3º
Dom. TC 2015 Ano B - (Diácono Ismael)
SINOPSE
Tema: “Deus no hoje do homem.”
Primeira
leitura: Através de Jonas Deus diz que ama a
todos e a todos chama à salvação.
Segunda
leitura: Paulo nos lembra que o tempo é breve,
tudo acaba, mas Cristo nos dá a possibilidade de vida eterna e feliz.
Evangelho: Jesus convida a todos para se tornarem
seus discípulos; para isso Ele nos diz: “convertei-vos e crede no Evangelho”.
6. PRIMEIRA LEITURA (Jn
3,1-5.10) Leitura da Profecia de Jonas.
...”Levanta-te e põe-te a
caminho de Nínive e anuncia-lhe a mensagem”. Nínive era grande; eram
necessários três dias para ser atravessada. Jonas ... pregava: “Nínive será
destruída”. Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum e vestiram
sacos. Deus compadeceu se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes e não
o fez.
AMBIENTE - O “Livro de Jonas” (440 e410 a .C.).
O livro é ficção, escrito para ensinar e
educar. Esdras e Neemias favorecia o nacionalismo, e o fechamento aos outros
povos. Considerava-se que todos os outros povos eram inimigos de Deus, odiados
por Deus, que deviam ser destruídos por Deus. Reagindo, o autor apresenta um
Deus universal, cuja bondade e misericórdia se estendem a todos os povos. A
escolha de Nínive não é casual: Nínive, capital do império assírio era símbolo do imperialismo. Jonas, como os
outros, não está interessado que Jahwéh perdoe aos opressores do Povo. Em lugar
de se dirigir para Nínive, toma o barco para Társis, Ocidente.
MENSAGEM - desta vez, Jonas aceita a missão, vai a Nínive, os ninivitas escutam-no, fazem penitência e manifestam a vontade de conversão. Finalmente, Deus desiste do castigo.
1 - Deus ama todos os homens, sem exceção, mesmo os maus, e oferece a salvação.
AMBIENTE - O “Livro de Jonas” (440 e
MENSAGEM - desta vez, Jonas aceita a missão, vai a Nínive, os ninivitas escutam-no, fazem penitência e manifestam a vontade de conversão. Finalmente, Deus desiste do castigo.
1 - Deus ama todos os homens, sem exceção, mesmo os maus, e oferece a salvação.
2 - Os ninivitas “acreditaram em
Deus” e se converteram “do seu mau caminho”. Desta forma, o autor denuncia
a visão nacionalista, exclusivista. Jahwéh oferece o seu amor e a sua salvação
a todos os homens, até aos maus. Desafia os habitantes de Judá a assumirem a
mesma lógica de Deus – lógica de bondade, de misericórdia, de perdão, de amor
sem limites.
ATUALIZAÇÃO - • A catequese apresenta a misericórdia e bondade de Deus. Deus ama até os maus e os opressores.
ATUALIZAÇÃO - • A catequese apresenta a misericórdia e bondade de Deus. Deus ama até os maus e os opressores.
•
Nós preferíamos um Deus mais duro e
exigente, que se impusesse aos maus, Mas Ele é amor.
•
Aqueles que consideramos “maus” estão,
às vezes, mais disponíveis para Deus.
• Ver em cada homem um irmão, independente da raça, cor pele, cultura, ou até da sua bondade.
• Ver em cada homem um irmão, independente da raça, cor pele, cultura, ou até da sua bondade.
10. EVANGELHO (Mc 1,14-20)... : “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” ... Jesus viu Simão e André, e ... lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. ... viu também Tiago e João, ... e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram, seguindo Jesus.
AMBIENTE - Marcos (cf. Mc 1,14-8,30) tem como objetivo levar à descoberta de Jesus como o Messias. Este percurso de descoberta do Messias termina em Mc 8,29-30, com a confissão de Pedro, (que é a confissão de todos): “Tu és o Messias”.
hoje, Marcos apresenta os primeiros passos da ação do Messias libertador, convocando discípulos.
MENSAGEM -: “Cumpriu-se o tempo e está próximo
o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
“Cumpriu-se o tempo”, a palavra grega “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios. Poderia traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas promessas”.
É o “tempo” do “Reino de Deus”.
“Cumpriu-se o tempo”, a palavra grega “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios. Poderia traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas promessas”.
É o “tempo” do “Reino de Deus”.
A catequese de Israel referia-se a Jahwéh como a um rei que,
sentado no seu trono, governa o seu Povo. Mesmo quando Israel passou a ter reis
terrenos, esses eram considerados apenas como homens escolhidos e ungidos por
Jahwéh para governar o Povo, em lugar do verdadeiro rei que era Deus. Os
profetas, por sua vez, vão alimentar a esperança do Povo anunciando a chegada
de um tempo, no futuro, em
que Jahwéh vai voltar a reinar sobre Israel e vai
restabelecer a situação ideal da época de David. Essa missão será confiada a
um “ungido” (Messias, Cristo) que Deus vai enviar ao seu Povo. Esse
“ungido” estabelecerá um tempo de paz, de justiça, de abundância, de felicidade
sem fim – isto é, o tempo do “reinado de Deus”. O “Reino de Deus” é, portanto,
uma noção que resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de
abundância, preparado por Deus para o seu Povo. Esta esperança está viva na
época em que Jesus
aparece a dizer: “o tempo completou-se e o Reino de Deus aproximou-se”. Jesus
começa a construção desse “Reino” pedindo a conversão (“metanóia”) e o acolhimento da Boa Nova (“evangelho”).
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores, de modo a que Deus ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível esse mundo novo, sem a renuncia ao egoísmo, orgulho, autossuficiência e passe a escutar a Deus e as suas propostas.
“Acreditar” é aderir à pessoa de Jesus, fazer dela o guia da própria vida. “
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores, de modo a que Deus ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível esse mundo novo, sem a renuncia ao egoísmo, orgulho, autossuficiência e passe a escutar a Deus e as suas propostas.
“Acreditar” é aderir à pessoa de Jesus, fazer dela o guia da própria vida. “
“Conversão” e “adesão ao projeto de Jesus” são
duas faces de uma mesma moeda de um homem novo, com nova mentalidade e novos
valores.
Marcos apresenta-nos os primeiros
discípulos. Pedro e André, Tiago e João são os primeiros a responder ao desafio
do Reino, apresentado por Jesus. “converter-se” e a “acreditar na Boa Nova”
(isto é, a aderir a Jesus, a escutar a sua proposta de libertação, a acolhê-la
no coração e a transformá-la em vida).
Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:
1º O chamamento é sempre uma iniciativa de Jesus.
2º Esse chamamento é exigente e radical.
3º Esse chamamento é para aderir à pessoa de Jesus, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova no amor a Deus e aos irmãos.
4º O chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional (Pedro, André, T. e J. limitam-se a “deixar tudo”)
ATUALIZAÇÃO - • Quando contemplamos a realidade de sombras, vemos nos projetos de Deus um mundo diferente – de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz, o “Reino”.
Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:
1º O chamamento é sempre uma iniciativa de Jesus.
2º Esse chamamento é exigente e radical.
3º Esse chamamento é para aderir à pessoa de Jesus, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova no amor a Deus e aos irmãos.
4º O chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional (Pedro, André, T. e J. limitam-se a “deixar tudo”)
ATUALIZAÇÃO - • Quando contemplamos a realidade de sombras, vemos nos projetos de Deus um mundo diferente – de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz, o “Reino”.
• o “Reino de Deus” exige “conversão,
modificar a mentalidade, valores e
atitudes. de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de comodismo e escutar
Deus.
• O“Reino de Deus” exige também o “acreditar” no Evangelho. “Acreditar” é uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu projeto de vida. Jesus propôs amor, doação, serviço, perdão.
• Deus dirige a todos O chamamento. Todos os batizados são chamados a ser discípulos, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho. O chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade.
• O “Reino” já está na nossa história. Não tem fronteiras; através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. é uma realidadeem construção. Em cada
dia, temos de renovar o compromisso com o “Reino” e na sua edificação.
• O“Reino de Deus” exige também o “acreditar” no Evangelho. “Acreditar” é uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu projeto de vida. Jesus propôs amor, doação, serviço, perdão.
• Deus dirige a todos O chamamento. Todos os batizados são chamados a ser discípulos, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho. O chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade.
• O “Reino” já está na nossa história. Não tem fronteiras; através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. é uma realidade
SEGUNDA LEITURA (1Cor
7,29-31) o tempo está abreviado. Os que têm mulher
vivam como se não tivessem; os que choram como se não chorassem; os alegres,
como se não estivessem alegres; e os que fazem compras, como se não possuíssem
coisa alguma;. Pois a figura deste mundo passa.
AMBIENTE - Na comunidade cristã de Corinto, dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente de cultura pagã. Um choque entre a fé cristã e a cultura helênica é a ética sexual: laxismo (cidade marítima e Afrodite, a deusa do amor); por outro lado, um desprezo pela sexualidade (tendência filosófica platônica). Provavelmente, tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimônio ou o do celibato. Paulo considera que não tem “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).
MENSAGEM - “o tempo é breve. As realidades terrenas são passageiras e não devem ser absolutizadas. O cristão, embora amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante é o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto deve subjugar-se a isto. Para os crentes a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso relativizar as realidades transitórias, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO • A todo o instante temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, os preconceitos e interesses egoístas interferem nas opções. Muitas vezes, endeusamos valores passageiros. O texto sugere: os valores deste mundo não devem ser absolutizados. Não colocar nelas a nossa esperança, a segurança e o objetivo da vida.
AMBIENTE - Na comunidade cristã de Corinto, dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente de cultura pagã. Um choque entre a fé cristã e a cultura helênica é a ética sexual: laxismo (cidade marítima e Afrodite, a deusa do amor); por outro lado, um desprezo pela sexualidade (tendência filosófica platônica). Provavelmente, tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimônio ou o do celibato. Paulo considera que não tem “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).
MENSAGEM - “o tempo é breve. As realidades terrenas são passageiras e não devem ser absolutizadas. O cristão, embora amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante é o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto deve subjugar-se a isto. Para os crentes a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso relativizar as realidades transitórias, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO • A todo o instante temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, os preconceitos e interesses egoístas interferem nas opções. Muitas vezes, endeusamos valores passageiros. O texto sugere: os valores deste mundo não devem ser absolutizados. Não colocar nelas a nossa esperança, a segurança e o objetivo da vida.
Antes de sermos pescadores nós fomos pescados pelo Senhor. O primeiro foi a vocação à santidade, chamou-nos desta maneira: “vinde após mim”. Estas palavras significam discipulado, seguimento, imitação fiel, santidade!
“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo!” Deus fez-se próximo, Deus veio acolher, consolar, indicar o caminho, salvar! Em Jesus, o Filho amado, Deus veio revelar sua paternidade sobre o aflito, o pobre, o pecador. Chegou o Reino: Deus veio consolar o seu povo!
Senhor intima o povo: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Os israelitas não estavam esperando o Reino? Por que precisam se converter? O Reino que Jesus veio trazer não é sob medida, como gostaríamos. O Senhor não vem nos trazer um Deus à nossa medida, para consumo das nossas necessidades, interesses e expectativas. No mundo do fácil, do prático e do descartável, gostaríamos de um deusinho assim… Jesus nos grita: “Convertei-vos! Crede no Evangelho!” O Reino somente será Boa-Notícia para quem abrir-se à esse Deus que chega, exige que saiamos de nós mesmos, como os ninivitas que, escutando o apelo de Jonas, converteram-se! Mais tarde, Jesus irá criticar duramente o seu povo: “Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento, juntamente com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela pregação de Jonas. Mas aqui está algo mais do que Jonas!” (Mt 12,41). A primeira palavra do Senhor no Evangelho é “convertei-vos!” Não é possível domar Jesus, não é possível um cristianismo sob medida! Não é por acaso que o Evangelho de hoje começa falando da prisão de João Batista, aquele santo profeta que preparou a vinda do Reino. O Reino sofre violência; violência do mundo, violência do nosso coração envelhecido pelo pecado, da nossa razão tanta vez fechada para a luz do Cristo. “pescadores de homens” é a vocação de todo cristão: seguir Jesus no caminho da vida. Nesse sentido, a lição é clara: seguir Jesus exige deixar tudo, deixar-se e colocar a vida em relação com o Senhor! Somente assim poderemos acolher o Reino!
Diante da urgência de estar com Jesus, tudo o mais é relativo! Daí a advertência de São Paulo na segunda leitura de hoje: “O tempo está abreviado. ...os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois passa a figura deste mundo”. Aqui, trata-se de colocar as coisas na sua real perspectiva, na perspectiva do Infinito de Deus e da urgência do Reino. O mundo atual deseja que esqueçamos os verdadeiros valores, que deixemos de lado aquilo que realmente importa. E o que importa? “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado!” (Mt 6,33). Somos chamados a abrir nosso coração, nossa vida, nossos valores para o Cristo que nos traz o Reino do Pai do Céu! Mas somente poderemos acolhê-lo com um coração de pobre, com a consciência de que sozinhos, não seremos felizes, não alcançaremos a verdadeira vida!
Caríssimos, convertamo-nos! Levemos a sério que o modo de pensar e sentir de Deus não são o nosso! Tenhamos a coragem de nos deixar por Cristo. São Jerônimo, comentando a atitude dos quatro primeiros discípulos chamados pelo Senhor, afirma: “A verdadeira fé não conhece hesitação: imediatamente ouve, imediatamente crê, imediatamente segue…” Seja assim a nossa fé no Senhor, seja assim nossa adesão ao nosso Salvador! Então, seremos felizes de verdade, porque Cristo nos trouxe a Boa Notícia: Deus nos ama, caminha conosco e nos convida à amizade íntima com ele, nesta vida e por toda eternidade! Amém. D. Henrique Soares
Pe. Pedrinho = - responder a chamada de Deus. - primeiro chamado é o da vida. São vários os chamados. Jonas é chamado a animar o povo para a conversão. O objetivo dos ninivitas era dominar todos os povos e o profeta lhes pede que convertam.
Tarsis não é lugar geográfico, mas expressão “foi para o fim do mundo”. Simão é hebraico e André é grego e são irmãos!!! = unir todos os povos. Os discípulos é que escolhiam os seus mestres. Com Jesus é diferente; ele é que chama os que quer como discípulos. O pescador que pesca, tira o peixe da água e ele morre. O lugar do homem não é na água, temos que pescá-lo para que viva.
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO
ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR NOSSO...
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS CRISTO , NA
FORÇA DO E. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
à Senhor nosso Deus, vós sois amor e nos
amais mesmo quando nos afastamos de vossos caminhos. Nós somos orgulhosos e
muitas vezes nos comportamos como Jonas e não levamos a boa nova da Palavra
àqueles que são diferentes. Dái-nos um coração amoroso para que saibamos
espelhar o vosso amor e a vossa bondade.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
à Pai de amor, abri nossos olhos para
que vejamos além das realidades terrenas e tenhamos coragem para seguir o
chamado de vosso Filho, pois pelo batismo fomos convocados a sermos seus
discípulos. Enviai-nos a força do Espírito Santo para que sejamos testemunhas
de bondade e amor na construção do vosso Reino.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
à Deus eterno e todo Poderoso, nossa
limitação não nos permite ver a grandiosidade de vosso Reino. Somos
prepotentes, egoístas e orgulhosos, só visando os interesses próprios. Dái-nos
mais fé e esperança para que vivamos o projeto que vosso Filho nos ensinou;
amor a Deus e amor ao próximo.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus.
à PAI NOSSO... A PAZ DE CRISTO...
EIS O CORDEIRO...
HOMILIAS:
HOMILIA DO PE. PEDRINHO
A liturgia de hoje nos leva a contemplar o
chamado de Deus. É evidente, que o primeiro chamado que Deus nos faz é à vida;
nascemos. Nós não viemos por acidente ou obra do acaso, mas viemos para
conhecer o amor de Deus. Dentro desse chamado, nós temos um pedido de Deus; que
nós sejamos a sua imagem e semelhança. Portanto, ele espera de cada ser humano
a disposição de servir ao irmão, como Ele mesmo faz, servindo toda a
humanidade. São vários os tipos de chamados. Cada um, a partir da realidade de
cada pessoa. Jonas é chamado por Deus para animar o povo de Nínive, a se
converter do pecado, de todo mal que eles realizaram. Nínive é uma cidade
importante na época dos profetas, principalmente na época de Jonas. É uma
cidade que tem como objetivo dominar todos os povos. Nínive tem como meta
eliminar a todos que lhe fizer oposição. É por conta disso que Deus vai dizer a
Jonas: você vai lá e peça que eles se convertam. Jonas tem consciência de que
assumir esta missão, no mínimo é colocar a sua cabeça a prêmio. Então, Jonas
procura dar um jeito; ao invés de ir para Nínive, ele vai para Tarsis. Tarsis não
é bem uma cidade geográfica, Tarsis é um modo de dizer “ele foi para o fim do
mundo”, na esperança de quem o encontrasse. E nesta ida para Tarsis, ele acaba
sendo jogado ao mar e é resgatado por um peixe que o devolve à terra firme,
devolve-o em segurança. É assim que Jonas compreende que Deus não mede esforços
para salvar aqueles que Ele ama e Ele ama toda a humanidade. E que qualquer
pessoa que aceite a proposta, o convite, a missão confiada por Deus, que Deus
estará ajudando a esta pessoa a realizar esta missão. É assim que ele perde o
medo e vai anunciar para Nínive a conversão, e todos se convertem. É muito
interessante observar isto. A experiência de Jonas relatada no livro de Jonas,
vai fazer com que São Paulo anime as comunidades para que elas também assumam a
sua missão. É isto que nós temos na segunda leitura de hoje. É uma leitura
aparentemente complicada, porque São Paulo começa o trecho de hoje dizendo:
doravante, quem tiver mulher é como se não tivesse mulher. Então, será que
Paulo é contra o matrimônio? De forma alguma! De fato, é preciso entender o
contexto, para nós não desvirtuarmos o texto. No tempo que São Paulo escreveu
esta carta, era obrigação do marido cuidar da esposa e cuidar de todos os
sentidos, de sua segurança, da sua alimentação, do seu vestuário; cuidar
totalmente da sua esposa. São Paulo diz: olha, isto não precisa de fé para
fazer isto. Você cuidar de quem você ama, é uma consequência lógica. Você cuidar
da sua esposa e dos filhos é uma obrigação. Mesmo quem não tem fé, fará isto. Agora,
nós que somos cristãos, somos chamados a algo mais. Quão bom começar o quanto
antes, pois o tempo é curto. De fato, quanto tempo nós vivemos? Oitenta, cem
anos? Se formos observar bem, cem anos não é nada. Se a terra leva um ano para
dar uma volta em torno do sol, cem anos são cem voltas e cem voltas não é nada.
Então Paulo diz; não se iluda, o tempo é muito curto, muito breve. Portanto,
você deve ir muito além de qualquer pessoa responsável. Você não deve somente
se preocupar com a sua esposa, você deveria ter uma postura de alguém que não
tivesse mulher e iria cuidar de todo mundo e não somente de sua mulher. Não vai
ficar chorando a vida inteira um problema, deixa isto de lado e vai ajudar o
irmão. Não fique somente nas suas alegrias, mas vá ajudar o irmão para que
também ele seja feliz. Saiba aproveitar o seu tempo para construir coisas que
enobrecem e integrem todas as pessoas. Tem gente que fica adulando suas
compras. Aja como se não tivesse comprado nada. Gaste a vida naquilo que vale a
pena. São Paulo nos chama a atenção; nós cristãos somos chamados a ir além
daquilo que é o normal e natural para todo mundo. Como cuidar das coisas que
valem a pena? Aí vem o Evangelho de hoje. E é muito interessante, porque Jesus
vai chamar os seus discípulos, aqui temos o relato dos quatro primeiros: Simão
e André seu irmão. É importante observar no tempo em que o Evangelho foi
escrito e no tempo de Jesus, normalmente o mestre conseguia reunir no máximo
cinco discípulos, mas é importante observar que não era o mestre que escolhia
os discípulos, mas eram os discípulos que escolhiam o mestre. Assim nós vamos
ver Platão, Aristóteles, outros tantos que foram mestres e que tiveram
discípulos. Jesus é diferente. Ele é quem convida os que deseja que sejam seus
discípulos. Aqui já temos uma inversão. São Marcos vai dizer no capítulo três,
que Ele chamou quem Ele quis. Então, não
adianta ficar perguntando; porque ele chamou fulano e não chamou beltrano? Podemos
levantar algumas idéias; uma delas é esta: Simão é nome hebraico, portanto,
pertence ao povo judeu. André é nome grego, portanto, pertence a uma outra
cultura, é um outro povo. Se ele chama os dois e é colocado como irmãos, é
porque Ele quer que todas as culturas sejam unidas. Que todos se sintam e sejam
irmãos de fato. Quando Ele chama Simão e André, de fato ele está chamando toda
a humanidade. E chama doze apóstolos. Porque? Por que nós temos no Antigo
Testamento as doze tribos? Por que Ele quer reunir todo o povo de Deus
novamente? Porque Ele quer ser o elo de união entre estes povos e então chama
doze, então temos aí algo muito especial. Jesus não chama três ou quatro, o que
de fato os mestres da época conseguiam reunir, Mas chama doze. Ele convida para
deixar de serem pescadores para serem pescadores de homens. Ora, isto tem um
significado muito interessante, porque pescador é uma profissão de muita
dignidade, mas é um trabalho relativamente simples; mostra que Jesus não
escolhe a pessoa pela classe social ou pelo grau de escolaridade, pela
importância na sociedade. Não. Ele chama as pessoas pela disponibilidade de
cada um. De tal maneira que estes pescadores vão deixar suas redes para seguir
Jesus. É muito interessante que Ele também vai chamar Mateus, que é influente
no império, pois caso contrário ele não teria autorização para cobrar impostos.
Ele vai chamar o próprio Judas, que é aquele que sabe fazer contas. E nós temos
Paulo, que dentre os pensadores cristãos, ninguém superou Paulo. Ele não é
somente muito bem preparado, mas uma pessoa de extrema inteligência. Então veja
que Jesus chama quem está disponível. Não quem não é estudado, quem não é
letrado, quem não tem dinheiro ou quem não tem influência. No seu grupo cabe
todos. Talvez por isso Ele chamou quem Ele quis, e cada um com uma
personalidade diferente para que todos nós nos sentíssemos chamados. Este é o
apelo da liturgia de hoje; somos chamados para sermos pescadores de homens. Isto
é muito interessante; o pescador que pesca o peixe, tira o peixe da água e o
peixe morre, porque o ambiente natural do peixe é a água. Agora, se o ser
humano estiver na água, ele vai morrer, porque o ambiente natural do ser humano
não é na água. Quantas vezes nós estamos atolados na lama, sufocados pelos
nossos problemas, pelos desafios que aparecem no dia-a-dia, pelos problemas,
por uma enfermidade, por uma desarmonia, por falta de um emprego, enfim, são
tantos os casos que nos sentimos afogando e então Jesus diz: eu chamo os
cristãos para serem pescadores de homens, tirar os homens dessa situação de
morte e garantir para eles a vida. Então, ninguém precisa mudar a sua atividade,
o seu trabalho, mas colaborar para que o ser humano se sinta melhor, por causa
da nossa presença, da nossa atitude. Assim estamos colaborando para que o mundo
mude esta situação de morte e tristeza, para uma situação de vida e de alegria.
Que possamos estar disponíveis ao chamado de Deus e possamos deixar aquilo que
não vale a pena, para servir e colaborar na construção do seu Reino.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
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Qual é a minha vocação?
“Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens” (Mc 1,17). Estamos ainda
no mês de janeiro e, graças a bondade de Deus e a sabedoria da nossa Mãe
Igreja, estamos meditando nesses primeiros domingos alguns temas
importantíssimos na configuração da própria vida cristã. Hoje o Evangelho nos
leva a fazer oração sobre a realidade da vocação.Deus chamou a cada um de nós – leigos, sacerdotes, religiosos – para sermos pescadores de homens. Sendo isso verdade, não nos esqueçamos de que antes de sermos pescadores nós fomos pescados pelo Senhor. E isso tem uma importância enorme: considerar-se pescado pelo Senhor é saber-se na mesma barca de Cristo governada visivelmente pelo sucessor de Pedro e que navega rumo à eternidade, à santidade, à felicidade. Todos e cada um de nós, ao considerarmo-nos pescados por Cristo, somos conscientes de que a Igreja vai adiante também com a nossa santidade pessoal. Sem dúvida, a Igreja é indefectível (não perece, não morre), isto é, chegará à escatologia, será fiel até o fim; mas nós, que também somos Igreja, precisamos ser fiéis de verdade, ou seja, santos. O primeiro chamado que Deus nos dirigiu foi a vocação à santidade, chamou-nos desta maneira: “vinde após mim”. Estas palavras significam discipulado, seguimento, imitação fiel, santidade!
Na Igreja todos temos vocação: a universal, à santidade; outra, específica. Esta vocação específica nada mais é que a maneira concreta de realizarmos a vocação universal à santidade: uns se santificarão como leigos no meio do mundo, levando todas as coisas a Deus desde dentro das mesmas realidades temporais; outros, santificar-se-ão através do ministério sacerdotal, no qual se dedicarão inteiramente ao serviço dos seus demais irmãos na fé ministrando-lhes a Palavra de Deus e os Sacramentos da fé, governando o Povo de Deus com a autoridade do próprio Cristo; outros, finalmente, encontram o seu caminho de santidade na vida consagrada através dos conselhos evangélicos de pobreza, obediência e castidade vividos em comunidade e como sinal da vida eterna presente no meio de nós. Em cada uma dessas vocações se deve viver o seguimento do Senhor: vinde após mim! Segue-me com o teu amor e a tua fidelidade!
A vocação é uma realidade norteadora de toda a nossa vida. Quem tem uma meta sente-se motivado a procurar determinados meios para conseguir o objetivo vocacional. Para cada cristão é capital saber o chamado específico que Deus lhe faz: qual é a minha vocação? Pergunta-se a filha ou o filho de Deus interessado no cumprimento da vontade amorosa do seu Pai do céu.
Nesse sentido, é muito importante que os pais ajudem os seus filhos a descobrirem a própria vocação. Uma vez descoberta a vontade do Senhor para um dos seus, os pais devem respeitar o caminho que o Senhor escolheu para eles e que eles aceitaram livremente para a glória de Deus, o bem dos outros e a consecução da própria felicidade. Neste sentido, é interessante notar o fato de que Zebedeu, pai de João e de Tiago, que contava com a ajuda de seus filhos no ofício de pescadores, não os impediu de seguirem Jesus. Gosto de pensar em Zebedeu como um homem bom que, apesar das próprias necessidades laborais, entendia que os seus filhos iam estar muito bem na companhia do Messias, de Jesus Cristo. Também a mulher de Zebedeu será contada entre o grupo daquelas mulheres piedosas que seguiram o Cristo (cf. Mt 27,56).
Ajudados ou não pelos pais, cada pessoa deve sentir-se responsável diante de Deus pela resposta que lhe dá ao chamado feito para segui-lo. Cada um é responsável pela própria vocação e ninguém o substitui na resposta e na conservação do chamado. A grande maioria da juventude será chamada para a vocação laical e matrimonial; alguns serão chamados à entrega a Deus no celibato apostólico. Destes últimos, uns permanecerão no estado laical, outros receberão o sacramento da ordem, outros ainda se dedicarão ao Senhor na vida religiosa. No dia de hoje, vamos pedir ao Senhor que muitos jovens descubram a sua vocação, o sentido das suas vidas, o encanto do seu existir.
Pe. Françoá Costa
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Homilia de D. Henrique Soares
Nestes inícios do Tempo Comum, a Liturgia apresenta-nos também os inícios do Evangelho segundo Marcos. Hoje Jesus aparece inaugurando seu ministério público. Suas palavras são consoladoras: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo!” Eis! A esperança de Israel até que enfim iria realizar-se: o Messias, o Salvador esperado estava chegando para instaurar o Reino! Com Jesus, com sua Pessoa, seus gestos e sua pregação, o Reinado de Deus, a proximidade do Santo de Israel, seria realmente tocada pelo povo de Deus. É isso o Reino de Deus: em Jesus, Deus fez-se próximo, Deus veio acolher, consolar, indicar o caminho, salvar! Em Jesus, o Filho amado, Deus veio revelar sua paternidade, debruçando-se sobre o aflito, o pobre, o pecador. Chegou o Reino: Deus veio consolar o seu povo!
Mas, há algo surpreendente nesse alegre anúncio de Jesus: logo após afirmar que o Reino chegou, o Senhor intima o povo: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Por que Jesus dá esta ordem? Os israelitas não estavam esperando o Reino? Por que precisam se converter? Caríssimos: o Reino que Jesus veio trazer não é de encomenda, não é sob medida, como gostaríamos. O Senhor não vem nos trazer um Deus à nossa medida, à medida do mundo, um deus moderninho para consumo das nossas necessidades, interesses e expectativas. No mundo do fácil, do prático e do descartável, gostaríamos de um deusinho assim… Jesus nos grita: “Convertei-vos! Crede no Evangelho!” O Reino somente será Boa-Notícia para quem abrir-se à surpresa inquietante do Deus que Jesus anuncia. Acolher a novidade, a Boa-notícia, o Evangelho, acolher esse Deus que chega, exige que saiamos de nós mesmos, como os ninivitas que, escutando o apelo de Jonas, converteram-se! Mais tarde, Jesus irá criticar duramente o seu povo: “Os habitantes de Nínive se levantarão no Julgamento, juntamente com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela pregação de Jonas. Mas aqui está algo mais do que Jonas!” (Mt 12,41). Como é atual a Palavra deste Domingo! Cheios de nós, adormecidos e satisfeitos com nossos pensamentos, com nossa lógica cômoda e pagã, jamais poderemos acolher o Reino em nós e experimentar sua alegria e sua paz! Não esqueçamos, caros em Cristo: a primeira palavra do Senhor no Evangelho é “convertei-vos!” Não é possível domar Jesus, não é possível um cristianismo sob medida! Não é por acaso que o Evangelho de hoje começa falando da prisão de João Batista, aquele santo profeta que preparou a vinda do Reino. O Reino sofre violência; violência do mundo, violência do nosso coração envelhecido pelo pecado, da nossa razão tanta vez fechada para a luz do Cristo. Por isso mesmo, logo após apresentar o apelo de Jesus, são Marcos nos fala da vocação dos quatro primeiros discípulos. Certamente, esse chamado deve ser compreendido de modo muito particular como referindo-se à vocação sacerdotal, que faz dos chamados “pescadores de homens”. Mas, esse chamamento indica também a vocação de todo cristão: seguir Jesus no caminho da vida. Nesse sentido, a lição é clara: seguir Jesus exige deixar tudo, deixar-se e colocar a vida em relação com o Senhor! Somente assim poderemos acolher o Reino!
Nunca esqueçamos, irmãos: diante da urgência de estar com Jesus, de viver unido a ele, de acolher sua pessoa, tudo o mais é relativo! Daí a advertência de São Paulo na segunda leitura de hoje: “O tempo está abreviado. Então que, doravante os que têm mulher vivam como se não tivessem, os que choram, como se não chorassem e os que estão alegres, como se não estivessem; os que fazem compras como se não possuíssem; e os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois passa a figura deste mundo”. Aqui, não se trata de desvalorizar o mundo e o que de belo e de bom há nele. Trata-se, sim, de colocar as coisas na sua real perspectiva, na perspectiva do Infinito de Deus e da urgência do Reino. O mundo atual, com sua cultura pagã, deseja que esqueçamos os verdadeiros valores, que absolutizemos aquelas coisas que são relativas, que deixemos de lado aquilo que realmente importa. E o que importa? Escutai, caríssimos: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado!” (Mt 6,33). Somos chamados a abrir nossa existência, abrir nosso coração, nossa vida, nossos valores para o Cristo que nos traz o Reino do Pai do Céu! Mas somente poderemos acolhê-lo de fato se nos colocarmos diante dele com um coração de pobre, com a consciência de que precisamos realmente do Senhor, que, sozinhos, não nos realizaremos, não seremos felizes, não alcançaremos a verdadeira vida!
É triste perceber hoje quantos cristãos se sentem tão à vontade nessa sociedade consumista, secularizada, pagã e satisfeita consigo própria. Esses, infelizmente, jamais experimentarão a doçura do Reino, que somente poderá ser compreendido por quem chorou, quem teve fome e sede de justiça (isto é de amizade com Deus), quem foi puro, que foi perseguido… É por isso que tantas vezes ouviremos, nos domingos deste ano, o Senhor afirmar que somente poderá compreender e acolher o Reino quem tiver um coração de pobre.
Caríssimos, convertamo-nos! Levemos a sério que o modo de pensar e sentir de Deus não são o nosso! Tenhamos a coragem de nos deixar por Cristo. São Jerônimo, comentando a atitude dos quatro primeiros discípulos chamados pelo Senhor, afirma: “A verdadeira fé não conhece hesitação: imediatamente ouve, imediatamente crê, imediatamente segue…” Seja assim a nossa fé no Senhor, seja assim nossa adesão ao nosso Salvador! Então, seremos felizes de verdade, porque perceberemos que o que Cristo nos trouxe é uma Boa Notícia, a melhor de todas: Deus nos ama, caminha conosco e, no seu bendito Filho, nos convida à amizade íntima com ele, nesta vida e por toda eternidade! Amém.
D. Henrique Soares
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Pescadores de homens
A Liturgia continua o tema do CHAMADO.
A RESPOSTA do homem passa por um caminho de conversão
pessoal e de identificação com Jesus.
A 1ª Leitura apresenta o
Profeta Jonas anunciando a Palavra do Senhor aos habitantes de Nínive. (Jn 3,1-5.10)
Os ninivitas creram em Deus, acolheram o apelo de conversão,e
provaram a misericórdia de Deus, que é oferecida a todos os povos...
O Salmo nos ensina a caminhar guiados
pela bondade e compaixão do Senhor. (Sl 25)
A 2ª Leitura convida a colocar
a esperança nos valores eternos,que proporcionam viver como ressuscitados,
dedicados ao serviço do reino. (1Cor 7,29-31)
No Evangelho, Jesus convida os
primeiros discípulos a integrarem a sua comunidade. (Mc 1,14-20)
O texto apresenta Jesus no início de sua vida pública,em
povoados afastados e desconhecidos da Galiléia, meia pagã
É o
resumo de toda a sua mensagem:
+ Uma Afirmação:
"O tempo já se
completou… o Reino de Deus está próximo…"
Reino de Deus resume a esperança de Israel num mundo novo de
Paz e de abundância, preparado por Deus ao seu Povo. Era um fato esperado há
muito tempo pelo Povo de Deus.
Agora o tempo da espera acabou. O Reino de Deus já chegou, ele
já está presente, as promessas estão se realizando.
+ Duas Condições
para participar desse Reino:
Convertei-vos… e crede no evangelho…"
- Converter-se
não quer dizer mudar de religião.
Quer dizer mudar a mente e o coração, reformular os valores
da vida, para que Deus ocupe nela sempre o primeiro lugar.
É rever e remover em nós tudo aquilo que nos afasta de Deus
e dos irmãos…
* Quem precisa de conversão? Só os outros?
- Crer no evangelho não quer dizer apenas conhecer o
que está escrito num livro.
Quer dizer aceitar Cristo e todos os valores que ele propõe
para a nossa vida. É escutar a sua
palavra e conformar a nossa vida aos seus mandamentos, que se resumem num só: O
amor a Deus e ao próximo.
* E nós vivemos de fato o espírito do Evangelho?
+ Um Convite:
Para continuar e completar esse Reino, Cristo convida os primeiros quatro apóstolos
e... hoje a todos nós: "Vinde comigo… farei de vós PESCADORES
DE HOMENS".
- Escolhe pessoas ignorantes, pobres, desconhecidas,
grosseiras…
Pareceria mais lógico
a nós, que a escolha recaísse sobre os sacerdotes de Jerusalém, sobre os
fariseus e escribas, profundos conhecedores da
Bíblia.
E, no entanto, não…
a escolha foi outra! Por que?
- Deus não aparece na imponência dos fatos ou das pessoas, mas
na humildade, na simplicidade, onde geralmente existe mais fé…
Primeiramente ESTAR
com ele e depois EVANGELIZAR em seu nome...
+ O Chamado continua hoje:
Cada um de nós
recebeu e recebe continuamente esse chamado à conversão e a seguir Jesus.
O texto é um Modelo
de toda vocação cristã:
- É sempre uma iniciativa de Jesus dirigida a pessoas
"normais".
Não aconteceu
enquanto estavam rezando ou fazendo algo de extraordinário, mas enquanto
estavam simplesmente exercendo a sua profissão.
- É sempre é radical e incondicional:
O "Reino"
deve ser um valor fundamental, a prioridade, o principal objetivo do discípulo
para seguir Jesus
e para se integrar à
comunidade do Reino.
- É um chamamento para aderir à pessoa de Jesus, para
fazer com Ele uma experiência de vida, para aprender com Ele a ser uma pessoa
nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.
- Exige uma resposta imediata, desapego e fidelidade.
Esse chamamento é uma missão especial no mundo e na Igreja, confiada
a todas as pessoas.
Todos os batizados são chamados a serem discípulos de Jesus,
a "converterem-se", a "acreditarem no Evangelho",
a seguirem Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida.
Cristo continua dirigindo ainda HOJE o mesmo apelo:
"Vinde após mim,
farei de vocês pescadores de homens…"
Se tivermos medo, se nos sentirmos incapazes para tanto, olhemos
esses pescadores da Galiléia… pobres e ignorantes, mas com uma generosidade sem
limites…
Largaram tudo e seguiram a Jesus…
A nós também, ele continua exigindo as mesmas condições, para
poder segui-lo: "Convertei-vos e
crede no evangelho…"
Quando percebemos o chamado de Jesus, o que tivemos de
abandonar, que laços tivemos de romper para seguir Cristo?
Pe. Antônio Geraldo
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3º DOM. DO T. COMUM Ano B 2015 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
Tema: “Deus no hoje do homem.” Deus ama e chama à vida plena a todos que se esforçam para seguir os passos de Jesus.
Primeira leitura:
através de Jonas Deus diz que ama a todos e a todos chama à salvação. A
resposta dos ninivitas constitui um modelo de resposta adequada ao chamamento
de Deus.
Segunda leitura: convida o cristão a ter consciência de que “o tempo é breve” – isto é, que as realidades e valores deste mundo são passageiros e não devem ser absolutizados.
Segunda leitura: convida o cristão a ter consciência de que “o tempo é breve” – isto é, que as realidades e valores deste mundo são passageiros e não devem ser absolutizados.
Evangelho:
Jesus convida a todos para se tornarem seus discípulos. Marcos avisa que a
entrada para a comunidade pressupõe “conversão” e adesão a Jesus e ao
Evangelho.
6. PRIMEIRA LEITURA (Jn 3,1-5.10) Leitura da Profecia de Jonas.
6. PRIMEIRA LEITURA (Jn 3,1-5.10) Leitura da Profecia de Jonas.
A palavra do Senhor foi
dirigida a Jonas, pela segunda vez: “Levanta-te e põe-te a caminho da grande
cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”. Jonas pôs-se
a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade
muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. Jonas entrou na
cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda
quarenta dias, e Nínive será destruída”. Os ninivitas acreditaram em Deus;
aceitaram fazer jejum e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. Vendo
Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho,
compadeceu se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes e não o fez.
AMBIENTE - O “Livro de Jonas” (talvez entre 440 e410 a .C.).
O livro de Jonas não é uma coleção de oráculos, nem sequer um relato de caráter histórico; mas é uma obra de ficção, escrita com a finalidade de ensinar e educar.
Estamos numa época em que a política de Esdras e Neemias favorecia o nacionalismo, e o fechamento do Povo de Deus aos outros povos. Por um lado, sublinhava-se o fato de Judá ser o Povo Eleito de Deus, o povo preferido de Deus, um povo diferente de todos os outros; por outro, considerava-se que todos os outros povos eram inimigos de Deus, odiados por Deus, que deviam ser inapelavelmente condenados e destruídos por Deus.
Reagindo contra a ideologia dominante, o autor do “Livro de Jonas” apresenta Jahwéh como um Deus universal, cuja bondade e misericórdia se estendem a todos os povos, sem exceção. A escolha de Nínive como a cidade destinatária da ação salvadora de Deus não é casual: Nínive, capital do império assírio a partir de Senaquerib, tinha ficado na consciência dos habitantes de Judá como símbolo do imperialismo e da mais cruel agressividade contra o Povo de Deus (cf. Is 10,5-15; Sof 2,13-15).
É, precisamente, esta cidade que Jahwéh quer salvar. Por isso, chama Jonas e convida-o a ir a Nínive pregar a conversão. No entanto Jonas, como os outros seus contemporâneos, não está interessadoem que Jahwéh perdoe aos
opressores do Povo de Deus e recusa-se a cumprir o mandato divino. Em lugar de
se dirigir para Nínive, no Oriente, toma o barco para Társis, no Ocidente. Na
sequência de uma tempestade, Jonas é atirado ao mar e engolido por um peixe.
Mais tarde, o peixe vai depositá-lo em terra firme. Jonas é, de novo, chamado
por Deus para a missão em Nínive.
MENSAGEM - desta vez, Jonas aceita a missão, vai a Nínive e anuncia aos ninivitas a destruição da sua cidade. Contra todas as expectativas, os ninivitas escutam-no, fazem penitência e manifestam a sua vontade de conversão. Finalmente, Deus desiste do castigo.
A primeira lição da “parábola” é a da universalidade do amor de Deus. Deus ama todos os homens, sem exceção, e sobre todos quer derramar a sua bondade e a sua misericórdia. Mais: Deus ama mesmo os maus, os injustos e opressores e até a esses oferece a possibilidade de salvação. Deus não ama o pecado, mas ama os pecadores. Ele não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva.
A segunda lição da nossa “parábola” brota da resposta dada pelos ninivitas ao desafio de Deus. Ao descrever a forma imediata e radical como os ninivitas “acreditaram em Deus” e se converteram “do seu mau caminho” (ao contrário do que, tantas vezes, acontecia com o próprio Povo de Deus), o autor sugere, com alguma ironia, que esses pagãos, considerados como maus, prepotentes, injustos e opressores são capazes de estar mais atentos aos desafios de Deus do que o próprio Povo eleito.
Desta forma, o autor denuncia uma certa visão nacionalista, exclusivista, que estava em moda entre os seus contemporâneos. Desafia o seu Povo a aceitar que Jahwéh seja um Deus misericordioso, que oferece o seu amor e a sua salvação a todos os homens, até aos maus. Desafia, ainda, os habitantes de Judá a assumirem a mesma lógica de Deus – lógica de bondade, de misericórdia, de perdão, de amor sem limites – e a não verem nos outros homens inimigos que merecem ser destruídos, mas irmãos que é preciso amar.
ATUALIZAÇÃO - • A catequese apresentada pelo “Livro de Jonas” convida-nos a apreciar a misericórdia e bondade de Deus. Deus ama a todos, sem exceção e de forma incondicional. Deus ama até os maus e os opressores. Deus não quer a morte de nenhum dos seus filhos; o que quer é que eles se convertam e percorram, com Ele, o caminho que conduz à vida plena, à felicidade sem fim.
AMBIENTE - O “Livro de Jonas” (talvez entre 440 e
O livro de Jonas não é uma coleção de oráculos, nem sequer um relato de caráter histórico; mas é uma obra de ficção, escrita com a finalidade de ensinar e educar.
Estamos numa época em que a política de Esdras e Neemias favorecia o nacionalismo, e o fechamento do Povo de Deus aos outros povos. Por um lado, sublinhava-se o fato de Judá ser o Povo Eleito de Deus, o povo preferido de Deus, um povo diferente de todos os outros; por outro, considerava-se que todos os outros povos eram inimigos de Deus, odiados por Deus, que deviam ser inapelavelmente condenados e destruídos por Deus.
Reagindo contra a ideologia dominante, o autor do “Livro de Jonas” apresenta Jahwéh como um Deus universal, cuja bondade e misericórdia se estendem a todos os povos, sem exceção. A escolha de Nínive como a cidade destinatária da ação salvadora de Deus não é casual: Nínive, capital do império assírio a partir de Senaquerib, tinha ficado na consciência dos habitantes de Judá como símbolo do imperialismo e da mais cruel agressividade contra o Povo de Deus (cf. Is 10,5-15; Sof 2,13-15).
É, precisamente, esta cidade que Jahwéh quer salvar. Por isso, chama Jonas e convida-o a ir a Nínive pregar a conversão. No entanto Jonas, como os outros seus contemporâneos, não está interessado
MENSAGEM - desta vez, Jonas aceita a missão, vai a Nínive e anuncia aos ninivitas a destruição da sua cidade. Contra todas as expectativas, os ninivitas escutam-no, fazem penitência e manifestam a sua vontade de conversão. Finalmente, Deus desiste do castigo.
A primeira lição da “parábola” é a da universalidade do amor de Deus. Deus ama todos os homens, sem exceção, e sobre todos quer derramar a sua bondade e a sua misericórdia. Mais: Deus ama mesmo os maus, os injustos e opressores e até a esses oferece a possibilidade de salvação. Deus não ama o pecado, mas ama os pecadores. Ele não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva.
A segunda lição da nossa “parábola” brota da resposta dada pelos ninivitas ao desafio de Deus. Ao descrever a forma imediata e radical como os ninivitas “acreditaram em Deus” e se converteram “do seu mau caminho” (ao contrário do que, tantas vezes, acontecia com o próprio Povo de Deus), o autor sugere, com alguma ironia, que esses pagãos, considerados como maus, prepotentes, injustos e opressores são capazes de estar mais atentos aos desafios de Deus do que o próprio Povo eleito.
Desta forma, o autor denuncia uma certa visão nacionalista, exclusivista, que estava em moda entre os seus contemporâneos. Desafia o seu Povo a aceitar que Jahwéh seja um Deus misericordioso, que oferece o seu amor e a sua salvação a todos os homens, até aos maus. Desafia, ainda, os habitantes de Judá a assumirem a mesma lógica de Deus – lógica de bondade, de misericórdia, de perdão, de amor sem limites – e a não verem nos outros homens inimigos que merecem ser destruídos, mas irmãos que é preciso amar.
ATUALIZAÇÃO - • A catequese apresentada pelo “Livro de Jonas” convida-nos a apreciar a misericórdia e bondade de Deus. Deus ama a todos, sem exceção e de forma incondicional. Deus ama até os maus e os opressores. Deus não quer a morte de nenhum dos seus filhos; o que quer é que eles se convertam e percorram, com Ele, o caminho que conduz à vida plena, à felicidade sem fim.
• Nós
temos dificuldade em aceitar esta lógica de Deus. Em certas circunstâncias,
preferíamos um Deus mais duro e exigente, que se impusesse decisivamente aos
maus, que frustrasse os seus projetos de violência e de injustiça, que
castigasse aqueles que não cumprem as regras … A Palavra apresenta-nos um Deus
de bondade e de misericórdia, que nos convida a amar todos os irmãos, mesmo os
maus.
•
A disponibilidade dos ninivitas para escutar o chamamento de Deus e para
percorrer o caminho da conversão constitui um modelo de resposta ao Deus que
chama.
• Aqueles
que consideramos “maus” estão, às vezes, mais disponíveis para acolher os
desafios de Deus e para escutar o seu chamamento, do que os “bons”. Os “bons”
estão, tantas vezes, aferrados aos seus esquemas de vida, aos seus
preconceitos, às suas certezas, que não escutam as propostas de Deus… Para
Deus, o que é decisivo não é o passado de cada homem ou mulher, mas a
capacidade de cada um em deixar-se interpelar e questionar por ele.
•
Há neste texto uma severa denúncia do racismo, da exclusão, da marginalização.
A Palavra de Deus alerta-nos para a necessidade de ver em cada homem um irmão,
independentemente da sua raça, da cor da sua pele, da sua cultura, ou até da
sua bondade ou maldade.
10. EVANGELHO (Mc 1,14-20) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Depois que João Batista foi
preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: “O
tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no
Evangelho!” E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André,
seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse:
“Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. E eles, deixando
imediatamente as redes, seguiram a Jesus. Caminhando mais um pouco, viu também
Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes e logo
os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados e partiram,
seguindo Jesus.
AMBIENTE - A primeira parte do Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 1,14-8,30) tem como objetivo fundamental levar à descoberta de Jesus como o Messias que proclama o Reino de Deus. Ao longo de um percurso que é mais catequético do que geográfico, os leitores do Evangelho são convidados a acompanhar a revelação de Jesus, a escutar as suas palavras e o seu anúncio, a fazerem-se discípulos que aderem à sua proposta de salvação. Este percurso de descoberta do Messias que o catequista Marcos nos propõe termina em Mc 8,29-30, com a confissão messiânica de Pedro, em Cesareia de Filipe (que é, evidentemente, a confissão que se espera de cada crente, depois de ter acompanhado o percurso de Jesus a par e passo): “Tu és o Messias”.
O texto que nos é hoje proposto aparece, exatamente, no princípio desta caminhada de encontro com o Messias e com o seu anúncio de salvação. Neste texto, Marcos apresenta aos seus leitores os primeiros passos da ação do Messias libertador.
O lugar geográfico em que o texto nos situa é a Galileia – uma região em permanente contato com os pagãos e, por isso, considerada pelas autoridades religiosas de Jerusalém uma terra de onde “não podia vir nada de bom”. Terra insignificante e sem especial relevo na história religiosa do Povo de Deus, a “Galileia dos gentios” parecia condenada a continuar uma região esquecida, marginalizada, por onde nunca passariam os caminhos de Deus e a proposta libertadora do Messias.
MENSAGEM - Marcos coloca na boca de Jesus as seguintes palavras: “cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15).
Na expressão “cumpriu-se o tempo”, a palavra grega “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios. Poderia traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas promessas”.
Que “tempo” é esse que “se aproximou” dos homens e que está para começar? É o “tempo” do “Reino de Deus”. A expressão – tão frequente no Evangelho segundo Marcos – leva-nos a um dos grandes sonhos do Povo de Deus…
A catequese de Israel referia-se a Jahwéh como a um rei que, sentado no seu trono, governa o seu Povo. Mesmo quando Israel passou a ter reis terrenos, esses eram considerados apenas como homens escolhidos e ungidos por Jahwéh para governar o Povo, em lugar do verdadeiro rei que era Deus. Os profetas, por sua vez, vão alimentar a esperança do Povo anunciando a chegada de um tempo, no futuro,em que Jahwéh
vai voltar a reinar sobre Israel e vai restabelecer a situação ideal da época
de David. Essa missão será confiada a um “ungido” que Deus vai enviar ao seu
Povo. Esse “ungido” (em hebraico “messias”, em grego “cristo”) estabelecerá,
então, um tempo de paz, de justiça, de abundância, de felicidade sem fim – isto
é, o tempo do “reinado de Deus”. O “Reino de Deus” é, portanto, uma noção que
resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de abundância, preparado
por Deus para o seu Povo. Esta esperança está bem viva no coração de Israel na
época em que Jesus
aparece a dizer: “o tempo completou-se e o Reino de Deus aproximou-se”. Jesus
começa a construção desse “Reino” pedindo a conversão (“metanóia”) e o
acolhimento da Boa Nova (“evangelho”).
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores que orientam a própria vida. É reequacionar a vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível que esse mundo novo se torne uma realidade, sem que o homem renuncie ao egoísmo, ao orgulho, à auto-suficiência e passe a escutar a Deus e as suas propostas.
“Acreditar” é, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, fazer dela o guia da própria vida. “
AMBIENTE - A primeira parte do Evangelho segundo Marcos (cf. Mc 1,14-8,30) tem como objetivo fundamental levar à descoberta de Jesus como o Messias que proclama o Reino de Deus. Ao longo de um percurso que é mais catequético do que geográfico, os leitores do Evangelho são convidados a acompanhar a revelação de Jesus, a escutar as suas palavras e o seu anúncio, a fazerem-se discípulos que aderem à sua proposta de salvação. Este percurso de descoberta do Messias que o catequista Marcos nos propõe termina em Mc 8,29-30, com a confissão messiânica de Pedro, em Cesareia de Filipe (que é, evidentemente, a confissão que se espera de cada crente, depois de ter acompanhado o percurso de Jesus a par e passo): “Tu és o Messias”.
O texto que nos é hoje proposto aparece, exatamente, no princípio desta caminhada de encontro com o Messias e com o seu anúncio de salvação. Neste texto, Marcos apresenta aos seus leitores os primeiros passos da ação do Messias libertador.
O lugar geográfico em que o texto nos situa é a Galileia – uma região em permanente contato com os pagãos e, por isso, considerada pelas autoridades religiosas de Jerusalém uma terra de onde “não podia vir nada de bom”. Terra insignificante e sem especial relevo na história religiosa do Povo de Deus, a “Galileia dos gentios” parecia condenada a continuar uma região esquecida, marginalizada, por onde nunca passariam os caminhos de Deus e a proposta libertadora do Messias.
MENSAGEM - Marcos coloca na boca de Jesus as seguintes palavras: “cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1, 15).
Na expressão “cumpriu-se o tempo”, a palavra grega “tempo” (“kairós”) refere-se a um tempo bem distinto do tempo material (“chronos”), que é o tempo medido pelos relógios. Poderia traduzir-se como “de acordo com o projeto de salvação que Deus tem para o mundo, chegou a altura determinada por Deus para o cumprimento das suas promessas”.
Que “tempo” é esse que “se aproximou” dos homens e que está para começar? É o “tempo” do “Reino de Deus”. A expressão – tão frequente no Evangelho segundo Marcos – leva-nos a um dos grandes sonhos do Povo de Deus…
A catequese de Israel referia-se a Jahwéh como a um rei que, sentado no seu trono, governa o seu Povo. Mesmo quando Israel passou a ter reis terrenos, esses eram considerados apenas como homens escolhidos e ungidos por Jahwéh para governar o Povo, em lugar do verdadeiro rei que era Deus. Os profetas, por sua vez, vão alimentar a esperança do Povo anunciando a chegada de um tempo, no futuro,
“Converter-se” significa transformar a mentalidade e os comportamentos, assumir uma nova atitude de base, reformular os valores que orientam a própria vida. É reequacionar a vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência do homem e ocupe sempre o primeiro lugar. Na perspectiva de Jesus, não é possível que esse mundo novo se torne uma realidade, sem que o homem renuncie ao egoísmo, ao orgulho, à auto-suficiência e passe a escutar a Deus e as suas propostas.
“Acreditar” é, sobretudo, aderir à pessoa de Jesus, fazer dela o guia da própria vida. “
“Conversão” e “adesão ao projeto de Jesus” são
duas faces de uma mesma moeda: a construção de um homem novo, com uma nova
mentalidade, com novos valores. Vai ser isso que Jesus vai propor em cada
palavra; que nasça um homem novo, que não vive para o egoísmo, para a riqueza,
para os bens materiais, mas sim para a partilha (Mc 6,32-44); que nasça um
homem novo, que não para ter poder e dominar, mas sim para o serviço e para a
entrega da vida (Mc 9,35). Então, sim, teremos um mundo novo – o “Reino de
Deus”.
Depois de dizer qual a proposta inicial de Jesus, Marcos apresenta-nos os primeiros discípulos. Pedro e André, Tiago e João são – na versão de Marcos – os primeiros a responder positivamente ao desafio do Reino, apresentado por Jesus. Isso significa que eles estão dispostos a “converter-se” (isto é, a mudar os seus esquemas de vida, de forma a que Deus passe a estar sempre em primeiro lugar) e a “acreditar na Boa Nova” (isto é, a aderir a Jesus, a escutar a sua proposta de libertação, a acolhê-la no coração e a transformá-la em vida).
A apresentação feita por Marcos do chamamento dos primeiros discípulos não parece ser uma descrição fotográfica de acontecimentos concretos, mas antes a definição de um modelo de toda a vocação cristã. Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:
1º O chamamento é sempre uma iniciativa de Jesus.
2º Esse chamamento é exigente e radical.
3º Esse chamamento não é para aderir à pessoa de Jesus, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.
4º Esse chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional (Pedro, André, Tiago e João não exigem garantias, não pedem tempo para pensar, para medir os prós e os contras, para pôr em ordem os negócios, para se despedir do pai ou dos amigos, mas limitam-se a “deixar tudo” e a seguir Jesus).
O Evangelho deste domingo apresenta, portanto, o convite que Jesus faz a todos os homens no sentido de integrarem a comunidade do Reino; e apresenta também um modelo para a forma como os chamados devem escutar e acolher esse chamamento.
ATUALIZAÇÃO - • Quando contemplamos a realidade de sombras que enfeiam o mundo e criam angústia, desilusão e sofrimento na vida dos homens, vemos nos projetos de Deus um mundo diferente –de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz. A esse mundo novo, Jesus chamava o “Reino de Deus”. É esse projeto que Jesus nos apresenta e nos convida a aderir.
Depois de dizer qual a proposta inicial de Jesus, Marcos apresenta-nos os primeiros discípulos. Pedro e André, Tiago e João são – na versão de Marcos – os primeiros a responder positivamente ao desafio do Reino, apresentado por Jesus. Isso significa que eles estão dispostos a “converter-se” (isto é, a mudar os seus esquemas de vida, de forma a que Deus passe a estar sempre em primeiro lugar) e a “acreditar na Boa Nova” (isto é, a aderir a Jesus, a escutar a sua proposta de libertação, a acolhê-la no coração e a transformá-la em vida).
A apresentação feita por Marcos do chamamento dos primeiros discípulos não parece ser uma descrição fotográfica de acontecimentos concretos, mas antes a definição de um modelo de toda a vocação cristã. Nesta catequese sobre a vocação, Marcos sugere que:
1º O chamamento é sempre uma iniciativa de Jesus.
2º Esse chamamento é exigente e radical.
3º Esse chamamento não é para aderir à pessoa de Jesus, para aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.
4º Esse chamamento exige uma resposta imediata, total e incondicional (Pedro, André, Tiago e João não exigem garantias, não pedem tempo para pensar, para medir os prós e os contras, para pôr em ordem os negócios, para se despedir do pai ou dos amigos, mas limitam-se a “deixar tudo” e a seguir Jesus).
O Evangelho deste domingo apresenta, portanto, o convite que Jesus faz a todos os homens no sentido de integrarem a comunidade do Reino; e apresenta também um modelo para a forma como os chamados devem escutar e acolher esse chamamento.
ATUALIZAÇÃO - • Quando contemplamos a realidade de sombras que enfeiam o mundo e criam angústia, desilusão e sofrimento na vida dos homens, vemos nos projetos de Deus um mundo diferente –de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz. A esse mundo novo, Jesus chamava o “Reino de Deus”. É esse projeto que Jesus nos apresenta e nos convida a aderir.
•
Na perspectiva de Jesus, o “Reino de Deus” exige “conversão”. Temos de modificar a nossa
mentalidade, os nossos valores, as nossas atitudes, a nossa forma de encarar
Deus, o mundo e os outros para que se torne possível o nascimento de uma
realidade diferente. Temos de alterar as nossas atitudes de egoísmo, de
orgulho, de auto-suficiência, de comodismo e de voltar a escutar Deus e as suas
propostas, para que aconteça, na nossa vida e à nossa volta, uma transformação
radical – uma transformação no sentido do amor, da justiça e da paz.
•
O “Reino de Deus” exige também o “acreditar” no Evangelho. “Acreditar” é,
sobretudo, uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu projeto de vida. Jesus
propôs uma vida de amor, de doação, de serviço, de perdão. O “discípulo” é
alguém que está disposto a escutar o chamamento de Jesus, a acolher esse
chamamento no coração e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida.
• O chamamento a integrar a comunidade do “Reino” é algo que Deus dirige a cada homem e a cada mulher, sem exceção. Todos os batizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho”, a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida. Esse chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade, o principal objetivo do discípulo.
• O “Reino” é uma realidade que Jesus começou e que já está na nossa história. Não tem fronteiras definidas; mas está a concretizar-se através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. Não é uma realidade que construímos de uma vez, mas é uma realidade sempre em construção, sempre a fazer-se, até à sua realização final, no fim dos tempos, quando o egoísmo e o pecado desaparecerem para sempre. Em cada dia que passa, temos de renovar o compromisso com o “Reino” e empenharmo-nos na sua edificação.
SEGUNDA LEITURA (1Cor
7,29-31) Leitura da Primeira Carta de
São Paulo aos Coríntios.
Eu digo, irmãos: o tempo está
abreviado. Então que, doravante, os que têm mulher vivam como se não tivessem
mulher; e os que choram como se não chorassem; e os que estão alegres, como se
não estivessem alegres; e os que fazem compras, como se não possuíssem coisa
alguma; e os que usam do mundo, como se não estivessem gozando. Pois a figura
deste mundo passa.
AMBIENTE - Na comunidade cristã de Corinto, vemos as dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em profunda contradição com a pureza da mensagem evangélica. Um dos setores onde se nota particularmente o choque entre a fé cristã e a cultura helênica é nas questões de ética sexual: por um lado, um grande laxismo (cidade marítima, onde chegavam marinheiros de todo o mundo e onde reinava Afrodite, a deusa grega do amor); por outro lado, um desprezo absoluto pela sexualidade (típico de certas tendências filosóficas influenciadas pela filosofia platônica, que consideravam a matéria um mal e que faziam do não casar um ideal absoluto).
O desejo de Paulo é o de apresentar um caminho equilibrado, face a estes exageros: condenação sem apelo de todas as formas de desordem sexual, defesa do valor do casamento, elogio do celibato (cf. 1 Cor 7).
Provavelmente, os coríntios tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimônio ou o do celibato. Paulo responde à questão no capítulo 7 da Primeira Carta aos Coríntios (de onde é retirado o texto da nossa segunda leitura). Paulo considera que não tem, a este propósito, “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).
MENSAGEM - Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato. Em concreto, o que é que isto significa?
O cristão vive mergulhado nas realidades terrenas, mas não vive para elas. Ele sabe que as realidades terrenas são passageiras e efêmeras e não devem, em nenhum caso, ser absolutizadas. Para o cristão, o que é fundamental e deve ser posto em primeiro lugar, são as realidades eternas… E o cristão, embora estimando e amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante, para um cristão, deve ser sempre o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto (mesmo que seja muito importante) deve subjugar-se a isto.
Na sua catequese aos coríntios, o apóstolo aplica estes princípios à questão do casamento/celibato. Para ele, o casamento é uma realidade importante (ele considera que tanto o casamento como o celibato são dons de Deus – cf. 1 Cor 7,7); mas não deixa de ser uma realidade terrena e efêmera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Paulo nunca diz que o casamento seja uma realidade má ou um caminho a evitar; mas é evidente, nas suas palavras, uma certa predileção pelo celibato… Na sua perspectiva, o celibato facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos (cf. 1 Cor 7,32-38).
Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido em todos os tempos e lugares; mas elas tornam-se mais lógicas se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes a quem a Primeira Carta aos Coríntios se destinava, a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, relativizar as realidades transitórias e efêmeras, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO • A todo o instante temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, os nossos preconceitos e interesses egoístas interferem com as nossas opções e impõem-nos valores que nem sempre são geradores de liberdade, de paz, de vida verdadeira. Muitas vezes, endeusamos determinados valores passageiros, que nos fazem perder de vista os valores autênticos, verdadeiros, definitivos. O nosso texto sugere: os valores deste mundo não devem ser absolutizados. Não se trata de desprezar as coisas boas que o mundo coloca à nossa disposição; mas não colocar nelas a nossa esperança, a nossa segurança, o objetivo da nossa vida.
• Na verdade, o cristão deve viver com a consciência de que “o tempo é breve”. Ele sabe que a sua vida não encontra sentido pleno e absoluto nesta terra e que a sua passagem por este mundo é uma peregrinação ao encontro dessa vida verdadeira e definitiva que só se encontra na comunhão plena com Deus. Para chegar a atingir esse objetivo último, o cristão deve converter-se a Cristo e segui-lO no caminho do amor, da entrega, do serviço aos irmãos. Tudo aquilo que deixa um espaço maior para essa adesão a Cristo e ao seu caminho, deve ser valorizado e potenciado. É aí que deve ser colocada a nossa aposta.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
AMBIENTE - Na comunidade cristã de Corinto, vemos as dificuldades da fé cristã em se inserir num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em profunda contradição com a pureza da mensagem evangélica. Um dos setores onde se nota particularmente o choque entre a fé cristã e a cultura helênica é nas questões de ética sexual: por um lado, um grande laxismo (cidade marítima, onde chegavam marinheiros de todo o mundo e onde reinava Afrodite, a deusa grega do amor); por outro lado, um desprezo absoluto pela sexualidade (típico de certas tendências filosóficas influenciadas pela filosofia platônica, que consideravam a matéria um mal e que faziam do não casar um ideal absoluto).
O desejo de Paulo é o de apresentar um caminho equilibrado, face a estes exageros: condenação sem apelo de todas as formas de desordem sexual, defesa do valor do casamento, elogio do celibato (cf. 1 Cor 7).
Provavelmente, os coríntios tinham consultado Paulo acerca do melhor caminho a seguir – o do matrimônio ou o do celibato. Paulo responde à questão no capítulo 7 da Primeira Carta aos Coríntios (de onde é retirado o texto da nossa segunda leitura). Paulo considera que não tem, a este propósito, “nenhum preceito do Senhor”; no entanto, o seu parecer é que quem não está comprometido com o casamento deve continuar assim e quem está comprometido não deve “romper o vínculo” (1 Cor 7,25-28).
MENSAGEM - Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato. Em concreto, o que é que isto significa?
O cristão vive mergulhado nas realidades terrenas, mas não vive para elas. Ele sabe que as realidades terrenas são passageiras e efêmeras e não devem, em nenhum caso, ser absolutizadas. Para o cristão, o que é fundamental e deve ser posto em primeiro lugar, são as realidades eternas… E o cristão, embora estimando e amando as realidades deste mundo, pode renunciar a elas em vista de um bem maior. O mais importante, para um cristão, deve ser sempre o amor a Cristo e a adesão ao Reino. Tudo o resto (mesmo que seja muito importante) deve subjugar-se a isto.
Na sua catequese aos coríntios, o apóstolo aplica estes princípios à questão do casamento/celibato. Para ele, o casamento é uma realidade importante (ele considera que tanto o casamento como o celibato são dons de Deus – cf. 1 Cor 7,7); mas não deixa de ser uma realidade terrena e efêmera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Paulo nunca diz que o casamento seja uma realidade má ou um caminho a evitar; mas é evidente, nas suas palavras, uma certa predileção pelo celibato… Na sua perspectiva, o celibato facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos (cf. 1 Cor 7,32-38).
Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido em todos os tempos e lugares; mas elas tornam-se mais lógicas se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes a quem a Primeira Carta aos Coríntios se destinava, a segunda e definitiva vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, relativizar as realidades transitórias e efêmeras, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO • A todo o instante temos de fazer as nossas escolhas. A mentalidade dominante, os nossos preconceitos e interesses egoístas interferem com as nossas opções e impõem-nos valores que nem sempre são geradores de liberdade, de paz, de vida verdadeira. Muitas vezes, endeusamos determinados valores passageiros, que nos fazem perder de vista os valores autênticos, verdadeiros, definitivos. O nosso texto sugere: os valores deste mundo não devem ser absolutizados. Não se trata de desprezar as coisas boas que o mundo coloca à nossa disposição; mas não colocar nelas a nossa esperança, a nossa segurança, o objetivo da nossa vida.
• Na verdade, o cristão deve viver com a consciência de que “o tempo é breve”. Ele sabe que a sua vida não encontra sentido pleno e absoluto nesta terra e que a sua passagem por este mundo é uma peregrinação ao encontro dessa vida verdadeira e definitiva que só se encontra na comunhão plena com Deus. Para chegar a atingir esse objetivo último, o cristão deve converter-se a Cristo e segui-lO no caminho do amor, da entrega, do serviço aos irmãos. Tudo aquilo que deixa um espaço maior para essa adesão a Cristo e ao seu caminho, deve ser valorizado e potenciado. É aí que deve ser colocada a nossa aposta.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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