quinta-feira, 8 de setembro de 2016

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM, homilias, subsídios homiléticos

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM  (Adaptado pelo Diácono Ismael)

Sinopse:

Tema: “O Cristo veio para salvar os pecadores.”
Deus ama o homem e está sempre pronto a perdoar
Primeira leitura: No Sinai Jahwéh mostra sua misericórdia face à infidelidade do Povo.
Evangelho: A parábola do “filho pródigo”, apresenta Deus como um pai que espera o regresso do filho rebelde e que faz uma festa para celebrar o reencontro.
Segunda leitura: Paulo recorda que o amor de Jesus Cristo nos transforma em pessoas novas.

PRIMEIRA LEITURA (Ex 32,7-11.13-14) Leitura do Livro do Êxodo.
Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’” E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo:
‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre’”. E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo.

AMBIENTE - O texto situa-nos no deserto do Sinai, onde Israel celebrou uma aliança com o seu Deus. Depois de Moisés subir ao monte para receber de Deus as tábuas da Lei, o Povo, reunido no sopé da montanha, construiu um bezerro de ouro e infringiu os termos da aliança.

MENSAGEM - Na ausência de Moisés, o Povo constrói um bezerro de ouro. O Povo “desviou-se do caminho” que Deus lhe havia ordenado, pois infringiu o segundo mandamento do Decálogo (segundo o qual, Israel não devia fazer imagens, já que a “imagem” era uma definição de Deus e Deus não pode ser definido pelo homem; por outro lado, a luta contra os deuses e cultos pagãos era impossível se não se proibisse também os seus símbolos e imagens). Na segunda parte, descreve-se a intercessão de Moisés e a misericórdia de Deus. As palavras de intercessão de Moisés não fazem referência aos méritos do Povo, mas à honra de Deus e à sua fidelidade às promessas assumidas para com o Povo no âmbito da aliança. A resposta de Deus põe em relevo a sua misericórdia. Não são os méritos do Povo que sustêm o castigo; mas é o amor de Deus, a sua lealdade aos compromissos, a sua “justiça” (que é misericórdia, ternura, bondade) que acabam por triunfar. O amor infinito de Deus pelo seu Povo acaba sempre por falar mais alto do que a sua vontade de castigar os desvios e infidelidades.

ATUALIZAÇÃO
¨  Fica claro que a essência de Deus é esse amor gratuito que Ele derrama sobre os homens, qualquer que seja o seu pecado… Deus ama infinitamente, seja qual for a resposta do homem.
¨ O pecado dos israelitas (a construção de uma imagem deturpada de Deus) leva nos a questionar as imagens que, às vezes, construímos e transmitimos de Deus… O Deus em quem acreditamos e que testemunhamos, quem é? É o Deus que se revelou como amor, bondade, misericórdia, ao longo da história da salvação, ou é um Deus vingativo e cruel, que não desculpa as faltas dos homens?  - testemunhar um Deus vingativo, sem coração e sem misericórdia, é fabricar uma falsa imagem de Deus.
¨  Moisés intercede pelo Povo sem uma ambição pessoal sobre Israel (Deus propôs-lhe: “deixa que a minha indignação se inflame contra eles; de ti farei uma grande nação”; mas Moisés não aceitou a proposta). Quantas vezes os homens são capazes de “vender a alma ao diabo” para subir, para ter êxito? Quantas vezes sacrificam os valores mais sagrados para serem conhecidos, famosos, invejados, ou para adquirir mais e poder e influência?

SALMO RESPONSORIAL / 50 (51) Vou agora levantar-me, volto à casa do meu pai.

EVANGELHO (Lc 15,1-32) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus contou-lhes esta parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria e, chegando à casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’”.

AMBIENTE - No “caminho para Jerusalém” aparece, em dado momento, uma catequese sobre a misericórdia de Deus… Com efeito, todo o capítulo 15 de Lucas é preenchido com as chamadas “parábolas da misericórdia”. Para Lucas, Jesus é o Deus que veio ao encontro dos homens para lhes oferecer, em gestos concretos, a salvação. As parábolas da misericórdia expressam o amor de Deus aos pecadores. O discurso de Jesus apresentado em Lc 15 é enquadrado, pelo evangelista, numa situação concreta. Ao ver pecadores (cobradores de impostos, prostitutas) que se aproximavam de Jesus e eram acolhidos por Ele, os fariseus e os escribas (que não admitiam qualquer contato com os pecadores) expressaram a sua admiração por Jesus os acolher, Se sentar à mesa com eles (familiaridade, comunhão de vida). É essa crítica que vai provocar o discurso de Jesus sobre a misericordiosa de Deus.

MENSAGEM - As três parábolas da misericórdia pretendem justificar o comportamento de Jesus para com os publicanos e pecadores. Elas definem a “lógica de Deus” em relação a esta questão.
A primeira parábola é a da ovelha perdida. À luz da razão, é ilógica e incoerente, pois não é normal abandonar noventa e nove ovelhas por causa de uma; também não faz sentido todo o espalhafato criado à volta de um fato banal como é o reencontro com uma ovelha que se extraviou… Nesses exageros revela-se, contudo, a mensagem da parábola… O “deixar as noventa e nove ovelhas para ir ao encontro da que estava perdida” mostra a preocupação de Deus com cada homem que se afasta da comunidade da salvação; o “pôr a ovelha aos ombros” significa o cuidado de Deus, que trata com amor os filhos que se afastaram e que necessitam de cuidados especiais; a alegria do pastor que encontrou a ovelha mostra a alegria de Deus, sempre que encontra um filho que se afastou da comunhão com Ele.
A segunda parábola reafirma o ensinamento da primeira. O amor misericordioso de Deus busca aquele que se perdeu e alegra-se quando o encontra. A imagem da mulher preocupada, que varre a casa, ilustra a preocupação de Deus em reencontrar aqueles que se afastaram da comunhão com Ele. Também aqui há novamente a referência à alegria do reencontro: essa alegria manifesta a felicidade de Deus diante do pecador que volta.
A terceira parábola apresenta o quadro de um pai (Deus), em cujo coração triunfa sempre o amor pelo filho, aconteça o que acontecer. Ele continua a amar o filho rebelde e ingrato, apesar da sua ausência, do seu orgulho e da sua autossuficiência; e esse amor acaba por revelar-se na forma emocionada como recebe o filho, quando ele resolve voltar para a casa paterna. Esta parábola apresenta a lógica de Deus, que respeita a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que eles usem essa liberdade para buscar a felicidade em caminhos errados; e, aconteça o que acontecer, continua a amar, a esperar o regresso do filho, preparado para acolhê-lo com alegria e amor. É essa a lógica que Jesus quer propor aos fariseus e escribas (os “filhos mais velhos”) que, a propósito dos pecadores que tinham abandonado a “casa do Pai”, professavam uma atitude de intolerância e de exclusão.
O que está em causa nas três parábolas da misericórdia é a justificação da atitude de Jesus para com os pecadores. Jesus deixa claro que a sua atitude se insere na lógica de Deus em relação aos filhos afastados. Deus não os rejeita, não os marginaliza, mas ama-os com amor de Pai… Preocupa-se com eles, vai ao seu encontro, solidariza-Se com eles, estabelece com eles laços de familiaridade, abraça-os com emoção, cuida deles com solicitude, alegra-Se e faz festa quando eles voltam à casa do Pai. Esta é a forma de Deus atuar em relação aos seus filhos, sem exceção; e é essa atitude de Deus que Jesus revela ao acolher os pecadores e ao sentar-Se com eles à mesa. Por muito que isso custe aos fariseus, essa é a lógica de Deus; e todos os “filhos de Deus” devem acolher esta lógica e atuar da mesma forma.

A veste nova representa a amizade de Deus recuperada, exatamente como era antes. Isto nos causa arrependimento e ao mesmo tempo alegria, após o pecado.  É próprio de quem ama respeitar a pessoa amada. Provavelmente o pai sabia onde o filho estava, cuidando dos porcos. Mas não foi buscá-lo. Sofria ao saber que o filho estava passando fome, mas respeitava a sua liberdade. Já o filho mais velho é mesquinho, sem coração, não sabe perdoar o irmão. Se nos julgamos perfeitos e não aceitamos ser irmãos daqueles que erram, tornamo-nos piores do que eles.                                                   

ATUALIZAÇÃO
¨ As parábolas da misericórdia revelam-nos um Deus que ama todos os seus filhos, sem exceção, mas que tem um “fraco” pelos marginalizados, pelos excluídos, pelos pecadores… Esse amor manifesta-se em atitudes exageradas de cuidado, de solicitude; revela-se também na “festa” que se sucede a cada reencontro… Deus abomina o pecado, mas não deixa de amar o pecador.
¨• Se essa é a lógica de Deus em relação aos pecadores, é essa mesma lógica que deve marcar a minha atitude face àqueles que me ofendem e, mesmo, face àqueles que têm vidas moralmente reprováveis. Como é que eu acolho aqueles que me ofendem: com intolerância ou com respeito?
¨• Ser testemunha da misericórdia e do amor de Deus não significa pactuar com o pecado… O pecado – tudo o que gera ódio, egoísmo, injustiça, opressão, mentira, sofrimento – é mau e deve ser combatido e vencido. Distingamos as coisas: Deus convida-me a amar o pecador como um irmão; mas convida-me também a lutar contra o mal – todo o mal é uma negação desse amor de Deus.

SEGUNDA LEITURA (Tm 1,12-17) Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo: Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao designar-me para o seu serviço, a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida eterna. Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!

AMBIENTE - Timóteo é companheiro de Paulo, a partir da segunda viagem missionária. Paulo teria confiado a Timóteo missões importantes entre os tessalonicenses e entre os coríntios. A tradição considera-o como o primeiro bispo de Éfeso. Esta carta apresenta três temas: a organização da comunidade, a forma de combater os hereges e a vida cristã dos fiéis.

MENSAGEM - No texto, Paulo recorda a sua história de vocação. O apóstolo afirma que recebeu de Cristo o seu ministério; e proclama que isso se deve, não aos seus méritos, mas à misericórdia de Deus. Paulo tem consciência do seu passado de perseguidor da Igreja de Cristo. Atuou dessa forma por ignorância; Apesar desse passado, Deus, na sua bondade, cumulou-o da sua graça. Paulo reconhece que Cristo “veio ao mundo para salvar os pecadores”, entre os quais Paulo se inclui. Pelo exemplo de Paulo, fica evidente a misericórdia de Deus, que se derrama sobre todos os homens, sejam quais forem as faltas cometidas. A partir deste exemplo, todos os homens são convidados a tomar consciência da bondade de Deus e a responder-lhe da mesma forma que Paulo: com o dom da vida e com o empenho sério no testemunho desse projeto de amor que Deus tem para oferecer. O reconhecimento que Paulo sente diante da misericórdia com que Deus o distinguiu leva-o a um canto de louvor: (“ao rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos, amém”).

ATUALIZAÇÃO
¨  o amor de Deus derrama-se sobre todos os homens, mesmo sobre os pecadores. Somos filhos deste Deus e amamos os nossos irmãos, sem distinções? Como conciliar essas atitudes com o exemplo de amor sem restrições que Deus nos oferece?


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Deus está sempre de braços abertos para acolher os pecadores arrependidos.

A 1ª Leitura mostra a MISERICÓRDIA de Deus para com o Povo infiel.
Após ter recebido inúmeros favores de Deus na Libertação do Egito, o Povo rompe com a Aliança e adora um bezerro de ouro. Moisés intercede. Deus os perdoa.
* O BEZERRO DE OURO não pretende ser um novo deus, mas uma "imagem" de Javé, o que era proibido, para salvar a transcendência de Javé e evitar os símbolos e imagens dos cultos pagãos...

Na 2ª Leitura: PAULO fala da MISERICÓRDIA de Deus para com ele: Recorda o seu passado de perseguidor violento da Igreja. Mas, pela graça e misericórdia de Deus, tornou-se um Apóstolo... E hoje manifesta toda a sua alegria e gratidão pelo que a graça e a misericórdia de Deus fez nele... (1Tm, 1,12-17)

Evangelho (Lc 15,1-32): Jesus fala da MISERICÓRDIA de Deus para com os Pecadores:

- Na Introdução, os fariseus criticam Cristo porque "acolhe pecadores e come com eles..."
- Essa crítica provoca a Resposta de Jesus   com as TRÊS PARÁBOLAS DA MISERICÓRDIA  que ilustram a atitude misericordiosa de Deus para com os pecadores,
  - A Ovelha perdida - A Moeda perdida - O Filho pródigo (perdido)

+ Elas manifestam a Alegria de encontrar o que estava perdido;  A alegria é tão grande, que precisa ser partilhada com os outros; É preciso festejar, tamanha é a felicidade.

+ Elas nos apresentam também Três Realidades:

1. A Existência do PECADO:

Nas leituras de hoje, encontramos vários exemplos:
- A IDOLATRIA dos judeus...
- A PERSEGUIÇÃO de Paulo
- A Atitude de INJUSTIÇA do Filho pródigo para com o Pai e a vida desordenada com meretrizes...
- A negativa de PERDÃO do irmão mais velho...
- O PURITANISMO dos fariseus e escribas, que murmuravam...
2. A MISERICÓRDIA de Deus:

- O Pai respeita a liberdade do filho,  mesmo quando busca a felicidade por caminhos errados...   Continua a amar e a esperar o seu regresso. E quando volta...
- Corre ao encontro, mesmo antes do filho pedir perdão...
- O Beijo revela o perdão, a acolhida, a alegria...
- A veste: manifesta que devolve a dignidade... uma vida nova
- O anel: simboliza o poder... é recebido "como filho", não como empregado...
- As sandálias: são próprias do homem livre, não do escravo...
- Festeja com a alegria o retorno.

* É a atitude de Deus para com os filhos afastados...
      O Pai nunca abandonou seu amor de Pai.
- Por que será que o filho mais novo quis ir embora?   Porque desejava uma vida liberdade, longe dos olhos e controle do pai. Ou porque o comportamento do seu irmão tornava a vida pesada e insuportável naquela casa?

3. A CONVERSÃO do pecador.

O Pecado existe e todo pecado é uma ofensa a Deus... Mas a misericórdia de Deus é maior do que todos os nossos pecados...

Contudo supõe uma atitude de retorno: CONVERSÃO. Assim entenderemos a preferência de CRISTO pelos pecadores, que humildemente reconheciam suas culpas e procuravam sinceramente uma conversão.
E compreenderemos também as censuras de Jesus aos fariseus, representados na Parábola pelo filho mais velho, que não aceita perdoar...

Todos nós somos pecadores... A Igreja não é feita de santos, mas de pecadores perdoados...
- A Liturgia afirma: "Somos povo santo e pecador..."
- S. Paulo: "Jesus veio salvar os pecadores e eu sou o primeiro deles". (1Tm 1,15)

+ As Parábolas da misericórdia nos revelam um Deus que ama todos.
As transgressões dos filhos não anulam o Amor do Pai.
Se essa é a atitude de Deus, qual deve ser a nossa para com aqueles que se afastaram de Deus e da Comunidade? 
A Atitude de Cristo ou a dos fariseus? Do Pai ou do Filho mais velho?
Como viver a misericórdia em nossa Vida, em nossa Família?

Renovemos a nossa fé em Deus, Pai de bondade e misericórdia, e fiquemos de BRAÇOS ABERTOS também para nossos irmãos.

Pe. Antônio Geraldo
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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa

Na Solenidade do santo Natal, na segunda leitura da Missa da Aurora, a Igreja, olhando o Presépio, faz-nos escutar as palavras de São Paulo a Tito: “Manifestou-se a bondade de Deus nosso Salvador, e o seu amor pelos homens. Ele salvou-nos, não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia…” (Tt 3,4s). O Menino que veio viver entre nós, Jesus, nosso Senhor, é a bondade de Deus, é a sua salvação misericordiosa… Estas palavras são maravilhosamente ilustradas pela liturgia deste Domingo. Hoje, o Cristo nos é apresentado como a própria bondade, a própria ternura misericordiosa do Pai do céu, do nosso Deus. Aquilo que já fora prefigurado por Moisés, intercedendo pelo povo pecador, na primeira leitura; aquilo que, na segunda leitura, São Paulo pregou e experimentou na própria vida: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles!” – tudo isso nós tocamos nas três parábolas da misericórdia do Evangelho de São Lucas.
Sigamos a narrativa. Por que Jesus contou essas parábolas? Porque “os publicanos e pecadores aproximavam-se dele para o escutar. Os fariseus, porém, e os escribas criticavam Jesus: ‘Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles’.” Aqui está: Jesus era um fio de esperança para aqueles considerados perdidos, metidos no pecado, sem jeito nem solução… Os publicanos, as prostitutas, os ignorantes, os pequenos e desprezados, gente sem preparo e sem cultura teológica… estavam aproximando-se de Jesus para escutá-lo; viam nele a ternura e a misericórdia de Deus. Os escribas e fariseus – homens praticantes e doutores da Lei – criticavam Jesus por isso. Ele se misturava com os impuros, ele acolhia a gentalha e os pecadores. Pois bem, foi para esses doutores que Jesus contou as parábolas, para mostrar-lhes que o coração do Pai é ternura, é amor, é vida, é amplo como uma casa grande…
O Pai se alegra, porque Jesus, o Bom Pastor, era capaz de deixar noventa e nove ovelhas para ir atrás daquela que se perdera totalmente, até encontrá-la! O convite que Jesus estava fazendo aos escribas e fariseus era claro: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!” Alegrai-vos, porque o coração do Pai está feliz: ele não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e tenha a vida! Do mesmo modo, na parábola da dracma perdida: Deus é como aquela mulher que acende a lâmpada e varre cuidadosamente a casa até encontrar sua moedinha. E não descansa até encontrá-la. Quando a encontra, como Deus, quando encontra o pecador, ela exclama: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que havia perdido!” O Deus que Jesus nos revela, o Deus a quem ele chamava de Pai é assim: bom, compassivo, misericordioso, preocupado conosco e com cada um de nós. Ele somente é glorificado quando estamos de pé, quando estamos bem, quando somos felizes. Mas, não há felicidade verdadeira para nós, a não ser juntinho dele, que é o Pai de Jesus e nosso Pai. É isso que Jesus inculca com a terceira parábola, a mais bela de todos: o Pai e os dois filhos.
“Um homem tinha dois filhos”. Este homem é o Pai do céu. “O filho mais novo disse ao pai: ‘Dá-me a parte da herança que me cabe’”. Esse moço quer ser feliz, deseja ser livre… e imagina que somente vai sê-lo longe do olhar do pai. Assim, sem juízo, como que mata o pai, pedindo-lhe logo a herança. “e partiu para um lugar distante”. Quanto mais longe do pai, melhor, mais livre. E aí dissipa tudo, numa terra pagã, longe do pai, longe de Deus. E termina na miséria, tendo esbanjado a vida, a felicidade, o futuro, o amor e o sexo… Vai pedir trabalho e dão-lhe o mais vergonhoso para um judeu: cuidar de porcos, animais impuros. E ele queria comer a lavagem dos porcos e não lha davam! Em que deu o sonho de autonomia, de liberdade, de felicidade longe do pai! Tudo não passara de ilusão! Mas, apesar de louco, o jovem era sincero: caiu em si, reconheceu que pecou. Não colocou a culpa no pai, nos outros, no mundo, no destino. Reconheceu-se culpado e recordou e confiou no amor do pai: “Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti!” E volta! O jovem era corajoso, generoso, era sincero! O que ele não sabia é o pai nunca o esquecera; esperava-o todos os dias, olhando ao longo do caminho. De longe o avistou e o reconheceu, apesar da miséria e da fome e das roupas maltrapilhas. E, cheio de compaixão – como o coração do Pai de Jesus – correu ao encontro do filho, cobriu-o de beijos e de vida, e restituiu-lhe a dignidade de filho. E deu uma festa! O Pai é assim: não quer ninguém fora de sua casa, de seu coração, da festa do seu amor, do banquete de sua eucaristia! Mas, havia ainda o filho mais velho. Este, como os escribas e os fariseus, jamais havia desobedecido ao pai; cumprira todos os seus preceitos. Por isso, ficou com raiva e não quis entrar na festa do pai: “O pai, saindo, insistia com ele…” Notem que o mesmo pai que saíra ao encontro do mais novo, saiu agora ao encontro do mais velho, que estava perdido no seu egoísmo, na sua raiva, fora da festa e do aconchego do pai! E o mais velho passou-lhe na cara: “Eu trabalho para ti há tantos anos… e tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos…” O pai respondeu: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu…” É que aquele filho nunca amara o pai de verdade: cumpria tudo, de tudo fazia conta… e, um dia, iria pedir o pagamento, a recompensa por tudo… Por isso nunca se sentiu íntimo do pai, por isso não sentia que tudo quanto era do pai era dele também! Pode-se estar junto do pai e nunca o conhecê-lo de verdade! Não era esta a situação daqueles escribas e fariseus? Interessante que Jesus não diz se o filho entrou na festa do pai e na alegria do irmão ou se, ao contrário, ficou fora, onde somente há choro e ranger de dentes.
Pois bem, o Senhor nos convida hoje a acolher em Jesus a misericórdia incansável de Deus para conosco, um Deus que não sossega até nos encontrar… Mas, nos convida também a ser misericordioso para com os outros. É triste quando experimentamos que somos pecadores, experimentamos a bondade acolhedora de Deus para com nossos pecados e, depois, somos duros, insensíveis e exigentes em relação aos irmãos. Que o Senhor nos dê um coração como o coração de Cristo, imagem do coração do Pai, capaz de acolher o perdão e a misericórdia de Deus e transbordar esse perdão e essa misericórdia para com os outros. Amém. - Dom Henrique Soares da Costa
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LOUVOR (quando o Pão Sagrado estiver sobre o altar)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS PRESENTE ENTRE NÓS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, nos coloquemos na presença do PAI:
T: Ó DEUS, GRANDE É A VOSSA MISERICÓRDIA!
- Pai de bondade, Vós que guiastes Moisés para que ele conduzisse o Vosso povo fora do Egito, nós Vos bendizemos pela paciência e pelo perdão que nos revelais. Ajudai-nos para que não nos afastemos de vosso amor e de vossa misericórdia.
T: Ó DEUS, GRANDE É A VOSSA MISERICÓRDIA!
- Deus, Nosso Pai, honra e glória a Vós, Rei dos séculos, Deus único, invisível e imortal, pelos séculos dos séculos. Reconhecemos o vosso amor e o vosso perdão que nos faz levantar todos os dias. Que cada dia possamos nos aproximar cada vez mais de vosso amor.
T: Ó DEUS, GRANDE É A VOSSA MISERICÓRDIA!
- Deus, Nosso Pai, Vós que sabeis acolher os pecadores e ainda nos convidais a participar da mesa do vosso Filho, nós vos bendizemos; Sois amor e misericórdia. Enviai o Espírito Santo para que sejamos transformados e assim possamos espelhar ao mundo a misericórdia e o perdão.
T: Ó DEUS, GRANDE É A VOSSA MISERICÓRDIA!

- Pai nosso...  A Paz...   Eis o Cordeiro...








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