Solenidade da Santíssima Trindade 2015 (Adaptado e
postado pelo Diácono Ismael)
Síntese:
TEMA: “Em nome do Pai e do Filho e do
Esp. Santo é que nós existimos e somos.”
Primeira leitura: É Deus que vem ao encontro dos homens, lhes indica caminhos de
vida plena e verdadeira.
Evangelho: Os discípulos recebem a missão de testemunhar a sua proposta de
vida em nome da família divina; Pai, Filho e Espírito Santo.
Segunda leitura: Deus acompanha a humanidade oferecendo a vida plena e
definitiva.
6.
PRIMEIRA LEITURA (Dt 4,32-34.39-40) Leitura do Livro do
Deuteronômio.
Moisés
falou ao povo, dizendo: “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o
dia em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um extremo ao outro
dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo
semelhante. Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus
falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? Ou terá
jamais algum Deus vindo escolher para si um povo entre as nações, por meio de
provações, de sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e
braço estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o
Senhor vosso Deus fez no Egito, diante de teus próprios olhos?
Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em
cima no céu e cá embaixo na terra e que não há outro além dele. Guarda
suas leis e seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e
teus filhos depois de ti, e vivas longos dias sobre a terra que o Senhor teu
Deus te vai dar para sempre”.
AMBIENTE - O Livro do Deuteronômio foi descoberto no Templo de Jerusalém no
reinado de Josias (622 a.C). O capítulo 4 é um texto redigido na fase final do
Exílio na Babilônia. O Povo corria o risco de trocar Jahwéh pelos deuses
babilônicos. É neste contexto que os teólogos vão convidar o Povo a olhar para
a sua história e a comprometer-se de novo com Deus e com a Aliança.
MENSAGEM - É uma
história na qual se manifesta o amor de um Deus empenhado em estabelecer
comunhão e familiaridade com o seu Povo. Jahwéh falou-lhe ao coração e
realizou gestos destinados a trazer ao Povo ao encontro da vida. Israel deve
reconhecer que “só o Senhor é Deus… e que não há outro”. D’Ele e só d’Ele
brotam a vida, a salvação, a felicidade, a liberdade. Esta constatação
convida o Povo a não colocar a sua esperança noutros deuses e cumprir as leis e
os mandamentos de Deus, pois são o caminho seguro para a felicidade.
ATUALIZAÇÃO *¨ Deus
é sensível aos problemas humanos, nos ama e tem misericórdia de nossas
falhas.
*¨ É Deus
que vem ao encontro dos homens e lhes indica caminhos de liberdade e de vida e
intervém para nos libertar de tudo que nos oprime e para nos oferecer
perspectivas de vida plena e verdadeira. Deus deve ser uma luz de esperança que
ilumina o nosso caminho.
** Jahwéh é o único Deus e só
n’Ele o homem encontra a verdadeira vida. Os outros “deuses” (o dinheiro, o
poder, a fama, o sucesso, o reconhecimento social, os valores da moda…), são
verdadeiramente garantia de vida e de felicidade?
** As leis e os mandamentos são o caminho para a felicidade e para a
realização plena do homem.
10.
EVANGELHO (Mt 28,16-20) Proclamação do Evangelho de
Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele
tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes
tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda
assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me
foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até ao fim do mundo”.
AMBIENTE - Os judeus de Jerusalém desprezavam os judeus da Galileia “não
podia sair nada de bom”. No entanto, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda
a sua vida. Foi também na Galileia que Ele começou a anunciar o Evangelho do
“Reino” e que começou a reunir à sua volta um grupo de discípulos. Para Mateus,
esse fato sugere que o anúncio de Jesus é universal: destina-se a judeus e
pagãos. Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os
discípulos, num “monte que Jesus lhes indicara”. o “monte” é sempre, no
Antigo Testamento, o lugar onde Deus se revela.
MENSAGEM - Jesus ressuscitado revela se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-no
como “o Senhor” e adoram-n’O. Depois da adoração, Mateus acrescenta “alguns
ainda duvidaram”. Ao reconhecimento e à adoração dos discípulos, segue-se uma
manifestação do mistério de Jesus, que reflete a fé da comunidade de Mateus:
Jesus é o “Kyrios”, que possui todo o poder sobre o mundo e sobre a
história; Jesus é “o mestre”, cujo ensinamento será sempre uma
referência para os discípulos; Jesus é o “Deus conosco”, que acompanhará
a caminhada dos discípulos pela história.
Mateus descreve o envio
dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é uma comunidade
missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de
libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos dos
discípulos. A missão destina-se a “todas as nações”. Começava-se pela
catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de Jesus (o discípulo começava
sempre pelo catecumenato, que lhe dava as bases da proposta de Jesus). Quando
os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o batismo – que
selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos
tempos”, ajudando-os a superar as crises e as dificuldades da caminhada.
ATUALIZAÇÃO **¨ Ser
batizado é estabelecer uma relação pessoal com a comunidade trinitária do Pai,
do Filho e do Espírito Santo.
**¨ Quem acolheu o convite de Deus para
integrar a comunidade trinitária, torna-se testemunha dessa vida nova
que Deus oferece. O papel dos discípulos é continuar a missão de Jesus,
testemunhar o amor de Deus pelos homens e convidar os homens a integrar a
família de Deus.
**¨ A
missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal.
**¨ Testemunhar
o amor de Deus e apresentar aos homens o convite para integrar a família de
Deus é um enorme desafio. O confronto com o mundo gera muitas vezes, desilusão,
sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção convém recordar as palavras de
Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar
a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
8.
SEGUNDA LEITURA (Rm 8,14-17) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos:
Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus. De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes
no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós
clamamos: Abbá, ó Pai! O próprio Espírito se une ao nosso espírito para
nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também
herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente
sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele.
AMBIENTE - A Carta por volta do ano 57/58 do apóstolo apresenta uma síntese
da sua mensagem e da sua pregação. Na comunidade cristã de Roma havia
divergências entre cristãos vindos do judaísmo e cristãos vindos do paganismo
acerca do caminho cristão. Para os judeu-cristãos, a salvação dependia, além da
fé em Cristo, da prática da Lei de Moisés; para os pagão-cristãos, a adesão a
Cristo bastava. A uns e a outros, Paulo vai apresentar o essencial da mensagem
cristã… O apóstolo insiste no fato de a salvação não ser uma conquista do
homem, mas um dom do amor de Deus. A salvação é oferecida por Deus ao homem
através de Jesus Cristo; ao homem resta aderir a essa proposta de salvação, na
fé.
O texto que hoje, Paulo
reflete sobre a vida nova que Deus oferece ao batizado e que Paulo chama “a
vida no Espírito”. Paulo procura mostrar que os cristãos, libertos da Lei, do
pecado e da morte por Jesus Cristo, deixaram a vida velha da “carne” (que é
viver em oposição a Deus, para viverem a vida nova do Espírito (escutando as
suas propostas, na obediência aos projetos de Deus e na doação aos irmãos).
MENSAGEM
O crente que acolhe a
proposta de salvação que Deus faz em Jesus vive “no Espírito”.
Aceitar essa proposta de
vida é aceitar uma vida de relação e de comunhão com
Deus. Nessa relação, o
crente é alimentado com a vida de Deus. Os que aceitam receber a vida de Deus e
vivem “no Espírito” são “filhos de Deus”: Deus é, para eles, um Pai que
continuamente os cria e lhes dá vida. A partir de então, os crentes integram a
“família de Deus”. Não são escravos que vivem no medo; mas são “filhos” que
Deus ama com amor infinito. A condição de “filhos” equipara os crentes com
Cristo. Eles tornam-se “herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo”. A “herança”
reservada é a vida plena e definitiva, que Deus oferece àqueles que aceitaram a
proposta de Cristo e percorreram com Ele o caminho do amor, da doação.
ATUALIZAÇÃO
**¨: Deus não é distante, mas é um Deus que
acompanha a humanidade e oferece a vida. É preciso não esquecer que Deus nunca
desiste dos seus filhos e que nenhum de nós Lhe é indiferente.
**¨ Os membros da comunidade cristã, que pelo Batismo aderiram ao
projeto de salvação são animados pelo Espírito e integram a família de Deus. O
fim último da nossa caminhada é a pertença à família trinitária.
**¨ A nossa relação com os irmãos deve refletir o amor, a ternura, a
misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as consequências práticas
do nosso compromisso com a comunidade trinitária.
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A Trindade
A festa da TRINDADE nos convida a refletir sobre o Mistério da vida íntima de
Deus e conhecer melhor quem é nosso Deus. Ele se revela como Pai, Filho e
Espírito Santo.
A 1ª Leitura
apresenta o Deus da ALIANÇA.
Deus é o PAI que com sabedoria criou e dirige o universo. (Dt 4, 32-34.39-40)
É parte de um discurso de
Moisés, no final de sua vida, em que resume a Aliança e suas exigências.
Convida Israel a contemplar a
sua história e a ação de Deus na sua vida e na libertação do Egito.
Dá pistas para reconhecer o
verdadeiro rosto de Deus.
É um Deus que estabelece COMUNHÃO e familiaridade com seu Povo.
Ele vai ao encontro, fala com
eles e está sempre atento aos seus problemas.
É um Deus fiel, apesar da
infidelidade de Israel.
É um Deus próximo do Povo,
embora esse se afaste dele.
- E conclui convidando o Povo a
cumprir os mandamentos do Senhor, pois são sugestões de um Deus que nos ama e
quer a nossa felicidade e a nossa plena realização.
* O Antigo testamento não
conhecia o Mistério da Trindade.
Nessa etapa, aparece a UNICIDADE
e a ESPIRITUALIDADE de Deus, assim como os atributos de ONIPOTÊNCIA e
MISERICÓRDIA
Na 2ª Leitura, Paulo
ressalta que, graças ao dom do ESPÍRITO
através de CRISTO somos filhos de
Deus e, por isso, podemos chamar Deus de "Abba", "PAI". (Rm
8,14-17)
No Evangelho, Jesus
envia os discípulos em Missão para pregar o Evangelho e Batizar em nome da TRINDADE. (Mt
28,16-20)
O texto descreve o encontro
final entre Jesus e os discípulos.
Nele aparece uma fórmula
trinitária usada no batismo cristão.
Pelo Batismo, nos tornamos
participantes da Comunhão trinitária.
Mateus revela que a Igreja é uma
Comunidade Missionária e tem duas etapas de iniciação cristã: ENSINO e BATISMO.
Inicia com a catequese sobre as
palavras e os gestos de Jesus e o Batismo sela a íntima comunhão com o Pai, o
Filho e o Espírito Santo.
+ A celebração da festa da
Trindade não é um convite para decifrar o Mistério de um Deus em
três pessoas, mas um convite para contemplar Deus que é AMOR e vive em comunhão
de pessoas e
nos convida a participar da vida
íntima de Deus.
Esse Mistério é algo tão
sublime, que supera nossa capacidade de compreender, mas podemos e devemos
crescer no conhecimento de Deus...
Sabemos da existência desse
Mistério, porque Jesus nos revelou.
Por que Cristo nos revelou esse Mistério?
+ Certamente, não foi para ser um problema
para nossa compreensão.
Pelo contrário, porque Deus nos
ama, ele quer que participemos ainda mais de perto de sua vida de amor.
O próprio Cristo nos apontou o
modo:
"Se alguém me ama, guardará as minhas
palavras;
e
meu Pai o amará e nós viremos a ele e
faremos nele a nossa morada..."
Que verdade consoladora: a nossa
pessoa ser um Templo da Trindade...
- Em nós está o PAI, que nos
chamou do nada, insuflou-nos o sopro da vida, deu-nos um nome, confiou-nos uma
missão.
- Em nós está o FILHO, que
entregou sua vida por nós, imagem do Filho de Deus a ser imitada e reproduzida
por todos nós.
- Em nós está o ESPÍRITO SANTO,
que nos ilumina e fortalece nos caminhos de Deus.
E toda essa maravilha começou em
nós desde o nosso BATISMO.
- Do
Pai, somos filhos amados...
- Do Filho, somos irmãos e
participamos da mesma vida e do mesmo projeto.
- Do Espírito Santo, recebemos
inspiração e impulso para vivermos a vida divina.
Essa relação com as três pessoas
divinas, deve ser cultivada em nossa vida.
Somos chamados a renovar o nosso
compromisso batismal, para sermos reflexos da Trindade, sinais de comunhão,
partilha e esperança, num mundo tão dividido, individualista e desesperançado.
- A Bíblia nos conta que em
Moisés, após ter falado com Deus, dois raios de luz tão intensa iluminavam sua
face, que não podiam olhar para ele...
Que todos quantos nos
encontrarem nessa semana, após esse nosso encontro com Deus nessa celebração,
possam ver em nós, alguém que também se encontrou com seu Deus...
Pe. Antônio
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO
Meus
irmãos e minhas irmãs, nós celebramos a Páscoa do Senhor, depois celebramos
todo o tempo Pascal, terminado o tempo Pascal, celebramos a Ascenção do Senhor e a partir daí, celebramos a vinda do
Espírito Santo. Hoje, concluindo este conjunto d celebrações, nós queremos
glorificar a Trindade, o Deus que é Pai, o Deus que é Filho e o Deus que é
Espírito Santo. Pela própria iniciativa de Deus, Ele nos buscou e quis
comunicar o seu amor, revelando o seu rosto de Criador, de tal maneira que
contemplando a natureza, nós podemos, temos condições, de conhecer e nos
encontrar com Deus. Também, por iniciativa própria, buscou o ser humano para
estabelecer um diálogo. Assim vamos entender Deus que se faz homem para, ao
lado do ser humano, não somente estabelecer um diálogo com Ele, mas propor um
caminho que leva à felicidade. Por fim, Deus, por iniciativa própria, Ele se
torna presente na Igreja, que somos nós, para que tenhamos coragem e força para
continuar esta caminhada, não nos sentindo abandonados, mas como termina o
Evangelho de hoje; Eu estarei convosco todos os dias. Portanto, é a partir da
Trindade que vamos entender o que é a vida em comunhão. O mesmo Deus, que busca
de maneiras diferentes, estar sempre ao lado do ser humano. Portanto, na medida
em que eu contemplo a Trindade, eu me dou conta da importância, pois também nós
vivemos nesta unidade, cada um com um rosto diferente, mas formando um único
corpo; o corpo Místico de Cristo. O que é que nos possibilita pertencer a este
Corpo? É o Batismo. Santo Irineu vai dizer que o Batismo nos traz o mesmo
efeito da água que jogamos na farinha de trigo. Você quer fazer uma massa, pega
os grãos, que estão isolados uns dos outros, joga água e esta unirá todos os
grãos que estavam separados, fazendo uma só massa. É assim o Batismo. Nós somos
grãos isolados. Quando somos batizados, acabamos nos tornando uma única massa,
um único corpo, que é o Corpo de Cristo, o Corpo Místico de Deus. A partir daí,
vamos entender a importância do Batismo. O Batismo é a porta de entrada para a
caminhada de vida comunitária, aonde experimentamos Deus e fazemos a
experiência de comunhão entre nós. Aqui tem um detalhe, que para nós católicos,
é fundamental e faz com que a nossa igreja se torne diferente de algumas
igrejas cristãs. Porque nós somos batizados em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, enquanto algumas igrejas oferecem o batismo em nome de Jesus. É
aqui então, a diferença fundamental. Porque, como católicos, batizar alguém em
nome de Jesus, é batizar lembrando um Jesus do passado, de alguém que veio à
dois mil anos atrás, aonde nós temos uma mera lembrança e recordação. Enquanto
que batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é batizar em nome de
um Deus que permanece em nosso meio, é um Deus vivo e presente na vida das
pessoas. Então, para nós, batizar em nome da Trindade, significa ingressar numa vida de comunhão. Então,
para nós, a vida comunitária é muito importante, porque aprendemos isto de Deus
que é Pai, Filho e Espírito Santo. Enquanto que, se fossemos batizados só em
nome de Jesus, a vida comunitária não teria muito sentido. Seria eu e Deus
somente, eu e Jesus somente, não seria eu ingressado, pertencente a uma família
cristã. Para nós, este é um dado importante. Como nós não queremos ver ninguém
isolado, não vemos impossibilidade alguém
em batizar alguém ainda criança. O Evangelho de hoje nos dá este
fundamento. É importante buscar o sentido das palavras; toda autoridade me foi
dado no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os
povos da terra, batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando tudo quanto vos ordenei. Aqui precisamos perceber o sentido do texto,
porque aqui não diz o que deve ser feito primeiro. Aqui diz que precisamos fazer
discípulos (meus) todos os povos, batizando. Batizando está no tempo do
gerúndio, que é um tempo gramatical, tempo verbal, que não diz se é passado,
presente ou futuro, mas mostra somente o que se deve fazer. Então, você pode
batizar e tornar discípulo ou tornar discípulo e batizar, mas sobretudo, você
deve viver o batismo cada dia. É um verbo, que está assim, de maneira muito
dinâmica. Então, para nós, o quanto antes integrarmos a pessoa ao Corpo de
Cristo, tanto melhor. É evidente que não basta o batismo. O batismo é a porta
de entrada. Você chega em uma casa, bate na porta e a pessoa diz; entra! Você
diz; não, vou ficar aqui fora. Bom, é estranho! Então, por que você foi naquela
casa? Se você não quer entrar, está com pressa, não quer entrar mesmo, por que
então bateu? Então, o batismo é o bater na porta. O batismo é a Trindade de
Deus que diz: entra, venha fazer parte da nossa casa, da nossa família. Agora,
é preciso que nós demos os passos necessários para poder entrar, experimentar
esta vida em comunidade. Para muitos, eu cumpro a minha obrigação; eu levo e
batizo. Depois eu vou trazer para a primeira comunhão, depois para a crisma e
depois cada um por si; ele que decida o que quer. Não! Esta mentalidade é
errada. Na medida em que eu participo da família Cristã, porque eu pertenço a esta família, por força do
Batismo, eu sou chamado a caminhar todos os dias. Fazei discípulos; discípulo é
aquele que busca acompanhar o mestre e para que eu possa acompanhar o mestre,
eu preciso ouvir o seu ensinamento, eu preciso experimentar a sua presença.
Portanto, se começamos pelo Batismo, somos chamados a depois continuar esta
caminhada de Cristãos. Quando eu Celebro o Batismo de alguém, sobretudo de
criança, eu sempre pergunto aos pais; como é que esta criança vai saber que
você é o pai, que você é a mãe? E a resposta é sempre a mesma; é por causa do
nosso amor. Eu falo; não é verdade! Porque o avo ama, a avó ama, a tia ama, o
tio ama e a criança vai saber que este que este é o pai, esta é a mãe, este é o
tio e esta é a tia. A verdade é tão simples, que as pessoas não sabem
responder. É porque, quando você está em contato com a criança, você diz: vem
com o papai, vem com a mamãe, vem com o vovô, vem com a titia... Então, ele
aprende; este é o pai, esta é a mãe, este o vovô, esta a vovó, esta a titia. Se o pai nunca dizer; vem com o papai, ele
nunca vai saber que ele é o pai. Assim é Deus. Tem gente que batiza a criança e
nunca fala de Deus! Como é que esta criança vai saber quem é Deus? Ah! Então
vou chamar todos os dias para falar de Deus. Não. Não é assim que funciona. É na
naturalidade; olha que árvore bonita! É Deus Pai que criou. Você indicou quem é
Deus Pai, é o criador. Olha como o meu amiguinho é bacana! É Jesus que nos
ensinou a sermos amigos. É o Deus Filho. Olha como eu me sinto feliz aqui na convivência!
É o Deus Espírito Santo que nos mantém unidos. Quer dizer; se eu não criar o habito
de falar de Deus, as pessoas não conhecem a Deus. É evidente, que na medida que
passa o tempo, aquela criança vai tomando consciência do Deus que ela crê e aí é
hora dela dar a sua resposta. É aonde nós falamos do sacramento da Crisma. Aonde
ela diz; eu creio, não mais por ter ouvido falar, mas eu mesmo conheci; eu
quero confirmar a minha fé. É assim que a igreja católica compreende toda esta
dinâmica, aonde para nós, não há mal algum batizar enquanto criança, porque ela
deve fazer uma caminhada. É evidente, que se aparece alguém que é adulto e quer
ser batizado, sem problema nenhum. Vamos fazer a caminhada e vai ser batizada. Para
nós, quanto antes pertencer ao povo de Deus, tanto melhor. Ora, o nosso Deus,
portanto, não é um Deus que nos abandonou e foi para o céu. É um Deus que está
no céu e está no nosso meio. Isto, a primeira leitura nos fala muito bem. É um
Deus que nos garante a alegria e a felicidade, segurança, esperança, amor, a
primeira leitura nos diz isto também. É evidente, que, quando as pessoas não
reconhecem Deus como Pai, dificilmente se reconhecerão como filhos. Aí o nosso
grande desafio. Mostrar para os outros, que nós, que pertencemos a uma
comunidade, nós nunca estamos sozinhos. Isto é tão importante. Ás vezes eu
estou sem companhia, mas não me sinto só. Primeiro porque estou amparado pela
Trindade de Deus. Segundo, porque pertenço a um povo que vai muito além de
minha casa, do meu sangue; eu pertenço a um povo que quer ser discípulo do
Senhor. Isto nos dá esperança e muita confiança. Por isso, ajudar as pessoas
que se sentem só, a descobrir o valor de uma comunidade. Certamente, ela
descobrindo este valor, ela redescobre toda a dinâmica da vida.
Para concluir:
o momento em que somos UM, é o momento da comunhão. Por isso, ouvir a Palavra e
receber a Eucaristia são as grandezas que nos mantém e nos garante sermos sempre
discípulos do Senhor. Que possamos continuar vivendo o nosso Batismo sendo um
sinal no mundo.
Louvado
seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE.
PEDRINHO.
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HOMILIA
de D. Henrique Soares:
Terminado
o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a liturgia celebra a Santíssima
Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por
amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, o
ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a Solenidade de agora é um modo que
a Igreja encontra para louvar, engrandecer e adorar na proclamação exultante, o
amor sem fim da Trindade Santa.
Estejamos
atentos: por confessar a fé na Santa Trindade, os cristãos têm um modo
absolutamente original de compreender Deus. Os judeus sabem que Deus é um só;
aquele que os arrancou da terra do Egisto, da casa da servidão. Ouvimos falar
dele na primeira leitura: Reconhece hoje e grava em teu coração, que o Senhor é
o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele”.
Os muçulmanos afirmam que não há outro Deus a não ser o único Deus de Abraão.
Neste sentido, esta é também a nossa fé. Deus é um só, uma Essência eterna,
infinita, onipotente, imutável. Deus é absolutamente um, que não pode
ser multiplicado nem dividido: ele é Amor todo inteiro, inteiro na Beleza,
inteiro na Infinitude, inteiro na Onipotência e na Onipresença. Pois
bem, como os judeus e como os muçulmanos nós confessamos firmemente que só há
um Deus, absolutamente uno, Senhor do céu e da terra, diferente e para além de
tudo quanto existe, de tudo quanto possamos compreender e imaginar.
No
entanto, caríssimos, contemplando Jesus ressuscitado, todo glorificado, todo
divinizado na sua natureza humana por obra do Espírito de Deus, nós proclamamos
com o Novo Testamento e todas as gerações cristãs, que o nosso Salvador, o
nosso Jesus amado, é Deus bendito pelos séculos, enviado pelo Pai, que é Deus,
para nossa salvação; enviado na potência do Espírito que é também divino e
divinizante, Paráclito que não é algo de Deus, mas Alguém de Deus, uma Pessoa,
na qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus e, habitando em nós, dá testemunho da divindade
do Pai e do Filho, enche-nos de vida divina, guia-nos, sustenta-nos,
ilumina-nos. Ouviram, amados, as palavras de São Paulo na segunda leitura?
Davam testemunho das Três divinas pessoas: do Pai que enviando em nós o
Espírito do Filho nos faz filhos no bendito e único filho Jesus. Eis o que
dizia o Apóstolo: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar
que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e
co-herdeiros de Cristo”… Então, eis a nossa fé, que transborda a humana lógica,
transcende o balbuciar de nossa pobre linguagem, ultrapassa nossos limitados e
tateantes paradigmas: Deus é um só, absolutamente. Enquanto a natureza humana,
apesar de genericamente uma só, se multiplica nos indivíduos humanos, a
natureza divina é absolutamente una, indivisível e imultiplicável, una não só
genérica, mas também numericamente; e, no entanto, essa natureza é, ao mesmo
tempo e perfeitamente, Pai, Filho e Santo Espírito. A natureza divina está
todinha no Pai e, incompreensivelmente, todinha no Filho e, ainda, todinha no
Espírito Santo. A unidade em Deus é incompreensível, absolutamente perfeita e
eterna. Assim sendo, em Deus não há três vontades iguais, mas uma só
vontade; não há três poderes iguais, mas um só poder, não três consciências
iguais, mas uma só consciência. Mais uma vez: Deus é absolutamente UM! E, no
entanto, os três divinos são absolutamente diversos: só o Pai gera, só o Filho
é gerado, só o Espírito é a própria Geração; só o Pai é o Amante, só o Filho é
o Amado, só o Espírito é o Amor.
E
neste amor que circula de modo eterno, perfeito e feliz, o Pai, eterno Amante,
tudo criou através do Filho, eterno Amado, na potência do Espírito Santo,
eterno Amor. E, por isso, o mundo existe, as estrelas brilham, a vida brota e,
sobretudo, nós existimos. Vimos do Pai, pelo Filho, no Espírito; vivemos no
Pai pelo Filho no Espírito; vamos para o Pai, através do Filho no Espírito,
Trindade Santa, nossa vida e plenitude eterna. É assim que os cristãos
confessam o seu Deus como eterno amor, amor vivo e circulante que, gratuita e
livremente, se derrama sobre o mundo e sobre a nossa vida. De fato, nós
conhecemos o amor de Deus e sua vida íntima porque o Pai amou tanto o mundo, a
ponto de enviar o seu Filho e, pelo Filho, derramou no nosso coração o Espírito
do Filho que, em nós, clama Abbá, Pai. Por isso, podemos dizer que Deus é amor
e, quem não ama, não conhece a Deus! E toda esta vida divina, amados, nos é
dada desde o Batismo, quando fomos mergulhados no nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo; e cresce em nós a cada dia, nos sacramentos e na vida cristã,
preparando-nos para nosso destino eterno: plenos do Espírito, sermos totalmente
inseridos no Cristo e nele configurados, para contemplar eternamente o Pai!
Eis
um pouquinho, um balbuciar do mistério da santa, consubstancial e eterna
Trindade, a quem a glória e o louvor pelos séculos dos séculos. Amém.
D. Henrique Soares
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e
ministros extraordinários da Palavra)
ò
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
-- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,
LOUVEMOS AO PAI:
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, louvado seja o vosso
nome por todos os séculos. Sois o nosso criador e sempre nos acompanhais
derramando vosso amor sobre nós. Nós vos agradecemos e vos louvamos.
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, bendito sejais para
sempre. Imenso é o vosso amor nos enviando vosso filho para nos guiar nos
vossos caminhos.
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, enviai-nos o
Espírito Santo para nos fortalecer em nossas fraquezas e para que tenhamos
força e coragem em seguir os vossos mandamentos de amor.
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, imenso é vossa
misericórdia. Vinde sempre em nosso auxílio, pois muitas vezes somos egoístas e
desprezamos os vossos projetos.
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, que vosso Reino venha
a nós e que a Vossa vontade seja feita. Que o Vosso amor se estenda a todos os
povos e que todos proclamem o vosso Santo nome.
T: Ó Deus de
amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
= Pai
nosso... / a Paz de Cristo... /
Cordeiro de Deus...