quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Festa da Exaltação da Santa Cruz ANO A, XXIV Domingo do Tempo Comum, Festa da Santa Cruz, 24 Domingo do Tempo Comum

Festa da Exaltação da Santa Cruz ANO A 14/09/2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE: A cruz de Jesus é a expressão do amor. Deus humanizou-se.
Primeira leitura: Deus nunca abandona o seu Povo. A serpente dá vida protege; símbolo.
Segunda leitura: Paulo diz que Deus se esvaziou da divindade, obediência ao Pai.
Evangelho: Deus nos amou, que enviou o seu Filho único para nos oferecer vida eterna.

LEITURA I - Num 21,4b-9
O Livro dos Números É um livro de catequese. O autor mostra Israel amadurecendo.

MENSAGEM - Enfastiados do maná, reclamam contra Deus; e Deus manda Moisés construir serpente de bronze; quem olhasse para essa serpente, seria salvo.
Uma narração etiológica; para explicar a serpente no Templo onde pediam a vida e proteção. A serpente de bronze é símbolo da bondade de Deus pelo seu Povo. (etiologia = ciência das causas)

ATUALIZAÇÃO - • A caminhada também é de experiência e de sabedoria. Deus lá está, intervindo e demonstrando ao Povo o sem sentido de certas opções e de certas atitudes de egoísmo e de escravidão. Deus nunca abandona o seu Povo, mas educa e indica o caminho.
• esses "castigos" são um método pedagógico, um meio a que Deus recorre para educar o seu Povo. O sofrimento que resulta das nossas más opções é o resultado à margem das propostas de Deus.

LEITURA II – Filip 2,6-11
AMBIENTE - O desprendimento, a humildade, a simplicidade, não eram valores apreciados entre os que compunham a comunidade. Paulo convida os filipenses a encarnar os valores de Cristo.

MENSAGEM - Cristo Jesus princípio, no meio e no fim. A atitude de Adão trouxe fracasso e morte; a atitude de Jesus trouxe exaltação e vida. Cristo assumiu com humildade a condição humana, para servir, para dar a vida, para revelar o ser e o amor do Pai. Não deixou de ser Deus; mas fez-se servidor dos homens. Jesus aceitou a morte como lição do serviço, do amor que resultaram em ressurreição e glória. Esse caminho de cruz levará o homem à glória, à vida plena.

ATUALIZAÇÃO   - • contemplar a cruz de Cristo, no difícil caminho da humildade, do serviço, do amor.
• O caminho da cruz conduz ao sepulcro vazio da manhã de Páscoa, à ressurreição. Vitória.

EVANGELHO – Jo 3,13-17
AMBIENTE
- Nicodemos foi visitar Jesus "de noite". Membro do Sinédrio. Nicodemos reconhece a autoridade de Jesus pelas obras; mas Jesus acrescenta: o essencial é reconhecer Jesus como o enviado do Pai.
Na segunda proposta, é preciso "nascer de Deus"; "da água e do Espírito".
Na terceira Jesus descreve a Nicodemos o projeto é uma iniciativa do Pai, através do Filho e que se concretizará pela cruz/exaltação de Jesus.

MENSAGEM – É na cruz que Jesus manifesta o seu amor aos homens.
"Acreditar" no "Filho do Homem", significa aderir a ele e à sua proposta de vida.
A expressão "Filho único" evoca o "sacrifício de Isaac" (cfr. Gn 22,16): Deus como Abraão, desprende-se do próprio filho por amor (no caso de Abraão, amor a Deus; no caso de Deus, amor aos homens)... Jesus cumpre os planos do Pai em favor dos homens. A cruz é o último ato de uma vida vivida no amor, na doação, na entrega. A cruz é a supremacia  do amor. - os homens aprendem que a vida definitiva está na obediência aos planos do Pai e no dom da vida aos irmãos, por amor.
Em resumo: porque amava a humanidade, Deus enviou o seu Filho único ao mundo com uma proposta de salvação. Essa oferta nunca foi retirada; continua aberta e à espera de resposta. Diante da oferta de Deus, o homem pode escolher a vida eterna, ou pode excluir-se da salvação.

ATUALIZAÇÃO • Jesus cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte
• O amor de Deus traduz-se na oferta de vida plena e definitiva, gratuita: Deus ama o homem e oferece-lhe a vida.
• "Acreditar" em Jesus, não é apenas fé; mas, acolher a mensagem e os valores, segui-lo.  
A Festa da Exaltação da Santa Cruz convida-nos a percorrer, com Jesus, esse caminho de amor, de dom, de entrega total que ele percorreu.

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Jo 3, 13-17 Festa da Exaltação da Santa Cruz ANO A 14/09/2014 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

TEMA: A cruz de Jesus é a expressão suprema do amor de Deus que veio ao nosso encontro, que aceitou partilhar a nossa humanidade, que quis fazer-se servo dos homens.

 6. PRIMEIRA LEITURA (Nm 21,4b-9) Leitura do Livro dos Números.
Naqueles dias: Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornar o país de Edom. Durante a viagem, o povo começou a impacientar-se e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrer no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

AMBIENTE - O Livro dos Números (assim chamado na versão grega, pelo fato de o livro começar com uma lista de recenseamento onde são dados os números de membros de cada tribo do Povo de Deus), apresenta um conjunto de tradições - sem grande preocupação de coerência e de lógica. São tradições de origem diversa, que os teólogos das escolas jahwista, elohista e sacerdotal utilizaram com fins catequéticos. É um livro de catequese. Pretende mostrar que a essência de Israel é ser um Povo reunido à volta de Jahwéh e da Aliança. Com algum idealismo, os autores do Livro dos Números vão descrevendo como, por ação de Jahwéh, foi ganhando uma consciência nacional e religiosa, até chegar a formar a "assembléia santa de Deus". Ao longo do percurso vai se libertando da mentalidade de escravo, para adquirir uma cultura de liberdade e de maturidade. O autor mostra como Israel vai amadurecendo e alargando os horizontes, tornando-se um Povo mais responsável, mais consciente, mais adulto.

MENSAGEM - enfastiados com um alimento sempre igual (o maná), reclamam  contra Deus e contra Moisés; e Deus, como castigo, suscitou serpentes venenosas que mordiam os revoltosos... Arrependidos pediram a Deus que os perdoasse... Deus ordenou a Moisés que construísse uma serpente de bronze e a colocasse num poste; quem, depois de mordido, olhasse para essa serpente, seria salvo.
Por detrás desta estranha história está, certamente, a associação feita por inúmeras religiões do antigo Médio Oriente entre a serpente e a vida... Entre os cananeus, por exemplo, a serpente estava ligada a cultos de fertilidade e era objeto de veneração: esses cultos destinavam-se a assegurar, cada ano, a perpetuação da vida - quer nos campos, quer nos animais, quer nas próprias pessoas. Por outro lado, o uso de amuletos com a figura da serpente servia para proteger das forças maléficas e para curar as doenças e enfermidades (as escavações arqueológicas realizadas em Guezer, Meggido e em Meneiyeh - hoje Timna - muito perto do golfo da Aqaba, permitiram descobrir numerosos exemplares destes amuletos). No Templo de Jerusalém chegou, inclusive, a haver uma serpente de bronze a que os israelitas prestavam culto, e que foi destruída pelo rei Ezequias no âmbito de uma reforma religiosa destinada a purificar a religião jahwista (cfr. 2 Re 18,4)... Na opinião de alguns biblistas, esta história poderá até ser uma narração etiológica (do grego "aitia" - "causa" - e "logos" - "tratado". Uma narração etiológica é uma história destinada a explicar uma realidade atual, a partir de um acontecimento situado num passado mais ou menos remoto) criada para explicar a origem dessa serpente de bronze do Templo de Jerusalém a que os israelitas, durante algum tempo, pediram a vida e a proteção contra as forças maléficas.
Seja qual for a origem desta história, a verdade é que a serpente de bronze de que o nosso texto fala é, para os israelitas, um símbolo da bondade, da misericórdia e do amor de Deus pelo seu Povo. Com ela, o catequista bíblico diz-nos que as rebeliões de Israel contra Deus e a sua recusa em percorrer caminhos de fidelidade à Aliança, nunca impediram Jahwéh de oferecer ao seu Povo vida em abundância, mesmo quando o Israel não o merecia.
A serpente de bronze levantada sobre um poste, através da qual Deus dá vida ao seu Povo e o protege das forças destruidoras que ele enfrenta ao longo da sua peregrinação pelo deserto, vai proporcionar ao autor do Quarto Evangelho um bom símbolo para expressar a força salvífica que se derrama da cruz de Cristo - o homem levantado ao alto para dar vida a todo o mundo.

ATUALIZAÇÃO - • A caminhada feita pelos hebreus pelo deserto não é só uma caminhada geográfica, mas é, também, uma caminhada espiritual. Ao longo do percurso, os acidentes do caminho vão ajudando Israel a libertar-se de uma mentalidade mesquinha, egoísta e comodista e a adquirir uma mentalidade mais madura. Ao longo desse percurso, Deus lá está, intervindo e atuando, demonstrando ao Povo o sem sentido de certas opções e de certas atitudes e convidando-o a ver mais longe, a ser livre, a não se deixar prender por cadeias de egoísmo e de escravidão. A caminhada dos hebreus pelo deserto reproduz a caminhada que fazemos, todos os dias, pela história...   Esta história diz-nos, contudo, que Deus nunca abandona o seu Povo em caminhada e que está sempre lá, ajudando-o a perceber o sem sentido das suas opções erradas e convidando-o a nunca parar nessa busca da vida e da verdadeira liberdade. Precisamos, no entanto, de estar permanentemente atentos a esse Deus que nos desafia, que nos educa, que nos indica o caminho.

• Deus ama o seu Povo com um amor sem limites e mostra esse amor com gestos concretos que proporcionam vida. É preciso aprendermos a ver a presença de Deus que nos oferece vida em abundância em tudo aquilo que acontece de bom à nossa volta.

• Muitas vezes o Antigo Testamento fala dos "castigos" que Deus enviou ao seu Povo, após a rebelião e o pecado... No entanto, na perspectiva dos catequistas do Antigo Testamento, esses "castigos" não são uma vingança divina contra as fragilidades do homem, mas são um método pedagógico, um meio a que Deus recorre para educar o seu Povo e para o fazer perceber o sem sentido de certas opções. Nós, iluminados pelo Evangelho e pela visão que Jesus nos oferece do Pai, deveríamos ir mais além e dizer que o castigo não faz parte, em nenhuma circunstância, dos esquemas de Deus... Por vezes, somos confrontados com as consequências das nossas decisões erradas; mas o sofrimento que então nos atinge não é um castigo de Deus... Deus ama-nos com um amor sem limites e apenas quer a nossa felicidade e a nossa plena realização. O sofrimento que resulta das nossas más opções é o resultado lógico de construirmos a nossa existência no egoísmo e na autossuficiência, à margem das propostas de Deus.

 7. SALMO RESPONSORIAL / Sl 77 (78)
Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
• Escuta, ó meu povo, a minha Lei, / ouve atento as palavras que eu te digo; /
abrirei a minha boca em parábolas, / os mistérios do passado lembrarei.
• Quando os feria, eles então o procuravam, / convertiam-se correndo para ele; /
recordavam que o Senhor é sua rocha / e que Deus, seu Redentor, é o Deus Altíssimo.
• Mas apenas o honravam com seus lábios / e mentiam ao Senhor com suas línguas; /
seus corações enganadores eram falsos / e, infiéis, eles rompiam a Aliança.
• Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo, / não os matava e perdoava seu pecado; /
quantas vezes dominou a sua ira / e não deu largas à vazão de seu furor.

10. EVANGELHO (Jo 3, 13-17) Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.

AMBIENTE - Nicodemos foi visitar Jesus "de noite" (cfr. Jo 3,2), o que parece indicar que não se queria comprometer e arriscar a posição destacada de que gozava na estrutura religiosa judaica. Membro do Sinédrio, Nicodemos aparecerá, mais tarde, a defender Jesus, perante os chefes dos fariseus (cfr. Jo 7,48-52). Também estará presente na altura em que Jesus foi descido da cruz e colocado no túmulo (cfr. Jo 19,39).
A conversa entre Jesus e Nicodemos apresenta três etapas, ou fases. Na primeira (cfr. Jo 3,1-3), Nicodemos reconhece a autoridade de Jesus, graças às suas obras; mas Jesus acrescenta que isso não é suficiente: o essencial é reconhecer Jesus como o enviado do Pai.
Na segunda (cfr. Jo 3,4-8), Jesus anuncia a Nicodemos que, para entender a sua proposta, é preciso "nascer de Deus" e explica-lhe que esse novo nascimento é o nascimento "da água e do Espírito".
Na terceira (cfr. Jo 3,9-21), Jesus descreve a Nicodemos o projeto de salvação de Deus: é uma iniciativa do Pai, tornada presente no mundo e na vida dos homens através do Filho e que se concretizará pela cruz/exaltação de Jesus. O nosso texto pertence a esta terceira parte.

 MENSAGEM - A imagem do "levantamento" de Jesus refere-se, naturalmente, à cruz - passo necessário para chegar à exaltação, à vida definitiva. É aí que Jesus manifesta o seu amor e que indica aos homens o caminho que eles devem percorrer para alcançar a salvação, a vida plena (vers. 14).
Aos homens é sugerido que acreditem no "Filho do Homem" levantado na cruz, para que não pereçam mas tenham a vida eterna. "Acreditar" no "Filho do Homem", significa aderir a ele e à sua proposta de vida; significa aprender a lição do amor e fazer, como Jesus, dom total da própria vida a Deus e aos irmãos (vers. 15). É dessa forma que se chega à "vida eterna".
Jesus, o "Filho único" enviado pelo Pai ao encontro dos homens para lhes trazer a vida definitiva, é o grande dom do amor de Deus à humanidade. A expressão "Filho único" evoca, provavelmente, o "sacrifício de Isaac" (cfr. Gn 22,16): Deus comporta-se como Abraão, que foi capaz de desprender-se do próprio filho por amor (no caso de Abraão, amor a Deus; no caso de Deus, amor aos homens)... Jesus, o "Filho único" de Deus, veio ao mundo para cumprir os planos do Pai em favor dos homens. Para isso, encarnou na nossa história humana, correu o risco de assumir a nossa fragilidade, partilhou a nossa humanidade; e, como conseqüência de uma vida gasta a lutar contra as forças das trevas e da morte que escravizam os homens, foi preso, torturado e morto numa cruz. A cruz é o último ato de uma vida vivida no amor, na doação, na entrega. A cruz é, portanto, a expressão suprema do amor de Deus pelos homens. Ela dá-nos a dimensão do incomensurável amor de Deus por essa humanidade a quem ele quer oferecer a salvação (vers. 16).
O objetivo de Deus ao enviar o seu Filho único ao encontro dos homens, É libertá-los do egoísmo, da escravidão, da alienação, da morte, e dar-lhes a vida eterna. Com Jesus - o "Filho único" que morreu na cruz - os homens aprendem que a vida definitiva está na obediência aos planos do Pai e no dom da vida aos irmãos, por amor. O messias veio oferecer aos homens - a todos os homens - a vida definitiva, ensinando-os a amar sem medida e dando-lhes o Espírito que os transforma em Homens Novos (vers. 17).
Reparemos neste fato notável: Deus não enviou o seu Filho único ao encontro de homens perfeitos e santos; mas enviou o seu Filho único ao encontro de homens pecadores, egoístas, auto-suficientes, a fim de lhes apresentar uma nova proposta de vida... E foi o amor de Jesus - bem como o Espírito que Jesus deixou - que transformou esses homens egoístas, orgulhosos, auto-suficientes e os inseriu numa dinâmica de vida nova e plena.
Em resumo: porque amava a humanidade, Deus enviou o seu Filho único ao mundo com uma proposta de salvação. Essa oferta nunca foi retirada; continua aberta e à espera de resposta. Diante da oferta de Deus, o homem pode escolher a vida eterna, ou pode excluir-se da salvação.

 ATUALIZAÇÃO • Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte na cruz, para mostrar aos homens o "caminho" da vida eterna...
• O amor de Deus traduz-se na oferta ao homem de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita, incondicional, absoluta, válida para sempre e que não discrimina ninguém. Aos homens - dotados de liberdade e de capacidade de opção - compete decidir se aceitam ou se rejeitam o dom de Deus. Às vezes, os homens acusam Deus pelas guerras, pelas injustiças, pelas arbitrariedades que trazem sofrimento e morte que pintam as paredes do mundo com a cor do desespero... O nosso texto, contudo, é claro: Deus ama o homem e oferece-lhe a vida. O sofrimento e a morte não vêm de Deus, mas são o resultado das escolhas erradas feitas pelo homem que se obstina na autossuficiência e que prescinde dos dons de Deus.

• "Acreditar" em Jesus, não é uma mera adesão intelectual da fé; mas é escutar Jesus, acolher a sua mensagem e os seus valores, segui-lo nesse difícil caminho do amor e da entrega ao Pai e aos irmãos. Passa pelo ultrapassar a indiferença, o comodismo, os projetos pessoais por despir o egoísmo, o orgulho, a autossuficiência, os preconceitos, para realizar gestos concretos de dom, de entrega, de serviço que tragam alegria, vida e esperança aos irmãos que caminham conosco. A Festa da Exaltação da Santa Cruz convida-nos a percorrer, com Jesus, esse caminho de amor, de dom, de entrega total que ele percorreu.

8. SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11) Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.
Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor” - para a glória de Deus Pai. 

AMBIENTE - A comunidade cristã, fundada por Paulo, era uma comunidade entusiasta, generosa, comprometida, sempre atenta às necessidades de Paulo e do resto da Igreja, por quem Paulo nutria um afeto especial. Apesar destes sinais positivos não era, no entanto, uma comunidade perfeita... O desprendimento, a humildade, a simplicidade, não eram valores apreciados entre os que compunham a comunidade.
Paulo convida os filipenses a encarnar os valores de Cristo; para isso, utiliza um hino pré-paulino, recitado nas celebrações litúrgicas cristãs: nesse hino, ele expõe aos cristãos de Filipos o exemplo de Cristo.

MENSAGEM - Cristo Jesus - nomeado no princípio, no meio e no fim - constitui o motivo do hino. Dado que os cristãos têm a obrigação de comportar-se como Cristo. Como é o exemplo de Cristo?
Cristo (o Homem Novo que, ao orgulho e revolta de Adão responde com a humildade e a obediência ao Pai). A atitude de Adão trouxe fracasso e morte; a atitude de Jesus trouxe exaltação e vida.
Cristo não afirmou com arrogância e orgulho a sua condição divina, mas aceitou fazer-se homem, assumindo com humildade a condição humana, para servir, para dar a vida, para revelar totalmente aos homens o ser e o amor do Pai. Não deixou de ser Deus; mas aceitou descer até aos homens, fazer-se servidor dos homens, para garantir vida nova para os homens. Jesus aceitou uma morte infamante para nos ensinar a suprema lição do serviço, do amor radical, da entrega total da vida.
A obediência e entrega de Cristo aos projetos do Pai, resultaram em ressurreição e glória. O cristão deve ter como exemplo esse Cristo, servo sofredor e humilde, que fez da sua vida um dom a todos. Esse caminho de cruz não levará ao aniquilamento; mas levará o homem à glória, à vida plena.

ATUALIZAÇÃO - • Paulo tem consciência de que está a pedir aos seus cristãos algo realmente difícil; mas é algo que é fundamental, à luz do exemplo de Cristo. Também a nós é pedido, neste dia em que somos convidados a contemplar a cruz de Cristo, um passo em frente no difícil caminho da humildade, do serviço, do amor.
• O exemplo de Cristo garante-nos que o caminho da cruz, da entrega, do dom da vida não é um caminho de "perdedores" e de fracassados: o caminho do dom da vida, conduz ao sepulcro vazio da manhã de Páscoa, à ressurreição. É um caminho que garante a vitória e a vida plena.



Pe. Joaquim - Pe. Barbosa - Pe. Carvalho



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Breve comentário:

            O texto evangélico da Festa da Exaltação da Santa Cruz é tirado do Evangelho de S. João, evangelista que apresenta o mistério da Cruz do Senhor como exaltação. Isto é claro no texto: «Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que  seja erguido o Filho do Homem». João explica-nos o mistério do Verbo incarnado no movimento paradoxal de descida/subida (Jo 1,14.18; 3,13). De facto, é este mistério que oferece a chave de leitura para compreender o desenrolar da identidade e da missão de Jesus Cristo sofredor e glorioso.
Jesus é o Filho de Deus que, tornando-se Filho do Homem (Jo 3,13), nos faz conhecer os mistérios de Deus (Jo 1,18). Só Ele o pode fazer, pois somente Ele viu o Pai (Jo 6,46). Podemos dizer que o mistério do Verbo que desce do céu responde ao desejo dos profetas: «Quem subirá ao céu para nos revelar este mistério?» (cf. Dt 30,12; Pr 30,4). Por outro lado, o IV evangelho está repleto de referências ao mistério daquele que é do céu (Jo 6,33.38.51.62; 8,42; 16,28-30; 17,5).
A exaltação de Jesus está precisamente na sua descida até nós, descida até à morte e morte de Cruz, sobre a qual ele foi levantado como a serpente no deserto, e quem o contemplar terá a vida (Nm 21,7-9; Zc 12,10). Este ver Cristo levantado será recordado por João na cena da morte de Jesus: «Hão-de olhar para aquele que trespassaram» (Jo 19,37). No contexto do quarto evangelho, este olhar quer significar «conhecer», «compreender», «ver».
Frequentemente, no evangelho de João, Jesus refere-se ao seu erguer: «Quando levantardes o Filho do Homem, então sabereis que Eu Sou (Jo 8,28); «quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim». «Falava assim para indicar de que morte devia morrer» (Jo 12,32-33). Embora a linguagem seja típica de João, a ideia é comum aos outros evangelhos onde Jesus anuncia aos seus discípulos o mistério da sua condenação e morte de cruz (ver Mt 20,17-19; Mc 10,32-34; Lc 18,31-33): Cristo devia «sofrer tudo isto e entrar na sua glória» (Lc 24,26).
            Este mistério revela o grande amor que Deus nos traz. Ele é o filho dado a nós, «para que quem nele crê não se perca mas tenha a vida eterna», este filho que nós recusámos e crucificámos. Mas precisamente nesta rejeição da nossa parte Deus manifestou a sua fidelidade e o seu amor que não fica imobilizado perante a dureza do nosso coração. Mesmo com a nossa rejeição e desprezo, ele realiza a nossa salvação (Act 4,27-28), permanecendo firme no cumprimento do seu plano de misericórdia: «De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».

Pe. Franclim Pacheco


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Pela Cruz vencerás

O Imperador Constantino, antes de uma importante batalha, viu no céu uma Cruz, com os dizeres:
"Por este sinal, vencerás". Crendo nesse sinal, obteve uma grande vitória.

Na liturgia comemoramos hoje
a EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ...
Como pode a Igreja propor aos cristãos a exaltação
daquilo que foi o instrumento de tortura e morte de Jesus ?

O que se exalta na cruz não é a dor, mas a salvação, que ela trouxe.
Assim a cruz não é símbolo de morte, mas símbolo de nossa redenção, símbolo de nossa fé cristã.
É a expressão suprema do amor de Deus por nós.

As Leituras são um convite a contemplar esse Deus crucificado e a deixar-se envolver numa resposta de amor.…

A 1ª Leitura introduz o tema com o episódio da SERPENTE DE BRONZE levantada por Moisés no deserto. (Nm 21,4b-9)

- O Povo, em marcha pelo deserto, cansado da longa marcha e enfastiado com um alimento sempre igual (o maná),  expressa o seu desagrado contra Deus e contra Moisés.
- Deus castiga os revoltosos com serpentes venenosas.
- Arrependidos, os israelitas pedem perdão. 
- Deus manda Moisés construir uma serpente de bronze e colocá-la num poste.  
  Os que dirigiam o olhar para ela ficavam salvos.

*  Deus usa o mesmo instrumento que causa morte para salvar a vida do Povo.
    Essa serpente é figura da CRUZ, em que CRISTO foi levantado para dar vida a todos.

A 2ª leitura é um Hino cristológico, que narra a história de Jesus.
Jesus, Filho de Deus, despojou-se da grandeza divina e assumiu a condição humana:
"Esvaziou-se, humilhou-se, se fez obediente até a morte de CRUZ.
 Mas Deus o exaltou... tornando-o 'Senhor' do universo." (Fl 2,6-11)

* Exaltado na Cruz, Jesus é proclamado como o Senhor glorioso.

No Evangelho, João apresenta o mistério da Cruz, como exaltação, como fonte de vida e salvação para a humanidade. (Jo 3,13-17)

Cristo interpreta o episódio da serpente de bronze.
Como a serpente erguida por Moisés no deserto, foi sinal de salvação,  assim Cristo levantado na cruz será Sinal de salvação a todos os que nele crerem.


* A Cruz não é um amuleto que se carrega ao pescoço para proteção nas doenças ou desventuras;  não é um símbolo colocado no cimo das montanhas para mostrar a conquista do território, ou nas casas para indicar a sacralidade do ambiente.
- É um Sinal: o ponto de referência dos que têm fé e vêem nela a proposta de vida, feita por Cristo ressuscitado.

O olhar a Cristo crucificado nos revela o verdadeiro rosto de Deus  e nos convida a nos deixar envolver por seu amor.
Descobriremos que Deus não é forte e poderoso, mas frágil;
não é vencedor, mas derrotado;
não é rico, mas despojado de tudo;
não é servido, mas servidor dos homens;
não faz o que quer, deixa que os homens façam dele o que querem.
É fraco, vencido, pobre, servo, humilhado... por amor...

+ E para nós, o que significa a Cruz ?   
   - Um amuleto para dar sorte ou afastar desgraças?
   - Uma jóia que carregamos ao pescoço?
   - Um enfeite que penduramos na parede fria de nossas casas?
   - Um monumento em lugar turístico?

+ DUAS SUGESTÕES:

1) FIXAR OS OLHOS NO CRUCIFICADO e orientar as nossas escolhas:
    Nessa semana, encontre um momento e um local adequado para permanecer sozinho, olhando para o crucificado...

- Os Acontecimentos dramáticos da Paixão e morte de Jesus na cruz, procure reviver em silêncio e na contemplação:
  Desprezado pelo povo, odiado pelos sacerdotes, calúnias, mentiras, acusações.
  * Tenho coragem de recordar as ofensas, os rancores por uma falta de compreensão, por uma palavra inoportuna?

- As Palavras: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem".
                        "Ainda hoje estarás comigo no paraíso..."
  * Se abrirmos o coração, do crucificado brotará um clima de paz e uma necessidade de compreensão, de amor e de perdão.

- Vendo esse Cristo de Braços Abertos, posso continuar de braços cruzados, me omitindo diante das necessidades dos irmãos?

2) O SINAL DA CRUZ, que talvez aprendemos ainda no colo de nossa mãe: Um gesto simples, em que traçamos uma cruz sobre nós, invocamos a Trindade e consagramos nossa mente, nosso coração e nossas ações...

* Que tal nessa semana, fazê-lo consciente, com mais fé e amor?

Cristo venceu pelo caminho da Cruz e é também o caminho de nossa vitória.


                                       Pe. Antônio Geraldo






PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA:











- LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR). Exaltação da Santa Cruz
à O Senhor esteja com todos vocês... Demos graças ao Senhor nosso Deus... “É nosso dever e... nossa Salvação”
à Por Cristo, com Cristo e em Cristo, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: SENHOR, NÓS VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS PELO VOSSO AMOR.
à Pai, vos louvamos e agradecemos por todas as vezes que nos enviais o Vosso auxílio. Muitas vezes não notamos a vossa ajuda e simplesmente nos alegramos sem retribuir com um agradecimento. Pai, ajudai-nos a ver a vossa mão que nos conduz.
T: SENHOR, NÓS VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS PELO VOSSO AMOR.
àPai, é difícil entender o quanto nos ama enviando vosso Filho para nos salvar. Nos é difícil entender vosso Filho que se esvazia da divindade para ser um de nós. Nos é difícil entender Jesus que se faz o menor dos homens para nos servir. Nos é difícil entender alguém que por amor dá a própria vida dizendo: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Pai, ensinai-nos a ser menos egoístas e mais fraternos. Menos orgulhosos e mais humildes.
T: SENHOR, NÓS VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS PELO VOSSO AMOR.
àPai de bondade, através da cruz vemos o quanto somos amados. Dái-nos força e coragem para que olhemos para esta cruz salvadora e tenhamos coragem de repartir o que nos destes. Que saibamos amar, que possamos ser menos orgulhosos e prepotentes. Pai, enviai o Vosso Espírito Santo para nos transformar.
T: SENHOR, NÓS VOS LOUVAMOS E AGRADECEMOS PELO VOSSO AMOR.

: Pai nosso... A Paz de Cristo... Eis o Cordeiro...

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