4º DOMINGO DO
T. COMUM ANO C 2016 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
TEMA:
“Hoje se cumpriu esta
passagem da Escritura.” O profeta sofre, mas tem paz e
esperança.
Primeira leitura: Jeremias encara dificuldades,
mas não desiste de sua missão.
Evangelho:
Jesus é desprezado pelos habitantes de Nazaré.
Segunda leitura: O amor desinteressado e
gratuito como a essência da vida cristã.
LEITURA
I – Jer 1,4-5.17-19 [ ]«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; [ ] e te constituí profeta entre as nações. [
] Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo
para te salvar».
AMBIENTE
- Jeremias 626 a .C. até depois da queda
de Jerusalém aos Babilônios (586
a .C.). reis multiplicaram altares aos deuses. Josias
(640-609 a .C.):
rei bom.
MENSAGEM
- A vocação
profética é um desígnio divino: foi Deus que escolheu, consagrou e
constituiu como
profeta, confiou uma missão que tem um alcance universal. Tudo é escolha,
iniciativa de Deus e não escolha do homem.
Ele deve ir “dizer o que o
Senhor ordenar”, enfrentando os grandes da terra, armado apenas com a força de
Deus. É o “caminho profético”; sofrimento, risco, solidão, conflito com todos
os que se opõem à proposta de Deus. Jeremias denunciou, criticou, e os amigos
marginalizaram-no,.
ATUALIZAÇÃO ♦No Batismo, fomos ungidos como profetas, à imagem de Cristo.
♦O profeta vive de olhos postos
em Deus e no mundo. Ele intervém, denuncia e anuncia.
♦A denúncia implica a
perseguição, sofrimento, marginalização (O. Romero, L. King, Gandh
EVANGELHO
– Lc 4,21-30 - Jesus na sinagoga Nazaré:
«Cumpriu-se a Escritura»: «Não é este o filho de José?»: Nenhum profeta é bem
recebido na sua terra. Muitas viúvas e Elias foi enviado a uma viúva de
Sarepta. Havia muitos leprosos e Eliseu curou apenas o sírio Naamã».
Levantaram-se, expulsaram Jesus e levaram-no até a colina para O precipitarem
dali abaixo.
AMBIENTE
- A reação dos
habitantes de Nazaré à ação e às palavras de Jesus.
MENSAGEM
- Lucas enuncia o
programa que o Messias vai cumprir; libertação aos pobres, marginalizados e
oprimidos. Os “seus” rejeitarão a proposta e tentarão eliminá-lo; e a
evangelização segue o seu caminho, até atingir os dispostos a acolher a
salvação/libertação. Lucas anuncia o caminho da Igreja: consciência de que, em
continuidade com o caminho de Jesus, a missão é levar a Boa Nova – como Elias
ou como Eliseu fez.
ATUALIZAÇÃO ♦“Nenhum profeta é bem recebido na sua terra”.
♦ Profeta”: incompreensão,
críticas, solidão, mas Deus chama à fidelidade da Palavra e está com ele.
LEITURA
II – 1 Cor 12,31-13,13 Aspirai aos dons mais elevados.
[ ]Ainda que eu fale as línguas dos anjos, tenha o dom da profecia e
conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da
fé e transporte montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que distribua
todos os meus bens se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é
paciente, benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é
inconveniente, não procura o próprio interesse; [ ]; tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta. [ ] Agora
permanecem: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior é a caridade.
AMBIENTE:
Paulo diz que só
há um carisma absoluto: o amor.
MENSAGEM: Paulo fala do amor (“ágape”): não é amor
egoísta, mas gratuito, desinteressado, que se preocupa com o outro, sem esperar
nada em troca. Sem amor, a fé, a ciência, a profecia, esmolas, são vazias.
ATUALIZAÇÃO
– ♦ O amor desinteressado é que leva a procurar o bem do outro.
- Crer não é fácil… sobretudo quando Deus nos visita de
modo humildade. Santo de casa não faz milagre! Discernir a Palavra e o apelo do
Senhor naqueles que nos são enviados e convivem conosco!
- A falta de fé fez os nazarenos expulsarem o Messias.
- Quem salva não é a fé, mas o amor que dá vida e sabor à
fé! E o amor pode ser visto na paciência, na benignidade, na generosidade, na
humildade, na gratuidade, na mansidão, na retidão, na verdade…
- Paulo recorda: Quem não ama é imaturo na fé, é criança
que pensa e age como criança! Só o amor nos amadurece, só o amor nos faz ver os
outros e a vida com os olhos de Deus
- Palavra de Deus hoje:
(1) uma fé, a capacidade de acolher o Senhor, de tal modo
que reconheçamos que ele vem a nós na palavra e no testemunho de tantos irmãos
que conosco convivem;
(2) uma fé capaz de suportar com paciência e alegria a
missão que Deus nos confiou e
(3) uma fé capaz de desabrochar em amor aos irmãos; amor
provado e revelado em atitudes concretas.
- Como você imagina o imagina um profeta hoje?: Cada cristão, pelo batismo, é sacerdote, profeta e rei!
- Como você imagina o imagina um profeta hoje?: Cada cristão, pelo batismo, é sacerdote, profeta e rei!
- O Apóstolo não fala de um amor-sentimento, amor-simpatia,
amor-amizade, mas do amor-caridade, o amor de Deus, amor que é capaz de dar a
vida... Amor como aquele do Cristo que nos amou! Quem salva não é a fé, mas o
amor que dá vida e sabor à fé!
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4º DOMINGO DO
T. COMUM
Tema: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura.” O convida a refletir sobre o “caminho do profeta”:
Primeira leitura: Jeremias encara dificuldades,
mas não desiste de sua missão.
Evangelho: Jesus é desprezado pelos habitantes
de Nazaré.
Segunda leitura: Fala
do
amor desinteressado e gratuito como a essência da vida cristã.
6. PRIMEIRA LEITURA (Jr 1,4-5.17-19) Leitura
do Livro do Profeta Jeremias.
Nos dias de Josias, rei de Judá, foi-me dirigida a palavra do
Senhor, dizendo: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de
saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações. Vamos,
põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo o que eu te mandar
dizer: não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. Com efeito,
eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num
muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes,
aos sacerdotes e ao povo da terra; eles farão guerra contra ti, mas não
prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.
AMBIENTE - Jeremias começa atuar em 626 a .C. até depois da queda
de Jerusalém aos Babilônios (586
a .C.). Em Judá reis multiplicaram altares aos deuses
estrangeiros. Na época em
que Jeremias começa o seu ministério profético, o rei de Judá
é Josias (640-609 a .C.):
trata-se de um rei bom, que procura eliminar o culto aos deuses estrangeiros.
MENSAGEM - trata-se de uma reflexão e de uma
catequese sobre a “vocação”. A vocação profética, na perspectiva de Jeremias, é
um encontro com Deus e com a sua Palavra (“a Palavra do Senhor foi-me
dirigida…”). a vocação é um desígnio divino: foi Deus que escolheu, consagrou
e constituiu como profeta. Deus “constituiu” o
profeta “para as nações” significa que Deus lhe confiou uma missão, missão que
tem um alcance universal. Tudo é escolha, iniciativa de Deus e não escolha do
homem.
Ele deve ir “dizer o que o Senhor ordenar”, enfrentando os grandes
da terra, armado apenas com a força de Deus. É a definição do “caminho
profético”, percorrido no sofrimento, no risco, na solidão, no conflito com
todos os que se opõem à proposta de Deus. Jeremias denunciou, criticou, demoliu
e destruiu, edificou e plantou. Não teve muito êxito: a família, os amigos, o
povo, as autoridades, os sacerdotes, marginalizaram-no, perseguiram-no e
maltrataram-no. Jeremias nunca renunciou a missão.
ATUALIZAÇÃO ♦No Batismo,
fomos ungidos como profetas, à imagem de Cristo. Temos a noção de que somos a
“boca” através da qual a Palavra de Deus se dirige aos homens?
♦O profeta é o
homem que vive de olhos postos em Deus e de olhos postos no mundo. Ele
intervém, em nome de Deus, para denunciar, para avisar, para corrigir.
♦A denúncia
profética implica a perseguição, o sofrimento, a marginalização e, a própria
morte (Óscar Romero, Luther King, Gandhi…).
7. SALMO RESPONSORIAL / 70 (71)
Minha boca anunciará todos os dias vossas graças incontáveis, ó
Senhor.
• Eu procuro meu refúgio em vós,
Senhor: / que eu não seja envergonhado para sempre! /
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! / Escutai a minha
voz, vinde salvar-me!
• Sede uma rocha protetora para
mim, / um abrigo bem seguro que me salve! /
Porque sois a minha força e meu amparo, / o meu refúgio, proteção
e segurança!/
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
• Porque sois, ó Senhor Deus, minha
esperança, / em vós confio desde a minha juventude! /
Sois meu apoio desde antes que eu nascesse; / desde o seio
maternal, o meu amparo.
• Minha boca anunciará todos os
dias / vossa justiça e vossas graças incontáveis. /
Vós me
ensinastes desde a minha juventude, / e até hoje canto as vossas maravilhas.
10. EVANGELHO (Lc 4,21-30) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, estando Jesus na
sinagoga, começou a dizer: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que
acabastes de ouvir”. Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as
palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho
de José?” Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio:
Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos
dizer que fizeste em Cafarnaum”. E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que
nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do
profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande
fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a
nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na
Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo ,
nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. Quando ouviram estas palavras
de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram
da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade
estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém,
passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. Palavra da Salvação.
AMBIENTE - Jesus Leu uma citação de Is 61,1-2 e
“atualizou-o”, aplicando o que o profeta dizia, a Si próprio e à sua missão:
“cumpriu-se hoje mesmo este trecho da Escritura que acabais de ouvir”. O
Evangelho de hoje apresenta a reação dos habitantes de Nazaré à ação e às
palavras de Jesus.
MENSAGEM - Lucas quer enunciar o programa que o
Messias vai cumprir. O programa de Jesus é uma proposta de libertação aos
pobres, marginalizados e oprimidos. Esse “caminho” não vai ser entendido, pois
estão interessados num Messias milagreiro e espetacular. Os “seus” rejeitarão a
proposta de Jesus e tentarão eliminá-lO (anúncio da morte na cruz); mas a
liberdade de Jesus vence os inimigos (alusão à ressurreição) e a evangelização
segue o seu caminho (“passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”), até
atingir os que estão verdadeiramente
dispostos a acolher a salvação/libertação (alusão a Elias e Eliseu que se
dirigiram aos pagãos porque o seu próprio povo não estava disponível para
escutar a Palavra de Deus). Neste texto Lucas anuncia o caminho da Igreja: a
comunidade crente toma consciência de que, em continuidade com o caminho de
Jesus, a sua missão é levar a Boa Nova aos pobres e marginalizados – como Elias
fez com uma viúva de Sarepta ou como Eliseu fez com um leproso sírio. Se
percorrer esse caminho, a Igreja viverá na fidelidade a Cristo.
O profeta tem o dom de falar a palavra
certa, na hora certa, para a pessoa certa e do jeito certo. Ele fala aquilo que
os ouvintes precisam ouvir, não o que querem ouvir. E é claro, quando se toca
na ferida, dói. Diante do profeta, nós temos dois caminhos: Ou acolher a sua
mensagem e mudar de vida, ou atacá-lo. Isso explica muitas críticas ao Papa, a
bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e líderes cristãos. O profeta fala
direto, sem perseguir ninguém, sem ódio, mas também sem camuflar a verdade. Ele
denuncia com clareza as situações contrárias ao plano de Deus. Ele não se
preocupa em agradar os ouvintes mas em levá-los à conversão, cujo primeiro
passo é o reconhecimento do erro.
É mais fácil destruir o mensageiro do
que acolher a mensagem. Os pecadores costumam atacar os profetas de Deus e ir
procurar “profetas” que falem conforme o seu gosto, ou procura outra “Igreja”
que aceita a sua vida errada. Há muitos modos de perseguir um profeta:
Exagerando os seus pontos fracos, torcendo a sua mensagem...
Não conseguiram jogar Jesus no
precipício. Deus protege os seus profetas. Tudo concorre para o bem daqueles
que estão com Deus. Queriam matá-lo. Mas, passando pelo meio deles, Jesus continuou
seu caminho. Nós recebemos no batismo, e principalmente na crisma, a missão de
profetas. A sociedade está precisando de profetas, pois vive “tapando o sol com
a peneira” em muitos pontos.
• Como na
primeira leitura, o Evangelho propõe-nos uma reflexão sobre o “caminho do
profeta”: é um caminho onde se lida, permanentemente, com a incompreensão, com
a solidão, com o risco… É, no entanto, um caminho que Deus nos chama a
percorrer, na fidelidade à sua Palavra. Temos a coragem de seguir este caminho?
As “bocas” dos outros, as críticas que magoam, a solidão e o abandono, alguma
vez nos impediram de cumprir a missão que o nosso Deus nos confiou?
ATUALIZAÇÃO ♦“Nenhum
profeta é bem recebido na sua terra”. Os habitantes de Nazaré julgam conhecer
Jesus, mas não perceberam a profundidade do seu mistério.
♦“Faz também
aqui na terra o que ouvimos dizer que fizestes em Cafarnaum”. Esta é a atitude
de quem procura Jesus para ver o seu espetáculo ou para resolver os seus
problemas pessoais. Esperamos espetáculo em nosso favor, ou o Deus que em Jesus
nos apresenta uma proposta séria de salvação?
♦o “caminho do
profeta”: é um caminho onde se lida com a incompreensão. É um caminho que Deus
nos chama a percorrer, na fidelidade à sua Palavra. As críticas, a solidão,
alguma vez nos impediram de cumprir a missão que o nosso Deus nos confiou?
8. SEGUNDA LEITURA (1Cor 12,31–13,13) Leitura
da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, aspirai aos dons mais
elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. Se eu falasse todas
as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria
como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da
profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se eu tivesse toda
a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não
seria nada. Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse
o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria. A
caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se
ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se
encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija
com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade
não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência
desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é
imperfeita. Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava
como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança.
Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face.
Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou
conhecido. Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade.
Mas a maior delas é a caridade.
AMBIENTE: Há quem chame a este texto o “hino ao
amor”. A verdade é que Paulo quer aqui dizer, sem meias palavras e de forma
clara que só há um carisma absoluto: o amor.
MENSAGEM - O amor de que Paulo fala aqui é o amor
(em grego, “ágape”) tal como ele é entendido pelos cristãos: não é o amor
egoísta, que procura o próprio bem, mas o amor gratuito, desinteressado,
sincero, fraterno, que se preocupa com o outro, que sofre pelo outro, que
procura o bem do outro sem esperar nada em troca. Paulo sustenta que, sem amor, até as melhores
coisas (a fé, a ciência, a profecia, a distribuição de esmolas pelos pobres)
são vazias e sem sentido. Só o amor dá sentido a toda a vida e a toda a
experiência cristã.
O amor é a fonte e a origem de todos os bens e qualidades. Paulo enumera quinze características ou qualidades do verdadeiro amor: sete positivas e as outras oito negativas; [A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo.] mas todas elas se referem a coisas simples e quotidianas, que vivemos a todo os instante, a fim de que ninguém pense que este “amor” é algo que só diz respeito aos santos, aos sábios. Este amor – diz Paulo – não desaparecerá nunca. Ele é a única coisa perfeita; por isso permanecerá sempre. Fica, assim, confirmada a superioridade do amor frente a qualquer outro carisma.
O amor é a fonte e a origem de todos os bens e qualidades. Paulo enumera quinze características ou qualidades do verdadeiro amor: sete positivas e as outras oito negativas; [A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo.] mas todas elas se referem a coisas simples e quotidianas, que vivemos a todo os instante, a fim de que ninguém pense que este “amor” é algo que só diz respeito aos santos, aos sábios. Este amor – diz Paulo – não desaparecerá nunca. Ele é a única coisa perfeita; por isso permanecerá sempre. Fica, assim, confirmada a superioridade do amor frente a qualquer outro carisma.
ATUALIZAÇÃO
♦O amor
cristão é o amor desinteressado que leva a procurar o bem do outro.
• Desse amor
partilhado nasce a comunidade de irmãos a que chamamos Igreja. O amor que une
os vários membros da nossa comunidade cristã é esse amor generoso e
desinteressado de que Paulo fala? Quando a comunidade cristã é palco de lutas
de interesses, de ciúmes, de rivalidades egoístas, que testemunho de amor está
a dar?
Fonte: Dehonianos
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O Fracasso
No Domingo passado,
vimos a importância da Palavra de Deus na vida do Povo.
E Deus precisa de
gente, que proclame a sua Palavra.
São os PROFETAS.
As
Leituras de hoje falam de DOIS
PROFETAS, que enfrentaram a
rejeição e o desprezo, por serem fiéis à sua Missão...
Na 1a
Leitura, JEREMIAS
é chamado a ser Profeta das Nações. (Jr 1,4-5.17-19)
- Jeremias tentou
recusar: "Eu não sei falar... sou
apenas uma criança..."
- Deus não desiste: "Antes de te formar no ventre materno,
eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta
das nações.Não tenhas medo, não conseguirão te vencer, estarei contigo para te
livrar".
Deus escolheu
Jeremias para profeta e ele foi um exemplo de disponibilidade à Palavra de
Deus. Sua fidelidade provocou muito sofrimento. Um aparente fracasso.
É o que ele revela em
suas "lamentações". Mas Deus nunca o abandonou.
Na 2ª Leitura, Paulo afirma que
a Caridade é a profecia permanente.
É o
"Hino do Amor". Só o amor dá sentido à vida e à experiência cristã...
Sem amor até as melhores coisas ficam sem sentido. (1Cor 12,31-13,13)
* O
Profeta deve deixar-se guiar pelo Amor e nunca pelo próprio interesse.
Só
consegue ser um verdadeiro profeta, quem tiver uma profunda experiência do amor
de Deus.
O Evangelho
apresenta em Nazaré o Profeta JESUS,
rejeitado pelos conterrâneos e até pelos próprios parentes. "Nenhum
profeta é bem recebido na sua terra". (Lc 4,21-30)
+ Por que é rejeitado?
- Porque o conhecem muito bem: ''É o Filho de José".
Mas esse conhecimento superficial não os
levou a uma adesão a Jesus.
* E o nosso
conhecimento de Jesus nos leva a acolhê-lo e VIVER com alegria e entusiasmo a
sua mensagem?
- Porque
não realiza milagres na sua cidade...
"Faz também aqui, o que fizestes
em Cafarnaum"!
É a atitude de quem procura Jesus para ver
espetáculo, ou para resolver problemas pessoais.
* Qual é o Deus que
procuramos?
O Deus dos milagres ou o Deus com uma
proposta de salvação?
Diante dessa
incredulidade, Jesus recorda Elias e Eliseu, que realizaram prodígios entre
estrangeiros que acreditaram neles.
- A Reação é rápida e
violenta: rejeitam Jesus e tentam matá-lo, jogando-o num precipício...
- Jesus, porém,
passando pelo meio deles, continuou o seu caminho...
Quem são os Profetas?
A palavra "profeta" está em moda. Aplica-se à
Igreja, ao cristão, às pessoas que se destacam por sua vida e mensagem, mesmo
em âmbito político.
O verdadeiro profeta é a consciência crítica de um povo,
uma consciência crítica não em nome de um sistema ou de uma ideologia, mas em
nome da Palavra de Deus.
E por ser fiel a Deus
e ao Povo, o Profeta nunca é um personagem aplaudido e elogiado pelas
multidões.
O
"Caminho do Profeta" é sempre um caminho de
incompreensão, de sofrimento, de solidão, de risco...
É o que
Jeremias revela em suas "Lamentações".
Foi o que
também aconteceu com Jesus na própria terra...
Mas é
também um caminho de paz e de esperança, porque pode contar com a graça divina
que o preveniu e o acompanhará em todas as situações.
- Quem são profetas, hoje?
Os
"profetas" não são apenas pessoas do passado.
No Batismo, nós
fomos ungidos como profetas, à imagem de Cristo.
O profeta vive atento
ao sonho de Deus e à realidade dos homens, e intervém, em nome de Deus, para
denunciar, para avisar e para corrigir.
* Estamos convencidos
de que somos a "boca" através da qual a Palavra de Deus se dirige aos
homens?
- Temos coragem de nos envolver pela palavra
do Senhor e pelo seu projeto?
Ou temos medo de denunciar situações e
atitudes contrárias ao Evangelho?
- As críticas, a solidão e o abandono, nos
impediram às vezes de cumprir a missão que Deus nos confiou?
+ Como acolhemos os profetas,
de hoje?
Como os habitantes de Nazaré?
- Estamos convencidos, de que os santos de
casa também podem fazer milagres,
quando encontrarem pessoas que acreditem neles?
Renovemos agora nossa
fé, não apenas em DEUS, mas também nas PESSOAS, que convivem conosco... Assim,
teremos a certeza de que também os santos de casa acabarão fazendo seus
milagres...
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia
do Pe. Pedrinho
As leituras de hoje são um convite a
contemplarmos o sentido da vida. O próprio profeta Jeremias nos faz este
convite: “Nos dias de Josias, rei de Judá, foi-me dirigida a palavra do
Senhor, dizendo: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de
saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações”. Para
nós, que olhamos Jeremias e também vemos Jesus, Jesus é outro, humanamente
falando, que foi enviado por Deus para cumprir a missão. O próprio anjo anuncia
a Maria e a partir do seu sim, que Jesus é gerado e depois apresentado à
humanidade e depois salva a humanidade. Jeremias e Jesus são exemplos que
ajudam a cada um de nós a compreendermos: nós não viemos ao mundo por acidente
ou por acaso. Deus nos escolheu, desde o ventre materno. E como diz o próprio
Salmo: “sois o meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal,
sois o meu amparo”. Ele não somente nos escolhe, como nos ampara. Para que?
Para realizarmos uma missão. Qual é a missão que Deus nos confia? Ele ama e
quer cuidar de cada um. O Salmo fala isto o tempo todo. Nem adiantaria comentar
o Salmo, porque tiraria o brilho que ele traz por si mesmo: Deus cuida de cada
ser humano, mas Ele quer contar com a nossa colaboração, para que este cuidado
e este amor, seja experimentado por todas as pessoas. Coincidente ou não, são
tantas as pastorais que procuram levar vida plena para todos: desenvolvemos a
pastoral do trabalho, que procura encaixar pessoas desempregadas no serviço, o
amor exigente, que procura libertar as pessoas da dependência química, a
promoção social, que procura amenizar a fome dos necessitados, farmácia, para
quem não tem recurso financeiro e precisa de remédios, trabalhos manuais, assim
como o serviço da escuta, espeço para quem não tem com quem conversar, possa
vir conversar, desabafar, defesa da vida, para que não se faça o aborto,
conselho econômico, já que o dinheiro da paróquia deve servir para a
evangelização. Veja que temos, aqui na paróquia, muitos trabalhos, mas São
Paulo vai chamar a atenção: “Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as
dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um
címbalo que retine”. Ora, o que é caridade? Palavra sinônimo de amor. Só que,
na língua portuguesa, a palavra amor é uma palavra muito desgastada. Mas, na
realidade, existe o amor entre amigos, amor do casal e o amor de Deus. Não que
um seja mais importante que o outro, mas o que Deus espera que possamos
transmitir o amor de Deus para o outro. Tanto o amor de amizade quanto do amor
de um casal exige reciprocidade. O amor de Deus não. Se eu te amo e você não
reconhecer, não tem problema. Por que? Porque o amor de Deus, ele ama sem
esperar algo em troca. Aí, Ele nos convida, através do nosso trabalho, a
apresentar este amor.
Portanto, meus irmãos e irmãs,
nós temos esta missão. Jesus, quando está na cruz, Ele diz: “Tudo está
consumado”. Aí, Ele entrega o seu espírito a Deus. É assim que está no
Evangelho. O que significa, que, nós morremos, no momento que completamos nossa
missão. A morte é um mistério. Eu sempre digo, que não se deve associar
enfermidade, idade e morte. São três coisas, que uma não depende da outra. A
prova disso são os jovens que morreram em Santa Maria, cheios de vida, jovens,
certamente não tinham enfermidades sérias e morreram. A morte é um mistério,
mas da morte podemos aprender lições muito importantes: veja Jesus hoje. No
Evangelho diz: “hoje se cumpriu a Escritura, que acabastes de ouvir”. “Eu vim
para por em prática toda Escritura”. Ele acaba concluindo sua missão na morte.
Ora, Jesus, com sua morte, resgata a vida de toda humanidade e garante para
todos, de fato, vida eterna. Será muito difícil explicar a morte destes jovens,
mas podemos daí, tirar lições importantes. Uma delas: não vimos nenhuma mãe ou
pai dizendo: graças a Deus meu filho morreu. Todos lamentaram as mortes dos
jovens. Não vi, mesmo pessoas que não eram parentes dizer: graças a Deus eles
morreram. Todos lamentaram. Agente olhando as cenas, as lágrimas vêm aos olhos.
O que significa? O que os pais não dariam para terem seus filhos vivos? Que
isto sirva para quem apóia o aborto, porque só mudou a data da morte. Que isto
sirva para quem acha que o aborto é uma solução. Então, estes jovens não
morreram em vão, mas nos ajuda a perceber, que quem tem chance de nascer, é
amado. Agora, se eu não dou chance para a pessoa nascer, como ela pode, depois,
transmitir aos genitores o amor? Isto
para nossa reflexão. Poderemos pensar: “depois que o ladrão rouba,
colocamos a tranca”. Quer dizer; estes jovens não podem ter morrido em vão, que
não seja o ímpeto do momento, esta preocupação com segurança, porque no Brasil
tudo vai pelo jeitinho e pelo provisório, que depois acaba no permanente. Não.
A nossa acultura precisa ser mudada. Ora, mas eles precisavam morrer? Não. Nem
Jesus precisava morrer, mas é através da morte que aprendemos grandes lições.
Então, o que fazer? Hoje é um grande convite para renovar a nossa disposição, a exemplo de Jeremias e
de tantos outros, de ser um sinal do amor de Deus para o mundo. Ah, mas é tão
difícil. Jeremias também se lamentou muito. Tem até um livro; o livro de
Jeremias. Entretanto, ele cumpriu a sua missão. Mesmo com dificuldade mesmo, se
pudéssemos cumprir a nossa, estaríamos cumprindo a expectativa de Deus. E, Ele
vai nos amparar. Nem Jeremias, nem Jesus e certamente nenhum desses jovens se
decepcionaram com Jesus. Por que? Porque Ele é o Deus feito homem e é promessa
de Deus atender a todos que colocam sua esperança nele. Ora, Jesus na cruz
disse: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”? Será, que Jesus confiou
em Deus até o fim? Claro, que sim, porque se nós olharmos o Salmo que Jesus
está dizendo, só vem esta “partezinha”, porque as pessoas, na época em que
foram escritos os Evangelhos, eles já sabiam os salmos de cor. Então, indicando
a primeira frase, eles sabiam o restante. Se nós não estamos lembrados, é bom
lembrarmos: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes” e aí, o salmo
continua: “ mas vós jamais abandonais quem coloca em tu as suas esperanças.
Estão, como leões, ao redor de mim para devorar-me, mas jamais permitirás que
se quebre sequer um osso, porque sou teu filho, teu amado”. Todo um salmo de
confiança. Nem Jesus se decepcionou, nem Jeremias se decepcionou, nem estes
jovens que morreram. Por que? Porque quem deposita sua confiança e cumpre a sua
missão, Deus os resgata para a vida e vida eterna.
Que Deus nos ajude a confiar em
sua Palavra e que cumpramos a nossa missão.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo.
PE. PEDRINHO
============---------------==========
HOMILIA DE D. HENRIQUE SOARES:
Se
procurarmos uma idéia que dê unidade as leituras da Missa de hoje,
encontraremos a fé. Comecemos pelo Evangelho. Após ler o trecho do rolo de
Isaías, “O Espírito do Senhor repousa
sobre mim, porque o Senhor me ungiu… para levar a Boa Nova aos pobres e
proclamar o Ano da graça do Senhor”, Jesus afirma, cheio de
autoridade: “Hoje se cumpriu esta
passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. É uma afirmação
ousada. Somente quando o Messias viesse tal Escritura seria cumprida. Jesus,
portanto, apresenta-se como o Messias. E o encanto de seu ensinamento dá
testemunho de que ele é verdadeiro… Mas, infelizmente, crer não é fácil…
sobretudo quando Deus nos visita de modo humildade, corriqueiro, nas coisas
pequenas e banais. E, assim, os nazarenos se escandalizam com Jesus: “Não é este o filho de José?”
Como pode alguém nosso, alguém tão do nosso meio ser o Messias? Como pode Deus
se manifestar por este, que cresceu e viveu entre nós? Santo de casa não faz
milagre! Gostamos do excepcional, da novidade, do exótico! O quanto é
necessário sermos abertos para discernir a Palavra e o apelo do Senhor naqueles
que nos são enviados e convivem conosco! O quanto precisamos aprender que Deus
não é somente Deus de longe, mas também Deus de perto! A mesma experiência o
profeta Jeremias fizera antes de Jesus. E o Senhor ordena que seu profeta fale
e que não tenha medo, ainda que seja incompreendido e rejeitado pelo seu povo e
seus parentes: “Não
tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. Eu te transformarei
hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze… Eles
farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque estou contigo para
defender-te!”
Por um lado, o Senhor exige
fé e confiança absoluta daqueles que ele envia, de seus profetas; por outro
lado, espera daqueles aos quais o profeta é enviado, espera do seu povo, a
capacidade de discernir, de acolher, de crer! E quantas vezes não cremos: pensamos
que Deus se calou, que não mais se manifesta, não mais nos dirige a Palavra. E,
no entanto, o Senhor nos interpela por seus profetas, por aqueles que , tantas
vezes, são na Comunidade e na vida uma palavra de Deus para nós! Caso não
sejamos abertos à Palavra, corremos o risco de perdê-la. É o que Jesus recorda
aos nazarenos: a viúva pagã de Sarepta e o leproso Naamã, também ele pagão,
foram mais abençoados que as viúvas e os leprosos de Israel, porque foram
abertos… Os nazarenos sentiram-se ofendidos porque Jesus insinuou que eles não
tinham fé e não sabiam discernir nele Aquele que o Pai enviara… e terminam por
expulsar Jesus de sua cidade. É dramático: a falta de fé fez os nazarenos
expulsarem o Messias, o Enviado de Deus. A falta de fé e discernimento, a
cegueira do coração, a dureza e o fechamento para as novidades de Deus, podem
fazer o mesmo conosco: expulsar do coração e da vida aqueles que nos trazem a
Palavra do Senhor e sua vontade a nosso respeito.
Mas,
por sua vez, aqueles que são testemunhas do Senhor e ministros do Evangelho,
devem estar preparados para a possibilidade de serem rejeitados. Somente os
falsos pregadores, os malditos vendedores do Evangelho, os missionários de
televisão, é que pregam uma adesão a Jesus fácil e que resolve nossos
problemas. Na verdade, seguir o Cristo nos amadurece e nos faz, muitas vezes,
enfrentar problemas e contradições. Qualquer um que queira colocar-se a serviço
do Senhor, deve preparar-se para tal contradição: “Meu filho, se te ofereceres para servir o Senhor, prepara-te para
a prova. Endireita teu coração e sê constante… Tudo o que te acontecer,
aceita-o, e nas vicissitudes que te humilharem, sê paciente” (Eclo
2,1.4). Como Jesus e os profetas que vieram antes dele, o serviço e a
fidelidade ao Evangelho nos colocam em dificuldades e provações! É a dor do
Reino de Deus!
A mesma visão de fé que faz
distinguir os profetas do Senhor, também nos abre os olhos para reconhecer nos
outros irmãos de verdade, irmãos no Senhor, e amá-los de todo o coração. É este
o verdadeiro dom, o maior carisma de que fala São Paulo na segunda leitura. Aí,
o Apóstolo não fala de um amor-sentimento, amor-simpatia, amor-amizade, mas do
amor-caridade, o amor de Deus, que é o Espírito Santo derramado em nossos
corações, amor que é capaz de dar a vida… amor como aquele do Cristo que nos
amou primeiro e amou-nos até o fim! É este amor, que nasce da raiz do amor a
Deus, da abertura para Deus, da intimidade com Deus, que dá sentido a todas as
coisas. E sem ele, nada tem sentido para o Reino de Deus… nem a fé! Em última
análise, quem salva não é a fé, mas o amor que dá vida e sabor à fé! E o amor a
Deus, que desabrocha no amor aos irmãos, é concreto, tem que ser concreto: pode
ser visto na paciência, na benignidade, na generosidade, na humildade, na
gratuidade, na mansidão, na retidão, na verdade… E São Paulo recorda que um
amor assim é coisa de adultos na fé. Quem não ama é imaturo na fé, é criança
que pensa e age como criança! Só o amor nos amadurece, só o amor nos faz ver os
outros e a vida com os olhos de Deus
Eis,
então, de modo resumido, o desafio, o convite da Palavra de Deus hoje: (1) uma
fé, uma capacidade de acolher o Senhor, de tal modo que reconheçamos que ele
vem a nós na palavra e no testemunho de tantos irmãos e irmãs que conosco convivem;
(2) uma fé capaz de suportar com paciência e alegria os reveses da missão que
Deus nos confiou e (3) uma fé capaz de desabrochar em amor aos irmãos; amor
provado e revelado em atitudes concretas.
Creiamos: somos a Igreja, Comunidade do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de amor! Arrisquemos crer; arrisquemos viver de amor… e experimentaremos a doçura do Senhor e a alegria de viver como irmãos.
Creiamos: somos a Igreja, Comunidade do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de amor! Arrisquemos crer; arrisquemos viver de amor… e experimentaremos a doçura do Senhor e a alegria de viver como irmãos.
D.
Henrique Soares da Costa
Homilia
I
Se procurarmos uma idéia
que dê unidade as leituras da Missa de hoje, encontraremos a fé. Comecemos pelo
Evangelho. Após ler o trecho do rolo de Isaías, “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o
Senhor me ungiu... para levar a Boa Nova aos pobres e proclamar o Ano da graça
do Senhor”, Jesus afirma, cheio de autoridade: “Hoje se cumpriu esta
passagem da Escritura que acabastes de ouvir".
É uma afirmação ousada. Somente quando o Messias viesse tal Escritura seria
cumprida. Jesus, portanto, apresenta-se como o Messias. E o encanto de seu
ensinamento dá testemunho de que ele é verdadeiro... Mas, infelizmente, crer
não é fácil... sobretudo quando Deus nos visita de modo humildade, corriqueiro,
nas coisas pequenas e banais. E, assim, os nazarenos se escandalizam com Jesus:
“Não é este o filho
de José?” Como pode alguém nosso, alguém tão do nosso meio ser o
Messias? Como pode Deus se manifestar por este, que cresceu e viveu entre nós?
Santo de casa não faz milagre! Gostamos do excepcional, da novidade, do
exótico! O quanto é necessário sermos abertos para discernir a Palavra e o
apelo do Senhor naqueles que nos são enviados e convivem conosco! O quanto
precisamos aprender que Deus não é somente Deus de longe, mas também Deus de
perto! A mesma experiência o profeta Jeremias fizera antes de Jesus. E o Senhor
ordena que seu profeta fale e que não tenha medo, ainda que seja incompreendido
e rejeitado pelo seu povo e seus parentes: “Não
tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles. Eu te transformarei
hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze... Eles
farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque estou contigo para
defender-te!”
Por um lado, o Senhor
exige fé e confiança absoluta daqueles que ele envia, de seus profetas; por
outro lado, espera daqueles aos quais o profeta é enviado, espera do seu povo,
a capacidade de discernir, de acolher, de crer! E quantas vezes não cremos:
pensamos que Deus se calou, que não mais se manifesta, não mais nos dirige a
Palavra. E, no entanto, o Senhor nos interpela por seus profetas, por aqueles
que , tantas vezes, são na Comunidade e na vida uma palavra de Deus para nós!
Caso não sejamos abertos à Palavra, corremos o risco de perdê-la. É o que Jesus
recorda aos nazarenos: a viúva pagã de Sarepta e o leproso Naamã, também ele
pagão, foram mais abençoados que as viúvas e os leprosos de Israel, porque
foram abertos... Os nazarenos sentiram-se ofendidos porque Jesus insinuou que
eles não tinham fé e não sabiam discernir nele Aquele que o Pai enviara... e
terminam por expulsar Jesus de sua cidade. É dramático: a falta de fé fez os
nazarenos expulsarem o Messias, o Enviado de Deus. A falta de fé e
discernimento, a cegueira do coração, a dureza e o fechamento para as novidades
de Deus, podem fazer o mesmo conosco: expulsar do coração e da vida aqueles que
nos trazem a Palavra do Senhor e sua vontade a nosso respeito.
Mas, por sua vez,
aqueles que são testemunhas do Senhor e ministros do Evangelho, devem estar
preparados para a possibilidade de serem rejeitados. Somente os falsos
pregadores, os malditos vendedores do Evangelho, os missionários de televisão,
é que pregam uma adesão a Jesus fácil e que resolve nossos problemas. Na
verdade, seguir o Cristo nos amadurece e nos faz, muitas vezes, enfrentar
problemas e contradições. Qualquer um que queira colocar-se a serviço do
Senhor, deve preparar-se para tal contradição: “Meu filho, se te ofereceres para servir o Senhor,
prepara-te para a prova. Endireita teu coração e sê constante... Tudo o que te
acontecer, aceita-o, e nas vicissitudes que te humilharem, sê paciente"
(Eclo 2,1.4). Como Jesus e os profetas que vieram antes dele, o serviço e a
fidelidade ao Evangelho nos colocam em dificuldades e provações! É a dor do
Reino de Deus!
A mesma visão de fé que
faz distinguir os profetas do Senhor, também nos abre os olhos para reconhecer
nos outros irmãos de verdade, irmãos no Senhor, e amá-los de todo o coração. É
este o verdadeiro dom, o maior carisma de que fala São Paulo na segunda
leitura. Aí, o Apóstolo não fala de um amor-sentimento, amor-simpatia,
amor-amizade, mas do amor-caridade, o amor de Deus, que é o Espírito Santo
derramado em nossos corações, amor que é capaz de dar a vida... amor como
aquele do Cristo que nos amou primeiro e amou-nos até o fim! É este amor, que
nasce da raiz do amor a Deus, da abertura para Deus, da intimidade com Deus,
que dá sentido a todas as coisas. E sem ele, nada tem sentido para o Reino de
Deus... nem a fé! Em última análise, quem salva não é a fé, mas o amor que dá
vida e sabor à fé! E o amor a Deus, que desabrocha no amor aos irmãos, é
concreto, tem que ser concreto: pode ser visto na paciência, na benignidade, na
generosidade, na humildade, na gratuidade, na mansidão, na retidão, na
verdade... E São Paulo recorda que um amor assim é coisa de adultos na fé. Quem
não ama é imaturo na fé, é criança que pensa e age como criança! Só o amor nos
amadurece, só o amor nos faz ver os outros e a vida com os olhos de Deus
Eis, então, de modo
resumido, o desafio, o convite da Palavra de Deus hoje: (1) uma fé, uma
capacidade de acolher o Senhor, de tal modo que reconheçamos que ele vem a nós
na palavra e no testemunho de tantos irmãos e irmãs que conosco convivem; (2)
uma fé capaz de suportar com paciência e alegria os reveses da missão que Deus
nos confiou e (3) uma fé capaz de desabrochar em amor aos irmãos; amor provado
e revelado em atitudes concretas.
Creiamos: somos a Igreja, Comunidade do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de amor! Arrisquemos crer; arrisquemos viver de amor... e experimentaremos a doçura do Senhor e a alegria de viver como irmãos.
Creiamos: somos a Igreja, Comunidade do Senhor Jesus, continuamente vivificada e orientada pelo seu Espírito de amor! Arrisquemos crer; arrisquemos viver de amor... e experimentaremos a doçura do Senhor e a alegria de viver como irmãos.
D. Henrique Soares
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:
(Diáconos e ministros extraordinários da Palavra):
LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO
ESTIVER SOBRE O ALTAR)
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor,
nós vos amamos e somos os vossos profetas.
à Senhor, vós nos conheceis. Sois a nossa força nesta
caminhada e estais ao nosso lado. Nós vos agradecemos e vos pedimos por todos
os profetas de hoje, por aqueles que resistem aos poderosos pedindo o respeito
pelos pobres e pelos fracos e por
aqueles que mostram o caminho de uma vida mais justa e mais libertadora.
T: Senhor,
nós vos amamos e somos os vossos profetas.
à Pai, nós vos agradecemos pelo vosso
amor infinito, que nos revelastes em Jesus, vosso Filho, porque Ele não
procurou o seu interesse, mas tudo suportou em vista da construção do Reino.
Pai, Nós vos recomendamos todas as famílias cristãs: enchei-as do Vosso
Espírito de amor.
T: Senhor,
nós vos amamos e somos os vossos profetas.
à Senhor, Deus fiel e paciente, bendito sejais
pela mensagem de amor que vosso Filho nos deixou. Nós vos bendizemos pelos
profetas que enviastes, porque Vós quereis a salvação e a felicidade de todos
os homens. Nós Vos pedimos por aqueles que rejeitam a mensagem de amor do vosso
Filho. Pai, perdoai-lhes e vinde em nosso auxílio.
T: Senhor,
nós vos amamos e somos os vossos profetas.
à Pai,
fortalecei-nos e iluminai-nos com a luz do Espírito Santo para que possamos
espelhar ao mundo o vosso amor.
T: Senhor,
nós vos amamos e somos os vossos profetas.
- - - Pai
nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...