3º DOMINGO DA QUARESMA
ANO A 23/03/2014 (Adaptado
e postado pelo Diácono Ismael)
Tema: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha
mais sede!” Só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna.
Primeira
leitura: Deus acompanhou o povo pelo deserto e respondeu às
suas necessidades
Evangelho: Deus oferece a felicidade. Quem
aceita Jesus como “o salvador” torna-se um Homem Novo, que caminha ao encontro
da vida plena e eterna.
Segunda leitura: Repete noutros termos, que Deus
acompanha o seu Povo apesar da infidelidade.
5. PRIMEIRA LEITURA (Ex 17, 3-7) Leitura do Livro do
Êxodo.
Naqueles dias, o povo, sedento de água,
murmurava contra Moisés e dizia: “Por que nos fizeste sair do Egito? Foi para
nos fazer morrer de sede, a nós, nossos filhos e nosso gado?” Moisés clamou ao
Senhor, dizendo: “Que farei por este povo? Por pouco não me apedrejam!” O
Senhor disse a Moisés: “Passa adiante do povo e leva contigo alguns anciãos de
Israel. Toma a tua vara com que feriste o rio Nilo e vai. Eu estarei lá, diante
de ti, sobre o rochedo, no monte Horeb. Ferirás a pedra e dela sairá água para
o povo beber”. Moisés assim fez na presença dos anciãos de Israel. E deu àquele
lugar o nome de Massa e Meriba, por causa da disputa dos filhos de Israel e
porque tentaram o Senhor, dizendo: “O Senhor está no meio de nós, ou não?”.
AMBIENTE - O texto pertence às “tradições sobre a libertação” (cf. Ex 1-18) dos hebreus do Egito (por ação de Jahwéh e do seu servo Moisés) e a caminhada pelo deserto até ao Sinai.
Os textos que provêm
de “fontes” diferentes, aqui combinados por um redator final, referem-se a
viagens distintas e a grupos distintos, que em épocas distintas atravessaram o
deserto do Sinai. Aos catequistas de Israel interessa fazer uma catequese sobre
o Deus libertador, que conduziu o seu Povo da terra da escravidão para a terra
da liberdade. A questão fundamental é a sobrevivência no deserto do Sinai. Os
beduínos conheciam diversos “truques” que lhes asseguravam a sobrevivência no
deserto. Um desses “truques” pode relacionar-se com o texto que nos é proposto…
Alguns autores garantem a existência no deserto do Sinai de rochas porosas que,
quando quebradas em certos lugares, permitem o aproveitamento da água aí armazenada.
Terá sido qualquer coisa parecida que aconteceu na caminhada dos hebreus e que
deixou um sinal na memória do Povo? É possível; mas o importante é que Israel
viu no fato um sinal da presença e do amor do Deus libertador.
MENSAGEM - Este
episódio reproduz as dificuldades da caminhada histórica do Povo de Deus. Desde
que o Povo fugiu do Egito, (segundo os autores), Jahwéh manifestou, de mil
formas, o seu amor por Israel… (passagem do mar, água amarga transformada em
água doce, maná e codornizes). Deus mostrou o seu empenho em transformar a
experiência de morte numa experiência de vida… Jahwéh mostrou estar empenhado
na salvação do seu Povo. Depois dessas experiências, Israel já não devia ter
qualquer dúvida sobre a vontade salvadora de Deus e sobre o seu projeto de
libertação. No entanto, não é isso que acontece. Diante das dificuldades, o
Povo esquece tudo o que Jahwéh já fez e manifesta as suas dúvidas sobre os
objetivos de Deus. A falta de confiança em Deus conduz à revolta. O Povo entra
em contenda com Moisés e desafia Deus a clarificar, através de um gesto
espetacular, de que lado está. Acusam Deus de ter um projeto de morte. Como é
que Deus reage à ingratidão e à falta de confiança do seu Povo? Com “paciência
divina”, Deus responde mais uma vez às necessidades do seu Povo e oferece-lhe a
água que dá vida. Deus responde provando que está, efetivamente, no meio do seu
Povo, oferecendo-lhe, em cada passo da caminhada, a vida e a salvação.
ATUALIZAÇÃO - • A caminhada dos hebreus espelha nossa caminhada de
um Deus libertador e salvador, que está presente e nos faz passar da escravidão
para a liberdade. Deus nunca abandona o seu Povo pela história…
• À medida que acolhemos a Deus, vamos
nos renovando e transformando, tornando-nos um Povo mais responsável, mais
consciente, mais adulto e mais santo.
• As dificuldades da caminhada não são
um castigo; são, tantas vezes, parte dessa pedagogia de Deus para nos forçar a
ir mais além, pois através delas Deus faz-nos crescer.
6. SALMO RESPONSORIAL / Sl 94 (95)
Hoje não fecheis o vosso coração,mas ouvi a voz do Senhor!
• Vinde, exultemos de alegria no
Senhor; / aclamemos o Rochedo que nos salva! /
Ao seu encontro caminhemos com louvores
/ e com cantos de alegria o celebremos!
• Vinde, adoremos e prostremo-nos por
terra / e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! /
Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor, / e nós somos o seu povo e seu rebanho, /
as ovelhas que conduz com sua mão.
• Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: /
“Não fecheis os corações como em Meriba, /
como em Massa, no deserto, aquele dia,
/ em que outrora vossos pais me provocaram, /
apesar de terem visto as minhas obras”.
9. EVANGELHO (Jo 4,5-42) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, Jesus chegou a uma
cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacó tinha dado ao seu
filho José. Era aí que ficava o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus
sentou-se junto ao poço. Era por volta do meio-dia. Chegou uma mulher da Samaria
para tirar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber”. Os discípulos tinham ido à
cidade para comprar alimentos. A mulher samaritana disse então a Jesus: “Como é
que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De
fato, os judeus não se dão com os samaritanos. Respondeu-lhe Jesus: “Se tu
conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe
pedirias a ele, e ele te daria água viva”. A mulher disse a Jesus: “Senhor, nem
sequer tens balde e o poço é fundo. De onde vais tirar a água viva? Por acaso,
és maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço e que dele bebeu, como também
seus filhos e seus animais?” Respondeu Jesus: “Todo aquele que bebe desta água
terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais
terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra
para a vida eterna”. A mulher disse a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para
que eu não tenha mais sede nem tenha de vir aqui para tirá-la”. Disse-lhe Jesus:
“Vai chamar teu marido e volta aqui”. A mulher respondeu: “Eu não tenho
marido”. Jesus disse: “Disseste bem, que não tens marido, pois tiveste cinco
maridos, e o que tens agora não é o teu marido. Nisso falaste a verdade”. A
mulher disse a Jesus: “Senhor, vejo que sois um profeta! Os nossos pais
adoraram neste monte, mas vós dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar”.
Disse-lhe Jesus: “Acredita-me, mulher: está chegando a hora em que nem neste
monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis. Nós
adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas está chegando a
hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
verdade. De fato, estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e
aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”. A mulher disse a
Jesus: “Sei que o Messias (que se chama Cristo) vai chegar. Quando ele vier,
vai nos fazer conhecer todas as coisas”. Disse-lhe Jesus: “Sou eu, que estou
falando contigo”. Nesse momento, chegaram os discípulos e ficaram admirados de
ver Jesus falando com a mulher. Mas ninguém perguntou: “Que desejas?” ou “Por
que falas com ela?” Então a mulher deixou o seu cântaro e foi à cidade, dizendo
ao povo: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Será que ele não é
o Cristo?” O povo saiu da cidade e foi ao encontro de Jesus. Enquanto isso, os
discípulos insistiam com Jesus, dizendo: “Mestre, come”. Jesus, porém
disse-lhes: “Eu tenho um alimento para comer que vós não conheceis”. Os
discípulos comentavam entre si: “Será que alguém trouxe alguma coisa para ele
comer?” Disse-lhes Jesus: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me
enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós: ‘Ainda quatro meses, e aí vem a
colheita!’ Pois eu vos digo: ‘Levantai os olhos e vede os campos: eles estão
dourados para a colheita! O ceifeiro já está recebendo o salário e recolhe
fruto para a vida eterna. Assim, o que semeia se alegra junto com o que colhe’.
Pois é verdade o provérbio que diz: ‘Um é o que semeia e outro o que colhe’. Eu
vos enviei para colher aquilo que não trabalhastes. Outros trabalharam e vós
entrastes no trabalho deles”. Muitos samaritanos daquela cidade abraçaram a fé
em Jesus, por causa da palavra da mulher que testemunhava: “Ele me disse tudo o
que eu fiz”. Por isso, os samaritanos vieram ao encontro de Jesus e pediram que
permanecesse com eles. Jesus permaneceu aí dois dias. E muitos outros creram
por causa da sua palavra. E disseram à mulher: “Já não cremos por causa das
tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o
salvador do mundo”.
AMBIENTE - A Samaria era uma raça de sangue misturado e de religião sincretista. Existia uma animosidade entre samaritanos e judeus. A divisão começou em
Os judeus desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé jahwista.
MENSAGEM - A
mulher (sem nome) representa a Samaria, que procura a água que é capaz de matar
a sua sede de vida plena. O “poço” representa a Lei, o sistema religioso à
volta do qual se consubstanciava a experiência religiosa dos samaritanos. Era
nesse “poço” que os samaritanos procuravam a água da vida plena. Onde encontrar
essa vida? Na Lei? Noutros deuses? A mulher/Samaria dá conta da falência dessas
“ofertas” de vida: elas podem “matar a sede” por curtos instantes; mas para a
sua realização plena nessas propostas voltará a ter sede. É aqui que entra a
novidade de Jesus. Ele senta-se “junto
do poço”, como se pretendesse ocupar o seu lugar; e propõe à mulher/Samaria
uma “água viva”, que matará definitivamente a sua sede de vida eterna.
Jesus passa a ser o “novo poço”, onde todos os que têm sede de vida plena
encontrarão resposta para a sua sede. Jesus oferece a “água do Espírito” que,
no Evangelho de João, é o grande dom de Jesus. Na conversa com Nicodemos, Jesus
já havia avisado que “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
Reino de Deus”; é quando Jesus se apresenta como a “água viva” que matará a
sede do homem. Uma vez acolhido no coração do homem, transforma-o, renova-o e
torna-o capaz de amar Deus e os outros. A mulher/Samaria Inicialmente, fica
confusa. (“nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém
que se deve adorar”)? Jesus nega que se
trate de escolher entre o caminho dos judeus e o caminho dos samaritanos. Não é
no Templo de pedra de Jerusalém ou no Templo de pedra do monte Garizim que Deus
está… O que se trata é de acolher a novidade do próprio Jesus, aderir a
Ele e aceitar a sua proposta de vida (isto é, aceitar o Espírito que Ele quer
comunicar a todos os homens). Dessa forma desaparecerá a barreira de inimizade
que separa os povos – judeus e samaritanos. A única coisa que passa a contar é
a vida do Espírito que encherá o coração de todos, que a todos ensinará o amor
a Deus e aos outros e que fará de todos – sem distinção de raças ou de
perspectivas religiosas – uma família de irmãos. A mulher/Samaria responde à
proposta de Jesus abandonando o cântaro (agora inútil), e correndo a
anunciar aos habitantes da cidade o desafio que Jesus lhe faz. O texto refere,
ainda, a adesão entusiástica de todos os que tomam conhecimento da proposta de
Jesus e a “confissão da fé”: Jesus é reconhecido como “o salvador do mundo” –
isto é, como Aquele que dá ao homem a vida plena e definitiva.
O nosso texto define a missão de Jesus:
comunicar ao homem o Espírito que dá vida. O Espírito que Jesus tem para
oferecer fecunda o coração do homem, dando-lhe a capacidade de amar sem medida.
Eleva, assim, esses homens que buscam a vida plena e definitiva à categoria de
Homens Novos, filhos de Deus que fazem as obras de Deus. Do dom de Jesus nasce
a nova comunidade.
ATUALIZAÇÃO • Todas as conquistas do
nosso tempo não conseguem calar a nossa sede de eternidade, de plenitude para
sermos, realmente, felizes: só Jesus Cristo oferece a água que mata
definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem.
• Essa “água viva” de que Jesus fala faz-nos pensar no
batismo.
• Atentemos no pormenor do “cântaro” depois de se encontrar
com Jesus… O “cântaro”, abandonado pela samaritana representa tudo que nos dá
acesso a essas propostas limitadas, falíveis, incompletas de felicidade. O
abandono do “cântaro” significa o romper com todos os esquemas de procura de
felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de vida plena.
• A samaritana, depois de encontrar o “salvador do mundo”
que traz a água que mata a sede de felicidade, não se fechou em casa a gozar a
sua descoberta; mas partiu para a cidade, a propor aos seus concidadãos a
verdade que tinha encontrado.
7. SEGUNDA LEITURA (Rm 5,1-2.5-8) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, justificados pela fé, estamos
em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele tivemos
acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na
esperança da glória de Deus. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus
foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Com
efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo
marcado. Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa,
talvez alguém se anime a morrer. Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que
Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores.
AMBIENTE - Estamos
no ano 58. Paulo diz que o Evangelho deve unir e congregar todo o crente, sem
distinção de judeu, grego ou romano. Para desfazer algumas idéias de
superioridade, Paulo lembra que todos os homens vivem mergulhados no pecado e que é a “justiça de Deus” que a todos dá a
vida, sem distinção. Deus, por Jesus Cristo e pelo Espírito “justifica” todo o
homem.
MENSAGEM - Paulo parte da idéia de que todos os crentes – judeus, gregos e romanos – foram justificados pela fé. Na linguagem bíblica, a justiça é, mais do que um conceito jurídico, é um conceito relacional. Define a fidelidade a si próprio, à sua maneira de ser e aos compromissos assumidos no âmbito de uma relação. Ora, se Jahwéh se manifestou na história do seu Povo como o Deus da bondade, da misericórdia e do amor, dizer que Deus é justo não significa dizer que Ele aplica os mecanismos legais quando o homem infringe as regras; significa, sim, que a bondade, a misericórdia e o amor próprios do ser de Deus se manifestam em todas as circunstâncias, mesmo quando o homem não foi correto no seu proceder. Paulo, ao falar do homem justificado, está falando do homem pecador que, por iniciativa do amor e da misericórdia de Deus, recebe um veredicto de graça que o salva do pecado e lhe dá, de modo totalmente gratuito, acesso à salvação. Ao homem é pedido somente que acolha, com humildade e confiança, uma graça que não depende dos seus méritos e que se entregue nas mãos de Deus. Este homem, objeto da graça de Deus, é uma nova criatura: é o homem ressuscitado para a vida nova, que vive do Espírito, que é filho de Deus e co-herdeiro com Cristo. Em primeiro lugar, a paz. Esta paz não deve ser entendida em sentido psicológico (tranqüilidade, serenidade), nem em sentido político (ausência de guerra), mas no sentido teológico semita de relação positiva com Deus e, portanto, de plenitude de bens, já que Deus é a fonte de todo o bem.
Em segundo lugar, a esperança. Trata-se desse dom que nos permite superar as
dificuldades e a dureza da caminhada, apontando a um futuro glorioso de vida em plenitude. Não se trata de alimentar um otimismo
fácil e irresponsável, que permita a evasão do presente; trata-se de encontrar
um sentido novo para a vida presente, na certeza de que as forças da morte não
terão a última palavra e que as forças da vida triunfarão.
Em terceiro lugar, o amor de Deus ao homem.
A prova desse amor está em Jesus de Nazaré, o Filho amado a quem Deus “entregou
à morte por nós quando ainda éramos pecadores”. Paulo garante-nos hoje: Deus
nunca abandona o seu Povo em caminhada pela história… Ele está ao nosso lado,
em cada passo da caminhada, para nos oferecer gratuitamente e com amor a água
que mata a nossa sede de vida e de felicidade (a paz, a esperança, o seu amor).
ATUALIZAÇÃO • Deus nunca desistiu dos homens e caminha conosco com
novas propostas.
• A vinda de Jesus Cristo ao encontro dos homens é a expressão plena do amor de Deus e o sinal de que Deus não nos abandonou nem esqueceu, mas quis até partilhar conosco a precariedade e a fragilidade da nossa existência, a fim de nos mostrar como nos tornarmos “filhos de Deus” e herdeiros da vida em plenitude.
• A vinda de Jesus Cristo ao encontro dos homens é a expressão plena do amor de Deus e o sinal de que Deus não nos abandonou nem esqueceu, mas quis até partilhar conosco a precariedade e a fragilidade da nossa existência, a fim de nos mostrar como nos tornarmos “filhos de Deus” e herdeiros da vida em plenitude.
Pe. Joaquim, Pe. Barbosa, Pe. Carvalho
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OBS. Fazer a ligação entre os temas:
1º domingo da quaresma: Adão e Eva escolhem o projeto
pessoal e pecam; morte
Jesus é tentado e escolhe o projeto do pai; vida = novo Adão.
2º domingo: Deus
chama Abraão a constituir novo povo = ele obedece e este povo será luz para as
nações.
Jesus no monte Tabor é transfigurado = é Filho de Deus enviado: ouvi-o; Ele é a verdade.
3º domingo: O povo
libertado se revolta no deserto; Deus acompanha o povo e faz a água sair da
rocha.
Jesus e a Samaritana: Ele é a fonte da vida, é a água viva; Deus tem
sede e quer saciar a todos; Ele é a Vida..
4º domingo - Jesus é a Luz, na cura do cego; Ele
é o caminho.
5º domingo - Jesus é a Vida, na ressurreição de Lázaro; Ele é
o Deus libertador;
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Sugestão: A equipe litúrgica procure preparar bem
um gesto, para que signifique o acolhimento da palavra de Deus, através do
símbolo da água. (entrar com um jarro com água, abençoar e aspergir o povo
durante o rito penitencial)
RITO PARA BÊNÇÃO E
ASPERSÃO DA ÁGUA
(Sugestão de substituição
do Ato Penitencial. Missal p. 1001).
Presidente: Invoquemos o Senhor nosso Deus, para
que se digne abençoar esta água que vai ser aspergida sobre nós, recordando o
nosso batismo. Que ele se digne ajudar-nos, para permanecermos fiéis ao
Espírito que recebemos.
(E, após um momento de
silêncio, continua)
Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que pela água, fonte
de vida e princípio de purificação, as nossas almas
fossem purificadas e recebessem o prêmio da vida eterna.
Abençoai + esta água, para que nos proteja neste dia que vos é consagrado, e
renovai em nós a fonte viva de vossa graça, a fim de que nos livre de todos os
males e possamos nos aproximar de vós com o coração puro e receber a vossa
salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
T. Amém.
(Enquanto o povo é
aspergido canta-se: Cd da CF 2008 – faixa 5 )
(Canta-se: Solo/Todos)
:Lavai-me, Senhor, lavai-me, / e bem limpo eu vou ficar!:
: Senhor, vós me lavareis; / de tão limpo eu vou brilhar!:
(Todos rezam juntos)
T. Misericórdia de mim,
Deus de bondade, / Misericórdia por tua compaixão! / Vem me lavar das sujeiras
do pecado, / vem me livrar de tamanha perdição! / Reconheço toda a minha
maldade; / diante de mim a vastidão de minha ofensa. / Foi contra ti, meu
Senhor, o meu pecado / e pratiquei o que é mau em tua presença.
Solo/Todos
(Canta-se novamente no
mesmo ritmo: Solo/Todos)
:Mostrai-nos vossa bondade; / salvai-nos, ó Redentor!:
:Senhor, eu peço, escutai-me; / a vós chegue o meu clamor!:
Pres. Que Deus todo-poderoso nos purifique
dos nossos pecados e, pela celebração desta Eucaristia, nos torne dignos da
mesa de seu reino.
T. Amém.
4. ORAÇÃO
S. Oremos: (pausa)
Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o
jejum, a esmola e
a oração como remédios contra o pecado. Acolhei esta
confissão de nossa fraqueza, para que, humilhados pela
consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa
misericórdia. P.N.S.J.C.
T. Amém.
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3º Domingo da Quaresma: "Dá-me de beber"
A Quaresma, na Igreja primitiva, além de ser um tempo de penitência
e de conversão, era um tempo de preparação para os batizados, que aconteciam no
sábado santo, na Vigília Pascal.
Por isso, nesses três domingos, que antecedem a semana
santa, aparece o tema batismal com os símbolos:
- da Água, no diálogo com a Samaritana,
- da Luz, na cura do cego;
- da Vida, na ressurreição de Lázaro.
Hoje nos apresenta o símbolo mais importante, a ÁGUA, que exprime o milagre
renovado da VIDA.
Na 1a Leitura, o povo
pede ÁGUA (Ex 17,3-7)
No deserto, o povo reclama revoltado contra Moisés, pedindo
água, para manter-se vivo: "Dá-nos
água para beber..." E Deus intervém, fazendo brotar milagrosamente
água da rocha de Horeb.
* Moisés dá de beber a seu povo. É imagem de Cristo, que no
futuro dará a água da vida, que é o Espírito Santo.
Na 2ª Leitura, São Paulo
reafirma que Deus derrama sempre seu Amor em nossos corações, como aconteceu
com a Samaritana. (Rm 5,1-2.5-8)
No Evangelho, Jesus pede e
oferece ÁGUA à Samaritana. (Jo 4,5-42)
- Jesus cansado... sedento... senta-se ao lado do poço de
Jacó...
Uma mulher
anônima... balde vazio... coração vazio... busca água...
- JESUS quebra preconceitos de raça, de sexo, de religião...
e toma a iniciativa: "Dá-me
de beber".
- A Mulher estranha... (os apóstolos também): falar com samaritana
e mulher...
- Do diálogo nasce a mútua compreensão.
A mulher descobre em
si mesma uma sede mais profunda de amor, pois apesar dos 5 maridos que já
tivera, vivia um grande vazio... E
Jesus se revela como água viva, capaz de saciar qualquer sede humana...
- Inicialmente ela fica confusa... no final ela pede "dessa água". Reconhece Jesus
como "Salvador do Mundo",
O Templo onde Deus
"deve ser adorado em espírito e verdade".
Abandona o
"Velho balde" e corre para a cidade, para anunciar ao povo a verdade
que tinha encontrado.
+ O Caminho da Samaritana:
Esse Diálogo mostra a grande pedagogia de
Jesus, que se revela aos poucos, até chegar à manifestação plena.
- No começo, a
mulher só pensa na água material (seus desejos, os maridos...)
- Aos poucos começa
a compreender e aceitar a proposta de Jesus:
Inicialmente,
ela vê nele apenas um judeu viajante; depois, o chama de "Senhor";
em seguida, reconhece que é um Profeta; No final, descobre nele o Messias
esperado pelo povo.
- Abandona então o
balde que dá acesso às suas propostas limitadas de felicidade, e corre até a
cidade para anunciar a sua descoberta.
Essa mulher desprezada,
após escutá-lo como DISCÍPULA, torna-se MISSIONÁRIA de Cristo, antes mesmo dos
apóstolos...
+ A água do poço é símbolo de todas as satisfações
humanas, na esperança de encontrar nelas a nossa felicidade,
mas que no fim
deixam sempre muito vazio e muitas desilusões...
= Essa água não satisfaz plenamente, todos os dias
precisamos voltar ao poço...
+ A água de Jesus é o espírito de Deus, o amor que enche
os corações.
Só Cristo mata
definitivamente a sede de vida e felicidade do homem.
Essa água nos faz
pensar também no BATISMO, que foi o
nosso primeiro encontro com Jesus.
+ O nosso caminho...
- No passado, o POÇO
sempre foi um lugar de ENCONTRO.
- Os homens continuam ainda hoje procurando um Poço, para
saciar sua sede profunda de vida.
Buscam cada vez
mais "coisas" para saciá-la e nada os satisfaz.
- Cristo continua
vindo ao nosso encontro. Senta perto do nosso poço e nos diz: "Quem tiver sede... venha a mim... e
beba..."
- Antes de nos encontrar com Cristo, também nós estávamos
preocupados com nossos problemas, desejos, ambições, e o nosso coração estava
sempre repleto de tristeza e insatisfação.
Precisávamos todos
os dias voltar ao poço e encher o nosso balde...
- Um belo dia, o encontro com Cristo aconteceu...
A conversa com esse
"Jesus" despertou em nós uma curiosidade, que nos levou
a conhecer melhor a pessoa de Cristo e sua mensagem.
- No final da caminhada, encontramos essa água viva,
prometida por Jesus.
Abandonamos então o
"velho Balde" e sentimos a necessidade de correr para anunciar a
todos, como Missionários, a nossa descoberta e a nossa felicidade...
Façamos nosso o pedido da Samaritana: "Senhor,
dá-nos sempre dessa água!"
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe.
Françoá Costa
Sede de Deus
“O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo
4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus
por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a
jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos
cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e
verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e
da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da
alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as
célebres palavras de Santo Agostinho” (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma de
2011).
Deus está apaixonado pelo ser humano, tem sede do
pobre amor dos nossos corações. Nós pedimos de beber a alguém que afirma
claramente que tem sede. Essa sede de Deus por cada pessoa humana ficou
claramente expressada naquele grito que somente o evangelista João conservou no
Evangelho: “Tenho sede” (Jo 19,28). Deus tem sede de que nós tenhamos
sede do seu Espírito, da sua vida, da sua graça, da sua glória. Ele tem água
abundante, mas tem sede de que nós a bebamos.
“Dá-me de beber” (Jo 4,7) é a expressão daquilo que
todo ser humano tem: sede de Deus, que pode ser saciada: aqui pela graça e no
céu pela glória. André Frossard no famoso relato da sua conversão, “Deus
existe. Eu encontrei-o”, terminava com essas palavras: “l’éternité sera courte”
– a eternidade será curta. Trata-se de uma maneira poética de afirmar que
diante da grandeza de Deus, a mesma eternidade –um presente sem começo nem fim–
será “curta” para deliciar-nos com a presença do Senhor.
Essa sede de viver conforme aquilo que Deus pensou
para nós, de apetecer aquilo que constrói realmente uma existência cheia de
sentido, de contemplar todas as coisas com a visão purificada e descobrir o
esplendor de cada criatura, é uma sede existencial, é uma insatisfação da alma
que não encontra sentido fora de Deus. Santo Tomás de Aquino fez uma análise
cientificamente rigorosa sobre a felicidade do ser humano (cfr. S.Th. II-II, q.
2–5), na qual começava por estudar o fato de que a felicidade não pode
consistir nas riquezas, nem na honra, na fama ou na glória; tampouco consiste
no poder, no bem do corpo, no prazer, nalgum bem da alma ou num bem criado
qualquer. Talvez, na sociedade atual, vale a pena enfatizar que a felicidade
não consiste nas riquezas nem nos prazeres. Penso somente nessas duas questões
porque, infelizmente, os nossos tempos não se destacam pelo cultivo das coisas
do espírito e, por tanto, a honra, a glória, os bens da alma e o conhecimento
das dimensões mais profundas dos elementos criados geralmente importam pouco.
Como poderia consistir a felicidade do homem nas
riquezas, naturais ou artificiais, se estas são sempre finitas? A uma riqueza
sempre se pode acrescentar outra. Como se pode ver, podemos passar a vida
acumulando riquezas sem saciar-nos. Por outro lado, como poderia consistir a
felicidade do ser humano nos prazeres se esses são apenas um principio de
conhecimento? “O apetite veemente pelo deleite sensível deve-se ao fato de que
as operações dos sentidos são mais perceptíveis, porque são princípios do nosso
conhecimento. É por isso que a maioria deseja os deleites sensíveis” (Santo
Tomás de Aquino). Logicamente, o prazer, quando surge de um bem real, é bom.
Sem dúvida, é bom e agradável a Deus o prazer que os membros de uma família
experimentam numa deliciosa comida dominical num ambiente festivo e moderado
pela virtude; é bom e agradável a Deus o prazer que o homem e a mulher, unidos
por santo matrimônio, sentem ao gerar os filhos; é bom e muito agradável a Deus
o prazer que podemos sentir ao cumprir os nossos deveres de estado. Não
obstante, o prazer, quando procede dos desejos desordenados, pode absorver de
tal maneira as faculdades superiores, inteligência e vontade, que poderia
cegar-nos. Os prazeres desordenados poderiam levar ao desprezo da virtude,
inclusive poderia levar ao pior pecado que dar-se pode: o ódio a Deus. Neste
caso, Deus seria odiado porque apareceria aos olhos do pecador como inimigo da
sua vida desordenada de prazeres.
A leitura atenta descobre facilmente a importância da
água para S. João. É somente nesse Evangelho que nós lemos o relato das bodas
de Caná, onde Jesus transforma a água em vinho (cfr. Jo 2,1-12); no capítulo
seguinte encontramos aquela afirmação que sempre nos comove: “quem não renascer
da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5); depois a
passagem, que acabamos de escutar, que nos relata o encontro de Jesus com a
Samaritana (cfr. Jo 4,1-42); era pelo movimento da água que os enfermos eram
curados na piscina de Betesda (cfr. Jo 5,1-18). De fato, o Catecismo da Igreja
Católica afirma que o simbolismo da água significa a ação do Espírito Santo,
que brota do lado aberto de Cristo crucificado (cfr. Cat 694).
É no Coração de Deus que nós encontramos o nosso
descanso, a nossa paz, os nossos prazeres, a nossa felicidade, a nossa
bem-aventurança. Distanciar-nos daí é sair do caminho da felicidade, é correr
pelos prados da insensatez, é viver uma vida que só pode levar à escuridão mais
profunda e ao pior absurdo da vida humana, não ser feliz. –
Pe. Françoá Costa
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Homilia de D.
Henrique Soares da Costa
A Quaresma é tempo de caminho para a santa Páscoa,
Páscoa de Cristo e nossa. Ora, é pelo Batismo e a Eucaristia que entramos
misteriosamente na Páscoa do Senhor, no seu mistério de morte e ressurreição.
Por isso celebramos a Noite Santa de Páscoa com o Batismo e a Eucaristia! Pois
bem, o Evangelho de hoje é uma belíssima catequese batismal!
Acompanhemos passo a passo este texto belíssimo. “Chegou uma mulher da Samaria
para buscar água”. Essa mulher, essa samaritana, essa pagã,
representa os povos não-judeus, os que ainda não conheciam o Deus verdadeiro.
Eles vêm, sedentos, procurando uma água que não sacia definitivamente; eles têm
de voltar sempre ao poço, buscam saciar a sede de tantos modos, e continuam
sempre com sede: “Todo
aquele que bebe desta água terá sede de novo”. Consumismo, sexo,
liberdade desenfreada, droga, poder, dinheiro, ciência sem ética nem limites,
facilidades… nada disso sacia de modo definitivo o nosso coração! Jesus provoca
a mulher:“Se
conhecêsseis o dom de Deus e quem é que te pede ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe
pedirias a ele, e ele te daria água viva”. Frase estupenda! O Dom
de Deus é o Espírito Santo; é ele á água que jorra para a vida eterna. Em Jo
7,37, Jesus convidou: “Se
alguém tem sede, venha a mim, e beba aquele que crê em mim”. E o
Evangelista recorda que do seio do Messias sairão rios de água viva, o Espírito
Santo (cf. Jo 7,38). E quem é que pede de beber? O Messias, isto é, o Ungido
com o Espírito, o doador do Espírito, da água que nos sacia de vida eterna!
Diante disso, a Samaritana – e nós também –
suplica: “Senhor,
dá-me dessa água!” Esta água só pode ser recebida no sacramento do
Batismo! Como aquele outro pedido:
“Senhor, dá-nos deste pão” (Jo 6,34). Eis o Batismo; eis a
Eucaristia! É assim que a vida de Jesus nos chega! Mas, não se pode receber o
Batismo sem primeiro se reconhecer pecador, sem primeiro confessar seu pecado e
buscar a remissão no Espírito Santo que Jesus dá! Quem não se humilha diante do
Senhor, quem não se reconhece pecador, não beberá dessa água! Por isso, Jesus
revela o pecado da mulher, toca seu ponto fraco, fá-la reconhecer-se indigna,
não para envergonhá-la, mas para libertá-la com a verdade: “Vai chamar teu marido!”
A mulher era adúltera, com vários maridos, como os pagãos, com seus vários
deuses! Jesus, então, revela que os pagãos adoram o que não conhecem,
porque “a
salvação vem dos judeus!” Interessante o ecumenismo de Jesus: não
mascara a verdade, não nega a verdadeira fé, em nome de um falso diálogo! A
salvação vem dos judeus, porque é dos judeus que Cristo vem – ele, o único
verdadeiro Salvador, fora do qual não há nem pode haver salvação alguma! Há
tanto teólogo sabido esquecendo isso! Por outro lado, o judaísmo vai ser
superado: “Está
chegando a hora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e
Verdade” e não mais em Jerusalém! Eis: quando Cristo der o seu
Espírito, é nesse Espírito de Verdade, Espírito de Cristo, recebido nas águas
do Batismo, que a humanidade encontrará a Deus! Esses são os adoradores que o
Pai procura, pois a salvação definitiva vem de Cristo, presente nos sacramentos
da sua Igreja católica, sobretudo no Batismo e na Eucaristia! É nele que judeus
e pagãos são chamados a formar um só povo de verdadeiros adoradores!
Finalmente, o misterioso diálogo de Jesus com os
apóstolos: “Tenho
um alimento que não conheceis: o meu alimento é fazer a vontade daquele que me
enviou e realizar a sua obra”. O alimento de Jesus é levar o Reino
do Pai a todos os povos, judeus e pagãos! É o que Jesus acabara de fazer com a
Samaritana… e ela está chamando outros até Jesus. Por isso, Jesus diz: “Levantai os olhos e vede os
campos: eles estão dourados para a colheita! O ceifeiro já está recebendo o
salário e recolhe fruto para a vida eterna! Um é o que semeia, outro o que
colhe!” O Senhor está semeando para que os Apóstolos colham depois
da Páscoa! Mas, a conversão daqueles samaritanos é já um sinal e uma
antecipação da colheita, da conversão dos pagãos.
Que dizer mais? Somos a colheita de Cristo! “Estamos em paz com Deus por
Jesus Cristo”. Porque fomos batizados nele, vivemos na esperança,
pois já experimentamos em nós a vida eterna, pois “o amor de Deus foi derramado
como água em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado!” E
tudo isso, graças ao que Cristo semeou com sua morte, tornando-se grão que dá
fruto para a vida eterna! Eis que prova de amor tão grande o Pai nos deu! Eis
em que consiste o Reino que Jesus veio anunciar e trazer! Eis a obra do Pai,
que é o alimento de Jesus!
Eis! Na sede do nosso caminho de vida e de Quaresma,
olhemos para Jesus, aproximemo-nos dele, o Rochedo que, ferido na cruz, de lado
aberto, faz jorrar a água do Espírito para o seu povo peregrino e sedento. O
mundo, tão sedento, procura matar a sede em tantas águas sujas, envenenadas,
águas que matam! Que nós matemos nossa sede no Cristo, novo Rochedo, que jorra
a água do Espírito, que dura para a vida eterna! Que ele alimente nosso caminho
quaresmal até a Páscoa da glória! Amém.
D. Henrique Soares da Costa
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PARA A CELEBRAÇÃO DA
PALAVRA:
Louvor: (Quando o Pão consagrado estiver sobre
o altar)
à o senhor
esteja com todos vocês... demos graças ao senhor...com jesus, por jesus e em
jesus, na força do E. santo, louvemos ao Pai
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade.
à Pai, Nós vos bendizemos porque habitais no meio de nós.
Tirastes o povo escravo no Egito e por meio de Moisés fizestes jorrar água do
rochedo. Nós vos pedimos: dái-nos mais confiança na vossa presença em nosso
meio de nós.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade.
à Nós vos damos graças por Jesus, vosso Filho, que aceitou
morrer por nós e pelo Espírito Santo que nos foi derramado em nosso batismo.
Nós vos pedimos por todos atravessam períodos de dúvida, por causa das provações
e sofrimentos. Pai, olhai por eles dando força e coragem para fiquem cheios de
vossa graça.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade.
à Bendito sejais, Senhor, porque nos revelais a água viva da
presença de vosso Filho e do Espírito Santo no meio de nós. Fortificados pela
graça do batismo, aumentai a nossa fé e fazei que sempre tenhamos sede de vos
conhecer e amar.
T: Louvor e glória a Vós, ó Pai de bondade.
à Pai
Nosso... A Paz de cristo... eis o cordeiro...
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