3º DOMINGO DA PÁSCOA ano
B 2018 (Adaptado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós
somos testemunhas.”
O Evangelho
assegura-nos que Jesus está vivo e é o centro da comunidade. É no encontro
comunitário, na escuta da Palavra, nos gestos de fraternidade e de serviço -
que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado.
A primeira leitura: Pedro e João convidam a todos a acolherem a proposta
que Jesus lhes faz.
A segunda leitura: Nos lembra que depois de encontrar Jesus, temos de
viver de forma coerente com o compromisso assumido.
EVANGELHO – Lc 24,35-48
Naquele
tempo, os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho e como
tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando quando o
próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
Eles ficaram assustados e cheios de medo pensando que estavam vendo um
fantasma. Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas
no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Tocai em mim e vede! Um
fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E, dizendo
isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar
porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui
alguma coisa para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e
comeu diante deles. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei
quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está
escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então Jesus
abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras e lhes disse:
“Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro
dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas
as nações, começando por Jerusalém’. Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
AMBIENTE - Os onze discípulos estão reunidos
e já conhecem uma aparição de Jesus a Pedro, bem como o relato do encontro de
Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús. Apesar de tudo, o ambiente é de
medo, de perturbação e de dúvida. A comunidade sente-se insegura. O medo e a
insegurança vêm do fato de não terem, ainda, feito a experiência de encontro
com Cristo ressuscitado.
Lucas mostra como os discípulos descobrem,
progressivamente, que Jesus vivo e ressuscitado continua vivo e os discípulos,
em comunidade, podem fazer uma experiência de encontro com Jesus.
MENSAGEM - Lucas deixa claro que a ressurreição de Jesus foi um fato real,
que os discípulos descobriram e experimentaram só após um longo caminho de
dúvidas. Essa dificuldade significa que a ressurreição de Jesus não foi um
acontecimento cientificamente comprovado, material, Mas só reconhecem O
ressuscitado depois de um longo caminho na fé.
No final desse caminho eles experimentaram que Jesus estava vivo, que caminhava com eles e que continuava a
oferecer-lhes a vida de Deus. É essa certeza que os relatos da ressurreição
procuram transmitir-nos. Na catequese de Lucas há elementos que importa pôr em
relevo:
1.
Na caminhada de fé descobriram a presença de Jesus no meio da sua
comunidade e que Jesus derrama sobre a comunidade a paz (o “shalom”).
2.
Esse Jesus é o filho de Deus que reentrou na
esfera divina.
3.
Na catequese de Lucas, “tocar”, comer, são uma forma
de ensinar que foi uma experiência muito forte e quase palpável. Jesus não está
ausente, mas continua a sentar-Se à mesa com os discípulos, a partilhar os seus
sonhos, as suas lutas, as suas esperanças, as suas dificuldades, os seus
sofrimentos.
4.
A comunidade que caminha deve reunir-se à volta de
Jesus para escutar a Palavra que alimenta e que dá sentido à sua caminhada
histórica.
5.
Os discípulos, alimentados por essa Palavra, recebem a
missão de testemunhar diante de “todas as nações”, pregando o arrependimento e
o perdão dos pecados, propondo-lhes a opção pela vida nova de Deus, pela
salvação, pela vida eterna.
ATUALIZAÇÃO • Chega-se ao encontro com o
ressuscitado inserindo-nos no encontro comunitário, na escuta da Palavra de
Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço…
• Cristo continua presente quando a comunidade se reúne
para escutar a Palavra.
• Jesus ressuscitado reentrou no mundo de Deus; mas
não desapareceu da nossa vida.
• O testemunho que Cristo nos pede passa pelos nossos
gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor. São esses gestos que
testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua
a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
• Jesus confia aos discípulos a missão de anunciar “em
seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos e propor aos
homens uma dinâmica de vida nova.
LEITURA I – At 3,13-15.17-19
Naqueles
dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: “O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó,
o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e
o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. Vós
rejeitastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação para um assassino. Vós
matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos
testemunhas. E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim
como vossos chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela
boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos,
portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”.
AMBIENTE - Pedro e João tinham subido ao
Templo. Um homem, coxo de nascença pediu-lhes esmola. Pedro curou-o. “Cheia de assombro”,
a multidão reuniu-se para ouvir de Pedro a explicação do fato. Lucas está
convencido de as palavras e os gestos das “testemunhas” de Jesus mostram como o
mundo muda quando a salvação chega e como o homem escravo passa a ser um homem
livre. O “testemunho” irá provocar a oposição daqueles que recusam os desafios
de Deus. Por isso, os discípulos de Jesus irão conhecer a perseguição.
MENSAGEM - Pedro dá-lhes a entender que o
gesto libertador que beneficiou o homem coxo foi realizado em nome de Jesus.
Ele mostra que o projeto de Jesus continua a realizar-se e demonstra que Jesus
está vivo. Se essa salvação continua a derramar-se sobre os homens doentes e
privados de vida e de liberdade, é porque Jesus continua presente, oferecendo
aos homens a vida nova e definitiva. Os discípulos são os agentes através dos
quais Jesus continua a sua obra libertadora e salvadora no mundo. Pedro “sabe”
que o Povo agiu por ignorância. Deus, na sua bondade, continua a oferecer ao
seu Povo a possibilidade de corrigir as suas opções erradas e de escolher a
vida, aderindo a Jesus e ao projeto por Ele apresentado. Para isso é necessário
“arrepender-se” e “converter-se”, de forma que Deus passe a estar no centro da
vida do homem e o homem passe a “dar ouvidos” às propostas de Deus e a viver de
acordo com os projetos de Deus. Ora, “arrepender-se” e “converter-se” significa
aderir à pessoa de Cristo, crer n’Ele, acolher o projeto que Ele traz, entrar
no Reino que Ele anuncia e propõe.
ATUALIZAÇÃO • Jesus continua vivo, oferecendo
aos homens uma proposta de vida plena e eterna. É pelo testemunho dos
discípulos que homens descobrem que Cristo está vivo. Jesus está vivo nos
gestos de amor, de partilha, de solidariedade, de perdão, de acolhimento; Jesus
está vivo quando os cristãos se comprometem na luta pela paz, pela justiça,
pela liberdade.
• Aquilo que parece ser fracasso e frustração é,
afinal, o verdadeiro caminho para a vida. Jesus veio apresentar uma proposta
geradora de vida, apesar de passar pelo aparente fracasso da cruz. É de vida
vivida na doação, na entrega, no amor a Deus e aos irmãos que brota a vida
eterna.
LEITURA II – 1 Jo 2,1-5ª
LEITURA II – 1 Jo 2,1-5ª
Meus
filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar,
temos junto do Pai um defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de
expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados
do mundo inteiro. Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus
mandamentos. Quem diz: “Eu conheço a Deus”, mas não guarda os seus mandamentos,
é mentiroso, e a verdade não está nele. Naquele, porém, que guarda a sua
palavra, o amor de Deus é plenamente realizado.
AMBIENTE - Este escrito procura combater
doutrinas heréticas pré-gnósticas e apresentar aos cristãos o caminho da
autêntica vida cristã.
Os adeptos das heresias recusavam a encarnação do
Filho de Deus. Para estes, o Cristo tinha-se apropriado do homem Jesus de
Nazaré na altura do batismo e tinha-O abandonado antes da paixão, porque o
Cristo celeste não podia padecer. Os gnósticos pretendiam não ter pecados e não
guardavam os mandamentos. Quem diz que não comete pecados, é mentiroso, pois
somos limitados e muitas vezes erramos.
MENSAGEM - o autor critica quem considerava
não ter pecados. O cristão reconhece a sua fragilidade, mas sabe que Deus lhe
oferece a salvação e que Jesus Cristo é o “advogado” (“defensor”). Ora, quem
disser que mantém uma relação de proximidade e de comunhão pessoal com Deus,
mas não quer saber das suas propostas, está mentindo. Não se pode amar e não
considerar as propostas da pessoa que se ama. O “conhecer Deus” exige
atitudes concretas que passam pelo escutar, acolher e viver as propostas de
salvação que Deus faz, através de Jesus.
ATUALIZAÇÃO • O cristão aceitou o convite de
Deus e tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu… Não pode
comprometer-se com Deus e conduzir a vida por caminhos de orgulho, de autossuficiência,
de indiferença face a Deus e às suas propostas.
• O pecado é um “não” a Deus e às suas propostas.
• A coerência deve manifestar-se na identificação
entre a fé e a vida.
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A raiz da Missão é o Encontro com o
Ressuscitado e a compreensão das Escrituras.
Viver e anunciar essa novidade é a
nossa missão!
Cristo continua precisando ainda hoje
de testemunhas… E nós somos chamados a ser testemunhas da presença do
Ressuscitado, através de nossas palavras e ações.
O povo que esperou o
Messias, não acolheu o Messias! Foi um desastre: “Vós matastes o Autor da
vida.” Não culpemos os judeus. A própria Palavra do Senhor afirma: “Eu sei que
agistes por ignorância, assim como vosso chefes: na rejeição o plano de Deus
estava sendo cumprido!
A
cruz fazia parte do plano de Deus porque nela se manifesta o que o pecado fez
com o homem e do que o homem pecador se tornou capaz: de matar Deus e se
desgraçar. A humanidade pecadora que vemos hoje de tal modo se fechou para Deus
que o está matando renegando-o, desobedecendo-o, colocando-o em último lugar…
Mas, quando fazemos isso, nos destruímos. São Pedro na primeira leitura de
hoje: “Vós matastes o Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado, matamos aquele
que é a Vida e nos matamos a nós!
Mas,
a cruz revela até onde Deus é capaz de ir por nós: No seu Filho o Pai nos
entrega tudo de precioso que ele tem! No Filho feito homem podemos compreender
o quanto somos amados por Deus!
Finalmente
O Filho, entregue ao Pai com toda a confiança, agora é glorificado pelo Pai e
colocado no mais alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam.
O Pai é Fidelidade, o Pai é Amor! “Se alguém pecar, temos junto do Pai um
Defensor: Jesus Cristo!
Que temos de fazer? A) crer em
Jesus, o Enviado do Pai, que por nós morreu e ressuscitou:
B): viver na Palavra do Senhor
os mandamentos!
C) testemunhar Jesus morto e
ressuscitado: nós somos testemunhas!” Tenhamos, então a coragem de nele crer,
viver e dele dar testemunho onde quer que estejamos. Jesus está vivo!
O Antigo Testamento ganha todo
o seu esplendor somente quando interpretado EM Cristo. Na verdade, toda a
Bíblia só tem sentido como revelação divina em Cristo e na Igreja, de fé e
eclesial.
A Bíblia é fruto da Tradição:
Jesus pregou, os apóstolos pregaram; somente depois foi colocado por escrito a
pregação de Jesus e dos Apóstolos.
As pessoas que fazem livres
interpretações da Bíblia, só que à margem da interpretação autêntica da Igreja
Católica, acabam, de uma maneira ou outra, criando o seu próprio universo
bíblico, que não é o de Cristo. Daí que há tantos cristãos com a mesma Bíblia e
ao mesmo tempo há tantas denominações cristãs, as quais, frequentemente, brigam
entre si. A divisão entre os cristãos é um escândalo que provoca a incredulidade.
Mas, porque há tantas interpretações da Bíblia e, simultaneamente, tantas
“igrejas”? Cada um quer manter a sua opinião, o seu parecer. A idade da Igreja?
Somente 2000 anos. A sua experiência é vastíssima: 2000 anos de experiência e
que só nos ensina o caminho do bem, da verdade e do amor.
Jesus é Senhor! E que a
sua paz, a sua vitória e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Irmãos e irmãs, a
Palavra de Deus hoje é muito clara e objetiva. Quem diz que crê em Deus e não
conhece os seus mandamentos é um mentiroso. Volta a história que nós já estamos
repetindo a quinze dias. As pessoas
dizem: eu tenho fé em Deus, mas ao meu modo. Isto não existe. No domingo de
páscoa Pedro confirmou a fé que João externou: João viu e creu, acredito. E
Pedro confirmou. Depois, vimos na semana passada, que Tomé tinha uma fé, assim,
um pouco reservado, não conseguiu ver o ressuscitado. Só depois, quando está em
comunidade, que pode experimentar o Cristo Ressuscitado. Hoje, a mesma questão,
ela volta, de maneira mais clara, dizendo: se você não conhece os mandamentos,
se eu não conheço os mandamentos, não posso dizer que creio em Deus. O batismo
é a entrada, a inserção da pessoa que vai ser batizada, na comunidade. Este é o
ponto fundamental. Na comunidade ela vai se encontrar com o Cristo
Ressuscitado, mas é preciso que ajude. De que maneira? Apresentando os
mandamentos de Deus. Nós sabemos que os mandamentos de Deus não é para
escravizar, muito pelo contrário, é para
libertar as pessoas. Ora, na medida que eu conheço os mandamentos de
Deus e procuro viver, nessa maneira eu vou sendo íntimo de Deus. É evidente que
quando eu encontro com Jesus Cristo, eu
tenho maior facilidade de reconhecê-lo. Às vezes, você conhece quem está
chegando em casa pela maneira que abre o portão. Nós, quando convivemos com as
pessoas, temos facilidade de reconhece-la só pelos sinais que ela transmite. Às vezes, nem estou vendo a pessoa, mas
ouço o andar, a tosse, ouço a música e digo: fulano de tal chegou. É assim, que os discípulos de Emaús
reconheceram Jesus, ao partir do Pão. Eles tinham uma convivência tão
próxima, que a maneira que Jesus partiu o Pão, é que fez com eles dissessem: é
o Senhor. Porque é o jeito dele partir o Pão. É a sua maneira de partir o Pão.
Eles fazem esta experiência, mas não retém para si. Voltam correndo para contar
para a comunidade. E a comunidade não somente vai confirmar esta experiência
deles, como também farão uma experiência mais profunda. Jesus se apresenta no meio deles, dizendo: a Paz esteja convosco.
Percebam que só depois da ressurreição Jesus saúda os seus desta maneira.
Também na Celebração Eucarística fazemos isto: “A Paz de cristo esteja
convosco. – O amor de Cristo que nos uniu”
e “O Senhor esteja convosco – Ele está no meio de nós”. Isto é sempre
que nós estamos reunidos. Só que como compreender este Cristo Ressuscitado? Não é de um dia para o outro que agente
compreende. É fazendo a experiência comunitária.
Então, no primeiro
domingo da Páscoa, vimos o túmulo vazio. No segundo, temos São Tomé nos
ajudando a fazer a experiência do Ressuscitado. Hoje, Jesus se apresenta
dizendo: Eu não sou um fantasma.
Para muitas pessoas, ressuscitar significa sair
do caixão e sair andando. Isto não seria ressurreição, seria reencarnação. Não é isto que nós
pregamos. Por que reencarnação? Porque o espírito que saiu, agora volta,
reanima o corpo e o corpo sai andando. Isto
seria reencarnação. Jesus não volta no mesmo corpo. Como é que eu sei
disso? O Evangelho de hoje; eles olham e
não reconhecem Jesus. Eles que conviveram três anos, ouviram Jesus, comeram com
Jesus, viram os seus sinais, não teriam dificuldade de reconhece-lo, se ele
tivesse o mesmo corpo. Mas Ele disse: Olhe aqui as minhas mãos e
os meus pés. É assim que vão reconhecê-lo. Que corpo Jesus tem, no dia em
que chegarmos lá, na ressurreição, vamos contemplá-lo face-a-face e aí vamos
ver. De qualquer maneira, eles vão reconhecer Jesus pelos sinais; então, você
tem o sinal do Pão partido, você tem as marcas dos pregos nas mãos e nos pés. É
interessante, porque o corpo
ressuscitado traz as marcas da crucifixão. Aí confirma o que o Papa Bento
XVI disse no domingo da Páscoa: “não
existe ressurreição, se não passarmos pela cruz”. É muito interessante. Ele
traz esta realidade no seu corpo. Mesmo assim, ele diz: para ver que eu não sou
um fantasma, toca em mim. O fantasma não tem carne e osso. Eu tenho. Quer saber
de mais uma, tem alguma coisa para eu comer? Porque fantasma também não come, o espírito não come. Ele come. O
que? Peixe assado. Ou poderia ser qualquer outro alimento. Mas por que o peixe?
Vamos lembrar um pouco. O peixe é o
primeiro sinal, o símbolo dos cristãos. Um cristão para ver se o outro era
cristão, fazia o sinal do peixe. Assim, a pessoa que era cristã, devolvia o
sinal do peixe. Estava identificado; somos cristãos. Peixe é o símbolo que eles
escolheram. Em grego ECTÓS; das iniciais
para Jesus Cristo homem santo e salvador. Então, ele é o nosso sinal, Ele é
o santo. Ora, um peixe assado significa o cristão que passou pela prova de
fogo. Passou pela prova de fogo. Todo cristão, aqui ou ali, é convocado para
testemunhar a sua fé. E na medida que a pessoa passa pela prova de fogo, ela se
torna ouro mais puro. Lembra da passagem que diz que Deus nos prova como o ouro
no cadinho? Exatamente isso. Ora, então, Jesus celebra agora com a comunidade,
aqueles que estão passando pela prova de fogo; são os cristãos que enfrentaram
a prisão, enfrentaram perseguição. Paulo vai ser um exemplo disso, Pedro
também. Até hoje pessoas morrem porque professam sua fé no Cristo. Então, meus
irmãos e irmãs, este Evangelho é todo
completo para nos falar; na comunidade eu encontro Cristo, na comunidade eu
enfrento a prova de fogo, na comunidade eu tenho ânimo, fé e força para viver a
minha caminhada e continuamos com muitos sinais; temos a Palavra que Deus nos
dirige, é o próprio Jesus falando, temos a Eucaristia que nos alimenta e nos
conforta e temos a presença dos irmãos. Eu vejo que não sou só eu que creio no
Cristo. Eu olho pro lado e vejo que Outros creem também, porque é Ele que nos
reúne. Então, temos todos recursos
necessários para caminhar e Na caminhada encontrar o Cristo ressuscitado. Se alguém
ainda tem dificuldade, não fique preocupado. Olhe os discípulos. Eles ainda não
acreditavam no que estavam vendo. E Jesus diz; um caminho é você ler as
escrituras. Ler a Palavra de Deus nos ajuda muito. Ler as leis, Moisés, os profetas e os salmos. É uma caminhada. Uns conseguem ir mais rápidos
e outros mais devagar. O importante é caminharmos cada dia e ir anunciando aos
outros, a experiência que Deus vai realizando em nossa vida.
Para concluir: Às vezes
nos dá a impressão que caiu o mundo. Aconteceu uma coisa inesperada e eu perdi
o chão. Bom, é um momento. Se olharmos a nossa vida, vamos ver que em outros
momentos também tivemos dificuldades. Como pudemos superar, nem sabemos
responder. É olhando o conjunto todo que vemos Deus agindo em nossa vida. Se
ele é fiel num momento, ele é fiel sempre. Quando eu penso nisso, o salmo se
torna fantástico para nós: “Posso dormir tranquilo, porque é você que cuida de
mim”. É assim que termina o verso do salmo hoje. Que possamos sempre depositar
nossa esperança no Senhor e que possamos continuar a nossa caminhada,
descobrindo a cada dia sinais da ressurreição.
Louvado seja nosso
Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
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"Testemunhas"
Nesse tempo de Páscoa, a
liturgia nos apresenta as primeiras aparições de Cristo ressuscitado aos
apóstolos, que tinham a missão de continuar a sua obra salvadora iniciada por
Cristo.
- Eles continuam tendo muitas
dúvidas.
- Cristo vai ao encontro
deles, para fortalecer a fé deles profundamente abalada.
No Evangelho o
Ressuscitado aparece à Comunidade e a convoca para ser sua Testemunha. (Lc 24,35-48)
Cristo está vivo e continua a
ser o CENTRO da Comunidade.
- Jesus toma a iniciativa:
aparece aos apóstolos, desejando-lhes a "Paz":
"A
Paz esteja convosco"
- A Reação dos apóstolos:
ficam apavorados pensando ser "um
fantasma"
- Jesus apresenta PROVAS de sua identidade:
- Físicas: mostra
os pés e as mãos… come com eles…
- Bíblicas: Abre
as inteligências para compreenderem as Escrituras:
Jesus
devia padecer e ressuscitar…
- Aponta a MISSÃO: "Vós sereis minhas testemunhas"
Ser testemunha é conhecer, viver e anunciar a
mensagem de amor, que Cristo trouxe. Cristo continuará vivo na Igreja, através
deles.
Assim na 1a Leitura,
vemos São Pedro, cumprindo essa
Missão:
- ANUNCIANDO com coragem o Cristo Ressuscitado diante do povo:
"O
Cristo, que vós matastes, Deus o ressuscitou dos mortos.
E disso nós
somos testemunhas..."
- E AGINDO: provando com sinais... que Jesus ainda estava vivo.
Cura o coxo na porta do Templo em nome de
Jesus. (At 3,13-15.17-19)
* Pedro testemunha Jesus com palavras
e gestos e faz um apelo ao arrependimento e à conversão, para o perdão
dos pecados.
E na 2a Leitura,
João nos lembra que devemos
testemunhar,
- VIVENDO o que se conhece e se anuncia:
"Quem diz
conhecer o Senhor e não vive a sua mensagem é mentiroso e a verdade não está
nele...” (1Jo
2,1-5)
* É um forte apelo à
coerência entre Fé e Vida..
É com a vida que demonstramos
"conhecer" Deus.
Se pecarmos, Jesus é o nosso intercessor junto
do Pai...
+ No Evangelho, a Ressurreição de Jesus
aparece como um FATO REAL, mas assim mesmo os apóstolos não conseguiam
acreditar facilmente.
O caminho foi longo, difícil,
penoso, carregado de dúvidas e incertezas.
* O caminho espiritual para
chegar à fé continua o mesmo.
Como os apóstolos, também nós
podemos "ver" Cristo ressuscitado, no meio de muitas dúvidas,
incertezas e medos.
Quando nos reunimos em
comunidade, ele está sempre entre nós.
Aos poucos os nossos olhos
vão se abrindo e nós vamos descobrindo que, quem morre com ele, com ele entra
na plenitude da vida de Deus.
+ ELEMENTOS IMPORTANTES, que o texto nos apresenta:
1.
Os discípulos descobriram a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no meio da
sua COMUNIDADE.
Cristo
continua a ser o centro, onde a comunidade se constrói e se articula.
2.
Esse Jesus ressuscitado é o filho de Deus, que reentrou no mundo de Deus, mas NÃO
DESAPARECEU da nossa vida, nem da vida da Comunidade.
3. AS
DÚVIDAS dos discípulos mostram a dificuldade que eles sentiram em percorrer
o caminho da fé, até o encontro pessoal com o Senhor ressuscitado.
Foi
uma longa caminhada de amadurecimento da própria fé.
4. O gesto de TOCAR E COMER nos ensina que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um FATO REAL e palpável.
5.
O Ressuscitado revela o sentido profundo das ESCRITURAS.
A
comunidade deve reunir-se com Jesus ressuscitado para escutar a Palavra, que
sempre ilumina a nossa vida e nos ajuda a descobrir os caminhos de Deus na história..
6. Os discípulos recebem a MISSÃO de serem testemunhas de tudo isso...
* A
raiz da Missão é o Encontro com o Ressuscitado e a compreensão das Escrituras.
Viver e anunciar essa novidade é a missão da
comunidade eclesial, que vive do amor e da presença do Senhor em seu meio.
+ Cristo continua precisando
ainda hoje de testemunhas…
E nós somos chamados a ser
testemunhas da presença do Ressuscitado, através de nossas Palavras e Ações.
* Até que ponto, somos
TESTEMUNHAS de Cristo:
conhecendo… vivendo… e anunciando… essa
mensagem?
Não adianta proclamar que
Jesus ressuscitou e não viver o projeto do Reino que ele anunciou e viveu.
Cristo ainda hoje continua
nos lembrando:
"Vocês também devem ser minhas
testemunhas..."
O que pretendemos testemunhar
nesta semana?
Pe.
Antônio Geraldo
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Homilia de D. Henrique Soares
A
Palavra de Deus deste Domingo do Tempo Pascal recorda-nos um fato histórico
tremendo, ao mesmo tempo misterioso e doloroso: os judeus, povo que esperou o
Messias, não acolheu o Messias! E tudo terminou num desastre: “Vós rejeitastes
o Santo e o Justo. Vós matastes o Autor da vida. Vós o entregastes e o
rejeitastes diante de Pilatos”. Eis, caríssimos: misteriosamente o Povo de Deus
do Antigo Testamento não foi capaz de reconhecer o Messias que lhe fora enviado
e o entregou a Pilatos, que o mandou crucificar. Não culpemos os judeus. A
própria Palavra do Senhor afirma: “Eu sei que agistes por ignorância, assim
como vosso chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela
boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer”. Que mistério,
amados irmãos: na rejeição dos judeus, que terminou levando Cristo à cruz, o
plano de Deus estava sendo cumprido! O próprio Senhor ressuscitado afirma a
mesma coisa no Evangelho de hoje: “Assim está escrito: ‘O Cristo sofrerá e
ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a
conversão e o perdão dos pecados a todas as nações”.
Mas,
por que deveria ser assim? Por que o plano de Deus deveu passar pela cruz, tão
feia, tão humilhante, dolorosa e sofrida? Com piedade e unção, procuremos
contemplar um pouquinho tão grande e santo mistério. A cruz fazia parte do
plano de Deus, caríssimos, primeiramente porque nela se manifesta o que o
pecado fez com o homem e do que o homem pecador se tornou capaz: de matar Deus
e se desgraçar. A humanidade pecadora – esta, que vemos hoje – de tal modo se
fechou para Deus que o está matando (recordem a mais recente punhalada: uma
obra de arte blasfema numa exposição no Centro Cultural do Banco do Brasil no
Rio de Janeiro. Lá apresentaram dois terços da Virgem Maria em forma de órgão
genital masculino. Os católicos protestaram. E o ministro da cultura do Governo
Lula, o Gilberto Gil ficou indignado com os católicos; e muitos artistas foram
à rua protestar contra esses católicos reacionários. É a lógica do mundo atual:
massacrar Deus, ridicularizá-lo, matá-lo no coração dos homens e do mundo).
Desde o início da história temos matado Deus, renegando-o, desobedecendo-o,
colocando-o em último lugar… Mas, quando fazemos isso, nos destruímos, nos
desfiguramos, edificamos a nossa vida pessoal e social sobre a areia. Na cruz
de Jesus, Deus nos mostra isso: a gravidade do nosso pecado, o desastre que é
fechar-se para o Senhor. Num mundo que brinca com o pecado e já não leva a
sério a gravidade de pecar, olhemos a cruz e veremos o que nosso pecado
provoca! Não deixará nunca de impressionar a frase de São Pedro na primeira
leitura de hoje: “Vós matastes o Autor da Vida!” – Eis! Com o nosso pecado,
matamos aquele que é a Vida e nos matamos a nós!
Mas,
a cruz revela também, com toda a força, até onde Deus é capaz de ir por nós:
ele é capaz de se entregar, de dar sua vida por nós! No seu Filho o Pai nos
entrega toudo de precioso que ele tem! No Filho feito homem de dores, humilhado
e derrotado, nós podemos compreender o quanto somos amados por Deus, o quanto
ele nos leva a sério, o quanto é capaz de descer para nos procurar!
Contemplemos a cruz e sejamos gratos a Deus que se entrega assim!
Finalmente,
a cruz revela a estupenda, desconcertante, fidelidade de Deus: nela descobrimos
o verdadeiro nome do nosso Deus. E o seu nome é Fidelidade, o seu nome é Amor.
Primeiramente fidelidade e amor do Pai em relação ao Filho. Ao Filho amado que
se entregou ao Pai por nós, Deus-Pai o ressuscitou e deu-lhe toda glória. É o
que anuncia a primeira leitura de hoje: “O Deus de nossos Pais glorificou o seu
servo Jesus. Vós matastes o Autor da Vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos!”
Que mistério, meus irmãos! O Filho, entregue ao Pai com toda a confiança e todo
o abandono, o Filho, feito homem de dores, agora é glorificado pelo Pai e
colocado no mais alto da glória. Deus jamais abandona os que a ele se confiam.
Podemos imaginar o Senhor Jesus dizendo as palavras do Salmo de hoje: “Eu
tranqüilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, pois só vós, ó Senhor Deus,
dais segurança à minha vida!” O nosso Salvador adormeceu no sono da morte certo
que o Pai o despertaria para a vida da glória! Sim, o Pai é Fidelidade, o Pai é
Amor! Mas, é também fidelidade e amor para conosco. Efetivamente, tudo quanto aconteceu
com o Filho na cruz foi por nós, para nossa salvação, para que o nosso pecado,
a nossa situação de miséria, encontrasse expiação. Eis como a Palavra de Deus
deste hoje insiste nisso: “Se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor:
Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não
só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. E o próprio Jesus afirma
no Evangelho que “no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos
pecados a todas as nações”. Meus caros em Cristo, na cruz e ressurreição do
Senhor, Deus, amorosamente nos concedeu o perdão dos pecados!
Então,
que temos de fazer para corresponder a tanto amor, a tão grande graça? Três
coisas: primeira: crer em Jesus, o Enviado do Pai, que por nós morreu e ressuscitou:
“Convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados!” Quem crer em Jesus,
quem diante dele reconhecer-se pecador e o acolher como o Salvador e nele
colocar a vida, nele encontrará o perdão que vem pela cruz e a ressurreição.
Segunda coisa: viver na Palavra do Senhor: “Para saber se o conhecemos, vejamos
se guardamos os seus mandamentos. Naquele que guarda a sua palavra, o amor de
Deus é plenamente realizado”. A fé, caríssimos, não é um sentimento nem uma
teoria. Nossa fé em Jesus morto e ressuscitado deve levar a um compromisso
sério e radical com o Senhor na nossa vida concreta. Quem não guarda os
mandamentos, não crê! Quem não crê, fecha-se para a salvação! Terceira coisa:
testemunhar Jesus morto e ressuscitado: “Vós matastes o Autor da vida, mas Deus
o ressuscitou dos mortos. Disso nós somos testemunhas!” E Jesus diz: “Vós
sereis testemunhas de tudo isso!” Caros meus, nós não conhecemos Jesus de um
modo teórico. Nós o experimentamos na força da sua Palavra e na graça dos seus
sacramentos, sobretudo na participação na Eucaristia. Jesus, para nós, não é um
fantasma! “Por que estais preocupados tendes dúvidas no coração? Vede minhas
mãos e meus pés: sou eu mesmo!” Sim, meus caros, quantas vezes tocamos Jesus,
sentimo-lo vivo, caminhando conosco! Tenhamos, então a coragem de nele crer, de
nele viver e dele dar testemunho onde quer que estejamos e onde quer que
vivamos. Jesus não é um fantasma! Jesus está vivo! Jesus é Senhor! E que a sua
paz, a sua vitória e o seu perdão estejam sempre conosco. Amém.’
D. Henrique Soares
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos
ou ministros extraordinários da Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO
PAI:
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, Bendito e louvado sejais pelo
vosso imenso amor nos enviando Vosso Filho para nos dar a dignidade de Filhos
Vossos. Pai, acolhei o nosso louvor e santificai-nos para que possamos
testemunhar o vosso amor. - T: Jesus ressuscitou e está no meio de nós,
Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, vos louvamos e agradecemos pela
nossa existência. Sois o nosso Deus e somos o vosso povo. Pai, vinde sempre em
nosso auxílio, pois somos limitados e necessitamos de vossa força para nossa caminhada.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, enviai-nos a força do Espírito
Santo para que sempre nos convertamos aos vossos projetos. Dai-nos força e
coragem para seguirmos os passos e os ensinamentos de Vosso Filho.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
à Senhor, nosso Deus e Pai, em nossa fé acreditamos que
Jesus está no meio de nós nos fortalecendo e nos transformando. Pai, que
saibamos espelhar este amor no meio de nossa comunidade para que sintamos o
Cristo ressuscitado em nossa vida.
T: Jesus ressuscitou e está
no meio de nós, Aleluia, Aleluia.
-
- - Pai nosso... Paz..... Cordeiro de Deus...
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