4º
DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano 2018 B (Adaptado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
SINOPSE:
Tema: “Um ensinamento novo, proclamado com autoridade!”
Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que enfeiam o mundo.
Primeira leitura: O profeta é alguém que Deus escolhe, e envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens.
Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que enfeiam o mundo.
Primeira leitura: O profeta é alguém que Deus escolhe, e envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens.
Evangelho: Jesus, pela sua Palavra
e pela sua ação, transforma em homens livres todos aqueles que vivem
prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
Segunda leitura: repensar as prioridades e não deixar que as realidades transitórias empeçam um compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
Segunda leitura: repensar as prioridades e não deixar que as realidades transitórias empeçam um compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos.
PRIMEIRA LEITURA (Dt 18,15-20 Leitura
do Livro do Deuteronômio.
Moisés falou ao povo dizendo: “O Senhor teu Deus fará surgir
para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele
deverás escutar. Foi exatamente o que pediste ao Senhor teu Deus, no monte
Horeb, quando todo o povo estava reunido, dizendo: ‘Não quero mais escutar a
voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo’.
Então o Senhor me disse: ‘Está bem o que disseram. Farei surgir para eles, do
meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas
palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei
contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome.
Mas o profeta que tiver a ousadia de dizer em meu nome alguma coisa que não lhe
mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer’”
AMBIENTE - O Deuteronômio foi descoberto no Templo no reinado de Josias (622). O livro apresenta três discursos de Moisés. O nosso texto refere-se ao papel e ao significado do profetismo.
O catequista deuteronomista apresenta, aqui os critérios para distinguir o verdadeiro do falso profeta.
MENSAGEM - Para os deuteronomistas, Moisés é o modelo de profeta. A iniciativa foi de Deus que o chamou e o enviou em missão. Deus que escolhe a pessoa, com qualidades e defeitos, para enviá-lo.
Em segundo lugar, Moisés sempre
testemunhou as palavras que Deus lhe ordenou que dissesse. A mensagem
transmitida não era a mensagem de Moisés, mas a mensagem de Deus. O verdadeiro
profeta testemunha fielmente as propostas de Deus para os homens e para o
mundo.
As palavras do profeta devem ser acolhidas, pois são palavras de Deus.
As palavras do profeta devem ser acolhidas, pois são palavras de Deus.
ATUALIZAÇÃO - *** A vocação profética é iniciativa de Deus. O profeta não pode assumir uma atitude de arrogância e de autossuficiência, mas tem de se sentir um instrumento humilde através do qual Deus age.
*** O testemunho profético deve ser assumido e vivido com fidelidade absoluta e total empenho.
*** Se o profeta não pode utilizar a missão em benefício próprio; não deve utilizar o seu ministério para se exibir, para ser admirado, para conseguir sucesso, para promover a sua imagem e obter os aplausos das multidões. A missão profética tem de estar sempre ao serviço de Deus, e não ao seus interesses.
SALMO RESPONSORIAL / Sl 94 (95)
Não fecheis
o coração, ouvi hoje a voz de Deus!
• Vinde,
exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o Rochedo que nos salva! / Ao seu
encontro caminhemos com louvores / e com cantos de alegria o celebremos!
• Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra / e
ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor, / e nós somos o seu povo e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua
mão. • Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os corações como em
Meriba, / como em Massa, no deserto, aquele dia, / em que outrora vossos pais
me provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras”.
EVANGELHO (Mc 1, 21-28) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Na cidade de Cafarnaum, num
dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam
admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não
como os mestres da Lei. Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito
mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai
dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito
e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é
isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos
maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em
toda a região da Galileia.
AMBIENTE - A primeira parte, Marcos (1 - 8) tem como objetivo à descoberta de Jesus como o Messias. O texto que nos é hoje proposto, Jesus começa a revelar-Se como o Messias-libertador.
MENSAGEM - É provável que Jesus tivesse sido convidado, nesse dia,
para comentar as leituras feitas. As pessoas ficaram maravilhadas, “porque
ensinava com autoridade e não como os escribas”. A referência à autoridade das
palavras pretende sugerir que Ele vem de Deus e traz uma proposta que tem a
marca de Deus. Aparece “um homem com um espírito impuro”. Para os judeus, as
doenças eram provocadas por “espíritos maus”. As pessoas afetadas por esses
males deixavam de cumprir a Lei e ficavam na “impureza” – afastadas de Deus e
da comunidade - Acreditava-se que só
Deus era capaz de vencer os “espíritos maus” e devolver aos homens a vida e a
liberdade perdidas.
Marcos põe o
“espírito mau” que domina “um homem” presente na sinagoga, a interpelar Jesus.
Sugere-se, dessa forma, que diante da proposta libertadora que Jesus veio
apresentar, os “espíritos maus” que oprimem os homens ficam inquietos, pois
sentem que o seu poder sobre a humanidade chegou ao fim. A ação da cura do
homem “com um espírito impuro” constitui “a prova” de que Jesus traz a
libertação que vem de Deus; pela ação de Jesus, Deus vem ao encontro do homem
para salvá-lo de tudo que o impede de ter vida em plenitude. Para Marcos, O
“Reino de Deus” instalou-se no mundo. Jesus, cumprindo o projeto libertador de
Deus, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres
todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
ATUALIZAÇÃO - **O “homem com um espírito impuro”
representa todos, cujas vidas são controladas pelo egoísmo, orgulho,
autossuficiência, medo, exploração, exclusão, injustiça, ódio, violência e
pecado. É essa cultura de morte, que percorre um caminho à margem de Deus e
das suas propostas. O Evangelho garante-nos que Deus insiste em oferecer a
todos a vida plena.
** A proposta
de Deus torna-se realidade viva em Jesus. Ele é o Messias libertador que, com a
sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as suas ações, vem propor
um projeto de liberdade e de vida.
Ao egoísmo, Ele
contrapõe a partilha;
Ao orgulho e à autossuficiência, o serviço
simples e humilde a Deus e aos
irmãos;
À exclusão, Ele propõe a tolerância e a misericórdia;
À injustiça, ao ódio, à violência, Ele
contrapõe o amor sem limites;
Ao medo, Ele contrapõe a liberdade;
À morte, Ele
contrapõe a vida.
O projeto de
Deus é um projeto transformador, capaz de renovar o mundo e de construir, desde
já, uma nova terra de felicidade e de paz. É essa a Boa Nova que deve chegar a
todos os homens e mulheres da terra.
** Os discípulos de Jesus têm de continuar a missão e assumir a mesma luta de Jesus contra os “demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm de lutar contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.
** Os discípulos de Jesus têm de continuar a missão e assumir a mesma luta de Jesus contra os “demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm de lutar contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.
“Ensinava
como quem tem autoridade, não como os escribas”.
Jesus
não é um simples mestre … Deus prometera pela boca de Moisés: “O
Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um
profeta como eu: a ele deverás escutar!” E os judeus esperavam esse
profeta. Perguntaram a João Batista: “És o Profeta?” (Jo 1,21),
isto é, “És o Profeta prometido por Moisés?” Ele chegou: é Jesus! Como Moisés,
ele foi perseguido ainda pequeno pelo rei que queria matar as criancinhas; como
Moisés, ele teve que fugir do tirano, como Moisés, sobre o Monte – não o Sinai,
mas o Tabor, as Bem-aventuranças – ele deu a Lei da vida ao seu povo; como
Moisés, deu ao povo de comer, não mais o maná que perece, mas aquele pão que
dura para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Moisés; e mais que Moisés,
“porque a Lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo” (Jo 1,17). Jesus é a plenitude da Lei de Moisés, Jesus não é
somente um profeta, mas é o próprio Deus, Senhor dos profetas, Senhor de
Moisés! Moisés deu testemunho dele no Tabor e cairia de joelhos a seus pés se o
encontrasse. Jesus, caríssimos, é a própria Palavra do Pai feita carne, feita
gente, habitando entre nós!
Mas, essa Palavra não é somente voz, sopro
saído da boca. Essa Palavra que é Jesus é tão potente (lembrem-se que tudo foi criado
por ela!), que não somente fala, mas faz a salvação acontecer. Por isso os
milagres de Jesus são para mostrar que ele é a Palavra eficaz e poderosa do
nosso Deus. Ao curar um homem atormentado na sinagoga, Jesus mostra toda a sua
autoridade, seu poder e também o sentido de sua vinda entre nós: ele veio
trazer-nos o Reino de Deus, expulsando o reino de Satanás, isto é, tudo aquilo
que nos escraviza!
SEGUNDA
LEITURA (1Cor 7, 32-35 Leitura da
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, eu gostaria que
estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas
do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do
mundo e procura agradar à sua mulher e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a
mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram
ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do
mundo e procura agradar ao seu marido. Digo isto para o vosso próprio bem e não
para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor,
permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.
AMBIENTE - A comunidade de Corinto é uma
comunidade grega, onde a cultura oscilava entre dois extremos: por um lado, um
grande laxismo (muitos marinheiros e o templo de Afrodite, a deusa do amor);
por outro lado, um desprezo pela sexualidade (filosofia platônica, que
consideravam a matéria um mal e que faziam do não casar um ideal).
O desejo de Paulo é o de apresentar um
caminho equilibrado, face a estes exageros: condenação sem apelo de todas as
formas de desordem sexual, defesa do valor do casamento, elogio do celibato
(cf. 1 Cor 7).
Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato.
Na perspectiva de Paulo, os cristãos não devem esquecer que “o tempo é breve”, quando tiverem que fazer as suas opções – nomeadamente, quando tiverem que fazer a sua escolha entre o casamento ou o celibato.
MENSAGEM - Paulo reconhece que, quem não é casado tem mais tempo e disponibilidade para se preocupar “com as coisas do Senhor”. Para Paulo, o casamento é uma realidade importante (são dons de Deus); mas é uma realidade terrena e efêmera, que não deve, por isso, ser absolutizada. Na sua perspectiva, o celibato leva vantagem enquanto caminho que aponta para as realidades eternas: anuncia a vida nova de ressuscitados que nos espera, ao mesmo tempo que facilita um serviço mais eficaz a Deus e aos irmãos. Na verdade, as palavras de Paulo fazem sentido se tivermos em conta o ambiente escatológico que se respirava nas primeiras comunidades. Para os crentes, a segunda vinda de Jesus estava iminente; era preciso, portanto, preocupar-se com as coisas de Deus e relativizar as realidades transitórias e efêmeras, entre as quais se contava o casamento.
ATUALIZAÇÃO - ** As realidades terrenas são
passageiras e não devem ser absolutizadas. As realidades desta terra não podem
ser o objetivo final e único da vida do homem.
**
A virgindade consagrada,
por amor do Reino, nem sempre é um valor compreendido, à luz dos valores da
nossa sociedade. Paulo sublinha o valor da virgindade como valor autêntico,
pois anuncia o mundo novo que há-de vir e disponibiliza para o serviço de Deus
e dos irmãos. É sinal de desprendimento, de doação, de disponibilidade e deve
ser positivamente valorizada. Aqueles que são chamados a viver dessa forma são
pessoas generosas, que renunciaram a um bem (o matrimônio) em vista da sua
entrega a Deus e aos outros.
Dehonianos
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Para Diáconos ou Ministros
extraordinários da Palavra:
LOUVOR: (QUANDO
O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- POR JESUS, COM JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO PAI, NA FORÇA DO
ESP. SANTO. Louvemos ao Pai.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
- Bendito e
louvado sejais, ó Pai, nosso Criador. Vos louvamos e agradecemos pela vida que
nos destes e pelo amor que manifestastes nos enviando vosso Filho para nos
salvar.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
- Senhor nosso
Deus, abri o nosso coração para que possamos sempre acolher a vossa vontade e
saibamos ser profetas anunciando o amor, a fraternidade e a justiça entre
todos.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
- Pai querido,
queremos nos libertar de nosso egoísmo, autossuficiência, orgulho e vaidade. Dái-nos
um coração humilde e bondoso para que saibamos amar e perdoar.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
- Meu Senhor e
meu Deus! Ajudai-nos para que vejamos além das realidades terrenas e não
coloquemos nosso coração em coisas materiais, mas que valorizemos os tesouros
da partilha, do perdão, da misericórdia e do amor.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus.
- PAI NOSSO... A PAZ DE
CRISTO... EIS O CORDEIRO DE DEUS...
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"O Profeta"
O profetismo foi uma experiência muito forte da Bíblia.
Os profetas são homens de Deus, que surgem nos grandes
momentos de crise e de transição.
Eles sabem ler os sinais dos tempos e, graças à sua sintonia
com Deus, podem animar a fé do povo e
anunciar novos caminhos para o futuro.
O profeta é suscitado por Deus e caminha com o povo para
Deus.
Deus é o ponto de partida e o ponto de chegada...
PROFETA é alguém que Deus ESCOLHE, CHAMA e ENVIA para ser a
sua "Palavra" viva no meio do Povo.
As leituras bíblicas desse domingo nos falam do carisma
profético:
+ A 1a leitura anuncia a
vinda de um grande PROFETA que
falará aos homens em nome de Deus. (Dt 18,15-20)
MOISÉS é apresentado como modelo e exemplo do
verdadeiro Profeta:
Deus está na origem e no centro da sua vocação e a sua
mensagem é sempre o que Deus lhe ordena.
- Moisés deu a
conhecer a vontade divina contida na lei do Sinai.
Ele é o intérprete da Lei, o intermediário
entre Deus e os homens, que vigia e
promove sempre a fidelidade à Aliança.
-
Moisés também conscientizou o povo da situação de opressão em que vivia,
libertou esse povo e caminhou com ele rumo à terra Prometida.
* Daí surgem duas RESPONSABILIDADES:
- da parte do Povo:
ESCUTAR o profeta: "Eu pedirei
contas a quem não escutar..."
- da parte do
Profeta: Ser fiel ao que Deus mandou FALAR...
"Porei minhas
palavras em sua boca... Se tiver a ousadia de dizer o que não mandei, esse
profeta deverá morrer..."
+ Na 2ª Leitura, Paulo fala como
um profeta, orientando a comunidade de Corinto a se libertar do excesso de
preocupações cotidianas, que impedem de servir ao Senhor com dedicação. (1Cor 7,32-35)
+ O Evangelho revela que o
Profeta esperado é JESUS. (Mc 1,21-28)
Num sábado, Jesus vai à sinagoga de Cafarnaum, acompanhado
pelos discípulos que acabara de convocar e revela-se como o Messias-Libertador.
Realiza o 1o milagre narrado por Marcos e "começa a ensinar..."
Não narra o conteúdo do ensinamento, mas o efeito da
pregação:
"Todos se
maravilhavam... O que é isso? Um ensinamento NOVO dado com autoridade... Até os
espíritos impuros lhes obedecem..."
Ele tem um jeito novo de ensinar...
- Não comunica a
palavra de Deus como os rabinos do seu tempo.
A sua mensagem é
"nova" e é anunciada "com autoridade":
É a Palavra
definitiva de Deus.
- A
"autoridade" se revela nas Palavras de Jesus e nas Ações
concretas, pois liberta o homem das forças negativas que o dominam.
Diante das palavras e dos milagres de Jesus, o povo percebe
que Ele é o profeta prometido por Moisés:
E a fama de Jesus se espalha logo por toda parte... "Ele falava como quem tem
AUTORIDADE..."
+ As leituras bíblicas nos
lembram duas Verdades:
- A nossa relação
com Jesus é fundamentalmente uma relação de "escuta":
devemos escutar a palavra de Jesus Profeta e pô-la em prática;
- Lembra-nos que o
cristão também é profeta por vocação e está chamado, com a sua palavra e com
suas obras, a revelar os caminhos de Deus e a condenar tudo aquilo que se opõe
ao mistério do reino de vida proclamado por Jesus.
+ "Ele falava com autoridade"
Vivemos num mundo de muitas falas: Fala o rádio, fala a TV,
falam os políticos, fala a Escola, fala o Sindicato, fala a Religião, falam
tantas seitas...
Quantas palavras vazias... "sem
autoridade..."
-
O que há de verdade, por trás de tantas FALAS?
Será que elas libertam ou oprimem as pessoas?
Mas há uma palavra muito mais forte e poderosa do que todas:
É a Palavra de Jesus:
Ela LIBERTA, TRANSFORMA, DÁ VIDA...
+ Como falar com autoridade?
- O clero (Bispos, presbíteros e diáconos) têm a missão de
anunciar a Palavra, com poder de Salvação...
à
Devem falar e ser: Fiéis... Autênticos... Libertadores
- Os pais angustiados afirmam: "Digo sempre para o filho... mas não adianta... ele não me
escuta..."
à
Será que falam como quem tem AUTORIDADE?
- Como falar com autoridade um professor, uma autoridade
civil, os responsáveis pelos serviços em nossas comunidades?
A Autoridade não brota das palavras... não se impõe... mas
se conquista com uma autêntica vivência humana e cristã...
Pe. Antônio
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Homilia de D. Henrique Soares
“Todos ficavam admirados com o
seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas”.Caríssimos, hoje a Palavra a nós proclamada mostra o Senhor ensinando. O Evangelho nos dá conta que seu ensinamento causava admiração. E por quê? Porque Jesus não é um simples mestre, um mero rabi… Vocês escutaram na primeira leitura o que Moisés prometera – ou melhor, o que Deus mesmo prometera pela boca de Moisés: “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar!” Eis! Moisés, o grande líder e libertador de Israel, aquele através do qual Deus falava ao seu povo e lhe dera a Lei, anuncia que Deus suscitará um profeta como ele. E os judeus esperavam esse profeta. Chegaram mesmo a perguntar a João Batista: “És o Profeta?” (Jo 1,21), isto é, “És o Profeta prometido por Moisés?” Pois bem, caríssimos: esse Profeta, esse que é o Novo Moisés, esse que é a própria Palavra de Deus chegou: é Jesus, nosso Senhor! Como Moisés, ele foi perseguido ainda pequeno por um rei que queria matar as criancinhas; como Moisés, ele teve que fugir do tirano cruel, como Moisés, sobre o Monte – não o Sinai, mas o das Bem-aventuranças – ele deu a Lei da vida ao seu povo; como Moisés, num lugar deserto, deu ao povo de comer, não mais o maná que perece, mas aquele pão que dura para a vida eterna. Jesus é o verdadeiro Moisés; e mais que Moisés, “porque a Lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1,17). Jesus é a plenitude da Lei de Moisés, Jesus não é somente um profeta, mas é o próprio Deus, Senhor dos profetas, Senhor de Moisés! Moisés deu testemunho dele no Tabor e cairia de joelhos a seus pés se o encontrasse. Jesus, caríssimos, é a própria Palavra do Pai feita carne, feita gente, habitando entre nós!
Mas, essa Palavra não é somente voz, sopro saído da boca. Essa Palavra que é Jesus é tão potente (lembrem-se que tudo foi criado através dela!), que não somente fala, mas faz a salvação acontecer. Por isso os milagres de Jesus, suas obras portentosas: para mostrar que ele é a Palavra eficaz e poderosa do nosso Deus. Ao curar um homem atormentado na sinagoga de Cafarnaum, Jesus nosso Senhor mostra toda a sua autoridade, seu poder e também o sentido de sua vinda entre nós: ele veio trazer-nos o Reino de Deus, do Pai, expulsando o reino de Satanás, isto é, tudo aquilo que demoniza a nossa vida e nos escraviza! – Obrigado, Senhor, Jesus, pela tua vinda! Obrigado pela tua obra de libertação! Muito obrigado porque, em ti, tudo é Palavra potente: tua voz, tuas ações salvadoras, teu modo de viver, teus exemplos, tuas atitudes! Tu não somente tens palavras de vida eterna; tu mesmo és a Palavra de Vida! Obrigado! Dá-nos a capacidade de escutar-te sempre!
Meus caros, se Jesus é essa Palavra potente, Palavra de vida, então viver sua Palavra é encontrar verdadeiramente a vida e a liberdade. Na leitura do Deuteronômio que escutamos, Deus dizia, falando do Profeta que haveria de vir: “Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome”. Ora, caríssimos, se Jesus é a Palavra de Deus, então é nele que encontramos a luz para os nossos passos e o rumo da nossa existência. Num mundo como o nosso, que prega uma autonomia louca do homem em relação a Deus, uma autonomia contra Deus, nós que cremos em Jesus, devemos cuidar de nos converter sempre a ele, escutando sua palavra. Ele nos fala, caríssimos: fala-nos nas Escrituras, fala-nos na voz da sua Igreja, fala-nos íntimo do coração, fala-nos na vida e nos acontecimentos… Certamente, ouvi-lo não é fácil, pois muitas vezes sua palavra é convite a sairmos de nós mesmos, de nossos pensamentos egoístas, de nossas visões estreitas, de nossa sensibilidade quebrada e ferida pelo pecado. Sairmos de nós para irmos em direção ao Senhor, iluminados pela sua santa palavra – eis o que Cristo nos propõe hoje!
É tão grande a bênção de encontrar o Senhor, de viver nele e para ele, que São Paulo chega mesmo a aconselhar o celibato, para estarmos mais disponíveis para o Senhor. Vocês escutaram a segunda leitura da Missa deste hoje. O Apóstolo recomenda o ficar solteiro, não por egoísmo ou ódio ao matrimônio, mas para ter mais condições de ser solícitos para com as coisas do Senhor e melhor permanecer junto ao senhor. É este o sentido do celibato dos religiosos e dos padres diocesanos: recordar ao mundo que Cristo é o Senhor absoluto de nossa vida e que por ele vale a pena deixar tudo, para com ele estar, para, como Maria irmã de Marta, estar a seus pés, escutando-o e para ele dando o melhor de nós. O celibato, que num mundo descrente e sedento de prazer sensual, é um escândalo, para os cristãos é um sinal do primado de Cristo e do seu Reino.
Rezemos para que aqueles que prometeram livremente viver celibatariamente cumpram seus compromissos com amor ao Senhor e à Igreja. Rezemos também para que os cristãos saibam ver no celibato não uma armadilha ou uma frustração, mas um belíssimo sinal profético, um verdadeiro grito de que Deus deve ser amado por tudo e em tudo, acima de todas as coisas. Se os casados mostram a nós, celibatários, a beleza do amor conjugal e do mistério de amor esponsal entre Cristo e a Igreja, nós, solteiros pelo Reino dos Céus, mostramos aos casados e ao mundo que tudo passa e tudo é relativo diante da beleza, da grandeza e do absoluto dAquele que Deus nos enviou: o seu Filho bendito, sua Palavra eterna, Verdade que ilumina, liberta e dá vida. A ele a glória para sempre. Amém.
D. Henrique Soares
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Homilia do PE. PEDRINHO
É muito interessante
observar, que a liturgia hoje nos ajuda a compreender qual foi a necessidade de
um profeta na vida daquele povo. Deus sempre procurou SE comunicar e manter
comunhão com toda a humanidade. Mas nem sempre a humanidade está disposto a
acolher a Deus e a ouvi-lo. Aqui ou ali sempre se procura um pretexto, uma
desculpa, para não ouvir a Deus. E lá no monte Horeb, o povo que estava
buscando a sua libertação, eles alegaram que tinham medo de morrer diante
daquele fogo que aparecia quando Deus se manifestava e que a voz de Deus era muito forte aos ouvidos, de tal maneira
que disseram: preferimos que alguém fale em seu nome. É assim que temos então o
relato do Deuteronômio, aonde se reconhece a função do Profeta. Cabe lembrar
que o profeta denuncia aquilo que está errado e anuncia qual é a vontade de Deus. Também
o profeta é aquele que fala em nome de Deus para o povo e fala em nome do povo
para Deus. Então, ele se torna uma ponte
entre o ser humano e Deus. É evidente, que quando os profetas começaram a
dirigir a palavra de Deus, também eles foram rejeitados. Porque no fundo, não é
que o ser humano não aguenta a ouvir a Deus, mas, generalizando, ele não quer ouvir a Deus, porque sabe que
ouvindo a Deus, ele será convidado a mudar de vida. E a mudança de vida nem
sempre está no plano das pessoas. É por isso que então, vamos compreender
Jesus, toda a trajetória de Jesus e no final ao final toda a humanidade aos
olhos de Jesus. Quem é Jesus? É Deus que diz: se eles não conseguem me ouvir, outra
forma, eu que vou me tornar humano e me tornar UM com eles, me tornar um deles.
De forma que Jesus vem, revela, anuncia toda a Palavra de Deus e acabaram
também eliminando Jesus. Porque afinal de contas, Deus incomoda. Ora, por que
isto acontece? O Evangelho vai dizer: dentre tantos motivos, um deles, é que o
ser humano nem sempre tem o espírito puro, nele próprio. Muitas vezes ele tem o
espírito impuro. E quando nós ouvimos falar de espírito impuro, não raras
vezes, atribuímos a Satanás, quando na realidade, poderá até vir a ser Satanás
através dos valores que a pessoa cultiva. Mas, normalmente, espírito impuro é o
EGOÍSMO, espírito impuro é injustiça, espírito impuro é o desejo de se colocar
acima dos outros, espírito impuro é quando eu subjugo, domino alguém para poder
ganhar dinheiro, poder e prestígio. Espírito impuro ás vezes está presente onde
agente menos espera. E é isto que São Marcos vai mostrar para nós. Aonde é que
apareceu o espírito impuro? É onde ninguém esperaria encontrar um espírito impuro;
na sinagoga. Para quem não se lembra, em Jerusalém estava o templo, o único
lugar onde se podia realizar sacrifícios de animais e outros tipos de oblações.
Era o único templo para todo o país, para todo o território. Agora, em cada
cidade existia a sinagoga, pouco maior que uma casa, para abrigar as pessoas.
Para elas, todo sábado era lida a Palavra de Deus, contemplada e eventualmente,
se converter de seus pecados. Ora, sinagoga é um lugar onde se fala de Deus e
Jesus vai ali, porque se é para ouvir a Palavra, tem tudo a ver com Ele. E
chega lá, tem alguém com o espírito impuro, que logo pergunta a ele; o que você
quer aqui entre nós, Jesus? Tu és o Santo de Deus. - Então, primeira conclusão: nem sempre quem reconhece
Jesus como o Santo de Deus é um espírito puro. Muitos que são espírito impuro
reconhecem Jesus como o Santo de Deus. Meus irmãos e irmãs, não é suficiente
falar de Deus, porque também o Diabo reconhece quem é Deus. O suficiente é
ouvir a Palavra de Deus e por em prática. É isto que não estava acontecendo na
Sinagoga. Eles ouviam a Palavra de Deus, contemplavam, refletiam, mas não
praticavam. Ora, vem Jesus mostrando então, que a sinagoga não está mais
respondendo ao desejo de Deus. Aí poderíamos dizer: bem feito. Eles são judeus!
Não. Cuidado. Porque a Palavra de Deus deve nos questionar também. Também aqui,
nós contemplamos a Palavra. Também aqui nos ouvimos a Palavra. E estamos pondo
em prática? Este é o questionamento. Deixe que os judeus questionem eles
mesmos. Vamos nos questionar nós a nós mesmos. Não é necessário questionarmos
os outros, mas é necessário nos perguntar; aquilo que eu ouço, eu pratico?
Aquilo que eu pratico ajuda as pessoas a conhecer o amor que Deus tem para com
elas? Este é o processo, a nossa caminhada de conversões, de ajudas. E muitas
vezes somos chamados a pedir a Deus que nos purifique, porque nós temos um
“espíritozinho” aqui, outro ali, que não nos ajuda a viver a Palavra. É por
isso que muita gente não quer ouvir a Palavra. Porque a Palavra questiona e ao
questionar tira do comodismo e me obriga a uma mudança de vida. Alguns poderiam
dizer: se eu não tivesse filho, se não fosse casado, eu até que poderia viver
bem a Palavra, mas não tem jeito. Outros poderiam dizer: deixa eu casar, e aí
eu vou ter uma vida de casado e então vou poder viver a Palavra de Deus. São
Paulo vem dizer: tudo isto é conversa. Quem não é casado, que sirva o Senhor. E
quem é casado, que sirva o Senhor também. É muito interessante isto. Eu fico
pensando, sem querer generalizar; mas a segunda leitura diz; o homem não casado
é solícito para com as coisas do Senhor e procura agradar o Senhor. Será mesmo?
Todos os solteiros procurem agradar o Senhor? Né! Depois; o homem casado
preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar a sua mulher e assim, está
dividido. Será mesmo, que todo casado procura agradar a mulher? Então, meus
irmãos e irmãs, não vamos ao “pé da letra”.
Nós somos convidados a interpretar este texto a partir do contexto que
São Paulo escreve; Já, semana passada, ele dizia: as pessoas vivam como se não
tivesse mulher. Eu lembrava a todos do que? Não dê atenção somente à sua
esposa, mas procure praticar o bem para com todos. Hoje volta o mesmo assunto.
Não seja motivo de omissão; olhe, eu não posso promover o amor no mundo, porque
eu estou casado, eu tenho a minha família, é dela que eu devo pensar. Ou então:
não posso viver o amor no mundo, porque sou solteiro e tenho que curtir a vida;
quando eu me casar, aí então eu sossego. Não! A postura do cristão qual é? Ser
solícito e praticar o bem em qualquer situação. É evidente, que em primeiro
lugar, em casa, para quem for casado, porque se você não for capaz de cuidar
bem de quem você diz que ama, como é que você vai cuidar bem dos outros? Mas
que não sirva de empecilho, para que você possa fazer o bem fora de casa, o
fato de ser casado. Aliás, o sentido do matrimônio é fazer da vida do casal um
sinal do amor de Deus, onde vendo a forma como eles vivem, agente possa ver a
maneira como Deus se relaciona com a humanidade. Na medida em que praticam o
bem entre si, manifeste o desejo de Deus para com toda a sociedade.
Que Deus nos ajude a estarmos
sempre dispostos a ouvir a Palavra e nos converter, a medida em que isto for
necessário e continuemos a conviver com Deus através a Eucaristia, que nos
reúne e nos fortalece a cada domingo. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO
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Autoridade de Jesus – liberdade do cristão
“Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar” (Mc 1,21). Lemos nas páginas
do Evangelho como o Senhor Jesus dá importância à pregação da boa nova: indo de
uma cidade a outra para anunciar a sua mensagem e realizando-a com perfeição,
com autoridade. As pessoas reconhecem-no: “eis um ensinamento novo, e feito com
autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!”
(Mc 1,27).Por nossa parte, deveríamos estar muito interessados no que ele nos diz. A formação que vamos recebendo de Cristo através da Igreja tende a fazer-nos homens ou mulheres responsavelmente livres. A nossa liberdade vai sendo educada paulatinamente para que possamos escolher aquelas coisas que nos fazem mais humanos e mais cristãos. Longe, portanto, da autêntica formação a coação e o controle sobre os outros. Não se trata de asfixiar as pessoas para que façam o bem. O importante é ajudá-las a amar o bem, a desfrutar na prática das coisas boas, a ver que somente na realização do bem verdadeiro encontra-se a felicidade. De fato, a autoridade de Jesus não retira a liberdade do cristão, mas a favorece aperfeiçoando-a.
Cristo é o Mestre por excelência. Ele, pacientemente, foi formando os discípulos e os apóstolos para uma missão que, sem dúvida, os superava. Não obstante, o Senhor os ensinou a confiar na graça e a lutar decididamente pelas causas que valem a pena e… conseguiram! Os apóstolos não cumpriram a vontade de Deus à força de prescrições legais, mas graças ao fogo do amor de Deus que lhes aquecia o coração e à formação recebida e assumida. Primeiro, o Senhor os fez ativos no amor e, consequentemente, essa caridade tornou-se fecunda através do apostolado que trouxe muitas pessoas ao encontro com o Divino Mestre.
Um dos efeitos do ensinamento de Cristo feito com autoridade é a formação da nossa consciência. Neste sentido, o Concílio Vaticano II ofereceu-nos uma definição de enorme beleza: “a consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa a sua voz” (GS 16). Na consciência ressoa a voz de Deus… É preciso escutá-la! A formação da consciência é um dos requisitos indispensáveis para conseguirmos a perfeição da liberdade. Como se lê no Catecismo da Igreja Católica, “a consciência deve ser educada e o juízo moral, esclarecido. Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos a influência negativas e tentados pelo pecado a preferir seu julgamento próprio e a recusar os ensinamentos autorizados. (…) A educação da consciência garante a liberdade e gera a paz do coração” (Cat.1783-1784).
Deus quer que sejamos os responsáveis pelas nossas próprias ações livres. Mas para que elas fossem verdadeiramente responsáveis e livres, Deus infundiu em nós, por criação, uma luz natural que nos faz agir segundo a reta razão. Contudo, isso não é suficiente! Pela nossa debilidade e pelo pecado, essa luz enfraqueceu-se e, nalguns casos, quase apagou-se. A graça, junto com as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo, iluminam e fortalecem de maneira nova o nosso organismo natural tornando mais suave a consecução do fim para o qual fomos criados. Esse fim, que é Deus, torna-se presente em cada um dos fins intermediários que escolhemos diariamente.
Estar atentos ao ensinamento de Cristo formará a nossa consciência de maneira eficaz. Mas é preciso conhecer a sua doutrina cada vez mais. E não há como conhecê-la profundamente se não aplicarmos a nossa mente e o nosso coração a ela, especialmente através da leitura da Sagrada Escritura e do Catecismo da Igreja Católica. Mas não é só questão de doutrina, é questão de conhecer o próprio Jesus, a sua Pessoa e a sua obra; é preciso, portanto, tratá-lo na oração, conversar com ele, aprender dos seus gestos e palavras.
Pe. Françoá Costa
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O Demônio, etc…
O Evangelho (Mc 1, 21-28) ao narrar a ida de Jesus à Sinagoga de cafarnaum,
conta que Ele “começou a ensinar” e os seus ouvintes “se maravilhavam… porque
ensinava como quem tem autoridade”. Até o espírito impuro, presente num homem,
se dá conta da Sua presença e, enquanto grita, não deixa de reconhecer em Jesus
“o Santo de Deus.” Ao expulsar o demônio, libertando o possesso, todos ficam
maravilhados e dizem: “Que é isto? Eis uma nova doutrina e feita com tal
autoridade que até manda nos espíritos impuros, e eles obedecem-lhe”.Desde a chegada de Cristo, o demônio bate em retirada, mas o seu poder é ainda muito grande e “ a sua presença torna-se mais forte à medida que o homem e a sociedade se afastam de Deus” (Beato Papa João Paulo II); devido ao pecado mortal, não poucos homens ficam sujeitos à escravidão do demônio, afastam-se do Reino de Deus para penetrarem no reino das trevas, do mal; convertem-se, em diferentes graus, em instrumento do mal no mundo e ficam submetidos à pior das escravidões.
A experiência da ofensa a Deus é uma realidade. E o cristão não demora a descobrir essa profunda marca do mal e a ver o mundo escravizado pelo pecado, ensina a Gaudium et Spes, 13.
São Paulo recorda-nos que fomos resgatados por um preço muito alto (1Cor 7, 23) e exorta-nos firmemente a não voltar à escravidão. Ensina São Josemaría Escrivá: “O primeiro requisito para desterrar esse mal é procurar comportar-se com a disposição clara, habitual e atual, de aversão ao pecado. Energicamente, com sinceridade, devemos sentir – no coração e na cabeça – horror ao pecado grave” (Amigos de Deus, 243).
O pecado mortal é a pior desgraça que nos pode acontecer. Quando um cristão se deixa conduzir pelo amor, tudo lhe serve para a glória de Deus e para o serviço dos seus irmãos, os homens, e as próprias realidades terrenas são santificadas: o lar, a profissão, o esporte, a política… “Pelo contrário, quando se deixa seduzir pelo demônio, o seu pecado introduz no mundo um princípio de desordem radical, que afasta do seu Criador e é a causa de todos os horrores que se aninham no seu íntimo. Nisto está a maldade do pecado: em que os homens tendo conhecido a Deus não o honraram como Deus nem lhe renderam graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato… Trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito pelos séculos” (Rm 1, 21-25).
O pecado – um só pecado – exerce uma misteriosa influência, umas vezes oculta, outras visível e palpável, sobre a família, os amigos, a Igreja e a humanidade inteira. Se um ramo de videira é atacado por uma praga, toda a planta se ressente; se um ramo fica estéril, a videira já não produz o fruto que se esperava dela; além disso, outros ramos podem também secar e morrer.
Renovemos hoje o propósito firme de repelir tudo aquilo que possa ser ocasião, mesmo remota, de ofender a Deus: espetáculos, leituras inconvenientes, ambientes em que destoa a presença de um homem ou uma mulher que segue o Senhor de perto… Amemos muito o Sacramento da Penitência (Confissão). Meditemos com freqüência a Paixão de Cristo para entender melhor a maldade do pecado.
Os santos recomendaram sempre a confissão freqüente, sincera e contrita, como meio eficaz de combater essas faltas e pecados, e caminho segura de progresso interior. Dizia S. Francisco de Sales: “Deves ter sempre verdadeira dor dos pecados que confessas, por leves que sejam, e fazer o firme propósito de emendar-te daí por diante. Há muitos que perdem grandes bens e muito proveito espiritual porque, ao confessarem os pecados veniais como que por costume e só por cumprir, sem pensarem em corrigir-se, permanecem toda a vida carregados deles”.
“Oxalá não endureçais os vossos corações quando ouvirdes a sua voz” (Sl 94, 7-8). Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a ter um coração cada vez mais limpo e forte, capaz de cortar o menor laço que nos aprisione, e de se abrir a Deus tal como Ele espera de cada cristão. E, assim seremos capazes de entender e acolher a mensagem de S. Paulo que apresenta a beleza e a grandeza do seguimento do Senhor, no Celibato.
S. Paulo, advertindo que os casados, sujeitos aos deveres familiares, não podem entregar-se ao serviço de Deus com a mesma liberdade que os celibatários, louva e aconselha a virgindade que permite ocupar-se nas coisas de Deus com um coração indiviso e sem preocupações (1Cor 7, 32-35). A Virgindade consagrada é uma maneira típica da novidade da resposta, que devem a Deus os seguidores de Cristo e tem, ao mesmo tempo, a função de recordar a todos os crentes que, em todas as coisas, o primeiro lugar pertence a Deus.
Mons. José