quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

6º Domingo do Tempo Comum C, homilias, subsídios homiléticos


6º Domingo do Tempo Comum C 2019 (Adaptado pelo Diácono Ismael)

Sinópse:
TEMA: Deus tem uma proposta para nos dar a felicidade eterna.
Primeira leitura: Nossos projetos COM ou sem Deus;  Jeremias avisa que prescindir de Deus é renunciar à felicidade plena.
Evangelho: os preferidos de Deus são os que vivem na simplicidade e na humildade
Segunda leitura: Jesus ressuscitou; e nos aponta os critérios de uma vida nova e plena.

LEITURA I – Jer 17,5-8
[ ]Maldito quem confia no homem e põe na carne toda a sua esperança, afastando o seu coração do Senhor.[ ] habitará na aridez do deserto, [ ], onde ninguém habita. Bendito quem confia no Senhor [ ]  É como a árvore plantada à beira da água, [ ]: nada tem a temer quando vem o calor e a sua folhagem mantém-se sempre verde; e não deixa de produzir os [ ] frutos.

AMBIENTE
Reinado de Joaquim (609-597 a.C.): política de alianças. Confia a segurança, não a Jahwéh, mas aos exércitos egípcios (aliados de Joaquim). O profeta ataca a infidelidade ao Deus da aliança: Judá já não coloca a sua esperança em Deus, mas sim nos homens.

MENSAGEM
O tema Denuncia o homem que se apóia noutro homem e prescinde de Deus; denuncia a autossuficiência que não precisa de Deus. Prescindir de Deus significa construir uma existência limitada, tendo em vista apenas o nosso olhar que não vê o todo.

ATUALIZAÇÃO
♦ Tudo o que é humano é efêmero, limitado, finito; só em Deus encontramos o rochedo seguro que não falha e que não nos decepciona.
Onde está a nossa segurança e a nossa esperança? Na conta que temos no banco? Na importância da nossa posição social ou profissional? Nas conquistas científicas ou técnicas? Ou nesse Deus que se compromete conosco e encontra mil formas de demonstrar, dia a dia, a sua fidelidade?

SALMO RESPONSORIAL (Sl 1)
É feliz quem a Deus se confia!
• Feliz é todo aquele que não anda / conforme os conselhos dos perversos; / que não entra no caminho dos malvados / nem junto aos zombadores vai sentar-se; / mas encontra seu prazer na lei de Deus / e a medita, dia e noite, sem cessar.
• Eis que ele é semelhante a uma árvore / que à beira da torrente está plantada; / ela sempre dá seus frutos ao seu tempo, / e jamais as suas folhas vão murchar. / Eis que tudo que ele faz vai prosperar.
• Mas bem outra é sorte dos perversos. / Ao contrário, são iguais à palha seca, / espalhada e dispersada pelo vento. / Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, / mas a estrada dos malvados leva à morte.

EVANGELHO – Lc 6,17.20-26
[ ]Jesus desceu do monte, e [ ], disse: Bem-aventurados os pobres porque é deles o reino de Deus. Bem-aventurados os que tem fome, porque serão saciados. Bem-aventurados os que choram, porque haveis de rir. Bem-aventurados quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e prescreverem o vosso nome como infame, por causa do Filho do homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação. Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome. Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar. Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem. Era assim que os seus antepassados tratavam os falsos profetas.

AMBIENTE
Lucas procura apresentar um primeiro anúncio sobre Jesus (“kerigma”) e definir o programa que o Messias vai cumprir em favor dos oprimidos. O Evangelho continua a afirmação da Sinagoga de Nazaré, onde Jesus enuncia o seu programa: “o Espírito do Senhor está sobre Mim porque Me ungiu, para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos…” (Lc 4,18-19). A libertação chegou com Jesus e dirige-se aos pobres (todos somos necessitados de Deus e não autosuficientes). Numa planície (em Mateus é numa montanha), rodeado dos discípulos e por uma multidão.

MENSAGEM
Lucas apresenta quatro bem-aventuranças (nove em Mateus). Os destinatários são os pobres, os que têm fome, os que choram, os que são perseguidos. São os desprotegidos, os explorados, os pequenos e sem voz, as vítimas da injustiça, que com frequência são privados dos seus direitos e da sua dignidade pela arbitrariedade dos poderosos. Serão eles os primeiros destinatários da salvação de Deus, porque eles estão numa situação de debilidade e Deus quer derramar sobre eles a sua bondade.. A salvação dirige se  prioritariamente a estes porque eles, na simplicidade, humildade, estão mais abertos para acolher a proposta que Deus lhes faz em Jesus.  As bem-aventuranças manifestam, numa outra linguagem, o que Jesus já havia dito no início da sua atividade na sinagoga de Nazaré: Ele é enviado pelo Pai ao mundo, com a missão de libertar os oprimidos. Aos pequenos aos simples e humildes. Jesus diz que Deus os ama e quer oferecer-lhes a vida e a liberdade plenas. Por isso eles são “bem aventurados”. As “maldições” são o reverso da medalha. Denunciam a lógica dos opressores, dos poderosos, dos que têm o coração cheio de orgulho e de autossuficiência e não estão disponíveis para acolher a novidade do “Reino”. As advertências aos ricos significam que, se eles persistirem numa lógica de egoísmo, de prepotência, de injustiça, de autossuficiência, não têm lugar nesse “Reino.

ATUALIZAÇÃO
A lógica do mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro (mesmo se resulta da exploração dos mais pobres), os que têm poder (mesmo que seja exercido com prepotência e arbitrariedade), os que têm influência (mesmo obtida na corrupção); mas a lógica de Deus exalta os pobres, os débeis: é a esses que Deus Se dirige com uma proposta libertadora e convida a fazer parte da sua família. Jesus traz a Boa Nova que alegra os corações amargurados, os marginalizados, os oprimidos. Jesus propõe um mundo novo, um mundo de irmãos, onde a prepotência, o egoísmo, a exploração e a miséria serão banidos e onde os pobres e marginalizados terão lugar como filhos iguais e amados de Deus.
Vinte e um séculos depois mudou alguma coisa no nosso mundo? somos tentados a crer que a proposta de Jesus falhou; mas talvez seja mais correto colocar a questão nestes termos: nós, testemunhas de Jesus, teremos conseguido passar aos pobres, aos marginalizados, esse projeto libertador?

LEITURA II – 1 Cor 15,12.16-20
Irmãos: Se [ ] Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, [ ] . Se é só para a vida presente que temos posta em Cristo a nossa esperança, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não. Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.

AMBIENTE
É continuação da catequese sobre a ressurreição que Paulo apresenta aos Coríntios.. É preciso recordar que a ressurreição dos mortos, constituía um sério problema para a mentalidade grega, habituada a ver no corpo uma realidade negativa, que aprisionava a alma no mundo material; sendo assim, o corpo – realidade carnal– não podia seguir a alma nessa busca da vida plena, da vida divina.

MENSAGEM
Se Cristo ressuscitou, todos ressuscitaremos. Se Cristo não tivesse ressuscitado, suas propostas não teriam qualquer sentido, “os mais miseráveis de todos os homens”. A partir da ressurreição de Cristo, podemos acreditar nessa vida plena que Deus reserva para todos os que O amam. É essa perspectiva que dá sentido à caminhada que o cristão faz neste mundo: “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram”. Jesus ressuscitou não como o único, mas como o primeiro de uma longa cadeia da qual fazemos parte. Ele arrasta atrás de Si a humanidade solidária com Ele, até à realização plena, à vida definitiva, à salvação total.

ATUALIZAÇÃO A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projeto de salvação e de vida para cada homem.
A nossa vida não é sem sentido e sem finalidade; é uma caminhada confiante – mesmo no sofrimento e na dor – em direção a essa vida total em que se revelará o Homem Novo.
Isso não quer dizer que devamos ignorar as coisas boas deste mundo, vivendo apenas à espera da recompensa futura, no céu
Podemos comprometer nos na luta pela justiça e pela paz, com a certeza de que a injustiça e a opressão não podem pôr fim à vida que nos anima; temos uma ressurreição.

 (Pobre é o que tem a capacidade de se esvaziar para o bem do próximo)
O que nos torna felizes, bem aventurados é quando temos a riqueza para podermos partilhar, nos esvaziar por amor ao próximo. O pobre, o desprovido de bens, o marginalizado, deve lutar para que tenha bens para também poder se esvaziar, partilhar. Se não luta, é um acomodado que não quer ser feliz, pois prefere se acomodar na sua vida. Se luta e lhe tiram o direito de ter, Deus está com ele, pois o mundo o marginaliza. Deus está com o que se faz pobre, se esvazia e com o que está pobre porque não lhe deixam ter para partilhar. Felizes os pobres, porque estes merecem a felicidade do Reino.

O que nos faz pobres, como quer Jesus,  é a riqueza que se torna socorro dos pobres, como lemos no texto do juízo final (Mt 25,34-43). 34  então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35  Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36  estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. [ ] 40  O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
 
Jesus se fez pobre para nos enriquecer com sua pobreza (2Cor 8,9). (9  pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.)
   Assim temos as demais bem-aventuranças da fome que será saciada, da lágrima enxugada e da perseguição vencida. Não podemos entender o termo pobre como apenas aquele que passa necessidades, ou que é feito assim pelos outros, pois Jesus veio para tirá-los desta situação de sofrimento. Veio dar a boa-notícia aos pobres (Lc 4,18ss). Ser pobre não está nos planos de Deus para nós. O que Jesus chama de pobre? São os que se fazem pobres para dar vida aos pobres. Esse é feliz porque assume a mesma condição de Jesus. Maria não quis dizer que os pobres iriam ficar ricos para oprimirem. D. Helder explica; “Nem pobres, nem ricos, mas todos irmãos”

A Escritura se pergunta por que o rico injusto prospera e o justo fiel não vai para frente. É o tema da retribuição que nos questiona também. O salmo reza: “São como o rebanho destinado ao abismo, que a morte os leva a pastar” (Sl 49,15-16).

Jesus não quer a pobreza. Ele quer que, na fraternidade, consigamos a felicidade, colocando o amor como critério maior.
1.         Importante é confiar no Senhor. Isto é ser pobre. Deus sempre esteve do lado dos pobres. Ana e Maria cantam a mudança de situação. O que a bem-aventurança ensina é que a riqueza sem a destinação em favor dos pobres nos faz injustos. Deus quer todos irmãos.
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos ou ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...    DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Senhor, Sois a nossa esperança, em Vós pomos a nossa confiança. O Vosso Espírito é como a água que torna verdejante a erva e faz crescer a árvore, ele nos irriga com a vossa vida e nos faz produzir os frutos que esperais. Pai, Nós Vos confiamos os nossos irmãos e irmãs cuja fé secou. Não permitais que os nossos corações se afastem de Vós.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Pai dos pobres, Deus de misericórdia, bendito sejais pela esperança que revelais aos pobres, aos pequenos e a todos os feridos da vida, aqueles que a sociedade despreza e abandona. Vós lhe ofereceis a felicidade do Vosso Reino. Pai, Tantos companheiros à nossa volta andam à procura da felicidade e não sabemos como os ajudar. Iluminai-os com o Vosso Espírito.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Ó Deus de vida, nós Vos damos graças pela esperança que nos dais de ressuscitarmos para a Vida Eterna e Feliz. Pai, Nós Vos confiamos todos os nossos irmãos que ainda ignoram a luz da ressurreição.
T: Bendito sejais, Senhor nosso Deus!
- Pai nosso...   A Paz...     Eis o Cordeiro...


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