sexta-feira, 5 de julho de 2019

14º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C, homilias, subsídios homiléticos


14º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

SINOPSE:

Tema: somos convidados a tomar consciência de que Deus nos envia a testemunhar o seu Reino.
Na primeira leitura, um profeta anônimo, enviado a proclamar o amor de mãe que Deus tem pelo seu Povo.
No Evangelho Os 72 discípulos de Jesus são enviados ao mundo para continuar a obra libertadora.
Na segunda leitura, Paulo sente-se enviado como testemunha da "Cruz": "Eu me glorio apenas na CRUZ de Cristo".

PRIMEIRA LEITURA (Is 66,10-14c) Leitura do Profeta Isaías.
Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós que a amais;  “Eis que farei correr para ela a paz como um rio.” Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e sereis consolados em Jerusalém. Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos.

AMBIENTE - “Trito-Isaías”. Estamos em Jerusalém, após o Exílio. A população está na miséria; a esperança está em crise… Os profetas apresentam uma mensagem de esperança, a fim de que o Povo confie em Deus.

MENSAGEM - O objetivo do profeta é “consolar” esse Povo sofrido, angustiado, que já perdeu a esperança. Todo o quadro gira à volta da apresentação de Jerusalém como mãe. Depois de dar à luz o seu filho (o povo), a mãe/Jerusalém alimenta-o com um leite abundante. É Deus que está por detrás desta fecundidade que a mãe/cidade dispensa ao filho/povo; é Ele o pai que dá vida abundante e plena, que o acaricia e consola como uma mãe. Daí a alegria.

ATUALIZAÇÃO • Esta proposta de “consolação” vem de Deus através do testemunho profético. É através do profeta que Deus atua no mundo, que consola os corações feridos, que revitaliza a esperança … Todos os crentes são profetas e todos comungam desta missão. • Deus é o pai que dá vida em abundância e a mãe que acaricia e consola. É este Deus de amor que procuramos testemunhar, com palavras e com gestos?
• O medo e a angústia não podem ser os nossos companheiros de viagem, pois Deus nos acompanha, nos acaricia, nos consola e que faz nascer para nós, dia a dia, esse mundo novo de vida plena e abundante.

EVANGELHO (Lc 10,1-12.17-20) Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. ... Os setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”. Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.

AMBIENTE - A história do envio dos 72 discípulos é uma tradição exclusiva de Lucas. Trata-se de uma catequese através da qual Lucas propõe, aos discípulos de todas as épocas, uma reflexão sobre a missão da Igreja pelo mundo.

MENSAGEM - Lucas ensina que o cristão tem de continuar a missão de Jesus, tornando-se testemunha dessa proposta de salvação/libertação que Cristo veio trazer. O número 72 trata-se de um número simbólico, onde se refere à totalidade das nações pagãs que habitam a terra. Significa que a proposta de Jesus é destinada a todos os povos.
Depois, os discípulos foram enviados dois a dois. Trata-se de valor jurídico (cf. Dt 17,6; 19,15); e que o anúncio do é uma tarefa comunitária. Os discípulos são enviados às localidades onde Jesus “devia de ir”. A tarefa dos discípulos não é pregar a sua própria mensagem, mas preparar o caminho de Jesus e dar testemunho d’Ele.
Depois, há um aviso: os discípulos são enviados “como cordeiros para o meio de lobos”. Aqui, expressa a situação do discípulo, frente à hostilidade do mundo. Há uma exigência de pobreza e simplicidade para os discípulos em missão: os discípulos não devem levar consigo nem bolsa, nem alforje, nem sandálias; não devem deter-se a saudar ninguém pelo caminho; também não devem saltar de casa em casa. As indicações de não levar nada para o caminho sugerem que a força do Evangelho não reside nos meios materiais, mas na força libertadora da Palavra; a indicação de não saudar ninguém pelo caminho indica a urgência da missão (nas intermináveis saudações típicas); não devem saltar de casa em casa sugere que a preocupação deve ser à missão e não o encontrar uma hospitalidade mais confortável.
Qual o anúncio? “A paz”. É o anúncio desse mundo novo de fraternidade, de harmonia com Deus e com os outros, de bem-estar, de felicidade. Esse anúncio deve ser complementado por gestos concretos de libertação.
A “queda de Satanás” significa que o reino do mal começa a desfazer-se, em confronto com o Reino de Deus).
Apesar do êxito da missão, Jesus adverte: eles não devem ficar contentes pelo poder que lhes foi confiado, mas sim porque os seus nomes estão “inscritos no céu”.

ATUALIZAÇÃO • Os discípulos são responsáveis pela continuação do projeto de Jesus.
• O ser “cordeiro no meio de lobos” e o não levar “nem bolsa, nem alforje, nem sandálias” sugere que o anúncio do Reino não depende do poder dos instrumentos utilizados
• O “não andeis de casa em casa” sugere que o missionário deve contentar-se com aquilo que põem à sua disposição e viver com simplicidade e sem exigências; a sua prioridade é o anúncio do Reino: tudo o mais é secundário.
• O anúncio do “Reino” não se esgota em palavras, mas deve ser acompanhado de gestos concretos… O missionário tem de mostrar nos seus gestos o amor, o serviço, o perdão, a doação que ele anuncia em palavras (se isso não acontecer, o seu testemunho é oco, hipócrita, incoerente e não convencerá ninguém).

SEGUNDA LEITURA (Gl 6,14-18) Irmãos, quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus.

AMBIENTE - Já dissemos qual a questão: face às exigências dos “judaizantes” (os cristãos, além de acreditar em Cristo, devem cumprir a Lei de Moisés), Paulo considera que só Cristo interessa e que tudo o resto são desnecessários.

MENSAGEM - Para Paulo, o único título de glória que interessa é a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Falar da “cruz de Jesus Cristo” é falar do dom total da vida, da entrega de Si mesmo por amor. Esse (e não a circuncisão) é que é o grande objetivo de Paulo, pois é a morte para o egoísmo e o nascimento para o amor (cumpridos na cruz) que fazem surgir o “Homem Novo”, o “Israel de Deus”, o novo Povo de Deus.
Na identificação do cristão com o Cristo da cruz – amor total – fará surgir um Homem Novo, liberto do egoísmo, capaz de amar sem medida. Esse Homem Novo, imagem de Jesus Cristo, será capaz de superar o pecado e a morte e de chegar à vida plena, à felicidade total.
De resto, o próprio Paulo luta pessoalmente para chegar a esse objetivo. Aliás, ele já leva “no seu corpo as marcas de Jesus”; as marcas do sofrimento por causa do Evangelho mostram que Paulo pertence a Cristo, que é propriedade d’Ele.

ATUALIZAÇÃO • Cada crente é um enviado a testemunhar o Cristo da cruz a todos os homens
• Quais são os nossos títulos de glória: a conta bancária, os diplomas universitários, o estatuto social, o êxito profissional, a visibilidade nas festas? Ou são os gestos de amor, de partilha, de doação, de entrega e as feridas recebidas a lutar pela justiça, pela verdade e pela paz?

A paz é consequência da graça santificante, como a violência, em qualquer das suas manifestações, é consequência do pecado.
A vida do cristão converte-se, então, numa luta alegre por rejeitar o mal e alcançar Cristo. Nessa luta, encontra uma segurança cheia de otimismo, mas quando pactua com o pecado e os seus erros, acaba por perdê-la, e converte-se numa fonte de mal-estar ou de violência para si próprio e para os outros.
Unicamente em Cristo encontraremos a paz de que tanto necessitamos para nós mesmos e para que os que estão mais perto. A presença de Cristo no coração dos seus discípulos é a origem da verdadeira paz, que é riqueza e plenitude, e não simples tranquilidade ou ausência de dificuldades e de luta. São Paulo afirma que o próprio Cristo é a nossa paz (Ef 2,14); possuí-Lo e amá-Lo é a origem de toda a serenidade verdadeira.
Ide! Mas, logo a seguir, o Senhor fala que nós iremos como cordeiros para o meio dos lobos. Quanto perigo! Contudo, não precisamos temer porque vamos bem unidos ao nosso Pastor.


LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
Pres.- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS...
Pres.-  COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa misericórdia.
Pres.- “Pai, nós Vos damos graças pela cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.  A Cruz que era um instrumento de morte, tornou-se para nós a origem de uma nova criação. Nós vos pedimos por todos os nossos irmãos que trazem no seu corpo a marca dos sofrimentos. Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê força e os auxilie em sua caminhada.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa misericórdia.
Pres.- “Senhor, nosso Deus, bendito sejais pelo vosso Filho Jesus, pelos setenta e dois discípulos e todos os missionários que nos revelaram a presença do vosso Reino. Nós vos bendizemos, porque os nossos nomes estão inscritos nos céus. Senhor, nós vos pedimos: que o vosso reino venha, haja paz nas nossas casas! Enviai operários para a vossa seara”.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa misericórdia.
Pres.- Pai, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. São tantos os que receberam o batismo, mas poucos assumem a sua missão de ser anunciador da Boa-nova. Ajudai-nos em nossas fraquezas para possamos cumprir a vossa vontade. Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa misericórdia.
Pres.-  Pai nosso... Eis o Cordeiro de Deus...


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