São Pedro e São Paulo 01/07/2018
SINOPSE:
Tema: Exemplos de fidelidade a Jesus Cristo (Pedro e Paulo).
Evangelho:
Jesus confia a Pedro e à Igreja a missão de testemunhar o seu projeto.
Primeira leitura:
Deus cuida dos discípulos quando o mundo os rejeita.
Segunda leitura:
Paulo apresenta o “testamento”, “balanço final” do seu compromisso com o
Evangelho.
EVANGELHO (Mt 16,13-19) Jesus perguntou aos seus
discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam:
“Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros, ainda, que é
Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem
dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu é o Messias, o Filho do Deus vivo”.
Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, por que não foi um ser humano que te
revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és
Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca
poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado
nos céus”.
AMBIENTE
- A proposta de Jesus não é acolhida, senão por um pequeno
grupo. Jesus pergunta aos discípulos não para ver sua popularidade, mais para
tornar as coisas mais claras.
MENSAGEM
– Muitos vêem Jesus em continuidade com o passado. Reconhecem
que Jesus é um homem enviado ao mundo como os profetas … A opinião dos
discípulos vai muito além. Pedro diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ele é
esse libertador que Israel esperava, enviado por Deus para libertar o seu Povo.
Jesus não é, apenas, o Messias: é, também, o “Filho de Deus”; significa
reconhecer a profunda unidade e intimidade entre Jesus e o Pai e que
Jesus realiza os projetos do Pai no meio dos homens.
Na segunda parte, Jesus elogia Pedro (a comunidade) pela fé que o
anima. Pedro é “a rocha” sobre a qual a Igreja de Jesus vai ser construída?
Mateus está afirmando que a base sobre a qual vai assentar a Ekklesia de Jesus é a fé que Pedro. Jesus promete a Pedro
“as chaves do Reino dos céus” e o poder de “ligar e desligar”. “atar
e desatar” designava interpretar a Lei com autoridade. Assim, Jesus nomeia
Pedro como “administrador” da Igreja, com autoridade para interpretar as
palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos a novas necessidades e
situações, e para acolher ou não novos membros na comunidade do Reino (atenção:
todos são chamados a integrar a comunidade do Reino; mas aqueles que não estão
dispostos a aderir às propostas de Jesus não podem aí ser admitidos).
Pedro é o protótipo do discípulo; nele, está representada
essa comunidade que se reúne em volta de Jesus e que proclama a sua fé em Jesus
como o “Messias” e o “Filho de Deus”. É a essa comunidade, representada por
Pedro, que Jesus confia as chaves do Reino e o poder de acolher ou excluir.
Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA, que
ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé. O Papa é o
chefe visível da Igreja na terra.
Em dois mil anos
de Cristianismo, até hoje, Pedro teve 265 sucessores! Podemos dizer, ontem
Pedro, hoje Francisco.
ATUALIZAÇÃO ** Muitos
vêem em Jesus um homem bom, generoso, que sonhou com um mundo diferente;
outros um admirável “mestre” de moral, que tinha uma proposta de vida
“interessante”, mas que não conseguiu impor os seus valores; outros vêem em
Jesus um revolucionário, ingênuo e inconsequente, preocupado em
construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os
pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em
manter o “statu quo”.
•
Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o
Messias, o Filho de Deus vivo”. A proposta que Ele apresentou é uma proposta de
Deus, destinada a tornar um pessoa nova, capaz de à vida plena da felicidade
sem fim. O “Messias, Filho de Deus”, é alguém que nos transforma, renova e nos
encaminha para a vida eterna e verdadeira.
• O que é a Igreja? - é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”.
• O que é a Igreja? - é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o Messias, o Filho de Deus”.
• A Igreja existe para testemunhar a proposta de salvação que
Cristo veio oferecer.
PRIMEIRA LEITURA (Atos 12, 1-11) Herodes
prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à espada
Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também
prender Pedro. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da
festa da Páscoa. Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava por ele. Eis que apareceu o anjo do Senhor e
uma luz iluminou a cela. O anjo acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As
correntes caíram-lhe das mãos. O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas
sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!”
Pedro acompanhou-o e não sabia o que estava acontecendo, pois pensava que era
uma visão. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao
portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu se sozinho. Eles saíram
e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei que o
Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o
povo judeu esperava!”
AMBIENTE – Nova perseguição de Herodes Agripa I, neto de Herodes,
o Grande. Estamos no ano 42. Pedro foi preso, e libertado. É uma catequese de
como Deus cuida dos discípulos que dão testemunho.
MENSAGEM - O plano de
Deus continua a cumprir-se, mesmo depois da partida de Jesus.
2. “A Igreja orava por
ele”, mostra a unidade da Igreja e que Deus escuta a oração da comunidade.
3. A libertação de Pedro mostra que Deus está com sua igreja e cuida daqueles que dão testemunho.
3. A libertação de Pedro mostra que Deus está com sua igreja e cuida daqueles que dão testemunho.
ATUALIZAÇÃO • A Igreja de Jesus é uma comunidade comprometida com a
transformação do mundo.
• O projeto de Deus gera oposição dos que levam vantagem na exploração, na injustiça.
• Nos momentos de perseguição, Deus não nos abandona, dando-nos a coragem.
• O projeto de Deus gera oposição dos que levam vantagem na exploração, na injustiça.
• Nos momentos de perseguição, Deus não nos abandona, dando-nos a coragem.
• A
importância da união e da solidariedade da comunidade, com os irmãos que estão
em sofrimento. A oração é uma forma de solidariedade.
SALMO RESPONSORIAL / Sl
33 (34)
De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
• Bendirei o Senhor
Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se
gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem!
• Comigo engrandecei ao
Senhor Deus; / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o
busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou.
• Contemplai a sua face
e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou
a Deus e foi ouvido; / e o Senhor o libertou de toda a angústia.
• O anjo do Senhor vem
acampar / ao redor dos que o temem e os salva. / Provai e vede quão suave é o
Senhor! / Feliz o homem que tem nele o seu refúgio
SEGUNDA
LEITURA (2Timóteo
4,6-8. 17-18 Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em
sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate,
completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da
justiça. O Senhor me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada as
nações. O Senhor me libertará e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a
glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
AMBIENTE
- Paulo convida a redescobrir o entusiasmo por Jesus e pelo
testemunho da Boa Nova.
MENSAGEM – Paulo doou sua vida
ao Evangelho. Resta-lhe receber a coroa de glória, reservada aos
vencedores. Há duas maneiras de dar a
vida por Cristo: uma é gastá-la dia a dia; outra é derramar o sangue
por causa da fé. Paulo conheceu as duas modalidades; imitar Paulo é um
desafio. O autor pede: apesar das dificuldades, descubram a presença de Deus,
confiem, mantenham-se fiéis ao Evangelho: assim recebereis a salvação que Deus
reserva a quem combateu o bom combate da fé.
ATUALIZAÇÃO • Paulo é modelo. O caminho não é fácil, mas vale a pena, pois
conduz à vida plena.
• Aquele que escolhe Cristo não está só; o Senhor está ao seu
lado, dá-lhe força, e livra-o de todo o mal.
Olhando a escolha de Pedro para conduzir a Igreja, podemos perceber que Jesus fundou a sua Igreja sobre a fragilidade humana, ela foi fundada sobre a responsabilidade de um homem sujeito a falhas!
Olhando a escolha de Pedro para conduzir a Igreja, podemos perceber que Jesus fundou a sua Igreja sobre a fragilidade humana, ela foi fundada sobre a responsabilidade de um homem sujeito a falhas!
Jesus
não edificou a sua igreja sobre homens considerados grandes aos olhos do mundo,
mas sobre Pedro, um homem de origem simples, que representa os homens de toda
história da Igreja: homens santos e pecadores!
Ambos foram perseverantes na missão que o Senhor lhes confiara:
entre lágrimas plantaram a Igreja de Cristo. Finalmente, ambos derramaram o
Sangue pelo Senhor.
Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o
Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com
acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo
exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo.
Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim”. Dois homens, um amor apaixonado: Jesus
Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo! Por Jesus eles
apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida; da loucura da cruz e da
esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu tesouro e seu critério de
vida.
Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor.
Eis a maior de todas a honras e de todas as glórias para serem herdeiros de sua
glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos! Que eles intercedam
por nós na glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.
Sabemos com
certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje,
a missão de Pedro é exercida por Francisco. Nossa comunhão com Pedro é garantia
na verdadeira fé. Rezemos, hoje, pelo nosso Santo Padre, Francisco. Que Deus
lhe conceda firmeza na fé.
A
resposta da comunidade representada por Pedro é uma profissão de fé no “Cristo,
Filho do Deus vivo”.
Essa profissão de fé não
é fruto da lógica e do esforço humano, mas é revelação divina, pois quem o
revela à comunidade é o próprio Pai, que está no céu. Foi a abertura da
comunidade à revelação divina que possibilitou reconhecer o Cristo e confessar
a fé nele. E é sobre a fé confessada no Cristo, Filho do Deus vivo, que a
Igreja é edificada. A expressão “esta pedra” refere-se à confissão de fé e é um
trocadilho com a palavra “Pedro”, por cujos lábios ela é pronunciada. O
fundamento da Igreja é Jesus, pedra angular (Mt. 21,42), confessado por
Messias/Cristo pela comunidade de seus seguidores.
1. Pedro recebe a
revelação de que Jesus é o Messias: “não foi alguém de carne e sangue que te
revelou isso, e sim meu Pai do céu” (v. 17b). Mas para Pedro Jesus não passa
por um humano a ponto de enfrentar a morte. Pedro está ligado ainda a um
Messias glorioso e poderoso (mentalidade da época).
2. Tanto que, logo após
Jesus confirmar que Pedro será a pedra sobre a qual edificará a sua Igreja (v.
18-19), Jesus vai dizer-lhe que ele é pedra de tropeço (satanás), porque não
pensa do modo de Deus, mas do modo humano (v. 22-23).
3. Jesus mostra as
consequências como Messias (vv. 24-28: tomar a cruz … perder a vida … que
adianta ganhar o mundo inteiro …). O reconhecimento de Jesus-Messias conduz ao
testemunho e à cruz. Pedro vai fazer um longo processo de conversão para
identificar sua vida com a do Mestre. Vai deixar de lado um Messias à moda
humana (à nossa imagem e semelhança) para tornar-se discípulo à imagem e
semelhança de Jesus-Messias-Servo (1ª leitura).
4. Pedro recebe o título
de satanás, porque não é inspirado pelo Pai, a pedra que se transforma em
tropeço (cf. Is. 8,14-15). Pedro não aceita a paixão do Mestre porque não
compreende o valor que ela tem.
5. Pedagogicamente Jesus
leva os discípulos para longe de Jerusalém, centro do poder político, econômico
e ideológico. Cesaréia de Filipe é uma espécie de “periferia” e terra que
espera um anúncio qualificado acerca de quem é Jesus. Assim, a partir dessa
realidade, – longe das influências ideológicas do centro, – é que os discípulos
são convidados a dar uma resposta plena de quem é Jesus.
6. Pedro responde: “Tu és
o Messias (o Cristo), o Filho do Deus vivo!”(v. 16). Jesus é a realização das
expectativas messiânicas, o portador da justiça que cria sociedade e história
novas. Ele supera, portanto, a barreira do velho e introduz a grande “novidade”
(o novo).
7. Reconhecer Jesus desse
modo é ser bem-aventurado (v. 17), porque é o projeto de Deus. Ninguém chega a
entender “quem é Jesus” a não ser no compromisso com suas propostas (a justiça
do Reino) que são as mesmas do Pai.
8. O reconhecimento de
Jesus é fruto da vivência de seu projeto (prática da justiça). E a partir de
pessoas que, como Pedro, o reconhecem e o confessam é que nasce a comunidade
(v. 18a).
9 Pedro, antes pedra de
edificação, se torna “satanás”, pois propõe um messianismo diferente (já
rejeitado por Jesus nas tentações – cf. 4,1-11).
10. Confessar é aderir a
ele com todas as consequências que o testemunho acarreta. O Mestre não é do
jeito que Pedro imagina. O Mestre não é do jeito que nós imaginamos. O Mestre
quer que nós sejamos do jeito que ele é.
11. E o cristianismo, o
que é? É o prolongamento da ação de Cristo que promove a justiça.
12. O poder da comunidade
das testemunhas de Cristo é o poder do mesmo Cristo: é o próprio Jesus quem age
na comunidade, permitindo-lhe ligar e desligar. É Jesus quem construirá e dará
do que é seu. A comunidade administra esse poder a partir do testemunho que
vive e anuncia.
13. E Pedro? Sua
liderança leva a comunidade ao discernimento e aceitação de tudo o que promove
a vida e ao discernimento e rejeição de tudo o que patrocina e provoca a morte.
No livro dos Atos dos
Apóstolos vemos a comunidade que sofre por causa dos conflitos e perseguições.
14. Herodes mata por
interesses políticos: agradar aos judeus.
15. Acontece com Pedro o
mesmo que acontecera com Jesus. Há inclusive coincidência de datas: a
referência à festa dos pães sem fermento (v. 3 com Lc. 22,1). Assim como o Pai
libertou Jesus da morte, o anjo do Senhor liberta Pedro da prisão.
16. Face à perseguição,
Deus é aquele que liberta a comunidade dos seus seguidores. Da mesma forma que
libertou Jesus da morte, também conduzirá a comunidade através dos conflitos. E
a comunidade, por sua vez, reproduzirá em sua vida a paixão e a páscoa de
Jesus, que é uma “paixão” por um mundo novo e libertado.
17. O chamado ‘testamento
de Paulo’. Chegou o momento de dar o grande testemunho. Seu sangue derramado,
ele interpreta como sacrifício de valor expiatório: “já fui oferecido em
libação” (v.6a). A libação de vinho, água ou óleo era, nos sacrifícios
judaicos, derramado sobre a vítima (Ex. 29,40; Nm.
18. A morte não é o fim,
mas o início da nova viagem. É o último gesto de auto entrega, a porta de
entrada para a meta definitiva. Qual meta? “O Senhor… me levará para o seu
Reino eterno” (4,18b).
19. Olhando o passado,
Paulo tem consciência de ter cumprido sua missão de forma exemplar, com garra e
constância. Usa o exemplo do soldado: “combati o bom combate”, e do atleta que
corre no estádio: “terminei minha corrida”. Mas o fundamental para ele é ter
corrido em vista da evangelização: “guardei a fé!” (v. 7).
20. Paulo, Olhando para o
futuro tem esperança de receber a coroa da justiça.
21. A paixão de Paulo é o
prolongamento da paixão de Jesus (cf. Cl. 2,14: “completo em minha carne o que
falta nas tribulações de Cristo”).
22. - Abandonado por
todos, sua única esperança é Jesus. E isso se torna motivo de profunda alegria,
que o leva a render graças e a dar glória a Deus enquanto viver (v. 18b).
R e f l e t i n d o
1. Nos santos se
manifesta o que Deus faz por nós e como ele é admirável.
2. Os santos não foram
isentos de limitações e pecados (não eram anjos!). O que importa realmente é
que fizeram opção radical por seguir Jesus Cristo, confiantes na graça do
Espírito e na misericórdia do Pai.
3. A verdade da resposta
de Pedro revela a identidade de Jesus: “o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Essa
resposta comprometeu Pedro com Jesus, pois reconheceu quem ele é e a ele
aderiu. Jesus o chama de bem-aventurado.
4. Quando não conhecemos
(ou reconhecemos) “quem é Jesus”, não podemos segui-lo. Seguiremos as opiniões
dos outros, as convicções dos outros, talvez o caminho dos outros, … mas não o
caminho de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo!
5. Apesar dessa confissão
de fé, Pedro continua com suas limitações. Não aceita que Jesus fale de sua
paixão (e Jesus o chama de satanás); não queria que Jesus lhe lavasse os pés;
usa a espada no monte das oliveiras; negou Jesus três vezes… e fica indeciso
diante dos problemas dos não-judeus e das tradições judaicas.
6. Entretanto, Ele será o
responsável por manter unidos aqueles homens (tão diferentes) no seguimento de
Jesus, o Mestre. Ele não é melhor que ninguém, talvez um dos mais “fracos”
dos discípulos, pois, além de abandonar Jesus no pior momento, também o
renegou. Por que Jesus o escolheu? Porque Pedro (apesar dos seus pecados) se
entregou totalmente no seguimento de Jesus: “tu sabes que eu te amo! Tu
sabes o quanto eu te amo! Tu sabes que eu sou fraco… mas tu sabes também o
quanto te amo!”
7. Pedro é um homem
comum, de carne e osso, “humano” como todos nós. Pedro é um homem verdadeiro,
espontâneo, honesto. Quando reconhece que errou volta atrás, se
arrepende e continua seu comprometimento com o Mestre. Comprometimento que
levou até às últimas consequências: perseguido, preso e martirizado.
8. Pedro foi um homem
muito parecido conosco, muito humano nas suas limitações e quedas. Mas
foi um homem verdadeiro (honesto consigo mesmo!) que descobriu a verdadeira
identidade de Jesus e o seguiu (entrega total, de corpo e alma) … até o
fim!
9. Paulo de Tarso
relembra as dificuldades por que passou, reafirma sua adesão a Cristo.
10. O encontro com Jesus
muda a sua vida: de perseguidor para evangelizador (ai de mim se não
evangelizar!).
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Toda Igreja unida
Celebrando hoje a festa de Pedro e Paulo, exaltamos seu exemplo de
fidelidade a Jesus Cristo e seu ardoroso testemunho no projeto libertador de
Deus.
Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor das Comunidades,
aquele que é referência da fé para os irmãos.
Na pessoa de Paulo, aparece mais o líder Missionário, que
forma comunidades e faz expandir a fé em todas as nações.
Pedro recorda mais a instituição... Paulo, o carisma...
As Leituras bíblicas nos falam dos dois Apóstolos:
Na 1ª Leitura, vemos PEDRO: (At 12,1-11)
Preso pelas autoridades... "para agradar os judeus"...
Guardado como "perigoso" por 16 homens... e libertado
por Deus...
- O texto mostra que o testemunho dos discípulos gera oposição e
morte.
Mas a oposição não pode
calar esse testemunho.
- Mostra uma Comunidade cristã unida e solidária, na Oração.
E Deus escuta a oração da
Comunidade...
- Mostra a presença efetiva de Deus na caminhada da Igreja e
o cuidado de Deus para os
que lhe dão testemunho.
O nosso Deus não nos
abandona...
Na 2ª Leitura vemos PAULO: (2Tm 4, 6-8.17-18)
Também está preso, pela última vez: Está ciente da própria
condenação.
Faz um balanço final de sua vida a serviço do Evangelho:
- "Estou pronto... chegou a minha hora... combati o bom
combate ...
terminei a corrida...
conservei a fé...
- E agora aguardo o prêmio dos justos...
- O Senhor esteve comigo...
a ele GLÓRIA..."
A própria Morte ele a vê como a Libertação definitiva...
* Suas palavras são um "testamento espiritual" sereno e
alegre, consciente do dever cumprido..
Modelo de Missionário
ardoroso e entusiasta...
No Evangelho, Pedro faz a Profissão de Fé e recebe o
Primado. (Mt 16, 13-19)
O texto tem duas Partes:
- A primeira de caráter cristológico:
centra-se em CRISTO e na
definição de sua identidade: "Tu é
o Cristo, o Filho de Deus Vivo".
- Na segunda de caráter eclesiológico: centra-se na IGREJA
que Jesus convoca à volta de Pedro:
"Tu és Pedro e sobre
esta pedra edificarei a minha igreja".
A base ("Rocha") firme sobre a qual vai se assentar a
Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a Comunidade dos discípulos professaram: a
fé em Jesus como o "Messias, Filho de Deus vivo".
Dessa adesão, nasce a Igreja, a Comunidade dos discípulos de
Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro.
A Pedro e à Comunidade dos discípulos é confiado o poder das
chaves, isto é, a autoridade para interpretar as palavras de Jesus, às novas
necessidades e situações e para acolher ou não novos membros na Comunidade dos
discípulos do Reino.
Pedro torna-se assim uma figura de referência para os primeiros
cristãos e desempenha um papel de primeiro plano na animação da igreja
nascente.
+ PEDRO E PAULO são figuras gigantescas da Igreja
primitiva, que tinha a missão de continuar a OBRA salvadora de Cristo...
Na Igreja, Pedro recebe poderes para desempenhar a sua missão: Por
isso, nem o poder do inferno terá vez contra ela...
E essa promessa de Cristo não é apenas à pessoa de Pedro.
Se a Igreja deve permanecer, mesmo depois da morte de Pedro,
devemos admitir que os poderes concedidos a Pedro, passem também aos seus legítimos sucessores,
que são os PAPAS...
Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA, que
ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé.
O Papa é o chefe visível da Igreja na terra.
Sua missão é espinhosa, sobretudo hoje, com mudanças rápidas e
violentas...
com contestações dentro e fora da Igreja...
Como é difícil saber discernir, no meio de tantas turbulências!...
Ele merece o nosso amor...
mas que não seja um amor só de palavras, mas um amor concreto...
Rezando por ele... escutando a sua voz... e praticando seus
ensinamentos...
Relembrando as figuras de São Pedro e São Paulo, perguntemo-nos:
- Damos testemunho de Cristo, como eles, no ambiente em que
vivemos?
- Acreditamos que somos responsáveis pela continuação do Projeto
de Deus?
Relembrando a figura do Papa, continuemos a nossa oração,
pedindo a Deus que lhe dê:
- MUITA LUZ... para apontar sempre o melhor caminho para a
Igreja... e
- MUITA FORÇA... para enfrentar com otimismo e alegria as
contestações do mundo moderno...
A Igreja é um corpo vivo, que se constrói com pedras vivas.
Todos colaboramos na construção, mas sob a guia e supervisão dos
que são sucessores de Pedro (o Papa) e dos demais Apóstolos (os bispos).
Pe.
Antônio Costa
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, a nossa
idéia era esta: nós conseguimos enxergar, que a fé vai sendo transmitida de uma
geração para outra geração. Como é que
temos no Evangelho, que Maria
cantou o Magnifat? Porque, certamente, ela cantava durante os seus
afazeres. Como é que sabemos, que São José
era carpinteiro? Porque alguém
contou isto. E, com certeza, ele, como chefe da família, ele também rezava
os Salmos. Assim, humanamente falando, eles foram transmitindo para Jesus todo
o conhecimento bíblico, para que Jesus, enquanto homem, pudesse também
transmitir também para a sua geração, aquilo que eles aprenderam de seus pais.
Ora, Jesus vai transmitir tudo que sabe, porque ele mesmo diz: “já não vos chamo servos, mas amigos, porque
tudo o que o Pai me revelou, eu vos transmiti”. Ele transmite para os doze
e estes doze foram transmitindo para
outros. Então, eu gostaria, que as pessoas se convencessem disto: não acabou este “de geração a geração”,
de tal maneira, que em determinado ponto assumimos transmitir a fé em nosso
bairro, em nossa cidade. Isto tem acontecido a mais de dois mil anos. É uma
maravilha saber, que o que aprendemos de José, de Maria, passando por são Pedro
e são Paulo, vem perdurando até o dia de hoje. São Pedro mostra para nós o caminho para estarmos ligados ao Céu. São
Paulo nos revelou a fé, na medida em que ele buscou evangelizar os não judeus e
os não judeus inclui a maioria de nós. Só temos a agradecer, agradecer a
Deus, é evidente. Agradecer Nossa Senhora, São José e Jesus. Agradecer Pedro,
Paulo e os fundadores desta comunidade. Claro, que aqui não podemos deixar de
lembrar, que aqui também passa o martírio e o sofrimento. Eu dizia ontem para
as crianças: não estamos de vermelho para homenagear a Espanha, não. Nada
contra os Espanhóis, mas estamos de vermelho para lembrar o sangue dos
mártires. Pedro e Paulo derramaram seu sangue pela causa de Jesus Cristo e
Jesus derramou seu sangue para que toda a humanidade fosse salva.
Certamente, São José e Nossa
Senhora não ficaram isentos de sofrimentos e quanto sofrimento! Existe um ditado,
que diz: O sangue dos mártires rega as sementes de mais cristãos. Hoje,
lembrando o martírio de Pedro e de Paulo, nós vamos lembrar destas sementes.
Quem é que regou todas as sementes que nos antecederam? Jesus Cristo. No momento em que se começou a
Celebrar a Eucaristia, em cada Celebração fomos lembrando a memória de Jesus:
“Fazei isto em minha memória”. Fazendo memória de Jesus Cristo, fomos fazendo
Eucaristia. Que bom! Segundo São Paulo, temos dons diferentes segundo a graça
que nos foi dada. Quais foram os dons de
São Pedro? Certamente, um deles é a sinceridade.
São Pedro não sabia bem esconder os seus
sentimentos. Não sabia também filtrar as suas reações. De forma, que não é uma
única vez, que está no Evangelho e Pedro sem saber o que dizer, disse tal
coisa. Ou seja, o dom de São Pedro era mostrar a sua espontaneidade: “Ah,
querem prender o mestre”?, Então, puxa a espada e corta no meio, que aliás
pegou só na orelha do soldado.
Três anos Jesus falando “Amai-vos uns aos outros”, “Ame o seu
inimigo” e na hora H ele esqueceu tudo isso e fez o que o seu coração mandava.
Interessante isto. Outras vezes, ele morrendo
de medo, se manda, nega Jesus. Pedro é quem ele é, mas tem uma coisa. Ainda
ontem lembrava com os jovens a resposta de São Pedro: “Pedro, tu me amas”? – Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo.
Jesus sabe tudo de Pedro: o quanto ele ama e o quanto ele é fraco. O quanto ele
ama e o quanto ele tem dificuldade de entender a mensagem de Jesus. O quanto
ele ama e conhece os seus pecados.
São Pedro é muito parecido com muitos de nós. Muitos de nós. Este
é o dom que ele nos oferece. É interessante, que o Evangelho de
hoje diz: que ele é a chave para estarmos ligados aos céus. O que significa, que se formos iguais a ele, está ótimo! Jesus não quer mais do que
isto. Se quer estar ligado ao céu, imite São Pedro. Está muito bom, está
excelente.
Do outro lado temos São
Paulo. Até hoje, no mundo religioso, teologicamente falando, não existiu um pensador que superasse São
Paulo. Ninguém consegue produzir teologia, transmitir a fé de maneira mais
organizada do que São Paulo. Ele é
um intelectual de primeira. Como ele era cidadão romano, era destemido,
não tinha medo de entrar em enrascada. Pedro, não. Coitado! Pedro era pescador
que tinha pouca leitura. Paulo, não. Paulo recorre até ao imperador. Dons
diferentes. Ele fazia questão de dizer: “Eu faço questão de não ser peso para
ninguém”. Não é que ele se prevalecia do seu cargo para tirar privilégios, não!
Ele utilizava daquilo que ele dispunha, para anunciar o Evangelho de Jesus
Cristo. Veja, que São Pedro e São Paulo
são dons diferentes. É aí que entra cada um de nós. Cada um sabe fazer algo
diferente dos outros. Alguém sabe montar as barracas para a quermesse e eu não
sei. A comunidade é assim: um sabe fazer uma coisa, o outro outra coisa. Um
pede aqui, outro faz ali. Um fica de nariz torto aqui, outro ali, mas vai
caminhando. Por que? Porque ninguém sabe tudo. Jesus sabe o quanto o amamos e o
quanto temos de dificuldade. O quanto buscamos levar o Evangelho e o quanto
deixamos de fazer. “Senhor, tu sabes tudo”!
Então, hoje é um dia de agradecimento para todos nós. Eu fico feliz em
saber, que vem aí uma geração nova para continuar o nosso trabalho. Daqui a
sessenta anos, muitos estarão presentes, mas a maioria não! Certamente já vamos
estar no céu! É isso que nós entregamos a vocês: novas sementes para serem
regadas no sangue de Jesus Cristo na Eucaristia e para celebrarem: Celebrar as
vitórias e também Celebrar as derrotas.
Cabe a nossa homenagem
àqueles que deram o seu sangue e hoje estão na casa do Pai. Deus sabe
direitinho. Isaías nos diz, que Deus tem o nome de cada um na palma da mão.
Como Deus é infinito, cabe todos nós.
Peçamos a Deus que nos
mantenha perseverantes.
Louvado seja Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho – Diocese de
Santo André, SP.
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Homilia de D. Henrique Soares da Costa
“Eis os santos que, vivendo
neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do
Senhor e se tornaram amigos de Deus”. – Estas palavras que o missal propõe como antífona de entrada
desta solenidade, resumem admiravelmente o significado de São Pedro e são
Paulo. A Igreja chama a ambos de “corifeus”, isto é líderes, chefes, colunas. E
eles o são.
Primeiramente, porque são apóstolos. Isto é, são testemunhas
do Cristo morto e ressuscitado. Sua pregação plantou a Igreja, que vive do
testemunho que eles deram. Pedro, discípulo da primeira hora, seguiu Jesus nos
dias de sua pregação, recebeu do Senhor o nome de Pedra e foi colocado à frente
do colégio dos Doze e de todos os discípulos de Cristo. Generoso e ao mesmo
tempo frágil, chegou a negar o Mestre e, após a ressurreição, teve confirmada a
missão de apascentar o rebanho de Cristo. Pregou o Evangelho e deu seu último
testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o Imperador Nero. Paulo não
conhecera Jesus segundo a carne. Foi perseguidor ferrenho dos cristãos, até ser
alcançado pelo Senhor ressuscitado na estrada de Damasco. Jesus o fez se
apóstolo. Pregou o Evangelho incansavelmente pelas principais cidades do
Império Romano e fundou inúmeras igrejas. Combateu ardentemente pela fidelidade
à novidade cristã, separando a Igreja da Sinagoga. Por fim, foi preso e
decapitado em Roma, sob o Imperador Nero.
O que nos encanta
nestes gigantes da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda.
Encanta-nos igualmente a fidelidade à missão. As palavras de Paulo
servem também para Pedro: “Combati o bom combate,
completei a corrida, guardei a fé”. Ambos foram perseverantes e
generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas,
eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como pastores solícitos pelo
rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Não largaram
o arado, não olharam para trás, não desanimaram no caminho… Ambos
experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do Senhor. Paulo,
como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o
Senhor enviou o seu anjo para me libertar…”
Ambos viveram
profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo
dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo
na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois
homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar
Jesus Cristo! Em Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida;
da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu
tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos
derramaram o Sangue pelo Senhor: “Beberam do cálice do Senhor e
se tornaram amigos de Deus”. Eis a maior de todas a honras e de
todas as glórias de Pedro e de Paulo: beberam o cálice do Senhor, participando
dos seus sofrimentos, unido a ele suas vidas até o martírio em Roma, para serem
herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos;
eis por que celebramos hoje, com alegria e solenidade o seu glorioso martírio
junto ao altar de Deus! Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para
que sejamos fiéis como eles foram.
Hoje também,
nossos olhos e corações voltam-se para a Igreja de Roma, aquela que foi regada
com o sangue dos bem-aventurados Pedro e Paulo, aquela, que guarda seus
túmulos, aquela, que é e será sempre a Igreja de Pedro. Alguns loucos, dizem,
deturpando totalmente a Escritura, que ela é a Grande Prostituta, a Babilônia.
Nós sabemos que ela é a Esposa do Cordeiro, imagem da Jerusalém celeste.
Conhecemos e veneramos o ministério que o Senhor Jesus confiou a Pedro e seus
sucessores em benefício de toda a Igreja: ser o pastor de todo o rebanho de
Cristo e a primeira testemunha da verdadeira fé naquele que é o “Cristo, Filho do Deus vivo”. Sabemos com certeza de
fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje, a missão de
Pedro é exercida por Bento XVI. Ao Santo Padre, nossa adesão filial, por
fidelidade a Jesus, que o constituiu pastor do rebanho. Não esqueçamos: o Papa
será sempre, para nós, o referencial seguro da comunhão na verdadeira fé
apostólica e na unidade da Igreja de Cristo. Quando surgem, como ervas
daninhas, tantas e tantas seitas cristãs e pseudo-cristãs, nossa comunhão com
Pedro é garantia de permanência seguríssima na verdadeira fé. Quando o mundo já
não mais se constrói nem se regula pelos critérios do Evangelho, a palavra
segura de Pedro é, para nós, uma referência segura daquilo que é ou não é
conforme o Evangelho.
Rezemos, hoje,
pelo nosso Santo Padre, Papa Francisco. Que Deus lhe conceda saúde de alma e de
corpo, firmeza na fé, constância na caridade e uma esperança invencível. E a
nós, o Senhor, por misericórdia, conceda permanecer fiéis até a morte na
profissão da fé católica, a fé de Pedro e de Paulo, pala qual, em nome de
Jesus, “Cristo Filho do Deus vivo”, os Santos Apóstolos
derramaram o próprio sangue.
Ao Senhor, que é admirável nos seus santos e nos dá a força para o
martírio, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
D.
Henrique Soares da Costa
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Pe. André Vital Félix
da Silva, SCJ
A Solenidade dos Santos Pedro e Paulo
não pretende simplesmente prestar uma justa homenagem àqueles que são
considerados as colunas da Igreja Primitiva, mas antes de tudo, é memorial da
Páscoa Daquele que é o alicerce sobre o qual essas colunas se levantaram e o
fundamento de todo o Edifício, a Igreja, o Corpo de Cristo. A celebração de
hoje nos recorda que a fé cristã não é algo individual, mas é um dom concedido
por Deus para edificar a sua Igreja, a comunidade dos filhos e filhas de Deus
chamados à vida plena. Os apóstolos, primeiras testemunhas da fé, ocupam lugar
privilegiado no edifício cujas bases foram edificadas pelo seu testemunho e
ensinamento. Contudo, no alicerce de tudo está a adesão a Cristo, a fé-dom que
se torna fé-resposta.
Depois de ter convivido algum tempo com os seus discípulos, Jesus os interroga sobre a sua identidade e missão. Num primeiro momento, o Mestre quer saber o que o povo diz sobre aquela figura misteriosa do Antigo Testamento chamada: “Filho do Homem” (Dn 7,13). A resposta é confusa, não se tem a certeza de quem é, de fato, este personagem. De João Batista ao profeta Jeremias, passando por Elias, enfim, até algum antigo profeta. Caso um desses citados fosse o Filho do Homem, não passaria de uma expectativa frustrada, pois todos, àquelas alturas, já estavam mortos. Mateus é o único evangelista que distingue a pergunta feita por Jesus em relação aos dois personagens diferentes: O filho do Homem e o próprio Jesus. Os outros evangelistas formulam a pergunta como se Jesus estivesse se referindo ao que o povo pensava sobre Ele, e, em seguida, o pensamento dos discípulos.
Depois de ter convivido algum tempo com os seus discípulos, Jesus os interroga sobre a sua identidade e missão. Num primeiro momento, o Mestre quer saber o que o povo diz sobre aquela figura misteriosa do Antigo Testamento chamada: “Filho do Homem” (Dn 7,13). A resposta é confusa, não se tem a certeza de quem é, de fato, este personagem. De João Batista ao profeta Jeremias, passando por Elias, enfim, até algum antigo profeta. Caso um desses citados fosse o Filho do Homem, não passaria de uma expectativa frustrada, pois todos, àquelas alturas, já estavam mortos. Mateus é o único evangelista que distingue a pergunta feita por Jesus em relação aos dois personagens diferentes: O filho do Homem e o próprio Jesus. Os outros evangelistas formulam a pergunta como se Jesus estivesse se referindo ao que o povo pensava sobre Ele, e, em seguida, o pensamento dos discípulos.
A resposta de Simão Pedro é direta:
“Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Ainda que Simão Pedro não saiba
exatamente o que estava dizendo (basta continuar o texto para comprovar isso:
Mt 16,31-23), Jesus o declara bem-aventurado, mas ao mesmo tempo afirma que foi
o Pai que está no céu quem revelou a Simão essa verdade de fé. A vocação dos
discípulos é um dom que o Pai concedeu ao Filho, quando lhe pedira em oração
(ver Mt 9,38), portanto não foi pura intuição humana (carne e sangue) que
permitiu a Simão confessar tamanha fé. Por conseguinte, recebido o dom, cresce
a responsabilidade: “Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja”. A palavra aramaica Kepha (língua falada por Jesus)
significa pedra (rocha). Como foi atribuída a Simão, na tradução grega assumiu
a forma masculina (Petros). Contudo é uma mesma palavra na fala original de
Jesus. O jogo de palavras (pedra-Pedro) só se permite no grego, e em algumas
outras línguas que têm as duas formas por causa da mudança do gênero (como no
português Pedro e pedra; mas já francês tem uma única palavra tanto para pedra
como para Pedro: pierre). Portanto, inútil fazer a distinção que pretendem
alguns para esvaziar a força da expressão “pedra” atribuída a Pedro. Não há
mudança essencial.
Ao usar essa metáfora, Jesus proclama
que tanto a fé (Nele) como aquele que crê (Nele) são verdadeiramente “pedra”,
isto é, têm fundamentos sólidos. Em Mt 7,24s Jesus já havia usado a metáfora da
pedra para indicar o modo autêntico de viver do discípulo: “Aquele que ouve
estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que
edificou a sua casa sobre a rocha (kepha)”. Portanto, não pode haver dicotomia
entre o crer e o crente. Pois o crente se define por aquilo que acredita, e a
fé torna-se a sua identidade no mundo, assegurando-lhe a firmeza necessária
para não se deixar sucumbir diante da tentação de abandonar ou ideologizar a fé
(ver Mt 7,13-23).
A proclamação de fé de Pedro
(confissão) sintetiza a fé eclesial: Jesus, “o Messias (Cristo), Filho do Deus
vivo”. Partindo da expectativa de fé do Povo de Israel que acreditava que Deus
enviaria o seu Messias, Pedro ultrapassa essa expectativa e proclama que Jesus
é mais do que o Messias esperado, é o próprio Filho do Deus vivo. Portanto,
esta segunda parte representa a diferença fundamental entre a fé judaica e a fé
cristã. Admitir que Deus envia um Messias não contradiz a lógica da fé judaica;
esta era a fé primitiva de Simão; mas reconhecer que esse Messias é o Filho de
Deus, isso só era possível acolhendo a revelação do Pai, isto é um dom da fé
cristã.
Por isso, Simão é bem-aventurado
(grego makarios, plenamente feliz) porque vê e ouve o que muitos profetas e
justos desejaram ver e não viram, ouvir e não ouviram (Mt 13,16-17). A resposta
de fé é o novo fundamento (rocha) sobre o qual será edificada a comunidade
(ekklesia) do Messias, Filho do Deus vivo: “Edificarei a minha Igreja”. É a Comunidade
comprometida com a Palavra do Senhor (“escuta a minha palavra e a põe em
prática), que assume a missão de lutar contra o mal: “As portas do Inferno
nunca prevalecerão contra ela”. No horizonte histórico, na sua missão de
mediação, a Igreja realiza a tarefa de abrir ou fechar o acesso ao Reino dos
Céus, não tanto como detentora de um poder arbitrário, mas como depositária de
uma Palavra que anuncia a vontade de Deus, mas também denuncia tudo aquilo que
se opõe ao Reino: “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que
desligares na terra será desligado nos céus”.
Recebendo as chaves do Reino dos Céus, Pedro não se torna o dono da comunidade, nem assume o lugar do Mestre, como se fosse o seu sucessor. Mas deve ser “o servo fiel (fé) e prudente (sabedoria) que o Senhor constituiu sobre a criadagem, para dar-lhe o alimento em tempo oportuno. Feliz (bem-aventurado) aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar assim fazendo” (Mt 24,45s).
Neste dia em que rezamos especialmente pelo Papa, renovemos a nossa súplica ao Senhor, que o constituiu o servo da sua Igreja, a fim de que seja sempre fiel a esta sua missão e que sua fé o torne cada vez mais Pedro
Pe.
André Vital Félix da Silva, SCJ
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PARA A
CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e Ministros
extraordinários da Palavra):
LOUVOR
(QUANDO
O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR) Mt 16,13-19 (Pedro e Paulo)
O
SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS.
- Por Jesus, com Jesus e em
Jesus, na força do espírito santo, louvemos ao Pai!
T: louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
1 Senhor, nosso Deus e Pai,
nós vos louvamos pela vossa bondade. Vos agradecemos pelo carinho com que nos
criastes e pelo ardor com que nos sustentais. Sabemos que não nos abandonais em
nossas dificuldades, em nossas perseguições e em nossas lutas do dia a dia.
T : louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
2 Pai querido, hoje nos falastes,
através de Pedro, que Jesus é o messias, o vosso enviado e que Ele é o Vosso
Filho que nos destes para que possamos, através dele, alcançar o Vosso Reino.
Nós vos agradecemos por nos terdes dado vosso Filho amado.
T: louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
3 Pai, dai-nos força e
coragem para que possamos, um dia, dizer como Paulo: “Combati um bom combate”.
Sabemos que é difícil pregar o Vosso Reino neste mundo de injustiças, de poder
opressor, de ganância pelo lucro e cheio de corrupção. Dai-nos a coragem de
Paulo e esse ardor de Pedro para que não desanimemos e sejamos corajosos em
construir o Vosso Reino.
T: louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade!
- PAI NOSSO... A Paz
... Eis o Cordeiro de Deus...