14º
DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C
SINOPSE:
Tema: somos convidados a tomar consciência de que Deus
nos envia a testemunhar o seu Reino.
Na primeira
leitura, um profeta anônimo, enviado
a proclamar o amor de mãe que Deus tem pelo seu Povo.
No Evangelho Os 72 discípulos de Jesus são enviados ao mundo para
continuar a obra libertadora.
Na segunda
leitura, Paulo sente-se enviado como
testemunha da "Cruz": "Eu
me glorio apenas na CRUZ de Cristo".
PRIMEIRA
LEITURA (Is 66,10-14c)
Leitura do Profeta Isaías.
Alegrai-vos com Jerusalém e exultai com ela todos vós
que a amais; “Eis que farei correr para
ela a paz como um rio.” Sereis amamentados, carregados ao colo e acariciados
sobre os joelhos. Como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei; e
sereis consolados em Jerusalém. Tudo isso haveis de ver e o vosso coração
exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se
manifestará em favor de seus servos.
AMBIENTE - “Trito-Isaías”. Estamos em Jerusalém, após o Exílio. A
população está na miséria; a esperança está em crise… Os profetas apresentam
uma mensagem de esperança, a fim de que o Povo confie em Deus.
MENSAGEM - O objetivo do profeta é “consolar” esse Povo sofrido, angustiado, que já perdeu a esperança. Todo o quadro gira à volta da apresentação de Jerusalém como mãe. Depois de dar à luz o seu filho (o povo), a mãe/Jerusalém alimenta-o com um leite abundante. É Deus que está por detrás desta fecundidade que a mãe/cidade dispensa ao filho/povo; é Ele o pai que dá vida abundante e plena, que o acaricia e consola como uma mãe. Daí a alegria.
ATUALIZAÇÃO • Esta proposta de “consolação” vem de Deus através do
testemunho profético. É através do profeta que Deus atua no mundo, que consola
os corações feridos, que revitaliza a esperança … Todos os crentes são profetas
e todos comungam desta missão. • Deus é o pai que dá vida em abundância e a mãe
que acaricia e consola. É este Deus de amor que procuramos testemunhar, com
palavras e com gestos?
• O medo e a angústia não podem ser os nossos
companheiros de viagem, pois Deus nos acompanha, nos acaricia, nos consola e
que faz nascer para nós, dia a dia, esse mundo novo de vida plena e abundante.
EVANGELHO (Lc 10,1-12.17-20) Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois
discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde
ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são
poucos. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis
bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em
qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’
Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o
trabalhador merece o seu salário. comei do que vos servirem, curai os doentes
que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. ... Os
setenta e dois voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram
por causa do teu nome”. Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um
relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre
toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis
porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes
estão escritos no céu”.
AMBIENTE - A história do envio dos 72 discípulos é uma tradição exclusiva de Lucas. Trata-se de uma catequese através da qual Lucas propõe, aos discípulos de todas as épocas, uma reflexão sobre a missão da Igreja pelo mundo.
MENSAGEM - Lucas ensina que o cristão tem de continuar a missão
de Jesus, tornando-se testemunha dessa proposta de salvação/libertação que
Cristo veio trazer. O número 72 trata-se de um número simbólico, onde se refere
à totalidade das nações pagãs que habitam a terra. Significa que a proposta de
Jesus é destinada a todos os povos.
Depois, os discípulos foram enviados dois a dois.
Trata-se de valor jurídico (cf. Dt 17,6; 19,15); e que o anúncio do é uma
tarefa comunitária. Os discípulos são enviados às localidades onde Jesus “devia
de ir”. A tarefa dos discípulos não é pregar a sua própria mensagem, mas
preparar o caminho de Jesus e dar testemunho d’Ele.
Depois, há um aviso: os discípulos são enviados “como
cordeiros para o meio de lobos”. Aqui, expressa a situação do discípulo, frente
à hostilidade do mundo. Há uma exigência de pobreza e simplicidade para os
discípulos em missão: os discípulos não devem levar consigo nem bolsa, nem alforje,
nem sandálias; não devem deter-se a saudar ninguém pelo caminho; também não
devem saltar de casa em casa. As indicações de não levar nada para o caminho
sugerem que a força do Evangelho não reside nos meios materiais, mas na força
libertadora da Palavra; a indicação de não saudar ninguém pelo caminho indica a
urgência da missão (nas intermináveis saudações típicas); não devem saltar de
casa em casa sugere que a preocupação deve ser à missão e não o encontrar uma
hospitalidade mais confortável.
Qual o anúncio? “A paz”. É o anúncio desse mundo novo
de fraternidade, de harmonia com Deus e com os outros, de bem-estar, de
felicidade. Esse anúncio deve ser complementado por gestos concretos de
libertação.
A “queda de Satanás” significa que o reino do mal
começa a desfazer-se, em confronto com o Reino de Deus).
Apesar do êxito da missão, Jesus adverte: eles não
devem ficar contentes pelo poder que lhes foi confiado, mas sim porque os seus
nomes estão “inscritos no céu”.
ATUALIZAÇÃO • Os discípulos são responsáveis pela continuação do
projeto de Jesus.
• O ser “cordeiro no meio de lobos” e o não levar “nem
bolsa, nem alforje, nem sandálias” sugere que o anúncio do Reino não depende do
poder dos instrumentos utilizados
• O “não andeis de casa em casa” sugere que o missionário
deve contentar-se com aquilo que põem à sua disposição e viver com simplicidade
e sem exigências; a sua prioridade é o anúncio do Reino: tudo o mais é
secundário.
• O anúncio do “Reino” não se esgota em palavras, mas
deve ser acompanhado de gestos concretos… O missionário tem de mostrar nos seus
gestos o amor, o serviço, o perdão, a doação que ele anuncia em palavras (se
isso não acontecer, o seu testemunho é oco, hipócrita, incoerente e não
convencerá ninguém).
SEGUNDA LEITURA (Gl 6,14-18) Irmãos, quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz do Senhor Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo. Doravante, que ninguém me moleste, pois eu trago em meu corpo as marcas de Jesus.
AMBIENTE - Já dissemos qual a questão: face às exigências dos
“judaizantes” (os cristãos, além de acreditar em Cristo, devem cumprir a Lei de
Moisés), Paulo considera que só Cristo interessa e que tudo o resto são
desnecessários.
MENSAGEM - Para Paulo, o único título de glória que interessa é a
cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Falar da “cruz de Jesus Cristo” é falar do
dom total da vida, da entrega de Si mesmo por amor. Esse (e não a circuncisão)
é que é o grande objetivo de Paulo, pois é a morte para o egoísmo e o
nascimento para o amor (cumpridos na cruz) que fazem surgir o “Homem Novo”, o
“Israel de Deus”, o novo Povo de Deus.
Na identificação do cristão com o Cristo da cruz – amor
total – fará surgir um Homem Novo, liberto do egoísmo, capaz de amar sem
medida. Esse Homem Novo, imagem de Jesus Cristo, será capaz de superar o pecado
e a morte e de chegar à vida plena, à felicidade total.
De resto, o próprio Paulo luta pessoalmente para
chegar a esse objetivo. Aliás, ele já leva “no seu corpo as marcas de Jesus”;
as marcas do sofrimento por causa do Evangelho mostram que Paulo pertence a
Cristo, que é propriedade d’Ele.
ATUALIZAÇÃO • Cada crente é um enviado a testemunhar o Cristo da
cruz a todos os homens
• Quais são os nossos títulos de glória: a conta
bancária, os diplomas universitários, o estatuto social, o êxito profissional,
a visibilidade nas festas? Ou são os gestos de amor, de partilha, de doação, de
entrega e as feridas recebidas a lutar pela justiça, pela verdade e pela paz?
A paz é consequência da graça santificante, como a
violência, em qualquer das suas manifestações, é consequência do pecado.
A vida do cristão converte-se, então, numa luta
alegre por rejeitar o mal e alcançar Cristo. Nessa luta, encontra uma segurança
cheia de otimismo, mas quando pactua com o pecado e os seus erros, acaba por
perdê-la, e converte-se numa fonte de mal-estar ou de violência para si próprio
e para os outros.
Unicamente em Cristo encontraremos a paz de que
tanto necessitamos para nós mesmos e para que os que estão mais perto. A
presença de Cristo no coração dos seus discípulos é a origem da verdadeira paz,
que é riqueza e plenitude, e não simples tranquilidade ou ausência de
dificuldades e de luta. São Paulo afirma que o próprio Cristo é a nossa paz (Ef
2,14); possuí-Lo e amá-Lo é a origem de toda a serenidade verdadeira.
Ide! Mas, logo a seguir, o Senhor fala que nós
iremos como cordeiros para o meio dos lobos. Quanto perigo! Contudo, não
precisamos temer porque vamos bem unidos ao nosso Pastor.
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER
SOBRE O ALTAR)
Pres.- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR, O NOSSO DEUS...
Pres.- COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, LOUVEMOS AO
PAI:
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa
misericórdia.
Pres.- “Pai, nós Vos damos graças pela cruz de Nosso Senhor
Jesus Cristo. A Cruz que era um
instrumento de morte, tornou-se para nós a origem de uma nova criação. Nós vos
pedimos por todos os nossos irmãos que trazem no seu corpo a marca dos
sofrimentos. Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê força e os
auxilie em sua caminhada.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa
misericórdia.
Pres.- “Senhor, nosso Deus, bendito sejais pelo vosso Filho
Jesus, pelos setenta e dois discípulos e todos os missionários que nos
revelaram a presença do vosso Reino. Nós vos bendizemos, porque os nossos nomes
estão inscritos nos céus. Senhor, nós vos pedimos: que o vosso reino venha,
haja paz nas nossas casas! Enviai operários para a vossa seara”.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa
misericórdia.
Pres.- Pai, a seara é grande, mas os trabalhadores são
poucos. São tantos os que receberam o batismo, mas poucos assumem a sua missão
de ser anunciador da Boa-nova. Ajudai-nos em nossas fraquezas para possamos
cumprir a vossa vontade. Vinde sempre em nosso auxílio.
T: Pai, grande é o vosso amor e imensa a vossa
misericórdia.
Pres.- Pai nosso...
Eis o Cordeiro de Deus...
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