4º
DOMINGO DA QUARESMA 2015 (Diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado!”.
Tema: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado!”.
A salvação é oferecida de graça. Aceita quem quer.
Primeira
leitura: Quando o homem escolhe
caminhos de egoísmo, constrói um futuro de dor e de morte. No entanto, Deus dá
sempre a possibilidade de recomeçar o caminho da vida nova.
Evangelho: Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição
do amor total. É esse o caminho da vida plena e definitiva.
Segunda
leitura: Deus ama o homem com um amor
total; é esse amor que nos oferece um mundo novo de vida plena e eterna.
5. PRIMEIRA LEITURA (2Cr 36,14-16.19-23 ... os ...sacerdotes e o povo multiplicaram suas infidelidades. Ora,
Deus dirigia-lhes frequentemente a Palavra por meio de seus mensageiros..., Mas
eles zombavam dos enviados de Deus, ..., até que o furor do Senhor se levantou
contra seu povo.... Os inimigos ...deitaram abaixo Jerusalém..., todos...,
tornaram-se escravos do rei, até que o império passou para o rei dos persas.
Assim se cumpriu a palavra do Senhor pronunciada pela boca de Jeremias: “Até
que a terra tenha desfrutado de seus sábados, ela repousará durante todos os
dias da desolação, até que se completem setenta anos”. No primeiro ano do
reinado de Ciro, rei da Pérsia, ...o Senhor moveu o espírito de Ciro, ..., que
mandou publicar: “Assim fala Ciro: O Senhor deu-me todos os reinos da terra e
encarregou-me de lhe construir um templo em Jerusalém, que está no país de
Judá. Quem pertence ao seu povo? que se ponha a caminho”.
AMBIENTE - O Livro das Crônicas oferece a história de Israel, desde a criação, até o Exílio. A datação da obra (entre
MENSAGEM - A
destruição de Jerusalém é vista como o resultado lógico dos pecados da nação.
“Os chefes de Judá ignoraram os avisos enviados por Deus por intermédio dos
profetas. Então, a ira do Senhor abateu-se o seu Povo. Aí está uma noção
primitiva da justiça de Deus: quando o Povo vive na fidelidade à Aliança, Deus
oferece-lhe felicidade; quando o Povo é infiel conhece morte e desgraça. O
Cronista está consciente de que o castigo não é a última palavra de Deus. Á
libertação operada por Ciro está a ideia de um Deus que não abandona o seu Povo,
mas continua a dar-lhe a possibilidade de recomeçar.
ATUALIZAÇÃO • A teologia da retribuição pode sugerir que Deus é apenas um contador incapaz de amor e de misericórdia. O Evangelho virá apresentar um Deus que, abomina o pecado, mas ama o homem e está sempre disposto a oferecer-lhe a vida e a salvação.
• Quando o homem prescinde de Deus e
escolhe caminhos de egoísmo, está construindo um futuro de dor e de morte. A
indiferença do homem face a Deus e às suas propostas gera violência, opressão,
exploração, exclusão, sofrimento.
• O Deus dá sempre a
oportunidade de recomeçar o caminho da esperança e da vida nova.
9. EVANGELHO (Jo 3,14-21) Disse Jesus a Nicodemos: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado.... Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz.... Quem pratica o mal odeia a luz.... Mas, quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus”.
AMBIENTE-
Nicodemos visita Jesus “de noite”, pois não queria se comprometer e arriscar a
posição que gozava na estrutura religiosa judaica. Membro do Sinédrio, Nicodemos
aparecerá, mais tarde, a defender Jesus, perante os chefes dos fariseus e
quando Jesus foi descido da cruz e colocado no túmulo (Jo 19,39).
- Três etapas: Na primeira, Nicodemos reconhece a autoridade
de Jesus, graças às suas obras; mas Jesus acrescenta que isso não é suficiente:
o essencial é reconhecer Jesus como o enviado do Pai. Na segunda, Jesus
anuncia que, para entender a sua proposta, é preciso “nascer de Deus” e
explica-lhe que esse novo nascimento é o nascimento “da água e do Espírito”. Na
terceira, Jesus descreve o projeto de salvação de Deus: é uma iniciativa
do Pai, tornada presente através do Filho e que se concretizará pela
cruz/exaltação de Jesus.
MENSAGEM - Jesus
explica que o Messias tem de “ser levantado ao alto”, como “Moisés levantou a
serpente” no deserto (quando mordidos pelas serpentes, olhavam uma serpente de
bronze e se curavam). Jesus refere-se à cruz. É aí que Jesus manifesta o seu
amor e indica o caminho para a salvação. É necessário crer no “Filho do Homem”
levantado na cruz, para que tenham a vida eterna. “Acreditar” significa aderir
a Ele e à sua proposta de vida; significa aprender a lição do amor e fazer,
como Jesus, dom total da própria vida a Deus e aos irmãos. Jesus, o “Filho
único” enviado pelo Pai é o grande dom do amor de Deus à humanidade. A cruz é a
expressão suprema do amor de Deus pelos homens. O objetivo de Deus ao enviar o
seu Filho, É libertá-los do egoísmo, da escravidão, da alienação, da morte, e
dar-lhes a vida eterna. Com Jesus os homens aprendem que a vida definitiva está
na obediência aos planos do Pai e no dom da vida aos irmãos, por amor. O
Messias não veio excluir ninguém da salvação. Ele veio oferecer a todos a vida
eterna, ensinando-os a amar e dando-lhes o Espírito que os transforma em Homens Novos.
Quando o homem aceita a proposta de Jesus e adere a Ele, escolhe a
vida eterna; mas quando o homem prefere continuar escravo de esquemas de
egoísmo e de autossuficiência, rejeita a proposta de Deus, auto-exclui-se da salvação. A salvação ou a
condenação não são, nesta perspectiva, um prêmio ou um castigo que Deus dá ao
homem pelo seu bom ou mau comportamento; mas é o resultado da escolha livre do
homem, face à oferta de salvação que Deus lhe faz. A responsabilidade pela vida
definitiva ou pela morte eterna não recai sobre Deus, mas sobre o homem. Para João,
o juízo realiza-se aqui e depende da atitude que o homem assume diante da
proposta de Jesus. Na parte final João constata que, por vezes, os homens
rejeitam a proposta de Deus e preferem a escravidão e as trevas (o egoísmo, a
injustiça, o orgulho, a autossuficiência, tudo o que torna o homem infeliz e
lhe impede o acesso à vida definitiva). Ao contrário, quem pratica as obras do
amor (as obras de Jesus), escolhe a luz, identifica-se com Deus e dá testemunho
de Deus no meio do mundo.
Em resumo: porque amava a humanidade, Deus enviou o seu
Filho único ao mundo com uma proposta de salvação. Essa oferta nunca foi
retirada; continua aberta e à espera de resposta. Diante da oferta de Deus, o
homem pode escolher a vida eterna, ou pode excluir-se da salvação.
ATUALIZAÇÃO • Jesus,
cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte na cruz, para
mostrar o “caminho” da vida eterna.
• O amor de Deus traduz-se na
oferta de vida plena eterna. O sofrimento e a morte não vêm de Deus, mas são o
resultado das escolhas erradas feitas pelo homem na auto-suficiência e que
prescinde dos dons de Deus.
• O caminho para à vida eterna é
“acreditar” em Jesus. “Acreditar” é escutar, acolher a sua mensagem e os seus
valores, segui-lO nesse caminho do amor e da entrega ao Pai e aos irmãos. Somos
convidados a converter-nos a Jesus e a percorrer o mesmo caminho de amor que
Ele percorreu.
• Não é Deus que nos condena;
somos nós que escolhemos eterna com Deus ou a eterna infelicidade.
7. SEGUNDA LEITURA (Ef 2,4-10) Irmãos: Deus é rico
AMBIENTE - Paulo chegou a Éfeso, instruiu-os e formou uma comunidade cristã. O texto é uma reflexão sobre o papel de Cristo na salvação do homem. O homem por si só não sai do pecado.
MENSAGEM - Deus é rico em misericórdia e ama o homem com um amor imenso. O amor de Deus não é um amor condicional, que só vem quando se converte; mas é um amor incondicional, que atinge o homem mesmo quando ele continua pecando. A esse homem orgulhoso, auto-suficiente, egoísta, Deus ofereceu uma nova vida, ressuscitando-o. Unido a Cristo, o cristão já ressuscitou e já foi glorificado; ele continua a viver na terra, sujeito à finitude e às limitações da vida presente, mas é já é um cidadão do céu. A vida do cristão está marcada pela dupla condição da fragilidade e da eternidade. Apesar da sua debilidade, o cristão tem de testemunhar e anunciar essa vida nova que Deus já lhe ofereceu nesta terra. A salvação não é uma conquista do homem, nem resulta das obras, mas é dom de Deus. A salvação é oferta gratuita que Deus faz a todos. Da oferta de salvação, nasce um homem novo, que pratica boas obras. As boas obras são o resultado da ação dessa graça que Deus derrama gratuitamente sobre o homem.
ATUALIZAÇÃO
• A vida está marcada pelas limitações. Paulo recorda: Deus ama-nos
com um amor tão grande, que nos faz vencer os nossos limites, oferece esse
mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim. Não somos condenadas ao
fracasso, mas somos filhos amados a quem Deus oferece a vida plena.
• Aqueles que acolheram o dom de
Deus são chamados a dar testemunho de um mundo novo. Por isso, os crentes têm
de anunciar e de construir um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano.
Eles são testemunhas de uma realidade nova de felicidade e de vida eterna.
• O mérito não é nosso. É Deus que
age no mundo; nós somos os instrumentos de Deus. Quando a humanidade aceita a
proposta de Jesus e adere a Ele, escolhe a vida definitiva; mas quando prefere
continuar escrava de esquemas de egoísmo e de autossuficiência, rejeita a
proposta de Deus e se auto-exclui da salvação. A salvação ou a condenação não
são um prêmio ou um castigo ; mas são o resultado da escolha.
Acreditar” em Jesus não é uma adesão intelectual; mas é escutá-lo,
acolher a mensagem e segui-lo no amor ao Pai e aos irmãos. É sair do comodismo,
dos projetos pessoais e encarar os desafios de Deus. É sair do egoísmo, do
orgulho, da autossuficiência, dos preconceitos. Neste tempo de caminhada para a
Páscoa, somos convidados a converter-nos a Jesus e tornarmo-nos pedras vivas do
novo templo.
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Hoje, o Senhor explica a Nicodemos a sua
missão: “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho unigênito”.
Porque “estávamos mortos por causa de nossos pecados”, Deus, na
sua imensa misericórdia, nos deu a vida no seu Filho único. Primeiro: É preciso
reconhecer que somos pecadores, todos necessitados da salvação! Mas, há uma
outra: Deus não se cansa de nós; estende-nos a mão que é o seu Filho Jesus!!Acreditar no nome de Jesus não é aderir a uma teoria, mas levá-lo a sério na vida pelo esforço de conversão à sua Pessoa divina e à sua Palavra santa! Crede, não com palavras vãs! Crede com o afeto, com o coração, com os lábios, mas, sobretudo, crede com as mãos, com os vossos atos!
“Aquele que pratica a verdade, vem para a luz” (Jo 3,21). Observemos que a passagem citada não diz “aquele que fala a verdade”, mas “aquele que pratica a verdade”. O que seria então “praticar” a verdade? Poderíamos resumir em poucas palavras: “viver conforme a verdade”.
Viver segundo a verdade de Deus é adaptar a nossa maneira de pensar, querer, sentir e agir à maneira de Jesus, pois ele é a verdade. Não nos esqueçamos de que no cristianismo, a verdade não é simplesmente um argumento, a verdade é uma pessoa: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
O cristão tem que ser consciente de que sem a luz da fé na inteligência e sem a caridade na vontade, não fará o bem que almeja. Nada podemos sem a graça de Deus.! A nossa natureza, depois do pecado original, ficou estragada e foi resgatada. A fé vem para curar a ignorância e o amor de Deus vem para dar força à nossa vontade.
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Homilia do PE. PEDRINHO
Irmãos e irmãs, o tempo da
quaresma, esse tempo privilegiado, um tempo para aprofundarmos mais no mistério
da paixão e ressurreição do Senhor. Hoje, João nos lembra de uma passagem
bastante importante; por orientação de Deus, Moisés eleva uma serpente no
madeiro. Todo que olhava para a serpente era curado.
Para refrescar nossa memória,
trata-se do episódio onde, de fato, onde o povo se rebela contra Deus, dizendo
a Moisés: Deus nos trouxe aqui para morrermos de fome e de sede. A partir daí,
as serpentes atacavam aquelas pessoas e elas acabavam morrendo. Moisés clamou a
Deus dizendo: o que eu posso fazer para salvar este povo? E Deus disse: pega
uma serpente, levanta no madeiro e todo que olhar para esta serpente, terá
vida. Assim, o povo de Deus pode sobreviver. Alguém poderia dizer: isto é histórico,
isto aconteceu? Para nós, isto não é importante. O importante é buscar o
significado. E o significado dessa narrativa, dessa história, é muito
importante. A serpente, na Bíblia simboliza sempre sabedorias, propostas de
vida, filosofias de vida, como você quiser chamar. E Deus disse: diante de
propostas, eu apresento esta; quem olhar para esta serpente, para esta
proposta, viverá. Porque esta é a MINHA PROPOSTA. Qual é a proposta de Deus? Garantir
ao povo um rumo, um caminho para chegar até Ele. Não somente isso, mas chegando
até Ele, ter a vida e vida plena e eterna. São João vai se recordar dessa
passagem quando o Filho do Homem for elevado no madeiro. Eis aí o crucificado. Quem
olhar para o Crucificado, terá a vida eterna. Por quê? Porque Ele traz a
proposta de Deus, para que todos conheçam o caminho, que é Jesus, a verdade,
que é Jesus e a vida que vem e que é o próprio Jesus. Ora, em que sentido
caminho? A partir de Jesus, todo aquele que seguir o seu caminho, o seu
conselho, a sua sabedoria, estará salvo. É evidente que se eu seguir outros
caminhos, Deus não garante. Não que ele não pudesse nos salvar. Ao seguir outro
caminho, estou externado meu desejo de não seguir a Deus. E ele como respeita a
decisão de cada um, também deixará a pessoa caminhar por si só. Normalmente,
quem caminha por sua própria conta, erra o caminho. Por que? Porque nós não
conhecemos o caminho da vida. Nós não conhecemos sequer o próximo minuto. Nem sabemos
se vamos terminar a Celebração Eucarística, ou não. Ora, então, pensando em acertar,
eu posso errar. Mas, a medida em que eu deposito minha confiança em Jesus, eu
tenho certeza que não erro. Porque Ele conhece o caminho, Ele é o eterno, ele
num único olhar conhece o conjunto todo. É por isso que Ele me garante vida e
vida em abundância.
Um segundo ponto importante
dentro do Evangelho: São João diz: todo aquele que crê em mim, viverá. O Filho
do Homem não veio para condenar, mas para salvar. Quem crê, já está salvo e que
não crer, já está condenado, porque não acreditou naquele que foi enviado. Muitas
pessoas argumentam: qual é a liberdade que tenho? Se eu crer, eu me salvo. Se eu
não crer, eu me perco. Então, eu não tenho escolha. Eu tenho que crer. Não. Não
é assim. É que São João nos mostra que quem crer no Filho do Homem, em Jesus
Cristo, este está salvo, porque Jesus assegura, como eu dizia, porque Ele é o
caminho, a verdade e a vida. Quem não crer nisso, pode se perder. É por isso
que acabe condenado. Mas condenado por que? São João continua no Evangelho; porque
a luz veio ao mundo, mas o mundo preferiu as trevas e a partir de agora, somos
convidados a refletir sobre a teologia da luz. Ou seja, qual é o significado
que a luz tem dentro da Bíblia. Já na primeira página, no livro do Gênesis, nos
ajuda a compreender; E Deus disse: faça-se a luz e a luz se fez. Houve tarde e
manhã, primeiro dia. E para que nós não confundíssemos esta luz com o sol, no
quarto dia Deus disse: que haja o luzeiro maior para iluminar os dias e o
luzeiro menor para iluminar as noites. E assim foi criado o sol e a lua. De tal
maneira que a luz do primeiro dia dignifica algo bem diferente da luz do quarto
dia. Quando eu falo da luz eu não estou falando do sol, não estou falando da
lua, mas daquela luz da qual veio toda a vida do universo. Ora, quem é o grande
provedor da vida no universo? É Deus. Hoje eu perguntava para as crianças, quem
fez a luz. Eles confundiram um pouco. Eu perguntei; quem fez o universo? Eles confundiram
um pouco e disseram que o universo é fruto do Big-bem. Eu disse: vamos fazer
uma distinção; uma coisa é quem criou a luz e todo o universo. Outra coisa é
como foi criado. Esta distinção é muito importante, porque senão, eu acabo
confundindo fé e ciência. Hoje a ciência nos prova que o mundo não foi construído
em sete dias, mas a Bíblia também não está preocupada com isto, mas quem criou.
O criador é aquele que pode prover toda a vida e continua criando a cada dia; é
o oxigênio que se renova, é as plantas que renascem, é todo o universo que a
cada dia toma um fôlego novo. Basta ver como nós somos: pela manhã, quem está
bem de saúde, está revigorado, pronto para um dia todo. A noite, já está um
pouco cansado, precisando repor as energias. Todo este movimento de criação vem
de Deus. Então, um mundo onde há luz, é um mundo onde há vida. Um mundo onde só
a trevas, é um mundo onde a vida está ausente. Não é atoa que a Bíblia diz que
tudo era um caos e Deus disse haja a luz. E é a partir daí que tudo se
organiza.
Então, ao dizer que o mundo
preferiu as trevas, é dizer que as pessoas decidiram caminhar sem a luz. E caminhar
sem a luz é caminhar sem a vida. É caminhar totalmente jogado à sorte do mundo.
E a sorte do mundo, de fato é um final como o que aconteceu com Jesus. Por isso,
quem não crer nele, já está condenado. Condenado a que? Condenado a viver num
mundo sem sentido, sem saber por onde caminhar. Então, nós que estamos nessa
caminhada, a Páscoa, portanto a caminhada da quaresma, somos chamados a
reacender a nossa esperança em Deus, assumir esta luz que é Cristo e caminhar
iluminado.
Semana passado vimos que Deus é
um Deus ciumento e mesmo ciumento, não hesitou em mandar o seu Filho único para
que o mundo fosse salvo. Hoje, mais uma
vez isto volta na segunda leitura. Portanto, cada um de nós é chamado a
reconhecer em Jesus o Salvador, um gesto de amor de Deus. O caminho portanto,
está muito claro, muito iluminado: é o caminho do amor. Ora, então, quem cré em
Deus, crê no amor. Crendo no amor, crê na justiça, na misericórdia, na
solidariedade, crê em tudo que proporciona vida. Por isso, somos convidados
esta semana a pedir a Deus para que sejamos luz para o irmão, a viver a luz que
Cristo nos oferece, a aceitamos o seu caminho como caminho de salvação, porque
sabemos que é o caminho que nos leva à vida eterna. Isto, motivado pelo amor do
próprio Deus.
Louvado seja nosso Senhor Jesus
Cristo.
PE. PEDRINHO
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Juiz ou Salvador?
A Quaresma é um tempo oportuno
para purificar idéias e atitudes de
nossa vida cristã. Muitas vezes somos levados a ter de Deus a imagem de um juiz severo e
castigador...
Será essa a verdadeira imagem de
Deus que devemos ter?
A Bíblia tem uma imagem bem diferente:
- Um Deus Criador e Amigo... que
dialoga com Adão...
- Um Deus que faz uma Aliança de
amizade com o seu povo...
- Um Deus-conosco ("Emanuel")... que caminha com
o povo...
- Um Deus que liberta... e
salva...
- Um Deus misericordioso, que
perdoa...
- Um Deus Pai... sempre disposto a
acolher o filho pródigo...
O castigo é um remédio extremo para que se arrependa e volte à amizade.
A 1a leitura
revela a Justiça e a Misericórdia de Deus no tempo do exílio e
da libertação. (2Cr 36,14-16.19-23)
É um resumo da História da
Salvação, em três momentos:
O Pecado do homem, o Castigo e o Perdão
de Deus.
O Povo foi infiel à Aliança. Por
isso, Jerusalém foi destruída e sua elite foi deportada para a Babilônia.
Mas Deus não abandona o povo,
apesar das infidelidades. O povo
arrependido voltou seu coração para Deus e Deus o conduziu de volta à sua
terra.
Deus é
mais misericórdia, do que justiça...
Na 2a Leitura
Paulo afirma que Deus é rico em misericórdia (Ef 2,4-10).
Por isso, à situação pecadora do
homem, Deus responde com a sua graça.
O amor salvador e libertador de
Deus é incondicional e atinge o homem, mesmo quando ele continua a percorrer os
caminhos de pecado e de morte.
Somos sempre filhos amados, a quem
Deus oferece a vida plena, a salvação.
No Evangelho, Jesus
se revela como Salvador e não Juiz
(Jo 3,14-23).
É a conclusão do diálogo de Jesus
com NICODEMOS, que nas "trevas da noite", vem falar com
Jesus à procura de "Luz".
No final, descreve o projeto de
Salvação de Deus: "Deus amou tanto o
mundo que lhe deu o seu próprio filho e este não veio para julgar o
mundo, mas para salvá-lo".
No deserto, os hebreus olhavam
para a serpente levantada por Moisés como sinal de cura e libertação.
Faz lembrar a cruz onde foi
levantado o Filho do homem.
Da Cruz de Jesus brota a vida e a
saúde para toda a terra.
Ao olhar com fé para esse sinal,
ficamos curados...
O texto nos convida a
contemplar uma História maravilhosa:
O Amor de Deus
oferece ao homem vida plena e definitva.
Aos homens
compete aceitar ou não o dom de Deus.
Jesus não veio
condenar e excluir ninguém da salvação.
Ele é a luz
divina enviada ao mundo para mostrar o caminho da verdade e da vida que conduz
a Deus.
As pessoas podem
rejeitar Jesus e sua missão, permanecendo nas trevas do egoísmo, rejeitando
Jesus e sua missão;
ou então aceitar
Jesus e seguir seu projeto, deixando-se envolver pela luz da fé e da salvação.
João define o caminho para chegar à vida eterna:
CRER EM JESUS:
- Não é uma mera adesão intelectual a umas verdades mas acolher JESUS enviado pelo Pai
para salvar os homens.
- É escutar Jesus, acolher a sua mensagem e segui-lo
nesse caminho.
- É deixar as trevas e caminhar para a Luz… É aceitar essa
Luz...
Isso
supõe desfazer-se de muitos projetos pessoais.
E o julgamento final como fica?
Muitos imaginam um Deus severo, que vai analisar tudo com rigor até os mínimos detalhes.
Seria então Ele um Pai, que ama os
bons e os maus, como ensinou Jesus?
- Segundo São João, o julgamento
não é pronunciado por Deus, mas pela escolha que cada um faz diante da Luz de
Cristo.
"Quem nele crê,
não é condenado. Mas quem não crê, já está condenado...
A Luz veio ao
mundo, mas os homens preferiram as trevas."
Por isso, a decisão no julgamento:
- não é propriamente Deus que
faz... somos nós que escolhemos...
- não é apenas no fim do mundo,
mas é aqui e agora.
Cada instante da vida é tempo de
salvação ou de condenação...
Salvam-se os que praticam a
Verdade e se aproximam da "Luz".
Condenam-se os que praticam o mal
e preferem as "trevas".
A salvação é um dom gratuito de
Deus oferecido a todos...
Tudo depende da nossa aceitação ou
não à proposta de Cristo.
Cristo quer ser o nosso Salvador,
não o nosso Juiz...
Qual será a nossa escolha?
Preferimos a Luz ou as Trevas?
Pe.
Antônio
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HOMILIA DE D. HENRIQUE SOARES
“Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais
tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações”
(Is 66,10s). Caríssimos em Cristo, estas palavras de Isaías dão o tom da
liturgia deste Domingo, chamado pela liturgia de Domingo Laetare
– Domingo “Alegra-te!” No meio da Quaresma, na metade do caminho para a a
celebração da Ressurreição do Senhor, a Igreja nos convida à alegria pela
aproximação da Santa Páscoa. Daí hoje a cor rosa e as flores na igreja. “Alegra-te,
Jerusalém!” – Jerusalém é a Igreja,é o Povo santo de Deus, o novo Israel,
é cada um de nós… Alegremo-nos, apesar das tristezas da vida, apesar da
consciência dos nossos pecados! Alegremo-nos, porque a misericórdia do Senhor é
maior que nossa miséria humana!Como o povo da Antiga Aliança, também nós tantas vezes somos infiéis – já devíamos ter visto isso claramente a essa altura da Quaresma! É trágico, na primeira leitura, o resumo que o Livro das Crônicas traçou da história de Israel: “Todos os chefes dos sacerdotes e o povo multiplicaram suas infidelidades, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs. O Senhor Deus dirigia-lhes a palavra por meio de seus mensageiros, porque tinha compaixão do seu povo. Mas, eles zombavam dos enviados de Deus, até que o furor do Senhor se levantou contra o seu povo e não teve mais jeito”. Com estas palavras dramáticas, o Autor sagrado nos explica o motivo do terrível e doloroso exílio da Babilônia: Israel fez pouco de Deus, virou-lhe as costas; por isso mesmo, foi expulso do aconchego do Senhor na Terra que lhe fora prometida, perdeu a liberdade, o Templo, a Cidade Santa, e tornou-se escravo no Exílio de Babilônia. Aqui aparece toda a gravidade do pecado, que provoca a ira de Deus! É sempre essa a conseqüência do pecado: o exílio do coração, a escravidão da vida! A Escritura nos ensina, caríssimos, que Deus nunca faz pouco do nosso pecado, nunca passa a mão na nossa cabeça, jamais faz de conta que não pecamos! Jamais despensa de modo leviano as nossas infidelidades! E por quê? Porque realmente nos ama, nos leva a sério, faz conta de nós! Ora, o pecado, afastando-nos de Deus, nos desfigura e nos faz perder o rumo e o sentido da existência. Por isso mesmo, causa a ira de Deus! Pois bem, o Senhor levou, então, seu povo para o terrível deserto do Exílio para corrigi-lo e fazê-lo voltar de todo o coração para Aquele que é seu único bem, sua verdadeira riqueza – aquele que é o seu Deus! É por misericórdia que ele corrige Israel, por misericórdia que nos corrige: “Pois o Senhor não rejeita para sempre: se ele aflige, ele se compadece, segundo sua grande bondade. Pois não é de bom grado que ele humilha e que aflige os filhos do homem” (Lm 3,31-33). Deus é amor e misericórdia. A leitura do Livro das Crônicas nos mostrou que, uma vez Israel convertido, corrigido, o Senhor fá-lo voltar para a Terra sempre prometida. Sim, efetivamente, “não é de bom grado que ele humilha e que aflige os filhos do homem”.
Caríssimos, esta mesma idéia que tantas vezes aparece no Antigo Testamento, cumpre-se de modo definitivo
Amados em Cristo, a grande tentação de nossa época é fazer pouco de Deus e, cinicamente, mascarar nosso pecado. Quantos cristãos adulteram, roubam, fornicam, abortam, negligenciam seus deveres para com Deus e com a Igreja, desobedecem aos mandamentos, e não estão nem aí. É um espírito de descrença, de falta de atenção e delicadeza para com o Senhor. Vemos isso em tanta gente de Igreja… Aqueles que nos corrigem são chamados logo de reacionários, fechados, sem misericórdia, duros, insensíveis para o mundo atual… E no entanto, a Palavra do Senhor é clara: é necessário que fixemos o olhar em Cristo que se entregou por nós e reconheçamos a gravidade e a concretude do nosso pecado! Volta, Israel! Volta, Igreja de Cristo! Volta, povo do Senhor! Voltemos, irmãos e irmãs!
Recordemos que hoje, no Evangelho, após mostrar o imenso amor de Deus pelo mundo, a ponto de entregar o Filho amado, Jesus nos previne duramente: Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito”. Ora, caríssimos, acreditar no nome de Jesus não é aderir a uma teoria, mas levá-lo a sério na vida pelo esforço contínuo de conversão à sua Pessoa divina e à sua Palavra santa! Crede, irmãos, crede, irmãs! Crede não com palavras vãs! Crede com o afeto, crede com o coração, crede com os lábios, mas, sobretudo, crede com as mãos, com os vossos atos, com a prática da vossa vida! De verdade creremos na medida em que de verdade nos abrirmos para a sua luz; pois “o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz”.
Que o Senhor nos dê a graça de ver realisticamente nossos pecados, reconhecê-los humildemente e confessá-los sinceramente, para celebrarmos verdadeiramente a Páscoa que se aproxima e dela participar eternamente na glória do céu. Amém.
D. Henrique Soares
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HOMILIA DO Pe. Françoá Costa
Entre a luz e as trevas
Temos a impressão de que a maior parte da nossa vida passa-se entre a luz e
as trevas. Aquela antiga expressão que afirmava que há pessoas que mantêm duas
velas acessas, uma ao diabo e outra a S. Miguel, parece encontrar o seu
correlativo na vida de um filho de Deus que procura ser bom e encontra
frequentemente as dificuldades da jornada. Uma coisa é bem certa: é preciso
apagar a vela ao diabo!No interior do ser humano trava-se uma batalha constante e que poucas vezes dá trégua. Não é à toa que somos chamados “Igreja militante”, isto é, a família de Deus que luta, que combate, que quer viver sempre na luz ainda que as trevas queiram entrar no seu interior. “Aquele que pratica a verdade, vem para a luz” (Jo 3,21). Observemos que a passagem citada não diz “aquele que fala a verdade”, mas “aquele que pratica a verdade”. O que seria então “praticar” a verdade? Poderíamos resumir em poucas palavras: “viver conforme a verdade”.
Viver segundo a verdade de Deus é adaptar a nossa maneira de pensar, querer, sentir e agir à maneira de Jesus, pois ele é a verdade. Não nos esqueçamos de que no cristianismo, a verdade não é simplesmente um argumento, a verdade é uma pessoa: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Viver conforme a verdade de Deus é pensar a própria vida segundo o plano de Deus que se manifestou suficientemente no mistério da Palavra de Deus que se encarnou para a nossa salvação.
Mas, como sabemos e experimentamos, não basta saber essas coisas, é preciso lutar para propor-se seriamente o seguimento de Jesus-Verdade. O ambiente no qual nos movemos oferece muitas atrações que não nos conduzem a bom porto, que não nos levam pelo caminho da salvação. O pecado frequentemente se assemelha a uma maçã que, estando podre por dentro, apresenta-se com belíssimo aspecto, bem atraente aos sentidos. O que fazer? Pedir a luz de Deus para vermos que tal fruta está podre, que não alimenta. O Evangelho de hoje ressalta justamente isso: andar na luz, que é sinônimo de andar na verdade.
O cristão tem que ser consciente de que sem a luz da fé na inteligência e sem a caridade na vontade, não fará o bem que almeja. Ninguém pode mover-se sobrenaturalmente sem a graça de Deus. É impossível! A nossa natureza, depois do pecado original, ficou estragada (não totalmente), posteriormente foi resgatada, e, contudo, nela permanece a ignorância e a concupiscência. Essas duas realidades são as que obscurecem a nossa inteligência e debilitam a nossa vontade. A fé vem para curar a ignorância e o amor de Deus vem para dar força à nossa vontade.
Nesta quaresma, tempo de conversão, é preciso ter em conta essa realidade: quem vive habitualmente na graça de Deus não está livre de todas as tentações, também ele se encontra exposto às trevas do pecado. Nunca percamos o bom senso: somos fracos, precisamos da luz e do amor de Deus. Não sejamos ingênuos: fujamos das ocasiões de pecados! Nada dizer: “não importa, eu resisto, pois eu sou forte”. Quantos heróis já foram derrotados por causa de uma confiança exagerada nas próprias forças!
Pe. Françoá Costa
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Jo 3, 14-21 - LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER
SOBRE O ALTAR)
à COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,
LOUVEMOS AO PAI:
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
à Senhor, nosso Deus e Pai. Sois bondade e misericórdia. Mesmo
quando nos afastamos de Vós, nunca nos abandonais e sempre estais de braços
abertos para nos acolher e dar nova vida.
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
à Senhor, Bendito seja o vosso nome sobre toda a terra. Sois amor e
bondade para com toda a humanidade. Pai, não desvieis o vosso olhar deste vosso
povo e conduzi-nos aos caminhos da vida.
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
à Pai, Santificado seja o vosso nome. Grande é o vosso amor nos
enviando o Salvador. Pai, ajudai-nos para que sigamos os passos de vosso Filho
e nosso Salvador..
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
à Senhor, nosso Pai, Com a força do Espírito Santo queremos ser
transformados para ressuscitar com Jesus, vosso Filho, e participar da vossa
glória após a nossa morte.
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
à Senhor, nosso Deus e Pai. Venha a nós o Vosso Reino e que
saibamos cumprir a vossa vontade na construção deste Reino. Pai, louvores e
glórias pela vossa bondade.
T:
Senhor, agradecemos o vosso amor que nos liberta e nos
salva
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- PAI NOSSO... - - ABRAÇO DA PAZ... EIS O CORDEIRO DE DEUS...
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