ser fiel à missão custou a João: a dureza do deserto, as incompreensões dos inimigos, a trama de Herodíades e, finalmente, o aparente abandono, o aparente absurdo do silêncio de Deus, na solidão e na morte naquele cárcere. O que manteve João fiel até o fim? A confiança no Senhor, a capacidade de deixar-se guiar por Deus, sem querer ele mesmo controlar sua vida! Grande João! Fiel João! “Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor! (Rm 14,8)”
Terceiro. Eis! Não é fácil não viver para si, não é fácil deixar que Outro seja o centro! E, no entanto, como diz a segunda leitura, “João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Depois de mim vem Aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”; “É necessário que ele cresça e eu diminua!” Que este grande profeta, o maior do Antigo Testamento, do céu interceda por nós, nascidos do Novo Testamento e, por isso, maiores que João, o Grande Precursor! Amém.
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João é seu nome
Celebramos hoje a festa do nascimento de JOÃO BATISTA: É o único santo que a Liturgia comemora também o nascimento (geralmente só o dia da morte...)

Na 1a Leitura, Isaías fala de um misterioso "Servo do Senhor" chamado por Deus desde o ventre da mãe "para levar a luz e a salvação a todas as nações." (Is 49,1-6)

Nesse servo, os cristãos reconheceram sempre a imagem de Cristo.
Mas João Batista também foi escolhido desde o seio de sua mãe, em vista de uma grande missão:
preparar o caminho para Cristo, Luz das nações.
* Cada um de nós, batizados, fomos chamado a cumprir a missão de levar a Luz de Cristo e a Salvação a toda humanidade.

Na 2a Leitura, Paulo mostra como Deus preparou seu povo para a vinda do Messias e como João Batista cumpriu fielmente sua missão de precursor. (At 13,22-26)

O Evangelho narra o nascimento do Precursor. ( Lc 1,57-66.80)

Mostra que com João iniciou uma nova era: Terminou o tempo das promessas, e iniciou o tempo da realização. Deus cumpriu a sua palavra.

O texto tem três partes:

1. Fala do NASCIMENTO do Batista: Mãe estéril e Pai mudo: Do silêncio de Zacarias nasce a última palavra profética da antiga aliança e da esterilidade de Isabel nasce o anunciador da vida perfeita
oferecida por Deus ao seu povo, Jesus Cristo.

O seio de Isabel representa a condição da humanidade: sem vida, sem esperança, sem futuro, Mas Deus intervém para lhe dar vida e lhe mostra como é grande o seu poder e o seu amor, tornando fecunda uma mulher estéril: - É uma explosão de ALEGRIA, que envolve a todos, os pais, os vizinhos...
2. O NOME de João: Entre os antigos, o nome era importante:  indicava a pessoa, as suas qualidades, o seu destino... (Zacarias = Deus se recordou... João = O senhor manifestou sua bondade...)

3. Resumo da INFÂNCIA de João:
- O Deserto, para Israel, relembrava o tempo decisivo da história...
- No deserto, João Batista passa sua adolescência e juventude, preparando-se para a Missão.

Exemplos de João:

1. Profunda HUMILDADE: aceita ser relegado a segundo plano para que Jesus apareça melhor:
   "Agora convém que ele cresça e que eu diminua..."

   * Essa atitude de João Batista questiona:
         - Anunciadores... que se colocam acima da mensagem...
         - Pessoas que se ligam ou desligam da Igreja, por causa daquele agente que as cativou ou as decepcionou... e Jesus fica de lado...
        
2. Viveu no DESERTO muito tempo (no silêncio, oração, sobriedade) antes de se apresentar diante do povo para transmitir seu anúncio.

    * Anunciar Jesus é Missão muito séria, não se improvisa: quem evangeliza tem que se preparar com estudo e oração.

                                          Pe. Antônio Geraldo
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Valor das dificuldades


Se fosse montada uma loja de dificuldades, creio que ninguém se aproximaria para comprar alguma dificuldade, talvez as pessoas se aproximassem tão somente para ver a curiosa existência de uma loja de dificuldades. A publicidade poderia até ser muito boa, mas mesmo assim “comprar uma dificuldade” não seria muito atraente. Mas será que as dificuldades, tentações, provações têm algum valor? Essa pergunta é importante, pois se não compreendermos o valor das dificuldades viveremos um cristianismo adocicado. No cristianismo as dificuldades têm valor já que a cruz tem valor. O Senhor nos salvou por suas dificuldades, por sua cruz.
É muito importante também entender o valor das dificuldades para que não tenhamos “mentalidade de estojo”: bem práticos. Uns servem para guardar canetas, lápis, borrachas, apontadores; outros, para guardar os CDs; as moças têm estojo para guardar a maquiagem; certos profissionais têm um para guardar as ferramentas. A vida, no entanto, não é como um estojo. Caso fosse, tudo se encaixaria perfeitamente: “quero fazer um curso de informática, curiosamente nestes dias apareceu uma equipe na minha escola oferecendo um gratuitamente”, “queria viajar para a Europa; por esses dias apareceu um sorteio na minha quadra e, curiosamente, fui sorteado”, “gostaria de almoçar fora hoje e, ainda que faz tempo que ninguém me convida, exatamente hoje três pessoas me chamaram e me deram a possibilidade de escolher o restaurante”.
“Infelizmente”, as coisas não são assim nem acontecem dessa maneira. As pessoas que tem mentalidade de estojo, geralmente ficam muito irritadas com qualquer coisa: se o marido chega tarde em casa… que drama: “ele estava com outra”; se eu durmo no mesmo quarto com o meu irmão e ele chega tarde e acende a luz… outra drama: “nesta casa já não se pode viver” (observe-se o exagero!); se alguém me dirige uma crítica… para quê? “ninguém gosta de mim, ninguém valoriza o meu trabalho, ninguém me entende”.
O Senhor está ao nosso lado, ainda que pareça que se encontra dormindo. Clamemos, portanto, para que ele nos salve e nos liberte de nossas angústias, temores, preocupações. Diante de todas essas dificuldades, especialmente diante da agitação interior, ele nos repete aquilo que disse ao mar agitado: “silêncio! Cala-te!”. As nossas preocupações não costumam resolver os nossos problemas. O que precisamos ter é uma atitude de filho, de filha de Deus. O Senhor cuida de nós, seus filhos. Não nos esqueçamos de que, depois da agitação, da tentação, da provação seguir-se-á uma grande calmaria, a bonança, a felicidade, já vivida aqui e sendo que um dia a teremos eternamente no céu: seremos felizes para sempre!
Para que queixar-se tanto? O melhor que podemos fazer é clamar o Senhor que está ao nosso lado e suplicar-lhe: “Senhor, socorre-nos!” e ter confiança esperando em seu amor e bondade. Fora a impaciência de quem considera a Deus como se fosse um robô pronto a servir a todos os caprichos e a todos os pedidos a qualquer momento! Parece que só desejamos que Deus assine em baixo dos planos que nós mesmos fizemos, e ficamos bravos se ele muda algo. Muitas vezes esquecemo-nos também que Deus quer fazer-nos crescer através do sofrimento e o verdadeiro bem para nós será esse crescimento que Deus quer promover em nós através da dor e das dificuldades da vida. Revoltamo-nos sem motivo ou pelo menos desmedidamente. Peçamos a Maria, a mulher forte, para que nos ajude em todas as circunstâncias. De fato, esses filmes que apresentam a Santíssima Virgem chorando desesperada, não retratam a verdade da calma, da serenidade e da paz que reinava na alma da Santíssima Virgem. Claro que era dolorosíssimo ver o seu querido Filho Jesus lá na Cruz, mas sabia ser este o plano de Deus. Faça-se!
Pe. Françoá Costa
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São João Batista


A Igreja celebra o nascimento de São João Batista como um acontecimento sagrado. Santo Agostinho diz: “Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo”.
Diz a Palavra de Deus: “Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio para dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem disposto a recebê-lo” (cf. Jo 1,6s; Lc 1,17).
O Prefácio da Missa apresenta João como o maior entre os nascidos de mulher, o único dos profetas que mostrou o Cordeiro redentor; o Batista que batizou o autor do Batismo e o mártir que deu o verdadeiro testemunho de Cristo.
Diante de João Batista encontramo-nos com um homem coerente! Ele exige conversão pelo testemunho de vida e pela pregação. Convida-nos a preparar os caminhos do Senhor pela prática da justiça. A Palavra é Jesus. João constitui a ressonância da Palavra.
João apresenta a linha divisória entre os dois Testamentos. A sua pregação foi o começo do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1,1). E o seu martírio foi um presságio da Paixão do Salvador. Contudo, “João era uma voz passageira; Cristo é a Palavra eterna desde o princípio” diz santo Agostinho.
Contemplando hoje a grande figura do Batista, que cumpriu tão fielmente a sua missão, podemos pensar se também nós aplainamos os caminhos do Senhor, para que Ele entre nas almas dos nossos amigos e parentes que ainda estão longe da sua amizade, e para que os que estão próximos se dêem mais generosamente. Nós cristãos, somos os arautos de Cristo no mundo de hoje. “O Senhor serve-se de nós como tochas, para que essa luz ilumine… Depende de nós que muitos não permaneçam nas trevas, mas andem por caminhos que levam até à vida eterna” (Forja, n°1).
O Senhor deseja que O anunciemos por meio de nossa conduta e da nossa palavra no ambiente em que nos desenvolvemos, ainda que nos pareça que esse apostolado não tenha grande alcance. A missão que o Senhor nos encomenda atualmente é a mesma de João: preparar os caminhos, sermos seus arautos, os que O anunciam aos seus corações. A coerência entre a doutrina e a conduta é a melhor prova da validade daquilo que proclamamos; e é, em muitas ocasiões, a condição imprescindível para falarmos de Deus às almas.
“É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). A missão do arauto é desaparecer, ficar em segundo plano quando chega aquele que foi anunciado. Uma virtude essencial em quem anuncia Cristo é, pois, a humildade. No apostolado, a única figura que deve ser conhecida é Cristo. Ele é o tesouro que anunciamos e é a Ele que temos de levar os outros.
João, diante de Cristo, considera-se indigno de prestar-lhe os serviços mais humildes, reservados ordinariamente aos escravos de ínfima categoria: trazer e levar as sandálias, desatar-lhes as correias.
“Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante d’Ele… É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,27-30). Esta é a tarefa de nossa vida: que Cristo tome conta do nosso viver. Convém que Ele cresça… Então a nossa felicidade não terá limites, pois poderemos dizer com o Apóstolo: “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Na medida em que Cristo for penetrando mais e mais nas nossas pobres vidas, a nossa alegria será irreprimível.
Com a sua vida e as suas palavras, João deu testemunho da Verdade: sem covardias perante os que ostentavam o poder, sem se deixar afetar pelos louvores das multidões, sem ceder às contínuas pressões dos fariseus. Deu a vida em defesa da lei de Deus contra todas as conveniências humanas: “Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão” (Mc 6,18), disse a Herodes.
Diante de João Batista todos nos sentimos pequenos.
Cada um de nós é chamado a ser João Batista, a mostrar Cristo presente entre os homens do nosso tempo; a fazer a oração: Senhor, quero ser tua voz no meio do mundo, no ambiente e no lugar onde queres que transcorra a minha vida. Que São João Batista interceda por nós e por toda a Igreja!

Mons. José Maria Pereira
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Lc 1,57-66.80
Além da Virgem Maria Mãe de Deus, Nossa Senhora, de nenhum outro santo a Igreja celebra o nascimento, a não ser São João, chamado Batista, Batizador. Dele, Jesus fez o maior elogio jamais feito pelo Salvador a alguém: “Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior que João, o Batista” (Mt 11,11). Por isso, caríssimos, a hodierna solenidade!
Que lições, que meditações, que exemplos poderíamos colher nesta Festa, tendo escutado a Palavra que nos foi anunciada? Sugiro-vos três, que alimentem o coração, afervorem o desejo de colocar-se ao serviço do Senhor e nos conduzam à herança eterna.
Primeiro. A primeira leitura da Liturgia nos fez escutar a profecia de Isaías, colocando as palavras do profeta na boca de João Batista: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome… fez de mim uma flecha aguçada e disse-me ‘Tu és meu servo, em quem serei glorificado’” E o salmo de meditação fez eco a tão bela idéia: “Senhor, vós me sondais e conheceis. Fostes vós que me formastes as entranhas/ e no seio de minha mãe vós me tecestes./ Até o mais íntimo me conheceis;/ nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis,/ quando eu era modelado ocultamente,/ era formado nas entranhas subterrâneas!” O que aparece aqui, caríssimos em Cristo, é que viemos a este mundo não por acaso, não sem um propósito. Somos todos fruto de um sonho de Deus, fomos todos misteriosamente chamados à vida: o Senhor pensou em nós, nos chamou, nos plasmou – e aqui estamos! O nascimento que hoje celebramos, do filho de Zacarias e Isabel, foi fruto do desígnio amoroso do Pai, que pelo Filho Jesus e para o Filho Jesus, na força do Espírito Santo, plasmou João. Por isso seu nome é tão verdadeiro: “Iohanah”, em hebraico: Deus dá a graça! Ele mesmo, João, já é uma graça de Deus para seus pais e para todos os que esperavam a salvação de Israel.
Hoje, quando um mundo insensível e descrente já não reconhece que a vida é um mistério de amor, é um chamado de Deus, quantos são abortados, quantos deixados de modo indigno e imoral no frio congelamento dos laboratórios de procriação artificial: lá esquecidos, lá manipulados em inaceitáveis experiências pseudo-científicas! Nós, caríssimos, que ouvimos a Palavra santa de Deus; nós, que nos alegramos com este nascimento, nunca esqueçamos: toda vida humana é sagrada do primeiro ao último instante do nosso caminho terreno. É imoral, perverso e desumano um governo que reduz a questão do aborto a problema de “política pública”. Um dia esses senhores irão prestar contas a Deus. Será mesmo que Deus aceitará este argumento, que não passa de disfarce para matar? Que o Senhor nos ajude a defender a vida, a gritar por ela! Que o Senhor também nos dê a sabedoria para descobrir e experimentar que a nossa vida – por quanto pobre e pequena – também e preciosa! Que hoje eu me pergunte: Qual o propósito da minha existência? Já o descobri? Já me conformei a ele? Vosso sou, Senhor, de vós nasci e para vós nasci! Que quereis fazer de mim?
Segundo. Ainda que a vida nossa seja fruto do amor do Senhor, isso não significa facilidades. João deveria preparar o caminho do Messias, do Cristo de Deus. E isto iria custar-lhe: “Eu disse: ‘Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa’” O grande desafio da nossa vida de crentes é viver na presença de Deus, é ser fiel à sua santa vontade e à missão que ele nos confiou. Ser fiel à missão custou a João: a dureza do deserto, as incompreensões dos inimigos, a trama de Herodíades, a dificuldade de perceber a vontade Deus (basta recordar João perguntando a Jesus: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?”- Mt 11,3) e, finalmente, o aparente abandono, o aparente absurdo do silêncio de Deus, na solidão e na morte naquele cárcere. O que manteve João fiel até o fim? A confiança no Senhor, a capacidade de deixar-se guiar por Deus, sem querer ele mesmo controlar sua vida! Grande João! Fiel João! Pobre de Deus, João! Que exemplo para nós, tanta vez tentados a fazer da vida o que bem queremos, como se nascêssemos de nós mesmos e vivêssemos para nós mesmos! “Quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor! (Rm 14,8)”
Terceiro. Certa vez São Paulo escreveu: “Nenhum de nós vive para si…” (Rm 14,7) Desde o ventre materno, o Senhor chamou João para ser o que prepara o caminho, o que vem antes, o “pré-cursor” Toda a sua existência foi “precursar”! No terceiro evangelho isso aparece de modo comovente: anuncia-se o nascimento de João e depois o de Jesus; narra-se a natividade de João e a seguir a do Messias; apresenta-se o ministério de João e, após sua prisão, o do Salvador; finalmente, narra-se a morte de João, prenúncio da morte do nosso Senhor! Eis! Não é fácil não viver para si, não é fácil deixar que Outro seja o centro! E, no entanto, como diz a segunda leitura, “João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Depois de mim vem Aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’”; “É necessário que ele cresça e eu diminua!” Santo profeta João Batista: sendo humilde, foi o maior dos nascidos de mulher; sendo totalmente preso à sua missão de modo fiel e constante, foi livre de verdade; sendo todo esquecido de si e lembrado de Deus, foi maduro e feliz! Por isso mesmo, seu nome foi verdadeiro e traduziu perfeitamente seu ser e sua missão: João, Iohanah: Deus dá a graça. E a graça que, para seus pais, foi João no seu nascimento, nas verdade era outra graça: a graça que Deus dá é Jesus, o Messias; graça que João anunciou com seu nascimento, com sua vida, com sua pregação e com sua morte!
 Que este grande profeta, o maior do Antigo Testamento, do céu interceda por nós, nascidos do Novo Testamento e, por isso, maiores que João, o Grande Precursor! Amém.
Dom Henrique Soares
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos ou Ministros da Palavra):
LOUVOR -  Quando o Pão Consagrado estiver sobre o altar.
- O SENHOR ESTEJA – DEMOS GR –
T: Bendito seja Deus para sempre.
- 1. Bendito o Deus de Israel, que seu povo visitou E deu-nos a libertação, enviando um Salvador, da casa do rei Davi, Seu ungido servidor.
T: Bendito seja Deus para sempre.
- 2. Cumpriu a Palavra dos profetas, desde os tempos mais antigos, quis libertar o seu povo do poder dos inimigos, lembrando-se da aliança de Abraão e dos antigos.
T: Bendito seja Deus para sempre.
- 3. Fez a seu povo a promessa, de viver na liberdade, sem medos e sem pavores dos que agem com maldade, E sempre a Ele servir Na justiça e santidade. –
T: Bendito seja Deus para sempre.
 - 4 Ó Deus, Vós nos enviastes vosso próprio Filho. É Ele o Sol que nos veio visitar.  Ele, da morte, da escuridão,  Vem a todos nós seu povo reunido libertar, Para na paz fazer caminhar.
T: Bendito seja Deus para sempre.
- 5. Ao Deus nosso Pai damos glória. E a Jesus louvor, também. Louvor e glória, igualmente, Ao Espírito que vem. Que nosso louvor se estenda Hoje, agora e sempre. Amém! –
T: Bendito seja Deus para sempre.
- Pai nosso  /  A paz  /  cordeiro...