8º DOMINGO T. COMUM ANO C
2019
Sinopse:
O que nós testemunhamos é
a verdade de Jesus, ou são os nossos interesses e os nossos critérios egoístas?
Primeira leitura: não julguemos as pessoas pela primeira impressão.
Evangelho: o verdadeiro apresenta a proposta de Jesus gerando comunhão, união, fraternidade, amor.
Segunda leitura: coerência com a proposta de Jesus é o caminho para a vida plena que Deus nos reserva.
Primeira leitura: não julguemos as pessoas pela primeira impressão.
Evangelho: o verdadeiro apresenta a proposta de Jesus gerando comunhão, união, fraternidade, amor.
Segunda leitura: coerência com a proposta de Jesus é o caminho para a vida plena que Deus nos reserva.
LEITURA I – Eclo 27,5-8 (Sir
27, 4-7)
Leitura
do Livro do Eclesiástico (Leitura do Livro de Ben-Sirá)
Quando
a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um
homem aparecem no seu falar. Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o
homem é provado em sua conversa. O fruto revela como foi cultivada a árvore;
assim, a palavra mostra o coração do homem. Não elogieis ninguém, antes de
ouvi-lo falar, pois é no falar que o homem se revela.
AMBIENTE - O livro de Ben
Sira (Eclesiástico) aparece no início do séc. II a.C., durante o domínio
selêucida. É uma época em que o helenismo procura impor-se com alguma
agressividade, pondo em causa a identidade do Povo de Deus. Jesus Ben Sira, o
autor deste livro, estava preocupado com a degradação dos valores tradicionais
do seu Povo; escreveu este compêndio de “sabedoria” para defender o patrimônio
cultural e religioso de Israel e para demonstrar aos seus compatriotas que
Israel possuía na “Torah”, revelada por Deus, a verdadeira “sabedoria” – uma
“sabedoria” muito superior à “sabedoria” grega.
O texto instrui a fugir do fracasso e dos juízos (“não elogies ninguém antes de ele falar”).
O texto instrui a fugir do fracasso e dos juízos (“não elogies ninguém antes de ele falar”).
MENSAGEM - Jesus Ben Sira
ensina que a palavra revela claramente o íntimo do coração do homem: não
devemos deixar-nos condicionar pela primeira impressão ou por gestos mais ou
menos teatrais que nada significam: só a palavra expressa a abundância do
coração.
ATUALIZAÇÃO • Fazer
escolhas de pessoas para cargos com base em critérios acidentais ou
interesseiros, ignorando aspetos essenciais. O que é que nos leva a escolher
este e a rejeitar aquele? O aspeto físico? A simpatia? A classe social? Ou pela
competência e pela grandeza do coração?
• Não podemos, pois,
deixar-nos condicionar pela primeira impressão. Um juízo apressado pode
levar-nos a ser injustos e a marginalizar pessoas muito válidas e com um grande
potencial.
SALMO RESPONSORIAL –
Salmo 91 (92)
Como
é bom agradecermos ao Senhor!
• Como é bom agradecermos ao Senhor /
e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! / Anunciar pela manhã vossa
bondade; / e o vosso amor fiel, a noite inteira.
• O justo crescerá como a palmeira, /
florirá igual ao cedro que há no Líbano; / na casa do Senhor estão plantados, /
nos átrios de meu Deus florescerão.
• Mesmo no tempo da velhice darão
frutos, / cheios de seiva e de folhas verdejantes; / e dirão: “É justo mesmo o
Senhor Deus, / meu Rochedo; não existe nele mal!”.
EVANGELHO – Lc 6, 39-45
Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro
cego? Não cairão os dois num buraco? Um discípulo não é maior do que o mestre;
todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que vês tu o cisco no olho
do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes
dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês
a trave no teu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e
então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não existe
árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore
é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas
de plantas espinhosas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu
coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala
do que o coração está cheio”.
AMBIENTE - Jesus
apresenta os elementos fundamentais da existência cristã. Lucas está preocupado
com os “falsos mestres”. O texto de hoje começa com um provérbio (“poderá um
cego guiar outro cego?” – vers. 39) que Mateus coloca num contexto
completamente diferente do de Lucas: enquanto que em Mateus (cf. Mt 15,14) ele
aparece num contexto de crítica aos fariseus, aqui é uma advertência contra os
falsos mestres na comunidade cristã. Provavelmente, Lucas quer pôr a comunidade
de sobreaviso em relação a esses mestres pouco ortodoxos que, na década de 80,
começam a aparecer nas comunidades e cujas doutrinas apresentam desvios sérios
em relação ao essencial da mensagem de Jesus Cristo.
MENSAGEM - Segundo Lucas,
o verdadeiro mestre será sempre um discípulo de Jesus, o mestre por excelência;
e a doutrina apresentada não poderá afastar-se daquilo que Jesus disse e
ensinou. A comunidade deve ter isto presente, a fim de não se deixar conduzir
por caminhos que a afastem do verdadeiro caminho que é Jesus.
Um segundo desenvolvimento, diz respeito ao julgamento dos irmãos (vers. 41-42). Há na comunidade cristã pessoas que se consideram iluminadas, que “nunca se enganam e raramente têm dúvidas”, muito exigentes para com os outros, que não reparam nos seus telhados de vidro quando criticam os irmãos... Apresentam-se muito seguros de si, às vezes com atitudes de autoridade, de orgulho e de prepotência e são incapazes de aplicar a si próprios os mesmos critérios de exigência que aplicam aos outros. Esses são “hipócritas”: o termo não designa só o homem dissimulado, falso, cujos atos não correspondem ao seu pensamento e às suas palavras, mas equivale ao termo aramaico “hanefa” que, no Antigo Testamento, significa, “perverso”, “ímpio”. Pode o verdadeiro discípulo de Jesus ser “perverso” e “ímpio”? Quem não está numa permanente atitude de conversão e de transformação de si próprio não tem qualquer autoridade para criticar os irmãos.
Finalmente, Lucas apresenta o critério para discernir quem é o verdadeiro discípulo de Jesus: é aquele que dá bons frutos. Neste contexto, dá bons frutos quem tem o coração cheio da mensagem de Jesus e a anuncia fielmente; e essa mensagem não pode gerar senão união, fraternidade, partilha, amor, reconciliação. Quando as palavras de um “mestre” geram divisão, tensão, desorientação, confrontação na comunidade, elas revelam um coração cheio de egoísmo, de orgulho, de amor próprio, de autossuficiência: cuidado com esses “mestres”, pois eles não são verdadeiros.
Um segundo desenvolvimento, diz respeito ao julgamento dos irmãos (vers. 41-42). Há na comunidade cristã pessoas que se consideram iluminadas, que “nunca se enganam e raramente têm dúvidas”, muito exigentes para com os outros, que não reparam nos seus telhados de vidro quando criticam os irmãos... Apresentam-se muito seguros de si, às vezes com atitudes de autoridade, de orgulho e de prepotência e são incapazes de aplicar a si próprios os mesmos critérios de exigência que aplicam aos outros. Esses são “hipócritas”: o termo não designa só o homem dissimulado, falso, cujos atos não correspondem ao seu pensamento e às suas palavras, mas equivale ao termo aramaico “hanefa” que, no Antigo Testamento, significa, “perverso”, “ímpio”. Pode o verdadeiro discípulo de Jesus ser “perverso” e “ímpio”? Quem não está numa permanente atitude de conversão e de transformação de si próprio não tem qualquer autoridade para criticar os irmãos.
Finalmente, Lucas apresenta o critério para discernir quem é o verdadeiro discípulo de Jesus: é aquele que dá bons frutos. Neste contexto, dá bons frutos quem tem o coração cheio da mensagem de Jesus e a anuncia fielmente; e essa mensagem não pode gerar senão união, fraternidade, partilha, amor, reconciliação. Quando as palavras de um “mestre” geram divisão, tensão, desorientação, confrontação na comunidade, elas revelam um coração cheio de egoísmo, de orgulho, de amor próprio, de autossuficiência: cuidado com esses “mestres”, pois eles não são verdadeiros.
ATUALIZAÇÃO • Todos nós somos
chamados a dar testemunho da nossa fé e da proposta de Jesus. Trata-se, portanto,
de uma reflexão sobre a verdade ou a mentira do nosso testemunho. Como é o
nosso testemunho? Identifica-se com a proposta de Cristo?
• Pode acontecer que a
radicalidade do Evangelho de Jesus seja viciada pela nossa tendência em
“suavizar”, “atenuar”, “adaptar”, de forma a que a mensagem seja mais
consensual, menos radical, mais contemporizadora... Não estaremos, assim, a
retirar à proposta de Jesus a sua capacidade transformadora e a escolher um
caminho de facilidade?
• Também pode acontecer
que anunciemos as nossas teorias e as nossas perspectivas, em lugar de anunciar
Jesus e as suas propostas. Mais grave ainda: é possível atribuir a Jesus
mandamentos e exigências que desvirtuam totalmente o sentido global das
propostas que Jesus fez. Isso constitui uma grave perversão do Evangelho; e daí
resulta, tantas vezes, opressão, medo, escravatura, em nome de Jesus. Isto tem
acontecido, com frequência, ao longo da história da Igreja... É preciso, pois,
um permanente confronto do nosso anúncio com o Evangelho e com o sentir da
Igreja, a fim de que anunciemos Jesus e não traiamos a verdade da sua proposta
libertadora.
• Podemos também correr o
risco de deixar que o sentimento da nossa importância nos suba à cabeça; então,
tornamo-nos arrogantes, exigentes, intolerantes, convencidos de que somos os
únicos senhores da verdade. Com alguma frequência ouvem-se nas nossas
comunidades cristãs frases como “aqui quem manda sou eu” ou “eu é que
sei; tu não sabes nada disto”. Sempre que isso acontecer, convém
interrogarmo-nos acerca da forma como estamos exercendo o nosso serviço à
comunidade: estaremos a veicular a proposta de Jesus?
• A história da trave e
do cisco convida-nos a refletir sobre a hipocrisia... É fácil reparar nas
falhas dos outros e é difícil utilizar os mesmos critérios de exigência quando
estão em causa as nossas pequenas e grandes falhas... Somos tão exigentes
conosco como somos com os outros? Temos consciência da nossa necessidade
permanente de conversão e de transformação?
LEITURA II – 1 Cor 15,
54-58
Leitura da Primeira Carta
de Paulo aos Coríntios
Irmãos,
quando este ser corruptível estiver vestido de incorruptibilidade e este ser
mortal estiver vestido de imortalidade, então estará cumprida a palavra da
Escritura: “A morte foi tragada pela vitória. Ó morte, onde está a tua vitória?
Onde está o teu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado
é a lei. Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória pelo Senhor nosso,
Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis,
empenhando-vos cada vez mais na obra do Senhor, certos de que vossas fadigas
não são em vão, no Senhor.
AMBIENTE - Este texto
conclui a catequese nos quatro últimos domingos sobre a ressurreição.
Consultado pelos coríntios – preocupados com a aparente impossibilidade de o
corpo, sensual e material, ter acesso à vida plena com Deus – acerca da
ressurreição, Paulo desenvolve a sua catequese sobre essa questão polêmica.
MENSAGEM - No final da
catequese, Paulo registra que a morte perdeu para sempre o seu poder. Tanto em
relação a Cristo, como em relação aos cristãos, não é o “como” da ressurreição
que interessa, mas o fato em si. Para isso, recorre a textos bíblicos de Isaías
(cf. Is 25, 8) e Oseias (cf. Os 13, 14), ainda que evocados com bastante
liberdade: “a morte foi absorvida na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória?
Ó morte, onde está o teu aguilhão?” (1 Cor 15 ,54-55). O pecado, a escravidão,
o egoísmo, a violência, o ódio, aliados da morte não terão, a partir de agora,
qualquer poder sobre o homem: a ressurreição de Cristo libertou todos os
crentes do medo da morte, pois demonstrou que não há morte para quem luta por
um mundo de justiça, de amor e de paz. O cântico de triunfo leva como
acompanhamento obrigatório uma ação de graças a Deus pois é Ele, o Senhor da
vida, “que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 15, 57).
A última palavra de Paulo é para convidar os coríntios – e os crentes de todas as épocas – a permanecer “firmes e inabaláveis, cada vez mais diligentes na obra do Senhor” (1 Cor 15, 58). É um convite a não projetarmos a ressurreição apenas num mundo futuro, mas a trabalharmos cada dia para que a ressurreição (como libertação do pecado, do egoísmo, da exploração e da morte) se vá tornando uma realidade viva na história da nossa existência. Isto implica, evidentemente, não cruzar os braços numa passividade que aliena, mas empenharmo-nos verdadeiramente numa efetiva transformação que traga vida nova ao homem e ao mundo.
A última palavra de Paulo é para convidar os coríntios – e os crentes de todas as épocas – a permanecer “firmes e inabaláveis, cada vez mais diligentes na obra do Senhor” (1 Cor 15, 58). É um convite a não projetarmos a ressurreição apenas num mundo futuro, mas a trabalharmos cada dia para que a ressurreição (como libertação do pecado, do egoísmo, da exploração e da morte) se vá tornando uma realidade viva na história da nossa existência. Isto implica, evidentemente, não cruzar os braços numa passividade que aliena, mas empenharmo-nos verdadeiramente numa efetiva transformação que traga vida nova ao homem e ao mundo.
ATUALIZAÇÃO • A
ressurreição de Cristo garante-nos que o nosso Deus é o Senhor da vida. Assim,
percorremos o nosso caminho neste mundo com total serenidade e confiança:
sabemos que Deus está ao nosso lado sempre, vigiando – como uma mãe que cuida
do seu bebé; e que, quando chegar a última fronteira, o nosso último fechar de
olhos, a nossa saída deste mundo ou entrada no outro, também então podemos
estar tranquilos, porque o nosso Deus/mãe continua vigilante. Ele é o Deus da
vida, que nos garante a plenitude da vida.
• Sabemos que o mundo
novo que nos espera começa já a realizar-se nesta terra e que é preciso fazê-lo
aparecer todos os dias, em cada um dos nossos gestos. Acreditar na ressurreição
é, assim, empenhar-se na construção de um mundo mais humano e mais fraterno,
procurando eliminar as forças do egoísmo, do pecado e da morte que impedem, já
nesta terra, a vida em plenitude. Por isso o Concílio Vaticano II diz: “a
Igreja ensina que a importância das tarefas terrenas não é diminuída pela
esperança escatológica, mas que esta antes reforça com novos motivos a sua
execução” (Gaudium et Spes, 21).
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Nós precisamos muito mais de pessoas que
vivem corretamente do que de pessoas que falam bonito.
Um dia, numa reunião da pastoral
familiar, o coordenador disse, em claro e bom tom, para as dezenas de pais e
mães ali presentes: “Não mandem seus filhos para a igreja!”
Os casais ficaram assustados, mas o coordenador fingiu não perceber e, na sua mensagem, minutos depois repetiu a mesma frase: “Não mandem seus filhos para a igreja!”
Na terceira vez que ele falou, um pai protestou: “Eu não estou entendendo! A gente se esforça tanto para mandar os filhos para a igreja, agora você vem falar isso!”
O coordenador olhou compreensivamente para o pai aflito e explicou: “Fulano, eu também estou interessado em que as crianças e jovens participem da igreja. Mas não adianta nada você manda-los para a Missa, e ficar em casa. O certo é trazê-los à igreja, isto é, vir com eles, e não simplesmente manda-los”.
Todos bateram palmas para o coordenador, parabenizando-o pela forma criativa que usou para transmitir um recado tão importante.
Se os pais mandam, os filhos obedecem enquanto pequenos, mas na adolescência começam a ficar rebeldes, porque a inteligência se desenvolve e querem fazer o que é bom e não simplesmente porque foi mandado. E o que é bom para os filhos é aquilo que os pais fazem, não o que dizem.
Maria Santíssima é a Rainha dos educadores, pois educou o nosso grande educador, Jesus Cristo. Que ela nos ajude a tirar todas as traves dos nossos olhos. Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?
Os casais ficaram assustados, mas o coordenador fingiu não perceber e, na sua mensagem, minutos depois repetiu a mesma frase: “Não mandem seus filhos para a igreja!”
Na terceira vez que ele falou, um pai protestou: “Eu não estou entendendo! A gente se esforça tanto para mandar os filhos para a igreja, agora você vem falar isso!”
O coordenador olhou compreensivamente para o pai aflito e explicou: “Fulano, eu também estou interessado em que as crianças e jovens participem da igreja. Mas não adianta nada você manda-los para a Missa, e ficar em casa. O certo é trazê-los à igreja, isto é, vir com eles, e não simplesmente manda-los”.
Todos bateram palmas para o coordenador, parabenizando-o pela forma criativa que usou para transmitir um recado tão importante.
Se os pais mandam, os filhos obedecem enquanto pequenos, mas na adolescência começam a ficar rebeldes, porque a inteligência se desenvolve e querem fazer o que é bom e não simplesmente porque foi mandado. E o que é bom para os filhos é aquilo que os pais fazem, não o que dizem.
Maria Santíssima é a Rainha dos educadores, pois educou o nosso grande educador, Jesus Cristo. Que ela nos ajude a tirar todas as traves dos nossos olhos. Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?
Meditatio: Paulo tem consciência de ser um
“agraciado” de Deus, um que foi arrancado à força do caminho da perdição, um
que foi salvo por misericórdia de Deus. A sua vida deu uma grande volta, não
pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo. Por isso, não tem ilusões, não
se julga melhor que os outros.
A consciência de que todos fomos salvos por puro amor misericordioso de Deus, não nos permite armar-nos em guias dos outros, ou em pretensos “oftalmologistas” sempre prontos a reparar no argueiro que está na vista dos outros, e a querer retirá-lo. A consciência de que todos fomos gratuitamente salvos por Deus, ajuda-nos a viver como irmãos, a viver animados por reta intenção, a procurar sinceramente a vontade do Senhor. Se assim não, seremos cegos a guiar outros cegos, caindo todos na mesma cova. O nosso guia é, unicamente, Aquele que amorosa e gratuitamente nos salvou. É nele, é na sua palavra que havemos de procurar luz, e não nas nossas limitadas opiniões humanas. É à volta dele que havemos de nos reunir. E, então, «Ele estará no meio de nós» (cf. Mt 18, 20).
Mas Jesus avisa-nos sobre outro perigo muito comum, que é a tendência para criticarmos os outros, sem nos darmos conta dos nossos próprios defeitos: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?» (v. 41). Na verdade, com frequência, temos o costume de criticar os outros, de ver o que neles não está bem, de ver o mal que há no mundo. É mais raro pôr-nos a considerar os nossos defeitos, pensando que, com eles, nos tornamos pesados para os outros, tornamos difícil o seu caminho e que, a primeira coisa que deveríamos fazer, era olhar para nós mesmos.
Mas, se de fato, olharmos para os nossos próprios defeitos, procurando corrigi-los, então, poderemos ajudar os outros. Hão-de compreender que há em nós um coração realmente fraterno, cheio de verdadeiro amor, e não de orgulho ou de ressentimento.
Também neste capítulo, é útil o conselho do bom Papa João XXIII: «Ver tudo, calar muito, corrigir pouco» e, antes de corrigir, rezar. Peçamos, sobretudo, um coração semelhante ao do Senhor, um coração manso e humilde, um coração movido pelo amor.
A consciência de que todos fomos salvos por puro amor misericordioso de Deus, não nos permite armar-nos em guias dos outros, ou em pretensos “oftalmologistas” sempre prontos a reparar no argueiro que está na vista dos outros, e a querer retirá-lo. A consciência de que todos fomos gratuitamente salvos por Deus, ajuda-nos a viver como irmãos, a viver animados por reta intenção, a procurar sinceramente a vontade do Senhor. Se assim não, seremos cegos a guiar outros cegos, caindo todos na mesma cova. O nosso guia é, unicamente, Aquele que amorosa e gratuitamente nos salvou. É nele, é na sua palavra que havemos de procurar luz, e não nas nossas limitadas opiniões humanas. É à volta dele que havemos de nos reunir. E, então, «Ele estará no meio de nós» (cf. Mt 18, 20).
Mas Jesus avisa-nos sobre outro perigo muito comum, que é a tendência para criticarmos os outros, sem nos darmos conta dos nossos próprios defeitos: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não reparas na trave que está na tua própria vista?» (v. 41). Na verdade, com frequência, temos o costume de criticar os outros, de ver o que neles não está bem, de ver o mal que há no mundo. É mais raro pôr-nos a considerar os nossos defeitos, pensando que, com eles, nos tornamos pesados para os outros, tornamos difícil o seu caminho e que, a primeira coisa que deveríamos fazer, era olhar para nós mesmos.
Mas, se de fato, olharmos para os nossos próprios defeitos, procurando corrigi-los, então, poderemos ajudar os outros. Hão-de compreender que há em nós um coração realmente fraterno, cheio de verdadeiro amor, e não de orgulho ou de ressentimento.
Também neste capítulo, é útil o conselho do bom Papa João XXIII: «Ver tudo, calar muito, corrigir pouco» e, antes de corrigir, rezar. Peçamos, sobretudo, um coração semelhante ao do Senhor, um coração manso e humilde, um coração movido pelo amor.
É isso que o evangelho combate, alguém
sentir-me melhor do que o outro e querer corrigi-lo com uma lição de moral,
aliás, por trás de todo moralista sempre há um grande vigarista. Os Fariseus
eram separados dos demais, por se julgarem superiores e justos, não perdiam a
ocasião de chamar a atenção de outros membros da comunidade, mas não era uma
correção fraterna, era uma chamada de atenção feita com arrogância e
prepotência, feita de cima para baixo.
Julgavam-se conhecedores profundos do
caminho a ser percorrido, mas diante da Verdade de Jesus Cristo, eram
verdadeiros cegos que nada viam nem queriam ver. Querem ensinar o caminho da
Lei, da Prática Religiosa e de todos os preceitos, e o mais grave, não admitem
sua cegueira...
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