13º
DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A 2015
SOLENIDADE
DE S. PEDRO E S. PAULO
SINOPSE:
Tema: Pedro e Paulo; exemplos de fidelidade e testemunho a Jesus Cristo. Ambos deram a vida por Jesus.
Tema: Pedro e Paulo; exemplos de fidelidade e testemunho a Jesus Cristo. Ambos deram a vida por Jesus.
Evangelho: À Igreja e a Pedro é
confiado o poder das chaves – isto é, de interpretar as palavras de Jesus.
Primeira
leitura: Deus cuida dos discípulos quando o mundo os rejeita.
Segunda leitura: Paulo apresenta o “testamento”, “balanço final” do seu compromisso
com o Evangelho.
10. EVANGELHO (Mt 16,13-19) Evangelho de Jesus Cristo
segundo Mateus.
Naquele tempo, Jesus
foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem
dizem os homens
ser o Filho do Homem?”
Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros,
ainda, que é
Jeremias ou algum dos
profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão
Pedro respondeu: “Tu é o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe
disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, por que não foi um ser humano que
te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo que tu és
Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca
poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos
céus”.
AMBIENTE - A proposta de Jesus não é acolhida, senão por um pequeno grupo. Jesus pergunta aos discípulos não para ver sua popularidade, mais para tornar as coisas mais claras.
MENSAGEM – Muitos vêem Jesus um homem enviado como os
profetas… Pedro diz: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ele é o enviado por
Deus para libertar o seu Povo. Jesus não é, apenas, o Messias: é, também, o
“Filho de Deus”; significa reconhecer a unidade e intimidade entre Jesus e o
Pai e que Jesus realiza os projetos do Pai no meio dos homens.
Na segunda parte, Jesus elogia Pedro (a comunidade) pela fé. Pedro
é “a rocha”, pela fé que tem em Jesus, sobre a qual vai assentar a sua
Ekklesia. Jesus promete a Pedro “as chaves do Reino dos céus” e o poder
de “ligar e desligar”. “atar e desatar” designava interpretar a Lei com
autoridade. Assim, Jesus nomeia Pedro como “administrador” da Igreja, com
autoridade para interpretar, adaptar, atualizar as palavras de Jesus e para
acolher ou não novos membros na comunidade do Reino (todos são chamados; mas
aqueles que não aceitam as propostas de Jesus não podem ser admitidos).
Pedro é o protótipo do discípulo; nele, está representada
essa comunidade que proclama a sua fé em Jesus como o “Messias” e o “Filho de
Deus”. É a essa comunidade, representada por Pedro, que Jesus confia as chaves
do Reino e o poder de acolher ou excluir.
Por isso, nesse dia celebramos
também o DIA DO PAPA, o chefe visível da Igreja na terra.
Em dois mil anos de Cristianismo,
até hoje, Pedro teve 265 sucessores! Podemos dizer, ontem Pedro, hoje Francisco.
ATUALIZAÇÃO ** Muitos vêem
em Jesus um homem bom, “mestre” de moral, revolucionário, que procurou promover
os pobres e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “statu
quo”.
• Para os discípulos, é “o
Messias, o Filho de Deus”, capaz de dar vida
plena da felicidade sem fim.
•
A Igreja é a comunidade dos discípulos que reconhecem Jesus como “o
Messias, o Filho de Deus”.
6. PRIMEIRA LEITURA (At 12, 1-11) Leitura dos Atos dos
Apóstolos.
Naqueles dias, o rei
Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. Mandou matar à
espada Tiago, irmão
de João. E, vendo que
isso agradava aos judeus, mandou também prender Pedro. Eram os dias dos pães
ázimos. Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por
quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a
intenção de apresenta-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. Enquanto Pedro era
mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. Herodes estava
para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso
com duas correntes; e os guardas vigiavam as portas da prisão. Eis que apareceu
o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro,
acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. O
anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o
anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” Pedro acompanhou-o e não sabia que
era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que
aquilo era uma visão. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda,
chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho.
Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro
caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me
libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”
AMBIENTE –Pedro foi preso, e libertado. É uma catequese de como
Deus cuida dos discípulos.
MENSAGEM 1. A morte de Tiago e a prisão
de Pedro mostram como o projeto de Deus gera confronto.
2. “A Igreja
orava por ele”, mostra a unidade da Igreja e que Deus escuta a oração da
comunidade.
3. A libertação de Pedro mostra que Deus está com sua igreja e cuida daqueles que dão testemunho.
3. A libertação de Pedro mostra que Deus está com sua igreja e cuida daqueles que dão testemunho.
ATUALIZAÇÃO • O projeto de Deus gera
oposição. • Deus não nos abandona.
• A importância da solidariedade com os irmãos que estão em
sofrimento.
7. SALMO RESPONSORIAL / Sl 33 (34)
De todos os temores me
livrou o Senhor Deus.
• Bendirei o Senhor
Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se
gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem!
• Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos
o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os
temores me livrou.
• Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se
cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido; / e o Senhor o
libertou de toda a angústia.
• O anjo do Senhor vem acampar / ao redor dos que o temem e
os salva. / Provai e vede quão suave é o Senhor! / Feliz o homem que tem nele o
seu refúgio!
8. SEGUNDA LEITURA (2Tim 4,6-8. 17-18) Leitura da Segunda Carta
de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo, quanto a
mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de
minha partida.
Combati o bom combate,
completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da
justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim,
mas também a todos os que esperam com amor a
sua manifestação
gloriosa. Mas o Senhor esteve ao meu lado e me deu forças, ele fez com que a
mensagem fosse
anunciada por mim
integralmente e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me libertará de todo o mal e me salvará para o seu Reino celeste. A
ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
AMBIENTE - Paulo convida a redescobrir o entusiasmo por Jesus e pelo testemunho da Boa Nova.
MENSAGEM – Paulo doou
sua vida ao Evangelho. Resta-lhe receber a coroa de glória, reservada aos vencedores. Há duas maneiras de dar a vida por Cristo:
uma é gastá-la dia a dia; outra é derramar o sangue por causa da fé.
Paulo conheceu as duas modalidades; imitar Paulo é um desafio. O autor pede:
apesar das dificuldades, descubram a presença de Deus, confiem, mantenham-se
fiéis ao Evangelho: assim recebereis a salvação que Deus reserva a quem
combateu o bom combate da fé.
ATUALIZAÇÃO • Paulo é modelo. O caminho não é fácil, mas
vale a pena, pois conduz à vida plena.
• Aquele que
escolhe Cristo não está só; o Senhor está ao seu lado, dá-lhe força, e livra-o
de todo o mal.
Olhando a escolha de Pedro para conduzir a Igreja, podemos perceber que Jesus fundou a sua Igreja sobre a fragilidade humana, ela foi fundada sobre a responsabilidade de um homem sujeito a falhas!
Olhando a escolha de Pedro para conduzir a Igreja, podemos perceber que Jesus fundou a sua Igreja sobre a fragilidade humana, ela foi fundada sobre a responsabilidade de um homem sujeito a falhas!
Pe. Joaquim, Pe.
Barbosa, Pe. Carvalho
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Alguns pontos:
A resposta da comunidade representada por Pedro é
uma profissão de fé no “Cristo, Filho do Deus vivo”.
Essa profissão de fé não é fruto da lógica e do esforço humano, mas é
revelação divina, pois quem o revela à comunidade é o próprio Pai, que está no
céu. Foi a abertura da comunidade à revelação divina que possibilitou
reconhecer o Cristo e confessar a fé nele. E é sobre a fé confessada no Cristo,
Filho do Deus vivo, que a Igreja é edificada. A expressão “esta pedra”
refere-se à confissão de fé e é um trocadilho com a palavra “Pedro”, por cujos
lábios ela é pronunciada. O fundamento da Igreja é Jesus, pedra angular (Mt.
21,42), confessado por Messias/Cristo pela comunidade de seus seguidores.
1. Pedro recebe a revelação
de que Jesus é o Messias: “não foi alguém de carne e sangue que te revelou
isso, e sim meu Pai do céu” (v. 17b). Mas para Pedro Jesus não passa por um
humano a ponto de enfrentar a morte. Pedro está ligado ainda a um Messias
glorioso e poderoso (mentalidade da época).
2. Tanto que, logo após
Jesus confirmar que Pedro será a pedra sobre a qual edificará a sua Igreja (v.
18-19), Jesus vai dizer-lhe que ele é pedra de tropeço (satanás), porque não
pensa do modo de Deus, mas do modo humano (v. 22-23).
3. Jesus mostra as
conseqüências como Messias (vv. 24-28: tomar a cruz … perder a vida … que
adianta ganhar o mundo inteiro …). O reconhecimento de Jesus-Messias conduz ao
testemunho e à cruz. Pedro vai fazer um longo processo de conversão para
identificar sua vida com a do Mestre. Vai deixar de lado um Messias à moda
humana (à nossa imagem e semelhança) para tornar-se discípulo à imagem e
semelhança de Jesus-Messias-Servo (1ª leitura).
4. Pedro recebe o título
de satanás, porque não é inspirado pelo Pai, a pedra que se transforma em
tropeço (cf. Is. 8,14-15). Pedro não aceita a paixão do Mestre porque não
compreende o valor que ela tem.
7. Pedagogicamente Jesus
leva os discípulos para longe de Jerusalém, centro do poder político, econômico
e ideológico. Cesaréia de Filipe é uma espécie de “periferia” e terra que
espera um anúncio qualificado acerca de quem é Jesus. Assim, a partir dessa
realidade, – longe das influências ideológicas do centro, – é que os discípulos
são convidados a dar uma resposta plena de quem é Jesus.
9. Pedro responde: “Tu és
o Messias (o Cristo), o Filho do Deus vivo!”(v. 16). Jesus é a realização das
expectativas messiânicas, o portador da justiça que cria sociedade e história
novas. Ele supera, portanto, a barreira do velho e introduz a grande “novidade”
(o novo).
10. Reconhecer Jesus
desse modo é ser bem-aventurado (v. 17), porque é o projeto de Deus. Ninguém
chega a entender “quem é Jesus” a não ser no compromisso com suas propostas (a
justiça do Reino) que são as mesmas do Pai.
11. O reconhecimento de
Jesus é fruto da vivência de seu projeto (prática da justiça). E a partir de
pessoas que, como Pedro, o reconhecem e o confessam é que nasce a comunidade
(v. 18a).
12 Pedro, antes pedra de
edificação, se torna “satanás”, pois propõe um messianismo diferente (já
rejeitado por Jesus nas tentações – cf. 4,1-11).
13. Confessar é aderir a
ele com todas as conseqüências que o testemunho acarreta. O Mestre não é do
jeito que Pedro imagina. O Mestre não é do jeito que nós imaginamos. O Mestre quer
que nós sejamos do jeito que ele é.
14. E o cristianismo, o
que é? É o prolongamento da ação de Cristo que promove a justiça.
16. O poder da comunidade
das testemunhas de Cristo é o poder do mesmo Cristo: é o próprio Jesus quem age
na comunidade, permitindo-lhe ligar e desligar. É Jesus quem construirá e dará
do que é seu. A comunidade administra esse poder a partir do testemunho que
vive e anuncia.
17. E Pedro? Sua
liderança leva a comunidade ao discernimento e aceitação de tudo o que promove
a vida e ao discernimento e rejeição de tudo o que patrocina e provoca a morte.
No livro dos Atos dos
Apóstolos vemos a comunidade que sofre por causa dos conflitos e perseguições.
21. Herodes mata por
interesses políticos: agradar aos judeus.
22.1. Acontece com Pedro
o mesmo que acontecera com Jesus. Há inclusive coincidência de datas: a
referência à festa dos pães sem fermento (v. 3 com Lc. 22,1). Assim como o Pai
libertou Jesus da morte, o anjo do Senhor liberta Pedro da prisão.
23. Face à perseguição,
Deus é aquele que liberta a comunidade dos seus seguidores. Da mesma forma que
libertou Jesus da morte, também conduzirá a comunidade através dos conflitos. E
a comunidade, por sua vez, reproduzirá em sua vida a paixão e a páscoa de
Jesus, que é uma “paixão” por um mundo novo e libertado.
25. O chamado ‘testamento
de Paulo’. Chegou o momento de dar o grande testemunho. Seu sangue derramado,
ele interpreta como sacrifício de valor expiatório: “já fui oferecido em
libação” (v.6a). A libação de vinho, água ou óleo era, nos sacrifícios
judaicos, derramado sobre a vítima (Ex. 29,40; Nm. 28,7). A morte não é o fim,
mas o início da nova viagem. É o último gesto de auto-entrega, a porta de
entrada para a meta definitiva. Qual meta? “O Senhor… me levará para o seu
Reino eterno” (4,18b).
27. Olhando o passado,
Paulo tem consciência de ter cumprido sua missão de forma exemplar, com garra e
constância. Usa o exemplo do soldado: “combati o bom combate”, e do atleta que
corre no estádio: “terminei minha corrida”. Mas o fundamental para ele é ter
corrido em vista da evangelização: “guardei a fé!” (v. 7).
28. Olhando para o futuro
tem esperança de receber a coroa da justiça.
30. A paixão de Paulo é o
prolongamento da paixão de Jesus (cf. Cl. 2,14: “completo em minha carne o que
falta nas tribulações de Cristo”).
31. - Abandonado por
todos, sua única esperança é Jesus. E isso se torna motivo de profunda alegria,
que o leva a render graças e a dar glória a Deus enquanto viver (v. 18b).
R e f l e t i n d o
1. Nos santos se
manifesta o que Deus faz por nós e como ele é admirável. Este é o significado
da festa para nossa comunidade.
2. Os santos não foram
isentos de limitações e pecados (não eram anjos!). O que importa realmente é
que fizeram opção radical por seguir Jesus Cristo, confiantes na graça do
Espírito e na misericórdia do Pai.
7. A verdade da resposta
de Pedro revela a identidade de Jesus: “o Cristo, o Filho do Deus vivo!” Essa
resposta comprometeu Pedro com Jesus, pois reconheceu quem ele é e a ele
aderiu. Jesus o chama de bem-aventurado.
8. Quando não conhecemos
(ou reconhecemos) “quem é Jesus”, não podemos segui-lo. Seguiremos as opiniões
dos outros, as convicções dos outros, talvez o caminho dos outros, … mas não o
caminho de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo!
9. Apesar dessa confissão
de fé, Pedro continua com suas limitações. Não aceita que Jesus fale de sua
paixão (e Jesus o chama de satanás); não queria que Jesus lhe lavasse os pés;
usa a espada no monte das oliveiras; negou Jesus três vezes… e fica indeciso
diante dos problemas dos não-judeus e das tradições judaicas.
10. Entretanto, Ele
será o responsável por manter unidos aqueles homens (tão diferentes) no
seguimento de Jesus, o Mestre. Ele não é melhor que ninguém, talvez um dos mais
“fracos” dos discípulos, pois, além de abandonar Jesus no pior momento, também
o renegou. Por que Jesus o escolheu? Porque Pedro (apesar dos seus pecados) se
entregou totalmente no seguimento de Jesus: “tu sabes que eu te amo! Tu sabes o
quanto eu te amo! Tu sabes que eu sou fraco… mas tu sabes também o quanto te
amo!”
11. Pedro é um homem
comum, de carne e osso, “humano” como todos nós. Pedro é um homem verdadeiro,
espontâneo, honesto. Quando reconhece que errou volta atrás, se arrepende e
continua seu comprometimento com o Mestre. Comprometimento que levou até às
últimas conseqüências: perseguido, preso e martirizado.
12. Pedro foi um homem
muito parecido conosco, muito humano nas suas limitações e quedas. Mas foi um
homem verdadeiro (honesto consigo mesmo!) que descobriu a verdadeira identidade
de Jesus e o seguiu (entrega total, de corpo e alma) … até o fim!
13. Paulo de Tarso
relembra as dificuldades por que passou, reafirma sua adesão a Cristo.
15. O encontro com Jesus
muda a sua vida: de perseguidor para evangelizador (ai de mim se não
evangelizar!).
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Na pessoa de Pedro, destaca-se a
fé. Na pessoa de Paulo, o Missionário, que forma comunidades.
- O testemunho dos discípulos gera
oposição e morte.
- A Comunidade cristã é unida e
solidária, na Oração e Deus escuta a oração da Comunidade...
- Mostra a presença de Deus na
caminhada da Igreja e Deus não nos abandona...
Paulo está preso e faz um balanço
final de sua vida: " combati o bom
combate ... terminei a corrida...
conservei a fé... O Senhor esteve comigo... a ele GLÓRIA..." * Paulo está
consciente do dever cumprido..
Paulo disse: “Escolheu-nos antes da constituição do mundo” (Ef 1,
4). A vocação é um dom que Deus preparou desde toda a eternidade. Todos nós o
Senhor chama à santidade; e é uma vocação aproximar os outros de Cristo, fonte
de alegria, da paz e da plenitude. Relembrando o ardor Pedro e Paulo que o
Senhor nos conceda o mesmo entusiasmo para sermos discípulos e missionários de
Cristo.
Pedro, generoso e frágil, chegou a negar o Mestre e, após a
ressurreição, teve confirmada a missão de apascentar o rebanho de Cristo.
Pregou o Evangelho e deu seu último testemunho em Roma, onde foi crucificado
sob o Imperador Nero. Paulo pregou o Evangelho pelas cidades do Império Romano
e fundou inúmeras igrejas. Por fim, foi preso e decapitado em Roma, sob o
Imperador Nero.
Ambos foram perseverantes e
generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas,
eles plantaram a Igreja de Cristo,
buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Ambos viveram o
que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida. Pedro disse com
acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo
exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo”. Em
Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida.
Finalmente, ambos derramaram o
Sangue pelo Senhor. Hoje também nos voltamos para Roma, aquela que foi regada
com o sangue de Pedro e Paulo. Quando surgem tantas seitas cristãs, nossa
comunhão com Pedro é garantia de permanência segura na verdadeira fé. Rezemos,
hoje, pelo nosso Papa Francisco. Que Deus lhe conceda firmeza na fé.
Que dizer de São Paulo? São Paulo foi um homem que na pregação do
Evangelho colocou todas as suas potencialidades a serviço. Um homem totalmente
entregue às coisas de Deus. De perseguidor de cristãos tornou-se um dos
cristãos mais fervorosos, homem inflamado de zelo apostólico. Como não
identificar por detrás dessas frases um homem magnânimo e cheio do amor de
Deus?
o “Estou pregado à cruz de Cristo”
(Gl 2,19).
o “Eu vivo, mas já não sou eu; é
Cristo que vive em mim. A
minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim” (Gl 2,20).
o “Quanto a mim, não pretendo,
jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o
mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).
o Nos exorta: “não persistais em
viver como os pagãos, que andam à mercê de suas idéias frívolas. Têm o
entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração
mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se à
dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza” (Ef 17-19).
o “Contanto que de todas as
maneiras, por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado, nisto não só me
alegro, mas sempre me alegrarei” (Fl 1,18).
o Em Cristo “estão escondidos todos
os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2,3).
o “Combati o bom combate, terminei a
minha carreira, guardei a fé” (2 Tim 4,7).
Jesus não edificou a sua igreja sobre homens considerados
grandes aos olhos do mundo, mas sobre Pedro, um homem de origem simples, que
representa os homens de toda história da Igreja: homens santos e pecadores!
Ambos foram perseverantes na missão que o Senhor lhes confiara:
entre lágrimas plantaram a Igreja de Cristo. Finalmente, ambos derramaram o
Sangue pelo Senhor.
Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com
a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou
com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente
na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal:
anunciar Jesus Cristo! Eles apostaram tudo por Jesus, gastaram a própria vida;
da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu
tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor. Eis a maior de
todas a honras e de todas as glórias para serem herdeiros de sua glória. Eis
por que eles são modelo para todos os cristãos! Que eles intercedam por nós na
glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.
Sabemos com certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus
sucessores em Roma. Hoje, a missão de Pedro é exercida por Francisco. Nossa
comunhão com Pedro é garantia na verdadeira fé. Rezemos, hoje, pelo nosso Santo
Padre, Francisco. Que Deus lhe conceda firmeza na fé.
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Reflexões do Pe. Antônio
Toda
Igreja unida
Celebrando hoje a festa de Pedro e
Paulo, exaltamos seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e seu ardoroso
testemunho no projeto libertador de Deus.
Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor
das Comunidades, aquele que é referência da fé para os irmãos.
Na pessoa de Paulo, aparece mais o
líder Missionário, que forma comunidades e faz expandir a fé em todas as
nações.
Pedro recorda mais a instituição...
Paulo, o carisma...
As Leituras bíblicas nos falam dos
dois Apóstolos:
Na 1ª Leitura, vemos PEDRO:
(At 12,1-11)
Preso pelas autoridades...
"para agradar os judeus"...
Guardado como "perigoso"
por 16 homens... e libertado por Deus...
- O texto mostra que o testemunho
dos discípulos gera oposição e morte.
Mas a oposição não pode calar esse testemunho.
- Mostra uma Comunidade cristã
unida e solidária, na Oração.
E Deus escuta a oração da Comunidade...
- Mostra a presença efetiva de
Deus na caminhada da Igreja e o cuidado
de Deus para os que lhe dão testemunho.
O nosso Deus não nos abandona...
Na 2ª Leitura vemos PAULO:
(2Tm 4, 6-8.17-18)
Também está preso, pela última
vez: Está ciente da própria condenação.
Faz um balanço final de sua vida a
serviço do Evangelho:
- "Estou pronto... chegou a
minha hora... combati o bom combate ... terminei
a corrida... conservei a fé...
- E agora aguardo o prêmio dos
justos...
- O Senhor esteve comigo... a ele
GLÓRIA..."
A própria Morte ele a vê como a
Libertação definitiva...
* Suas palavras são um
"testamento espiritual" sereno e alegre, consciente do dever
cumprido..
Modelo de Missionário ardoroso e entusiasta...
No Evangelho, Pedro faz a
Profissão de Fé e recebe o Primado. (Mt 16, 13-19)
O texto tem duas Partes:
- A primeira de caráter cristológico:
centra-se em CRISTO e na definição de sua identidade:
"Tu é o Cristo, o Filho de Deus Vivo".
- Na segunda de caráter eclesiológico:
centra-se na IGREJA que Jesus convoca à volta de Pedro:
"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja".
A base ("Rocha") firme
sobre a qual vai se assentar a Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a Comunidade
dos discípulos professaram: a fé em Jesus como o "Messias, Filho de Deus
vivo".
Dessa adesão, nasce a Igreja, a
Comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro.
A Pedro e à Comunidade dos
discípulos é confiado o poder das chaves, isto é, a autoridade para interpretar
as palavras de Jesus, às novas necessidades e situações e para acolher ou não
novos membros na Comunidade dos discípulos do Reino. Pedro torna-se assim uma
figura de referência para os primeiros cristãos e desempenha um papel de
primeiro plano na animação da igreja nascente.
+ PEDRO E PAULO são figuras
gigantescas da Igreja primitiva, que tinha a missão de continuar a OBRA
salvadora de Cristo...
Na Igreja, Pedro recebe poderes
para desempenhar a sua missão:
Por isso, nem o poder do inferno
terá vez contra ela...
E essa promessa de Cristo
não é apenas à pessoa de Pedro.
Se a Igreja deve permanecer, mesmo
depois da morte de Pedro,
devemos admitir que os poderes
concedidos a Pedro,
passem também aos seus legítimos
sucessores, que são os PAPAS...
Por isso, nesse dia celebramos
também o DIA DO PAPA, que ainda hoje continua sendo sinal de unidade e
de comunhão na fé.
O Papa é o chefe visível da Igreja
na terra.
Sua missão é espinhosa, sobretudo
hoje, com mudanças rápidas e violentas...
com contestações dentro e fora da
Igreja...
Como é difícil saber discernir, no
meio de tantas turbulências!...
Ele merece o nosso amor...
mas que não seja um amor só de
palavras, mas um amor concreto...
Rezando por ele... escutando a sua
voz... e praticando seus ensinamentos...
Relembrando as figuras de São
Pedro e São Paulo, perguntemo-nos:
- Damos testemunho de Cristo, como
eles, no ambiente em que vivemos?
- Acreditamos que somos
responsáveis pela continuação do Projeto de Deus?
Relembrando a figura do Papa,
continuemos a nossa oração,
pedindo a Deus que lhe dê:
- MUITA LUZ... para apontar
sempre o melhor caminho para a Igreja... e
- MUITA FORÇA... para
enfrentar com otimismo e alegria
as contestações do mundo moderno...
A Igreja é um corpo vivo, que se
constrói com pedras vivas.
Todos colaboramos na construção,
mas sob a guia e supervisão dos que
são sucessores de Pedro (o Papa) e
dos demais Apóstolos (os bispos).
Pe.
Antônio
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HOMILIA
DO PE. PEDRINHO
Meus
irmãos e irmãs, nós sabemos que o dia de São Pedro e São Paulo é dia 29 de
junho, mas como no Brasil não é feriado, celebramos neste domingo.
São duas testemunhas, duas colunas
muito importantes para nossa igreja. Quando eu digo nossa igreja, é para nós.
Nós é que somos a igreja. São duas testemunhas importantes, porque elas podem
nos animar a sermos fiéis na fé que professamos. Quando temos oportunidade, a
acolhida que nós damos para quem vai ser batizado, é a cruz de Cristo. A nossa
igreja, católica, apostólica, romana, ela não engana ninguém. O que podemos
oferecer é a cruz de Cristo. Quem oferece outra coisa, está fora do projeto de
igreja. Porque é através da cruz de Jesus Cristo, que a humanidade pode ser
salva. Nós não adoramos a cruz, mas adoramos quem morreu na cruz para nos
salvar. Isto é importante nós compreendermos. Importante porque hoje celebramos
Pedro e Paulo. Alguém poderia dizer: isto é obra do passado. No entanto, muitos
dos que professam a fé, são ainda hoje martirizados. Vejam que há casos na
África e no Oriente médio, onde igrejas são destruídas e muita gente morre por
esta fé. Muitos que professam a fé são martirizados. É importante observar
isto. Desde Jesus até hoje, as pessoas acham que matando cristãos vai impedir o
cristianismo de continuar, mas a Palavra de Jesus é uma só; ele diz: as portas
do inferno nunca prevalecerão sobre ela. De tal maneira, que celebrando São
Pedro e São Paulo, é nos prepararmos, nos perguntarmos se também eu estaria
preparado para o martírio. Porque preparado para ser ajudado, preparado para
receber um emprego, para isto buscamos Jesus Cristo. E para o martírio? Eu vou
dizer com franqueza; ninguém sabe se está preparado ou não. Isto é um momento
que nos ajuda a refletir. Se olharmos a caminhada de São Pedro, nós vamos ver o
porque é importante celebrar o seu martírio. São Pedro é alguém que sempre se
apresentou com muito medo das coisas. Às vezes alegava ignorância, às vezes
mentia mesmo, o fato é que, quando percebia que algo era exigido dele, algo que
pudesse comprometê-lo, ele dava um jeito de escapar. “você não é do grupo desse
galileu? Nunca vi, não sei do que você fala”. Ou então: “Seu mestre paga
imposto? Paga”. Ou então; “Quem não
deixar eu lavar os pés, não terá parte comigo. Então, lava a cabeça também”. Então,
São Pedro sempre procurou evitar problemas. Olha que interessante; ele sempre
caminhava COM JESUS. Nós vemos no Evangelho de hoje, que no caminho de Cesaréia
que Jesus vai dialogar com ele. Jesus, várias vezes, falou para os discípulos,
inclusive para ele; “vocês querem ir embora? A quem iremos, Senhor, só tu tens
palavras de vida eterna”. Então, de fato, São Pedro, apesar de suas
dificuldades, NUNCA se negou a caminhar
com Jesus. E quem se coloca para caminhar com Jesus, vai amadurecendo a sua fé.
É por isso que agente diz; o batismo é somente encontrar qual é a estrada, mas
depois precisa caminhar. Porque se nós não caminharmos, nós acabamos não
estando preparados para aquilo que nossa fé exige. O que nossa fé exige? Viver o
Evangelho, sermos fiéis a Deus. O salmo de hoje diz com muita clareza: “Contemplai
a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este
infeliz gritou a Deus e foi ouvido; / e o Senhor o libertou de toda a angústia”.
• Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos o seu nome! /
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou”.
Ora, isto parece uma ironia. Desde quando Deus ouviu Pedro, se
morreu na cruz? Mas desde quando Deus ouviu Jesus, se Ele morreu na cruz? Ora,
por este caminho nós não chegamos a nada. O que é necessário é entendermos o diálogo
de Jesus com Pedro. É o tipo de verdade que homem nenhum nos revela, mas só o
Pai que está no Céu. Aparentemente, não foi ouvido nem Jesus, nem São Pedro. Entretanto,
se nós observarmos, eles venceram a morte e puderam experimentar a VIDA, que é
a última Palavra, Palavra que vem de Deus. Então, quem aposta na morte está
derrotado. Talvez, por um pequeno tempo, não vai vencer, mas vai perceber que
foi em vão a tentativa de resolver as coisas a partir da morte.
E por outro lado, celebramos São Paulo que também começou
apostando na morte. Ele, inclusive, matou cristãos. E não foi por maldade. Ele acreditava
estar servindo a Deus, quando defendia a existência de um só Deus. Quando ouviu
falar que Jesus era Deus feito homem, ele disse; não é possível dois deuses. Eu
preciso eliminar estes que estão criando esta confusão. Agora, ele se dá conta
de algo que ele não conhecia; ele não conhecia o perdão. Perdão é próprio de
Jesus Cristo. Por mais que se procure, vamos verificar que é a única proposta
que inclui o perdão, é a proposta cristã. Nem os mulçumanos, nem os judeus, nem
o hindu, nenhuma outra religião propõe o perdão. Só o cristianismo. É isto que
chamou a atenção de Paulo. Ele soubera que Jesus, mesmo na cruz, tinha dito: “Pai,
perdoai porque não sabem o que fazem”. Ele preside a morte de Estevão e este
também diz: “Pai, perdoai porque não sabem o que fazem”. O que que isto? Estamos
matando fulano e este está pedindo perdão pelos que estão lhe matando? É aí, que São Paulo descobre a grandeza de
Jesus Cristo. É evidente, que ele caindo por terra, isto é, se dando conta do
que Jesus está propondo, ele muda totalmente de vida.
Então, meus irmãos e irmãs, seria muito difícil nós respondermos
com segurança; “eu estou pronto para testemunhar minha fé”. Entretanto, não é
difícil caminhar. Se for preciso, vamos testemunhar. Se não for preciso, certamente
não vamos perder o tempo, porque esta caminhada nos leva ao Pai e Deus consegue,
a quem procura, a vida eterna. Celebrar São Pedro e São Paulo é celebrar nossa
caminhada. Caminhada de Igreja. De fato, Deus não medirá esforços para nos
manter nesta trilha. Ele não vai criar obstáculos para que possamos continuar
firmes. Mas, para isto é necessário todo dia perguntar; quem é Jesus com quem
eu caminho? Porque se houver dificuldades, no primeiro obstáculo vamos
desistir. Mas, se eu souber que Ele é o Messias, o Salvador, não terei
dificuldade de caminhar com Ele. Posso ter exigências, mas jamais obstáculos,
porque Deus já nos livrou de tudo aquilo que poderia impedir de acompanha-lo.
Que nós possamos continuar firmes na fé e ajudar a outros
nesta caminhada.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
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Homilia de D. Henrique Soares Mt 16,13-19
“Eis os santos que, vivendo
neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do
Senhor e se tornaram amigos de Deus”. – Estas palavras que o missal propõe como antífona de
entrada desta solenidade, resumem admiravelmente o significado de São Pedro e
são Paulo. A Igreja chama a ambos de “corifeus”, isto é líderes, chefes,
colunas. E eles o são.
Primeiramente, porque são apóstolos. Isto é, são testemunhas
do Cristo morto e ressuscitado. Sua pregação plantou a Igreja, que vive do
testemunho que eles deram. Pedro, discípulo da primeira hora, seguiu Jesus nos
dias de sua pregação, recebeu do Senhor o nome de Pedra e foi colocado à frente
do colégio dos Doze e de todos os discípulos de Cristo. Generoso e ao mesmo
tempo frágil, chegou a negar o Mestre e, após a ressurreição, teve confirmada a
missão de apascentar o rebanho de Cristo. Pregou o Evangelho e deu seu último
testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o Imperador Nero. Paulo não
conhecera Jesus segundo a carne. Foi perseguidor ferrenho dos cristãos, até ser
alcançado pelo Senhor ressuscitado na estrada de Damasco. Jesus o fez se
apóstolo. Pregou o Evangelho incansavelmente pelas principais cidades do
Império Romano e fundou inúmeras igrejas. Combateu ardentemente pela fidelidade
à novidade cristã, separando a Igreja da Sinagoga. Por fim, foi preso e
decapitado em Roma, sob o Imperador Nero.
O que nos encanta nestes gigantes
da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda. Encanta-nos igualmente a
fidelidade à missão. As palavras de Paulo servem também para Pedro: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”.
Ambos foram perseverantes e generosos na missão que o Senhor lhes confiara:
entre provações e lágrimas, eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como
pastores solícitos pelo rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de
Jesus Cristo. Não largaram o arado, não olharam para trás, não desanimaram no
caminho… Ambos experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do
Senhor. Paulo, como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o
Senhor enviou o seu anjo para me libertar…”
Ambos viveram profundamente o que
pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo.
Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo
na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois
homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar
Jesus Cristo! Em Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida;
da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu
tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos derramaram o
Sangue pelo Senhor: “Beberam do cálice do Senhor e
se tornaram amigos de Deus”. Eis a maior de todas a honras e de
todas as glórias de Pedro e de Paulo: beberam o cálice do Senhor, participando
dos seus sofrimentos, unido a ele suas vidas até o martírio em Roma, para serem
herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos;
eis por que celebramos hoje, com alegria e solenidade o seu glorioso martírio
junto ao altar de Deus! Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para
que sejamos fiéis como eles foram.
Hoje também, nossos olhos e
corações voltam-se para a Igreja de Roma, aquela que foi regada com o sangue
dos bem-aventurados Pedro e Paulo, aquela, que guarda seus túmulos, aquela, que
é e será sempre a Igreja de Pedro. Alguns loucos, dizem, deturpando totalmente
a Escritura, que ela é a Grande Prostituta, a Babilônia. Nós sabemos que ela é
a Esposa do Cordeiro, imagem da Jerusalém celeste. Conhecemos e veneramos o
ministério que o Senhor Jesus confiou a Pedro e seus sucessores em benefício de
toda a Igreja: ser o pastor de todo o rebanho de Cristo e a primeira testemunha
da verdadeira fé naquele que é o “Cristo, Filho do Deus vivo”.
Sabemos com certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje , a missão de
Pedro é exercida por Bento XVI. Ao Santo Padre, nossa adesão filial, por
fidelidade a Jesus, que o constituiu pastor do rebanho. Não esqueçamos: o Papa
será sempre, para nós, o referencial seguro da comunhão na verdadeira fé
apostólica e na unidade da Igreja de Cristo. Quando surgem, como ervas
daninhas, tantas e tantas seitas cristãs e pseudo-cristãs, nossa comunhão com
Pedro é garantia de permanência seguríssima na verdadeira fé. Quando o mundo já
não mais se constrói nem se regula pelos critérios do Evangelho, a palavra
segura de Pedro é, para nós, uma referência segura daquilo que é ou não é
conforme o Evangelho.
Rezemos, hoje, pelo nosso Santo
Padre, Bento. Que Deus lhe conceda saúde de alma e de corpo, firmeza na fé,
constância na caridade e uma esperança invencível. E a nós, o Senhor, por
misericórdia, conceda permanecer fiéis até a morte na profissão da fé católica,
a fé de Pedro e de Paulo, pala qual, em nome de Jesus, “Cristo Filho do Deus vivo”, os Santos Apóstolos
derramaram o próprio sangue.
Ao Senhor, que é admirável nos seus santos e nos dá a força para o
martírio, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares
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OUTRA HOMILIA DE D. HENRIQUE
Hoje celebramos o glorioso martírio
dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, aqueles “santos que, vivendo neste mundo,
plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se
tornaram amigos de Deus”. Pedro, aquele a quem o Senhor constituiu como fundamento
da unidade visível da sua Igreja e a quem concedeu as chaves do Reino; Paulo,
chamado para ser Apóstolo de um modo único e especial, tornou-se o Doutor das
nações pagãs, levando o Evangelho aos povos que viviam nas trevas. Um pela cruz
e o outro pela espada, deram o testemunho perfeito de Cristo, derramando seu
sangue e entregando a vida em Roma, por volta do ano 67 da nossa era.
Caríssimos, esta Solenidade hodierna
dá-nos a oportunidade para algumas ponderações importantes.
A Igreja é apostólica. Esta é uma sua
propriedade essencial. João, no Apocalipse, vê a Jerusalém celeste fundada
sobre doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (cf. 21,14).
Eis: a Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor,
que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que ele mesmo
escolheu. Seu alicerce, portanto, sua origem, seu fundamento são o ministério e
a pregação apostólicas que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o
fim dos tempos graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida
na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é apostólica significa crer
firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada ao bel-prazer
das modas de cada época; crer que a Igreja tem como fundamento os Apóstolos
significa afirmar que não somos nós, mas o Cristo no Espírito Santo, quem
pastoreia e santifica a Igreja pelo ministério dos legítimos sucessores dos
Apóstolos. O critério daquilo que cremos, a regra da nossa adesão ao Senhor
Jesus, a norma da nossa fé é aquilo que recebemos dos santos Apóstolos uma vez
para sempre. Só a eles e aos seus legítimos sucessores o Senhor confiou a sua
Igreja, concedendo-lhes a autoridade com a unção do Espírito para desempenharem
o ofício de guiar o seu rebanho pelos séculos a fora. Olhemos, irmãos amados,
para Pedro e Paulo e renovemos nosso firme propósito de nos manter alicerçados
na fé católica e apostólica que eles plantaram juntamente com os demais
discípulos do Senhor. Hoje, quando surgem tantas comunidades cristãs que se
auto-intitulam “igrejas” e se auto-denominam “apostólicas”, estejamos atentos
para não perder a comunhão com a verdadeira fé, transmitida de modo
ininterrupto e fiel na única Igreja de Cristo, santa, católica e apostólica.
Um outro aspecto importante,
caríssimos, é o significado de ser Apóstolo: ele não é somente aquele que prega
Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele conviveu,
nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam Jesus não
somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte.
Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo
quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós mesmos,
mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila
para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso. Incessantemente
trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja
também manifestada em nosso corpo. Assim, a morte trabalha em nós; a vida,
porém, em vós” (2Cor 4,5.7.10.12). Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a
vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, pra que os
irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa
de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo
seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de
amor que dá a vida por quem amamos! Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo,
que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um
exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles!
Um terceiro aspecto que hoje podemos
considerar é a ação fecunda da graça de Cristo na vida dos seus servos. O
exemplo de Pedro, o exemplo de Paulo servem muito bem para nós. Bento XVI, ao
ser eleito, afirmou humildemente que se consolava com o fato de Deus saber
trabalhar com instrumentos insuficientes: Quem era Simão, chamado Pedro? Um
pescador sincero, mas rude, impulsivo e de temperamento movediço. No entanto,
foi fiel à graça, e tornou-se Pedra sólida da Igreja, tão apegado ao seu
Senhor, a ponto de exclamar, cheio de tímida humildade: “Senhor tu sabes tudo;
tu sabes que te amo” (Jo 21,17). Quem era Saulo de Tarso, chamado Paulo? Um douto,
mas teimoso e radical fariseu, inimigo de Cristo. Tendo sido fiel à graça,
tornou-se o grande Apóstolo de Jesus Cristo, tão apaixonado pelo seu Senhor, a
ponto de nos desafiar: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo!” (1Cor
11,1). Eis, caros meus, abramo-nos também nós à graça que o Senhor nos concede
para a edificação da sua obra, para a construção do seu Reino, e digamos como
São Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça em mim não foi em
vão” (1Cor 15,10).
Ainda um derradeiro aspecto, amados
no Senhor. Nesta hodierna Solenidade somos chamados a refletir sobre o
ministério de Pedro na Igreja. Simão por natureza foi feito Pedro pela graça.
Pedro quer dizer pedra. Eis, portanto, Simão Pedra. “Tu és Pedro e sobre esta
Pedra eu edificarei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do Reino” (Mt
16,16ss). Caríssimos, o ministério petrino é mais que a pessoa de Pedro. Seu
serviço será sempre o de confirmar os irmãos na fé em Cristo, Filho do Deus
vivo, mantendo a Igreja unida na verdadeira fé apostólica e na unidade
católica. É este o ministério que até o fim dos tempos, por vontade do Senhor,
estará presente na Igreja na pessoa do Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, a
quem chamamos carinhosamente de Papa, pai. O Papa é o Pastor supremo da Igreja
de Cristo porque somente a ele o Senhor entregou de modo supremo o seu rebanho.
Aquilo que entregou aos Doze e a seus sucessores, os Bispos, entregou de modo
especial a Pedro e a seus sucessores, o Papa: “Tu me amas mais que estes?
Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15). Estejamos atentos, caríssimos: nossa
obediência, nossa adesão, nosso respeito, nossa veneração pelo Santo Padre não
é porque o achamos simpático, sábio, ou de pensamento igual ao nosso, mas
porque ele é aquele a quem o Senhor confiou a missão de confirmar os irmãos.
Nossa certeza de que ele nos guia em nome de Cristo vem da promessa do próprio
Senhor: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar
como trigo; eu, porém, orei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça.
Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22,31-32). É porque
temos certeza da eficácia da oração de Jesus por Pedro e seus sucessores, que
aderimos com fé ao ensinamento do Santo Padre. Estejamos certos de uma coisa:
quem não está em comunhão com o Papa está fora da plena comunhão visível com a
Igreja de Cristo, que é a Igreja católica.
Assim, rezemos hoje pelo Papa Bento
XVI. E acompanhemos nossa oração com um gesto concreto: a esmola, o óbolo de
São Pedro, aquela contribuição que no dia de hoje os católicos do mundo inteiro
devem dar para as obras de caridade do Papa por todo o mundo. Assim, com as
mãos e com o coração rezemos pelo Santo Padre, o Papa Bento: Que o Senhor nosso
Deus que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o conserve são e salvo
à frente da sua Igreja, governando o Povo de Deus, de modo que o povo cristão a
ele confiado possa sempre mais crescer na fé. Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:
LOUVOR
(QUANDO O PÃO CONSAGRADO
ESTIVER SOBRE O ALTAR) Mt 16, 13-19
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS.
à Por Jesus,
com Jesus e em Jesus, na força do espírito santo, louvemos ao Pai:
T:
louvor
e glória a Vós, ó Pai de bondade!
1 Senhor, nosso Deus, nós vos louvamos
pela vossa bondade. Vos agradecemos pelo carinho com que nos criastes e pelo
ardor com que nos sustentais. Sabemos que não nos abandonais em nossas
dificuldades e em nossas lutas do dia a dia.
T :
louvor
e glória a Vós, ó Pai de bondade!
2 Pai, hoje nos falastes, através de
Pedro, que Jesus é o messias, o vosso Filho enviado para que possamos, através
dele, alcançar o Vosso Reino.
T:
louvor
e glória a Vós, ó Pai de bondade!
3 Pai, dai-nos força e coragem para
que possamos, um dia, dizer como Paulo: “Combati um bom combate”. Sabemos que é
difícil anunciar o Vosso Reino neste mundo de injustiças, de poder opressor, de
ganância pelo lucro e cheio de corrupção. Dai-nos a coragem de Paulo e o ardor
de Pedro para que sejamos corajosos em construir o Vosso Reino.
T:
louvor e
glória a Vós, ó Pai de bondade!
à
PAI NOSSO... A Paz de Cristo... Eis o
Cordeiro...