4º DOMINGO DA PÁSCOA 2019 (Adaptado pelo diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema:
Domingo do Bom
Pastor. “As minhas ovelhas
escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.”
Evangelho: Cristo, o Bom Pastor, traz
vida plena às ovelhas do seu rebanho; as ovelhas são convidadas a escutar o
Pastor, a acolher a sua proposta e a segui-lo.
Primeira leitura: propõe-nos
duas atitudes: “ovelhas” cheias de autossuficiência, e ovelhas dispostas a arriscar
segui-lo até às pastagens da vida abundante.
Segunda leitura: a
meta final do rebanho que seguiu Jesus: a vida total, de felicidade sem fim.
PRIMEIRA LEITURA (At 13,14.43-52)
Leitura dos Atos dos Apóstolos. Naqueles dias, Paulo e
Barnabé, partindo de Perge, chegaram a Antioquia da Pisídia. E, entrando na
sinagoga em dia de sábado, sentaram-se. Muitos judeus e pessoas piedosas
convertidas ao judaísmo seguiram Paulo e Barnabé. Conversando com eles, os dois
insistiam para que continuassem fiéis à graça de Deus. No sábado seguinte,
quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra de Deus. Ao verem aquela
multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e, com blasfêmias, opunham-se ao
que Paulo dizia. Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: “Era
preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos
considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos dirigir-nos aos pagãos.
Porque esta é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te coloquei como luz para as
nações, para que leves a salvação até os confins da terra”’. Os pagãos ficaram
muito contentes, quando ouviram isso, e glorificavam a palavra do Senhor. Todos
os que eram destinados à vida eterna abraçaram a fé. Desse modo, a palavra do
Senhor espalhava-se por toda a região. Mas os judeus instigaram as mulheres
ricas e religiosas, assim como os homens influentes da cidade, provocaram uma
perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Então os
apóstolos sacudiram contra eles a poeira dos pés e foram para a cidade de
Icônio. Os discípulos, porém, ficaram cheios de alegria e do Espírito Santo.
AMBIENTE - Os “Atos dos Apóstolos” apresentam o
“caminho” da Igreja no mundo greco-romano.
MENSAGEM - O texto põe duas opções: os da sua autossuficiência
e aqueles que responderam com alegria à proposta libertadora. A Boa Nova de
Jesus é dirigida a todos.
ATUALIZAÇÃO
♦ Os judeus representam os que se acomodam a uma religião, feita
de hábitos, de devoções, de ritos.
♦ Os pagãos representam aqueles que estão abertos à novidade de
Deus e se deixam questionar. Eles procuram novos caminhos, ainda que seja um
caminho de cruz e de perseguição.
EVANGELHO (Jo 10, 27-30) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus: “As minhas ovelhas escutam
a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou lhes a vida eterna e elas
jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu
estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu
e o Pai somos um”.
AMBIENTE - A imagem do Bom Pastor está em
Ezequiel 34, que fala aos exilados na
Babilônia. Ezequiel
diz que os líderes de Israel foram falsos pastores e conduziram o Povo para a
desgraça; mas o próprio Deus porá à frente do seu Povo um Bom Pastor (Messias),
que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida.
MENSAGEM - A missão desse Pastor (Cristo) é dar
vida às ovelhas. Como? Tornando-os filhos de Deus. Os que aceitam a
proposta de Jesus não se perderão, pois Jesus vence a morte e Jesus está
disposto a defender os seus até dar a própria vida por eles. As ovelhas (os
discípulos), por sua vez, têm de escutar a voz do Pastor e segui-lo.
Isto significa que fazer parte do rebanho de Jesus é aderir a Ele,
escutar as suas propostas, comprometer-se com Ele no amor e doação ao Pai e aos
homens.
ATUALIZAÇÃO ♦ Para os cristãos, o Pastor é Cristo e
Ele nos conduz para as “pastagens verdadeiras”, onde encontramos vida em
plenitude.
♦ As “ovelhas” de Jesus têm de “escutar a voz” do Pastor e
segui-lo… Isso significa, percorrer o mesmo caminho de Jesus nos projetos de
Deus e no amor e de serviço aos irmãos.
SEGUNDA LEITURA (Ap
7,9.14b-17) Livro do Apocalipse de São João.
Eu, João, vi uma multidão imensa de gente de todas as
nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé
diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão.
Então um dos anciãos me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação.
Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro. Por isso, estão
diante do trono de Deus e lhe prestam culto, dia e noite, no seu templo. E
aquele que está sentado no trono os abrigará na sua tenda. Nunca mais terão
fome, nem sede. Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente. Porque o
Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes
da água da vida. E Deus enxugará as lágrimas de seus olhos”.
AMBIENTE - Aos mártires, o autor do “Apocalipse”
descreve o que vai resultar da intervenção de Deus: a libertação definitiva, a
vida em plenitude...
MENSAGEM - Uma multidão está de pé, aclamam com
palmas; São os que “vieram da grande tribulação e que branquearam as vestes no
sangue do cordeiro”, isto é, que suportaram a perseguição e alcançaram a
libertação definitiva, foram acolhidos na “tenda” de Deus; aí, Cristo
ressuscitado, sentado no trono, é o pastor deste novo Povo, e que o conduz para
“as fontes de águas vivas” – isto é, à plenitude dos bens.
ATUALIZAÇÃO ♦ É uma mensagem de esperança e vida
plena. Se aceitarmos a proposta de Jesus e seguirmos atrás d’Ele no caminho do
amor chegaremos à felicidade plena.
Que imagem impressionante: um cordeiro que é pastor que dá vida às
ovelhas. Pois bem, Jesus afirmou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida
pelas suas ovelhas”. Cristo nos dá a vida porque morre por nós, por nós entrega
sua vida humana: um pastor que ama o seu rebanho: “As minhas ovelhas escutam a
minha voz, eu as conheço e elas me seguem”. Num segundo sentido, Cristo dá a
vida porque transmite às ovelhas a vida divina, a vida eterna, a vida
glorificada que ele recebeu do Pai na Ressurreição: “Eu dou-lhes a vida eterna
e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão!” Que
afirmação bonita! Nosso Pastor imolado, dá-nos a vida eterna!
Esta vida, que o Cordeiro-Pastor nos prepara, é para todos, é em
abundância. É preciso anunciá-la ao mundo
“Quem vem a mim nunca mais terá
fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Vivamos fielmente os
combates do presente, deixemo-nos guiar pelo Bom Pastor, lavemos nossas vestes
no sangue do Cordeiro e sejamos herdeiros da vida que ele nos prepara. Ele,
bendito pelos séculos dos séculos. Amém
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O Bom Pastor
O
4o Domingo de Páscoa é conhecido como o "Domingo do Bom Pastor "
porque todos os anos a Liturgia propõe uma passagem do capítulo 10o
de João, na qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor".
PASTOR é aquele que
vai à frente do rebanho para indicar o caminho, que conduz às pastagens e às
nascentes de água.
No Antigo Testamento essa imagem
era muito familiar ao povo judeu.
Muitos líderes foram pastores: Jacó,
Moisés, Davi...
Frequentemente Israel é comparado a um
rebanho, do qual Deus é o Pastor.
Ezequiel afirma que o próprio Deus
assumirá a condução do seu povo.
Ele porá à sua frente um Bom Pastor, que
o livrará da escravidão e o conduzirá à vida. Essa promessa se cumpre em Jesus.
A 1ª Leitura narra a 1ª viagem
apostólica de Paulo e Barnabé.
Diante da recusa dos judeus, abrem o
rebanho de Cristo aos gentios. (At
13,14.43-52)
Diante da proposta cristã, surgem duas
reações bem diversas:
- Os JUDEUS pensam ter o monopólio de Deus e da Verdade: são ovelhas
fechadas, que ficam indiferentes às propostas cristãs;
- Os PAGÃOS respondem com alegria e entusiasmo: são ovelhas atentas à
voz do Pastor e dispostas a segui-lo.
* Representam os "praticantes"
acomodados, que tem medo da novidade de Deus, e os "afastados" na
caminhada da fé, mas abertos à novidade de Deus...
Na 2ª Leitura, Cristo, o
Cordeiro pascal, vencedor da morte, é o Pastor que conduz o seu povo às fontes de água viva. (Ap
7,9.14b-17)
No Evangelho, Cristo se
apresenta como o "BOM PASTOR".
(Jo 10,27-30)
O texto é uma Catequese sobre a Missão
de Jesus: consiste em conduzir os homens às pastagens verdejantes e às
fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.
Na Parábola, vemos DUAS ATITUDES:
1.
A Atitude do Pastor (Cristo):
- "Dá a vida pelas
ovelhas..."
- conhece: "Eu conheço as minhas ovelhas..."
- cuida delas: "Jamais se perderão, ninguém vai
arrancá-las de minhas mãos"
* Muitos ficam perturbados diante das
falhas de representantes da Igreja... das crises e confusões, que percebem nas
comunidades.
A Igreja não está confiada apenas nas mãos de pastores humanos...
Estes são apenas instrumentos, necessários e imperfeitos, do único
pastor que guia a Igreja e que nos garante: "Eu mesmo dou a vida para elas, e
ninguém vai arrancá-las de minhas mãos..."
Quem
são os "Verdadeiros Pastores"?
Hoje muitos se apresentam como Pastores,
prometendo vida, conforto, felicidade...
- Em quem devemos confiar? Quem são os
"verdadeiros Pastores"?
- CRISTO:
É o único Pastor dos cristãos, da Igreja, na qual os demais pastores são apenas
instrumentos.
- Pessoas que presidem e animam
nossas comunidades cristãs: Bispos, Padres, Diáconos, Ministros... apesar
dos seus limites e imperfeições; mas o único Pastor, que devemos a escutar e a
seguir sem condições, é Cristo.
- Pessoas que ensinam a mensagem de
Cristo:
. Os pais, os
mestres, os Catequistas...
. Os companheiros de trabalho
que se comportam com honestidade,
. A mãe, que marcada pela
dor, tudo suporta com paciência e com amor,
. O Pai que educa o filho
para o perdão, para a reconciliação, para a partilha...
Características
do Bom Pastor:
O BOM PASTOR... abre caminho... conhece suas ovelhas... é providente...
vigia as ovelhas e as cura...
deseja
salvar todo o rebanho; é missionário... é coração.... O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas...
2. A Atitude das OVELHAS:
- Elas ESCUTAM: Supõe... alegre adesão
ao conteúdo do que se escuta,
a obediência à
pessoa que fala,
a escolha de vida
daquele que se dirige a nós...
- Elas CONHECEM: Envolve toda a pessoa humana (mente, coração, vontade), deixando-se transformar pela sua voz no
caminho da vida;
- Elas SEGUEM: Cristo torna-se o único guia de sua vida...
Quem
são as ovelhas desse Rebanho?
- Só os que foram batizados e estão
associados a uma paróquia?
Só os que frequentam regularmente a igreja?
- São todas as pessoas que ESCUTAM A SUA
VOZ e O SEGUEM...
Pode ser discípulo do bom Pastor também aquele que, embora não conheça
Cristo, se sacrifica pelo pobre, pratica a justiça, a fraternidade, a partilha
dos bens, a hospitalidade, a fidelidade, a sinceridade, a recusa à violência, o
perdão aos inimigos, o compromisso com a paz.
53º Dia
Mundial de Oração pelas Vocações:
Com o tema «A
Igreja, mãe de vocações» o Papa exorta
todos os fiéis a assumirem as suas responsabilidades no cuidado e discernimento
vocacionais. "Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do
Jubileu da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja!".
"A Igreja é a casa da misericórdia e também a «terra» onde a vocação
germina, cresce e dá fruto".
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe.
Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, hoje, a Igreja celebra o domingo do Bom Pastor e
convida-nos a rezar pelas vocações. É o quinquagésimo
domingo que celebramos pelas vocações. Se fizermos as contas, coincide com o
Concílio Vaticano II. De fato, no Concílio vaticano II toda a Igreja reunida se
deu conta de que somos chamados a sermos pastores. Na Igreja católica o padre
não é conhecido como pastor, enquanto nas igrejas cristãs, não católicas, o
líder espiritual é chamado de pastor. O Concílio Vaticano II ajudou-nos a
compreender, que todos nós somos
pastores e porque não dizer também pastoras. Na medida em que sou chamado a
dar a vida pelo irmão, eu me torno parecido com Jesus. Se quisermos, Jesus é o
único, o grande, o Bom Pastor. É
evidente, que Ele é o Bom Pastor, enquanto os outros são chamados apenas de
pastores. Jesus é chamado o Bom Pastor, porque o pastor, normalmente, vive da vida das ovelhas. Ele cuida das
ovelhas, faz as ovelhas ganhar peso, depois comercializa as ovelhas,
normalmente as ovelhas vão para o abate e ele fica com o dinheiro da venda ou
ele mesmo abate a ovelha para o seu alimento, seu consumo. Isto é a prática
normal de quem é pastor. Jesus é o BOM
PASTOR. Ele cuida da ovelha, quando ela ganha peso, ao invés de comercializá-la
ou abatê-la, Ele é que entrega a sua vida pela ovelha. Neste sentido, Ele
se diferencia dos outros pastores. Jesus é aquele que nos resgatou da
escravidão com o seu Sangue. Jesus é aquele que se colocou no lugar da ovelha,
por isso, Ele é o cordeiro para o
sacrifício da salvação. Jesus é o cordeiro imolado. Ele se coloca no lugar
daquele cordeiro para servir de alimento para todas as pessoas. Por isso, inspirado no exemplo e na prática de Jesus,
cada um de nós é chamado a ser este pastor. Por isso, todos nós somos
pastores uns dos outros. É evidente, que a Igreja se vê como Pastora do mundo.
Por isso, a Igreja vai nos falar na “Lumen gentium”, a Igreja como luz para o
mundo, luz para os povos. Igreja que
ajuda a cada pessoa a descobrir o caminho que leva à vida e vida em abundância.
É assim, que compreendemos o povo de Deus. Claro,
que o povo de Deus terá a sua hierarquia. Nós temos o papa como um grande
sinal para todos, o bispo como líder no pastoreio, para conduzir as ovelhas, o
presbítero (padre) para ser esta extensão do bispo, os Diáconos para serem os
auxiliares do bispo e os leigos para ser
a presença da Igreja no mundo. O próprio Concílio vai dizer; para ser a
extensão dos braços do presbítero. Assim como o presbítero (padre) santifica a
todos dentro da assembleia, os leigos devem
santificar o mundo dentro do seu trabalho, da convivência, assim por
diante. Esta é a visão da Igreja a partir do Concílio Vaticano II.
Tem algo especial, que eu gostaria de
chamar a atenção: está aqui no livro do Apocalipse: Eu, João, vi uma
multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que
ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam
vestes brancas e traziam palmas na mão. Então um dos anciãos me disse: “Esses
são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no
sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de Deus e lhe prestam
culto, dia e noite, no seu templo.
Ser pastor, ser luz
para os povos, não é tão simples. Muitas
vezes, acabamos enfrentando tribulações. A nossa Igreja foi construída com
o sangue dos mártires, aqueles que enfrentaram a tribulação. Hoje a liturgia nos convida a contemplar
estes que trajam a veste branca alvejada no sangue do Cordeiro, com palmas nas
mãos. Isto que nós chamamos SANTOS, que tantas outras igrejas não católicas não
aceitam. Está aqui na Bíblia; eles são os santos. Se nós os homenageamos,
não é que para nós eles são deuses; não há outro Deus que não seja o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, Deus único em três pessoas. Não. Nós os homenageamos porque eles merecem nosso reconhecimento. Eles tiveram coragem de entregar o seu
sangue, coisa que não sei se todos nós teríamos a mesma coragem. Se, de
fato, eles merecem nossa atenção, merecem o nosso “muito obrigado”, porque é
graças ao testemunho deles, que muitos tomaram coragem e foram transmitindo a
fé até o dia de hoje. Nós não somos tão ingênuos ao ponto de achar que eles tem
poder como deus, mas também não somos ingênuos de achar que eles não
colaboraram com nada. Eles servem para
nós como inspiração, como exemplo. Assim como eles tiveram coragem de
testemunhar a bondade de Deus, porque Deus é bom, é a segurança, que tenhamos
coragem de testemunhar a nossa fé. Por isso, Celebrar o Bom Pastor é reconhecer que Ele soube oferecer um alimento
tão forte, ao ponto das ovelhas não ter medo de se apresentarem ao matadouro. Deus
não quer que ninguém entregue a sua vida, mas, ainda hoje, muitas pessoas,
sobretudo na Ásia, no Oriente, porque são cristãs, têm sido perseguidas. Isto é
importante nós falarmos. Porque, se não homenagearmos nossos mártires, quem
fará isto?
Meus irmãos e irmãs,
temos que ter clareza: a Bíblia diz: “não farás imagem de nenhuma forma”. De
fato, não é para fazer mesmo, porque Deus não tem imagem. Por isso, temos aqui
uma capela bem clara do Santíssimo onde não existe imagem ali, porque ali está
quem nós cremos ser Deus. As imagens
estão no restante da igreja, para lembrarmos das pessoas que foram fiéis a Deus
até a morte. Um exemplo de perseguição foi Paulo e Barnabé. Eles começaram
a pregar o Evangelho e todo mundo correu para impedi-los. Então, quando
encontrarmos dificuldade no caminho, é bom lembrarmos que não é um privilégio
para nós. Outros já enfrentaram as
mesmas dificuldades e, às vezes, com maior intensidade. Aí, é hora de dizer, como vocês santos,
puderam enfrentar tantas controvérsias e perseguições, que nós também podemos
enfrenta-las. Então, poderemos celebrar com maior força e coragem este
Jesus que não abandona o seu povo e este Jesus que está ao nosso lado a todo
momento, sobretudo, nos momentos mais difíceis: “ Eu dei-lhes a vida eterna e eles jamais se perderão”. É isto que nós cremos e é isto que
celebramos ao afirmar a comunhão de todos os santos.
Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André – SP
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Homilia de D.
Henrique Soares da Costa
Uma imagem muito comum neste tempo pascal é aquela do Cordeiro “de pé,
como que imolado” (Ap 5,6). Este Cordeiro, eternamente diante do trono do Pai,
é o Cristo no seu estado de perpétua imolação e glória, de entrega sacrifical e
ao mesmo tempo vitoriosa, por nós. Mas, misteriosamente, este Cordeiro é também
Pastor: “O Cordeiro que está no meio do trono será o seu pastor e os conduzirá
às fontes da água da vida”. Que imagem impressionante: um cordeiro que é pastor
que dá vida às ovelhas. Pois bem, Jesus afirmou: “Eu sou o bom pastor. O bom
pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11). Estejamos atentos: este dar a
vida possui dois sentidos: primeiro:
Cristo nos dá a vida porque morre por nós, por nós entrega sua vida humana:
“Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10,15). É, portanto, um pastor que
ama profundamente o seu rebanho: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as
conheço e elas me seguem”. Num segundo
sentido, Cristo dá a vida porque transmite às ovelhas a vida divina, a vida
eterna, a vida glorificada que ele recebeu do Pai na ressurreição: “Eu dou-lhes
a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha
mão!” Que afirmações estupendas! Nosso Pastor, que por nós se fez Cordeiro
imolado, dá-nos a vida eterna e imperecível, uma vida que nos saciará
eternamente! Cristão, compreende: como é grande, como é concreta, como é
verdadeira a tua esperança, como é certa a tua herança!
Esta vida, que o Cordeiro-Pastor nos prepara, é para todos, é em
abundância. Isto já aparece na primeira leitura: diante da recusa dos judeus
como um todo em acolher o Evangelho da salvação em Jesus, o Apóstolo volta-se
para os pagãos: “Era preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós, judeus.
Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que
vamos dirigir-nos aos pagãos”. E estes, cheios do Espírito Santo, ficaram
cheios de alegria. Eis! A salvação que Cristo nos trouxe, com sua morte e
ressurreição, com seu mistério pascal, é plena, é total e é para todos[1]!
É com estas idéias e sentimentos no coração que devemos, agora,
contemplar a estupenda imagem que o Apocalipse nos apresenta na liturgia de
hoje. Toda a humanidade, “uma multidão imensa de gente de todas as nações,
tribos, povos e línguas, que ninguém podia contar ”… de pé, diante do trono e
do Cordeiro”. Pensemos bem! É toda esta humanidade tão sofrida, de vida tão
frágil, de esperança tão incerta, que é chamada a este momento tão grandioso:
de pé (posição de quem venceu, de quem está vivo) diante do trono de Deus e do
Cordeiro, o Cristo nosso Senhor, Aquele que venceu! Observem que nossa
esperança nada tem de espírito de seita. A salvação não é para um grupinho de
eleitos que excluem os demais farisaicamente! Não! Nunca! Deus quer “que todos
os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Os
cristãos têm o dever de olhar o mundo com amor benevolente. Nós, amados por
Deus em Cristo, não podemos guardar só para nós esse amor e essa salvação: é
preciso anunciá-la, comunicá-la, e com um coração bom, benévolo para com o
mundo: nunca uma atitude de seita, de acusação, de fechamento! Dizer a verdade,
sim; anunciar a verdade, sim; denunciar o erro e o pecado, sim; mas, com uma
atitude de amor e respeito, de benignidade, como o coração do Bom Pastor, que
deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho!
Estes eleitos “trajavam vestes brancas” símbolos da glória, de
vida, da pureza e da imortalidade; “traziam palmas na mão”, símbolo da vitória.
Quem são eles? “São os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as
suas vestes no sangue do Cordeiro”. Que imagem fantástica! É a multidão dos
cristãos de todos os tempos, que perseveraram e vencerão no combate das tribulações
desta vida… às vezes, até à morte! Pensemos: somos nós, se formos fiéis no
combate do Cristo; somos nós, se perseverarmos e guardarmos a fé e a esperança
no Senhor nas lutas e provações desta vida! Estejamos atentos: “lavaram e
alvejaram as vestes no sangue do Cordeiro!” Sangue bendito e precioso, que
lava, que purifica, que alveja! Nenhum de nós chegará diante do trono limpo por
sua própria limpeza, mas sim pelo sangue do Cordeiro que é nosso pastor! “Nunca
mais terão fome, nem sede. Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente”.
Bendito Cordeiro, bendito Pastor, bendito Cristo-Senhor, que nos dá uma vida
tão plena! Ele mesmo nos tinha prometido: “Quem vem a mim nunca mais terá fome
e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Bendito Jesus, que é tão
fiel! “E o Cordeiro, que está no meio do trono, será seu pastor e os conduzirá
às fontes da água da vida”. Aonde nos conduzirá o Pastor? Que lugar é este, com
tanta vida e tanto frescor e consolação? Escutem a Palavra: “Aquele que está
sentado no trono os abrigará na sua tenda… E Deus enxugará as lágrimas de seus
olhos!” Eis, irmãos, aonde o Cristo imolado e ressuscitado nos conduz: à tenda
do coração do Pai, para nos aconchegar, para nos consolar, para nos enxugar as
lágrimas, para nos dar a vida em abundância: “Meu Pai, que me deu estas
ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o
Pai somos uma só coisa!”
É por isso, caríssimos, que a Páscoa de Cristo é também nossa: sua
vitória é penhor da nossa, é certeza de nossa esperança agora e plenitude um
dia. Vivamos fielmente os combates do presente, deixemo-nos guiar pelo Bom
Pastor, lavemos nossas vestes no sangue do Cordeiro e sejamos herdeiros da vida
que ele nos prepara. Ele, bendito pelos séculos dos séculos. Amém
D. Henrique Soares da Costa
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Por: Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos o 53º Dia Mundial de
Oração pelas Vocações, instituído pelo Papa Paulo VI (1964) para que em toda
a Igreja “eleve-se então ao céu a nossa oração: das famílias, das paróquias,
das comunidades religiosas, dos pavilhões dos hospitais, das multidões de
crianças inocentes, a fim de que cresçam as vocações e sejam conformes o
coração de Cristo”. Este pedido do Beato Paulo VI não cria um hiato no tempo
pascal, mas está muito bem inserido nele, pois sempre no IV Domingo da Páscoa
proclamam-se trechos de João 10, a grande revelação que Jesus faz de si
quando afirma: “Eu sou o bom (grego: kalos, belo) pastor” (Jo 10,11.14). E,
sem dúvida alguma, Jesus Bom Pastor é a inspiração e o modelo perfeito para
toda vocação.
Apesar de que no ano C lemos apenas a parte conclusiva desse
longo discurso do Bom Pastor, não podemos prescindir da sua totalidade. As
últimas palavras de Jesus nesse contexto devem ser ouvidas à luz de toda a
sua vida e ensinamento como nos apresenta o IV Evangelho, pois aqui evoca-se
o tema da vida eterna, já anunciada no Prólogo: “Nele estava a vida...” (Jo
1,4), expressão máxima do amor do Pai e finalidade última da fé em Jesus: “O
Pai amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Ao afirmar ser o Bom Pastor, imagem já presente no Antigo
Testamento para falar do agir de Deus na relação com o seu povo (Sl 22; 99;
Jr 23,1; Ez 34; Mq 2,12-13), Jesus não se apresenta apenas como mais um pastor
enviado por Deus, mas deixa claro que Ele mesmo é o Deus que se fez pastor
para dar a vida pelas suas ovelhas. Nessa parte final do discurso do Bom
Pastor, Jesus sublinha um aspecto que, até então, não tinha aparecido na sua
fala, isto é, tanto o Pai como Ele têm as ovelhas em suas mãos e ninguém
poderá arrebatá-las (grego: harpázo, levar violentamente para longe).
Na Tradição Bíblica, “ter nas mãos” significa ter o domínio
sobre alguém ou alguma coisa, e inumeráveis vezes se diz isso de Deus,
sobretudo quando se trata da sua intervenção no Êxodo: “E fez sair Israel do
meio deles, com mão forte e braço estendido” (Sl 135,11). Portanto, a missão
de Jesus como Pastor não é apenas conduzir as ovelhas para prados verdejantes
ou águas tranquilas, mas colocar a sua vida a serviço do rebanho: “O Bom
Pastor dá (grego: tithemi, colocar à disposição) a vida pelas ovelhas” (Jo
10,11), a fim de libertá-las e, consertando-lhes a vida, “tenham vida, e vida
em abundância” (Jo 10,10). Ainda que para cumprir esta missão, exija-se
perder a vida, esta vida dada pelo rebanho é verdadeira entrega: “Ninguém
arrebata a minha vida, mas eu a dou livremente” (Jo 10,18).
Enquanto os outros pastores levavam o rebanho para algum lugar onde pudessem encontrar comida e bebida para as suas ovelhas, é Jesus mesmo quem caminha à frente de suas ovelhas (Jo 10,4), pois ele é ao mesmo tempo o caminho (Jo 14,6) e o alimento: “Minha carne é verdadeira comida, o meu sangue é verdadeira bebida” (Jo 6,55). Enquanto a comida e a bebida dadas às ovelhas restauravam as suas energias físicas, Jesus, o Pastor que se dá em alimento, concede vida plena ao seu rebanho: “Eu lhes dou a vida eterna e elas jamais perecerão”. Enquanto os pastores precisam de bastão para defender as ovelhas e cajado para apoiar-se, Jesus recebe do Pai tudo o que necessita para impedir que as ovelhas sejam arrebatadas de suas mãos: “Meu Pai, que me deu tudo é maior que todos”. Pois este é projeto de Deus: “Colocar tudo em suas mãos, pois viera de Deus e a Deus voltava” (Jo 13,3), diferentemente do agir dos falsos pastores que têm no coração apenas o projeto mercenário (Judas Iscariotes) que os faz traidores do rebanho: “Vendo o lobo chegar, abandona as ovelhas e vai para longe”. Estes se associam, portanto, aos ladrões do rebanho que “vêm só para roubar, matar e destruir” (Jo 10,10).
Enquanto os pastores, ainda que cuidadosos para com as suas
ovelhas, um dia terão de levá-las para o matadouro, o Pastor Jesus aceita
tornar-se cordeiro para morrer no lugar delas a fim de congregá-las num só
rebanho: “É de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a
nação toda...Profetizou que Jesus iria morrer para congregar na unidade todos
os filhos de Deus dispersos” (Jo 11,51-52). É Ele o cordeiro imolado na cruz,
vítima perfeita e santa cujo osso algum lhe foi quebrado (Jo 19,36),
realizando, deste modo, o definitivo Êxodo.
Assim como os pastores, diante do rebanho ameaçado pelas
intempéries, devem buscar refúgio para o rebanho e ser para ele uma presença
acalentadora, o Pastor Jesus, diante da sua morte iminente e da consequente
dispersão do seu rebanho, assegura ao coração dos seus discípulos que é
preciso crer para atravessar os vales tenebrosos da dúvida e do medo: “Não se
perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14,1).
Os pastores para testemunhar que tinham feito de tudo para
livrar a sua ovelha do perigo deveriam “salvar da boca do leão duas patas ou
um pedaço da orelha” (Am 3,12; Gn 31,39), sinal de que tinham lutado contra
as feras, apesar de não ter conseguido salvar a ovelha; desta forma, se
isentavam da obrigação de ressarcir ao dono do rebanho, a ovelha que fora
morta (Ex 22,12). O Pastor Jesus não se contenta apenas em apresentar ao dono
do rebanho partes de ovelhas dilaceradas pelo inimigo, mas tendo dado a sua
vida, mostra os sinais de seu combate vitorioso: “mãos perfuradas e lado
traspassado” (Jo 20,20), a grande prova de que o inimigo foi destruído e as
ovelhas do seu rebanho salvas. Nem a morte pode arrebatar as ovelhas das mãos
de Jesus, pois ele já as tinha entregue nas mãos do Pai: “Eram teus e os
deste a mim... E tudo o que é meu é teu... a fim de que todos sejam um. Como
tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste” (Jo 17,6.10.21).
Colocar-se diante da figura de Cristo Bom Pastor é reconhecer
a nossa vocação fundamental: estar nas mãos do Pai para aprender a crer na
vida que se torna eterna à medida que se entrega: “Se o grão de trigo que cai
na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto...
Se alguém quer me servir, siga-me” (Jo 12,25-26). Vocacionados a seguir o Bom
Pastor que deu a sua vida, somos chamados ao serviço. O seu rebanho é de
servidores da vida; esta é a maior prova de que são seus autênticos
seguidores, pois escutam a sua voz e não se deixam arrebatar das suas mãos.
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Para a Celebração da
Palavra (Diáconos e
Ministros extraordinários da Palavra):
LOUVOR: (QUANDO
O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR):
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS
GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,
LOUVEMOS AO Pai, dizendo juntos:
T: Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso
Salvador.
- Pai,
nós Vos damos graças pelo Vosso Filho Jesus, que se revelou como Luz das
nações, e pelos Apóstolos, que comunicaram esta Luz, para que a vossa salvação
chegue até aos confins da terra. Nós vos pedimos por todos os batizados da
comunidade.
T: Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso
Salvador.
-Pai, nós vos
bendizemos pela multidão imensa de todas as nações, raças, povos e línguas, que
está diante do vosso trono e diante do Cordeiro: Ajudai-nos para que também nos
unamos ao grande louvor junto a vós na eternidade do céu.
T: Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso
Salvador.
- Pai, bendito e louvado sejais pelo vosso grande amor
por nós. Que o Espírito Santo nos dê força e coragem para enfrentarmos as
dificuldades desta vida e possamos alcançar o vosso Reino para a alegria e
felicidade eterna.
T: Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso
Salvador.
- Pai nosso... A Paz... Eis o Cordeiro...
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