27º Domingo do Tempo
Comum (Adaptado pelo Diácono Ismael)
TEMA: A nossa fé se pauta na
misericórdia de Deus ou achamos que Deus é um contador que anota ações boas e
más e depois tira uma média para nos salvar?
Primeira leitura: Habacuc interpela Deus para pôr fim à injustiça … Deus
confirma a sua intenção de atuar no mundo, mas só o fará quando for o momento
oportuno.
Evangelho: Jesus convida os discípulos a aderirem ao projeto de vida que
Deus veio oferecer. Essa adesão chama-se
“fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos são,
apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes
cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram
o que deviam fazer”.
II leitura: O
autor exorta os animadores cristãos para que conduzam com fortaleza, equilíbrio
e amor as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam a verdade do
Evangelho.
PRIMEIRA LEITURA (Hab 1,2-3; 2,2-4) Leitura
da Profecia de Habacuc.
Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo
gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniquidades,
quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotências estão à minha
frente; reina a discussão, surge a discórdia. Respondeu me o
Senhor, dizendo: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas, para
que possa ser lida com facilidade. A visão refere-se a um prazo definido, mas
tende para um desfecho, e não falhará; se demorar, espera, pois ela virá com
certeza e não tardará. Quem não é correto vai morrer, mas o justo viverá por
sua fé”.
AMBIENTE - Habacuc finais do séc. VII a.C.… O rei de Judá é Joaquim
(609-598 a .C.),
que explora o povo, aumenta as injustiças e desenvolve alianças com as
potências da época… Tem simpatias pró-egípcias, sente o peso do imperialismo
babilônio e vê-se obrigado a pagar um pesado tributo a Nabucodonosor.
Prepara-se a queda de Jerusalém nas mãos dos babilônios, a morte de
Joaquim, e a deportação para o exílio de
uma parte da classe dirigente de Judá (597 a .C.).
MENSAGEM - Habacuc grita na sua impaciência, questionando a atitude
complacente de Deus para com o pecado. O profeta não se limita a escutar a
Palavra de Jahwéh e a transmiti-la; mas ele próprio toma a iniciativa, pergunta
a Deus, exige respostas. Finalmente, Deus digna-se responder. A mensagem é de
esperança, pois a resposta de Deus deixa claro que Ele não fica indiferente
diante do mal e que o momento da ação divina está para chegar; o orgulhoso e o
prepotente receberão o castigo e o justo triunfará. Em conclusão: diante da
injustiça e da opressão, Jahwéh parece indiferente e ausente; mas, de acordo
com o seu plano, Ele encontrará o momento ideal para intervir, contra o
imperialismo, o orgulho, a injustiça e a opressão.
ATUALIZAÇÃO ¨ Com frequência pessoas nos
questionam acerca da relação entre Deus, a sua justiça e a situação do mundo:
se Deus existe, como é que Ele pode pactuar com a injustiça e a opressão? Por
que há crianças morrendo de doença ou de fome? Por que os bons sofrem? A nossa
resposta tem de ser o reconhecimento humilde que nós nunca conseguiremos
explicar os esquemas de Deus…
¨ Os
caminhos de Deus não são iguais aos nossos. Do ponto de vista de Deus, as
coisas integram-se num “todo” que nós, na nossa pequenez, não podemos abarcar.
¨ Deus é um Pai que nos ama como filhos e que
tudo fará para nos oferecer vida e felicidade.
¨ Mesmo
sem entender, a nossa missão é continuar a dar testemunho… Deus chama-nos a
denunciar tudo o que impede a realização plena do projeto de felicidade que Ele
tem para o homem; mas quanto ao tempo de Deus na ação no mundo e na história
pessoal de cada um, isso só a Deus diz respeito.
SALMO RESPONSORIAL / 94 (95)
Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!
•
Vinde, exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o
Rochedo
que nos salva! / Ao seu encontro caminhemos
com
louvores / e com cantos de alegria o celebremos!
•
Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e nos
ajoelhemos
ante o Deus que nos criou! / Porque ele é
o
nosso Deus, nosso Pastor, / e nós somos o seu povo
e
seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão.
•
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os
corações
como em Meriba, / como em Massa, no
deserto,
aquele dia, / em que outrora vossos pais me
provocaram,
/ apesar de terem visto as minhas obras”.
EVANGELHO (Lc 17,5-10) Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, os apóstolos disseram ao
Senhor: “Aumenta a nossa fé!” O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo
pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te
daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. Se algum de vós tem um
empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe,
quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’ Pelo contrário, não vai
dizer ao empregado: ‘Prepare-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como
e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?’ Será que vai agradecer ao
empregado, porque fez o que lhe havia mandado? Assim também vós: quando
tiverdes feito tudo que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o
que devíamos fazer’”.
AMBIENTE - Jesus fala sobre a fé e a humildade. Nas “etapas”
anteriores, Jesus tinha avisado da dificuldade de percorrer o “caminho do
Reino” (“porta estreita” – Lc 13,24; convidou-os à humildade e à gratuidade –
Lc 14,7-14; avisou-os de que é preciso amar mais o “Reino” do que a própria
família, interesses ou os bens – Lc 14,26-33; exigiu-lhes o perdão como atitude
permanente – Lc 17,5-6); agora, são os discípulos que, preocupados com a
exigência do “Reino”, pedem mais “fé”.
MENSAGEM - Depois das exigências que Jesus apresentou, a resposta
só pode ser: “aumenta-nos a fé”. O que é que a fé tem a ver com a exigência do
“Reino”? A fé não é a adesão a dogmas ou
a um conjunto de verdades abstratas sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua
proposta, ao seu projeto – ou seja, ao projeto do “Reino”. Pedir a Jesus que
lhes aumente a fé significa pedir lhe que lhes aumente a coragem de optar pelo
“Reino”; Jesus aproveita para recordar aos discípulos o resultado da “fé”. A
imagem utilizada por Jesus (pela fé arrancar “amoreira”) mostra que, com a “fé”
tudo é possível. Aderir ao “Reino” é ter na mão a chave para mudar a história.
O discípulo que adere ao “Reino” com coragem e determinação é capaz de
“milagres”: quantas vezes a coragem dos discípulos transformam a morte em vida,
o desespero em esperança, a escravidão em liberdade! Na segunda parte,
Lucas descreve a atitude que o homem deve assumir diante de Deus. Os fariseus
estavam convencidos de que bastava cumprir os mandamentos da Torah para
alcançar a salvação: se o homem cumprisse as regras, Deus não teria outro
remédio senão salvá-lo… A salvação dependia, de acordo com esta perspectiva,
dos méritos do homem. Deus seria, assim, apenas um contabilista, empenhado em
fazer contas para ver se o homem tinha ou não direito à salvação… Jesus coloca
as coisas numa dimensão diferente. A atitude do discípulo que faz as “obras do
Reino”– frente a Deus não deve ser a atitude de quem sente que fez tudo muito
bem feito e que, por isso, Deus lhe deve algo; mas deve ser a atitude de quem
cumpre o seu papel com humildade, sentindo-se um servo que apenas fez o que lhe
competia. O que Jesus nos pede no Evangelho de hoje é que percorramos, com
coragem e empenho, o “caminho do Reino”. Quando o discípulo aceita percorrer
esse caminho, é capaz de operar coisas espantosas, milagres que transformam o
mundo… E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se servo humilde de
Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se confiada e humildemente nas
suas mãos.
ATUALIZAÇÃO ¨ A “fé” é, antes de mais, a adesão à
pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto. Jesus é o eixo central à volta do qual
se constrói a minha existência.
¨ O
“Reino” é uma realidade sempre “a fazer-se” (Reino já e ainda não); mas
apresentam-se situações de injustiça, de violência, de egoísmo, de sofrimento,
de morte, que impedem a concretização do “Reino”. A minha “fé” em Jesus
conduz-me a lutar contra tudo o que impede a concretização do “Reino”? Quais
são os “milagres” que a minha “fé” pode fazer?
¨ Nós
construímos um deus que não é mais do que um contabilista, que escreve nos seus
livros os nossos créditos e os nossos débitos, a fim de nos pagar
religiosamente, de acordo com os nossos merecimentos… Na realidade – diz-nos o
Evangelho de hoje – não podemos exigir nada de Deus: existimos para cumprir,
humildemente, o papel que Ele nos confia, para acolher os seus dons e para O
louvar pelo seu amor. É nesta atitude que o discípulo de Jesus deve estar
sempre.
SEGUNDA LEITURA (2Tm 1,6-8.13-14) Leitura
da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo.
Caríssimo: Exorto-te a reavivar a chama do
dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu
um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade. Não te
envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas
sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Usa um compêndio
das palavras sadias que de mim ouviste em matéria de fé e de amor em Cristo Jesus. Guarda
o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós.
AMBIENTE - A segunda Carta a Timóteo contém, como a primeira,
conselhos pastorais de Paulo a seu sucessor na animação das Igrejas da Ásia.
Quem escreve a carta (se apresenta como Paulo) diz encontrar-se na prisão e
pressentir a proximidade da morte. Exorta Timóteo a perseverar no ministério e
a conservar a sã doutrina.
MENSAGEM - As desilusões, os fracassos, a monotonia, a fragilidade
humana esfriam o entusiasmo original; e é necessário, a cada instante,
redescobrir o sentido das opções que, um dia, o discípulo fez. São recordadas a
Timóteo três qualidades fundamentais: a fortaleza frente às
dificuldades, o amor que o impulsionará para uma entrega total a Cristo
e aos homens e a prudência (ou moderação) necessária para a animação e
orientação da comunidade. Timóteo é exortado a conservar-se fiel à sã doutrina
recebida de Paulo. Estamos numa época em que as heresias começam a infiltrar-se
na comunidade cristã e a confundir os cristãos. O animador da comunidade tem o
dever de ensinar a doutrina verdadeira e de defender a comunidade de tudo que a
afasta da verdade do Evangelho, fielmente transmitido pelo testemunho
apostólico.
ATUALIZAÇÃO - ¨ A Carta a Timóteo dirige-se a todos
que um dia aceitaram o batismo e optaram por Cristo… Na verdade, o mundo que
nos rodeia apresenta imensos desafios que, muitas vezes, nos desmobilizam do
serviço do Evangelho e dos valores de Jesus. É por isso que é preciso
redescobrir os fundamentos do nosso compromisso.
¨ O texto Convida-nos a redescobrir,
cada dia, esse entusiasmo que lhes enchia o coração no dia em que optaram pela
entrega da própria vida a Cristo e aos irmãos. O que me impulsiona é o amor, ou
são interesses próprios e egoístas?
Dehonianos
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Na 1a Leitura,
o Profeta HABACUC diante da violência e corrupção no meio do povo, ele se
queixa impaciente: "Até quando, Senhor?" E o Senhor o exorta a não
desanimar. Ele intervirá no momento oportuno:
"O justo viverá por sua fé". (Hab 1,2-3.2,2-4)
* Quantas vezes também nós não
conseguimos entender
porque Deus permite tantas coisas
"absurdas"...
A fé é o único caminho para
compreender o Mistério da História e
superar todas as dificuldades.
Devemos confiar em Deus, mesmo quando ele "parece" ausente da
história. Um dia veremos a intervenção salvadora e libertadora de Deus.
Na 2a Leitura:
SÃO PAULO convida a reavivar a chama da nossa fé, anunciando-a de todas as formas, em todos
os lugares e culturas.
No Evangelho, Jesus
afirma que a fé remove os obstáculos. (Lc
17,5-10)
Diante da caminhada difícil
proposta por Cristo, os Apóstolos sentem-se tentados a voltar atrás, como já
tinham feito muitos discípulos. Então, preocupados, pedem ao Senhor: "Senhor, aumentai a nossa fé".
- Jesus responde: "SE TIVÉSSEIS FÉ como um GRÃO DE
MOSTARDA, poderíeis dizer a essa
amoreira, arranca-te daqui e planta-te no mar,
e ela vos obedeceria".
* A FÉ consegue realizar aquilo que aos olhos dos homens parece
impossível.
A fé autêntica, mesmo
pequena, poderá superar os maiores obstáculos.
O QUE É A FÉ?
- Um DOM GRATUITO DE DEUS,
que tudo ilumina e fortalece na vida e ela exige
UMA RESPOSTA VIVA E ATUANTE:
"A fé sem obras é morta". (Tg 2,17)
A fé, mesmo que pequena, cresce e se torna forte pelo cultivo da
oração, da participação ativa na
comunidade, pela prática da caridade, da justiça, pela vivência fraterna e solidária.
- É, antes, uma ADESÃO DE VIDA
ao Projeto de Deus.
- É uma ENTREGA TOTAL E GRATUITA... sem esperar direitos e privilégios.
Não é ter Deus a nosso serviço, mas nos colocar à disposição de Deus,
confiando nele.
DUAS TENTAÇÕES:
1. O Desânimo:
Sentimo-nos pequenos, incapazes, inúteis...
Por isso, muitas vezes pensamos até em largar tudo...
2. Considerar-nos "Necessários" ou "Merecedores"...
Muitas vezes, imaginamos Deus
como um Contador que contabiliza cuidadosamente num livro nossos créditos e
débitos, a fim de pagar religiosamente, de acordo com os nossos
"merecimentos".
Para apagar essa imagem de Deus e
eliminar a "Religião dos
merecimentos" (comum aos judeus e a nós), Jesus contou uma PARÁBOLA: O Servo que volta da roça:
"Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: somos servos inúteis, fizemos o que devíamos
fazer".
Por isso, não fiquemos
desanimados ou preocupados, façamos nosso o pedido dos Apóstolos: "Senhor,
aumentai a nossa fé ..." -
Pe. Antonio Geraldo.
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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa
Hoje, a Palavra de Deus nos coloca diante de um
tema inquietante, o tema da fé. E o coloca com toda a dureza, nas palavras do
profeta Habacuc. Ele viveu no final do século VII A.C. Reinava em Judá a
injustiça, a imoralidade, a violência. Diante desta situação o profeta entra em
crise e apresenta o seu protesto: “Senhor, até quando clamarei, sem me
atenderes?”. “Senhor, tu poderias resolver tudo!
Crer não é compreender tudo. O profeta, que fala
em nome de Deus, nem mesmo ele compreende totalmente o agir de Deus, e se
angustia, e pergunta, e chora: “Senhor, por que ages assim? Por que teus
caminhos nos escapam deste modo?” A verdade é que a fé não é uma realidade
quieta e pacífica! O próprio Jesus adverte que somente os violentos conquistam
o Reino dos céus (cf. Mt 11,12s); somente aqueles que lutam, que teimam em
acreditar! A fé é uma realidade que sangra, sangra na dor de tantas perguntas
sem resposta, sangra pelo sofrimento do inocente, pela vitória dos maus, pelo
mal presente em tantas dimensões da nossa vida… E Deus parece calar-se! Um filósofo
ateu do século passado chegou a dizer, escandalizado com o sofrimento no mundo:
“Se Deus existe, o mundo é sua reserva de caça!” Jó, usou palavras parecidas: “Também
hoje minha queixa é uma revolta, porque sua mão agrava os meus gemidos. Ele
cobriu-me o rosto com a escuridão” (23,2.17). E, pesaroso, se queixa de
Deus: “Clamo por ti, e não me respondes; insisto, e não te importas comigo.
Tu te tornaste o meu carrasco e me atacas com teu braço musculoso!” (30,20s).
Por que, Senhor? Por que te calas? Por que teus caminhos nos são escondidos?
Por que parece que não te importas conosco? – Eis a dor que sangra das feridas
dos crentes! A resposta de Deus a Habacuc não explica, mas convida a crer
novamente, a abandonar-se novamente, a teimar na perseverança: “Quem não é
correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé!” Deus é assim: nunca
nos explica, mas nos convida sempre à confiança renovada, ao abandono nas suas
mãos. Quem não é correto, quem não se entrega nas mãos do Senhor, perderá a fé,
morrerá na sua amizade com Deus… mas o justo, o amigo de Deus, viverá,
permanecerá firme pela sua fé total e confiante. O justo vive da fé! É isto que
é tão difícil para o homem de hoje, que tudo deseja enquadrar na sua razão e,
quando não enquadra, se revolta e dá as costas a Deus e, assim, termina
morrendo… porque viver sem Deus é a pior das mortes, o maior dos absurdos! O
justo vive da fé, vive na fé, vive abandonado nas mãos do Senhor, como dizem as
palavras da Antífona de Entrada, que o missal coloca para a liturgia de hoje: “Senhor,
tudo está em vosso poder, e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes
todas as coisas: o céu, a terra, e tudo o que eles contêm; sois o Deus do
universo!” (Est 13,9.10-11).
Nunca esqueçamos: Deus não nos explica seu modo
de agir! Se o compreendêssemos, compreenderíamos o próprio Deus e, aí, já não
seria o Deus verdadeiro, mas apenas um idolozinho! Contudo, isso não significa
que Deus não liga para nossa dor e para o nosso destino. Pelo contrário! Ele
veio a nós, fez-se um de nós, viveu nossa vida, suportou nossas dores,
experimentou nossa morte! Deus próximo, Deus de amor, Deus solidário! Por isso,
podemos olhar para ele e, suplicantes, estender-lhe as mãos, como os discípulos
do Evangelho, que pediam: “Aumenta a nossa fé!” E Jesus responde – a
eles e a nós – “Se vós tivésseis fé (em mim), mesmo pequena como
um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e
planta-te no mar’ e ela vos obedeceria”. Ou seja: se crermos de verdade
naquele amor que se manifestou até a cruz, se crermos – aconteça o que
acontecer – que Deus nos ama a ponto de entregar o seu Filho, teremos a força
de enfrentar todas as noites com a sua luz, todos os pecados com a sua graça,
todas as mortes com a sua vida! Mas, se não crermos, pereceremos… O que o
Senhor espera dos seus servos é esta fé total, incondicional, pobre e amorosa!
É o que o Senhor espera de nós. Mas, o que fazemos? Queremos recompensas,
provas, certezas lógicas! E, os mais cultos, vamos atrás de filosofias e
sabedorias humanas… e os mais incultos e tolos, vamos atrás de seitas, de
descarregos, de exorcismos feitos por missionários de araques e pastores de si
próprios, falsos profetas de um deus falso, feito de dízimos, moedas e
gritarias…
O justo vive da fé! Como nos exorta a segunda
leitura, reavivemos a chama do dom de Deus que recebemos! “Deus não nos deu
um espírito de timidez, de frouxidão, de covardia e incerteza, mas de
fortaleza, de amor e sobriedade”. Não nos envergonhemos do testemunho de
nosso Senhor! Guardemos aquilo que aprendemos de nossos antepassados,
conservemos o “preciosos depósito” da nossa fé católica e apostólica, “com
a ajuda do Espírito Santo que habita em nós”. Não corramos atrás das
ilusões, fruto das invenções humanas! É isto que o Senhor espera de nós, é este
o nosso dever, é esta a nossa vocação, é esta a nossa glória. E, após termos
agido assim, não achemos que temos algum direito diante de Deus. Humildemente,
digamos: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”.
Que o Senhor nos dê esta graça: a graça de viver
e morrer na fé. Que o Senhor nos conceda a recompensa dosa servos bons e fiéis!
Amém!
Dom Henrique Soares da Costa
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Homilia do Mons. José Maria – XXVII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Homilia do Mons. José Maria – XXVII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Aumentar a FÉ!
No Evangelho, em Lc 17, 5-10, surge a súplica dos
Apóstolos: “Senhor, aumenta a nossa fé!” E Jesus disse-lhes: “se vós tivésseis
fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira:
arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria”. É uma linguagem
figurada que exprime a onipotência da fé. Jesus não pede muito; pede apenas um
pouquinho de fé, como o minúsculo grão de mostarda, bem menor do que a cabeça
de um alfinete; mas, se for sincera, viva, convicta, a fé será capaz de coisas
muito maiores, inconcebíveis à compreensão humana. Jesus quer educar os seus discípulos numa fé sem incerteza nem
vacilações, numa fé que, apoiada na força de Deus, tudo crê, tudo espera, a
tudo se atreve, e persevera invencível, mesmo nas dificuldades mais árduas e
difíceis.
Precisamos de uma fé firme, que nos leve a
alcançar metas que estão acima das nossas forças, que aplaine os obstáculos e
supere os “impossíveis” na nossa tarefa apostólica. É esta a virtude que nos dá
a verdadeira dimensão dos acontecimentos e nos permite julgar retamente todas
as coisas. Só pela luz da fé e pela meditação da palavra de Deus é que se pode
sempre e por toda a parte divisar Deus “em quem vivemos e nos movemos e somos”
(At 17, 28), procurar a sua vontade em todos os acontecimentos, ver Cristo em
todos os homens, sejam próximos ou estranhos, e julgar com retidão sobre o
verdadeiro significado e valor das coisas temporais, em si mesmas e em relação
ao fim do homem.
Devemos
pedir ao Senhor uma fé firme que reanime o nosso amor e nos faça superar as
nossas fraquezas, a fim de sermos testemunhas vivas no lugar em que se
desenvolve a nossa vida.
Que força comunica a fé! Com ela superamos os
obstáculos de um ambiente adverso e as dificuldades pessoais, que com muita
freqüência são mais difíceis de vencer.
Houve ocasiões em que Jesus chamou aos Apóstolos “homens de pouca fé”
(Mt 8, 26; 6, 30), pois não se encontravam à altura das circunstâncias. O
Messias estava com eles, e no entanto tremiam de medo diante de uma tempestade
no mar (Mt 8, 26), ou preocupavam-se excessivamente com o futuro, quando
fora o próprio Cristo quem os chamara para que O seguissem. “Senhor, aumenta-nos a fé, pediram a Jesus.
O Senhor atendeu a esse pedido, pois todos eles acabaram por dar a vida em
testemunho supremo da sua firme adesão a Cristo e aos seus ensinamentos.
Nós também
precisamos de mais fé! Com ela seremos valentes e leais.
A fé é um dom de Deus que a nossa pequenez nem
sempre consegue sustentar. Por vezes, é tão pequena como um grãozinho de
mostarda. Não nos surpreendamos com a nossa debilidade, pois Deus conta com
ela. Imitemos os Apóstolos quando compreenderam que tudo aquilo que viam e
ouviam excedia a sua capacidade. Peçamos a Cristo, através de Nossa Senhora e
com a humildade dos discípulos, que nos aumente a fé, para que, como eles,
possamos ser fiéis até o fim dos nossos dias e levemos muitas pessoas até Ele,
como fizeram aqueles que O seguiam de perto em todos os tempos.
Diante das
provações, dos desafios, o Senhor nos fala pelo Profeta Habacuc: “… o justo
viverá por sua fé” (Hab 2, 4). Este ensinamento tanto é para o israelita,
como para o cristão de todos os tempos; é válido em qualquer circunstância da
vida dos indivíduos, dos povos ou da Igreja. Mesmo que tudo aconteça como se
Deus não existisse ou não visse, é necessário permanecer firmes na fé. Deus não
pode demorar a Sua intervenção e intervirá, certamente, em favor dos que
acreditam nEle e nEle depositam a sua confiança. “Deus concorre em tudo para o
bem dos que O amam” (Rm 8, 28).
Mons. José Maria Pereira
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PARA A CELEBRAÇÃO
DA PALAVRA (DIÁCONOS E MINISTROS DA PALAVRA):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
Pres.: O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
Pres.: DEMOS GRAÇAS AO
SENHOR...
Pres.: COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Senhor,
ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.: -
Bendito e louvado sejais para sempre, Senhor nosso Deus! Agradecemos nos terdes
criado e nos acolher como vossos filhos prediletos. Agradecemos nos enviar
Vosso Filho para nos indicar o caminho
de vosso Reino.
T: Senhor,
ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.: -
Vos louvamos, ó Deus, pela vossa misericórdia, pois somos fracos e egoístas.
Muitas vezes erramos e com a vossa graça nos arrependemos e sempre nos
perdoais. Enviai-nos o Santo Espírito para que tenhamos mais força em nossa
caminhada rumo ao vosso Reino.
T: Senhor,
ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
Pres.: Por vossa bondade, senhor, vinde sempre em
nosso auxílio, para que no dia em nos chamar para junto de Vós, possamos ouvir
este elogio: tu
cumpriste a tua obrigação entre na alegria do Teu Senhor.
T: Senhor,
ajudai-nos a fazer a vossa vontade.
RITO
DA COMUNHÃO:
Pres.: Pai nosso... A Paz... Eis o cordeiro
de Deus...
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