27º DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano A 2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
(ver no final a benção das grávidas)
Tema: Deus exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia.
Tema: Deus exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia.
Na primeira
leitura: O Povo tem de deixar-se transformar pelo amor sempre fiel de Deus e
produzir os frutos bons que Deus aprecia – a justiça, a caridade e os mandamentos.
No Evangelho,
Jesus anuncia aos líderes judaicos que a “vinha” vai ser-lhes retirada e vai
ser confiada a trabalhadores que produzam e que entreguem a Deus os frutos que
Ele espera.
Na segunda
leitura, Paulo exorta a viverem na alegria e na serenidade, respeitando o que é
verdadeiro, nobre, justo e digno. São os frutos que Deus espera da sua “vinha”.
6. PRIMEIRA LEITURA (Is 5, 1-7) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Vou cantar
para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma
vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas,
edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse
uvas boas, mas produziu uvas selvagens. Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos
de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. O que poderia eu ter feito
a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas, por que produziu
ela uvas selvagens? Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou
desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada.
Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e
sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela. Pois
bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel; e o povo de Judá, sua
dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça – e eis injustiça;
esperava obras de bondade – e eis iniquidade.
AMBIENTE - Isaías, filho de Amós, exerceu o seu ministério profético em Jerusalém, no reino de Judá, por volta de 740 até 700 a.C. A sua pregação abrange vários reinados. A sua pregação refere-se a acontecimentos da realidade da vida, dos problemas, das esperanças do seu tempo. A primeira fase do ministério de Isaías dá-se durante o reinado de Jotam (740-734 a.C.). É uma época de relativa tranqüilidade política. Internamente, a sociedade de Judá está marcada por grandes injustiças e arbitrariedades… Os poderosos exploram os mais débeis, os juízes deixam-se corromper, os latifundiários deixam-se dominar pela cobiça e inventam esquemas legais para se apropriar dos bens dos mais pobres, os governantes oprimem os súditos, as senhoras finas de Jerusalém vivem no luxo e na futilidade, num desrespeito absoluto pelas necessidades e carências dos mais pobres. Para o profeta, Jerusalém deixou de ser a esposa fiel, para converter-se numa prostituta (cf. Is 1,21-26); ou, dito de outra forma, a “vinha” cuidada por Deus só produz frutos amargos e não os frutos bons (de justiça e de amor). Na cultura judaica, a “vinha” é um símbolo do amor (cf. Cant 1,6.14; 2,15; 8,12). O “cântico da vinha” passa então a ser, na boca do poeta popular, uma “cantiga de amor”, que descreve os esforços do jovem apaixonado para conquistar a sua amada. Isaías vai utilizar esta “cantiga de amor” como recurso para transmitir a mensagem que Deus lhe confiou.
MENSAGEM – “A vinha do Senhor é a casa de Israel e os homens de Judá são a plantação escolhida. Ele esperava retidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de horror” (vers. 7). A imagem da “vinha” aplicada ao Povo de Deus encontra-se frequentemente na Bíblia (cf. Is 3,14; 27,2-5; Jer 2,21; 12,10; Ez 17,6; Os 10,1; Sal 80,9-17). Os profetas e catequistas de Israel viram na imagem da “vinha” um símbolo privilegiado para expressar essa história de amor que Deus quis escrever com o seu Povo, isto é, a Aliança. Nesta “parábola”, Deus é o “vinhateiro” e Israel é a “vinha”. Foi Deus quem trouxe de longe (do Egito) essas videiras escolhidas, que as plantou numa terra fértil (a terra de Canaã), que removeu dessa terra as pedras (os outros povos que aí habitavam) que podiam estorvar a fecundidade da “vinha”, que cuidou e amou a sua “vinha”. Como é que Israel respondeu aos esforços de Deus? Que frutos produziu? O profeta/poeta responde: Deus esperava que Israel vivesse no direito e na justiça cumprindo fielmente as exigências da Aliança; esperava uma vida de coerência com os mandamentos; esperava que Israel respeitasse os direitos dos mais fracos… Na realidade, o Povo atua em sentido contrário àquilo que Deus esperava: os poderosos cometem injustiças, os juízes são corruptos, os grandes praticam violências, os órfãos e as viúvas vêem espezinhados os seus direitos sem que ninguém os defenda. Na verdade, sugere o profeta, Deus não pode pactuar com este esquema e prepara-Se para abandonar essa “vinha” ingrata, essa amada infiel. Atente-se nesta “lição” fundamental: o amor de Deus pretende criar no coração do seu Povo uma dinâmica que leve ao amor ao irmão. Deus ama-nos, para que nos deixemos transformar pelo amor e amemos os outros.
ATUALIZAÇÃO • É preciso termos consciência de que esta história de amor não
terminou e que o mesmo Deus continua a derramar sobre nós, todos os dias, o seu
amor, a sua bondade, a sua misericórdia.
• O encontro
com o amor de Deus tem de significar uma efetiva transformação do nosso coração
e tem de nos levar ao amor ao irmão. Quem trata os irmãos com arrogância,
assume atitudes duras, agressivas, pratica a injustiça e espezinha os direitos
dos mais fracos, quem é insensível aos dramas dos irmãos, certamente ainda não
fez a experiência do amor de Deus. Às vezes encontramos nas nossas comunidades
cristãs pessoas que se consideram a si próprias colunas da comunidade, que têm
uma fé inabalável, mas que são insensíveis, amargas, agressivas, intolerantes…
• O nosso
texto identifica os “frutos bons” que Deus espera da sua “vinha” com o direito
e a justiça e afirma que Deus não tolera uma “vinha” que produza “sangue
derramado” e “gritos de horror”. Nos nossos dias, o “sangue derramado” das
vítimas da violência, do terrorismo, das guerras religiosas, dos sistemas que
geram morte e sofrimento continua a tingir a nossa história; os “gritos de
horror” de tantos homens e mulheres privados dos direitos mais elementares,
torturados, marginalizados, excluídos, impedidos de ter acesso a uma vida
minimamente humana … Qual o nosso papel, no meio de tudo isto? Podemos
calar-nos, num silêncio cúmplice e alienado, diante do drama de tantos irmãos
condenados à morte? O que podemos fazer para que a “vinha” de Deus produza
outros frutos?
7. SALMO RESPONSORIAL / Sl 79 (80)
7. SALMO RESPONSORIAL / Sl 79 (80)
A vinha do Senhor é a casa de Israel.
•
Arrancastes do Egito esta videira / e expulsastes as nações para plantá-la; /
até o mar
se estenderam seus sarmentos, / até o rio os seus rebentos se espalharam.
• Por que
razão vós destruístes sua cerca, / para que todos os passantes a vindimem, /
o javali da
mata virgem a devaste / e os animais do descampado nela pastem?
•
Voltai-vos para nós, Deus do universo! / Olhai dos altos céus e observai. /
Visitai a
vossa vinha e protegei-a! / Foi a vossa mão direita que a plantou; /
protegei-a
e ao rebento que firmastes!
• E nunca
mais vos deixaremos, Senhor Deus! / Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! /
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, / e
sobre nós iluminai a vossa face! /
Se
voltardes para nós, seremos salvos!
10.
EVANGELHO (Mt 21,33-43) Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele
tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: “Escutai esta
outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez
nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois,
arrendou-a a vinhateiros e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da
colheita, o
proprietário
mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os
vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro e
ao terceiro apedrejaram. O proprietário mandou de novo outros empregados, em
maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma.
Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho
eles vão respeitar’. Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre
si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ Então
agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando
o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?” Os sumos sacerdotes
e os anciãos do povo responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento
esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os
frutos no tempo certo”. Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas
Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular;
isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?’ Por isso, eu vos
digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá
frutos”.
AMBIENTE - Estamos em
Jerusalém, pouco tempo após a entrada triunfal de Jesus na cidade (cf. Mt
21,1-11). De hora para hora, cresce a tensão entre Jesus e os seus adversários.
Os líderes judaicos pressionam Jesus, num esquema organizado.. Jesus está
plenamente consciente do destino que lhe está reservado, mas enfrenta os
dirigentes e condena a sua recusa em acolher o Reino.
O texto que
nos é proposto faz parte de um bloco de três parábolas (cf. Mt 21,28-32. 33-43;
22,1-14), destinadas a ilustrar a recusa de Israel em aceitar o projeto de
salvação que Deus oferece aos homens através de Jesus. Com elas, Jesus convida
os seus opositores – os líderes religiosos judaicos – a reconhecerem que se
fecharam num esquema de autossuficiência, de orgulho, de arrogância, de
preconceitos, que não os deixa abrir o coração e a vida aos desafios de Deus.
MENSAGEM - A parábola
contada por Jesus coloca-nos no mesmo ponto de partida da parábola da “vinha”
de Is 5,1-7: um “senhor” plantou uma “vinha”, cercou-a com uma sebe, cavou nela
um lagar e levantou uma torre. A partir daqui, no entanto, a parábola de Jesus
afasta-se um pouco da parábola de Isaías… Na versão de Jesus, o proprietário
não explorou diretamente a “vinha”, mas confiou-a a uns “vinhateiros” que
deviam dar-lhe, cada ano, uma determinada percentagem dos frutos produzidos. No
entanto, quando os “servos” do “senhor” apareceram para recolher a parte que
pertencia ao seu amo, foram maltratados e assassinados pelos “vinhateiros”; e o
próprio filho do dono da “vinha”, enviado pelo pai para chamar os “vinhateiros”
à responsabilidade e ao respeito pelos compromissos, foi assassinado. A “vinha”
de que Jesus aqui fala é Israel – o Povo de Deus. O dono da “vinha” é Deus. Os
“vinhateiros” são os líderes religiosos judaicos – os encarregados de trabalhar
a “vinha” e de fazer com que ela produzisse frutos. Os “servos” enviados pelo
“senhor” são, evidentemente, os profetas que os líderes da nação, tantas vezes,
perseguiram, apedrejaram e mataram. O “filho” morto “fora da vinha” é Jesus,
assassinado fora dos muros de Jerusalém.
É um quadro de
uma gravidade extrema. Os “vinhateiros” não só não entregaram ao “senhor” os
frutos que lhe deviam, mas fecharam todos os caminhos de diálogo e recusaram
todas as possibilidades de encontro e de entendimento com o “senhor”:
maltrataram e apedrejaram os servos enviados pelo “senhor” e assassinaram-lhe o
filho. Diante deste quadro, Jesus interpela diretamente os seus ouvintes:
“quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?” - A comunidade
cristã primitiva encontrou facilmente resposta para esta questão. Na
perspectiva dos primeiros catequistas cristãos, a resposta de Deus à recusa de
Israel foi dada em dois movimentos. Em primeiro lugar, Deus ressuscitou o
“filho” que os “vinhateiros” mataram, glorificou-o e constituiu-o “pedra
angular” de uma nova construção; em segundo lugar, Deus decidiu retirar a
“vinha” das mãos desses “vinhateiros” maus e ingratos e confiá-la a outros
“vinhateiros” – a um povo que fizesse a “vinha” produzir bons frutos e que
entregasse ao “senhor” os frutos a que ele tem direito.
Entretanto, a
Mateus não interessa tanto a questão do filho – ressuscitado, exaltado e
colocado como pedra angular da nova construção – mas quanto a questão da
entrega da “vinha” a um outro povo. Ao sublinhar este aspecto, Mateus tem em
vista uma dupla finalidade… Em primeiro
lugar, ele explica dessa forma porque é que, na maioria das comunidades
cristãs, os judeus – os primeiros trabalhadores da “vinha” de Deus – eram uma
minoria: eles recusaram-se a oferecer frutos bons ao “senhor” da “vinha” e
recusaram sempre as tentativas do “senhor” no sentido de uma aproximação e de
um compromisso. Logicamente, o “senhor” escolheu outros “vinhateiros”. O que é
decisivo, para a escolha de Deus, não é que os novos trabalhadores da “vinha”
sejam judeus ou não judeus; o que é decisivo é que eles estejam dispostos a
oferecer ao “senhor” os frutos que lhe são devidos e a acolher o “filho” que o
“senhor” enviou ao seu encontro.
Em segundo
lugar, Mateus exorta a sua comunidade a produzir frutos verdadeiros que agradem
ao “senhor” da “vinha”. Estamos no final do séc. I (década de 80); passou já o
entusiasmo inicial e os crentes da comunidade de Mateus instalaram-se num
cristianismo fácil, sem exigência, descomprometido. O catequista Mateus
aproveita a oportunidade para exortar os irmãos da comunidade a que despertem,
a que saiam do comodismo, a que se empenhem, que dêem frutos próprios do Reino,
a que vivam com radicalidade as propostas de Jesus.
ATUALIZAÇÃO • Deus não obriga ninguém a aceitar a sua proposta de salvação e a envolver-se com o Reino; mas uma vez que aceitamos trabalhar na sua “vinha”, temos de produzir frutos de amor, de serviço, de doação, de justiça, de paz, de tolerância, de partilha… O nosso Deus exige coerência, verdade e compromisso.
• O que é decisivo é o “produzir frutos” de amor e de justiça, que pomos ao serviço de Deus e dos nossos irmãos.
• Rejeitar a Jesus é prescindir dos valores de Jesus e deixar que o egoísmo, o comodismo, o orgulho, a arrogância, o dinheiro, o poder, a fama, estejam no centro de nossa vida.
• Trabalhar na
vinha é produzir frutos bons e testemunhar diante do mundo, em gestos de amor,
de acolhimento, de compreensão, de misericórdia, de partilha, de serviço, a
realidade do Reino que Jesus Cristo veio propor.
8. SEGUNDA LEITURA (Fl 4, 6-9) Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.
8. SEGUNDA LEITURA (Fl 4, 6-9) Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.
Irmãos: Não
vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus,
em orações e
súplicas,
acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o
entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus. Quanto
ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo,
puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor.
Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e
ouvistes. Assim o Deus da paz estará convosco.
AMBIENTE - Continuamos
a ler a carta enviada pelo apóstolo Paulo aos cristãos da cidade grega de
Filipos. O texto que hoje nos é proposto pertence à parte final da carta.
Apresenta um conjunto de recomendações, destinadas a recordar aos filipenses
algumas obrigações que resultam do seu compromisso com Cristo e com o
Evangelho.
MENSAGEM - Paulo recomenda aos cristãos de Filipos que vivam na alegria (vers. 4-7). Esta “alegria” é a “alegria” que resulta de uma vida de comunhão com o Senhor, com tudo o que isso significa em termos de garantia de vida verdadeira e eterna. O cristão vive na alegria, pois a comunhão com Cristo garante-lhe o acesso à vida definitiva. Daí resulta a serenidade, a paz, a tranqüilidade, que permitem ao crente enfrentar a vida sem medo e sentir-se seguro nos braços de Deus Pai. Ao crente resta cultivar a comunhão com Deus, entregando-Lhe diariamente a sua vida “com orações, súplicas e ações de graças”. Depois, Paulo recomenda aos filipenses um conjunto de seis “qualidades” que eles devem cultivar e apreciar: a verdade, a nobreza, a justiça, a pureza, a amabilidade e a boa reputação. Tudo isto é “virtude”, tudo isto é digno de louvor. Estes valores não são exclusivos do cristianismo: são valores sãos e louváveis, que constam também do ideal pagão. No entanto, a comunidade cristã deve estar aberta ao acolhimento de todos os verdadeiros valores humanos. Os cristãos devem ser arautos e testemunhas dos verdadeiros valores humanos. Finalmente, Paulo convida os filipenses a porem em prática estas recomendações segundo o exemplo que receberam do próprio Paulo. O cristão tem de viver os valores humanos em confronto constante com o Evangelho.
MENSAGEM - Paulo recomenda aos cristãos de Filipos que vivam na alegria (vers. 4-7). Esta “alegria” é a “alegria” que resulta de uma vida de comunhão com o Senhor, com tudo o que isso significa em termos de garantia de vida verdadeira e eterna. O cristão vive na alegria, pois a comunhão com Cristo garante-lhe o acesso à vida definitiva. Daí resulta a serenidade, a paz, a tranqüilidade, que permitem ao crente enfrentar a vida sem medo e sentir-se seguro nos braços de Deus Pai. Ao crente resta cultivar a comunhão com Deus, entregando-Lhe diariamente a sua vida “com orações, súplicas e ações de graças”. Depois, Paulo recomenda aos filipenses um conjunto de seis “qualidades” que eles devem cultivar e apreciar: a verdade, a nobreza, a justiça, a pureza, a amabilidade e a boa reputação. Tudo isto é “virtude”, tudo isto é digno de louvor. Estes valores não são exclusivos do cristianismo: são valores sãos e louváveis, que constam também do ideal pagão. No entanto, a comunidade cristã deve estar aberta ao acolhimento de todos os verdadeiros valores humanos. Os cristãos devem ser arautos e testemunhas dos verdadeiros valores humanos. Finalmente, Paulo convida os filipenses a porem em prática estas recomendações segundo o exemplo que receberam do próprio Paulo. O cristão tem de viver os valores humanos em confronto constante com o Evangelho.
ATUALIZAÇÃO • Em primeiro
lugar, Paulo convida a não viverem inquietos e preocupados. Os cristãos estão
“enxertados” em Cristo e têm a garantia de com Ele ressuscitar para a vida
definitiva. Eles sabem que as dificuldades, os dramas, as perseguições, as
incompreensões são apenas acidentes de percurso, que não conseguirão arredá-los
da vida verdadeira. Os cristãos não são pessoas fracassadas, mas pessoas com um
objetivo final bem definido. O caminho de Cristo é um caminho de dom e de
entrega da vida; mas não é um caminho de tristeza e de frustração.
• Em segundo
lugar, Paulo convida os crentes a terem em conta, na sua vida, esses valores
humanos que todos os homens apreciam e amam: a verdade, a justiça, a honradez,
a amabilidade, a tolerância, a integridade… Um cristão tem de ser, antes de
mais, uma pessoa íntegra, verdadeira, leal, honesta, responsável, coerente.
Ouvimos, algumas vezes, dizer que “os que vão à igreja são piores do que os
outros”. Em parte, a expressão serve, sobretudo, a muitos dos chamados
“cristãos não praticantes” para justificar o fato de não irem à igreja; mas não
traduzirá, algumas vezes, o mau testemunho que alguns cristãos dão quanto à
vivência dos valores humanos?
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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Pe. Antônio Geraldo - A
Vinha do Senhor...
A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo
eleito, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.
Na 1ª Leitura, Isaías,
com o "Cântico da Vinha", narra a História do amor de Deus
e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7)
É um lindo poema composto pelo profeta,
descrevendo o amor de Deus e a resposta do Povo.
- Um agricultor escolheu o terreno
mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados
necessários.
- O sonho dele era a colheita
dos FRUTOS do seu trabalho...
- Mas a decepção foi grande: só
deu uvas azedas... "Que mais poderia
eu ter feito por minha vinha e não fiz?"
- Reação: Seu amor se
transforma em ódio: derruba o muro de proteção, permite que os transeuntes a
pisem livremente e que o inço tome conta...
* Os Frutos, que o Senhor esperava,
eram "o direito e a justiça", respeito pelos Mandamentos e fidelidade
à Aliança.
Ao invés, viu "sangue derramado" e "gritos de
horror": infidelidade, injustiça, corrupção, violência...
Daí o castigo de Deus: a invasão dos assírios e depois dos babilônios,
que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos.
Na 2ª Leitura, Paulo
apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha.
São esses os frutos que Deus espera da
sua "Vinha". (Fl 4,6-9)
No Evangelho, Jesus
retoma e desenvolve o poema da VINHA.
(Mt 21,33-43)
- Um Senhor planta uma vinha com todo
o cuidado e tecnologia necessária e a
confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.
- Chega o tempo da vindima, manda
buscar a colheita e vem a surpresa. Não
entregam os frutos e maltratam os enviados...
Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.
- A "Vinha" não será
destruída, mas os trabalhadores serão substituídos...
* A parábola é uma releitura da
História da Salvação: ilustra a recusa de ISRAEL ao projeto de salvação de
Deus.
- A Vinha é o Povo de Deus
(Israel).
- O Dono é Deus, que
manifestou muito amor pela sua vinha.
- Os vinhateiros são os líderes
do povo judeu...
- Os enviados são os
profetas... o próprio Cristo "morto fora da vinha".
- Resultado: A "vinha" será
retirada e confiada a outros trabalhadores, que ofereçam ao "Senhor"
os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.
- Reação do Povo: tentam prender
Jesus, pois percebem que a Parábola se refere a eles...
+ Quem são esses "outros", aos
quais é entregue a Vinha?
Somos todos nós, membros do novo Povo
de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar
as esperanças do Senhor na hora da colheita.
- Que tipo de frutos está faltando?
- Isaías resume a queixa de Deus nas
palavras do dono da vinha:
"Esperei deles justiça, e houve sangue
derramado; esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos de socorro de gente que foi explorada e maltratada..."
* Será que isso acontecia só no
passado? Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de
acolhimento, de compreensão, de misericórdia, de partilha, de serviço, a
realidade do Reino, que Jesus veio propor.
Não somos "donos", mas apenas administradores...
+ Deus nunca desiste de sua obra de
amor e salvação!
Diante do fracasso com alguns... Deus não desiste... Mas Ele recomeça
com outros...
- Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos produzindo?
+ Missão na ecologia!...
Nesse Mês missionário, somos
convidados a renovar com Deus a Aliança.
- Que frutos estamos produzindo para a realização do Reino de Deus?
Se hoje não somos missionários, não é esse um sinal de que estamos sendo maus vinhateiros?
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Françoá Costa
Agraciados e
desgraçados
A palavra
“agraciado” soa bem aos nossos ouvidos, não posso afirmar a mesma coisa do seu
antônimo. Mas não se erra ao afirmar-se que des-graçado significa sem-graça. Os
lavradores da parábola que nós escutamos eram agraciados: eram dignos da estima
do seu senhor que lhes confiara a sua vinha. Mas caíram na desgraça: perderam a
vinha e morreram por causa da própria ambição. Grande contradição a da vida
daqueles homens: querendo a herança, perderam a vida, perderam até mesmo a
possibilidade de ambicionar a herança.
Aqueles
lavradores tinham uma ambição desleal. Eles eram invejosos. Não estou falando
mal deles, simplesmente tento glosar o que eles mesmos disseram: “eis o
herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança” (Mt 21,38). É fato que os
lavradores não suspeitavam duma coisa: o filho queria fazer deles participantes
da sua herança. Mas, pobres coitados! Os lavradores, que poderiam ser uns ricos
herdeiros por graça do seu senhor, acabariam sendo homicidas e exterminados sem
piedade. Eram uns homens miseráveis porque eram egoístas e invejosos. Temos que
ter cuidado: poderíamos ser uns desgraçados, inclusive ambicionando coisas
boas.
Mais ainda,
provavelmente, se tivessem ficado com a herança teriam se matado entre eles,
cada um defendendo os próprios “direitos”. Como a estória daqueles três
“amigos” que eram assaltantes. Conta-se que na hora de dividir o produto do
roubo resolveram “comemorar”. Sendo assim, um deles foi comprar uma garrafa de
whisky para fazer a festa. Este, muito esperto, resolve ficar com tudo só para
ele e coloca veneno na garrafa para que os outros morram. Enquanto isso os
outros dois “amigos” planejam o seguinte: ficar com tudo para eles. Quando
chega o que fora comprar o whisky, os outros dois o matam e, para comemorar
tomam o whisky… Péssimo resultado! Morreram todos! É fato: quem não sabe
partilhar não serve para ter.
A parábola que
o Senhor Jesus nos contou no dia de hoje é um resumo de toda a história da
salvação com os seus progressos e os seus regressos. Da parte de Deus, ele
sempre a fez progredir. No que diz respeito ao ser humano, havia progresso
quando ele correspondia à vontade de Deus; regresso, quando as pessoas se
rebelavam contra o querer de Deus. Finalmente, “Deus enviou o seu próprio
Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os
que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção” (Gl 4,4-5). Desta
maneira, o homem pôde corresponder perfeitamente à vontade do Pai. Jesus,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem, viveu intensamente a vontade do seu Pai do
céu.
“Hão de
respeitar o meu filho” (Mt 21,37). Mas não! Mas será que hoje em dia se
respeita o Filho de Deus que morreu e ressuscitou pela nossa salvação? A
ingratidão é uma coisa penosa, machuca o coração e fere os sentimentos mais
profundos. Às vezes, a ingratidão é mais dolorosa que um ato de violência
física. O Coração do nosso Pai do céu é alvo de constantes ingratidões. Deus
nos oferece a felicidade e nós pensamos que as suas exigências santas são como
uma espécie de moral de escravos ou de infelizes. Deus oferece o que é bom, o
que constrói o ser humano, mas nós continuamos com a “cabeça dura” e o “nariz
empinado” querendo construir a própria felicidade à margem de Deus. Dá a
impressão que às vezes o homem quer colocar-se no lugar de Deus. O certo é que
há várias tentativas de construir um espaço sem Deus, sem religião, sem
valores; enfim, um mundo que se encaminharia à destruição por mãos do próprio
homem. A pessoa humana é um ser maravilhoso, mas pode transformar-se num pobre
desgraçado.
Não estou
sendo pessimista se afirmo que se a vinha não está nas mãos de Deus, as uvas
apodrecerão os dentes de quem as comer. Isto é, qualquer felicidade que deixa a
Deus de fora é uma fantasia. Como poderia ser verdadeiramente feliz alguém que
renuncia a algo que lhe é tão próprio como a dimensão religiosa da vida? Como
pode alcançar a felicidade alguém que era escravo, foi libertado, mas não quer
viver segundo aquilo que é tão próprio do seu ser: a liberdade? Como pode ser
feliz alguém que opta por desprezar aquele que quer fazê-lo feliz dando-lhe a
herança dos filhos?
Pe. Françoá
Costa
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Homilia de D.
Henrique Soares - Is 5,1-7 / Sl79 / Fl 4,6-9 / Mt 21,33-43
A Palavra de
Deus deste XXVII Domingo Comum recorda-nos uma história de amor, misteriosa,
triste e destinada a nos fazer pensar… É a história do Povo de Israel. Não sua
história simplesmente na forma de crônica, de rosário de fatos, um após o
outro, no correr do tempo. Aqui a história é apresentada em forma de parábola,
uma parábola do amor de Deus, o Amado, por sua vinha; uma parábola de decepção,
de vinhateiros assassinos, de um Filho querido jogado fora da vinha…
Na primeira
leitura, de Isaías, Deus se queixa de sua vinha pela boca de seu profeta: “Um amigo meu plantou videiras
escolhidas… esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens”.
Eis a história de Israel, a vinha amada: o Senhor plantou seu povo: esperou
bons frutos, mas vieram frutos azedos: “A
vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá é sua amada
plantação; eu esperava deles frutos de justiça – e eis a injustiça; esperava
obras de bondade – e eis a iniqüidade”. Ante tal infidelidade, o
Senhor diz pelo profeta: “Vou
desmanchar a cerca, e ela será devastada, vou derrubar o muro, e ela será
pisoteada. Vou deixá-la inculta e selvagem…” Eis o triste resumo da
história do Povo de Deus da antiga aliança. Tão amado, tão preferido, Israel
não foi fiel à aliança, Israel não deu os frutos de amor, de sensibilidade para
com seu Deus, de total dedicação a ele que o Senhor esperava.
Caríssimos,
essa atitude do primeiro povo chegou ao extremo na atitude dos chefes judeus da
época de Jesus: misteriosamente, eles rejeitaram Jesus, expulsaram-no da vinha
de Deus e mataram-no. O fato é que Israel foi se fechando para aliança com o
seu Deus e, quando o Messias veio, o Povo amado não teve a capacidade para
reconhecê-lo e acolhê-lo… Recordemos como Jesus fala de seu próprio destino na
parábola de hoje: o proprietário que planta a vinha é o Pai do céu, a vinha
amada é a casa de Israel – essa vinha que, já vimos, deu frutos azedos; os
vinhateiros são os chefes do povo, aos quais Deus confiou sua vinha; o Senhor
enviou seus empregados para receber os frutos: são os profetas e todos aqueles
que advertiram o povo de Deus para que se convertesse. Os vinhateiros
espancaram e mataram esses enviados. O Pai, então, enviou o Filho, o Amado, o
Herdeiro. “Vinde,
vamos matá-lo!” – eis a terrível palavra dos vinhateiros, a
sentença dos chefes judeus! E tomam o Filho amado, expulsam-no como um maldito
e matam-no! Diante disso, a conclusão do Evangelho é tremenda, é misteriosa: a
vinha será tirada e dada a outros. A eleição de Israel passará para um novo
Povo, a Igreja; Jesus, a pedra rejeitada, será a pedra angular de uma nova
construção – o Novo Povo de Deus, a Igreja do Novo Testamento, nascida do seu
sangue.
Caríssimos,
que história impressionante: um povo tão amado, um povo singular. Um povo de
santos… e que perdeu a oportunidade de reconhecer e acolher o Messias tão
esperado e tão desejado! Um povo que deveria ser ministro da salvação de toda a
humanidade e não soube compreender sua missão… Ao mesmo tempo, nosso misterioso
nascimento: somos a Igreja, resto de Israel, do qual Deus fez, em Cristo, um
Novo Povo, para testemunhar o Senhor e levar seu nome aos confins da terra.
Somos um povo, caríssimos: mais que brasileiros, somos Igreja; mais que tudo,
somos o Povo de Deus da nova aliança, somos a vinha do Senhor, enxertada no
verdadeiro tronco, que é Jesus, a verdadeira videira! Sem merecer, por graça de
Deus, eis o que somos!
Irmãos e
irmãs, a Escritura nos diz que todas essas coisas aconteceram para nos servir
de exemplo (cf. 1Cor 10,6)… Não somos melhores que os judeus, não devemos
desprezá-los nem condená-los! É verdade que jamais a aliança passará para um
terceiro povo, jamais a Igreja perderá sua condição de Novo Povo de Deus.
Compreendamos: a verdadeira vinha nova é o próprio Cristo: “Eu sou a verdadeira videira e
meu Pai é o agricultor” (Jo 15,1). Vinha bendita, verdadeira cepa
da antiga vinha, Israel! Jesus é a videira, nós, os ramos: “Eu sou a videira e vós os
ramos” (Jo 15,5). Ele é o tronco bendito e nós, sua Igreja, os
ramos que não se podem separar dele! É por isso que jamais essa Igreja, nova
vinha unida ao tronco, poderá perder a condição de videira escolhida, amada e
eleita. Mas, atenção: os ramos, individualmente, podem ser arrancados: “Todo ramo que em mim não
produz fruto o Pai corta” (Jo 15,2). Eis, meus caros: devemos, sim,
perguntar pela nossa fidelidade a Deus que, em Jesus, nos fez ramos da sua nova
vinha! Que frutos, caríssimos, estamos dando? Uvas doces? Uvas azedas? Uvas
nenhumas? Quais são nossos frutos? São nossas obras, são nossas atitudes, é
nosso modo de viver? O Senhor espera de nós uma vida segundo a sua vontade,
segundo aquilo que o Senhor Jesus nos mostrou e viveu; o Senhor espera de nós
um testemunho de amor profundo a ele, para que o mundo descubra e corresponda
ao seu amor! Na segunda leitura deste hoje, o Apóstolo nos exorta: “Irmãos,
ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável,
honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Praticai o que
aprendestes e recebestes. Assim o Deus da paz estará convosco”. Eis aqui um belo
programa de frutos dados por um ramo enxertado em Cristo!
Igreja de
Deus, aqui reunida para a Eucaristia, é a vinha amada do Senhor! Vinha por
vezes ameaçada de devastação, seja pela perseguição do mundo que não crê, seja
pelos seus próprios pecados, que azedam os frutos que deveriam ser doces!
Convertei-vos, Igreja de Deus em Cristo; convertei-vos e dai frutos em vossa
vida!
Quanto a vós,
Senhor Deus, Senhor da vinha, “Voltai-vos
para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai! Visitai a vossa
vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao
Rebento que firmastes!” Olhai, Pai Santo, a face do vosso Filho
Jesus, morto e ressuscitado, que oferecemos em sacrifício eucarístico: tende
piedade de nós; dai-nos força, vida e paz! Amém.
D. Henrique
Soares
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Homilia de Mons. José Maria Pereira
A Vinha:
Frutos e Missão.
O Profeta
Isaías (Is 5, 1-7) mostra como Deus manifestou o seu amor, os seus cuidados
pela vinha, por Israel, o povo eleito e a falta de correspondência a esse amor.
Descreve Israel como uma plantação de Deus, tratada com todos os cuidados
possíveis: “Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: um
amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras,
plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar:
esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas azedas. O que poderia
eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?” (Is 5, 1-4)
A Palestina
era um lugar rico em vinhedos, e os Profetas recorreram com frequência a essa
imagem, tão conhecida por todos, para falar do Povo eleito. Israel era a vinha
de Deus, a obra do Senhor, a alegria do seu coração. O próprio Senhor, como se
lê em Mt 21, 33-43, referindo-se ao Profeta Isaías, revela-nos a paciência de
Deus, que manda os seus mensageiros, um após outro, em busca de frutos. Por
fim, envia o seu Filho amado, o próprio Jesus, que os vinhateiros acabarão por
matar: “E, lançando lhe as mãos, puseram-no fora da vinha e mataram-no.” É uma
referência clara à crucifixão, que teve lugar fora dos muros de Jerusalém.
A Vinha é
certamente Israel, que não correspondeu aos cuidados divinos; mas é também a
Igreja, bem como cada um de nós: “Cristo é a verdadeira videira, que dá vida e
fecundidade aos ramos, quer dizer, a nós que pela Igreja permanecemos nele e
sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15, 1-5).
Meditemos hoje
se o Senhor pode encontrar frutos abundantes na nossa vida; abundantes porque é
muito o que nos foi dado. Frutos de caridade, de trabalho bem feito, de
apostolado com os amigos e familiares; jaculatórias, atos de amor de Deus e de
desagravo ao longo do dia, ações de graças, contrariedades acolhidas com paz,
pequenos sacrifícios praticados discretamente e com toda a naturalidade.
Examinemos também se, ao mesmo tempo, não produzimos essas uvas amargas que são
os pecados, a tibieza, a mediocridade espiritual, a desordem, as faltas de que
não pedimos perdão ao Senhor…
A Vinha foi
cercada, fez nela um lagar… A cerca, o lagar e a torre significam que Deus não
economizou nada para cultivar e embelezar a sua vinha.
Esperava uvas
boas e produziu uvas azedas. O pecado é o fruto amargo das nossas vidas. A
experiência das fraquezas pessoais ressalta com demasiada evidência na história
da humanidade e na de cada homem. “Ninguém se vê inteiramente livre da sua
fraqueza, solidão ou servidão. Antes pelo contrário, todos precisam de Cristo
modelo, mestre, libertador, salvador e vivificador” (Ad Gentes, 8). Os nossos
pecados estão inteiramente relacionados com essa morte do Filho amado, de
Jesus.
Para produzirmos
os frutos de vida que Deus espera diariamente de cada um de nós, temos em
primeiro lugar de pedir ao Senhor e fomentar uma santa aversão por todas as
faltas – mesmo veniais- que ofendem a Deus. Os descuidos na caridade, os juízos
negativos sobre esta ou aquela pessoa, as impaciências, os agravos não
esquecidos, a dispersão dos sentidos internos e externos, o trabalho mal
feito…, “ fazem muito mal à alma. Por isso, diz o Senhor no Cântico dos
Cânticos: caçai as pequenas raposas que destroem a vinha” (Caminho, 329). É
necessário que nos empenhemos continuamente em afastar tudo aquilo que não é
grato ao Senhor. A alma que detesta o pecado venial deliberado, pouco a pouco
vai crescendo em delicadeza e em finura no trato com o Mestre.
São Paulo (Fl
4, 6-9) lembra que na nossa fraqueza é preciso que nos apoiemos na oração.
Devemos pedir a graça da fidelidade para que possamos dar muitos frutos,
guardando nossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus.
Somos todos
nós, membros do Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus
frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.
Que frutos
estamos produzindo para a realidade do Reino de Deus? Nesse Mês Missionário,
somos convidados a renovar com Deus a Aliança. Se hoje não somos missionários,
não é esse um sinal de que estamos sendo maus vinhateiros?
“Ao chamar os
seus para que O sigam, Jesus lhes dá uma missão precisa: anunciar o Evangelho
do Reino a todas as nações (cf. Mt 28, 19 ; Lc 24, 46-48). Por isso, todo
discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo
tempo que o vincula como amigo e irmão. Cumprir essa missão não é tarefa
opcional, mas parte integrante da identidade cristã, porque é a extensão
testemunhal da Vocação mesma” (Aparecida, 144).
Nesta perspectiva
consideremos e meditemos nas palavras de S. Paulo: “Irmãos ocupai-vos com tudo
o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso,tudo o que é
virtude ou de qualquer modo mereça louvor; é o que deveis ter no pensamento”
(Fl. 4,8).
Mons. José
Maria Pereira
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BÊNÇÃO DAS GRÁVIDAS
(As grávidas aproximam-se do
altar. O celebrante inicia a bênção)
Senhor Deus, criador do gênero
humano,
cujo Filho, pelo poder do
Espírito Santo,
Se dignou nascer da Virgem
Maria,
para redimir e salvar os
homens e as mulheres,
libertando-os da dívida do
antigo pecado,
escutai com bondade as
preces destas mães,
que confiadamente Vos
suplicam pela saúde dos seus filhos e filhas que vão nascer,
e concedei-lhes um parto
feliz;
que os filhos e filhas destas
mães,
entrando pelo Batismo na comunidade
cristã,
venham a conhecer –Vos e a
amar-Vos,
Vos sirvam dedicadamente
e alcancem a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus
Cristo
que é Deus convosco na
Unidade do Espírito Santo
Amém.
Depois
da oração de bênção, as mães invocam a proteção da Virgem Santa Maria,
recitando a antífona:
À vossa proteção nos
acolhemos, Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas
súplicas nas nossas necessidades,
mas livrai-nos de todos os
perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita.
(recebem a bênção do celebrante)
Para
a Celebração da Palavra:
LOUVOR: (QUANDO O PÃO
CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
O SENHOR ESTEJA CONVOSCO... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR...
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS, NA
FORÇA DO ESP. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: PAI, NÓS VOS AGRADECEMOS PELA NOSSA
VIDA!
à Senhor nosso
Deus, vos louvamos pelo vosso grande amor por nós. Pelo batismo somos o vosso
povo. Como povo queremos produzir os frutos que esperais. Queremos ser
comunidade de paz, de fraternidade e de muito amor.
T: PAI, NÓS VOS AGRADECEMOS PELA NOSSA
VIDA!
à Senhor nosso
Deus, somos vossos filhos. Vosso Filho Jesus nos disse: “Eu sou a ressurreição
e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. - Pai,
em nossas dificuldades e sofrimentos, aliviai nossos fardos.
T: PAI, NÓS VOS AGRADECEMOS PELA NOSSA
VIDA!
àSenhor nosso
Deus, esta comunidade deseja fazer a vossa vontade produzindo bons frutos. Nós
aceitamos vosso Filho Jesus, que nos enviastes para ser luz de nossa vida. É
com Ele e Nele que vos louvamos e agradecemos. Pai, Queremos a paz e o amor
reinando no meio de nós. Enviai o
Espírito Santo para nos fortalecer e termos ânimo e muita esperança nessa nossa
caminhada rumo ao vosso Reino.
T: PAI, NÓS VOS AGRADECEMOS PELA NOSSA
VIDA!
à:
PAI NOSSO... A PAZ... EIS O CORDEIRO...
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