quinta-feira, 29 de setembro de 2016

27º Domingo do Tempo Comum, homilia dominical, homilias, subsídios homiléticos

27º Domingo do  Tempo Comum (Adaptado pelo Diácono Ismael)

TEMA: A nossa fé se pauta na misericórdia de Deus ou achamos que Deus é um contador que anota ações boas e más e depois tira uma média para nos salvar?
Primeira leitura: Habacuc interpela Deus para pôr fim à injustiça … Deus confirma a sua intenção de atuar no mundo, mas só o fará quando for o momento oportuno.
Evangelho: Jesus convida os discípulos a aderirem ao projeto de vida que Deus veio oferecer.  Essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.
II leitura: O autor exorta os animadores cristãos para que conduzam com fortaleza, equilíbrio e amor as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam a verdade do Evangelho.

PRIMEIRA LEITURA (Hab 1,2-3; 2,2-4) Leitura da Profecia de Habacuc.
Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotências estão à minha
frente; reina a discussão, surge a discórdia. Respondeu me o Senhor, dizendo: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para que possa ser lida com facilidade. A visão refere-se a um prazo definido, mas tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com certeza e não tardará. Quem não é correto vai morrer, mas o justo viverá por sua fé”.

AMBIENTE - Habacuc finais do séc. VII a.C.… O rei de Judá é Joaquim (609-598 a.C.), que explora o povo, aumenta as injustiças e desenvolve alianças com as potências da época… Tem simpatias pró-egípcias, sente o peso do imperialismo babilônio e vê-se obrigado a pagar um pesado tributo a Nabucodonosor. Prepara-se a queda de Jerusalém nas mãos dos babilônios, a morte de Joaquim,  e a deportação para o exílio de uma parte da classe dirigente de Judá (597 a.C.).

MENSAGEM - Habacuc grita na sua impaciência, questionando a atitude complacente de Deus para com o pecado. O profeta não se limita a escutar a Palavra de Jahwéh e a transmiti-la; mas ele próprio toma a iniciativa, pergunta a Deus, exige respostas. Finalmente, Deus digna-se responder. A mensagem é de esperança, pois a resposta de Deus deixa claro que Ele não fica indiferente diante do mal e que o momento da ação divina está para chegar; o orgulhoso e o prepotente receberão o castigo e o justo triunfará. Em conclusão: diante da injustiça e da opressão, Jahwéh parece indiferente e ausente; mas, de acordo com o seu plano, Ele encontrará o momento ideal para intervir, contra o imperialismo, o orgulho, a injustiça e a opressão.

ATUALIZAÇÃO ¨ Com frequência pessoas nos questionam acerca da relação entre Deus, a sua justiça e a situação do mundo: se Deus existe, como é que Ele pode pactuar com a injustiça e a opressão? Por que há crianças morrendo de doença ou de fome? Por que os bons sofrem? A nossa resposta tem de ser o reconhecimento humilde que nós nunca conseguiremos explicar os esquemas de Deus…
¨ Os caminhos de Deus não são iguais aos nossos. Do ponto de vista de Deus, as coisas integram-se num “todo” que nós, na nossa pequenez, não podemos abarcar.
¨  Deus é um Pai que nos ama como filhos e que tudo fará para nos oferecer vida e felicidade.
¨ Mesmo sem entender, a nossa missão é continuar a dar testemunho… Deus chama-nos a denunciar tudo o que impede a realização plena do projeto de felicidade que Ele tem para o homem; mas quanto ao tempo de Deus na ação no mundo e na história pessoal de cada um, isso só a Deus diz respeito.

SALMO RESPONSORIAL / 94 (95)

Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
• Vinde, exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o
Rochedo que nos salva! / Ao seu encontro caminhemos
com louvores / e com cantos de alegria o celebremos!
• Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e nos
ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é
o nosso Deus, nosso Pastor, / e nós somos o seu povo
e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão.
• Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os
corações como em Meriba, / como em Massa, no
deserto, aquele dia, / em que outrora vossos pais me
provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras”.


EVANGELHO (Lc 17,5-10)  Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepare-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? Assim também vós: quando tiverdes feito tudo que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.

AMBIENTE - Jesus fala sobre a fé e a humildade. Nas “etapas” anteriores, Jesus tinha avisado da dificuldade de percorrer o “caminho do Reino” (“porta estreita” – Lc 13,24; convidou-os à humildade e à gratuidade – Lc 14,7-14; avisou-os de que é preciso amar mais o “Reino” do que a própria família, interesses ou os bens – Lc 14,26-33; exigiu-lhes o perdão como atitude permanente – Lc 17,5-6); agora, são os discípulos que, preocupados com a exigência do “Reino”, pedem mais “fé”. 

MENSAGEM - Depois das exigências que Jesus apresentou, a resposta só pode ser: “aumenta-nos a fé”. O que é que a fé tem a ver com a exigência do “Reino”?  A fé não é a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades abstratas sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua proposta, ao seu projeto – ou seja, ao projeto do “Reino”. Pedir a Jesus que lhes aumente a fé significa pedir lhe que lhes aumente a coragem de optar pelo “Reino”; Jesus aproveita para recordar aos discípulos o resultado da “fé”. A imagem utilizada por Jesus (pela fé arrancar “amoreira”) mostra que, com a “fé” tudo é possível. Aderir ao “Reino” é ter na mão a chave para mudar a história. O discípulo que adere ao “Reino” com coragem e determinação é capaz de “milagres”: quantas vezes a coragem dos discípulos transformam a morte em vida, o desespero em esperança, a escravidão em liberdade! Na segunda parte, Lucas descreve a atitude que o homem deve assumir diante de Deus. Os fariseus estavam convencidos de que bastava cumprir os mandamentos da Torah para alcançar a salvação: se o homem cumprisse as regras, Deus não teria outro remédio senão salvá-lo… A salvação dependia, de acordo com esta perspectiva, dos méritos do homem. Deus seria, assim, apenas um contabilista, empenhado em fazer contas para ver se o homem tinha ou não direito à salvação… Jesus coloca as coisas numa dimensão diferente. A atitude do discípulo que faz as “obras do Reino”– frente a Deus não deve ser a atitude de quem sente que fez tudo muito bem feito e que, por isso, Deus lhe deve algo; mas deve ser a atitude de quem cumpre o seu papel com humildade, sentindo-se um servo que apenas fez o que lhe competia. O que Jesus nos pede no Evangelho de hoje é que percorramos, com coragem e empenho, o “caminho do Reino”. Quando o discípulo aceita percorrer esse caminho, é capaz de operar coisas espantosas, milagres que transformam o mundo… E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se servo humilde de Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se confiada e humildemente nas suas mãos.

ATUALIZAÇÃO ¨ A “fé” é, antes de mais, a adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto. Jesus é o eixo central à volta do qual se constrói a minha existência.
¨ O “Reino” é uma realidade sempre “a fazer-se” (Reino já e ainda não); mas apresentam-se situações de injustiça, de violência, de egoísmo, de sofrimento, de morte, que impedem a concretização do “Reino”. A minha “fé” em Jesus conduz-me a lutar contra tudo o que impede a concretização do “Reino”? Quais são os “milagres” que a minha “fé” pode fazer?
¨ Nós construímos um deus que não é mais do que um contabilista, que escreve nos seus livros os nossos créditos e os nossos débitos, a fim de nos pagar religiosamente, de acordo com os nossos merecimentos… Na realidade – diz-nos o Evangelho de hoje – não podemos exigir nada de Deus: existimos para cumprir, humildemente, o papel que Ele nos confia, para acolher os seus dons e para O louvar pelo seu amor. É nesta atitude que o discípulo de Jesus deve estar sempre.

SEGUNDA LEITURA (2Tm 1,6-8.13-14) Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo: Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade. Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Usa um compêndio das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus. Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós.

AMBIENTE - A segunda Carta a Timóteo contém, como a primeira, conselhos pastorais de Paulo a seu sucessor na animação das Igrejas da Ásia. Quem escreve a carta (se apresenta como Paulo) diz encontrar-se na prisão e pressentir a proximidade da morte. Exorta Timóteo a perseverar no ministério e a conservar a sã doutrina.

MENSAGEM - As desilusões, os fracassos, a monotonia, a fragilidade humana esfriam o entusiasmo original; e é necessário, a cada instante, redescobrir o sentido das opções que, um dia, o discípulo fez. São recordadas a Timóteo três qualidades fundamentais: a fortaleza frente às dificuldades, o amor que o impulsionará para uma entrega total a Cristo e aos homens e a prudência (ou moderação) necessária para a animação e orientação da comunidade. Timóteo é exortado a conservar-se fiel à sã doutrina recebida de Paulo. Estamos numa época em que as heresias começam a infiltrar-se na comunidade cristã e a confundir os cristãos. O animador da comunidade tem o dever de ensinar a doutrina verdadeira e de defender a comunidade de tudo que a afasta da verdade do Evangelho, fielmente transmitido pelo testemunho apostólico.

ATUALIZAÇÃO - ¨ A Carta a Timóteo dirige-se a todos que um dia aceitaram o batismo e optaram por Cristo… Na verdade, o mundo que nos rodeia apresenta imensos desafios que, muitas vezes, nos desmobilizam do serviço do Evangelho e dos valores de Jesus. É por isso que é preciso redescobrir os fundamentos do nosso compromisso.
¨ O texto Convida-nos a redescobrir, cada dia, esse entusiasmo que lhes enchia o coração no dia em que optaram pela entrega da própria vida a Cristo e aos irmãos. O que me impulsiona é o amor, ou são interesses próprios e egoístas?
Dehonianos

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Comum 27Temos Fé?


Na 1a Leitura, o Profeta HABACUC diante da violência e corrupção no meio do povo, ele se queixa impaciente: "Até quando, Senhor?" E o Senhor o exorta a não desanimar. Ele intervirá no momento oportuno:
"O justo viverá por sua fé". (Hab 1,2-3.2,2-4)

* Quantas vezes também nós não conseguimos entender
porque Deus permite tantas coisas "absurdas"...
A fé é o único caminho para compreender o Mistério da História e
superar todas as dificuldades. Devemos confiar em Deus, mesmo quando ele "parece" ausente da história. Um dia veremos a intervenção salvadora e libertadora de Deus.

Na 2a Leitura: SÃO PAULO convida a reavivar a chama da nossa fé,    anunciando-a de todas as formas, em todos os lugares e culturas.

No Evangelho, Jesus afirma que a fé remove os obstáculos. (Lc 17,5-10)

Diante da caminhada difícil proposta por Cristo, os Apóstolos sentem-se tentados a voltar atrás, como já tinham feito muitos discípulos. Então, preocupados, pedem ao Senhor: "Senhor, aumentai a nossa fé".
- Jesus responde: "SE TIVÉSSEIS FÉ como um GRÃO DE MOSTARDA,   poderíeis dizer a essa amoreira, arranca-te daqui e planta-te no mar,   e ela vos obedeceria".

* A FÉ consegue realizar aquilo que aos olhos dos homens parece impossível.
   A fé autêntica, mesmo pequena, poderá superar os maiores obstáculos.

   O QUE É A FÉ?

- Um DOM GRATUITO DE DEUS, que tudo ilumina e fortalece na vida e ela exige
  
UMA RESPOSTA VIVA E ATUANTE:     "A fé sem obras é morta". (Tg 2,17)
  A fé, mesmo que pequena, cresce e se torna forte pelo cultivo da oração,   da participação ativa na comunidade, pela prática da caridade, da justiça,    pela vivência fraterna e solidária.


- É, antes, uma ADESÃO DE VIDA ao Projeto de Deus.
 

- É uma ENTREGA TOTAL E GRATUITA...  sem esperar direitos e privilégios.
  Não é ter Deus a nosso serviço, mas nos colocar à disposição de Deus, confiando nele.
 
DUAS TENTAÇÕES:
1. O Desânimo: Sentimo-nos pequenos, incapazes, inúteis...     Por isso, muitas vezes pensamos até em largar tudo...

2. Considerar-nos "Necessários" ou "Merecedores"...
Muitas vezes, imaginamos Deus como um Contador que contabiliza cuidadosamente num livro nossos créditos e débitos, a fim de pagar religiosamente, de acordo com os nossos "merecimentos".
Para apagar essa imagem de Deus e eliminar a "Religião dos merecimentos" (comum aos judeus e a nós), Jesus contou uma PARÁBOLA: O Servo que volta da roça:
"Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei:   somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer".

Por isso, não fiquemos desanimados ou preocupados, façamos nosso o pedido dos Apóstolos: "Senhor, aumentai a nossa fé ..."  -               

Pe. Antonio Geraldo.

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa

Hoje, a Palavra de Deus nos coloca diante de um tema inquietante, o tema da fé. E o coloca com toda a dureza, nas palavras do profeta Habacuc. Ele viveu no final do século VII A.C. Reinava em Judá a injustiça, a imoralidade, a violência. Diante desta situação o profeta entra em crise e apresenta o seu protesto: “Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes?”. “Senhor, tu poderias resolver tudo!
Crer não é compreender tudo. O profeta, que fala em nome de Deus, nem mesmo ele compreende totalmente o agir de Deus, e se angustia, e pergunta, e chora: “Senhor, por que ages assim? Por que teus caminhos nos escapam deste modo?” A verdade é que a fé não é uma realidade quieta e pacífica! O próprio Jesus adverte que somente os violentos conquistam o Reino dos céus (cf. Mt 11,12s); somente aqueles que lutam, que teimam em acreditar! A fé é uma realidade que sangra, sangra na dor de tantas perguntas sem resposta, sangra pelo sofrimento do inocente, pela vitória dos maus, pelo mal presente em tantas dimensões da nossa vida… E Deus parece calar-se! Um filósofo ateu do século passado chegou a dizer, escandalizado com o sofrimento no mundo: “Se Deus existe, o mundo é sua reserva de caça!” Jó, usou palavras parecidas: “Também hoje minha queixa é uma revolta, porque sua mão agrava os meus gemidos. Ele cobriu-me o rosto com a escuridão” (23,2.17). E, pesaroso, se queixa de Deus: “Clamo por ti, e não me respondes; insisto, e não te importas comigo. Tu te tornaste o meu carrasco e me atacas com teu braço musculoso!” (30,20s). Por que, Senhor? Por que te calas? Por que teus caminhos nos são escondidos? Por que parece que não te importas conosco? – Eis a dor que sangra das feridas dos crentes! A resposta de Deus a Habacuc não explica, mas convida a crer novamente, a abandonar-se novamente, a teimar na perseverança: “Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé!” Deus é assim: nunca nos explica, mas nos convida sempre à confiança renovada, ao abandono nas suas mãos. Quem não é correto, quem não se entrega nas mãos do Senhor, perderá a fé, morrerá na sua amizade com Deus… mas o justo, o amigo de Deus, viverá, permanecerá firme pela sua fé total e confiante. O justo vive da fé! É isto que é tão difícil para o homem de hoje, que tudo deseja enquadrar na sua razão e, quando não enquadra, se revolta e dá as costas a Deus e, assim, termina morrendo… porque viver sem Deus é a pior das mortes, o maior dos absurdos! O justo vive da fé, vive na fé, vive abandonado nas mãos do Senhor, como dizem as palavras da Antífona de Entrada, que o missal coloca para a liturgia de hoje: “Senhor, tudo está em vosso poder, e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra, e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo!” (Est 13,9.10-11).
Nunca esqueçamos: Deus não nos explica seu modo de agir! Se o compreendêssemos, compreenderíamos o próprio Deus e, aí, já não seria o Deus verdadeiro, mas apenas um idolozinho! Contudo, isso não significa que Deus não liga para nossa dor e para o nosso destino. Pelo contrário! Ele veio a nós, fez-se um de nós, viveu nossa vida, suportou nossas dores, experimentou nossa morte! Deus próximo, Deus de amor, Deus solidário! Por isso, podemos olhar para ele e, suplicantes, estender-lhe as mãos, como os discípulos do Evangelho, que pediam: “Aumenta a nossa fé!” E Jesus responde – a eles e a nós – “Se vós tivésseis fé (em mim), mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’ e ela vos obedeceria”. Ou seja: se crermos de verdade naquele amor que se manifestou até a cruz, se crermos – aconteça o que acontecer – que Deus nos ama a ponto de entregar o seu Filho, teremos a força de enfrentar todas as noites com a sua luz, todos os pecados com a sua graça, todas as mortes com a sua vida! Mas, se não crermos, pereceremos… O que o Senhor espera dos seus servos é esta fé total, incondicional, pobre e amorosa! É o que o Senhor espera de nós. Mas, o que fazemos? Queremos recompensas, provas, certezas lógicas! E, os mais cultos, vamos atrás de filosofias e sabedorias humanas… e os mais incultos e tolos, vamos atrás de seitas, de descarregos, de exorcismos feitos por missionários de araques e pastores de si próprios, falsos profetas de um deus falso, feito de dízimos, moedas e gritarias…
O justo vive da fé! Como nos exorta a segunda leitura, reavivemos a chama do dom de Deus que recebemos! “Deus não nos deu um espírito de timidez, de frouxidão, de covardia e incerteza, mas de fortaleza, de amor e sobriedade”. Não nos envergonhemos do testemunho de nosso Senhor! Guardemos aquilo que aprendemos de nossos antepassados, conservemos o “preciosos depósito” da nossa fé católica e apostólica, “com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós”. Não corramos atrás das ilusões, fruto das invenções humanas! É isto que o Senhor espera de nós, é este o nosso dever, é esta a nossa vocação, é esta a nossa glória. E, após termos agido assim, não achemos que temos algum direito diante de Deus. Humildemente, digamos: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”.
Que o Senhor nos dê esta graça: a graça de viver e morrer na fé. Que o Senhor nos conceda a recompensa dosa servos bons e fiéis! Amém!
Dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria – XXVII Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Aumentar a FÉ!

No Evangelho, em Lc 17, 5-10, surge a súplica dos Apóstolos: “Senhor, aumenta a nossa fé!” E Jesus disse-lhes: “se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria”. É uma linguagem figurada que exprime a onipotência da fé. Jesus não pede muito; pede apenas um pouquinho de fé, como o minúsculo grão de mostarda, bem menor do que a cabeça de um alfinete; mas, se for sincera, viva, convicta, a fé será capaz de coisas muito maiores, inconcebíveis à compreensão humana. Jesus quer educar os seus discípulos numa fé sem incerteza nem vacilações, numa fé que, apoiada na força de Deus, tudo crê, tudo espera, a tudo se atreve, e persevera invencível, mesmo nas dificuldades mais árduas e difíceis.
Precisamos de uma fé firme, que nos leve a alcançar metas que estão acima das nossas forças, que aplaine os obstáculos e supere os “impossíveis” na nossa tarefa apostólica. É esta a virtude que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e nos permite julgar retamente todas as coisas. Só pela luz da fé e pela meditação da palavra de Deus é que se pode sempre e por toda a parte divisar Deus “em quem vivemos e nos movemos e somos” (At 17, 28), procurar a sua vontade em todos os acontecimentos, ver Cristo em todos os homens, sejam próximos ou estranhos, e julgar com retidão sobre o verdadeiro significado e valor das coisas temporais, em si mesmas e em relação ao fim do homem.
Devemos pedir ao Senhor uma fé firme que reanime o nosso amor e nos faça superar as nossas fraquezas, a fim de sermos testemunhas vivas no lugar em que se desenvolve a nossa vida.
Que força comunica a fé! Com ela superamos os obstáculos de um ambiente adverso e as dificuldades pessoais, que com muita freqüência são mais difíceis de vencer.
Houve ocasiões em que Jesus chamou aos Apóstolos “homens de pouca fé” (Mt 8, 26; 6, 30), pois não se encontravam à altura das circunstâncias. O Messias estava com eles, e no entanto tremiam de medo diante de uma tempestade no mar (Mt 8, 26), ou preocupavam-se excessivamente com o futuro, quando fora o próprio Cristo quem os chamara para que O seguissem. “Senhor, aumenta-nos a fé, pediram a Jesus. O Senhor atendeu a esse pedido, pois todos eles acabaram por dar a vida em testemunho supremo da sua firme adesão a Cristo e aos seus ensinamentos.
Nós também precisamos de mais fé! Com ela seremos valentes e leais.
A fé é um dom de Deus que a nossa pequenez nem sempre consegue sustentar. Por vezes, é tão pequena como um grãozinho de mostarda. Não nos surpreendamos com a nossa debilidade, pois Deus conta com ela. Imitemos os Apóstolos quando compreenderam que tudo aquilo que viam e ouviam excedia a sua capacidade. Peçamos a Cristo, através de Nossa Senhora e com a humildade dos discípulos, que nos aumente a fé, para que, como eles, possamos ser fiéis até o fim dos nossos dias e levemos muitas pessoas até Ele, como fizeram aqueles que O seguiam de perto em todos os tempos.
Diante das provações, dos desafios, o Senhor nos fala pelo Profeta Habacuc: “… o justo viverá por sua fé” (Hab 2, 4). Este ensinamento tanto é para o israelita, como para o cristão de todos os tempos; é válido em qualquer circunstância da vida dos indivíduos, dos povos ou da Igreja. Mesmo que tudo aconteça como se Deus não existisse ou não visse, é necessário permanecer firmes na fé. Deus não pode demorar a Sua intervenção e intervirá, certamente, em favor dos que acreditam nEle e nEle depositam a sua confiança. “Deus concorre em tudo para o bem dos que O amam” (Rm 8, 28).
Mons. José Maria Pereira
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (DIÁCONOS E MINISTROS DA PALAVRA):


LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
Pres.: O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
Pres.:  DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
Pres.: COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.:  - Bendito e louvado sejais para sempre, Senhor nosso Deus! Agradecemos nos terdes criado e nos acolher como vossos filhos prediletos. Agradecemos nos enviar Vosso Filho  para nos indicar o caminho de vosso Reino.
T: Senhor, ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.:  - Vos louvamos, ó Deus, pela vossa misericórdia, pois somos fracos e egoístas. Muitas vezes erramos e com a vossa graça nos arrependemos e sempre nos perdoais. Enviai-nos o Santo Espírito para que tenhamos mais força em nossa caminhada rumo ao vosso Reino.
T: Senhor, ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.:  Por vossa bondade, senhor, vinde sempre em nosso auxílio, para que no dia em nos chamar para junto de Vós, possamos ouvir este elogio: tu cumpriste a tua obrigação entre na alegria do Teu Senhor
T: Senhor, ajudai-nos a fazer a vossa vontade.

RITO DA COMUNHÃO:
Pres.: Pai nosso... A Paz... Eis o cordeiro de Deus...





quinta-feira, 22 de setembro de 2016

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C 2016, homilias, subsídios homiléticos

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C 2016
Tema: “O Senhor faz justiça aos que são oprimidos.” Deus nos deu os bens para administrá-los e partilhá-los.
Primeira leitura: Amós denuncia a classe dirigente, que vive no luxo à custa da exploração dos pobres. Anuncia que este não é o projeto que Deus sonhou para os homens.
Evangelho: A parábola do rico e do pobre Lázaro é uma catequese sobre a posse dos bens…
Segunda leitura: O “homem de Deus”: deve ser alguém que ama os irmãos, que é paciente, que é brando, que é justo e que transmite a proposta de Jesus. Ele não é egoísta, pois sabe partilhar.

PRIMEIRA LEITURA (Am 6,1a.4-7) Leitura da Profecia de Amós.
Assim diz o Senhor todo-poderoso: Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho e novilhos do seu gado; os que cantam ao som das harpas, ou, como Davi, dedilham instrumentos musicais; os que bebem vinho em taças, e se perfumam com os mais finos unguentos e não se preocupam com a ruína de José. Por isso, eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito.

AMBIENTE - Continuamos com Amós, o profeta do séc. VIII a.C. (762 a.C.), no reino do Norte (Israel). As conquistas de Jeroboão II criaram bem-estar, riqueza, prosperidade; no entanto, a situação não beneficia toda a nação, mas um grupo privilegiado (nobres, cortesãos, militares, grandes latifundiários e comerciantes sem escrúpulos). Nasce, assim, uma classe dirigente poderosa, cada vez mais rica, que vive no luxo, que explora os pobres e que, apoiada por juízes corruptos, comete ilegalidades e prepotências… Do outro lado, estão os pobres, vítimas de um sistema que gera injustiça, miséria, sofrimento, opressão.

MENSAGEM - O mais grave é que todo este luxo e esbanjamento resultam da exploração dos mais pobres e fracos. A classe rica vive egoisticamente no seu mundo cômodo e não se preocupa com a miséria e o sofrimento dos seus irmãos. Deus não pactua com isto. A classe dominante está infringindo os mandamentos da “aliança” e Deus não aceita um elevado nível de vida à custa do sangue e das lágrimas dos pobres. Por isso, o castigo chegará em forma de exílio numa terra estrangeira (queda da Samaria nas mãos dos assírios de Salamanasar V, em 721 a.C., e à partida da classe dirigente para o cativeiro na Assíria).

ATUALIZAÇÃO
O quadro pintado por Amós descreve situações bem conhecidas de todos nós… Pensemos nas festas luxuosas e nas quantias gastas em roupas, em jóias, em perfumes, por aqueles que as frequentam; nos governantes que  esbanjam e embolsam dinheiros públicos e que nem sequer vão a tribunal porque há sempre uma maneira de fazer com que o crime prescreva… E pensemos nos operários que arriscam a vida em obras perigosas, porque o patrão não quis gastar uns trocos com a segurança; pensemos naqueles que ganham salários mínimos, trabalhando duramente para enriquecer um patrão prepotente e pensemos naqueles que recebem pensões de miséria e que vivem em condições infra-humanas que  mal dá para pagar os medicamentos

SALMO RESPONSORIAL / 145 (146) Bendize, minha alma, e louva ao Senhor!
• O Senhor é fiel para sempre, / faz justiça aos que são oprimidos; /
 Ele dá alimento aos famintos, / é o Senhor quem liberta os cativos.

EVANGELHO (Lc 16,19-31) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os escutem!O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.

AMBIENTE - A história do rico e do pobre Lázaro é um texto exclusivo de Lucas. Trata-se de uma catequese em que se aborda o problema da relação entre o homem e os bens deste mundo.

MENSAGEM - A parábola tem duas partes. Na primeira, Lucas apresenta os dois personagens: um rico que vive luxuosamente e que celebra grandes festas e um pobre, que tem fome, vive miseravelmente e está doente. No entanto, a morte dos dois muda a situação. Do rico diz apenas, que se vestia de púrpura e linho fino, e que dava esplêndidas festas. Não se diz se ele era mau ou bom, se frequentava ou não o templo, se explorava os pobres ou se era insensível ao seu sofrimento; no entanto, quando morreu, foi para um lugar de tormentos. Do pobre Lázaro diz-se, apenas, que jazia ao portão do rico, que estava coberto de chagas, que desejava saciar-se das migalhas que caíam da mesa do rico e que os cães vinham lamber-lhe as chagas; quando morreu, Lázaro foi “levado pelos anjos ao seio de Abraão (lugar de honra); não se diz, se Lázaro levou uma vida exemplar ou se cometeu más ações, se trabalhava duramente ou se foi um parasita que não quis fazer nada para mudar a sua triste situação… Nesta história, não parecem ser as ações boas ou más que decidem a sorte deles no outro mundo. A resposta só pode ser: o que determina a diferença de destinos é a riqueza e a pobreza. O rico conhece os “tormentos” porque é rico; o pobre conhece o “banquete do Reino” porque é pobre. Mas então, a riqueza será pecado? Ser rico equivale a ser mau e, portanto, a estar destinado aos “tormentos”? Na perspectiva de Lucas, a riqueza – legítima ou ilegítima – é sempre culpada. Os bens não pertencem a ninguém em particular (nem sequer àqueles que trabalharam duramente para se apossar de uma fatia gorda dos bens que Deus colocou no mundo); mas são dons de Deus, postos à disposição de todos os seus filhos, para serem partilhados e para assegurarem uma vida digna a todos… Quem se apossa – ainda que legitimamente – desses bens em benefício próprio, sem os partilhar, não está em sintonia com o projeto de Deus. Quem usa os bens para ter uma vida luxuosa, esquecendo-se das necessidades dos outros, está em falta com os seus irmãos que vivem na miséria. Nesta história, Jesus ensina que não somos donos dos bens que Deus colocou nas nossas mãos, ainda que os tenhamos adquirido de forma legítima: somos apenas administradores, encarregados de partilhar com os irmãos aquilo que pertence a todos. Esquecer isto é egoísmo e, por isso, estar destinado aos “tormentos”.
Na segunda parte do nosso texto, insiste-se em que a Escritura – na qual os fariseus eram peritos – apresenta o caminho seguro para aprender e assumir a atitude correta em relação aos bens. O rico ficou surdo às interpelações da Palavra de Deus (“Moisés e os Profetas”) e isso é que decidiu a sua sorte: ele não quis escutar as interpelações da Palavra e não se deixou transformar por ela. O versículo final expressa perfeitamente a mensagem contida nesta segunda parte: até mesmo os milagres mais espetaculares são inúteis, quando o homem não acolheu no seu coração a Palavra de Deus. Só a Palavra de Deus pode fazer com que o homem corrija as opções erradas, saia do seu egoísmo, aprenda a amar e a partilhar. Anuncia-se, desta forma, que o projeto de Deus passa por um “Reino” de fraternidade, de amor e de partilha. Quem recusa esse projeto e escolhe viver fechado no seu egoísmo e autossuficiência (os ricos), não pode fazer parte desse mundo novo de fraternidade que Deus quer propor.

ATUALIZAÇÃO
 um quarto da humanidade tem nas mãos cerca de 80% dos recursos disponíveis do planeta; e três quartos da humanidade têm de contentar-se com os outros 20% dos recursos. Isto é justo? É justo que milhares de crianças morram diariamente por causa da fome e de problemas relacionados com a subnutrição, enquanto o primeiro mundo destrói as colheitas para que o excesso de produção não obrigue a baixar os preços? É justo que se gastem em festas sociais quantias que davam para construir uma dúzia de escolas ou meia dúzia de hospitais?
O Vaticano II afirma: “Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos; de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos (…). Sejam quais forem as formas de propriedade,  deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si, mas também aos outros. De resto, todos têm o direito de ter uma parte de bens suficientes para si e suas famílias” (Gaudium et Spes, 69).
Por muito pobres que sejamos, devemos interrogar-nos para perceber se não temos um “coração de rico” – isto é, para perceber se a nossa relação com os bens não é uma relação egoísta (há “pobres” cujo sonho é, apenas, levar uma vida igual à dos ricos). E não esqueçamos: é a Palavra de Deus que nos questiona continuamente e que nos permite a mudança de um coração egoísta para um coração capaz de amar e de partilhar.

8. SEGUNDA LEITURA (1Tm 6,11-16) Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo.
Tu, que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas. Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.

AMBIENTE - Continuamos a com Carta a Timóteo que está a organizar a sua comunidade

MENSAGEM - Como deve ser o “homem de Deus”? O verdadeiro “homem de Deus” tem de distinguir-se por uma vida santa, enraizada na fé e no amor aos irmãos. Em concreto, o “homem de Deus” deve cultivar a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança, a doçura. Tem de ser paciente e manso, diante das dificuldades que o serviço apostólico levanta. Deve guardar “o mandamento do Senhor” – isto é, a verdade da fé que lhe foi transmitida pela tradição apostólica. No que diz respeito ao perfil do “homem de Deus”, tudo se resume no amor para com os irmãos, no entusiasmo pelo ministério e na capacidade de transmitir a verdadeira doutrina, herdada dos apóstolos.

ATUALIZAÇÃO
O “homem de Deus” é alguém que vive com entusiasmo a sua fé, que ama os irmãos (que trata todos com doçura, com paciência, com mansidão) e que dá testemunho da verdadeira doutrina de Jesus, sem se deixar seduzir e desviar pelas modas ou pelos interesses próprios.

-Dehonianos-
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Lázaro significa aquele que foi ajudado por Deus. (em grego Eleazar)
Jesus chama o miserável pelo nome, mas ignora o nome do rico.
1 Afirmar que os mortos em Cristo ficam dormindo é desconhecer o poder da ressurreição de Nosso Senhor.
2 Os homens devem morrer uma só vez, depois que vem um julgamento” (Hb 9,27).
3 Morto não se comunica com os vivos!

Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”

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Lázaros de Hoje

A Liturgia de hoje convida a ver os bens desse mundo, como dons que Deus colocou em nossas mãos, para que
administremos, com gratuidade e amor.

Na 1ª Leitura: o Profeta AMÓS denuncia severamente os ricos e poderosos do seu tempo, que viviam no luxo e na
fartura, explorando os pobres, insensíveis diante da miséria e da desgraça de muitos.
O Profeta anuncia que Deus não aprova essa situação.
O castigo chegará em forma de exílio em terra estrangeira. (Am 6,11-16)

* As denúncias de Amós são ainda hoje atuais!
- Povos gastando fortunas matando gente em guerra,   enquanto outros morrem de fome por não ter o que comer.
- Quantos vivem na abundância, enquanto muitos morrem de fome e na miséria.
- Quantos satisfazem seus caprichos, sacrificando até seus familiares...

Na 2ª Leitura, Paulo denuncia a cobiça, "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males". (1Tm 6,10-16)

No Evangelho, temos o julgamento de Deus sobre a distribuição das riquezas.

A Parábola do homem Rico e do pobre Lázaro (Lc 16,19-31) tem três quadros:
  - A Situação de vida do Homem rico e do Pobre "Lazaro".
  - A mudança de cena para ambos após a morte...
  - Um DIÁLOGO entre o rico e Abraão,
      > Proposta: "Pai Abraão, se alguém entre os mortos  for avisar meus irmãos, certamente vão se converter..."
     > Resposta: "Se não escutam a Moisés, nem aos profetas,  mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão..."

A morte de ambos reverte a situação:
quem vivia na riqueza está destinado aos "tormentos",
quem vivia na pobreza se encontra na paz de Deus.
É uma Catequese sobre escatologia,  antecipa o amanhã para que valorizemos o presente.
O rico não é condenado por ser rico, mas porque prescinde de Deus.
O pobre se salva porque está aberto para Deus e espera a Salvação.
A pobreza não levou Lázaro ao céu, mas a humildade, e as riquezas não impediram o rico de entrar no seio de Abraão, mas seu egoísmo e a pouca solidariedade com o próximo.

* Na Parábola, o pobre tem "nome", o rico não...   Em nossa Comunidade, os pobres têm nome?

+ "Escutem Moisés e os profetas!":
    Essa advertência tem um significado todo especial no DIA DA BÍBLIA.
  
A expressão "Moisés e os Profetas", no tempo de Jesus, significava a Bíblia.
Por isso, Jesus queria dizer que não estamos precisando de aparições duvidosas do além, de videntes ou prodígios milagrosos...
A BÍBLIA é a única Revelação segura que todo cristão deve acreditar...
Ela é suficiente para iluminar o nosso caminho.
Seguindo essa Luz, encontraremos, aqui na terra, a solidariedade, a fraternidade  e, na outra vida, acolhida na casa de Deus, um lugar junto de Abraão.

Essa Palavra de Deus, podemos encontrá-la:
Na Catequese... na Liturgia... na Leitura Orante da Bíblia...
nos Grupos de Reflexão, nos Cursos de formação... na Leitura pessoal...

+ Quem são os LÁZAROS hoje?
Ainda hoje quantos ricos esbanjam na fartura, enquanto pobres "Lázaros" continuam privados até das migalhas que sobram...
Creio que os vemos diariamente nas ruas e na televisão...
Escutar Moisés, os Profetas, o Evangelho favorece o desapego e abre os olhos às necessidade dos irmãos.

No Brasil: O Salário mínimo irrisório... A aposentadoria miserável...
enquanto outros recebem supersalários... e inúmeros desvios...

No Brasil, milhões de Lázaros nos indicam o caminho da salvação...
- Se nos abrirmos ou não a eles...
- Se nos colocarmos ou não a serviço de sua libertação.

+ E conclui com uma ADMOESTAÇÃO:
   "Há um abismo que nos separa... e não haverá mais volta..."
    Após a morte, a situação se torna irreversível.

+ Como superar esse abismo que nos separa?
    Abismo que não foi construído por Deus, mas pelos homens...
    abismo que começa agora... e se prolonga no além...

    A EUCARISTIA é um grande meio para vencer esse abismo,
    desde que seja sempre uma verdadeira COMUNHÃO...     
       - que inicia AGORA (na Igreja, na família, na sociedade) e
       - se prolonga por toda a ETERNIDADE junto de Deus.

                                     Pe.  Antônio Geraldo

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Existe algo que muitas vezes passa despercebido: Quando Abraão fala com o rico, apesar de se dirigir a uma pessoa, ele usa o plural – ..nem os daí poderiam atravessar até nós.” O rico não está só. Outros o antecederam na ocupação de acumular bens gananciosamente.

Mas o rico faz um segundo pedido a Abraão, que salve os irmãos dele, para que não tenham a mesma sorte. Para isso ele pede a ida de Lázaro à casa deles, para que, vendo um morto, se convertam. Abraão diz ser inútil isso. Para salvá-los, já existe Moisés e os profetas. Veladamente aí está que nem a ressurreição de Jesus irá salvá-los, caso não se abram ao pobre. De fato, quantas pessoas batizadas vivem uma existência surda e insensível em relação aos excluídos! A partilha gera vida, o acúmulo, morte!

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa

Antes de entrar no tema próprio da Palavra de Deus deste Domingo, convém chamar atenção para três idéias do Evangelho que desmentem três erros que se pregam por aí a fora:
(1) Jesus hoje desmente os que afirmam que os mortos estão dormindo. É verdade que, antes do Exílio de Babilônia, quando ainda não se sabia em Israel que havia ressurreição, os judeus e seus textos bíblicos diziam que quem morria ia dormir junto com os pais no sheol. Tal idéia foi superada já no próprio Antigo Testamento, quando Israel compreendeu que o Senhor nos reserva a ressurreição. Então, os judeus pensavam que quem morresse, ficava bem vivo, na mansão dos mortos, à espera do Julgamento Final. Já aí, havia uma mansão dos mortos de refrigério e paz e uma mansão dos mortos de tormento. É esta crença que Jesus supõe ao contar a parábola do mau rico e do pobre Lázaro. Então, nem mesmo para os judeus, que não conheciam o Messias, os mortos ficavam dormindo! Quanto mais para nós, cristãos, que sabemos que “nem a morte nem a vida nos poderão separar do amor de Cristo” (Rm 8,38-39). Afirmar que os mortos em Cristo ficam dormindo é desconhecer o poder da ressurreição de Nosso Senhor. Muito pelo contrário, como para São Paulo, o desejo do cristão é “partir para estar com Cristo” (Fl 1,23). Deus nos livre da miséria de pensar que os mortos em Cristo ficam presos no sono da morte!
(2) Outro erro que a parábola corrige é o de quem prega que o inferno não é eterno. Muitas vezes nas Escrituras – e aqui também – Jesus deixou claro que o céu e o inferno são por toda a eternidade. Na parábola, aparece claro que “há um grande abismo” entre um e outro! Assim, cuidemos bem de viver unidos ao Senhor nesta única vida que temos, pois “é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento” (Hb 9,27). Que ninguém se iluda com falsas esperanças e vãs ilusões, como a reencarnação!
(3) Note-se também como os mortos não podem voltar, para se comunicarem com os vivos. O cristão deve viver orientado pela Palavra de Deus e não pela doutrina dos mortos! Morto não tem doutrina, morto não volta, morto não se comunica com os vivos! Além do mais, os judeus não pensavam que os espíritos se comunicassem com os vivos. Observe-se que o que o rico pede é que Lázaro ressuscite, não que apareça aos vivos como um espírito desencarnado. Daí, a resposta de Jesus: “Eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”!
Com estes esclarecimentos, vamos à mensagem da Palavra para este hoje. Jesus continua o tema de domingo passado, quando nos exortou a fazer amigos com o dinheiro injusto. Este é o pecado do rico do Evangelho de hoje: não fez amigos com suas riquezas. Se tivesse aberto o coração para Lázaro, teria um amigo a recebê-lo no céu! É importante notar que esse rico não roubou, não ganhou seu dinheiro matando ou fazendo mal aos outros. Seu pecado foi unicamente viver somente para si: “se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias”. Ele foi incapaz de enxergar o “pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava no chão”, à sua porta. “Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas”. O rico nunca se incomodou com aquele pobre, nunca perguntou o seu nome, nunca procurou saber sua história, nunca abriu a mão para ajudá-lo, nunca deu-lhe um pouco de seu tempo. O rico jamais pensou que aquele pobre, cujo nome ninguém importante conhecia, era conhecido e amado por Deus. Não deixa de ser impressionante que Jesus chama o miserável pelo nome, mas ignora o nome do rico! É que o Senhor se inclina para o pobre, mas olha o rico de longe! Afinal, os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos!
É esta falta de compaixão e de solidariedade que Jesus não suporta, sobretudo nos seus discípulos; não suporta em nós. Já no Antigo Testamento, Deus recrimina duramente os ricos de Israel: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que s e sentem seguros nas alturas de Samaria! Os que dormem em camas de marfim, deitam-se em almofadas, comendo cordeiros do rebanho; os que cantam ao som da harpa, bebem vinho em taças, se perfumam com os mais finos ungüentos e não se preocupam com a ruína de José”. É necessário que compreendamos isso: não podemos ser cristãos sem nos dar conta da dor dos irmãos, seja em âmbito pessoal seja em âmbito social. Olhemos em volta: a enorme parábola do mau rico e do pobre Lázaro se repetindo nos tantos e tantos pobres do nosso País, do nosso Estado, da nossa Cidade, muitas vezes bem ao lado da nossa indiferença. Como o mau rico, estamos nos acostumando com os meninos de rua, com os cheira-colas, com os miseráveis e os favelados, com o assassinato dos moradores de rua… A advertência do Senhor é duríssima: “Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião… e não se preocupam com a ruína de José!”
Talvez, ouvindo essas palavras, alguém pergunte: mas, que posso eu fazer? Pois eu digo: comece por votar com vergonha nestas eleições municipais! Não vote nos ladrões, não vote por interesse, não vote nos corruptos, não vote nos descomprometidos com os mais fracos, não vote em que não tem nada além de palavras e promessas vazias! Vote com sua consciência, vote buscando o bem comum. Dê-se ao trabalho de escolher com cuidado seus candidatos, dê-se ao trabalho, por amor aos pobres, de pensar bem em quem votar! Só isso? Não! Olhe quem está ao seu lado: no trabalho, na rua, no sinal de trânsito, no seu caminho. Olhe quem precisa de você: abra o coração, abra os olhos, abras as mãos, faça-se próximo do seu irmão e ele o receberá nas moradas eternas.
Durante dois domingos seguidos o Senhor nos alertou para nosso modo de usar nossos bens. Fomos avisados! Um dia, ele nos pedirá contas! Que pela sua graça, nós tenhamos, um dia, amigos que nos recebam nas moradas eternas. Amém.                      
 Dom Henrique Soares da Costa

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Homilia do Mons. José Maria

Os Ricos e a Salvação

O Evangelho (Lc 16, 19-31) descreve-nos um homem que não soube tirar o proveito dos seus bens. Ao invés de ganhar com eles o Céu, perdeu-o para sempre. Tratava-se de um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho, e que todos os dias fazia festas esplêndidas; muito perto dele, à sua porta, estava deitado um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cães lambiam as suas feridas.
A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola tem fortes contrastes: grande abundância num, extrema necessidade no outro. O homem rico vive para si, como se Deus não existisse. Esqueceu uma coisa que o Senhor recorda com muita freqüência: não somos donos dos bens matérias, mas administradores.
O homem rico não está contra Deus nem oprime o pobre! Apenas está cego para as necessidades alheias. O seu pecado foi não ter visto Lázaro, a quem poderia ter feito feliz com um pouco menos de egoísmo e um pouco mais de despreocupação pelas suas próprias coisas. Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”
O egoísmo, que muitas vezes se concretiza na ânsia de usufruir sem medida os bens materiais, leva a tratar as pessoas como coisas; como coisas sem valor. Pensemos hoje que todos temos ao nosso redor pessoas necessitadas, como Lázaro. E não esqueçamos que os bens que recebemos para administrar generosamente são também o afeto, a amizade, a compreensão, a cordialidade, as palavras de ânimo…
Do uso que façamos dos bens que Deus depositou nas nossas mãos depende a vida eterna. Estamos num tempo de merecer! Por isso, o Senhor nos dirá: “É melhor dar do que receber” (At 20, 25). Ganhamos mais dando do que recebendo: ganhamos o Céu! A caridade é sempre realização do Reino dos Céus e é a única bagagem que restará neste mundo que passa. E devemos estar atentos, pois Lázaro pode estar no nosso próprio lar, no escritório ou na oficina em que trabalhamos.
A parábola ensina a sobrevivência da alma após a morte e que, imediatamente depois da morte a alma é julgada por Deus de todos os seus atos – juízo particular –, recebendo o prêmio ou o castigo merecidos; que a Revelação divina é, de per si, suficiente para que os homens creiam no mais além.
Também ensina que quem morre não volta mais! Que não existe reencarnação! Quem salva o homem é Jesus Cristo, não o próprio homem que vai pagando as suas faltas, cada vez que reencarna. Quem tem fé em Cristo e o aceita como salvador rejeita o espiritismo e a sua doutrina, a reencarnação. Em Hb 9, 27 diz o Senhor: “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo.”
Noutra ordem de idéias, a parábola ensina também a dignidade de toda a pessoa humana pelo fato de o ser, independentemente da sua posição social, econômica, cultural, religiosa, etc.
“Entre vós e nós existe um abismo”, disse Abraão ao rico, manifestando que depois da morte e ressurreição não haverá lugar para penitência alguma. Nem os ímpios se arrependerão e entrarão no Reino, nem os justos pecarão e descerão para o inferno. Este é um abismo intransponível. Por isso se compreendem as palavras de São João Crisóstomo: “Rogo-vos e peço-vos e, abraçado aos vossos pés, suplico-vos que, enquanto gozemos desta pequena respiração da vida, nos arrependamos, nos convertamos, no tornemos melhores, para que não nos lamentemos inutilmente como aquele rico quando morrermos e o pranto não nos traga remédio algum. Porque ainda que tenhas um pai ou um filho ou um amigo ou qualquer outro que tenha influência diante de Deus, todavia, ninguém te livrará, sendo como são os teus próprios fatos (atos) que te condenam.”
Exorta São Paulo em 1 Tm 6, 10: “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro e que muitos perderam a fé por causa disso.” O mesmo S. Paulo nos convida: “Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para qual foste chamado…” (1 Tm 6, 12).
Nós fomos eleitos para ser fermento que transforma e santifica as realidades terrenas. A sobriedade, a temperança, o despreendimento hão de levar-nos ao mesmo tempo a sermos generosos: ajudando os mais necessitados, levando adiante – com o nosso tempo, com os talentos que recebemos de Deus, com os bens materiais na medida das nossas possibilidades – obras boas, que elevem o nível de formação, de cultura, de atendimento aos doentes… Ou seja, com o coração em Deus e voltado para o próximo.
Não vos conformeis com este mundo…” (Rm 12, 2). Quando se vive com o coração posto nos bens materiais, as necessidades dos outros escapam-nos; é como se não existissem. O rico da parábola “foi condenado porque nem sequer percebeu a presença de Lázaro, da pessoa que se sentava à sua porta e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da sua mesa” ( Sto. Agostinho).
Façamos bom uso dos bens materiais. Jesus vê na riqueza o perigo mais grave de auto-suficiência, de afastamento de Deus e de insensibilidade para com o próximo.
Mons. José Maria Pereira

LOUVOR PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)                               Lc 16, 19-31
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESP. SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
à Bendito sejais, Deus de justiça e Pai dos pobres, porque abris os olhos dos profetas aos sinais dos tempos. Nós Vos pedimos pela nossa sociedade, cujas riquezas estão tão mal distribuídas.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
à Soberano único e bem-aventurado, Rei dos reis e Senhor dos senhores, que possuis a imortalidade e todo o poder. Nós Vos agradecemos pela vida que nos destes e vos bendizemos por nos enviar vosso Filho para nos guiar em vossos caminhos. A Vós, todo o nosso louvor.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
à Pai dos pobres e defensor dos oprimidos, nós Vos bendizemos pelos profetas que nos enviais, quando deixamos os caminhos da justiça e pela glória que reservais àqueles que os homens desprezam. Na sociedade que produz tantos pobres, nós Vos pedimos: iluminai-nos com o Vosso Espírito e conduzi -nos pelos caminhos do Amor.
T: Senhor, sois a nossa justiça e nossa salvação.
- Pai nosso... A Paz... Eis o Cordeiro de Deus...

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