sábado, 16 de agosto de 2014

20º DOMINGO DO Tempo Comum ANO A 2014, Assunção da Virgem Maria, homilias, louvor

20º DOMINGO DO TC ANO A 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
                                                                                                        Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho

Tema: ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA (15 de Agosto) Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu
Evangelho: Maria, Cheia do Espírito Santo, encontra palavras de fé e esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem- aventurada!
Primeira leitura: Maria, imagem da Igreja. Como Maria, a Igreja gera na dor um mundo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal.
Segunda leitura: Jesus, Novo Adão, faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.

 6. PRIMEIRA LEITURA (Ap 11,19a; 12,1.3-6a.10ab) Leitura do Livro do Apocalipse de São João.
Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a arca da Aliança. Então, apareceu no céu um
grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Então, apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varria a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo”.

 BREVE COMENTÁRIO - O livro do Apocalipse foi composto no ambiente das perseguições sobre a jovem Igreja. O profeta evoca estes acontecimentos numa linguagem codificada, em que os animais designam os perseguidores. A Mulher pode representar a Igreja, novo Israel, o que sugere o número doze (as estrelas). O seu nascimento é o do batismo que deve dar à terra uma nova humanidade. O Dragão é o perseguidor, que põe tudo em ação para destruir este recém-nascido. Mas o destruidor não terá a última palavra, pois o poder de Deus está em ação para proteger o seu Filho. Na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus.

Maria, imagem da Igreja. (Ap 11,19a; 12,1-10ab)
Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. Essa "Mulher" representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos.
Mas se aplica também a Maria, de quem nasceu o Messias.

7. SALMO RESPONSORIAL / SI 44(45)
À vossa direita se encontra a rainha, Com veste esplendente de ouro de Ofir.
•           As filhas de reis vêm ao vosso encontro, / e à vossa direita se encontra a rainha /
com veste esplendente de ouro de Ofir.
•           Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: / “Esquecei vosso povo e a casa paterna! /
Que o Rei se encante com vossa beleza! / Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
•           Entre cantos de festa e com grande alegria, / ingressam, então, no palácio real”.

10. EVANGELHO (Lc 1,39-56) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou
na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem- aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera
aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. 

BREVE COMENTÁRIO - O cântico de Maria descreve o programa que Deus tinha começado a realizar desde o começo, que ele prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja, para todos os tempos.
Pela Visitação que teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes, para o templo eterno, para uma Visitação definitiva. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele pelo caminho da ressurreição.
Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: “dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem no cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem até ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo. Deus debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas.

Rezar por Maria.
Frequentemente, ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é absolutamente exata, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que, contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela própria a Serva do Senhor.
Rezar por Maria é pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”

Rezar com Maria.
Ela está ao nosso lado para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar com Maria, mais que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus.

Rezar como Maria.
Aprendemos junto de Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava no seu coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito segundo a tua Palavra, Senhor!”

O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor: elevou os humildes.
Hoje nós celebramos, “A Imaculada Mãe de Deus, a Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assumida em corpo e alma na glória celeste.” Foi assim que o Papa Pio XII, dia 01/11/1950, declarou a Assunção de Maria como dogma revelado por Deus.

Maria é consolo e esperança para o povo ainda em caminho”.
O último inimigo a ser destruído é a morte”
 Maria é exemplo E Garante-nos a sua ajuda e recorda-nos que o essencial consiste em buscar às "coisas do alto, e não às coisas da terra" (cf. Cl 3, 2).
O Papa João Paulo II diz: "Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que 'escutam a Palavra de Deus e a cumprem'. Nos estimula a elevar nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai, e onde também está a humilde serva de Nazaré, já na glória celestial". Graças à vitória pascal de Cristo sobre a morte, a Virgem de Nazaré, unida ao mistério do Filho de Deus, compartilhou os seus efeitos salvíficos. Correspondeu com o seu «Sim» à vontade divina, participou na missão de Cristo e foi a primeira, depois d'Ele, a entrar na glória, em corpo e alma, na integridade do seu ser humano. ... Nossa Senhora, elevada entre os Santos à glória de Deus, é sinal seguro de esperança para a Igreja e para a humanidade inteira. A glória da Mãe é motivo de alegria imensa para todos os seus filhos... Elevada ao céu, Maria indica a estrada do Céu. Mostra-a aos seus filhos batizados em Cristo e a todos os homens de boa vontade”.
Bento XVI diz: “quando contemplamos o rosto de Maria, podemos ver mais do que de outras maneiras a beleza de Deus, a sua bondade e a sua misericórdia. Podemos realmente sentir a luz divina neste rosto. "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada". Nós podemos louvar Maria, venerar Maria, porque é "bem-aventurada", é bendita para sempre. Este é o contexto da presente Solenidade. É bem-aventurada porque está unida a Deus, vive com Deus e em Deus”.
O Concílio Vaticano II: A Mãe de Jesus, tal como está nos céus já glorificada de corpo e alma, é a imagem e o começo da Igreja como deverá ser consumada no tempo futuro.  Assim também brilha aqui na terra como sinal da esperança segura e do conforto para o povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor. Portanto, o triunfo de Cristo sobre a morte é mais uma vez celebrado como conteúdo eclesial da fé e da promessa.
8. SEGUNDA LEITURA (1Cor 15,20-27a) Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é
também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Com efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”. 

BREVE COMENTÁRIO - A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta a emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
Todo o capítulo 15 desta epístola é uma longa demonstração da ressurreição. Na passagem escolhida para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de genealogia da ressurreição e uma ordem de prioridade na participação neste grande mistério. O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida.
O apóstolo não evoca Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque reconhecemos o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição.

 A Assunção tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
O primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do primeiro dão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida.

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Pe. Antônio -  Quem é essa Mulher?

Celebramos hoje a festa da Assunção de Nossa Senhora.

Esse DOGMA foi definido como verdade de fé pelo papa Pio XII em 1950:
"É dogma revelado por Deus que a Imaculada Mãe de Deus, a Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial."
Mas a FESTA da Assunção é bem mais antiga. Inicialmente, era a festa da "Dormição" de Maria (não se fala de morte) e da transferência de seu corpo para o paraíso.

As LEITURAS BÍBLICAS relacionam-se com a festa:
1ª Leitura: Maria, imagem da Igreja. (Ap 11,19a; 12,1-10ab)
Como Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de Cristo sobre o Mal. Essa "Mulher" representa a Comunidade de Israel, composta de 12 tribos.
Mas se aplica também a Maria, de quem nasceu o Messias

2a leitura: Maria, nova Eva.
Novo Adão, Jesus faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens. (1Cor 15,20-27)

A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. O apóstolo não evoca Maria, mas esta leitura na Assunção,  leva a reconhecer o lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição.

Evangelho: Maria, Mãe dos crentes.
Cheia do Espírito Santo, Maria encontra palavras de fé e de esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada! (Lc 1,39-56)

* O cântico de Maria descreve desde o começo o Plano de Deus, que prosseguiu em Maria e que se cumpre agora na Igreja.

+ O SENTIDO DA FESTA: uma Mulher SINAL

- A primeira e a mais perfeita discípula de Cristo.
A Virgem se constitui em imagem e tipo de Igreja na ordem da fé, da caridade e da união perfeita com Cristo.
Maria encarnou em sua pessoa e em sua vida terrena, o ideal de santidade do seguidor de Cristo.
- Sinal escatológico da Igreja:
Maria Assunta é figura e primícias da Igreja que um dia será glorificada; é consolo e esperança  do povo ainda peregrino na terra.
- É um Sinal humano de esperança.
A contemplação de Maria na glória nos faz ver a vitória da esperança sobre a angústia, da comunhão sobre a solidão, das perspectivas eternas sobre as temporais, da vida sobre a morte.

+ Maria é um modelo cristão para hoje ?
"A Virgem Maria sempre foi proposta pela Igreja à imitação dos fiéis, porque ela aderiu totalmente à vontade de Deus, porque soube acolher a sua palavra e pô-la em prática, porque a sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de serviço,
porque foi a primeira e mais perfeita discípula de Cristo". (Paulo VI)

+ Maria sinal do amor de Deus.
Na vida sentimos necessidade de expressões de amor e sinais de carinho, que os outros têm para conosco e que temos pelos outros: uma saudação, um beijo, uma carta, um gesto, um sorriso...
Na vida espiritual também necessitamos desses sinais...
Cristo é o grande Sacramento do Pai e Maria é o sinal perene e maternal do amor que Deus nos tem em Cristo Jesus nosso Senhor.

A festa de hoje é sinal do que Deus prepara para os que são capazes de amar e servir.
É a antecipação do que Deus quer doar: a plena felicidade...


Esta festa desperta e reforça a nossa ESPERANÇA, porque a vitória de Cristo e de sua Mãe assegura também nossa vitória: nos aponta o destino que Deus quer para todos.

E essa vitória será possível se, a exemplo de Maria, formos fiéis à Palavra de Deus, tivemos um coração humilde e estivermos atentos às necessidades dos irmãos...


                                           Pe. Antônio

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Homilia do Pe. Françoá Costa - Assunção, festa da esperança

Esperamos conseguir do Senhor o que Maria, sinal glorioso da Igreja, já conseguiu. Esperamos estar completos, corpo e alma, com o Senhor. Ao contemplar a Mãe de Deus de maneira tão gloriosa no dia de hoje, os nossos corações se enchem de luz e de esperança. Deus cuida de nós e nos conduz cada vez mais à sua vida divina.
Os Padres da Igreja, especialmente a partir de S. João Damasceno e S. Germão de Constantinopla, pregavam abertamente a existência da incorruptibilidade do corpo de Nossa Senhora. A festa da Dormição de Nossa Senhora foi celebrada primeiramente em Jerusalém. Mas para os antigos, “dormição” não significava necessariamente ausência de morte. Defensor da Assunção de Nossa Senhora na Idade Média foi o assim chamado “Pseudo-Agostinho” (século IX). Baldo de Ubaldi, no século XV, também foi um grande defensor desta verdade de fé. Finalmente, o Papa Pio XII definiu solenemente o dogma da Assunção no dia 1 de novembro de 1950 através da Constituição “Munificentissimus Deus”. Inclusive o nome desta constituição deixa claro que se trata de uma graça de Deus “munificentissimus”, isto é, generosíssimo.  Uma graça tal que é um privilégio: Maria recebeu o privilégio de que nela fosse antecipado aquilo que acontecerá com todos os eleitos.
O Papa sentencia “que é dogma divinamente revelado: que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, ao término de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”. É interessante que antes do Papa definir o quarto dogma sobre Nossa Senhora, ele recorde os outros três: Mãe de Deus, sempre Virgem (antes, durante e depois do parto), Imaculada. Pio XII não diz se Maria, antes de ser elevada ao céu, morreu ou não: isso continua como tema aberto à livre discussão teológica, isto é, pode-se defender uma ou outra coisa. O que todos devem reter como doutrina de fé solenemente definida é que ela, Nossa Senhora, foi elevada em corpo e alma aos céus, antecipadamente, como privilégio.
Quanto à morte de Nossa Senhora, parece muito mais acertado afirmar que ela realmente morreu e somente depois teria sido elevada aos céus. Por um lado, quando os antigos Padres falavam de “dormição” eles falavam também de morte. De fato, não é difícil encontrar textos na patrística que transmitam uma dormição de Jesus na Cruz referindo-se à sua morte real. Por outro lado, o desejo de imitar a Cristo que estava no coração de Nossa Senhora faz com que seja mais conveniente que ela imite o seu filho também nisso e se una, desta maneira, ao valor redentor do seu mistério de cruz.
Mas, como dizíamos antes, a Assunção de Nossa Senhora é sinal de esperança para nós. O Concílio Vaticano II afirmou: “Entretanto, a Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor (cfr. 2 Ped. 3,10)” (Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, nº 68).
A esperança é virtude sobrenatural, teologal, uma disposição plantada pelo Senhor na nossa alma que nos une a ele através da vontade, do desejo. Esperamos em Deus e nos auxílios (graças) que ele nos concede para alcançá-lo. Temos a firme esperança de chegar ao céu, à bem-aventurança eterna. É nesse sentido que a Assunção de Maria nos anima a continuar com os olhares fixos na meta: uma como nós conseguiu aquilo que nós conseguiremos. O nosso caminho rumo ao céu já foi selado por uma da nossa raça. Assim como ela chegou lá por graça, também nós chegaremos. Além do mais, temos que ser pessoas prontas a preparar os caminhos da esperança nos outros e, consequentemente, da alegria: há um futuro promissor fundado na fidelidade de Deus para com o seu povo. Por isso um filho de Deus não pode ser pessimista, negativo e mal humorado; ao contrário, a esperança que traz no peito o leva a estar sempre alegre… Apesar dos pesares.             
  Pe. Françoá Costa

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Homilia de D. Henrique Soares - Lc 1,39-56

Esta é a maior das festas da Santíssima Virgem Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na glória, da sua plenitude como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo Jesus. Como um rio, que após longa corrida deságua no mar, hoje, a Virgem Toda Santa deságua na glória de Deus: transfigurada no Espírito Santo, derramado pelo Cristo, ela está na glória do Pai! Para compreendermos o profundo sentido do que celebramos, tomemos as palavras de São Paulo:“Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada”. – Eis a nossa fé, o centro da nossa esperança: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que adormeceram. Ele é o primeiro a ressuscitar, ele é a causa e o modelo da nossa ressurreição. Os que nele nascem pelo batismo, os que nele crêem e nele vivem, ressuscitarão com ele e como ele: logo após a morte ressuscitarão naquela dimensão imaterial que temos, núcleo da nossa personalidade, a que chamamos “alma”; e, no final dos tempos, quando todo o universo for glorificado, ressuscitaremos também no nosso corpo. Assim, em todo o nosso ser, corpo e alma, estaremos, um dia, revestidos da glória de Cristo, nosso Salvador, estaremos plenamente conformados a ele!
Ora, a Igreja crê, desde os tempos antigos, que a Virgem Maria já entrou plenamente nessa glória. Aquilo que todos nós só teremos em plenitude no final dos tempos, a Santíssima Mãe de Deus, já recebeu logo após a sua morte. Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”. Ela já está totalmente revestida da glória do Cristo, Sol de justiça – e esta glória é o próprio Espírito Santo que o Cristo Senhor nos dá. Ela já pisa a lua, símbolo das mudanças e inconstâncias deste mundo que passa. Ela já está coroada com doze estrelas, porque é a Filha de Sião, filha perfeita do antigo Israel e Mãe do novo Israel, que é a Igreja. Assim, a Virgem, logo após a sua morte – doce como uma dormição -, foi elevado ao céu, à glória do seu Filho em todo o seu ser, corpo e alma. Aquela que esteve perfeitamente unida ao Filho na cruz (cf. Lc 2,34s; Jo 19,25ss), agora está perfeitamente unida a ele na glória. São Paulo não dissera, falando do Cristo morto e ressuscitado? “Fiel é esta palavra: Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos” (2Tm 2,12). Eis! A Virgem que perfeitamente esteve unida ao seu Filho no caminho da cruz, perfeitamente foi unida a ele na glória da ressurreição. Aquela que sempre foi “plenamente agraciada” (Lc 1,28), de modo a não ter a mancha do pecado, não permaneceu na morte, salário do pecado. Assim, o que nós esperamos em plenitude para o fim dos tempos, a Virgem já experimenta agora e plenitude. Como é grande a salvação que o Cristo nos obteve! Como é grande a sua força salvífica ao realizar coisas tão grandes na sua Mãe!
Mas, a Festa de hoje não é somente da Virgem Maria. Primeiramente, ela glorifica o Cristo, Autor da nossa salvação, pois em Maria aparece a vitória sobre a morte, que Jesus nos conquistou. A liturgia hoje exclama: “Preservastes, ó Deus, da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável vosso próprio Filho feito homem, Autor de toda a vida”. Este senhorio de Cristo aparece hoje radiante na sua Mãe toda santa: em Maria, Cristo venceu a morte de Maria! Em segundo lugar, a festa de hoje é também festa da Igreja, de quem Maria é Mãe e figura. A liturgia canta: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”. Sim! A Mãe Igreja contempla a Mãe Maria e fica cheia de esperança, pois um dia, estará totalmente glorificada como ela, a Mãe de Jesus, já se encontra agora. Finalmente, a festa é de cada um de nós, pois já vemos em Nossa Senhora aquilo que, pela graça de Cristo, o Pai preparou para todos nós: que sejamos totalmente glorificados na glória luminosa do Espírito do Filho morto e ressuscitado. Aquilo que a Virgem já possui plenamente, nós possuiremos também: logo após a morte, na nossa alma; no fim dos tempos, também no nosso corpo!
Estejamos atentos! A festa hodierna recorda o nosso destino, a nossa dignidade e a dignidade do nosso corpo. O mundo atual, por um lado exalta o corpo nas academias, no culto da forma física, da moda e da beleza exterior; por outro lado, entrega o corpo à sensualidade, à imoralidade, à droga, ao álcool… É comum escutarmos que o que importa é o “espírito”, que a matéria, o corpo passa… Os cristãos não aceitam isso! Nosso corpo é templo do Espírito Santo, nosso corpo ressuscitará, nosso corpo é dimensão indispensável do nosso eu. Um documento recente da Igreja sobre a relação homem-mulher, chamava-se atenção exatamente para essa questão: o corpo em si, para o mundo, parece que não significa muita coisa, que não tem uma linguagem própria, que não diz algo do que eu sou, da minha identidade – inclusive sexual. Para nós, cristãos, o corpo integra profundamente a personalidade de cada um: meu corpo será meu por toda eternidade; meu corpo é parte de minha identidade por todo o sempre! Honremos, então nosso corpo: “O corpo não é para a fornicação e, sim, para o Senhor e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós – em nosso corpo- pelo seu poder. Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo” (1Cor 6,14.20).
Então, caríssimos, olhemos para o céu, voltemos para lá o nosso coração! Celebremos! Com a Virgem Maria, hoje vencedora da morte, com a Igreja, que espera, um dia, triunfar totalmente como Maria Virgem, cantemos as palavras da Filha de Sião, da Mãe da Igreja, pensando na nossa vitória: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor!” A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

D. Henrique Soares da Costa

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Homilia do Mons. José Maria Pereira - Assunção de Maria ao Céu

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora da Glória.
Diz o Prefácio da Solenidade que proclama maravilhosamente o mistério celebrado: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida”.
Trata-se de uma verdade de fé, um dogma, proclamada pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950: “Terminando o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Ali a esperava o seu Filho Jesus, com o seu corpo glorioso, tal como Ela o tinha contemplado depois da Ressurreição.
As leituras contemplam esta realidade. A 1ª Leitura (Ap 11, 19; 12, 1-10) apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, e do Filho que ela deu à luz, um varão, que irá reger todas as nações. Nesta imagem a Mulher e o Filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mais a mulher confunde-se também com Maria, pois nela realizou-se plenamente a Igreja.
A 2ª Leitura (1 Cor 15, 20-27) completa a idéia da 1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos ressuscitados, termina dizendo que, um dia, todos os que crêem terão parte na Sua glorificação, mas em proporção diversa: “Primeiro, Cristo, como os primeiros frutos da seara; e a seguir, os que pertencem a Cristo” (1 Cor 15, 23). Entre os cristãos, o primeiro lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora, que foi sempre de Deus, porque jamais conheceu o pecado. É a única criatura em quem o esplendor da imagem de Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada Conceição, a obra prima e intacta da Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho e o Espírito Santo sentiram as suas complacências, encontrando nela uma resposta total ao Seu amor.
A resposta de Maria ao amor de Deus ressoa no Evangelho (Lc 1, 35-56), tanto nas palavras de Isabel que exaltam a grande fé que levou Maria a aderir, sem vacilação alguma à vontade de Deus, como nas palavras da própria Virgem, que entoa um hino de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizou nela.
Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo. Maria nunca deixa de ajudar os que recorrem ao seu amparo: “Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção fosse por Vós desamparado”, rezava São Bernardo. Procuremos confiar mais na sua intercessão, persuadidos de que Ela é a Rainha dos céus e da terra, o refúgio dos pecadores, e peçamos-lhe com simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso São Paulo recorda-nos (1 Cor 15, 20-26): “Se a morte veio por um homem (pelo pecado de Adão), também por um homem, Cristo, veio a ressurreição. Por Ele, todos retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida, quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois , os últimos, quando Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…Essa vinda de Cristo, de que fala o Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, “não devia por acaso cumprir-se, neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim, imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria, chama-o com mais propriedade dormição.  Para nós, a Solenidade de hoje é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor.  E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura ressurreição”.
A Solenidade de hoje enche-nos de confiança nas nossas súplicas. Pois, diz São Bernardo, “subiu aos céus a nossa Advogada para, como Mãe do Juiz e Mãe de Misericórdia, tratar dos negócios da nossa esperança.” Ela alenta continuamente a nossa esperança. Ensina São Josemaria Escrivá: “Somos ainda peregrinos, mas a nossa Mãe precedeu-nos e indica-nos já o termo do caminho: repete-nos que é possível lá chegarmos, e que lá chegaremos, se formos fiéis. Porque a Santíssima Virgem não é apenas nosso exemplo: é auxílio dos cristãos. E ante a nossa súplica – mostra que és Mãe – , não sabe nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.
Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna ganha asas ao meditarmos que a nossa Mãe celeste está lá em cima, que nos vê e nos contempla com o seu olhar cheio de ternura, com tanto mais amor quanto mais necessitados nos vê.
No dia dedicado às Vocações Religiosas, Maria é apresentada como Modelo de pessoa consagrada e um “sinal” de Deus no mundo de hoje.

Mons. José Maria Pereira

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 BÊNÇÃO SOLENE
— O Senhor esteja convosco! — Ele está no meio de nós.
— O Deus de bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção. — Amém.
— Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da Virgem, por quem recebestes o autor da vida. — Amém.
— E vós, que vos reunistes hoje para celebrar sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio eterno. — Amém.
+ Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. -Amém.
— A alegria do Senhor seja a vossa força; ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
 _ Graças a Deus!                      

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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
O Senhor esteja com todos vocês... Irmãos e irmãs, demos graças ao Senhor, Nosso...
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos AGRADECEMOS.
à Pai, pela assunção de Maria podemos proclamar: Eis agora a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o poder de Cristo. É grande a nossa esperança, pois Maria é nossa mãe e está junto de Vós. Pai, ajudai-nos para que não nos desviemos de vossos caminhos.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos AGRADECEMOS.
à Pai, rei do universo e Senhor da vida, nós Vos damos graças pela ressurreição que manifestastes pelo Vosso Filho Jesus, o novo Adão, e pela assunção de Maria. Bendito sejais para sempre.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos AGRADECEMOS.
à Nós Vos bendizemos, Deus do universo, porque pelo Vosso Filho visitastes o Vosso povo. Guiai as nossas comunidades e iluminai-as pelo Vosso Espírito Santo”.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos AGRADECEMOS.
à Nós vos agradecemos, Deus amor, porque em Cristo nos transformastes em novas criaturas. Dai-nos a graça de um dia cantarmos com Maria a vossa glória no céu.
T: Deus da vida! Nós vos louvamos e vos AGRADECEMOS.
= pai nosso... a paz...   eis o cordeiro... COMUNHÃO



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