quinta-feira, 26 de setembro de 2019

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C, homilias, subsídios homiléticos


26º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C 2019
Tema: “O Senhor faz justiça aos que são oprimidos.” Deus nos deu os bens para administrá-los e partilhá-los.
Primeira leitura: Amós denuncia a classe dirigente, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres. Anuncia que este não é o projeto que Deus sonhou para os homens.
Evangelho: A parábola do rico e do pobre Lázaro é uma catequese sobre a posse dos bens…
Segunda leitura: O “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que é paciente, que é brando, que é justo e que transmite a proposta de Jesus. Ele não é egoísta, pois sabe partilhar.

PRIMEIRA LEITURA (Am 6,1a.4-7) Leitura da Profecia de Amós.
Assim diz o Senhor todo-poderoso: Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José. Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.

AMBIENTE - Continuamos com Amós, o profeta do séc. VIII a.C. (762 a.C.), no reino do Norte (Israel). As conquistas de Jeroboão II criaram bem-estar, riqueza, prosperidade; no entanto, a situação não beneficia toda a nação, mas um grupo privilegiado (nobres, cortesãos, militares, grandes latifundiários e comerciantes sem escrúpulos). Nasce, assim, uma classe dirigente poderosa, cada vez mais rica, que vive no luxo, que explora os pobres e que, apoiada por juízes corruptos, comete ilegalidades e prepotências… Do outro lado, estão os pobres, vítimas de um sistema que gera injustiça, miséria, sofrimento, opressão.

MENSAGEM - O mais grave é que todo este luxo e esbanjamento resultam da exploração dos mais pobres e fracos. A classe rica vive egoisticamente no seu mundo cômodo e não se preocupa com a miséria e o sofrimento dos seus irmãos. Deus não pactua com isto. A classe dominante está infringindo os mandamentos da “aliança” e Deus não aceita um elevado nível de vida à custa do sangue e das lágrimas dos pobres. Por isso, o castigo chegará em forma de exílio numa terra estrangeira (queda da Samaria nas mãos dos assírios de Salamanasar V, em 721 a.C., e à partida da classe dirigente para o cativeiro na Assíria).

ATUALIZAÇÃO
O quadro pintado por Amós descreve situações bem conhecidas de todos nós… Pensemos nas festas luxuosas e nas quantias gastas em roupas, em jóias, em perfumes, por aqueles que as frequentam; nos governantes que  esbanjam e embolsam dinheiros públicos e que nem sequer vão a tribunal porque há sempre uma maneira de fazer com que o crime prescreva… E pensemos nos operários que arriscam a vida em obras perigosas, porque o patrão não quis gastar uns trocos com a segurança; pensemos naqueles que ganham salários mínimos, trabalhando duramente para enriquecer um patrão prepotente e pensemos naqueles que recebem pensões de miséria e que vivem em condições infra-humanas que  mal dá para pagar os medicamentos

SALMO RESPONSORIAL / 145 (146) Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!
• O Senhor é fiel para sempre, / faz justiça aos que são oprimidos; /
 Ele dá alimento aos famintos, / é o Senhor quem liberta os cativos.

EVANGELHO (Lc 16,19-31) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os escutem!O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.

AMBIENTE - A história do rico e do pobre Lázaro é um texto exclusivo de Lucas. Trata-se de uma catequese em que se aborda o problema da relação entre o homem e os bens deste mundo.

MENSAGEM - A parábola tem duas partes. Na primeira, Lucas apresenta os dois personagens: um rico que vive luxuosamente e que celebra grandes festas e um pobre, que tem fome, vive miseravelmente e está doente. No entanto, a morte dos dois muda a situação. Do rico diz apenas, que se vestia de púrpura e linho fino, e que dava esplêndidas festas. Não se diz se ele era mau ou bom, se frequentava ou não o templo, se explorava os pobres ou se era insensível ao seu sofrimento; no entanto, quando morreu, foi para um lugar de tormentos. Do pobre Lázaro diz-se, apenas, que jazia ao portão do rico, que estava coberto de chagas, que desejava saciar-se das migalhas que caíam da mesa do rico e que os cães vinham lamber-lhe as chagas; quando morreu, Lázaro foi “levado pelos anjos ao seio de Abraão (lugar de honra); não se diz, se Lázaro levou uma vida exemplar ou se cometeu más ações, se trabalhava duramente ou se foi um parasita que não quis fazer nada para mudar a sua triste situação… Nesta história, não parecem ser as ações boas ou más que decidem a sorte deles no outro mundo. A resposta só pode ser: o que determina a diferença de destinos é a riqueza e a pobreza. O rico conhece os “tormentos” porque é rico; o pobre conhece o “banquete do Reino” porque é pobre. Mas então, a riqueza será pecado? Ser rico equivale a ser mau e, portanto, a estar destinado aos “tormentos”? Na perspectiva de Lucas, a riqueza – legítima ou ilegítima – é sempre culpada. Os bens não pertencem a ninguém em particular (nem sequer àqueles que trabalharam duramente para se apossar de uma fatia gorda dos bens que Deus colocou no mundo); mas são dons de Deus, postos à disposição de todos os seus filhos, para serem partilhados e para assegurarem uma vida digna a todos… Quem se apossa – ainda que legitimamente – desses bens em benefício próprio, sem os partilhar, não está em sintonia com o projeto de Deus. Quem usa os bens para ter uma vida luxuosa, esquecendo-se das necessidades dos outros, está em falta com os seus irmãos que vivem na miséria. Nesta história, Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou nas nossas mãos, ainda que os tenhamos adquirido de forma legítima: somos apenas administradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Esquecer isto é egoísmo e, por isso, estar destinado aos “tormentos”.
Na segunda parte do nosso texto, insiste-se em que a Escritura – na qual os fariseus eram peritos – apresenta o caminho seguro para aprender e assumir a atitude correta em relação aos bens. O rico ficou surdo às interpelações da Palavra de Deus (“Moisés e os Profetas”) e isso é que decidiu a sua sorte: ele não quis escutar as interpelações da Palavra e não se deixou transformar por ela. O versículo final expressa perfeitamente a mensagem contida nesta segunda parte: até mesmo os milagres mais espetaculares são inúteis, quando o homem não acolheu no seu coração a Palavra de Deus. Só a Palavra de Deus pode fazer com que o homem corrija as opções erradas, saia do seu egoísmo, aprenda a amar e a partilhar. Anuncia-se, desta forma, que o projeto de Deus passa por um “Reino” de fraternidade, de amor e de partilha. Quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e autossuficiência (os ricos), não pode fazer parte desse mundo novo de fraternidade que Deus quer propor.

ATUALIZAÇÃO
um quarto da humanidade tem nas mãos cerca de 80% dos recursos disponíveis do planeta; e três quartos da humanidade têm de contentar-se com os outros 20% dos recursos. Isto é justo? É justo que milhares de crianças morram diariamente por causa da fome e de problemas relacionados com a subnutrição, enquanto o primeiro mundo destrói as colheitas para que o excesso de produção não obrigue a baixar os preços? É justo que se gastem em festas sociais quantias que davam para construir uma dúzia de escolas ou meia dúzia de hospitais?
O Vaticano II afirma: “Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos (…). Sejam quais forem as formas de propriedade,  deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também aos outros. De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficientes para si e suas famílias” (Gaudium et Spes, 69).
Por muito pobres que sejamos, devemos interrogar-nos para perceber se não temos um “coração de rico” – isto é, para perceber se a nossa relação com os bens não é uma relação egoísta (há “pobres” cujo sonho é, apenas, levar uma vida igual à dos ricos). E não esqueçamos: é a Palavra de Deus que nos questiona continuamente e que nos permite a mudança de um coração egoísta para um coração capaz de amar e de partilhar.

SEGUNDA LEITURA (1Tm 6,11-16) Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo.
Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas. Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.

AMBIENTE - Continuamos a com Carta a Timóteo que está a organizar a sua comunidade

MENSAGEM - Como deve ser o “homem de Deus”? O verdadeiro “homem de Deus” tem de distinguir-se por uma vida santa, enraizada na fé e no amor aos irmãos. Em concreto, o “homem de Deus” deve cultivar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a doçura. Tem de ser paciente e manso, diante das dificuldades que o serviço apostólico levanta. Deve guardar “o mandamento do Senhor” – isto é, a verdade da fé que lhe foi transmitida pela tradição apostólica. No que diz respeito ao perfil do “homem de Deus”, tudo se resume no amor para com os irmãos, no entusiasmo pelo ministério e na capacidade de transmitir a verdadeira doutrina, herdada dos apóstolos.

ATUALIZAÇÃO
O “homem de Deus” é alguém que vive com entusiasmo a sua fé, que ama os irmãos (que trata todos com doçura, com paciência, com mansidão) e que dá testemunho da verdadeira doutrina de Jesus, sem se deixar seduzir e desviar pelas modas ou pelos interesses próprios.

-Dehonianos-
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Lázaro significa aquele que foi ajudado por Deus. (em grego Eleazar)
Jesus chama o miserável pelo nome, mas ignora o nome do rico.
1 Afirmar que os mortos em Cristo ficam dormindo é desconhecer o poder da ressurreição de Nosso Senhor.
2 Os homens devem morrer uma só vez, depois que vem um julgamento” (Hb 9,27).
3 Morto não se comunica com os vivos!

Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”

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Lázaros de Hoje

A Liturgia de hoje convida a ver os bens desse mundo, como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que
administremos, com gratuidade e amor.

Na 1ª Leitura: o Profeta AMÓS denuncia severamente os ricos e poderosos do seu tempo, que viviam no luxo e na
fartura, explorando os pobres, insensíveis diante da miséria e da desgraça de muitos.
O Profeta anuncia que Deus não aprova essa situação.
O castigo chegará em forma de exílio em terra estrangeira. (Am 6,11-16)

* As denúncias de Amós são ainda hoje atuais!
- Povos gastando fortunas matando gente em guerra,   enquanto outros morrem de fome por não ter o que comer.
- Quantos vivem na abundância, enquanto muitos morrem de fome e na miséria.
- Quantos satisfazem seus caprichos, sacrificando até seus familiares...

Na 2ª Leitura, Paulo denuncia a cobiça, "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males". (1Tm 6,10-16)

No Evangelho, temos o julgamento de Deus sobre a distribuição das riquezas.

A Parábola do homem Rico e do pobre Lázaro (Lc 16,19-31) tem três quadros:
  - A Situação de vida do Homem rico e do Pobre "Lazaro".
  - A mudança de cena para ambos após a morte...
  - Um DIÁLOGO entre o rico e Abraão,
      > Proposta: "Pai Abraão, se alguém entre os mortos  for avisar meus irmãos, certamente vão se converter..."
     > Resposta: "Se não escutam a Moisés, nem aos profetas,  mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão..."

A morte de ambos reverte a situação:
quem vivia na riqueza está destinado aos "tormentos",
quem vivia na pobreza se encontra na paz de Deus.
É uma Catequese sobre escatologia,  antecipa o amanhã para que valorizemos o presente.
O rico não é condenado por ser rico, mas porque prescinde de Deus.
O pobre se salva porque está aberto para Deus e espera a Salvação.
A pobreza não levou Lázaro ao céu, mas a humildade, e as riquezas não impediram o rico de entrar no seio de Abraão, mas seu egoísmo e a pouca solidariedade com o próximo.

* Na Parábola, o pobre tem "nome", o rico não...   Em nossa Comunidade, os pobres têm nome?

+ "Escutem Moisés e os profetas!":
    Essa advertência tem um significado todo especial no DIA DA BÍBLIA.
  
A expressão "Moisés e os Profetas", no tempo de Jesus, significava a Bíblia.
Por isso, Jesus queria dizer que não estamos precisando de aparições duvidosas do além, de videntes ou prodígios milagrosos...
A BÍBLIA é a única Revelação segura que todo cristão deve acreditar...
Ela é suficiente para iluminar o nosso caminho.
Seguindo essa Luz, encontraremos, aqui na terra, a solidariedade, a fraternidade  e, na outra vida, acolhida na casa de Deus, um lugar junto de Abraão.

Essa Palavra de Deus, podemos encontrá-la:
Na Catequese... na Liturgia... na Leitura Orante da Bíblia...
nos Grupos de Reflexão, nos Cursos de formação... na Leitura pessoal...

+ Quem são os LÁZAROS hoje?
Ainda hoje quantos ricos esbanjam na fartura, enquanto pobres "Lázaros" continuam privados até das migalhas que sobram...
Creio que os vemos diariamente nas ruas e na televisão...
Escutar Moisés, os Profetas, o Evangelho favorece o desapego e abre os olhos às necessidade dos irmãos.

No Brasil: O Salário mínimo irrisório... A aposentadoria miserável...
enquanto outros recebem supersalários... e inúmeros desvios...

No Brasil, milhões de Lázaros nos indicam o caminho da salvação...
- Se nos abrirmos ou não a eles...
- Se nos colocarmos ou não a serviço de sua libertação.

+ E conclui com uma ADMOESTAÇÃO:
   "Há um abismo que nos separa... e não haverá mais volta..."
    Após a morte, a situação se torna irreversível.

+ Como superar esse abismo que nos separa?
    Abismo que não foi construído por Deus, mas pelos homens...
    abismo que começa agora... e se prolonga no além...

    A EUCARISTIA é um grande meio para vencer esse abismo,
    desde que seja sempre uma verdadeira COMUNHÃO...     
       - que inicia AGORA (na Igreja, na família, na sociedade) e
       - se prolonga por toda a ETERNIDADE junto de Deus.

                                     Pe.  Antônio Geraldo

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Existe algo que muitas vezes passa despercebido: Quando Abraão fala com o rico, apesar de se dirigir a uma pessoa, ele usa o plural – ..nem os daí poderiam atravessar até nós.” O rico não está só. Outros o antecederam na ocupação de acumular bens gananciosamente.

Mas o rico faz um segundo pedido a Abraão, que salve os irmãos dele, para que não tenham a mesma sorte. Para isso ele pede a ida de Lázaro à casa deles, para que, vendo um morto, se convertam. Abraão diz ser inútil isso. Para salvá-los, já existe Moisés e os profetas. Veladamente aí está que nem a ressurreição de Jesus irá salvá-los, caso não se abram ao pobre. De fato, quantas pessoas batizadas vivem uma existência surda e insensível em relação aos excluídos! A partilha gera vida, o acúmulo, morte!

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa

Antes de entrar no tema próprio da Palavra de Deus deste Domingo, convém chamar atenção para três idéias do Evangelho que desmentem três erros que se pregam por aí a fora:
(1) Jesus hoje desmente os que afirmam que os mortos estão dormindo. É verdade que, antes do Exílio de Babilônia, quando ainda não se sabia em Israel que havia ressurreição, os judeus e seus textos bíblicos diziam que quem morria ia dormir junto com os pais no sheol. Tal idéia foi superada já no próprio Antigo Testamento, quando Israel compreendeu que o Senhor nos reserva a ressurreição. Então, os judeus pensavam que quem morresse, ficava bem vivo, na mansão dos mortos, à espera do Julgamento Final. Já aí, havia uma mansão dos mortos de refrigério e paz e uma mansão dos mortos de tormento. É esta crença que Jesus supõe ao contar a parábola do mau rico e do pobre Lázaro. Então, nem mesmo para os judeus, que não conheciam o Messias, os mortos ficavam dormindo! Quanto mais para nós, cristãos, que sabemos que “nem a morte nem a vida nos poderão separar do amor de Cristo” (Rm 8,38-39). Afirmar que os mortos em Cristo ficam dormindo é desconhecer o poder da ressurreição de Nosso Senhor. Muito pelo contrário, como para São Paulo, o desejo do cristão é “partir para estar com Cristo” (Fl 1,23). Deus nos livre da miséria de pensar que os mortos em Cristo ficam presos no sono da morte!
(2) Outro erro que a parábola corrige é o de quem prega que o inferno não é eterno. Muitas vezes nas Escrituras – e aqui também – Jesus deixou claro que o céu e o inferno são por toda a eternidade. Na parábola, aparece claro que “há um grande abismo” entre um e outro! Assim, cuidemos bem de viver unidos ao Senhor nesta única vida que temos, pois “é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento” (Hb 9,27). Que ninguém se iluda com falsas esperanças e vãs ilusões, como a reencarnação!
(3) Note-se também como os mortos não podem voltar, para se comunicarem com os vivos. O cristão deve viver orientado pela Palavra de Deus e não pela doutrina dos mortos! Morto não tem doutrina, morto não volta, morto não se comunica com os vivos! Além do mais, os judeus não pensavam que os espíritos se comunicassem com os vivos. Observe-se que o que o rico pede é que Lázaro ressuscite, não que apareça aos vivos como um espírito desencarnado. Daí, a resposta de Jesus: “Eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”!
Com estes esclarecimentos, vamos à mensagem da Palavra para este hoje. Jesus continua o tema de domingo passado, quando nos exortou a fazer amigos com o dinheiro injusto. Este é o pecado do rico do Evangelho de hoje: não fez amigos com suas riquezas. Se tivesse aberto o coração para Lázaro, teria um amigo a recebê-lo no céu! É importante notar que esse rico não roubou, não ganhou seu dinheiro matando ou fazendo mal aos outros. Seu pecado foi unicamente viver somente para si: “se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias”. Ele foi incapaz de enxergar o “pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava no chão”, à sua porta. “Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas”. O rico nunca se incomodou com aquele pobre, nunca perguntou o seu nome, nunca procurou saber sua história, nunca abriu a mão para ajudá-lo, nunca deu-lhe um pouco de seu tempo. O rico jamais pensou que aquele pobre, cujo nome ninguém importante conhecia, era conhecido e amado por Deus. Não deixa de ser impressionante que Jesus chama o miserável pelo nome, mas ignora o nome do rico! É que o Senhor se inclina para o pobre, mas olha o rico de longe! Afinal, os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos!
É esta falta de compaixão e de solidariedade que Jesus não suporta, sobretudo nos seus discípulos; não suporta em nós. Já no Antigo Testamento, Deus recrimina duramente os ricos de Israel: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que s e sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho; os que cantam ao som da harpa, bebem vinho em taças, se perfumam com os mais finos ungüentos e não se preocupam com a ruína de José”. É necessário que compreendamos isso: não podemos ser cristãos sem nos dar conta da dor dos irmãos, seja em âmbito pessoal seja em âmbito social. Olhemos em volta: a enorme parábola do mau rico e do pobre Lázaro se repetindo nos tantos e tantos pobres do nosso País, do nosso Estado, da nossa Cidade, muitas vezes bem ao lado da nossa indiferença. Como o mau rico, estamos nos acostumando com os meninos de rua, com os cheira-colas, com os miseráveis e os favelados, com o assassinato dos moradores de rua… A advertência do Senhor é duríssima: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião… e não se preocupam com a ruína de José!”
Talvez, ouvindo essas palavras, alguém pergunte: mas, que posso eu fazer? Pois eu digo: comece por votar com vergonha nestas eleições municipais! Não vote nos ladrões, não vote por interesse, não vote nos corruptos, não vote nos descomprometidos com os mais fracos, não vote em que não tem nada além de palavras e promessas vazias! Vote com sua consciência, vote buscando o bem comum. Dê-se ao trabalho de escolher com cuidado seus candidatos, dê-se ao trabalho, por amor aos pobres, de pensar bem em quem votar! Só isso? Não! Olhe quem está ao seu lado: no trabalho, na rua, no sinal de trânsito, no seu caminho. Olhe quem precisa de você: abra o coração, abra os olhos, abras as mãos, faça-se próximo do seu irmão e ele o receberá nas moradas eternas.
Durante dois domingos seguidos o Senhor nos alertou para nosso modo de usar nossos bens. Fomos avisados! Um dia, ele nos pedirá contas! Que pela sua graça, nós tenhamos, um dia, amigos que nos recebam nas moradas eternas. Amém.                      
 Dom Henrique Soares da Costa

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Homilia do Mons. José Maria

Os Ricos e a Salvação

O Evangelho (Lc 16, 19-31) descreve-nos um homem que não soube tirar o proveito dos seus bens. Ao invés de ganhar com eles o Céu, perdeu-o para sempre. Tratava-se de um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho, e que todos os dias fazia festas esplêndidas; muito perto dele, à sua porta, estava deitado um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cães lambiam as suas feridas.
A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola tem fortes contrastes: grande abundância num, extrema necessidade no outro. O homem rico vive para si, como se Deus não existisse. Esqueceu uma coisa que o Senhor recorda com muita freqüência: não somos donos dos bens matérias, mas administradores.
O homem rico não está contra Deus nem oprime o pobre! Apenas está cego para as necessidades alheias. O seu pecado foi não ter visto Lázaro, a quem poderia ter feito feliz com um pouco menos de egoísmo e um pouco mais de despreocupação pelas suas próprias coisas. Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”
O egoísmo, que muitas vezes se concretiza na ânsia de usufruir sem medida os bens materiais, leva a tratar as pessoas como coisas; como coisas sem valor. Pensemos hoje que todos temos ao nosso redor pessoas necessitadas, como Lázaro. E não esqueçamos que os bens que recebemos para administrar generosamente são também o afeto, a amizade, a compreensão, a cordialidade, as palavras de ânimo…
Do uso que façamos dos bens que Deus depositou nas nossas mãos depende a vida eterna. Estamos num tempo de merecer! Por isso, o Senhor nos dirá: “É melhor dar do que receber” (At 20, 25). Ganhamos mais dando do que recebendo: ganhamos o Céu! A caridade é sempre realização do Reino dos Céus e é a única bagagem que restará neste mundo que passa. E devemos estar atentos, pois Lázaro pode estar no nosso próprio lar, no escritório ou na oficina em que trabalhamos.
A parábola ensina a sobrevivência da alma após a morte e que, imediatamente depois da morte a alma é julgada por Deus de todos os seus atos – juízo particular –, recebendo o prêmio ou o castigo merecidos; que a Revelação divina é, de per si, suficiente para que os homens creiam no mais além.
Também ensina que quem morre não volta mais! Que não existe reencarnação! Quem salva o homem é Jesus Cristo, não o próprio homem que vai pagando as suas faltas, cada vez que reencarna. Quem tem fé em Cristo e o aceita como salvador rejeita o espiritismo e a sua doutrina, a reencarnação. Em Hb 9, 27 diz o Senhor: “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo.”
Noutra ordem de idéias, a parábola ensina também a dignidade de toda a pessoa humana pelo fato de o ser, independentemente da sua posição social, econômica, cultural, religiosa, etc.
“Entre vós e nós existe um abismo”, disse Abraão ao rico, manifestando que depois da morte e ressurreição não haverá lugar para penitência alguma. Nem os ímpios se arrependerão e entrarão no Reino, nem os justos pecarão e descerão para o inferno. Este é um abismo intransponível. Por isso se compreendem as palavras de São João Crisóstomo: “Rogo-vos e peço-vos e, abraçado aos vossos pés, suplico-vos que, enquanto gozemos desta pequena respiração da vida, nos arrependamos, nos convertamos, no tornemos melhores, para que não nos lamentemos inutilmente como aquele rico quando morrermos e o pranto não nos traga remédio algum. Porque ainda que tenhas um pai ou um filho ou um amigo ou qualquer outro que tenha influência diante de Deus, todavia, ninguém te livrará, sendo como são os teus próprios fatos (atos) que te condenam.”
Exorta São Paulo em 1 Tm 6, 10: “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro e que muitos perderam a fé por causa disso.” O mesmo S. Paulo nos convida: “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para qual foste chamado…” (1 Tm 6, 12).
Nós fomos eleitos para ser fermento que transforma e santifica as realidades terrenas. A sobriedade, a temperança, o despreendimento hão de levar-nos ao mesmo tempo a sermos generosos: ajudando os mais necessitados, levando adiante – com o nosso tempo, com os talentos que recebemos de Deus, com os bens materiais na medida das nossas possibilidades – obras boas, que elevem o nível de formação, de cultura, de atendimento aos doentes… Ou seja, com o coração em Deus e voltado para o próximo.
Não vos conformeis com este mundo…” (Rm 12, 2). Quando se vive com o coração posto nos bens materiais, as necessidades dos outros escapam-nos; é como se não existissem. O rico da parábola “foi condenado porque nem sequer percebeu a presença de Lázaro, da pessoa que se sentava à sua porta e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da sua mesa” ( Sto. Agostinho).
Façamos bom uso dos bens materiais. Jesus vê na riqueza o perigo mais grave de auto-suficiência, de afastamento de Deus e de insensibilidade para com o próximo.
Mons. José Maria Pereira
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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
Jesus ao contar a parábola, que a liturgia deste XXVI Domingo do Tempo Comum nos apresenta, não pretende fazer uma explanação da geografia do além, nem muito menos fornecer elementos teóricos para uma teologia (escatologia) sobre os novíssimos (céu, inferno, purgatório). Mas é, antes de tudo, uma provocação muito concreta inserida no plano histórico, pois é nele que se decide e se constrói a eternidade de plenitude ou de frustração. As pontes que nos ligam com a eternidade repousam suas cabeceiras também do lado de cá. Porém, se do lado de cá construirmos abismos ou muralhas, a nossa eternidade será uma eterna angústia de não poder ultrapassar para o lado da plenitude da vida; veremos a água, mas não poderemos matar a sede.
A parábola não nos faz imaginar como será a felicidade ou a desventura eternas, mas nos ajuda a crer que elas existem como consequência de nossa vida aqui e agora. Contudo, enquanto peregrinamos na terra é hora de fazermos escolhas acertadas. Escolhas não tão simples nem fáceis de fazer quando estamos apoiados apenas nos nossos próprios critérios, por isso Deus nos ajuda, envia-nos constantemente “Lázaros” até a nossa porta, porém trazê-los para dentro de nossa casa e fazê-los sentar-se à nossa mesa será uma decisão de cada um de nós.
O paralelo que Lucas estabelece entre o homem rico e o pobre Lázaro é evidente e muito didático, e sua finalidade é apelo de conversão enquanto é tempo. É o grande desafio de reconhecer que a dignidade do ser humano não está naquilo que ele possui, mas naquilo que ele é: filho de Deus. Na Bíblia, o nome de uma pessoa muitas vezes indica a sua dignidade, relaciona-a com a sua missão ou mesmo manifesta uma ação de Deus na sua vida. Na parábola o homem que tinha apenas riqueza material, perdeu a sua identidade, por isso não tem nome, é apenas rico e epulão. Por outro lado, o pobre, apesar de sua condição de faminto, doente e marginalizado, é identificado pelo seu nome: Lázaro (em hebraico El azar: Deus ajuda). Esta é a mais alta dignidade de um ser humano, ser uma ajuda de Deus na vida do seu semelhante, é a missão mais nobre de uma pessoa que favorece relações de fraternidade. A sua indigência era apelo à sensibilidade do rico, pois se este fosse capaz de vê-lo como um irmão, tê-lo-ia recebido em casa e matado a sua fome. Na tradição bíblica, indica-se também a dignidade através do simbolismo das vestes. Do ponto de vista material, o rico vestido de púrpura e linho fino parece muito digno, mas porque é insensível diante da nudez do semelhante, suas ricas vestimentas deixam de indicar dignidade, e tornam-se apenas manifestação de opulência que humilha o pobre e insulta os céus. A púrpura (vermelha) da sua roupa contrasta com a pele nua do seu próximo, a qual pode também ser vista avermelhada por causa das úlceras que a cobriam.

Fisicamente tão próximos, mas separados por um abismo da insensibilidade humana, pois enquanto um se banqueteava com requinte todos os dias, o outro jazia à porta desejando ardentemente comer o que o rico, da sua mesa farta, jogava fora (era costume oriental, durante as refeições, limpar pratos e copos com pedaços de pão e jogá-los debaixo da mesa). Não se alimenta apenas com as migalhas que sobram e caem, mas deseja comer pelo menos o lixo jogado fora. O próprio Lázaro é descrito como alguém jogado no chão (grego eblébleto pros ton pylona: estava jogado junto ao portão). Os cachorros, certamente selvagens, disputavam com o pobre o mesmo lixo, e ao lamber as úlceras, equiparavam-no como algo a ser consumido.
Porém, a morte revelou a condição comum ao pobre Lázaro e ao rico sem nome, ambos morreram. Entretanto, o destino de cada um: “O pobre foi levado pelos anjos ao seio de Abraão” e “O rico foi sepultado”, manifestou que na vida o rico não reconheceu que era semelhante ao pobre, e que o abismo que cavara entre a sua mesa e o batente da sua casa, agora na eternidade, se perpetuava; por incrível que pareça a ironia, a sua escolha foi respeitada.

Mentalidade e atitudes da vida terrena do rico se evidenciam no diálogo com o Pai Abraão. Se por um lado, reconhece-se filho de Abraão e, mesmo nos tormentos eternos não deixa de sê-lo, por outro lado, continua a não reconhecer-se irmão de Lázaro, pois não suplica que Abraão, o Pai de uma multidão, mande-lhe um dos seus outros filhos, naturalmente um irmão seu, mas pede que mande Lázaro como um servo para prestar-lhe um serviço. Esta sua atitude comprova que viveu na terra fazendo dos outros seus servidores e, por isso, na eternidade ainda exige ser servido.
Diante da impossibilidade de transpor o abismo terreno agora eternizado, apela para que o Pai Abraão mande Lázaro à sua casa para advertir os seus irmãos. Mais uma vez, o seu pedido revela a sua mentalidade egoísta; se na terra pensava apenas no que era seu, na eternidade ainda perpetua sua preocupação apenas com os seus quando afirma: “Manda Lázaro até a casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; que ele os advirta… Que não venham também eles para esse lugar de tormento”. A ajuda que agora ele suplica para si e para os seus, na verdade, ele a recusou durante toda a sua vida terrena, pois foi incapaz de matar a fome de Lázaro. Se na terra não foi capaz de matar a fome do irmão, na eternidade não encontrará irmão que mate a sua sede.
No simbolismo da Bíblia, o número sete representa o completo, a totalidade. Na família do rico composta por seis irmãos (ele + cinco), faltava aquele que a tornaria completa. Lázaro (Deus ajuda) é esta ajuda necessária para completar o imperfeito. Lázaro dava-lhes a possibilidade da prática efetiva da caridade. Lázaro era a grande ajuda para ensinar-lhe a partilha e a solidariedade. Nos Lázaros jogados à nossa porta, Deus se revela faminto, sedento, sem roupa, encarcerado, doente. Acolhendo-os, o abismo intransponível se desfaz, e pode-se passar para a feliz eternidade, nada nos impede. A ajuda de Deus é-nos oferecida sempre, portanto, Lázaro é um irmão que não pode faltar.


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LOUVOR PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)                              
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESP. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
- Bendito sejais, Deus de justiça e Pai dos pobres, porque abris os olhos dos profetas aos sinais dos tempos. Nós Vos pedimos pela nossa sociedade, cujas riquezas estão tão mal distribuídas.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
- Soberano único e bem-aventurado, Rei dos reis e Senhor dos senhores, que possuis a imortalidade e todo o poder. Nós Vos agradecemos pela vida que nos destes e vos bendizemos por nos enviar vosso Filho para nos guiar em vossos caminhos. A Vós, todo o nosso louvor.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
- Pai dos pobres e defensor dos oprimidos, nós Vos bendizemos pelos profetas que nos enviais, quando deixamos os caminhos da justiça e pela glória que reservais àqueles que os homens desprezam. Na sociedade que produz tantos pobres, nós Vos pedimos: iluminai-nos com o Vosso Espírito e conduzi -nos pelos caminhos do Amor.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
- Pai nosso... A Paz... Eis o Cordeiro de Deus...

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

25º DOMINGO DO TEMPO COMUM ano C, homilias, subsídios homiléticos


25º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ano C 2019

Tema: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.”
Primeira leitura: O profeta Amós denuncia os comerciantes sem escrúpulos, que exploram.
Evangelho: Na parábola do administrador astuto, Jesus oferece o exemplo de um homem que usou dos bens terrenos para assegurar valores mais duradouros e pede que os seus discípulos para façam o mesmo.
Segunda leitura: Paulo convida a colocar nas orações a preocupação por todos os irmãos para que ajam conforme o projeto de Deus. O discípulo é convidado a assumir os valores duradouros do amor, da partilha.

PRIMEIRA LEITURA (Am 8,4-7) Leitura da Profecia de Amós.
Ouvi isto, vós que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; vós que andais dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria?” E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor: “Nunca mais esquecerei o que eles fizeram”.

AMBIENTE - Amós, o “profeta da justiça social”, exerceu o seu ministério profético no reino do Norte (Israel) no séc. VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II. A prosperidade e o bem-estar das classes favorecidas contrastavam com a miséria das classes baixas. O sistema de distribuição estava nas mãos de comerciantes sem escrúpulos que especulavam com os preços, endividando os pobres que acabavam por perder suas terras em favor dos grandes latifundiários. A classe dirigente, rica e poderosa, dominava os tribunais e subornava os juízes, impedindo que o tribunal fizesse justiça aos mais pobres. É neste contexto que aparece o profeta Amós., chamado por Deus, deixa a sua terra e parte para o reino vizinho para gritar à classe dirigente a sua denúncia profética.

MENSAGEM - Comerciantes sem escrúpulos, dominados pelo espírito do lucro, compram dos agricultores os produtos da terra a preços irrisórios e revendem-nos aos pobres a preços exorbitantes; roubam usando pesos, medidas e balanças falsas; nos dias de sábado e de lua nova (dias sagrados, em que as atividades lucrativas eram suspensas), em lugar de se preocuparem com o louvor de Deus, eles estão ansiosos por recomeçarem os seus negócios de especulação e de exploração do pobre, a fim de aumentarem os seus lucros. Tudo isto configura uma violação grosseira dos mandamentos da aliança. Qualquer crime cometido contra os pobres é um crime contra Deus… Por isso, Amós anuncia que Deus não esquece (não deixa passar em branco) este comportamento.

ATUALIZAÇÃO - ♦ A exploração descrita por Amós os pobres dos nossos dias conhecem bem; especula-se com bens de primeira necessidade, que as multinacionais vendem a preços exorbitantes (medicamentos vendidos a peso de ouro); na publicidade, que gera necessidades nos pobres, que os leva a endividarem-se até porem em causa o seu futuro; basta pensar nos produtos adulterados, impróprios, que são introduzidos pelos especuladores na cadeia alimentar e que põem em risco a saúde pública e a vida das pessoas…
Amós garante: o nosso Deus não suporta a injustiça e a opressão.

SALMO RESPONSORIAL / 112 (113)
 Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
• Levanta da poeira o indigente / e do lixo ele retira o pobrezinho, /
para fazê-lo assentar-se com os nobres, / assentar-se com nobres do seu povo.

EVANGELHO (Lc 16,1-13) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. E eu vos digo: Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores. Porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

AMBIENTE- Jesus instrui os discípulos face aos bens deste mundo.

MENSAGEM - Os bens deste mundo devem servir para garantir outros bens, mais duradouros. Um homem é acusado de má administração dos bens do patrão. Chamado às contas e despedido, este homem tem a preocupação de assegurar o futuro. Chama os devedores do patrão e reduz-lhes as quantias das dívidas. Ele supõe que os devedores beneficiados não esquecerão a sua generosidade e, mais tarde, manifestar-lhe-ão a sua gratidão e acolhê-lo-ão em sua casa. Como pode Jesus dar como exemplo aos discípulos das malandragens de um tal administrador? Estas dificuldades desaparecem se entendemos esta história tendo em conta as leis e costumes da Palestina nos tempos de Jesus. O administrador de uma propriedade atuava em nome e em lugar do seu senhor e acrescentava a sua comissão. Habitualmente, ele fornecia um determinado número de bens, mas o devedor ficava devendo muito mais; a diferença era a “comissão” do administrador. Dos cem barris de azeite no recibo, só uns cinquenta haviam sido, na realidade, emprestados; os outros cinquenta constituíam a exorbitante “comissão”. Provavelmente, o que este administrador sagaz fez foi renunciar ao lucro que lhe era devido, a fim de assegurar a gratidão dos devedores: renunciou a um lucro imediato, a fim de assegurar o seu futuro. Este administrador é um exemplo pela sua esperteza e sagacidade: ele sabe que o dinheiro tem um valor relativo e troca-o por outros valores mais significativos – a amizade, a gratidão. Jesus conclui a história convidando os discípulos a serem tão hábeis como este administrador: os discípulos devem usar os bens deste mundo, não como um fim em si mesmo, mas para conseguir algo mais importante e mais duradouro (os valores do “Reino”). O nosso texto termina com um aviso de Jesus acerca da deificação do dinheiro: Deus e o dinheiro representam mundos contraditórios e procurar conjugá-los é impossível… Os discípulos são, portanto, convidados a fazer a sua opção entre um mundo de egoísmo, de interesses mesquinhos, de exploração, de injustiça (dinheiro) e um mundo de amor, de doação, de partilha, de fraternidade (Deus e o “Reino”).

ATUALIZAÇÃO
O mundo em que vivemos decidiu que o dinheiro é o deus fundamental. Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalhe doze ou quinze horas por dia, num ritmo de escravo, e prescinda da família e dos amigos; por dinheiro, há quem sacrifique a sua dignidade e apareça a expor, diante de uma câmara de televisão, a sua intimidade e a sua privacidade; por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie a princípios em que acredita; por dinheiro, há quem não tenha escrúpulos em sacrificar a vida dos seus irmãos e venda drogas e armas que matam; por dinheiro, há quem seja injusto, explore os seus operários, se recuse a pagar o salário do mês porque o trabalhador é ilegal e não se pode queixar às autoridades.
Jesus avisa os discípulos de que a aposta obsessiva no “deus dinheiro” não é o caminho mais seguro para construir valores duradouros, geradores de vida plena e de felicidade.
Todo este discurso não significa que o dinheiro seja uma coisa desprezível e imoral, do qual devamos fugir a todo o custo. O dinheiro é algo imprescindível para vivermos neste mundo e para termos uma vida com qualidade e dignidade… No entanto, Jesus recomenda que o dinheiro não se torne uma obsessão, uma escravidão, pois Ele não nos assegura a conquista dos valores duradouros e da vida plena.
-     Os discípulos são convidados a fazer a sua escolha entre o Mundo do DINHEIRO (de egoísmo, interesses, exploração, injustiça)  e o Mundo do AMOR (da doação, da partilha, da fraternidade). - As riquezas não devem ser obstáculo à Salvação, mas um meio para fazer amigos "nas moradas eternas."
  Um instrumento de Comunhão entre as pessoas, de amizade, de igualdade...
  Não servir ao dinheiro, mas nos servir do dinheiro para servir a Deus e aos irmãos...

SEGUNDA LEITURA (1Tm 2,1-8) Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo, antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos os que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, que se entregou em resgate por todos. Este é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo e – falo a verdade, não minto – mestre das nações pagãs na fé e na verdade. Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões.
AMBIENTE - Continuamos a ler a Primeira Carta a Timóteo. Apresenta-se como escrita por Paulo, instruindo-o acerca da forma de organizar a comunidade cristã e a vida cristã dos fiéis.

MENSAGEM - O autor da carta dá a Timóteo dá normas sobre a oração litúrgica. Começa com um convite a rezar por todos os homens, particularmente pelas autoridades: deles depende o bem estar social e a paz. De resto, a oração dos cristãos deve ser universal, pois é universal a proposta da salvação que Deus oferece a todos. Duas razões: a unicidade de Deus, criador de todos e a mediação universal de Cristo, que derramou o seu sangue por todos… (há um só Deus, e Cristo – o único mediador entre Deus e os homens – trouxe, pela sua morte, a redenção a todos).

ATUALIZAÇÃO
A oração tem de ser a expressão da comunhão e da solidariedade do crente para com todos os irmãos espalhados pelo mundo inteiro – conhecidos e desconhecidos, amigos e inimigos, bons e maus.
A oração só faz sentido se for a expressão de uma vida de comunhão – comunhão com Deus e comunhão com os irmãos. Portanto, é impossível rezar e, ao mesmo tempo, cultivar sentimentos de ódio, de intolerância, de racismo, de divisão.

Pe. Barbosa e Pe. Carvalho

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Dois Senhores

Vivemos numa sociedade globalizada, em que o dinheiro parece mandar em tudo e é procurado a qualquer custo. Para muita gente, ter dinheiro significa poder e prestígio... Qual deve ser a atitude cristã diante das riquezas?          

Na 1a Leitura, Amós denuncia os ricos comerciantes do seu tempo, que exploravam nas mercadorias e nos preços os pobres camponeses. Nem respeitavam os "dias santos" para celebrar e descansar. O Profeta os adverte que Deus não ficará impassível diante disso.

* Essa exploração descrita por Amós não é um fato apenas do passado. É uma realidade que os pobres conhecem muito bem ainda hoje. A exploração e o lucro desmedido não fazem parte do projeto de Deus...

Na 2ª Leitura, Paulo convida a uma oração universal, elevando ao céu "mãos puras", em favor de todos os homens. A oração só tem sentido se for expressão de uma vida de comunhão,  com Deus e com os irmãos.

No Evangelho, Cristo conta a Parábola do ADMINISTRADOR infiel, que ao ser despedido, reduz o valor das dívidas dos devedores para garantir futuros amigos. (Lc 16,1-13)

À primeira vista, poderia dar a impressão de que Jesus elogia a desonestidade e a corrupção do administrador. Para compreender o ensinamento do Mestre, devemos nos situar no tempo. Naquela época, os administradores deviam entregar ao empresário uma determinada quantia; o que conseguissem a mais ficava com eles. O que fez o administrador? Renunciou ao que lhe cabia nos negócios. Ele entendeu que, no futuro, mais do que dinheiro, precisava de amigos. Por isso, renunciou ao dinheiro, para conquistar amigos.

* A "esperteza" do administrador revela a criatividade, que falta aos "filhos da luz".
Devemos também ser "espertos", fazendo uso dos meios disponíveis, para tornar sempre atual a mensagem de Cristo.

A Busca desenfreada pelo dinheiro continua...
O dinheiro é o deus de muita gente, que está disposta a tudo desde que faça crescer a conta bancária.
- Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalha   doze ou quinze horas por dia, num ritmo de escravo,  e esquece de Deus, da família, dos amigos e até própria de saúde;
- por dinheiro, há quem vende a sua dignidade, a sua consciência e renuncia a princípios em que acredita;
- por dinheiro, há quem não tem escrúpulos em sacrificar a vida ou o nome dos seus irmãos;
- por dinheiro, há quem é injusto, explora os operários,   se recusa a pagar um salário justo... 

  Talvez nunca cheguemos a estes casos extremos;   mas, até onde seríamos capazes de ir, por causa do dinheiro?
  A adoração ao "deus dinheiro" não é o caminho mais seguro   para construir valores duradouros, geradores de vida e de felicidade.

* Jesus não quer dizer que o dinheiro seja uma coisa desprezível e imoral,  do qual devamos fugir a todo o custo. O dinheiro é necessário para uma vida com qualidade e dignidade… Mas ele não pode se tornar uma obsessão, uma escravidão, pois não nos assegura (e muitas vezes até perturba) a conquista dos valores duradouros e da vida plena.
O Dinheiro é um "ídolo tirano", que nos escraviza e nos torna insensíveis a Deus e às necessidades dos outros.

+ Jesus conclui com sentenças sobre o bom uso das riquezas:

- "Ninguém pode servir a DOIS SENHORES... a Deus e ao Dinheiro..."
  * Deus e o dinheiro representam mundos contraditórios...
     Os discípulos são convidados a fazer a sua escolha entre o Mundo do DINHEIRO (de egoísmo, interesses, exploração, injustiça)  e o Mundo do AMOR (da doação, da partilha, da fraternidade).

- As riquezas não devem ser obstáculo à Salvação, mas um meio para fazer amigos "nas moradas eternas."
  Um instrumento de Comunhão entre as pessoas, de amizade, de igualdade...
  Não servir ao dinheiro, mas nos servir do dinheiro para servir a Deus e aos irmãos...

- Honestidade tanto nos grandes como pequenos negócios, porque quem é fiel no pouco, também é fiel no muito,   quem é infiel no pouco, também é infiel no muito.
  Quem não é fiel nas riquezas terrenas (no pouco), também não é fiel nas riquezas eternas (no muito).

Qual é a nossa atitude diante dos bens terrenos? Só Deus é o dono de tudo o que existe...
Nós somos apenas administradores...

A qualquer momento, Cristo poderá também nos dizer: "Presta conta da tua administração!"

- Como estamos administrando? Já garantimos a nossa morada eterna?

                                    Pe. Antônio Geraldo
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 “Por que o Senhor narrou esta parábola? – pergunta Santo Agostinho –. Não porque aquele servo fosse um exemplo a ser imitado, mas porque foi prevenido em relação ao futuro, a fim de que se envergonhe o cristão que não tenha essa determinação”; louvou lhe o empenho, a decisão, a astúcia, a capacidade de sobrepor-se e resolver uma situação difícil, sem deixar-se levar pelo desânimo.
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Homilia do Pe. Júlio Lancellotti ano 2013

A palavra de Deus é sempre provocante e é também vivificante. Nos faz viver e reanima a nossa esperança no tempo do cansaço, do sofrimento, nas expectativas, no início da juventude e no ocaso da vida. Sempre, a palavra de Deus é alimento que nos sustenta para a caminhada. Caminhada às vezes cansados e feridos, mas sem desistir.
Nós ouvimos a profecia de Amós. Amós é um profeta militante, que está em muitas lutas. Por isso, ele começa dizendo: Ouvi isto, atenção, vós que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; quem são? Vós que exploram os pobres e tiram a esperança do povo. Aqueles que deixam o povo cansado e desanimados; sem esperança. Vós que maltratais os humildes e os prostrai, isto é covardia! Ouçam bem isto: Vós que andais dizendo: “Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria?  Vós que dizeis: quando vou ganhar mais? Como fazer para ter mais lucro sobre o povo? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos e adulterar balanças,... Olha que sem vergonha! Diminui a medida e aumenta o preço. Aumenta o preço e adultera a balança. Quem pensa que corrupção e sem-vergonhice é coisa nova, olha, que no tempo de Amós, muito tempo antes de Jesus, já tinha gente falsificando a balança. ...dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” não é nem o trigo. É o refugo do trigo, pois por cima é trigo, mas por baixo está cheio de refugo. Quem faz isto, diz Amós, Deus está mandando um recado:
Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor: “Nunca mais esquecerei o que eles fizeram”.
Quem explora os pobres e humildes, explora a Deus. E Deus diz: não vou esquecer. Pode ser que todo mundo esqueça, mas Deus não vai esquecer. O profeta Amós está chamando a atenção e é o que hoje o Papa Francisco falou de maneira comovente, quando ele foi encontrar-se com os desempregados e detentos, onde almoçou com pobres, assistido pela Cáritas na Sardenha, onde ele diz: eu vejo o sofrimento no rosto de vocês. O papa abandonou o seu discurso e falou de coração, causando uma forte emoção e grande impacto, contando a própria vida de seu pai, que em mil novecentos e vinte nove abandonou a Itália e foi como migrante desempregado e foi para a Argentina. E, ele foi para o santuário de Nossa Senhora Bonária, Nossa Senhora do bom ar, que deu origem a Buenos Aires, que foi levada por marinheiros da Sardenha para aquela região. Por isso, o Papa quis ir lá para encontrar-se com as chamadas periferias existenciais, os pobres da terra, os humildes da terra, aqueles que são explorados e que estão sofrendo por causo do sistema que o nosso mundo tem de exploração. O papa chamou a atenção dizendo: a idolatria do dinheiro. Muita gente fala de idolatria e não sabe o que está falando. “ah, idolatria porque tem imagem de santo”. Coitado do santo. Cai dali e não dá nem para consertar. A idolatria não é ter uma imagem. A idolatria é colocar o poder e o ter no lugar de Deus. Isso que é idolatria. Idolatria não é ter uma imagemzinha de barro, que qualquer tapinha faz cair e quebra e tem que juntar os cacos e jogar no lixo. Pior, que quando quebram, trazem para a igreja e eu fico com um monte de santo quebrado aqui. Então, idolatria não é isso. Outro ainda diz: ah, agora encontrei Jesus e agora não tenho mais imagem. Ah, se fosse tão simples assim... Agente resolvia o problema da idolatria num vapt-vupt, quebrava todas as imagens e não tinha mais idolatria. Não! A idolatria é muito mais séria! É o que nós estamos vivendo! A idolatria do dinheiro, a idolatria do ter, a idolatria do capital. O mundo gira em torno do capital, do dinheiro. Não é o dinheiro que está para servir a vida humana. Basta você ver: o carro que carrega dinheiro, você já viu algum estragado? Balançando, com um monte de barulho? Você já viu uma ambulância estragada? A ambulância pode ser estragada porque carrega gente. Se for ambulância pública, pior ainda. Mas, o carro do dinheiro está cheio de seguranças, quando param, estão com aquele saco de dinheiro, os outros com as mãos nas armas e todo mundo olhando como se fosse o ato mais importante da vida! Vocês já viram os prédios dos bancos? São parecidos com os postos de saúde? Qual é mais bonito? (risos) os bancos são mais bonitos. Tem alguns que tem até jardins dentro! Agora fazem os bancos para você pensar que você está em qualquer lugar, menos num banco. Tem obras de arte, tem música ambiente, tem até fontes, cascatas com água correndo, é tudo bonito. Servem cafezinho e é parecido com a sala de espera do pronto socorro de Tatuapé. (risos) Isso que é idolatria! E, nós convivemos com esta idolatria todos os dias. A pessoa pobre, simples, que está lá na porta do pronto socorro, apodrece lá, sem ninguém atender. Mas, como diz o Papa Francisco: “Se a Bolsa cai um, dois pontos, o mundo entra em alarme, dizendo que a Bolsa de Valores está nervosa, e então, todas as atenções são voltadas para elas. De manhã, do oriente já se sabe do ocidente e do ocidente já se sabe como fechou do oriente e o mundo todo gira em torno disso! Os investidores estão preocupadíssimos. E, aí estão preocupados com as crianças da Círia?” diz o papa: Não. “Quem estão preocupados são os fabricantes de armas, que querem que haja bombardeios para poderem vender suas bombas e suas armas”. “A vida humana não tem o lugar que deveria ter”. Como nos diz hoje Paulo na segunda leitura: e por todos os que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador.
Ele quer que todos os homens sejam salvos! Salvar é viver! Não é como enfiaram na nossa cabeça: “você fica pobre, sofre mas lá no céu você vai comer manjar branco com ameixa preta e será muito feliz!” aqui você não vai comer nada, mas lá no céu você vai. Deus quer que as crianças sejam alimentadas, que as mães tenham condição de vida, que os velhinhos sejam cuidados com carinho, com ternura, que os doentes sejam tratados com dignidade, que os jovens tenham esperança para viver, que tudo isso não esteja submetido aos interesses e ao lucro, aos ganhos. Por isso, a palavra do Evangelho ilumina, toda a parábola é difícil de entender; Vós não podeis servir a dois senhores; a Deus e ao dinheiro. Tem que fazer uma escolha! Jesus conta esta história para dizer: quem serve ao dinheiro, acaba mal, sem futuro, sem saber para onde vai. Se continuarmos a leitura... “os fariseus, amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus”. Os amigos do dinheiro zombam, quando se fala sobre isso e dizem: não é possível pensar num mundo, sem pensar no lucro, sem pensar o quanto eu vou ganhar, quanto eu vou acumular, quanto eu vou ter. E, nós, pobres mortais, nem podemos imaginar o que é o lucro, o que é o ganho, que este mundo tem. Eu li esta semana, que o jogador Cristiano Ronaldo vai ganhar mais de um milhão e meio por semana! Por semana! Um milhão e meio por semana, num mundo em que criança morre de fome! Onde há muita gente sem ter casa para morar! Muita gente vivendo em situação de rua! Isso é idolatria. Nós assistimos tudo isso sem perceber a exploração que se instalou na nossa vida. Quando crianças e idosos não tem o necessário, quando os bolsões de miséria na África não tem o que é necessário.
Que tenhamos bem claro: quando falarem para nós de idolatria, agente saber o que é idolatria. A idolatria é aquilo que se coloca no lugar de Deus. Não é uma pobre imagem que está no lugar de Deus. A idolatria no nosso mundo é o capital, o dinheiro, que é servido como um Deus. É isso que Jesus nos quer dizer hoje. Que sejamos capazes de resistir, de ter esperança, de ter coragem e de viver o amor. Amém.

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa
O sentido do Evangelho de hoje encontra-se numa constatação e num conselho de Jesus. Primeiro, a constatação: “Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios que os filhos da luz”. Depois, o conselho, que, na verdade, é uma exortação: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas”. Que significam estas palavras?
A constatação de Jesus é tristemente real: os pecadores são mais espertos e mais dispostos para o mal, que os cristãos para o bem. Pecadores entusiasmados com o pecado, apóstolos do pecado, divulgadores do pecado… Cristãos sem entusiasmo pelo Evangelho, sem ânimo para a virtude, sem criatividade para crescer no caminho de Deus! Pecadores motivados, cristãos cansados e preguiçosos! Que vergonha! Hoje, como ontem, a constatação de Jesus é verdadeira. Olhemo-nos, olhemos uns para os outros, olhemos para esta Comunidade que, dominicalmente, se reúne para escutar a Palavra e nutrir-se do Corpo do Senhor… Somos dignos da Eucaristia? Sê-lo-emos se nos tornamos testemunhas entusiasmadas e convictas daquele que aqui escutamos, daquele por quem aqui somos alimentados!
Da constatação triste do Senhor, brota sua exortação grave: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas”. Palavras estranhas; à primeira vista, escandalosas… Que significam? Jesus chama o dinheiro de “injusto”. Isto porque o dinheiro, a riqueza, os bens materiais e os bens da inteligência, do sucesso, da fama, ainda que adquiridos com honestidade, são sempre traiçoeiros, sempre perigosos, sempre na iminência de escravizar nosso coração e nos fazer seus prisioneiros. Dinheiro injusto porque sempre nos tenta à injustiça de dar-lhe a honra que é devida somente a Deus e de buscar nele a segurança que somente o Senhor nos pode garantir. Por isso, Jesus chama os bens deste mundo de “dinheiro injusto”… Sempre injusto, porque sempre traiçoeiro, porque sempre sedutor! Constantemente corremos o risco de nos embebedar com ele, fazendo dele o fim de nossa existência, nossa segurança e nosso deus… Mas, os bens materiais, em geral, e o dinheiro, em particular, não são maus de modo absolutos… Eles podem ser usados para o bem. Por isso Jesus nos exorta a fazer amigos com eles… Fazemos amigos com nossos bens materiais ou espirituais quando os colocamos não somente ao nosso serviço, mas também ao serviço do crescimento dos irmãos, sobretudo dos mais necessitados. Aí, o dinheiro se torna motivo de libertação, de alegria e de vida para os outros… Aí, então, tornamo-nos amigos dos pobres, que nos receberão de braços abertos na Casa do Pai! Bendito dinheiro, quando nos faz amigos dos pobres e, por meio deles, amigos de Deus! Que o digam os cristãos que foram ricos e se fizeram amigos de Deus porque foram amigos dos pobres! Que o digam Santa Brígida da Suécia, Santo Henrique da Baviera, São Luís de França, os Santos Isabel e Estevão, reis da Hungria, Santa Isabel de Portugal… e tantos outros, que souberam colocar seus bens a serviço de Deus e dos irmãos! Uma coisa é certa: é impossível ser amigo de Deus não sendo amigo dos pobres. Sobre isso o Senhor nos adverte duramente na primeira leitura: ai dos que celebram as festas religiosas dos sábados e das luas novas em honra do Senhor com o pensamento de, no dia seguinte, roubar, explorar o pobre e pisar o fraco! Maldita prática religiosa, esta! A queixa do Senhor é profunda, sua sentença é terrível. Ouçamos o que ele diz, e tremamos: “Por causa da soberba de Jacó, o Senhor jurou: ‘Nunca mais esquecerei o que eles fizeram!’” A verdade é que não podemos usar nossos bens como se Deus não existisse e não nos mostrasse os irmãos necessitados, como também não podemos adorar a Deus como se não tivéssemos dinheiro e outros bens materiais ou da inteligência, bens que devem ser colocados debaixo do senhorio de Cristo! Não se pode separar nossa relação com Deus do modo como usamos os nossos bens! Ou as duas vão juntas, ou a nossa religião é falsa! Por isso, perguntemo-nos hoje: como uso os bens materiais, como uso meus talentos, como uso minha inteligência? Somente para mim? Ou sei colocar-me a serviço, fazendo de minha vida uma partilha, tornando outros felizes e o nome de Deus honrado?
Os bens deste mundo são pouco, em relação com os bens eternos que o Senhor nos promete para sempre. Pois bem, escutemos o que diz o nosso Salvador: “Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes. Se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso?” Em outras palavras, para que ninguém tenha a desculpa de dizer que não compreendeu o que o Senhor quis dizer: Quem é fiel nas coisas pequenas deste mundo, será fiel nas coisas grandes que o Pai dará no céu. Se vós não sois fiéis no uso dos bens desta vida, como Deus vos confiará a vida eterna, que é o verdadeiro bem? E se não sois fiéis nos bens que não são vossos para sempre, como Deus vos confiará aquilo que é o verdadeiro bem, a vida eterna, que será vossa para sempre?
Olhemos nós, que o modo de nos relacionarmos com o dinheiro e demais bens diz muito do que nós somos, afinal o nosso tesouro está onde está nosso coração! Dizei-me onde anda o vosso coração, o vosso apego, a vossa preocupação, e eu vos direi qual é o tesouro da vossa vida! Tristes de nós quando o nosso tesouro não for unicamente Deus! Tristes de nós quando, por amor ao que passa, perdemos a Deus, o único Bem que não passa! Uma coisa é certa: a advertência duríssima de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores. Vós não podereis servir a Deus e ao dinheiro!”
Que nos converta a misericórdia de Deus, que sendo tão bom, “quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”. A ele a glória para sempre. Amém.
Dom Henrique Soares da Costa
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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
A parábola que meditamos neste XXV Domingo do Tempo Comum coloca-nos diante de um importante questionamento no que diz respeito à compreensão que temos da nossa vida e, obviamente, as consequências práticas de tal compreensão. A própria experiência humana comprova que não somos senhores absolutos de nada, nem dos bens que adquirimos ou recebemos, nem mesmo de um segundo da nossa vida. Ainda que alguns tenham a ilusão de se pensarem donos da sua vida, esta pode escapar-lhes de forma inesperada; nenhum recurso humano ou material pode garantir ao ser humano poder e controle absolutos de sua existência. Contudo, não somos meros seres viventes, desprovidos de autonomia ou responsabilidade diante da vida, pois esta nos foi dada para ser administrada com inteligência e responsabilidade, e não simplesmente desperdiçada por astúcia e negligência.
Jesus inicia o seu ensinamento falando de uma situação de incoerência: “Um administrador que foi denunciado por estar dissipando os bens do seu senhor”.  Administrador é a tradução da palavra ecônomo (grego oikonomos: cuidador das coisas da casa, dos bens da família ou de um grupo); é, antes de tudo, um fiel servidor do seu senhor de quem recebeu não apenas uma grande responsabilidade diante de coisas materiais, mas uma grande confiança para cuidar dos seus bens, dos quais poderia usufruir com responsabilidade e lealdade.
Mais do que produzir um prejuízo material, a má administração faz perder uma das coisas mais preciosas que pode haver no relacionamento entre as pessoas, a confiança. Por isso, o patrão afirma: “Já não podes mais ser administrador”. Perde-se a confiança quando age-se com deslealdade e arrogância. O administrador desonesto acredita que ao ser encarregado do cuidado dos bens do seu senhor, ele se tornou o dono daquilo que administrava, e, portanto, podia fazer o que bem queria. A sua arrogância o faz crer que a ninguém deverá prestar contas, já que goza do prestígio da confiança do seu patrão. Apesar de ter sido considerado digno para tal tarefa, foi tomado de um orgulho e presunção que o fizeram infiel, incapaz e incompetente. Caiu no erro de pensar que grande responsabilidade é o mesmo que privilégio absoluto.
O seu modo de refletir: “O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha”, revela as duas causas fundamentais da sua má administração. A saída que ele pretende achar diante da perda da administração está em sintonia com a sua vida até então sustentada pela preguiça (não ter forças para trabalhar) e pelo orgulho (ter vergonha de mendigar). As principais misérias materiais são geralmente consequências de misérias morais e espirituais. Sendo preguiçoso e orgulhoso, procura os caminhos mais fáceis para lucrar. Ao corrigir a anotação da dívida do óleo (de 100 para 50) e do trigo (de 100 para 80), demonstra a sua irresponsabilidade diante dos bens do seu patrão, pois nem ele mesmo sabia o que administrava, uma vez que são os devedores que lhe informam quanto devem.
Por outro lado, o fato de mandar escrever na nota uma redução de 50% para o óleo e quase 40% para o trigo não significa que, com este reajuste, ele estivesse dando mais um prejuízo ao patrão, mas, na verdade, estava renunciando àquilo que arbitrariamente tinha estabelecido como o seu ganho.
Tal atitude revela uma esperteza, por isso o seu patrão o elogia. Contudo, vale salientar que o administrador desonesto não foi elogiado por ter agido irresponsavelmente desperdiçando os bens do patrão, mas porque soube administrar com astúcia os seus próprios bens (o lucro), renunciando-os em benefícios dos devedores, atraiu para si a simpatia deles, e garantiu num futuro uma retribuição.
Jesus através dessa parábola adverte aos seus discípulos de todos os tempos qual é a atitude fundamental do verdadeiro administrador dos bens do Pai: fidelidade operosa, vencendo a tendência acomodada de querer apenas usufruir dos bens sem o cuidado devido, isto leva consequentemente à perda da administração. Os bens materiais em comparação com a vida plena serão sempre pouca coisa. Portanto, saber administrar esse pouco com fidelidade e humildade é um necessário aprendizado para poder ser encarregado de bens maiores. Quando usamos, com inteligência do alto, os bens que passam, certamente estaremos nos preparando bem para abraçar os que não passam. Por outro lado, o Senhor nos provoca a assumir atitudes inteligentes (na tradição bíblica a inteligência é o conhecimento profundo, fruto da experiência pessoal e coletiva que estabelece critérios de julgamento e de ação), não apenas comportamentos pseudo-piedosos, fruto de ingenuidade e desatenção diante da vida. É verdade que não somos do mundo, mas estamos no mundo. E neste campo real, com seus desafios e contradições, somos chamados à administração, pois “os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”. O papa Francisco denuncia na sua exortação Evangelii Gaudium 76-77, as graves tentações dos agentes pastorais, e entre elas se encontra justamente a acídia egoísta, mais do que uma preguiça e um comodismo, é um descompromisso interior com a vida, e, naturalmente uma apatia diante dos bens espirituais. Os filhos “deste século” (grego: hoi hioi tou aiwnos) se diferenciam dos filhos da luz, porque estão mais atentos aos seus negócios. Contudo, têm uma visão reducionista da vida, pois são “filhos deste século”, ou seja, no seu horizonte se encontram apenas os bens materiais dos quais se apossam como senhores, por isso têm pouco e, por não conseguirem enxergar os bens maiores, se revelam infiéis até mesmo nesse pouco que usurpam. Por outro lado, os filhos da luz, mesmo sendo iluminados e enxergando para além do horizonte puramente humano, não podem isentar-se da sua missão de iluminar o mundo, de denunciar a inversão dos valores, de contestar a escravidão do dinheiro que faz da vida uma mera mercadoria com fins lucrativos em detrimento do maior bem que ela é, pois é um dom de Deus a ser administrado e não simplesmente uma coisa a ser desperdiçada.

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LOUVOR PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR):
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS,  LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, sois nossa luz e nossa proteção!
- Pai dos pobres, justiça dos oprimidos, nós Vos bendizemos pelo Espírito Santo, que destes aos profetas, encarregando-os de proclamar sempre e em toda a parte as exigências da justiça. Que o Espírito Santo purifique os nossos pensamentos e os nossos corações. Que sejamos testemunhas de tantas injustiças!
T: Senhor, sois nossa luz e nossa proteção!
- Deus nosso Pai, Vós quereis que todos os homens sejam salvos e cheguem a conhecer a verdade, nós Vos damos graças por Jesus, que nos revelastes como o único mediador entre Vós e a humanidade. É com Ele que nós elevamos a Vós o nosso louvor e as nossas preces.
T: Senhor, sois nossa luz e nossa proteção!
- “Deus Pai, único mestre digno de ser servido, nós Vos damos graças pela confiança que depositais em nós; Confiais a nós, seus filhos em Cristo, o Vosso Reino. Inspirai-nos para que façamos bom uso dos dons e dos bens da terra que nos destes.
T: Senhor, sois nossa luz e nossa proteção!
PAI NOSSO... A PAZ... EIS O CORDEIRO...