sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO A, homilias, subsídios homiléticos


2º DOMINGO DO TEMPO COMUM  ANO A 2020

SINOPSE:
Tema: “Em Cristo todos são chamados a ser santos”.
Primeira leitura: O Servo de Jahwéh – a quem Deus elegeu como sinal do projeto libertador.
Evangelho: João apresenta-nos Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro para nos libertar e nos dar o acesso à vida plena.
Segunda leitura: A carta aos coríntios; os batizados são chamados a viver os valores do Reino.

PRIMEIRA LEITURA (Is 49,3.5-6) Leitura do Livro do Profeta Isaías.
O Senhor me disse: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. E agora diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz nas nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.

AMBIENTE - O Deutero-Isaías é um profeta da época do exílio na Babilônia, entre os exilados.  A sua mensagem – de consolação e de esperança – A missão do Servo de Jahwéh cumpre-se no sofrimento e no meio das perseguições; mas do sofrimento do Servo resultará a redenção para o Povo. No fim, o Servo será recompensado por Jahwéh e será exaltado. Aqui, esse Servo seria a figura do Povo de Deus, chamado a ser testemunha de Jahwéh no meio dos outros povos.

MENSAGEM - É Deus que escolhe, chama e envia: Israel existe porque Deus o escolheu entre todos os povos, revelou-lhe o seu rosto, constituiu-o como Povo, libertou-o da escravidão, conduziu-o através do deserto e estabeleceu com ele uma relação especial de comunhão e de aliança.
A eleição e a aliança pressupõem a missão e o testemunho. A missão de “reconduzir Jacob e reunir Israel” a Jahwéh: Israel deve dar testemunho da salvação de Deus, de forma a que a proposta salvadora e libertadora chegue, por intermédio do Servo/Povo aos homens e mulheres de toda a terra.  Aqui afirma-se o jeito de Deus, que age no mundo, salva e liberta recorrendo a instrumentos frágeis.

ATUALIZAÇÃO • Na origem da vocação está Deus: é Ele que elege, chama e confia a cada um uma missão.
• O homem chamado por Deus é uma testemunha e que é um sinal vivo de Deus, dos seus valores e das suas propostas diante dos homens.
• Toda vocação tem origem em Deus, é alimentada por Deus, e de que Deus se serve, muitas vezes, da nossa fragilidade atuar no mundo. Aquilo que fazemos de bom não resulta, portanto, das nossas forças, mas de Deus. O profeta não tem qualquer razão para se encher de orgulho, de vaidade: por detrás de tudo está Deus, e que só Deus é capaz de transformar o mundo, a partir dos nossos pobres gestos e das nossas frágeis forças.

SALMO RESPONSORIAL / Sl 39 (40)
Eu disse: Eis que venho, Senhor, / com prazer faço a vossa vontade!
• Esperando, esperei no Senhor; / e, inclinando-se, ouviu meu clamor. /
Canto novo ele pôs em meus lábios, / um poema em louvor ao Senhor.
• Sacrifício e oblação não quisestes, / mas abristes, Senhor, meus ouvidos; /
não pedistes ofertas nem vítimas, / holocaustos por nossos pecados.
• E então eu vos disse: “Eis que venho!” / Sobre mim está escrito no livro: /
“Com prazer faço a vossa vontade, / guardo em meu coração vossa lei!”
• Boas-novas de vossa justiça / anunciei numa grande assembleia. /
Vós sabeis: não fechei os meus lábios!

EVANGELHO (Jo 1,29-34). Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: ‘Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim’. Também eu não o conhecia, mas, se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. E João deu testemunho dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba, do céu e permanecer sobre ele. Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”.

AMBIENTE - João é o apresentador oficial de Jesus. A catequese sobre Jesus que aqui é feita expressa-se através de duas afirmações com um profundo impacto teológico: Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; e é o Filho de Deus que possui a plenitude do Espírito.

A primeira afirmação (“o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” ) evoca duas imagens tradicionais. Por um lado, evoca a imagem do “servo sofredor”, o cordeiro levado para o matadouro, que assume os pecados do seu Povo e realiza a expiação (cf. Is 52,13-53,12); por outro lado, evoca a imagem do cordeiro pascal, símbolo da ação libertadora de Deus em favor de Israel (cf. Ex 12,1-28). Qualquer uma destas imagens sugere que a pessoa de Jesus está ligada à libertação dos homens.
Ele veio para tirar (“eliminar”) “o pecado do mundo”. A palavra “pecado” aparece, aqui, no singular: não designa os “pecados” dos homens, mas um “pecado” único que oprime a humanidade inteira; esse “pecado” parece ter a ver, no contexto da catequese Joanina, com a recusa da proposta de vida com que Deus quis presentear a humanidade. Deus propôs-se tirar a humanidade da situação de escravidão em que esta se encontra; enviou ao mundo Jesus, com a missão de realizar um novo êxodo, que leve os homens da terra da escravidão para a terra da liberdade.
A segunda afirmação (o “Filho de Deus” que possui a plenitude do Espírito Santo e que batiza no Espírito) completa a anterior. Há aqui vários elementos bem sugestivos: o “cordeiro” é o Filho de Deus; Ele recebeu a plenitude do Espírito; e tem por missão batizar os homens no Espírito.
Dizer que Jesus é o Filho de Deus é dizer que Ele é o Deus que se faz pessoa, que vem ao encontro dos homens, que monta a sua tenda no meio dos homens, a fim de lhes oferecer a plenitude da vida divina. A sua missão consiste em eliminar “o pecado” que torna o homem escravo e que o impede de abrir o coração a Deus.
Dizer que o Espírito desce sobre Jesus e permanece sobre Ele sugere que Jesus possui a plenitude da vida de Deus, toda a sua riqueza, todo o seu amor. Por outro lado, a descida do Espírito sobre Jesus é a sua investidura messiânica, a sua unção (“messias” = “ungido”). O quadro leva-nos aos textos do Deutero-Isaías, onde o “Servo” aparece como o eleito de Jahwéh, sobre quem Deus derramou o seu Espírito (cf. Is 42,1), a quem ungiu e a quem enviou para “anunciar a Boa Nova aos pobres, para curar os corações destroçados, para proclamar a libertação aos cativos, para anunciar aos prisioneiros a liberdade” (Is 61,1-2).
Jesus é, finalmente, aquele que batiza no Espírito Santo. O verbo “batizar” aqui utilizado tem, em grego, duas traduções: “submergir” e “empapar (como a chuva empapa a terra)”; refere-se, em qualquer caso, a um contato total entre a água e o sujeito. A missão de Jesus consiste, portanto, em derramar o Espírito sobre o homem; e o homem que adere a Jesus, “empapado” do Espírito e transformado por essa fonte de vida, abandona a experiência da escuridão (“o pecado”) e alcança o seu pleno desenvolvimento, a plenitude da vida.
: só a partir do encontro com Jesus será possível chegar à vida plena, à meta final do Homem Novo.

ATUALIZAÇÃO • Em primeiro lugar, importa termos consciência de que Deus tem um projeto de salvação para o mundo e para os homens. A história humana não é, portanto, uma história de fracasso, de caminhada sem sentido; mas é uma história onde é preciso ver Deus a conduzir o homem pela mão e a apontar-lhe a realidade feliz do novo céu e da nova terra.
• Jesus, não é apenas um homem bom, é o Deus que Se fez pessoa, que assumiu a nossa humanidade, que trouxe até nós uma proposta objetiva de salvação, oferecendo-nos a vida plena e definitiva. Ele é, agora e sempre, a verdadeira fonte da vida e da liberdade.
• O Pai investiu Jesus de uma missão: eliminar o pecado do mundo. No entanto, o “pecado” continua a enegrecer o nosso horizonte diário, traduzido em guerras, vinganças, terrorismo, exploração, egoísmo, corrupção, injustiça… Jesus falhou?  - Deus propõe ao homem o seu projeto de salvação, mas não impõe nada e respeita absolutamente a liberdade das nossas opções. Ora, muitas vezes, os homens pretendem descobrir a felicidade em caminhos onde ela não está. De resto, é preciso termos consciência de que a nossa humanidade implica um quadro de fragilidade e de limitação e que, portanto, o pecado vai fazer sempre parte da nossa experiência histórica. A libertação plena e definitiva do “pecado” acontecerá só nesse novo céu e nova terra que nos espera para além da nossa caminhada terrena.
• A missão dos seguidores de Jesus consiste em anunciar a vida plena e em lutar contra tudo aquilo que impede a sua concretização na história.

SEGUNDA LEITURA (1Cor 1,1-3) Carta de São Paulo aos Coríntios.
Paulo, chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto: aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos junto com todos o que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

AMBIENTE - No decurso da sua segunda viagem missionária, Paulo chegou a Corinto, depois de atravessar boa parte da Grécia, e ficou por lá cerca 18 meses (anos 50-52). De acordo com At 18,2-4, Paulo começou a trabalhar em casa de Priscila e Áquila, um casal de judeu-cristãos. No sábado, usava da palavra na sinagoga. Mas não tardou a entrar em conflito com os judeus e foi expulso da sinagoga.
Corinto era uma cidade nova e muito próspera. Como resultado da pregação de Paulo, nasceu a comunidade cristã de Corinto. De uma forma geral, a comunidade era viva e fervorosa; no entanto, estava exposta aos perigos de um ambiente corrupto: moral dissoluta, disputas, sedução da sabedoria filosófica de origem pagã que se introduzia na Igreja revestida de um superficial verniz cristão (cf. 1 Cor 1,19-2,10).
Tratava-se de uma comunidade forte e vigorosa, mas que mergulhava as suas raízes em terreno adverso. Na comunidade de Corinto, vemos as dificuldades da fé cristã em inserir-se num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em profunda contradição com a pureza da mensagem evangélica.

MENSAGEM -  Paulo reivindica a sua condição de escolhido por Deus (de apóstolo), sugerindo que está revestido de autoridade para proclamar com plena garantia o Evangelho. A mensagem serve para os cristãos de todas as épocas e de todas as latitudes.
Paulo foi chamado por Deus a ser apóstolo e os coríntios são uma comunidade de chamados à santidade. Deus tem um projeto para os homens e para o mundo. Todos  são chamados a um compromisso com esse projeto.
O que é ser chamado à santidade? No contexto Paulino, os santos são todos aqueles que acolheram a proposta libertadora de Jesus e aceitaram os valores do Evangelho. Os “santos” são os “separados”. 

ATUALIZAÇÃO • Deus chama os homens e as mulheres à santidade.
• Realizar a vocação à santidade significa acolher a proposta libertadora que Deus oferece em Jesus e viver de acordo com os valores do Reino.
• A comunidade dos “chamados à santidade”, é constituída por “todos os que invocam, em qualquer lugar, o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Pe. Joaquim Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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Cordeiro de Deus!

Deus tem um Plano de vida plena para os homens e, ao longo da História, escolhe e envia pessoas,  para a realização desse Plano.
Após o Batismo, em que o céu confirmou a missão de Jesus, João Batista aponta que o CORDEIRO DE DEUS já está presente no meio do Povo.

Na 1ª Leitura, ISAÍAS aponta a Vocação de Israel. (Is 49,3,5-6)

Um misterioso "Servo de Deus" é escolhido por Deus, desde o seio materno, com a missão de dar testemunho da Salvação de Deus a todas as nações:
"Vou fazer de ti a LUZ DAS NAÇÕES  para que a minha Salvação chegue até aos confins da terra ..."
Esse "Servo" é identificado com Israel.
Desde então povo aguardava... a realização da grande esperança...

* A VOCAÇÃO é sempre um Mistério...
- Sua origem é Deus, que escolhe, chama e envia...
- O "vocacionado" é sempre uma Testemunha e um Sinal vivo de Deus, dos seus valores e dos seus projetos diante dos homens...
- A Vocação é alimentada por Deus e, muitas vezes,  Deus se serve de nossa fragilidade para atuar no mundo

Na 2ª leitura, PAULO lembra sua vocação a Apóstolo e a vocação de todos à Santidade, comprometidos com os valores do Reino. (1Cor 1,1-3)

No Evangelho, JOÃO BATISTA aponta Jesus aos discípulos, como o "Cordeiro de Deus". (Jo 1,29-34)

O Evangelho retoma o episódio do Batismo, no qual aparecem duas afirmações sobre QUEM É JESUS:

1. Jesus é "O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo".

* "Cordeiro": Essa expressão lembra duas imagens:
    - O misterioso personagem de que nos fala Isaías (servo sofredor),  que irá ao matadouro como um cordeiro silencioso...   Ele assume os pecados do seu povo e realiza a expiação.
    - O Cordeiro Pascal imolado no Egito:
      O seu sangue, com que ungiram os portais das casas, foi sinal de libertação, de proteção divina e de certeza de salvação...

* "Pecado" (no singular), para João, é a atitude de rejeição a Jesus:
    - Hoje se fala muito de libertação da guerra, da opressão, da fome, do analfabetismo, da doença, da poluição, do desemprego...
    - Não se fala da libertação do pecado, que é a fonte dos demais pecados.

* "Mundo" designa a humanidade que resiste à Salvação.

2. Jesus é o "Filho de Deus", que possui a plenitude do Espírito Santo e que batiza no Espírito.

+ "Eu vi e dei o testemunho..."
O caminho espiritual, percorrido por João Batista, para chegar à descoberta de Jesus como Cordeiro de Deus, é o mesmo que todos os cristãos devem percorrer.

Ele começa dizendo por 2 vezes que "não conhecia Jesus".
- Este é o ponto de partida do caminho espiritual de todos nós:
  No começo, não conhecemos o Mestre.
  Em seguida, algum amigo nos fala dele.
  Reconhecemos que é uma pessoa extraordinária.

Mais adiante, Deus ilumina o Batista com alguns sinais especiais.
Ele abre os olhos por completo e reconhece em Jesus o Filho de Deus:
"Eu vi e dei o testemunho de que este é o Filho de Deus".
- Quando descobrimos Jesus como Luz e Salvador do mundo, sentimos a necessidade de comunicar aos outros a nossa alegria.
  O Batista fala daquilo que viu, os cristãos também deveriam falar somente daquilo que viram e experimentaram.

Deus continua precisando de outros Batistas:
Há muito tempo, os homens estão à procura de Cristo.
E se ainda não o encontraram, talvez seja porque está faltando para eles um João Batista que lhes indique.
E o Batista do tempo de hoje devo ser eu, devemos ser todos nós.

- Todos nós devemos ser testemunhas do evangelho, preparar o encontro dos homens com Cristo.
Em todos nós se esconde um precursor, um João Batista.
É preciso acordá-lo.

- Todos nós devemos indicar ao irmão o Cristo que se aproxima.
Indicar o Cristo, e depois desaparecer... discretamente.

Como João Batista: não sou eu o protagonista desta história.
Ele virá depois de mim. Eu sou apenas uma voz, sou apenas o dedo dele... Depois é preciso que eu desapareça, para que Ele possa aparecer.
Preparar o encontro do homem com Cristo e depois morrer...
Então, a nossa passagem neste mundo não terá sido em vão.

Esta é a missão de todo cristão: preparar o caminho do Senhor e o encontro do homem com Deus,
levantar o dedo e proclamar bem alto:
"Eis aquele que o teu coração está procurando,
 eis aquele que veio para te amar e te salvar!"

                                                 Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, domingo passado chamei a atenção para o batismo de João e o Batismo que fomos batizados. João Batista diz: “Eu batizo com água, mas me foi revelado que Ele vos batizará no Espírito Santo”. Esta é a grande diferença. Hoje João Batista apresenta, de maneira solene, Jesus como o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Não são os pecados, mas O pecado. O que significa que existe um único pecado. O restante é decorrência deste único pecado. Qual seria este pecado? O pecado original. No que consiste o pecado original? Ali, no diálogo entre a serpente e a mulher, nós temos claro; o pecado original ocorre quando o ser humano quer ocupar o lugar de Deus. É verdade que você não pode comer do fruto da árvore? Ela diz: não podemos comer nem tocar, porque o dia que fizermos isto, morreremos. A serpente diz: não é assim. O dia em que comerdes do fruto, os seus olhos se abrirão e serão como deuses. Daí em diante, o ser humano nunca mais se conformou em ser gente. Ele sempre quis ser Deus. Ouvimos sempre: como é que Deus não vê isto, como Deus permite tais coisas? Sinal de que Deus errou e eu tenho a solução para Ele. Por que Deus não mata esta praga? Eu decido quem tem que morrer! Por que Deus fez isto comigo? Olha aí. São frases que mostram o quanto nós disputamos o lugar com Deus. Este é O Pecado. No momento que o ser humano pensou em ser Deus, a primeira atitude dele foi matar o irmão. Pode ver lá no capitulo 3 de Gênesis e depois o capítulo 4 Caim e Abel. É a primeira atitude dele como Deus; matar.

Deus escolheu o povo de Israel para que fosse um sinal para toda a humanidade. Esta é a Primeira Leitura de hoje, onde Isaías diz: você, Israel, é meu servo. Quer dizer; espero que seja um povo diferente dos outros. Mas, não aconteceu assim. Não vamos pensar que Israel é um povo pior que outros povos. Não. Toda a humanidade é a mesma. Qualquer conflito, resolve matar, resolve punir, qualquer que seja a sociedade. Bom, se não é assim, quem será então o servo de Deus? Aí é que vem João Batista dizendo: “É Jesus”. Porque é Ele que traz para cada um de nós a Palavra de Deus COMPLETA e foi apresentado pelo próprio Deus: no seu Batismo o Céu se abre e Deus, diretamente, diz: “Este é meu Filho amado”. Portanto, Jesus é o Servo de Deus. É interessante observar, que Deus nunca deixou de atender as necessidades de seu povo. Mas, muitas vezes, o diálogo foi interrompido entre Deus e o povo, porque o povo deixou de dirigir o seu olhar para Deus. Deus sempre se inclina pra ouvir a oração do necessitado. Isto diz o salmo.
Esperando, esperei no Senhor; / e, inclinando-se, ouviu meu clamor. /
Deus se inclina para ouvir o meu pedido, o meu clamor.
O que é inclinar-se? É o que vamos chamar de graça de Deus. Deus volta sua atenção para o ser humano, porque Ele quer. É gratuito. Ele não espera nada do ser humano, a não ser anunciar a sua justiça. É o Salmo que continua:
 • Boas-novas de vossa justiça / anunciei numa grande assembleia. /
Vós sabeis: não fechei os meus lábios!
Então, veja: eu dirijo a Deus a minha oração e Ele inclina o seu ouvido para ouvir o que eu peço e depois espera que eu viva a sua vontade; a vontade de Deus é que sejamos justos.
São Paulo vai dizer: está aí o caminho para a santidade. Quem é santo? Aquele que proclama que Jesus é o Senhor. Se Jesus é o Senhor, Ele me dá orientação e eu vivo esta orientação e a partir daí, eu pratico a justiça. E Paulo continua: “e isto em todo lugar que invocam o nome do Senhor Jesus”.  Estes são os santos. Por isso, nós somos santos. Quem sabe, acabamos não honrando esta santidade, mas já é uma questão de detalhe. Aí, basta se reconciliar com Deus.
Quando João Batista apresenta Jesus como o Cordeiro que tira O PECADO do mundo, ele está dizendo: Não precisa procurar mais nada! Se você acolher Jesus como aquele que tira o pecado, o restante será todo o acréscimo.
Vamos pedir a Deus que nos mantenha animados a testemunhar a Jesus, sobretudo, quando alguém nos pedir uma orientação, uma ajuda. Como fazer? Ouça Jesus. Esteja atento à sua Palavra e certamente não nos perderemos, porque é Ele que tira O PECADO  e nos revela a vontade de Deus.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Homilia de D. Henrique Soares

Neste segundo Domingo Comum, a Palavra de Deus ainda nos liga ao Batismo do Senhor, celebrado no Domingo passado. Recordemo-nos do que vimos na Festa que encerrou o santo Tempo do Natal: Jesus foi batizado por João Batista e ungido pelo Pai com o Espírito Santo como Messias de Israel: "Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu bem-querer!" (Mt 3,17). Recordemos que o Pai lhe revelou o caminho pelo qual ele deveria passar para cumprir sua missão: o caminho do Servo Sofredor de Isaías, pobre e humilde: "Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas". Servo manso e misericordioso: "Não quebra a cana rachada nem apaga o pavio que ainda fumega". Servo perseverante no serviço de Deus: "Não esmorecerá nem se deixará abater". Servo que será redenção para o povo de Israel e para todas as nações, dando-lhes a luz, o perdão e a paz: "Eu o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constitui como aliança do povo, luz das nacões, para abrires os olhos aos cegos, tirar os cativos das prisões, livrar do cárcere os que viviam nas trevas!" (Is 42,2-4.6-7) 
            Pois bem, o Evangelho de hoje aprofunda ainda mais este quadro impressionante, que nos revela a missão de Cristo Jesus: "João viu Jesus aproximar-se dele e disse: 'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" Em aramaico, língua que João e Jesus falavam, "cordeiro" diz-se talya, que significa, ao mesmo tempo "servo" e "cordeiro". Então, "eis o Cordeiro-Servo de Deus, que tira o pecado do mundo!" Mas, que Cordeiro? Aquele, expiatório, que segundo Levítico 14, era mandado para o deserto, colocado fora da cidade, carregando os pecados de Israel... Como Jesus que "para santificar o povo por seu próprio sangue, sofreu do lado de fora da porta" (Hb 13,12) de Jerusalém, como um rejeitado, um condenado renegado. Repitamos a pergunta: Que Cordeiro? Aquele cordeiro pascal de Ex 12, cujos ossos não poderiam ser quebrados (cf. Jo 19,36); cordeiro comido como aliança de Deus com Israel! Que cordeiro? – insistamos na pergunta! Aquele, cujo sangue, aspergido sobre o povo, selará a nova e eterna aliança entre Deus e o povo santo (cf. Ex 24,8; Mt 26,27). Jesus é esse Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, tomando-o sobre si! E que Servo? O Servo sofredor anunciado pelo Profeta Isaías. Já ouvimos falar dele no Domingo passado; fala-nos dele novamente a Liturgia deste Domingo hodierno: Servo predestinado desde o nascimento: o Senhor "me preparou desde o nascimento para ser seu Servo"; Servo destinado a recuperar e salvar Israel: "que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória"; Servo destinado não só a Israel, mas a todas as nações: "Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue aos confins da terra". Eis, portanto, quem é o nosso Jesus: o Cordeiro, o Servo! Nele, feito homem, nele, sofrido como nós, nele, morto e ressuscitado, no seu corpo macerado e transfigurado em glória, Deus reuniu e formou um novo povo, o verdadeiro Israel, a Igreja – esta que aqui está reunida em torno do altar e esta mesma, reunida em toda a terra e, como diz São Paulo hoje,"em qualquer lugar" onde o nome do Senhor Jesus é invocado! Eis: este povo que Cristo veio reunir, esta Igreja que o Senhor veio formar somos nós, já santificados no Batismo e chamados a ser santos por nosso procedimento, por nosso seguimento ao Senhor! 
            João reconheceu em Jesus este Messias, tão humilde e tão grande: ele é o próprio Deus: "passou à minha frente porque existia antes de mim!" E como Deus feito homem, ele é o único e absoluto Salvador de todos – e não há salvação sem ele ou fora dele! João reconhece nele o ungido, aquele sobre quem o Espírito"desceu e permaneceu". O próprio Jesus dará testemunho desta realidade: "O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor" (Lc 4,18-19). João reconhece nele ainda aquele que, cheio do Espírito Santo, batizará no Espírito Santo:"Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é o que batiza com o Espírito Santo". Batizando-nos no Espírito, este Santíssimo Jesus-Messias dá-nos o perdão dos pecados, a sua própria vida divina e a graça de, um dia, ressuscitar dos mortos! 
            Enfim, João dá testemunho de que esse Jesus bendito é mais que um Servo, mais que um Cordeiro, mais que um Profeta: ele é o Filho de Deus: "Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!" 
            Que mais dizer, ante um Messias tão humilde e tão grande? "Senhor Jesus Cristo, Santo Messias, Servo e Cordeiro de Deus, cremos em ti, a ti seguimos, em ti colocamos nossa vida e nossa morte! Sustenta-nos, pois em ti esperamos: tu és o sentido de nossa existência, a razão de nossa vida e o rumo da nossa estrada! Queremos seguir-te, a ti, tão pequeno e tão grande; queremos morrer contigo e contigo ressuscitar-nos para a vida eterna; queremos ser testemunhas do Reino do Pai que plantaste com tua bendita vinda. Senhor Jesus, a ti amamos, em ti esperamos, em ti vivemos! Sê bendito para sempre. Amém".
D. Henrique Soares

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Pe. André Vital Félix da Silva, SCJ
Após celebrarmos o jubiloso Tempo do Natal do Senhor, entramos agora no Tempo Comum, cuja finalidade é nos conduzir pedagogicamente, guiados pela Palavra de Deus, de modo particular pelo Evangelho, num caminho de conhecimento da Pessoa de Jesus e de sua missão, a fim de crescermos na convicção e no compromisso de viver a nossa opção de ser seus seguidores e testemunhas. Por isso, iniciamos o esse percurso seguindo a dinâmica do próprio evangelho, que apresenta o testemunho de João Batista como um marco importante no encontro com Jesus, que nos convida a segui-lo.
No testemunho de João Batista encontra-se a síntese perfeita de quem é Jesus e qual é a sua missão: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Estas palavras do precursor representam uma densa retrospectiva de todo o Antigo Testamento, como história de um povo que espera o cumprimento das promessas de Deus, que aguarda a chegada do Messias prometido; mas também serve de introdução a tudo aquilo que os evangelhos, a pregação do Cristianismo primitivo e, naturalmente, a permanente missão da Igreja conservam e transmitem como verdade de fé sobre Jesus, a sua vida e o seu ensinamento.
Proclamando Jesus o Cordeiro de Deus, o Batista descortina o imenso horizonte do Antigo Testamento. A palavra cordeiro (grego amnós pode ser a tradução do aramaico talya: servo) evoca uma longa e rica tradição da experiência do Povo de Deus, desde o tempo dos patriarcas, passando pelos acontecimentos do Êxodo até o surgimento das expectativas messiânicas no tempo dos profetas. Para além de uma questão semântica do termo, estamos diante de situações históricas que marcam o longo caminho da revelação de Deus ao seu povo. O simbolismo do cordeiro evoca a lembrança do cordeiro que era sacrificado na Páscoa como memorial da intervenção libertadora do Senhor para arrancar o seu povo das garras do Faraó (Ex 12). Os cordeiros eram também sacrificados diariamente no templo, de manhã e à tarde, como ofertas expiatórias (Ex 29,38-46). Os profetas, por sua vez, também usam esse símbolo para descrever as características do Servo de Javé: humilde e manso (Is 53,7).

Ao especificar que este cordeiro é “de Deus”, o profeta João Batista o distingue de todas as outras imagens do Antigo Testamento, pois evidencia qual é a sua identidade fundamental, isto é, este cordeiro é único, pois é aquele que só Deus enviará, uma vez que todos os outros pertenciam aos homens, eram animais dos seus rebanhos ou metáforas da linguagem profética. Esse é o cordeiro que Abraão não possuía para oferecer no lugar do seu filho único e amado; por isso, anuncia a Isaac que Deus o providenciará, a fim de que o seu sacrifico seja perfeito (Gn 22). Este é o único cordeiro, que mesmo morrendo, e tendo o seu sangue derramado em libação, não permanece morto, mas está de pé (Ap 5,6).
Desse modo, João apresenta quem é Jesus, que não deve ser confundido com nenhum outro, pois Ele não é apenas um enviado de Deus, um grande profeta ou mesmo um herói nacionalista, mas Ele é o Filho de Deus.
Depois de deixar clara qual é a identidade do Messias, João afirma qual será a sua missão: “Aquele que tira o pecado do mundo”. Chama a atenção que João Batista não se dirige a Jesus chamando-o pelo nome, mas sublinhando o que significa o seu nome (Jesus: “Deus salva”). Na tradição bíblica o nome tem muita importância porque diz algo da pessoa, não é apenas uma identificação artificial, externa. Desse modo, João Batista indica a essência do nome Jesus: “Aquele que tira o pecado do mundo”, muito coerente com aquilo que o anjo diz a José em sonho: “Tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).
O evangelista João mais adiante relembrará que a salvação realizada por Jesus é a grande prova do amor de Deus, que “amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Como o Batista tinha especificado que o cordeiro “é de Deus”, agora ele diz que o pecado “é do mundo”. Para João evangelista, o mundo pode significar a criação, a humanidade, mas também tudo aquilo que se opõe ao projeto de Deus, diríamos o mundo deformado; o pecado é a atitude de fechamento do ser humano ao amor e, portanto, transforma o mundo criado por Deus (cosmos) em desumanização, destruição da vida (caos). O pecado do mundo (de Adão e Eva, da humanidade) é a desobediência à voz de Deus que provoca toda sorte de desordem nas relações entre os seres humanos consigo mesmos, com os outros e com a criação. O pecado do mundo é a decisão do homem de negar a sua condição e, por conseguinte, tornar-se um instrumento de destruição da criação, inclusive da sua própria vida.
João Batista reconhece que Jesus é aquele que tira o pecado do mundo quando, ao batizá-lo, vê descer sobre Ele o Espírito Santo, em forma de pomba, e ouve a voz dos céus que confirma ser ele o Filho de Deus. Portanto, com Jesus inicia-se a nova criação. Assim como no princípio, sobre as águas pairava o Espírito de Deus fecundando e chamando à existência toda a criação, agora o Espírito vem sobre o Filho, que mergulhando e emergindo das águas anuncia a sua morte e ressurreição, recria tudo, garantindo a nova vida.
O Testemunho de João Batista é mais do que palavras, é reconhecimento daquilo que está acontecendo: surgimento de uma nova vida para o mundo com a chegada do Filho de Deus que salva a humanidade dos seus pecados. O testemunho do cristão não pode ser apenas anúncio de que Deus nos salva em Jesus, mas deve ser, antes de tudo, sinal concreto de uma vida nova, fruto da salvação acolhida. O testemunho será a prova de que a salvação de Deus nos alcança, fazendo de nós colaboradores da nova criação, do novo céu e da nova terra para onde o cordeiro quer nos conduzir (Ap 21,1).
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra):

LOUVOR: (quando o Pão sagrado estiver sobre o altar)
- O Senhor esteja com todos vocês....   Demos graças ao Senhor, o nosso Deus...
- Por Jesus, Com Jesus e em Jesus, na força do Esp. Santo, louvemos ao Pai:
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade!
- Ó Deus e nosso Pai! Nós Vos bendizemos pelo envio de salvadores, de profetas, juízes e reis, mas sobretudo pelo envio do vosso Filho, vosso  eleito, em quem pusestes toda a vossa alegria, e que Se manifestou como a luz das nações.
T: louvor e glória a vós, ó Pai de bondade!
- Pai, Nós, os batizados, somos agradecidos por nos dar vosso Filho, Jesus Cristo, como nosso mestre, guia e salvador. Somos também agradecidos por nos enviar o Espírito Santo que nos fortalece e nos transforma.
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade!
- Ó Deus e nosso Pai, nós Vos damos graças pelo batismo de Jesus no Jordão, porque nele nos revelastes a nova humanidade, da qual Jesus é a cabeça. Ele é o Cordeiro que nos tira do mundo da maldade. Fazei de nós também vossos filhos bem-amados e cumulai-nos com o Vosso Santo Espírito, para que possamos anunciar ao mundo o vosso amor
T: louvor e glória a vós, ó pai de bondade!
--- PAI NOSSO... a Paz de Cristo... Eis o Cordeiro de Deus...

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