Finados, XXXI Domingo ano A 2014
Homilia do D. Henrique
Soares da Costa – Finados
“Comemoração de todos os fiéis defuntos”. É
um dia no qual nós, cristãos, rezamos principalmente pelos nossos irmãos na
fé, ou seja, os batizados em Cristo, que já morreram. Claro que toda a
humanidade – e não só os cristãos – são objeto da oração e solicitude da
Igreja, que é Corpo de Cristo, o Salvador de todos! Diariamente, na Santa
Missa, a Igreja recorda não somente os “nossos irmãos que partiram desta
vida”, mas também “todos aqueles cuja fé só vós conheceis”!
Seja como for, o Dia de Finados
coloca-nos diante de uma questão fundamental para nossa existência: a questão
da morte. Nosso modo de enfrentar a vida depende muito do modo como encaramos
a morte, e vice-versa! Atualmente, há quatro modos possíveis de encará-la, de
colocar-se diante da realidade da morte. Senão vejamos:
Há aqueles – e não são poucos – que
cinicamente a ignoram. Vivem como se um dia não tivessem que morrer:
preocupam-se tão somente com esta vida: comamos e bebamos! Em geral, quando
vão a um sepultamento, conversam o tempo todo sobre futebol, política ou
quaisquer outros assuntos banais e rasteiros. São pessoas rasas, essas;
pessoas que nunca pararam de verdade para se perguntar sobre o sentido da
vida e, por isso mesmo, não vivem; sobrevivem, apenas! Estas, quando tiverem
que enfrentar a própria morte, que vazio, que absurdo encontrarão! É o preço
a pagar pelo modo leviano com que viveram a vida! Isto é triste porque quando
o homem não pensa na morte, esquece que é finito, passageiro, fugaz e, assim,
começa a julgar-se Deus de si mesmo e tudo que consegue é infernizar sua vida
e a dos outros. São tantos os exemplos atuais…
Há ainda aqueles que diante da
morte se angustiam, apavoram-se até ao desespero. A morte os amedronta:
parece-lhes uma insensatez sem fim, pois é a negação de todo desejo de vida,
de felicidade e eternidade que cresce no coração do homem. Estes sentem-se
esmagados pela certeza de um dia ter que encarar, frente a frente, tão fria,
tirana e poderosa adversária. Assim, querendo ou não, podem afirmar como
Sartre, o filósofo francês: “A vida é uma paixão inútil!”
Há também um terceiro grupo: o dos
otimistas ingênuos. Vemo-los nessas seitas esotéricas de inspiração oriental
e em todas as doutrinas reencarnacionistas. A Seicho-no-iê, por exemplo,
afirma que o mal, a doença, a morte, são apenas ilusão: a meditação, o
autocontrole, a purificação contínua, podem libertar o homem de tais ilusões;
o Espiritismo, proclama, bêbado de doce ilusão: “A morte não existe. Não há
mortos!” – É esta a afirmação existente num monumento ao nascimento do
Espiritismo moderno, em Hydesville, Estados Unidos. Não há morte para nos
agredir; há somente uma desencarnação!
Mas, há ainda um último modo de
encarar a morte, tipicamente cristão. A morte existe sim! E dói! E machuca!
Não somente existe, como também marca toda a nossa existência: vivemos
feridos por ela, em cada dor, em cada doença, em cada derrota, em cada medo,
em cada tristeza… até a morte final! Não se pode fazer pouco caso dela: ela
nos magoa e nos ameaça; desrespeita-nos e entristece-nos, frustra nossas
expectativas sem pedir permissão! O cristão é realista diante da morte;
recorda-se da palavra de Gn 2,17: “De morte morrerás!” Então, os discípulos
de Cristo somos pessimistas? Não! Nós simplesmente não nos iludimos: sabemos
que a morte é uma realidade e uma realidade que não estava no plano de Deus
para nós: não fomos criados para a ela, mas para a vida! Deus não é o autor
da morte, não a quer nem se conforma com ela! Por isso mesmo enviou-nos o seu
Filho, aquele mesmo que disse: ”Eu sou a Vida; eu sou a Ressurreição!” Ele
morreu da nossa morte para que nós não morramos sozinhos, mas morramos com
ele e como ele, que venceu a morte! Para nós, cristãos, a morte, que era como
uma caverna escura, sem saída, tornou-se um túnel, cujo final é luminoso.
Isto mesmo: Cristo arrombou as portas da morte! Ela tornou-se apenas uma
passagem, um caminho para a nossa Páscoa, nossa passagem deste mundo para o
Pai: “Ainda que eu passe pelo vale da morte, nenhum mal temerei, porque está
comigo!” Em Cristo a morte pode ser enfrentada e vencida! Certamente ela
continua dolorosa, ela nos desrespeita; mas se no dia a dia aprendermos a
viver unidos a Cristo e a vivenciar as pequenas mortes de cada momento em
comunhão com Senhor que venceu a morte, a morte final será um “adormecer em
Cristo”.
Por tudo isso, o Dia de Finados é
sempre excelente ocasião não somente para rezar pelos nossos irmãos já
falecidos, mas também para pensarmos na nossa morte e na nossa vida, pois
“tal vida, tal morte!
==========-------------============
Comemoração
de Todos os fiéis Defuntos
|
A
Igreja, acolhendo uma tradição monástica que vem do século XI, dedica o dia 2
de Novembro à memória dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado a glória e
a felicidade dos Santos, no dia 1 de Novembro, a Igreja dedica o dia 2 à
oração de sufrágio pelos “irmãos que adormeceram na esperança da
ressurreição”. Assim fica perfeita a comunhão de todos os crentes em Cristo.
5. PRIMEIRA LEITURA
(Jó
19,1.23-27a) – Lecionário 1. p. 1052
Leitura
do Livro de Jó.
Jó
tomou a palavra e disse: 23Gostaria que minhas palavras fossem escritas e
gravadas numa inscrição 24com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na
rocha para sempre! 25Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último,
se levantará sobre o pó; 26e depois que tiverem destruído esta minha pele, na
minha carne, verei a Deus. 27Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e
não os olhos de outros. - Palavra do Senhor
O diálogo entre Job e os três amigos chega ao auge no capítulo 19. Os amigos não se tinham cansado de repetir que as provações que atingiam Job eram prova evidente das suas culpas diante de Deus. Job, pelo contrário, teimava em afirmar a sua inocência. O seu maior sofrimento era, agora, resistir às palavras dos amigos. Sentia-se e dizia-se inocente, mas não conseguia prová-lo, nem diante de Deus, nem diante dos amigos. Estava completamente extenuado: «Grito contra essa violência e ninguém responde, levanto a voz e não há quem me faça justiça. Deus fechou-me o caminho, para eu não passar, e encheu de trevas as minhas veredas» (19, 7-8). Então Job pensa escrever a sua defesa para que, um dia, alguém, talvez nós que lemos as suas palavras, pudesse fazer-lhe justiça: «Quem me dera que as minhas palavras se escrevessem e se consignassem num livro, 24ou gravadas em chumbo com estilete de ferro, ou se esculpissem na pedra para sempre!» (v 23 s.). Mas esta solução não o convence. Então apela para o supremo “vingador” para que lhe faça justiça: «Eu sei que o meu redentor vive» (v. 35). Depois de ter insultado a Deus, chama-o “Vingador, Redentor”. Nós, que conhecemos o Evangelho, apelamos para o amor, para a caridade, para Deus omnipotente, misericordioso, salvador.
Os
amigos de Job tentam consolá-lo, recorrendo a uma sabedoria superficial,
expressa em frases feitas e lugares comuns. É o que tantas vezes acontece
quando pretendemos confortar alguém que sofre. As palavras de Job são muito
diferentes. No meio do sofrimento, vendo-se às portas da morte e trespassado
pela solidão, compreende que Deus é o seu redentor, aquele parente próximo
que, segundo os costumes hebreus, deve comprometer-se a resgatar, à sua
própria custa, ou a vingar, o seu familiar em caso de escravidão, de pobreza,
de assassínio. Job sente Deus como o seu último e definitivo defensor, como
alguém que está vivo e se compromete em favor do homem que morre, porque
entre Deus e o homem há uma espécie de parentesco, um vínculo indissolúvel.
Job afirma-o com vigor: os seus olhos contemplarão a Deus com a familiaridade
de quem não é estranho à sua vida.
O silêncio é a melhor atitude perante a morte.
Introduzindo-nos no diálogo da eternidade e revelando-nos a linguagem do
amor, põe-nos em comunhão profunda com esse mistério imperscrutável. Há um
laço muito forte entre os que deixaram de viver no espaço e no tempo e
aqueles que ainda vivem neles. É verdade que o desaparecimento físico dos
nossos entes queridos nos causa grande sofrimento, devido à intransponível distância
que se estabelece entre eles e nós. Mas, pela fé e pela oração, podemos
experimentar uma íntima comunhão com eles. Quando parece que nos deixam, é o
momento em que se instalam mais solidamente na nossa vida, permanecem
presentes, fazem parte da nossa interioridade. Encontramo-los na pátria que
já levamos no coração, lá onde habita a Santíssima Trindade.
Evangelho
Segundo João 11. 17-27
Para o cristão, o sofrimento é um tempo de “disponibilidade
pura”, de “pura oblação” e, ao mesmo tempo, uma forma eminente de apostolado,
em união a Cristo vítima, na comunhão dos santos, para salvação do mundo.
Vivendo assim, prepara-se, assim, para o supremo ato de oblação, para o
último apostolado, o da morte: configurados “a Cristo na morte” (Fil 3, 10)
(Cf. Cst n. 69).Se a morte de Cristo na Cruz é o ato de apostolado mais
eficaz, que remiu o mundo, o mesmo se pode dizer da morte do cristão em união
com a morte de Cristo. Não se quer com isto dizer que, sob o ponto de vista
humano, a morte do cristão deva ser uma “morte bonita”, tal como não foi
bonita, com certeza, a morte de Cristo aos olhos dos homens. Foi, pelo
contrário, uma “liturgia esquálida”, de abandono e de desolação. O importante
é que seja uma morte “para Cristo e em Cristo” (S. Inácio de Antioquia, SC
10, 132).
|
2ª Leitura Romanos 6,
3-9
O homem pode ter esperança diante da morte. Como intuiu Job,
Deus é, de verdade, o nosso Redentor, porque nos ama. Empenhou-se em
resgatar-nos da escravidão do pecado e da morte com o preço do sangue do seu Filho
(vv. 6-9) e de modo absolutamente gratuito. De facto, nós éramos pecadores,
ímpios, inimigos; mas o Senhor reconheceu-nos como “seus”, e morreu por nós
arrancando-nos à morte eterna. Acolhemos esta graça por meio do batismo,
participando no mistério pascal de Cristo. A sua morte reconciliou-nos com o
Pai, e a sua ressurreição permite-nos viver como salvos. Quebrando os laços do
pecado, e deixando-nos guiar pelo Espírito derramado em nossos corações,
atualizamos cada dia a graça do nosso novo nascimento.
============-----------------============
10. EVANGELHO (Mt 5,1-12a) Naquele tempo, Jesus subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos
aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-
aventurados os aflitos, porque serão
consolados. Bem- aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem- aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados
os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos
por causa da justiça, porque deles é o
Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
AMBIENTE - Mateus nos lembra a
montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a antiga Lei.
Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao novo Povo a nova Lei que deve
guiar a todos.
MENSAGEM - Jesus proclama “bem-aventurados”
os que acolhem a proposta que Deus lhes oferece em Jesus; não colocam sua
confiança na riqueza, no poder, no êxitos, mas sua esperança em Deus.
1- «Os pobres em
espírito». atitude humilde, pecador, necessitado do perdão divino, da
misericórdia de Deus. Daí que: pobre não é o sem bens, mas o que não se apega a
ele; tudo é de Deus; partilha; não explora, não mente e
sente compaixão dos necessitados.
***• Jesus diz: “felizes os pobres em espírito”; o
mundo diz: “felizes os que tem dinheiro, comodidade, poder, segurança,
bem-estar, pois é o dinheiro que faz andar o mundo e nos torna mais poderosos,
mais livres e mais felizes”.
2 «Os humildes».
Os “mansos” não são os fracos, mas os que não aceitam as injustiças dos
poderosos, mas agem com amor, sem violência, para a construção da paz; Sabe compreender, perdoar.
***• Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes
os que sabem responder com força ainda maior a uma violência e a
injustiça.
3 «Os que choram»,
os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que vivem no
sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; O cristão se aflige, mas nem por isso perde a alegria, a
esperança e a felicidade. O egoísta fala: “Senhor, obrigado por eu ter comida
na mesa, quando há tantos que não tem”. O cristão fala o contrário: “Senhor, eu
lhe agradeço este alimento, mas me preocupo com os que não tem”
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
4 «Fome e sede de
justiça». Os que anseiam o projeto de Deus. O justo é aquele que cumpre a
vontade de Deus. Ele anseia por uma sociedade nova e
luta por ela, para que todos tenham o que lhe é necessário.
***• Jesus diz: “felizes os que têm sede de justiça”; o
mundo diz: feliz quem não está bitolado por uma religião. Religião já era.
Felizes os que não dependem de preconceitos ultrapassados e não acreditam num
deus que diz o que deveis e não deveis fazer; Sois livres.
5 Os “misericordiosos”
são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se pelos sofrimentos dos
outros; sentem como suas as alegrias e as tristezas dos irmãos e Deus também
terá misericórdia dele.
***• Jesus diz: “felizes os que têm misericórdia”; o mundo
diz: “felizes os que ficam longe dos miseráveis, pois quem tem misericórdia dos
outros nesse mundo competitivo nunca será grande”.
6 «Os puros de
coração» agem com honestidade. Não é falso nem engana
ninguém. Estes verão a Deus porque Deus é assim.
***• Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo
diz: A lei é dos espertos. “A verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras
e esperanças de sucesso”.
7 «Os que promovem a
paz» procuram ser instrumentos de reconciliação. Ele
une os separados e integra os excluídos.
***• Jesus diz: “felizes os que constroem a paz”; o mundo
diz: o que vale é a força e o poder. Cada um por si. “Quem pode mais chora
menos, pois só assim podereis ser homens e mulheres de sucesso”.
8- Os “que são perseguidos
por causa da justiça” são os que sofrem a injustiça dos homens. São
agredidos, por aqueles que praticam a injustiça.
***• Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por
cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: Feliz é quem faz o jogo dos
poderosos, pois sobe na carreira e tem êxito na vida.
As “bem-aventuranças”
deixam uma mensagem de esperança para os pobres e débeis. Anunciam que Deus os
ama e que está do lado deles; a libertação está
chegando.
O pobre é
aquele que “tem fé” em Deus. Pobre é o que reconhece a sua
limitação. Ele vê que existe alguém mais poderoso e acredita na bondade desse
Criador. Acreditando, parte em direção a este Deus no meio de seu sofrimento. É
aquele que confia sempre em Deus, pois se sente pequeno.
O pobre é
também aquele que espera.
O rico não espera.
O pobre está sempre a espera de um futuro melhor. O pobre aceita ser criticado
pela Palavra de Deus, sabe de sua pequenez e espera pela misericórdia de Deus,
pois só terá a plenitude da felicidade.
O pobre é
aquele que ama.
vê no próximo o
irmão. Sabendo de sua limitação, imita o criador na bondade e serve ao irmão
com o que lhe foi dado.; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos do
pouco que tem para àquele que tem necessidade. Quem é pobre Crê, confia, espera
e ama seu Criador e seu irmão.
AMBIENTE - Mateus nos lembra a montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou
e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao
novo Povo a nova Lei que deve guiar a todos.
MENSAGEM
Jesus proclama “bem-aventurados”
os que estão de espírito aberto para acolher a proposta que Deus lhes oferece
em Jesus; não colocam sua confiança na riqueza, no poder, no êxitos, mas sua
esperança em Deus.
1- «Os pobres em
espírito». Quem se apresenta diante de Deus com uma atitude humilde,
sem méritos pessoais, pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de
Deus. Daí que: pobre não é o sem bens, mas o que não se apega a ele; tudo é de
Deus. Se colocou nas mãos de Deus, para servir os irmãos e partilhar tudo com
eles; partilha; não explora, não mente e sente compaixão
dos necessitados.
***• Jesus diz: “felizes os pobres em espírito”; o
mundo diz: “felizes os que tem dinheiro, comodidade, poder, segurança,
bem-estar, pois é o dinheiro que faz andar o mundo e nos torna mais poderosos,
mais livres e mais felizes”.
2 «Os humildes».
Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as
injustiças, mas os que não aceitam as injustiças dos poderosos, mas agem com
amor, sem violência, para a construção da paz; Sabe
compreender, perdoar.
***• Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes
os que sabem responder com força ainda maior a uma violência e a
injustiça.
3 «Os que choram»,
os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que vivem na
aflição, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; O cristão não se conforma diante do sofrimento dos outros. Ele
se aflige, mas nem por isso perde a alegria, a esperança e a felicidade. O
egoísta fala: “Senhor, obrigado por eu ter comida na mesa, quando há tantos que
não tem”. O cristão fala o contrário: “Senhor, eu lhe agradeço este alimento,
mas me preocupo com os que não tem. Senhor, Abra o nosso coração à partilha!”
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
***• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: Feliz quem faz da vida uma festa chic, alta sociedade, amigos poderosos, uma boa conta bancária e um bom emprego arranjado pelo amigo político”.
4 «Fome e sede de
justiça». Os que anseiam o projeto de Deus. A idéia de justiça é uma idéia
de natureza religiosa: justo é aquele que cumpre a vontade de Deus. Ele anseia por uma sociedade nova e luta por ela, para que
todos tenham o que lhe é necessário.
***• Jesus diz: “felizes os que têm sede de justiça”; o
mundo diz: feliz quem não está bitolado por uma religião. Religião já era.
Felizes os que não dependem de preconceitos ultrapassados e não acreditam num
deus que diz o que deveis e não deveis fazer; Sois livres.
5 Os “misericordiosos”
são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, que se deixam tocar
pelos sofrimentos e alegrias dos outros; sentem como suas as alegrias e as
tristezas dos irmãos e Deus também terá misericórdia dele.
***• Jesus diz: “felizes os que têm misericórdia”; o mundo
diz: “felizes os que ficam longe dos miseráveis e sofredores, pois quem se
comove e tem misericórdia dos outros nesse mundo competitivo nunca será grande”.
6 «Os puros de
coração» são aqueles que agem com honestidade e não enganando. Não é falso nem engana ninguém, mas é
verdadeiro e transparente. Estes verão a Deus porque Deus é assim.
***• Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo
diz: A lei é dos espertos. “A verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras
e esperanças de sucesso”.
7 «Os que promovem a
paz» (pacíficos): Os que procuram ser instrumentos de reconciliação. Se
recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte rejam as relações
humanas; Na família, nos vizinhos, na Comunidade, no
País, no mundo. Ele une os separados e integra os excluídos.
***• Jesus diz: “felizes os que constroem a paz”; o mundo
diz: o que vale é a força e o poder. Cada um por si. “Quem pode mais chora
menos, pois só assim podereis ser homens e mulheres de sucesso”.
8- Os “que são perseguidos
por causa da justiça” são os que sofrem a injustiça dos homens. São os que
lutam pela instauração do “Reino” e são desautorizados, humilhados, agredidos,
por aqueles que praticam a injustiça.
***• Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por
cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: Feliz é quem faz o jogo dos
poderosos, pois sobe na carreira e tem êxito na vida.
As
“bem-aventuranças” deixam uma mensagem de esperança para os pobres e débeis.
Anunciam que Deus os ama e que está do lado deles; a libertação está chegando.
------------======================
“Bem-aventurados
vós, os pobres de coração, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Jesus
Fala da pobreza que permite crer, esperar
e amar (fé, esperança e caridade).
O
pobre é aquele que “tem fé” em Deus.
Pobre é
o que reconhece a sua limitação, faz a leitura de toda realidade criada e de
sua própria existência, e vê a sua limitação, pois tudo foi criado e ele
próprio é um ser criado, não por sua vontade, mas por outro projeto que não foi
o seu. Ele vê que existe alguém mais poderoso, mais capaz e deparando com sua
fragilidade de criatura, acredita na bondade desse Criador. Acreditando, parte
e grita em direção a este Deus no meio de seu sofrimento ou da sua confusão. É
aquele que confia sempre em Deus, pois se sente pequeno.
O
pobre é também aquele que espera.
O rico
não pode esperar, está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre virado
para um futuro que espera que seja melhor; depois, ele procura, porque pensa
nunca ter totalmente encontrado. A sua vida é uma procura e todos os sinais que
ele encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que
aceita ser criticado pela Palavra de Deus, sabe de sua pequenez e espera pela
misericórdia desse Deus que o criou, pois só nele e com ele terá a plenitude da
felicidade.
O
pobre é aquele que ama.
Por não
estar plenamente satisfeito consigo mesmo, crendo no Deus Criador de tudo e de
todos, vê no próximo o irmão. Sabendo de sua limitação, pois tudo que tem lhe
foi dado, imita o criador na bondade e serve ao irmão com o que lhe foi dado.
Não centra em si o interesse, mas abre os olhos e vê aqueles que esperam os
seus gestos de amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos do
pouco que tem para àquele que tem necessidade. Quem é pobre Crê, confia, espera
e ama seu Criador e seu irmão.
As
bem-aventuranças nos diz que: “Sois do mundo, e ao mesmo tempo não sois do
mundo… Vós não sois do mundo do cada um para si, do consumo, da violência, da
vingança, do comprometimento… E face a este mundo deveis dizer: não estou de
acordo! É certo que sereis perseguidos ou, pelo menos, rir-se-ão de vós, ou
procurarão fazer-vos calar. Sereis felizes, porque fareis ver onde está a
verdadeira felicidade. Chamar-vos-ão santos”. Queremos experimentar ser
já felizes? Basta-nos ter um coração de pobre.
8. SEGUNDA LEITURA (1Jo 3,1-3) Leitura
da Primeira Carta de São João.
Caríssimos,
vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de
Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai.
Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que
seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é. Todo o que espera nele, purifica-se a si
mesmo, como também ele é puro.
Breve comentário - Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos.
1 «E o somos de fato».
S. João não se contenta com dizer que somos chamados filhos de Deus, pois para
ele ser chamado (por Deus) equivalia a ser.
3 «Purifica-se a si
mesmo». A certeza da filiação divina conduz-nos à purificação e à imitação
de Cristo, o Filho de Deus por natureza: «como Ele é puro»; efetivamente, os
puros de coração hão-de ver a Deus (cf. Evangelho de hoje: Mt 5, 8).
Pelo baptismo fomos identificados com Cristo, filho de Deus. Logo também,
nós o somos de direito e de fato. A nossa preocupação na terra há-de ser a de
imitarmos Jesus Cristo. É uma luta todos os dias porque ainda se não nos
manifestou o que havemos de ser pois que só no céu o conseguiremos. A multidão
incontável de que nos fala S. João, são os nossos irmãos que venceram o que
temos a vencer, lutaram como temos que lutar. Em Jesus Cristo fomos
chamados por Deus à filiação divina, chamados a ser herdeiros no Céu. O
mistério da nossa salvação é uma realidade a construir. É um trabalho árduo
que, depende da nossa fé, do nosso querer. Deus quer contar com a nossa
colaboração, com o nosso querer. A única dificuldade está na nossa liberdade
que Deus respeita. Deus não nos falta com a Sua ajuda e por isso teremos o
prêmio, seremos bem-aventurados.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o
que Deus preparou para aqueles que o ama" (1 Cor2,9). "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a
face" (13,12).
A santidade tem duas dimensões:
A Santidade não é fruto do
esforço humano. É ação de Deus
Espírito Santo e resposta do cristão.
A nossa fé
nos ensina que somente Deus é Santo. Na Bíblia, “santo” significa, “separado”.
São João: “Quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é”.
Nesta perspectiva Eis quem são os santos: aqueles
que atravessaram as lutas desta vida, unidos a Cristo; são os que venceram em
Cristo –;se caíram, se erraram, foram lavando e alvejando suas vestes no sangue
de Cristo: só em Cristo somos santificados, pois somente Cristo derrama sobre
nós o Espírito de santidade. O nosso único trabalho é lutar para acolher esse
Espírito, deixando-nos guiar por ele e por ele sermos transfigurados em Cristo!
Realmente, o que faz feliz o coração humano não
são as coisas desse mundo, mas o sentido na vivencia e na utilização dessas
coisas. A mulher que vai ao salão de beleza e espera durante algumas horas para
que a deixem bem bonita, é feliz; ela se submete a esse pequeno sacrifício por
um bem maior.
Há coisas que levam à autêntica felicidade e
outras que levam a uma aparente felicidade
Existe também uma “educação para a felicidade”.
Há fases árduas, “chatas” que nos fazem felizes, como tomar um remédio amargo
ou ir à escola. No momento não se percebe que é assim, mas com o passar do
tempo estamos felizes e agradecidos por estar sadios e por não sermos burros.
Nossos heróis e modelos venceram e correram para
o Cristo! Que eles roguem por nós, pois o que eles foram, nós somos e o que
eles são, todos nós somos chamados a ser. Todos os Santos e Santas de Deus,
rogai por nós!
============-----------------=========
Todos os Santos
A
Solenidade de TODOS OS SANTOS é a
festa da Vida e celebra a plenitude da Vida cristã e a Santidade de Deus
manifestada em seus filhos, os santos da Igreja.
Celebramos,
como uma antecipação e em comunhão com a liturgia celeste,
a
vitória daqueles irmãos nossos que superaram "a grande tribulação",
e
estão marcados com o selo do Deus vivo.
Recordamos
aqueles que vivem para sempre diante de Deus,
entre
os quais, se encontram nossos entes queridos que já faleceram.
Nossa
fé é culto à Vida, porque o nosso Deus é um Deus dos vivos e
pelo
Espírito nos dá a Vida em Cristo Jesus ressuscitado dentre os mortos.
Por
isso a festa de hoje é um convite total à alegria esperançosa,
que
nasce das profundezas da Vida, da aspiração da felicidade sem ocaso.
A
Fonte da santidade cristã é Deus:
A
santidade tem seu início, seu crescimento e consumação
na
graça de Deus, no amor gratuito do Senhor, que derrama seu Espírito
em
nossos corações para que possamos chamá-lo "Pai",
pois
nos faz seus filhos em seu Filho Jesus Cristo (LG 14,2).
Portanto,
a santidade não é mero produto de nosso esforço somente,
nem
tão pouco resultado automático da graça, mas efeito da ação de Deus.
A
santidade tem duas dimensões:
A
Santidade não é fruto do esforço humano,
que
procura alcançar Deus com suas forças.
É
ação de Deus em nós pelo dom do Espírito Santo e
resposta
do cristão
a esse dom e presença de Deus.
A
Santidade cristã manifesta-se como uma participação na vida de Deus,
que
se realiza com os meios que a Igreja nos oferece,
especialmente
com os Sacramentos.
A
Morada dos Santos será o CÉU, que não é um lugar, mas um estado de
felicidade
na
presença e companhia de Deus, dos anjos e dos santos.
Em
que consiste, supera a nossa imaginação e entendimento:
"Nem
olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar
o que Deus
preparou para aqueles que o ama" (1
Cor2,9).
"Agora
vemos como num espelho, mas depois veremos face a face" (13,12).
E
a ETERNIDADE não um "eterno descanso", mas vida ativa e intensa com
Deus.
Quem
é santo?
SANTO significa que
não tem nada de imperfeito, de fraco, de precário.
Neste
sentido, só Deus é santo. No entanto, por graça de Deus,
participamos
da sua Santidade e nos unimos a todos os irmãos.
Essa
doutrina era tão viva nos primeiros séculos,
que
os membros da Igreja não hesitavam em chamar-se: "Santos"
e
a própria Igreja era chamada de "Comunhão
dos Santos".
O
que é a Comunhão dos Santos?
-
"Essa expressão indica em primeiro
lugar a comum participação de todos os
membros da Igreja nas COISAS SANTAS: a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros
dons espirituais". (CCIC 194)
- "Designa
também a comunhão entre as PESSOAS
SANTAS, ou seja, entre as que pela
graça estão unidas a Cristo morto e ressuscitado.
Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo
deixado essa vida, estão se purificando
ajudados também pelas nossas orações;
outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós.
Todos juntos formamos em Cristo uma só
família, a Igreja, para a glória da Trindade." (CCIC 195)
Quem
são os santos?
-
Não são apenas aqueles que estão nos altares, declarados santos pela Igreja.
Não são apenas pessoas privilegiadas do
passado, que já nasceram santas...
-
São todas aquelas pessoas que vivem unidas a Deus, construindo o bem.
São pessoas normais, que no passado e no
presente dão testemunho de fidelidade a Cristo.
As
Leituras de hoje revelam o projeto de Deus a respeito do homem: quer torná-lo
participante da sua Santidade.
A
1ª
Leitura afirma que uma grande multidão de pessoas, de todos os
povos,
são
os santos que participam da glória celeste, junto de Deus. (Ap 7,2-4.9-14)
O
texto fala de 144 mil eleitos. O Número é simbólico e indica a totalidade da
comunidade cristã. (12x12x mil:12 tribos do AT + 12 apóstolos do NT + mil)
A
2ª
leitura recorda que a Vida divina, que se manifestará no final da
vida,
já
está presente em nós desde agora. (1Jo
3,1-3)
No
Evangelho,
Jesus apresenta uma proposta de Santidade, resumida nas BEM-AVENTURANÇAS: (Mt 5,1-12)
*
O melhor CAMINHO para a Santidade é a vivência das Bem aventuranças.
+
A
Festa de hoje pretende homenagear todos os santos, conhecidos ou não,
e
apresentar o ideal da santidade como possível hoje e desejado por Deus.
"Todos os
fiéis são chamados à Santidade cristã. Ela é a plenitude da vida cristã e
perfeição da caridade, realiza-se na união íntima ao Cristo e, nele, com a
Santíssima Trindade". (CCIC 428)
Portanto,
SANTOS podemos e devemos ser também nós...
Acolhamos
o apelo de Deus à Santidade...
e
que os Santos sejam modelos e intercessores nossos, nessa caminhada...
Pe. Antônio
===========--------------===================
PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:
LOUVOR: Quando o Pão
consagrado estiver sobre o altar:
à O senhor esteja com todos
vocês... demos graças ao senhor, nosso Deus: ...
à Com
Jesus, por jesus e em Jesus, na força do Espírito Santo, louvemos ao Pai:
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
à Ó Pai, nós Vos bendizemos pela Vossa
paciência e pela Vossa bondade. Quando nos afastamos do caminho da justiça, Vós
nos recordais de vossos preceitos.
Senhor, purificai-nos da mentira, do egoísmo e fazei-nos mais justos e
humildes.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
àDeus
de infinita sabedoria, nós Vos damos graças, porque nos chamastes; escolheis
aqueles que se reconhecem pobres, para lhes dar a Vossa sabedoria. Senhor,
Pomos em Vós a nossa
confiança, a nossa esperança e estendemos as mãos para o Vosso Filho: Ele é a
nossa justiça, a nossa santificação e a nossa redenção. Só em Cristo somos
fortes.
T:
Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
à
Bendito sejais, Vós que abris ao Vosso povo o Reino dos céus, Vós que o saciais
com a Vossa justiça, Vós que nos chamais Vossos filhos. Fazei-nos corações
puros, amáveis com os irmãos e testemunhas do Vosso Reino.
T:
Louvor e glória a Vós, ó Pai de Bondade!
à:
PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro de Deus...