4º DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano 2015 B (Adaptado e
postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE :
SINOPSE :
Tema: “Um ensinamento novo, proclamado
com autoridade!”
Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que enfeiam o mundo.
Primeira leitura: O profeta é alguém que Deus escolhe, e envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens.
Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que enfeiam o mundo.
Primeira leitura: O profeta é alguém que Deus escolhe, e envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens.
Evangelho: Jesus, pela sua Palavra e
pela sua ação, transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros
do egoísmo, do pecado e da morte.
Segunda leitura: repensar as prioridades e não deixar que as realidades transitórias empeçam um compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
Segunda leitura: repensar as prioridades e não deixar que as realidades transitórias empeçam um compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
(ver também as três homilias)
6. PRIMEIRA LEITURA (Dt 18,15-20)
Moisés
falou: “O Senhor fará surgir do meio de teus irmãos, um profeta: a ele deverás
escutar. ...Porei em sua boca as minhas palavras.... Eu mesmo pedirei contas a
quem não escutar as minhas
AMBIENTE - O Deuteronômio foi descoberto no Templo no reinado de Josias (622). O livro apresenta três discursos de Moisés. O nosso texto refere-se ao papel e ao significado do profetismo.
O catequista deuteronomista apresenta, aqui os critérios para distinguir o verdadeiro do falso profeta.
MENSAGEM - Para os deuteronomistas, Moisés é o modelo de profeta. A iniciativa foi de Deus que o chamou e o enviou
Em
segundo lugar, Moisés sempre testemunhou as palavras que Deus lhe ordenou que
dissesse. A mensagem transmitida não era a mensagem de Moisés, mas a mensagem
de Deus. O verdadeiro profeta testemunha fielmente as propostas de Deus para os
homens e para o mundo.
As palavras do profeta devem ser acolhidas, pois são palavras de Deus.
ATUALIZAÇÃO - *** A vocação profética é iniciativa de Deus. O profeta não pode assumir uma atitude de arrogância e de autossuficiência, mas tem de se sentir um instrumento humilde através do qual Deus age.
*** O testemunho profético deve ser assumido e vivido com fidelidade absoluta e total empenho.
*** Se o profeta não pode utilizar a missão em benefício próprio; não deve utilizar o seu ministério para se exibir, para ser admirado, para conseguir sucesso, para promover a sua imagem e obter os aplausos das multidões. A missão profética tem de estar sempre ao serviço de Deus, e não ao seus interesses.
As palavras do profeta devem ser acolhidas, pois são palavras de Deus.
ATUALIZAÇÃO - *** A vocação profética é iniciativa de Deus. O profeta não pode assumir uma atitude de arrogância e de autossuficiência, mas tem de se sentir um instrumento humilde através do qual Deus age.
*** O testemunho profético deve ser assumido e vivido com fidelidade absoluta e total empenho.
*** Se o profeta não pode utilizar a missão em benefício próprio; não deve utilizar o seu ministério para se exibir, para ser admirado, para conseguir sucesso, para promover a sua imagem e obter os aplausos das multidões. A missão profética tem de estar sempre ao serviço de Deus, e não ao seus interesses.
10. EVANGELHO (Mc 1, 21-28) Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. Um homem possuído por um espírito mau gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou...
AMBIENTE - A primeira parte, Marcos (1 - 8) tem como objetivo à descoberta de Jesus como o Messias. O texto que nos é hoje proposto, Jesus começa a revelar-Se como o Messias-libertador.
MENSAGEM - É
provável que Jesus tivesse sido convidado, nesse dia, para comentar as leituras
feitas. As pessoas ficaram maravilhadas, “porque ensinava com autoridade e não
como os escribas”. A referência à autoridade das palavras pretende sugerir que
Ele vem de Deus e traz uma proposta que tem a marca de Deus. Aparece “um homem
com um espírito impuro”. Para os judeus, as doenças eram provocadas por
“espíritos maus”. As pessoas afetadas por esses males deixavam de cumprir a Lei
e ficavam na “impureza” – afastadas de Deus e da comunidade - Acreditava-se que só Deus era capaz de vencer
os “espíritos maus” e devolver aos homens a vida e a liberdade perdidas.
Marcos põe o “espírito mau” que domina “um homem” presente na
sinagoga, a interpelar Jesus. Sugere-se, dessa forma, que diante da proposta
libertadora que Jesus veio apresentar, os “espíritos maus” que oprimem os
homens ficam inquietos, pois sentem que o seu poder sobre a humanidade chegou
ao fim. A ação da cura do homem “com um espírito impuro” constitui “a prova” de
que Jesus traz a libertação que vem de Deus; pela ação de Jesus, Deus vem ao
encontro do homem para salvá-lo de tudo que o impede de ter vida em plenitude. Para Marcos ,
O “Reino de Deus” instalou-se no mundo. Jesus, cumprindo o projeto libertador
de Deus, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres
todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
ATUALIZAÇÃO
- **O “homem com um espírito impuro” representa todos, cujas vidas são
controladas pelo egoísmo, orgulho, autossuficiência, medo, exploração,
exclusão, injustiça, ódio, violência e pecado. É essa cultura de morte, que
percorre um caminho à margem de Deus e das suas propostas. O Evangelho
garante-nos que Deus insiste em oferecer a todos a vida plena.
** A proposta de Deus torna-se realidade viva em Jesus. Ele é o Messias
libertador que, com a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as
suas ações, vem propor um projeto de liberdade e de vida.
Ao egoísmo, Ele contrapõe a partilha;
Ao
orgulho e à autossuficiência, o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos;
À
exclusão, Ele propõe a tolerância e a misericórdia;
À
injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites;
Ao medo,
Ele contrapõe a liberdade;
À morte, Ele contrapõe a vida.
O projeto de Deus é um projeto transformador, capaz de renovar o
mundo e de construir, desde já, uma nova terra de felicidade e de paz. É essa a
Boa Nova que deve chegar a todos os homens e mulheres da terra.
** Os discípulos de Jesus têm de continuar a missão e assumir a mesma luta de Jesus contra os “demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm de lutar contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.
** Os discípulos de Jesus têm de continuar a missão e assumir a mesma luta de Jesus contra os “demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm de lutar contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.
8. SEGUNDA LEITURA (1Cor 7, 32-35) Irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher e, assim, está dividido. ... O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.
AMBIENTE - A comunidade de Corinto
é uma comunidade grega, onde a cultura oscilava entre dois extremos: por um
lado, um grande laxismo (muitos marinheiros e o templo de Afrodite, a deusa do
amor); por outro lado, um desprezo pela sexualidade (filosofia platônica, que
consideravam a matéria um mal e que faziam do não casar um ideal).
O desejo
de Paulo é o de apresentar um caminho equilibrado, face a estes exageros:
condenação sem apelo de todas as formas de desordem sexual, defesa do valor do
casamento, elogio do celibato (cf. 1 Cor 7).
Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato.
MENSAGEM - Paulo reconhece que, quem não é casado tem mais tempo e disponibilidade para se preocupar “com as coisas do Senhor”. Para Paulo, o casamento é uma realidade importante (são dons de Deus); mas é uma realidade terrena e efêmera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Na sua perspectiva, o celibato leva vantagem enquanto caminho que aponta para as realidades eternas: anuncia a vida nova de ressuscitados que nos espera, ao mesmo tempo que facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos.
Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes, a segunda vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, preocupar-se com as coisas de Deus e relativizar as realidades transitórias e efêmeras, entre as quais se contava o casamento.
Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato.
MENSAGEM - Paulo reconhece que, quem não é casado tem mais tempo e disponibilidade para se preocupar “com as coisas do Senhor”. Para Paulo, o casamento é uma realidade importante (são dons de Deus); mas é uma realidade terrena e efêmera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Na sua perspectiva, o celibato leva vantagem enquanto caminho que aponta para as realidades eternas: anuncia a vida nova de ressuscitados que nos espera, ao mesmo tempo que facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos.
Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes, a segunda vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, preocupar-se com as coisas de Deus e relativizar as realidades transitórias e efêmeras, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO - **
As realidades terrenas são passageiras e não devem ser absolutizadas. As
realidades desta terra não podem ser o objetivo final e único da vida do homem.
** A virgindade consagrada, por amor
do Reino, nem sempre é um valor compreendido, à luz dos valores da nossa
sociedade. Paulo sublinha o valor da virgindade como valor autêntico, pois
anuncia o mundo novo que há-de vir e disponibiliza para o serviço de Deus e dos
irmãos. É sinal de desprendimento, de doação, de disponibilidade e deve ser
positivamente valorizada. Aqueles que são chamados a viver dessa forma são
pessoas generosas, que renunciaram a um bem (o matrimônio) em vista da sua
entrega a Deus e aos outros.
“Ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas”.
Jesus não é um simples mestre … Deus prometera pela boca de
Moisés: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do
meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar!” E
os judeus esperavam esse profeta. Perguntaram a João Batista: “És
o Profeta?” (Jo 1,21), isto é, “És o Profeta prometido por Moisés?”
Ele chegou: é Jesus! Como Moisés, ele foi perseguido ainda pequeno pelo rei que
queria matar as criancinhas; como Moisés, ele teve que fugir do tirano, como
Moisés, sobre o Monte – não o Sinai, mas o Tabor, as Bem-aventuranças – ele deu
a Lei da vida ao seu povo; como Moisés, deu ao povo de comer, não mais o maná
que perece, mas aquele pão que dura para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro
Moisés; e mais que Moisés, “porque a Lei foi dada por meio de
Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,17).
Jesus é a plenitude da Lei de Moisés, Jesus não é somente um profeta, mas é o
próprio Deus, Senhor dos profetas, Senhor de Moisés! Moisés deu testemunho dele
no Tabor e cairia de joelhos a seus pés se o encontrasse. Jesus, caríssimos, é
a própria Palavra do Pai feita carne, feita gente, habitando entre nós!
Mas, essa Palavra não é somente voz,
sopro saído da boca. Essa Palavra que é Jesus é tão potente (lembrem-se que
tudo foi criado por ela!), que não somente fala, mas faz a salvação acontecer.
Por isso os milagres de Jesus são para mostrar que ele é a Palavra eficaz e
poderosa do nosso Deus. Ao curar um homem atormentado na sinagoga, Jesus mostra
toda a sua autoridade, seu poder e também o sentido de sua vinda entre nós: ele
veio trazer-nos o Reino de Deus, expulsando o reino de Satanás, isto é, tudo
aquilo que nos escraviza!
Pe. Joaquim, Pe. Manuel, Pe. José
Carvalho
LOUVOR: (QUANDO
O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO PAI, NA FORÇA DO ESP.
SANTO.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
à
Bendito e louvado sejais, ó Pai, nosso Criador. Vos louvamos e agradecemos pela
vida que nos destes e pelo amor que manifestastes nos enviando vosso Filho para
nos salvar.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
à
Senhor nosso Deus, abri o nosso coração para que possamos sempre acolher a
vossa vontade e saibamos ser profetas anunciando o amor, a fraternidade e a
justiça entre todos.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
à
Pai querido, queremos nos libertar de nosso egoísmo, autossuficiência, orgulho
e vaidade.
Dái-nos um coração humilde e bondoso para que
saibamos amar e perdoar.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
à Meu
Senhor e meu Deus! Ajudai-nos para que vejamos além das realidades terrenas e
não coloquemos nosso coração em coisas materiais, mas que valorizemos os
tesouros da partilha, do perdão, da misericórdia e do amor.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
à PAI NOSSO... A PAZ DE
CRISTO... EIS O CORDEIRO DE DEUS...
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"O Profeta"
O profetismo foi uma experiência muito forte da Bíblia.
Os profetas são homens de Deus, que surgem nos grandes
momentos de crise e de transição.
Eles sabem ler os sinais dos tempos e, graças à sua sintonia
com Deus, podem animar a fé do povo e
anunciar novos caminhos para o futuro.
O profeta é suscitado por Deus e caminha com o povo para
Deus.
Deus é o ponto de partida e o ponto de chegada...
PROFETA é alguém que Deus ESCOLHE, CHAMA e ENVIA para ser a
sua "Palavra" viva no meio do Povo.
As leituras bíblicas desse domingo nos falam do carisma
profético:
+ A 1a leitura anuncia a
vinda de um grande PROFETA que
falará aos homens em nome de Deus. (Dt 18,15-20)
MOISÉS é apresentado como modelo e exemplo do
verdadeiro Profeta:
Deus está na origem e no centro da sua vocação e a sua
mensagem é sempre o que Deus lhe ordena.
- Moisés deu a conhecer a vontade divina contida na lei
do Sinai.
Ele é o intérprete da
Lei, o intermediário entre Deus e os homens, que vigia e promove sempre a fidelidade à
Aliança.
-
Moisés também conscientizou o povo da situação de opressão em que vivia,
libertou esse povo e caminhou com ele rumo à terra Prometida.
* Daí surgem duas RESPONSABILIDADES:
- da parte do Povo: ESCUTAR o
profeta: "Eu pedirei contas a quem
não escutar..."
- da parte do Profeta: Ser fiel
ao que Deus mandou FALAR...
"Porei minhas palavras em sua boca... Se tiver a ousadia de dizer
o que não mandei, esse profeta deverá morrer..."
+ Na 2ª Leitura, Paulo fala como
um profeta, orientando a comunidade de Corinto a se libertar do excesso de
preocupações cotidianas, que impedem de servir ao Senhor com dedicação. (1Cor 7,32-35)
+ O Evangelho revela que o
Profeta esperado é JESUS. (Mc 1,21-28)
Num sábado, Jesus vai à sinagoga de Cafarnaum, acompanhado
pelos discípulos que acabara de convocar e revela-se como o Messias-Libertador.
Realiza o 1o milagre narrado por Marcos e "começa a ensinar..."
Não narra o conteúdo do ensinamento, mas o efeito da
pregação:
"Todos se
maravilhavam... O que é isso? Um ensinamento NOVO dado com autoridade... Até os
espíritos impuros lhes obedecem..."
Ele tem um jeito novo de ensinar...
- Não comunica a palavra de Deus como
os rabinos do seu tempo.
A sua mensagem é
"nova" e é anunciada "com autoridade":
É a Palavra
definitiva de Deus.
- A "autoridade" se revela
nas Palavras de Jesus e nas Ações concretas, pois liberta o homem
das forças negativas que o dominam.
Diante das palavras e dos milagres de Jesus, o povo percebe
que Ele é o profeta prometido por Moisés:
E a fama de Jesus se espalha logo por toda parte... "Ele falava como quem tem
AUTORIDADE..."
+ As leituras bíblicas nos
lembram duas Verdades:
- A nossa relação
com Jesus é fundamentalmente uma relação de "escuta":
devemos escutar a palavra de Jesus Profeta e pô-la em prática;
- Lembra-nos que o
cristão também é profeta por vocação e está chamado, com a sua palavra e com
suas obras, a revelar os caminhos de Deus e a condenar tudo aquilo que se opõe
ao mistério do reino de vida proclamado por Jesus.
+ "Ele falava com autoridade"
Vivemos num mundo de muitas falas: Fala o rádio, fala a TV,
falam os políticos, fala a Escola, fala o Sindicato, fala a Religião, falam
tantas seitas...
Quantas palavras vazias... "sem
autoridade..."
-
O que há de verdade, por trás de tantas FALAS?
Será que elas libertam ou oprimem as pessoas?
Mas há uma palavra muito mais forte e poderosa do que todas:
É a Palavra de Jesus:
Ela LIBERTA, TRANSFORMA, DÁ VIDA...
+ Como falar com autoridade?
- O clero (Bispos, presbíteros e diáconos) têm a missão de
anunciar a Palavra, com poder de Salvação...
à
Devem falar e ser: Fiéis... Autênticos... Libertadores
- Os pais angustiados afirmam: "Digo sempre para o filho... mas não adianta... ele não me
escuta..."
à
Será que falam como quem tem AUTORIDADE?
- Como falar com autoridade um professor, uma autoridade
civil, os responsáveis pelos serviços em nossas comunidades?
A Autoridade não brota das palavras... não se impõe... mas
se conquista com uma autêntica vivência humana e cristã...
Pe. Antônio
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Homilia de D. Henrique Soares
“Todos ficavam admirados com o
seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas”.Caríssimos, hoje a Palavra a nós proclamada mostra o Senhor ensinando. O Evangelho nos dá conta que seu ensinamento causava admiração. E por quê? Porque Jesus não é um simples mestre, um mero rabi… Vocês escutaram na primeira leitura o que Moisés prometera – ou melhor, o que Deus mesmo prometera pela boca de Moisés: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar!” Eis! Moisés, o grande líder e libertador de Israel, aquele através do qual Deus falava ao seu povo e lhe dera a Lei, anuncia que Deus suscitará um profeta como ele. E os judeus esperavam esse profeta. Chegaram mesmo a perguntar a João Batista: “És o Profeta?” (Jo 1,21), isto é, “És o Profeta prometido por Moisés?” Pois bem, caríssimos: esse Profeta, esse que é o Novo Moisés, esse que é a própria Palavra de Deus chegou: é Jesus, nosso Senhor! Como Moisés, ele foi perseguido ainda pequeno por um rei que queria matar as criancinhas; como Moisés, ele teve que fugir do tirano cruel, como Moisés, sobre o Monte – não o Sinai, mas o das Bem-aventuranças – ele deu a Lei da vida ao seu povo; como Moisés, num lugar deserto, deu ao povo de comer, não mais o maná que perece, mas aquele pão que dura para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Moisés; e mais que Moisés, “porque a Lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,17). Jesus é a plenitude da Lei de Moisés, Jesus não é somente um profeta, mas é o próprio Deus, Senhor dos profetas, Senhor de Moisés! Moisés deu testemunho dele no Tabor e cairia de joelhos a seus pés se o encontrasse. Jesus, caríssimos, é a própria Palavra do Pai feita carne, feita gente, habitando entre nós!
Mas, essa Palavra não é somente voz, sopro saído da boca. Essa Palavra que é Jesus é tão potente (lembrem-se que tudo foi criado através dela!), que não somente fala, mas faz a salvação acontecer. Por isso os milagres de Jesus, suas obras portentosas: para mostrar que ele é a Palavra eficaz e poderosa do nosso Deus. Ao curar um homem atormentado na sinagoga de Cafarnaum, Jesus nosso Senhor mostra toda a sua autoridade, seu poder e também o sentido de sua vinda entre nós: ele veio trazer-nos o Reino de Deus, do Pai, expulsando o reino de Satanás, isto é, tudo aquilo que demoniza a nossa vida e nos escraviza! – Obrigado, Senhor, Jesus, pela tua vinda! Obrigado pela tua obra de libertação! Muito obrigado porque, em ti, tudo é Palavra potente: tua voz, tuas ações salvadoras, teu modo de viver, teus exemplos, tuas atitudes! Tu não somente tens palavras de vida eterna; tu mesmo és a Palavra de Vida! Obrigado! Dá-nos a capacidade de escutar-te sempre!
Meus caros, se Jesus é essa Palavra potente, Palavra de vida, então viver sua Palavra é encontrar verdadeiramente a vida e a liberdade. Na leitura do Deuteronômio que escutamos, Deus dizia, falando do Profeta que haveria de vir: “Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome”. Ora, caríssimos, se Jesus é a Palavra de Deus, então é nele que encontramos a luz para os nossos passos e o rumo da nossa existência. Num mundo como o nosso, que prega uma autonomia louca do homem em relação a Deus, uma autonomia contra Deus, nós que cremos em Jesus, devemos cuidar de nos converter sempre a ele, escutando sua palavra. Ele nos fala, caríssimos: fala-nos nas Escrituras, fala-nos na voz da sua Igreja, fala-nos íntimo do coração, fala-nos na vida e nos acontecimentos… Certamente, ouvi-lo não é fácil, pois muitas vezes sua palavra é convite a sairmos de nós mesmos, de nossos pensamentos egoístas, de nossas visões estreitas, de nossa sensibilidade quebrada e ferida pelo pecado. Sairmos de nós para irmos em direção ao Senhor, iluminados pela sua santa palavra – eis o que Cristo nos propõe hoje!
É tão grande a bênção de encontrar o Senhor, de viver nele e para ele, que São Paulo chega mesmo a aconselhar o celibato, para estarmos mais disponíveis para o Senhor. Vocês escutaram a segunda leitura da Missa deste hoje. O Apóstolo recomenda o ficar solteiro, não por egoísmo ou ódio ao matrimônio, mas para ter mais condições de ser solícitos para com as coisas do Senhor e melhor permanecer junto ao senhor. É este o sentido do celibato dos religiosos e dos padres diocesanos: recordar ao mundo que Cristo é o Senhor absoluto de nossa vida e que por ele vale a pena deixar tudo, para com ele estar, para, como Maria irmã de Marta, estar a seus pés, escutando-o e para ele dando o melhor de nós. O celibato, que num mundo descrente e sedento de prazer sensual, é um escândalo, para os cristãos é um sinal do primado de Cristo e do seu Reino.
Rezemos para que aqueles que prometeram livremente viver celibatariamente cumpram seus compromissos com amor ao Senhor e à Igreja. Rezemos também para que os cristãos saibam ver no celibato não uma armadilha ou uma frustração, mas um belíssimo sinal profético, um verdadeiro grito de que Deus deve ser amado por tudo e em tudo, acima de todas as coisas. Se os casados mostram a nós, celibatários, a beleza do amor conjugal e do mistério de amor esponsal entre Cristo e a Igreja, nós, solteiros pelo Reino dos Céus, mostramos aos casados e ao mundo que tudo passa e tudo é relativo diante da beleza, da grandeza e do absoluto dAquele que Deus nos enviou: o seu Filho bendito, sua Palavra eterna, Verdade que ilumina, liberta e dá vida. A ele a glória para sempre. Amém.
D. Henrique Soares
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Homilia do PE.
PEDRINHO
É muito interessante observar, que a liturgia hoje nos ajuda
a compreender qual foi a necessidade de um profeta na vida daquele povo. Deus
sempre procurou SE comunicar e manter comunhão com toda a humanidade. Mas nem
sempre a humanidade está disposto a acolher a Deus e a ouvi-lo. Aqui ou ali
sempre se procura um pretexto, uma desculpa, para não ouvir a Deus. E lá no
monte Horeb, o povo que estava buscando a sua libertação, eles alegaram que
tinham medo de morrer diante daquele fogo que aparecia quando Deus se
manifestava e que a voz de Deus era
muito forte aos ouvidos, de tal maneira que disseram: preferimos que alguém
fale em seu nome. É assim que temos então o relato do Deuteronômio, aonde ser
reconhece a função do Profeta. Cabe lembrar que o profeta denuncia aquilo
que está errado e anuncia qual é a vontade de Deus. Também o profeta é
aquele que fala em nome de Deus para o povo e fala em nome do povo para Deus. Então,
ele se torna uma ponte entre o ser
humano e Deus. É evidente, que quando os profetas começaram a dirigir a palavra
de Deus, também eles foram rejeitados. Porque no fundo, não é que o ser humano
não aguenta a ouvir a Deus, mas, generalizando, ele não quer ouvir a Deus,
porque sabe que ouvindo a Deus, ele será convidado a mudar de vida. E a mudança
de vida nem sempre está no plano das pessoas. É por isso que então, vamos
compreender Jesus, toda a trajetória de Jesus e no final ao final toda a
humanidade aos olhos de Jesus. Quem é Jesus? É Deus que diz: se eles não
conseguem me ouvir, outra forma, eu que vou me tornar humano e me tornar UM com
eles, me tornar um deles. De forma que Jesus vem, revela, anuncia toda a
Palavra de Deus e acabaram também eliminando Jesus. Porque afinal de contas,
Deus incomoda. Ora, por que isto acontece? O Evangelho vai dizer: dentre tantos
motivos, um deles, é que o ser humano nem sempre tem o espírito puro, nele próprio.
Muitas vezes ele tem o espírito impuro. E quando nós ouvimos falar de espírito
impuro, não raras vezes, atribuímos a Satanás, quando na realidade, poderá até
vir a ser Satanás através dos valores que a pessoa cultiva. Mas, normalmente,
espírito impuro é o EGOÍSMO, espírito impuro é injustiça, espírito impuro é o
desejo de se colocar acima dos outros, espírito impuro é quando eu subjugo,
domino alguém para poder ganhar dinheiro, poder e prestígio. Espírito impuro ás
vezes está presente onde agente menos espera. E é isto que São Marcos vai
mostrar para nós. Aonde é que apareceu o espírito impuro? É onde ninguém
esperaria encontrar um espírito impuro; na sinagoga. Para quem não se lembra,
em Jerusalém estava o templo, o único lugar onde se podia realizar sacrifícios
de animais e outros tipos de oblações. Era o único templo para todo o país, para
todo o território. Agora, em cada cidade existia a sinagoga, pouco maior que
uma casa, para abrigar as pessoas. Para elas, todo sábado era lida a Palavra de
Deus, contemplada e eventualmente, se converter de seus pecados. Ora, sinagoga é
um lugar onde se fala de Deus e Jesus vai ali, porque se é para ouvir a
Palavra, tem tudo a ver com Ele. E chega lá, tem alguém com o espírito impuro,
que logo pergunta a ele; o que você quer aqui entre nós, Jesus? Tu és o Santo
de Deus. - Então, primeira conclusão:
nem sempre quem reconhece Jesus como o Santo de Deus é um espírito puro. Muitos
que são espírito impuro reconhecem Jesus como o Santo de Deus. Meus irmãos e
irmãs, não é suficiente falar de Deus, porque também o Diabo reconhece quem é
Deus. O suficiente é ouvir a Palavra de Deus e por em prática. É isto que não
estava acontecendo na Sinagoga. Eles ouviam a Palavra de Deus, contemplavam,
refletiam, mas não praticavam. Ora, vem Jesus mostrando então, que a sinagoga não
está mais respondendo ao desejo de Deus. Aí poderíamos dizer: bem feito. Eles são
judeus! Não. Cuidado. Porque a Palavra de Deus deve nos questionar também. Também
aqui, nós contemplamos a Palavra. Também aqui nos ouvimos a Palavra. E estamos
ponde em prática? Este é o questionamento. Deixe que os judeus questionem eles
mesmos. Vamos nos questionar nós a nós mesmos. Não é necessário questionarmos
os outros, mas é necessário nos perguntar; aquilo que eu ouço, eu pratico? Aquilo
que eu pratico ajuda as pessoas a conhecer o amor que Deus tem para com elas? Este
é o processo, a nossa caminhada de conversões, de ajudas. E muitas vezes somos
chamados a pedir a Deus que nos purifique, porque nós temos um “espíritozinho”
aqui, outro ali, que não nos ajuda a viver a Palavra. É por isso que muita
gente não quer ouvir a Palavra. Porque a Palavra questiona e ao questionar tira
do comodismo e me obriga a uma mudança de vida. Alguns poderiam dizer: se eu não
tivesse filho, se não fosse casado, eu até que poderia viver bem a Palavra, mas
não tem jeito. Outros poderiam dizer: deixa eu casar, e aí eu vou ter uma vida
de casado e então vou poder viver a Palavra de Deus. São Paulo vem dizer: tudo
isto é conversa. Quem não é casado, que sirva o Senhor. E quem é casado, que
sirva o Senhor também. É muito interessante isto. Eu fico pensando, sem querer
generalizar; mas a segunda leitura diz; o homem não casado é solícito para com
as coisas do Senhor e procura agradar o Senhor. Será mesmo? Todos os solteiros
procurem agradar o Senhor, né! Depois; o homem casado preocupa-se com as coisas
do mundo e procura agradar a sua mulher e assim, está dividido. Será mesmo, que
todo casado procura agradar a mulher? Então, meus irmãos e irmãs, não vamos ao “pé
da letra”. Nós somos convidados a interpretar
este texto a partir do contexto que São Paulo escreve; Já, semana passada, ele
dizia: as pessoas vivam como se não tivesse mulher. Eu lembrava a todos do que?
Não dê atenção somente à sua esposa, mas procure praticar o bem para com todos.
Hoje volta o mesmo assunto. Não seja motivo de omissão; olhe, eu não posso
promover o amor no mundo, porque eu estou casado, eu tenho a minha família, é
dela que eu devo pensar. Ou então: não posso viver o amor no mundo, porque sou
solteiro e tenho que curtir a vida; quando eu me casar, aí então eu sossego. Não!
A postura do cristão qual é? Ser solícito e praticar o bem em qualquer situação.
É evidente, que em primeiro lugar, em casa, para quem for casado, porque se você
não for capaz de cuidar bem de quem você diz que ama, como é que você vai
cuidar bem dos outros? Mas que não sirva de empecilho, para que você possa
fazer o bem fora de casa, o fato de ser casado. Aliás, o sentido do matrimônio é
fazer da vida do casal um sinal do amor de Deus, onde vendo a forma como eles
vivem, agente possa ver a maneira como Deus se relaciona com a humanidade. Na medida
em que praticam o bem entre si, manifeste o desejo de Deus para com toda a
sociedade.
Que Deus nos ajude a estarmos sempre dispostos a ouvir a
Palavra e nos converter, a medida em que isto for necessário e continuemos a
conviver com Deus através a Eucaristia, que nos reúne e nos fortalece a cada
domingo. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO