30° Domingo do Tempo Comum B (Adaptado e postado pelo Diácono
Ismael)
SINOPSE:
Tema: “No Caminho da Fé”. Aderindo-nos
a Jesus, que é a luz, teremos a vida verdadeira.
Primeira leitura: Nos
momentos difíceis de Israel, Deus sempre esteve presente.
Evangelho: Marcos nos diz: Se nos
levantarmos de nosso comodismo, deixarmos nosso egoísmo e irmos a Jesus,
veremos os caminhos de nossa salvação.
Segunda leitura: Jesus
é o enviado do Pai como o sumo-sacerdote. Acreditando e aderindo a Jesus, construiremos
o Reino e teremos a vida verdadeira
.
6.
PRIMEIRA LEITURA (Jr 31,7-9) Jeremias.
Isto diz o Senhor: “Exultai de alegria, cantai e dizei: ‘Salva, Senhor, teu
povo, o resto de Israel’. Eis que eu os trarei e os reunirei desde as
extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres grávidas e
parturientes: São uma grande multidão os que retornam. Eles chegarão entre
lágrimas e eu os receberei entre preces; eu os conduzirei por torrentes d’água,
por um caminho reto onde não tropeçarão, pois tornei-me um pai para Israel, e
Efraim é o meu primogênito”.
AMBIENTE
– A mensagem poderia
situar-se na primeira fase de Jeremias (reinado de Josias) e dirigir-se-ia aos
israelitas do Reino do Norte que estava sob o domínio assírio. Para
outros, será da época de Sedecias, entre a primeira e a segunda deportação do
Povo para a Babilónia (597-586 a.C.). Jeremias começa a refletir sobre um tempo
novo que Deus irá oferecer ao seu Povo uma nova Aliança.
ENSAGEM
– É convite à alegria e ao louvor. Jahwéh vai reunir o seu Povo
(disperso na Assíria, Na Babilónia?), vai conduzi-lo através do deserto e vai
fazê-lo retornar à sua pátria. Deste Novo Êxodo farão parte "o cego e o
coxo, a mulher grávida e a que deu à luz". O cego e o coxo relembram a
situação de necessidade e de carência dos exilados. Na mulher grávida e na
mulher que deu à luz, o profeta representa a dor e o sofrimento, mas também a
fecundidade, a alegria, a esperança num futuro novo e cheio de vida.
Jahwéh apresenta-Se como um pai cheio de amor pelo seu filho/Povo. Esse amor
irá traduzir-se no fim do Exílio e no regresso dos exilados à sua terra. Jahwéh
vai oferecer ao seu Povo vida abundante e fecunda. Mesmo nos momentos mais
dramáticos da histórica de Israel, quando o Povo parecia privado de luz e de
liberdade (o "cego" e o "coxo"), Deus estava lá,
preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de
pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.
ATUALIZAÇÃO• Deus é atento com cuidados de pai:
não estamos sozinhos frente aos sofrimentos; Deus vai ao nosso lado e, com amor
de pai, cuida de nós, conduz-nos ao encontro da vida eterna e verdadeira.
• os "coxos" e os "cegos
representam situação de fragilidade e que são incapazes, por si sós, de deixar
essa condição. Também com esses Deus quer caminhar. Deus não marginaliza
ninguém. Nós ver em cada "coxo", no "cego", velho, doente,
um irmão que Deus ama e a quem quer oferecer, por nosso intermédio, a vida
plena.
• Por vezes, as dificuldades
económicas, as doenças, a fome, a miséria nos faz desanimados. A Palavra de
garante-nos: Deus caminha conosco pela história e, como um pai que ensina o
filho a caminhar, há-de conduzir-vos pela mão ao encontro da vida verdadeira.
Há um futuro para nós, pois Deus ama-nos e caminha conosco.
SALMO
RESPONSORIAL / SI 125 (126)
Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos
de alegria!
•
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, / parecíamos sonhar; / encheu-se de
sorriso nossa boca; / nossos lábios, de canções.
•
Entre os gentios se dizia: “Maravilhas / fez com eles o Senhor!” / Sim,
maravilhas fez conosco o Senhor; / exultemos de alegria!
•
Mudai a nossa sorte, ó Senhor, / como torrentes no deserto. / Os que lançam as
sementes entre lágrimas / ceifarão com alegria.
•
Chorando de tristeza sairão, / espalhando suas sementes; / cantando de alegria
voltarão, / carregando os seus feixes!
10. EVANGELHO (Mc 10,46-52) Marcos. Jesus saiu com seus discípulos
e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava
sentado à beira do caminho. Quando ouviu dizer que Jesus estava
passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Muitos
o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda. Então Jesus
parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te,
Jesus te chama!” O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até
Jesus. Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego
respondeu: “Mestre, que eu veja!” Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”.
No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.
AMBIENTE
- Bartimeu ("filho de
Timeu"). Os "cegos" eram excluídos. A cegueira era considerada o
resultado de um pecado grave. Os cegos não eram testemunhas e não entravam no
Templo.
MENSAGEM
- Marcos construiu uma
catequese. O cego representa todos os pecadores, impuros, marginais, longe de
Deus e da sua proposta de salvação. O cego está sentado à beira do
caminho, significa acomodação, conformismo. Ele está privado da luz e da liberdade
e está conformado com a situação, sabendo que, por si só, é incapaz de sair
dela. O pedir esmola indica escravidão e dependência. Contudo, a passagem
de Jesus dá ao cego a consciência da sua miséria. A passagem de Jesus na vida
de alguém é sempre um momento de tomada de consciência, de questionamento, de
desafio. Bartimeu está consciente da sua debilidade e sente que, sem a ajuda de
Jesus, continuará na dependência, na escravidão. Por isso, pede: "Jesus,
filho de David, tem misericórdia de mim". Bartimeu vê em Jesus esse
Messias libertador que havia de vir para dar vida em plenitude ao Povo de
Deus. Os discípulos repreendiam o cego e queriam fazê-lo calar. Quando
alguém encontra Jesus encontra sempre resistências (familiares, amigos,
colegas). Jesus parou e mandou chamar o cego. Os mediadores dizem-lhe:
"coragem, levanta-te que Ele chama-te". Ou seja: deixa a tua
miséria, escravidão e dependência, porque Jesus chama-te. O chamamento é
sempre a tornar-se discípulo, a seguir
Jesus no caminho do amor e do dom da vida.
Em resposta, o cego atirou fora a
capa, deu um salto e foi ter com Jesus. A capa é tudo o que um mendigo
possui, a única coisa de que ele pode separar-se (outros deixaram o barco, as
redes ou a banca onde recolhiam impostos). O deitar fora a capa significa,
portanto, o deixar tudo o que se possui para ir ao encontro de Jesus. É um
corte radical com o passado, a fim de começar uma vida nova ao lado de
Jesus. Jesus perguntou ao cego: "que queres que te faça?". É a mesma
pergunta que, pouco antes, Jesus fizera a João e Tiago (cf. Mc 10,36). A
pergunta acentua, contudo, a diferença da resposta ... Os dois irmãos queriam
sentar-se ao lado de Jesus e ver concretizados os seus sonhos de grandeza e de
poder; o cego Bartimeu, ao contrário, cansado de estar sentado numa vida de
escravidão e de cegueira, quer encontrar a luz para seguir Jesus. Jesus
responde a Bartimeu: "vai, a tua fé te salvou". A fé é a adesão a
Jesus e à sua proposta de salvação. Por isso, Marcos termina a sua história
dizendo que o cego recuperou a vista e seguiu Jesus - isto é, fez-se
discípulo. Bartimeu encontrou a salvação. Bartimeu representava os
pecadores que viviam longe de Deus e à margem da salvação. Depois de encontrar
Jesus, Bartimeu transforma-se e torna-se o protótipo do verdadeiro discípulo. É
com Bartimeu que os discípulos de Jesus são convidados a identificar-se.
ATUALIZAÇÃO
♦ O cego é aquele que se sente a sua
incapacidade em romper, por si só, as cadeias que o impedem de ser livre.
♦ Jesus tem uma proposta de libertação
destinada a todos. É preciso deixar o egoísmo e a auto-suficiência com os
valores efêmeros não nos distraiam do essencial …
♦ O Ser discípulo é aderir à sua
pessoa, acolher os seus valores, viver na obediência aos projetos do Pai, fazer
da vida um dom de amor aos irmãos; é solidarizar-se com os pequenos, os pobres,
os perseguidos, os marginalizados e lutar por um mundo onde todos sejam iguais
em direitos e em dignidade; é lutar contra as estruturas que geram injustiça,
opressão e morte; é ser testemunha, com palavras e com gestos, da verdade, da
justiça, da paz.
♦ Bartimeu atirou fora a sua capa e
correu ao encontro de Jesus. O gesto representa, a renúncia ao egoísmo, ao
comodismo, à escravidão.
♦ Há pessoas que nos ajudam a ir ao
encontro de Cristo e pessoas que tentam impedir-nos de encontrar Cristo.
♦ Quem encontra Cristo e aceita o
desafio para viver como discípulo, abandona a vida cômoda; enfrenta as
críticas, incompreensões; percorre, dia a dia, o difícil caminho do amor, do
serviço, do dom da vida… o discípulo está consciente de que o caminho de Jesus
é a cruz, mas é um caminho que leva à ressurreição, à vida eterna.
8.
SEGUNDA LEITURA (Hb 5,1-6) Carta
aos Hebreus. - Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em
favor dos homens, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter
compaixão, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, oferece
sacrifícios tanto pelos pecados do povo, quanto pelos seus. Ninguém deve
atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. Deste
modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo sacerdote,
mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. Como diz
em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec”
AMBIENTE- Carta aos Hebreus – uma reflexão
destinada a comunidades desanimadas. O objetivo é redescobrir o entusiasmo
inicial com Cristo. O autor convida a apreciar o mistério de Cristo, o
sacerdote por excelência, que o Pai enviou com a missão de integrar a
comunidade do Povo sacerdotal (pelo batismo). O autor apresenta Jesus
como o sacerdote fiel e misericordioso que o Pai enviou para mudar os corações
dos homens e para os aproximar de Deus.
MENSAGEM - há três elementos à figura do sumo
sacerdote. Em primeiro lugar, ele é um escolhido de Deus:
Em segundo lugar, é um homem
tomado de entre os homens: a sua fragilidade que resulta da sua
humanidade, tornam-no apto para compreender os erros e os pecados dos outros
homens por quem intercede.
Em terceiro, o sumo-sacerdote tem uma função
mediadora: “oferecer dons e sacrifícios pelos pecados”, e trazendo o
perdão de Deus. Na Carta aos Hebreus, Jesus é o sumo-sacerdote por excelência.
Em primeiro lugar, porque Ele foi chamado e destinado por Deus a esta missão; o
fato de ser Filho de Deus dá ao seu sacerdócio uma dignidade e uma
qualidade suprema; é íntimo com o Pai. Em segundo lugar, porque Ele foi
homem, também. Ele experimentou a nossa fragilidade e tornou-Se capaz de
entender as nossas fraquezas. A sua intimidade com o Pai e a sua humanidade
tornam-no o perfeito mediador e intercessor. Ele veio ao nosso encontro,
mostrou-nos o amor do Pai, convidou-nos a eliminar o egoísmo e o pecado que nos
afastavam da comunhão com Deus, chamou-nos a integrar a família de Deus e
ensinou-nos o que fazer para sermos filhos de Deus.
ATUALIZAÇÃO ♦ Ao apresentar Jesus como o
sumo-sacerdote, a Carta aos Hebreus convida-nos a contemplar a grandeza do amor
que Deus nos dedica. incarnação e de tudo o que Ele realizou e que culmina na
entrega total, na cruz. A nós resta-nos olhar para Jesus, escutá-lo, aceitar a
sua proposta e segui-lo nesse caminho que irá nos a integrar a família de Deus.
♦ Jesus experimentou a nossa fragilidade; compreende os nossos
erros: junto de Deus, temos um intercessor: a solidariedade de Cristo conosco
convida-nos à solidariedade com os pequenos; convida-nos a identificarmo-nos
com os sofrimentos e angústias, com as alegrias e esperanças de cada homem ou
mulher.
1 QUEM É O CEGO -
2 A BEIRA DO CAMINHO
3 A PASSAGEM DE JESUS DESPERTA CONSCIÊNCIA P/ MUDANÇA –
4 SOZINHO NÃO DÁ PARA MUDAR; PEDE= JESUS, FILHO DE DAVI..
5 QUEREM FAZÊ-LO CALAR (OBSTÁCULOS) – ELE NÃO DESANIMA
6 JESUS PAROU E MANDOU CHAMAR (INTERMEDIÁRIOS; CORAGEM)
7 ATIRA A CAPA, DEU UM SALTO (MUDANÇA)
8 QUE QUERES QUE EU FAÇA? (DIFERENTE RESPOSTA)
9 “QUE EU VEJA P/ TE SEGUIR” – TUA FÉ TE SALVOU! –
10 E ELE SEGUIU JESUS.
(VEIO P/ O MEIO)
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"Eu quero ver"
Nos momentos de trevas em nossa vida, a Palavra de Deus é
sempre uma Luz, que ilumina a nossa caminhada na fé.
Na 1ª Leitura, Jeremias anuncia
um sinal de luz para o povo sofrido, que
vivia nas trevas do exílio: "Coxos e cegos,
mulheres grávidas e que deram à luz" retornam à pátria, guiados por Deus,
que cuida deles com cuidados de pai.
(Jr 31,7-9)
- É um apelo à esperança e confiança em Deus.
A 2ª Leitura destaca que Jesus
é o Sumo Sacerdote, mediador entre Deus e a Humanidade. (Hb 5,1-6)
No Evangelho, Jesus dá a um cego
a luz da visão e da fé. (Mc 10,46-52)
O núcleo central do evangelho de Marcos, que refletimos
nesse ano, é uma caminhada de Jesus para Jerusalém, onde será morto e
ressuscitará. No texto de hoje, temos o último Milagre e última
Catequese de Jesus, encerrando sua caminhada para Jerusalém.
Os APÓSTOLOS estavam "cegos" e necessitavam de
"Luz": aceitavam Jesus como Messias, mas não aceitavam a cruz.
- Perto de Jericó, um cego, sentado "à beira da
estrada", informou-se de que Jesus estava passando e gritou por socorro: "Filho de Davi, tem piedade de
mim". ("Filho de
Davi": título messiânico)
- CRISTO parou e chamou-o.
- O cego jogou longe o manto e as moedas, e
"saltou" ao encontro de Jesus.
- Cristo tomou a iniciativa: "O que você está querendo?"
- "Mestre, eu
quero ver de novo", respondeu o cego.
- E Jesus afirmou: "Vai,
a tua fé te salvou".
- E o cego, duplamente "iluminado" por Cristo,
tornou-se um seguidor de Jesus no caminho a Jerusalém.
Esse episódio, mais do que uma crônica, é uma CATEQUESE BATISMAL:
- JESUS se
manifesta, passa pelo caminho do cego...
- O CEGO não vê,
mas percebe a presença do Senhor e acolhe o convite...
- Trava-se o diálogo...
- O cego recebe a visão
da fé e segue Jesus pelo caminho até o Calvário.
+ Quem era o cego Bartimeu?
Um cego, à beira do caminho, marginalizado como tantos ainda
hoje...
O encontro aconteceu "ao longo do CAMINHO".
("Caminho": cristianismo)
O cego não estava no caminho, estava à margem da religião e
da vida.
No final, também Bartimeu seguiu Jesus "no caminho".
* A Cura de Bartimeu é mais do que a história de um cego... É o caminho da FÉ, dos que querem VER e
SEGUIR Jesus.
+ O que faz o cego?
- Está atento à passagem de Cristo...
- Toma consciência de sua situação e decide sair dela.
- Supera o medo, a vergonha, começa a gritar, pede ajuda:
- Não desanima diante das contrariedades, continua
procurando a Luz… mesmo quando o povo manda que se cale…
- E quando Jesus o chama: dá um pulo, joga o manto para
longe e corre ao encontro daquele que podia restituir a vista.
- Saiu da margem do caminho e se pôs no caminho com o
Mestre.
* Joga fora o Manto, em que
recolhia as esmolas...
Para o pobre
mendigo, o manto era a sua riqueza, a sua casa, o seu abrigo.
- Quais são os obstáculos que impedem tanta gente, que quer
enxergar, de se aproximar mais de Cristo e de sua Igreja?
Talvez as nossas
discórdias internas, a falta de unidade dos cristãos, talvez uma falta de
acolhimento, também uma linguagem complicada, talvez um chamado mais carinhoso?
* Dá um "Salto" ao encontro de
Jesus:
É um gesto
significativo "pular" para um cego que "não vê"...
Mas Bartimeu
entendeu que Cristo podia curá-lo.
Por isso, jogou o
manto, deu um "Pulo" e se aproximou de Jesus.
+ Que tipos de pessoas o cego encontra?
- Uns atrapalham: tentam abafar o seu grito... mandam
que se cale...
- Outros ajudam, animam: "Coragem, ele TE CHAMA..."
- Jesus ESCUTA
o grito sofrido e confiante do cego, PÁRA
e LIBERTA: Da margem, Jesus o coloca no centro do
caminho. Dá a luz da VISÃO e a luz da FÉ.
+ E Nós o que
podemos fazer?
1) Descobrir as nossas
cegueiras:
Cegos são todos
os que "não vêem" no seu coração as coisas importantes, não reconhecem a presença e o amor de Deus e
vivem na escuridão.
- Quais são as
nossas cegueiras, que devemos apresentar a Cristo, para que ele nos cure e nos dê a verdadeira
Luz?
2) Perseverar na Oração como Bartimeu. - Somos pacientes e perseverantes na oração?
3) Seguir Jesus no Caminho:
Na Igreja
primitiva, "o Caminho"
significava o cristianismo. Os "seguidores
do Caminho" eram os cristãos.
O cego curado
seguiu Jesus pelo caminho, tornou-se um "Discípulo". Para ser "Discípulo" precisa
querer VER e decidir CAMINHAR. Não
basta a euforia do primeiro encontro.
Façamos nossa, a oração do cego: "Mestre, eu quero
ver!…"
Pe. Antônio Geraldo
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Meus
irmãos e irmãs, hoje a liturgia nos chama a atenção para a nossa caminhada como
missionários. Nossa missão começa desde criança. Às vezes, a criança lê com
dificuldade, tremendo, mas ela vai emprestar a voz para que Deus possa se
comunicar. Assim, desde cedo, aprende a anunciar a fé. O profeta Jeremias é um
profeta muito especial: Ele, inclusive, lamentou que falava e ninguém ouvia. Nós
temos as lamentações de Jeremias, onde ele diz para Deus: O que adianta falar,
eu falo e sou uma voz que ninguém ouve. Eu me lembro de várias pessoas, que
estão aqui hoje, que já me falaram isto; falo tanto e ninguém me ouve. Agora,
Jeremias nunca desanimou. Ele disse para o povo: vocês não estão me ouvindo?
Vocês vão para o Egito e lá serão escravos novamente. E, as pessoas não “deram
bola”. O rei ainda falou: parece que você não gosta do Egito! Quer saber de uma
coisa? Você vai para o Egito. Você vai viver lá até o fim de tua vida. Porque
eu sou amigo do Faraó e tenho certeza de ele não fará nada contra nós. Jeremias
foi, não “arredou o pé”. O povo não foi para o Egito. Foi para Babilônia,
porque o rei da Babilônia vendo que o faraó estava fraco, invadiu Israel e
levou todo mundo embora. Chegando lá, na Babilônia, o povo disse: o que fizemos
da nossa vida, por que não ouvimos
Jeremias? Aí, Jeremias disse: fica tranquilo, vocês vão passar só um tempo lá
na Babilônia. Não se preocupa não! Quanto tempo? Ah, uns setenta anos. Imagina,
a idade média das pessoas era de quarente, cinquenta anos! De maneira
disfarçada está dizendo: vocês vão morrer lá e pronto. Mas, Deus é sempre fiel.
Portanto, Deus vai conduzi-los de volta. Veja a primeira leitura. Bom,
esperaram... o rei Ciro, um dia disse: todo judeu volte para casa. Aí, eles
voltaram felizes da vida, cantando o salmo que nós cantamos: • Quando o
Senhor reconduziu nossos cativos, / parecíamos sonhar; / encheu-se de sorriso
nossa boca; / nossos lábios, de canções.
•
Entre os gentios se dizia: “Maravilhas / fez com eles o Senhor!” / Sim,
maravilhas fez conosco o Senhor; / exultemos de alegria! – e assim por diante.
O que aprendemos disto? Às vezes, somos “cabeça dura”
e acabamos indo, justamente para onde não queríamos ir. Nem por isso, somo
autorizados a dizer: “Deus me castigou”. Porque não. Normalmente o que acontece
conosco, é resultado do que nós escolhermos. Agora, agradando a Deus ou não,
Ele sempre está disposto a estender a mão para nos conduzir pro caminho seguro.
É tão bonito ver nos para-choques dos caminhões: Deus é fiel. É bonito, mas
isto não é suficiente. É preciso identificar como Deus é fiel na minha, na
nossa vida de comunidade. Caso contrário, eu só estou falando da boca para
fora. Mas, se fosse para você contar o que Deus já realizou na sua vida, que
você, de fato, não merecia, mas lhe foi concedido. Porque Deus não parte do
merecimento nosso, mas parte da nossa necessidade. Quer um exemplo? Jesus
insistia o tempo todo: “Meu reino não é deste mundo, Eu e o Pai somos um”. Falou o tempo todo que Ele e Deus é a mesma
pessoa. Veio um fulano e disse: Jesus, filho de Davi. Dá a impressão que ele
não entendeu nada do que Jesus disse até agora. O fulano só consegue enxergar
Jesus como um líder político e os outros dizem: cala a boca, você está “dando
um fora”. Mas, no fundo, todos eles pensavam da mesma maneira. Lembra do
Evangelho do domingo passado? Quando estiver na sua glória, um a direita e
outro a sua esquerda? Então, este “fileu” está cego. Nós não vamos enxergar os
cegos, estou falando de propósito, no Evangelho, como aquele que não tem a
visão física, a visão dos olhos. Este cego está cego é no coração. Ele não
consegue enxergar Jesus além de um ser humano, que tem lá suas qualidades, mas
que no máximo é um bom líder político. Não. Jesus quer que nós compreendamos
além disto. Quando é que ele conseguiu compreender isto? Quando caminhou com
Jesus. O encontro com Jesus, diz o papa Bento XVI, só se dá no momento em que
eu caminho com Ele. É por isso, que nós, que já nos encontramos com Jesus,
somos chamados a ensinar os outros a caminhar. Mas, quem é Jesus? A carta aos
Hebreus vai nos ensinar: Jesus é o sumo sacerdote, mas não conforme Aarão.
Aarão era um sacerdote muito respeitado, mas era do templo de Jerusalém. Ele é
segunda a ordem de Melquisedeque. Melquisedeque é um nome muito bonito, apesar
de eu só conhecer duas pessoas com este nome até hoje; Melquisedeque.
Melquisedeque significa rei da justiça. Significa rei da paz. Ele é o sacerdote
que nos traz a justiça e a paz. “Justiça e paz se abraçarão”. Ele,
Melquisedeque, não tem começo nem fim. Não tem genealogia de Melquisedeque. Do
mesmo jeito que Ele aparece, assim, na bíblia, aparece do nada, não sabemos
quem é o pai, quem é a mãe, ele some também. O que significa que Melquisedeque
é eterno. Porque quem não nasceu e não morreu, mas existe, é porque é eterno. Então,
Jesus é Sumo Sacerdote porque é eterno. Junto com o Espírito, nos ajuda a
construirmos a justiça e a paz. Este é o Deus que nós cremos. Este é o Jesus, ao
qual somos convidados a caminhar com Ele. Aquele fulano, Bartimeu, que
significa filho de Timeu, estava sentado. Com certeza, na calçada, porque Jesus
estava caminhando pela rua. Eu pergunto às crianças da catequese: o que é que
ele fez para ficar em pé? Porque o pessoal diz: levante, coragem, ele te chama.
O que ele fez para ficar em pé? Está aí no Evangelho de hoje. – deu um pulo. Antes
disso ele fez alguma coisa. – jogou o manto. – jogou o manto, outros dizem
capa. O que significa isso? Hoje uma senhora me disse: eu não tenho tempo de ir
na igreja, porque faço isso, isso, isso... agora, se precisar, os meus netos
podem ir para tocar e ajudar a cantar. Como os netos podem vir se a vó não vem?
Ah, não. Eles não têm nada a ver comigo. Então, fala para eles virem,
precisando ou não. Ah, mas agora eles estão na faculdade. Tem que esperar eles
terminarem o curso. – eu compreendo, mas não aceito. Ou você joga o que te
impede de caminhar com Jesus, ou você vai ficar sentado a beira do caminho se
lamentando a vida inteira. Porque vai dizer: quando eu me aposentar, quando não
sei o que, sabe que hora vai se lembrar de Jesus? Quando estiver enfermo, numa
cama. Quando não der pra fazer mais nada é que vai se lembrar de Jesus. Quem quiser
caminhar com Jesus, tem que jogar fora tudo o que atrapalha, o que nos impede. Tudo.
Aquele fulano jogou a capa, ficou em pé e saiu caminhando em direção de Jesus. É
para abandonar escola, trabalho, para ir com Jesus? Não, mas você deve levar
Jesus aonde você está. Para levar Jesus aonde eu estou, eu preciso me abastecer
de Jesus. Agora, se eu não consigo partilhar uma hora com Jesus, que é o nosso
encontro Eucarístico, como é que eu vou falar de Jesus para os outros? Aonde está
o meu exemplo? Aonde está a minha parcela na responsabilidade missionária? É evidente
que não estou julgando, mas estou ilustrando como há um desejo grande de
encontrar-se com Jesus, mas há uma resistência profunda, porque estamos
amarrados em muitas coisas. Que Deus nos ajude e nos liberte para podermos
caminhar. E, caminhando, fazer esta experiência do ressuscitado.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO – Diocese de Santo André, SP
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Homilia de D. Henrique
Soares
Primeira leitura. Muitas vezes o
povo de Deus experimentou a escravidão, o exílio e a opressão. Muitas vezes
Israel viu-se na escuridão. em 722 aC, os assírios varreram do mapa o reino do
Norte, Israel e, em 597 e 587 aC, os israelitas do Reino de Judá foram levados
para o exílio em Babilônia. A história do povo de Deus é uma história de dor e
de angústia! Pois é no meio de tal angústia e escuridão que o Profeta fala hoje
e diz palavras de esperança, de ânimo e de alegria: “Exultai de alegria,
aclamai a primeira entre as nações! Eis que os trarei do país do Norte e os
reunirei desde as extremidades da terra”. No meio da desgraça, Deus consola o
seu povo: irá salvá-lo, reuni-lo, fazê-lo reviver. Mas, quem é esse povo? Quem
somos nós, povo de Deus? “Entre eles há cegos e aleijados, mulheres grávidas e
parturientes. Eles chegarão entre lágrimas e eu os receberei entre preces, eu
os conduzirei por torrentes d’água por um caminho reto onde não tropeçarão…
tornei-me um pai para Israel e Efraim é o meu primogênito”. O Israel que vai
experimentar a salvação de Deus é um povo pobre, capenga, humilde… um povo que
não conta nada aos olhos do mundo! Como não recordar as palavras de São Paulo
aos coríntios? “Vede quem sois, irmãos, vós que recebestes o chamado de Deus; não
há entre vós muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de
família prestigiosa. Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para
confundir os sábios; e, o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para
confundir o que é forte; e o que no mundo é vil e desprezado, o que não é, Deus
escolheu para reduzir a nada o que é” (1Cor 1,26-28).
Quando pensamos na nossa
civilização atual, nos nossos valores, exaltando a eficiência, a riqueza, o
conforto, o bem-estar, o vigor e forma física, a saúde… Como os critérios de
Deus são diferentes! Israel é imagem da Igreja e é imagem de cada um de nós,
membro do povo de Deus da nova Aliança. À medida que descobrirmos nossas
pobrezas pessoais e eclesiais, podemos também ter certeza que o Senhor não nos
abandona: ele nos chama, ele nos reúne, ele nos salva: “Entre eles há cegos e
aleijados, mulheres grávidas e parturientes”, gente fraca, gente sem força,
gente incapaz de se defender… Mas, Deus é nossa defesa: defesa da Igreja,
defesa de cada um de nós! Se caminharmos, muitas vezes, chorando, semeando com
lágrimas o caminho de nosso seguimento de Cristo, haveremos de voltar cantando,
na força e na graça do Senhor: “Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes
no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria
voltarão, carregando os seus feixes”. Somente pode experimentar isso aqueles
que sabem e experimentam que são pobres diante de Deus, aqueles que sentem sua
própria fraqueza! Esta é a experiência que o cristão deve fazer sempre na sua
vida, seja pessoalmente, seja como Igreja! Somos pobres, mas Deus é nossa
riqueza; somos fracos, mas Deus é nossa força!
O Evangelho de hoje, que mostra essa
experiência cristã de ser salvo por Deus em Jesus Cristo. Jesus já está perto
de Jerusalém, onde morrerá. Uma multidão o acompanha: À beira do caminho, havia
um cego mendigo… Ele era ninguém, nem nome tinha… Marcos só diz que era o
“bar-Timeu”, o filho de Timeu… Cego, incapaz de caminhar sozinho, esmolando,
sentado à margem do caminho e da vida. Este cego é a humanidade; este cego é
cada um de nós! Mas, ele ouve o rumor e quando ouviu dizer que Jesus estava
passando, não perde tempo; é a chance de sua vida! Ele grita alto: “Jesus,
filho de Davi, tem piedade de mim!” Repreendem o cego, mas ele grita com voz
mais forte! Ele sabe que é a chance da sua vida. O grito do cego é já um grito
de fé. Chamando Jesus “filho de Davi”, o Bartimeu está dizendo que crê que
Jesus é o messias: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Repreendem o cego…
como o mundo quer nos repreender, quer nos impedir e ridicularizar quando nos
reconhecemos cegos, pobres e coxos e gritamos por Jesus: “Filho de Davi, tem
piedade de mim!” Mas o cego insiste; grita mais alto ainda! Então, apesar da
distância, apesar da multidão, Jesus escuta o clamor do cego! Como não
recordar, comovidos, as palavras do salmo 129? “Das profundezas eu clamo a vós,
Senhor; escutai a minha súplica!” Ninguém grita pelo Senhor do fundo da sua
miséria e fica sem ser ouvido! “Então, Jesus parou e disse: ‘Chamai-o’. O cego
jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus”. Cego esperto, esse: não perde
tempo, dá um pulo, deixa tudo, desembaraça-se do manto e corre para Jesus! Ele
segue o conselho do Autor da Carta aos Hebreus: “Também nós, rejeitando todo
fardo e o pecado que nos envolve, corramos pra Jesus”.
E Jesus? Que delicadeza! Não vai
logo curando, como esses curadores de televisão! O Senhor deseja encontrar as
pessoas, ouvi-las, com todo respeito: “O que queres que eu te faça?” O pedido
do cego é comovente; é o nosso pedido: “’Mestre, que eu veja!’ Jesus disse:
‘Vai, a tua fé te curou’”. Este deve ser o nosso pedido, mas, para isso é
necessário ter a humildade de se reconhecer cego, pobre, necessitado! “Senhor,
eu sou o cego do caminho! Cura-me, eu te quero ver!”
O cego foi curado… “e seguia
Jesus pelo caminho”. Curado, iluminado por Jesus, agora seguia Jesus como
discípulo, caminhando com ele para Jerusalém, para com ele morrer e com ele
ressuscitar. Esta é a nossa vocação, este deve ser o nosso itinerário, a
nossa experiência de fé!
Tu somente és nossa força!
Salva-nos, Senhor! Reúne-nos, Senhor! Ilumina-nos, Senhor! Dá-nos a graça de
reconhecer que somente na tua luz poderemos ver a luz!
O mundo chama luz, sabedoria e
esperteza a coisas que são inaceitáveis aos teus olhos! Senhor, abre nossos
olhos para caminharmos na tua luz até a cruz, até a ressurreição, até à vida.
Senhor, arranca-nos da nossa cegueira. Amém”.
D. Henrique Soares
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MOMENTO DE LOUVOR: (Diáconos e ministros extraordinários da
Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR) Mc 10, 46-52
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, por
Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO
SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, sois a nossa proteção e a nossa esperança.
à Ó Deus de bondade, Sois amor e misericórdia. Bendito sejais
para sempre. Vos agradecemos pela vida e por tudo que nos concedeis.
T: Senhor, sois a nossa proteção e a nossa esperança.
à Se olharmos a história, poderemos ver que sempre estais
atento em socorrer o vosso povo em suas necessidades e sofrimentos. Senhor,
somos o vosso povo e sois o nosso Deus.
T: Senhor, sois a nossa proteção e a nossa esperança.
à Muitas vezes somos cegos aos vossos ensinamentos e
desanimados nos sentamos a beira do caminho. Ouvindo a Palavra de Jesus, vosso
filho, nós também clamamos a vossa luz para nos guiar rumo ao vosso Reino.
T: Senhor, sois a nossa proteção e a nossa esperança.
à Vós enviastes vosso Filho para nos ensinar a fazer a vossa
vontade. Jesus nos enviou pelo nosso batismo para que vossa Palavra chegue a
todos os povos. Pai, Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Senhor, sois a nossa proteção e a nossa esperança.
: Pai nosso... A Paz...
Eis o cordeiro de Deus...
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