sexta-feira, 29 de maio de 2015

Solenidade da Santíssima Trindade

Solenidade da Santíssima Trindade 2015 (Adaptado e postado pelo Diácono Ismael)

Síntese:
TEMA: “Em nome do Pai e do Filho e do Esp. Santo é que nós existimos e somos.”
Primeira leitura: É Deus que vem ao encontro dos homens, lhes indica caminhos de vida plena e verdadeira.
Evangelho: Os discípulos recebem a missão de testemunhar a sua proposta de vida em nome da família divina; Pai, Filho e Espírito Santo. 
Segunda leitura: Deus acompanha a humanidade oferecendo a vida plena e definitiva.

6. PRIMEIRA LEITURA (Dt 4,32-34.39-40) Leitura do Livro do Deuteronômio.
Moisés falou ao povo, dizendo: “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um extremo ao outro dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante. Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? Ou terá jamais algum Deus vindo escolher para si um povo entre as nações, por meio de provações, de sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o Senhor vosso Deus fez no Egito, diante de teus próprios olhos? Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra e que não há outro além dele. Guarda suas leis e seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, e vivas longos dias sobre a terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre”.

AMBIENTE - O Livro do Deuteronômio foi descoberto no Templo de Jerusalém no reinado de Josias (622 a.C). O capítulo 4 é um texto redigido na fase final do Exílio na Babilônia. O Povo corria o risco de trocar Jahwéh pelos deuses babilônicos. É neste contexto que os teólogos vão convidar o Povo a olhar para a sua história e a comprometer-se de novo com Deus e com a Aliança.

MENSAGEM - É uma história na qual se manifesta o amor de um Deus empenhado em estabelecer comunhão e familiaridade com o seu Povo. Jahwéh falou-lhe ao coração e realizou gestos destinados a trazer ao Povo ao encontro da vida. Israel deve reconhecer que “só o Senhor é Deus… e que não há outro”. D’Ele e só d’Ele brotam a vida, a salvação, a felicidade, a liberdade. Esta constatação convida o Povo a não colocar a sua esperança noutros deuses e cumprir as leis e os mandamentos de Deus, pois são o caminho seguro para a felicidade.

ATUALIZAÇÃO  *¨ Deus é sensível aos problemas humanos, nos ama e tem misericórdia de nossas falhas.
*¨ É Deus que vem ao encontro dos homens e lhes indica caminhos de liberdade e de vida e intervém para nos libertar de tudo que nos oprime e para nos oferecer perspectivas de vida plena e verdadeira. Deus deve ser uma luz de esperança que ilumina o nosso caminho.
** Jahwéh é o único Deus e só n’Ele o homem encontra a verdadeira vida. Os outros “deuses” (o dinheiro, o poder, a fama, o sucesso, o reconhecimento social, os valores da moda…), são verdadeiramente garantia de vida e de felicidade?
** As leis e os mandamentos são o caminho para a felicidade e para a realização plena do homem.

10. EVANGELHO (Mt 28,16-20) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.

AMBIENTE - Os judeus de Jerusalém desprezavam os judeus da Galileia “não podia sair nada de bom”. No entanto, foi na Galileia que Jesus viveu quase toda a sua vida. Foi também na Galileia que Ele começou a anunciar o Evangelho do “Reino” e que começou a reunir à sua volta um grupo de discípulos. Para Mateus, esse fato sugere que o anúncio de Jesus é universal: destina-se a judeus e pagãos. Mateus situa este encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos, num “monte que Jesus lhes indicara”. o “monte” é sempre, no Antigo Testamento, o lugar onde Deus se revela.

MENSAGEM - Jesus ressuscitado revela se aos discípulos; e os discípulos reconhecem-no como “o Senhor” e adoram-n’O. Depois da adoração, Mateus acrescenta “alguns ainda duvidaram”. Ao reconhecimento e à adoração dos discípulos, segue-se uma manifestação do mistério de Jesus, que reflete a fé da comunidade de Mateus: Jesus é o “Kyrios”, que possui todo o poder sobre o mundo e sobre a história; Jesus é “o mestre”, cujo ensinamento será sempre uma referência para os discípulos; Jesus é o “Deus conosco”, que acompanhará a caminhada dos discípulos pela história.
Mateus descreve o envio dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos dos discípulos. A missão destina-se a “todas as nações”. Começava-se pela catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de Jesus (o discípulo começava sempre pelo catecumenato, que lhe dava as bases da proposta de Jesus). Quando os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o batismo – que selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Uma última nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos tempos”, ajudando-os a superar as crises e as dificuldades da caminhada.

ATUALIZAÇÃO **¨ Ser batizado é estabelecer uma relação pessoal com a comunidade trinitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
**¨ Quem acolheu o convite de Deus para integrar a comunidade trinitária, torna-se testemunha dessa vida nova que Deus oferece. O papel dos discípulos é continuar a missão de Jesus, testemunhar o amor de Deus pelos homens e convidar os homens a integrar a família de Deus.
**¨ A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal.
**¨ Testemunhar o amor de Deus e apresentar aos homens o convite para integrar a família de Deus é um enorme desafio. O confronto com o mundo gera muitas vezes, desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção convém recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

8. SEGUNDA LEITURA (Rm 8,14-17) Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos: Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abbá, ó Pai! O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com Ele, é para sermos também glorificados com Ele.

AMBIENTE - A Carta por volta do ano 57/58 do apóstolo apresenta uma síntese da sua mensagem e da sua pregação. Na comunidade cristã de Roma havia divergências entre cristãos vindos do judaísmo e cristãos vindos do paganismo acerca do caminho cristão. Para os judeu-cristãos, a salvação dependia, além da fé em Cristo, da prática da Lei de Moisés; para os pagão-cristãos, a adesão a Cristo bastava. A uns e a outros, Paulo vai apresentar o essencial da mensagem cristã… O apóstolo insiste no fato de a salvação não ser uma conquista do homem, mas um dom do amor de Deus. A salvação é oferecida por Deus ao homem através de Jesus Cristo; ao homem resta aderir a essa proposta de salvação, na fé.
O texto que hoje, Paulo reflete sobre a vida nova que Deus oferece ao batizado e que Paulo chama “a vida no Espírito”. Paulo procura mostrar que os cristãos, libertos da Lei, do pecado e da morte por Jesus Cristo, deixaram a vida velha da “carne” (que é viver em oposição a Deus, para viverem a vida nova do Espírito (escutando as suas propostas, na obediência aos projetos de Deus e na doação aos irmãos).

MENSAGEM
O crente que acolhe a proposta de salvação que Deus faz em Jesus vive “no Espírito”.
Aceitar essa proposta de vida é aceitar uma vida de relação e de comunhão com
Deus. Nessa relação, o crente é alimentado com a vida de Deus. Os que aceitam receber a vida de Deus e vivem “no Espírito” são “filhos de Deus”: Deus é, para eles, um Pai que continuamente os cria e lhes dá vida. A partir de então, os crentes integram a “família de Deus”. Não são escravos que vivem no medo; mas são “filhos” que Deus ama com amor infinito. A condição de “filhos” equipara os crentes com Cristo. Eles tornam-se “herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo”. A “herança” reservada é a vida plena e definitiva, que Deus oferece àqueles que aceitaram a proposta de Cristo e percorreram com Ele o caminho do amor, da doação.

ATUALIZAÇÃO
**¨:  Deus não é distante, mas é um Deus que acompanha a humanidade e oferece a vida. É preciso não esquecer que Deus nunca desiste dos seus filhos e que nenhum de nós Lhe é indiferente.
**¨ Os membros da comunidade cristã, que pelo Batismo aderiram ao projeto de salvação são animados pelo Espírito e integram a família de Deus. O fim último da nossa caminhada é a pertença à família trinitária.
**¨ A nossa relação com os irmãos deve refletir o amor, a ternura, a misericórdia, a bondade, o perdão, o serviço, que são as consequências práticas do nosso compromisso com a comunidade trinitária.




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A Trindade

A festa da TRINDADE nos convida a refletir sobre o Mistério da vida íntima de Deus e conhecer melhor quem é nosso Deus. Ele se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.

A 1ª Leitura apresenta o Deus da ALIANÇA.
Deus é o PAI que com sabedoria criou e dirige o universo. (Dt 4, 32-34.39-40)

É parte de um discurso de Moisés, no final de sua vida, em que resume a Aliança e suas exigências.
Convida Israel a contemplar a sua história e a ação de Deus na sua vida e na libertação do Egito.
Dá pistas para reconhecer o verdadeiro rosto de Deus.

É um Deus que estabelece COMUNHÃO e familiaridade com seu Povo.
Ele vai ao encontro, fala com eles e está sempre atento aos seus problemas. 
É um Deus fiel, apesar da infidelidade de Israel.
É um Deus próximo do Povo, embora esse se afaste dele.

- E conclui convidando o Povo a cumprir os mandamentos do Senhor, pois são sugestões de um Deus que nos ama e quer a nossa felicidade e a nossa plena realização.

* O Antigo testamento não conhecia o Mistério da Trindade.
Nessa etapa, aparece a UNICIDADE e a ESPIRITUALIDADE de Deus, assim como os atributos de ONIPOTÊNCIA e MISERICÓRDIA

Na 2ª Leitura, Paulo ressalta que, graças ao dom do ESPÍRITO através de CRISTO somos filhos de Deus e, por isso, podemos chamar Deus de "Abba", "PAI". (Rm 8,14-17)

No Evangelho, Jesus envia os discípulos em Missão para pregar o Evangelho e Batizar em nome da TRINDADE. (Mt 28,16-20)

O texto descreve o encontro final entre Jesus e os discípulos.
Nele aparece uma fórmula trinitária usada no batismo cristão.
Pelo Batismo, nos tornamos participantes da Comunhão trinitária.
Mateus revela que a Igreja é uma Comunidade Missionária e tem duas etapas de iniciação cristã: ENSINO e BATISMO.
Inicia com a catequese sobre as palavras e os gestos de Jesus e o Batismo sela a íntima comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

+ A celebração da festa da Trindade não é um convite para decifrar o Mistério de um Deus em três pessoas, mas um convite para contemplar Deus que é AMOR e vive em comunhão de pessoas e
nos convida a participar da vida íntima de Deus.

Esse Mistério é algo tão sublime, que supera nossa capacidade de compreender, mas podemos e devemos crescer no conhecimento de Deus...
Sabemos da existência desse Mistério, porque Jesus nos revelou.

Por que Cristo nos revelou esse Mistério?

+ Certamente, não foi para ser um problema para nossa compreensão.
Pelo contrário, porque Deus nos ama, ele quer que participemos ainda mais de perto de sua vida de amor.
O próprio Cristo nos apontou o modo:
"Se alguém me ama, guardará as minhas palavras;
 e meu Pai o amará e nós viremos a ele e
 faremos nele a nossa morada..."

Que verdade consoladora: a nossa pessoa ser um Templo da Trindade...
- Em nós está o PAI, que nos chamou do nada, insuflou-nos o sopro da vida, deu-nos um nome, confiou-nos uma missão.
- Em nós está o FILHO, que entregou sua vida por nós, imagem do Filho de Deus a ser imitada e reproduzida por todos nós.
- Em nós está o ESPÍRITO SANTO, que nos ilumina e fortalece nos caminhos de Deus.

E toda essa maravilha começou em nós desde o nosso BATISMO.
- Do Pai, somos filhos amados...
- Do Filho, somos irmãos e participamos da mesma vida e do mesmo projeto.
- Do Espírito Santo, recebemos inspiração e impulso para vivermos a vida divina.
Essa relação com as três pessoas divinas, deve ser cultivada em nossa vida.
Somos chamados a renovar o nosso compromisso batismal, para sermos reflexos da Trindade, sinais de comunhão, partilha e esperança, num mundo tão dividido, individualista e desesperançado.

- A Bíblia nos conta que em Moisés, após ter falado com Deus, dois raios de luz tão intensa iluminavam sua face, que não podiam olhar para ele...

Que todos quantos nos encontrarem nessa semana, após esse nosso encontro com Deus nessa celebração, possam ver em nós, alguém que também se encontrou com seu Deus...

                                 Pe. Antônio
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HOMILIA DO PE. PEDRINHO

Meus irmãos e minhas irmãs, nós celebramos a Páscoa do Senhor, depois celebramos todo o tempo Pascal, terminado o tempo Pascal, celebramos a Ascenção do  Senhor e a partir daí, celebramos a vinda do Espírito Santo. Hoje, concluindo este conjunto d celebrações, nós queremos glorificar a Trindade, o Deus que é Pai, o Deus que é Filho e o Deus que é Espírito Santo. Pela própria iniciativa de Deus, Ele nos buscou e quis comunicar o seu amor, revelando o seu rosto de Criador, de tal maneira que contemplando a natureza, nós podemos, temos condições, de conhecer e nos encontrar com Deus. Também, por iniciativa própria, buscou o ser humano para estabelecer um diálogo. Assim vamos entender Deus que se faz homem para, ao lado do ser humano, não somente estabelecer um diálogo com Ele, mas propor um caminho que leva à felicidade. Por fim, Deus, por iniciativa própria, Ele se torna presente na Igreja, que somos nós, para que tenhamos coragem e força para continuar esta caminhada, não nos sentindo abandonados, mas como termina o Evangelho de hoje; Eu estarei convosco todos os dias. Portanto, é a partir da Trindade que vamos entender o que é a vida em comunhão. O mesmo Deus, que busca de maneiras diferentes, estar sempre ao lado do ser humano. Portanto, na medida em que eu contemplo a Trindade, eu me dou conta da importância, pois também nós vivemos nesta unidade, cada um com um rosto diferente, mas formando um único corpo; o corpo Místico de Cristo. O que é que nos possibilita pertencer a este Corpo? É o Batismo. Santo Irineu vai dizer que o Batismo nos traz o mesmo efeito da água que jogamos na farinha de trigo. Você quer fazer uma massa, pega os grãos, que estão isolados uns dos outros, joga água e esta unirá todos os grãos que estavam separados, fazendo uma só massa. É assim o Batismo. Nós somos grãos isolados. Quando somos batizados, acabamos nos tornando uma única massa, um único corpo, que é o Corpo de Cristo, o Corpo Místico de Deus. A partir daí, vamos entender a importância do Batismo. O Batismo é a porta de entrada para a caminhada de vida comunitária, aonde experimentamos Deus e fazemos a experiência de comunhão entre nós. Aqui tem um detalhe, que para nós católicos, é fundamental e faz com que a nossa igreja se torne diferente de algumas igrejas cristãs. Porque nós somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, enquanto algumas igrejas oferecem o batismo em nome de Jesus. É aqui então, a diferença fundamental. Porque, como católicos, batizar alguém em nome de Jesus, é batizar lembrando um Jesus do passado, de alguém que veio à dois mil anos atrás, aonde nós temos uma mera lembrança e recordação. Enquanto que batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é batizar em nome de um Deus que permanece em nosso meio, é um Deus vivo e presente na vida das pessoas. Então, para nós, batizar em nome da Trindade, significa ingressar numa vida de comunhão. Então, para nós, a vida comunitária é muito importante, porque aprendemos isto de Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Enquanto que, se fossemos batizados só em nome de Jesus, a vida comunitária não teria muito sentido. Seria eu e Deus somente, eu e Jesus somente, não seria eu ingressado, pertencente a uma família cristã. Para nós, este é um dado importante. Como nós não queremos ver ninguém isolado, não vemos impossibilidade alguém  em batizar alguém ainda criança. O Evangelho de hoje nos dá este fundamento. É importante buscar o sentido das palavras; toda autoridade me foi dado no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos da terra, batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando tudo quanto vos ordenei. Aqui precisamos perceber o sentido do texto, porque aqui não diz o que deve ser feito primeiro. Aqui diz que precisamos fazer discípulos (meus) todos os povos, batizando. Batizando está no tempo do gerúndio, que é um tempo gramatical, tempo verbal, que não diz se é passado, presente ou futuro, mas mostra somente o que se deve fazer. Então, você pode batizar e tornar discípulo ou tornar discípulo e batizar, mas sobretudo, você deve viver o batismo cada dia. É um verbo, que está assim, de maneira muito dinâmica. Então, para nós, o quanto antes integrarmos a pessoa ao Corpo de Cristo, tanto melhor. É evidente que não basta o batismo. O batismo é a porta de entrada. Você chega em uma casa, bate na porta e a pessoa diz; entra! Você diz; não, vou ficar aqui fora. Bom, é estranho! Então, por que você foi naquela casa? Se você não quer entrar, está com pressa, não quer entrar mesmo, por que então bateu? Então, o batismo é o bater na porta. O batismo é a Trindade de Deus que diz: entra, venha fazer parte da nossa casa, da nossa família. Agora, é preciso que nós demos os passos necessários para poder entrar, experimentar esta vida em comunidade. Para muitos, eu cumpro a minha obrigação; eu levo e batizo. Depois eu vou trazer para a primeira comunhão, depois para a crisma e depois cada um por si; ele que decida o que quer. Não! Esta mentalidade é errada. Na medida em que eu participo da família Cristã, porque eu  pertenço a esta família, por força do Batismo, eu sou chamado a caminhar todos os dias. Fazei discípulos; discípulo é aquele que busca acompanhar o mestre e para que eu possa acompanhar o mestre, eu preciso ouvir o seu ensinamento, eu preciso experimentar a sua presença. Portanto, se começamos pelo Batismo, somos chamados a depois continuar esta caminhada de Cristãos. Quando eu Celebro o Batismo de alguém, sobretudo de criança, eu sempre pergunto aos pais; como é que esta criança vai saber que você é o pai, que você é a mãe? E a resposta é sempre a mesma; é por causa do nosso amor. Eu falo; não é verdade! Porque o avo ama, a avó ama, a tia ama, o tio ama e a criança vai saber que este que este é o pai, esta é a mãe, este é o tio e esta é a tia. A verdade é tão simples, que as pessoas não sabem responder. É porque, quando você está em contato com a criança, você diz: vem com o papai, vem com a mamãe, vem com o vovô, vem com a titia... Então, ele aprende; este é o pai, esta é a mãe, este o vovô, esta a vovó, esta a titia.  Se o pai nunca dizer; vem com o papai, ele nunca vai saber que ele é o pai. Assim é Deus. Tem gente que batiza a criança e nunca fala de Deus! Como é que esta criança vai saber quem é Deus? Ah! Então vou chamar todos os dias para falar de Deus. Não. Não é assim que funciona. É na naturalidade; olha que árvore bonita! É Deus Pai que criou. Você indicou quem é Deus Pai, é o criador. Olha como o meu amiguinho é bacana! É Jesus que nos ensinou a sermos amigos. É o Deus Filho. Olha como eu me sinto feliz aqui na convivência! É o Deus Espírito Santo que nos mantém unidos. Quer dizer; se eu não criar o habito de falar de Deus, as pessoas não conhecem a Deus. É evidente, que na medida que passa o tempo, aquela criança vai tomando consciência do Deus que ela crê e aí é hora dela dar a sua resposta. É aonde nós falamos do sacramento da Crisma. Aonde ela diz; eu creio, não mais por ter ouvido falar, mas eu mesmo conheci; eu quero confirmar a minha fé. É assim que a igreja católica compreende toda esta dinâmica, aonde para nós, não há mal algum batizar enquanto criança, porque ela deve fazer uma caminhada. É evidente, que se aparece alguém que é adulto e quer ser batizado, sem problema nenhum. Vamos fazer a caminhada e vai ser batizada. Para nós, quanto antes pertencer ao povo de Deus, tanto melhor. Ora, o nosso Deus, portanto, não é um Deus que nos abandonou e foi para o céu. É um Deus que está no céu e está no nosso meio. Isto, a primeira leitura nos fala muito bem. É um Deus que nos garante a alegria e a felicidade, segurança, esperança, amor, a primeira leitura nos diz isto também. É evidente, que, quando as pessoas não reconhecem Deus como Pai, dificilmente se reconhecerão como filhos. Aí o nosso grande desafio. Mostrar para os outros, que nós, que pertencemos a uma comunidade, nós nunca estamos sozinhos. Isto é tão importante. Ás vezes eu estou sem companhia, mas não me sinto só. Primeiro porque estou amparado pela Trindade de Deus. Segundo, porque pertenço a um povo que vai muito além de minha casa, do meu sangue; eu pertenço a um povo que quer ser discípulo do Senhor. Isto nos dá esperança e muita confiança. Por isso, ajudar as pessoas que se sentem só, a descobrir o valor de uma comunidade. Certamente, ela descobrindo este valor, ela redescobre toda a dinâmica da vida.
Para concluir: o momento em que somos UM, é o momento da comunhão. Por isso, ouvir a Palavra e receber a Eucaristia são as grandezas que nos mantém e nos garante sermos sempre discípulos do Senhor. Que possamos continuar vivendo o nosso Batismo sendo um sinal no mundo.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO.


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HOMILIA de D. Henrique Soares:
Terminado o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, a liturgia celebra a Santíssima Trindade. Após proclamar nos santos mistérios que o Pai entregou o Filho por amor ao mundo na potência do Espírito Santo e, no mesmo Espírito Eterno, o ressuscitou dos mortos para nossa salvação, a Solenidade de agora é um modo que a Igreja encontra para louvar, engrandecer e adorar na proclamação exultante, o amor sem fim da Trindade Santa.
Estejamos atentos: por confessar a fé na Santa Trindade, os cristãos têm um modo absolutamente original de compreender Deus. Os judeus sabem que Deus é um só; aquele que os arrancou da terra do Egisto, da casa da servidão. Ouvimos falar dele na primeira leitura: Reconhece hoje e grava em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele”. Os muçulmanos afirmam que não há outro Deus a não ser o único Deus de Abraão. Neste sentido, esta é também a nossa fé. Deus é um só, uma Essência eterna, infinita, onipotente, imutável. Deus é absolutamente um, que não pode ser multiplicado nem dividido: ele é Amor todo inteiro, inteiro na Beleza, inteiro na Infinitude, inteiro na Onipotência e na Onipresença. Pois bem, como os judeus e como os muçulmanos nós confessamos firmemente que só há um Deus, absolutamente uno, Senhor do céu e da terra, diferente e para além de tudo quanto existe, de tudo quanto possamos compreender e imaginar.
No entanto, caríssimos, contemplando Jesus ressuscitado, todo glorificado, todo divinizado na sua natureza humana por obra do Espírito de Deus, nós proclamamos com o Novo Testamento e todas as gerações cristãs, que o nosso Salvador, o nosso Jesus amado, é Deus bendito pelos séculos, enviado pelo Pai, que é Deus, para nossa salvação; enviado na potência do Espírito que é também divino e divinizante, Paráclito que não é algo de Deus, mas Alguém de Deus, uma Pessoa, na qual o Pai ressuscitou o Filho Jesus e, habitando em nós, dá testemunho da divindade do Pai e do Filho, enche-nos de vida divina, guia-nos, sustenta-nos, ilumina-nos. Ouviram, amados, as palavras de São Paulo na segunda leitura? Davam testemunho das Três divinas pessoas: do Pai que enviando em nós o Espírito do Filho nos faz filhos no bendito e único filho Jesus. Eis o que dizia o Apóstolo: “O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”… Então, eis a nossa fé, que transborda a humana lógica, transcende o balbuciar de nossa pobre linguagem, ultrapassa nossos limitados e tateantes paradigmas: Deus é um só, absolutamente. Enquanto a natureza humana, apesar de genericamente uma só, se multiplica nos indivíduos humanos, a natureza divina é absolutamente una, indivisível e imultiplicável, una não só genérica, mas também numericamente; e, no entanto, essa natureza é, ao mesmo tempo e perfeitamente, Pai, Filho e Santo Espírito. A natureza divina está todinha no Pai e, incompreensivelmente, todinha no Filho e, ainda, todinha no Espírito Santo. A unidade em Deus é incompreensível, absolutamente perfeita e eterna. Assim sendo, em Deus não há três vontades iguais, mas uma só vontade; não há três poderes iguais, mas um só poder, não três consciências iguais, mas uma só consciência. Mais uma vez: Deus é absolutamente UM! E, no entanto, os três divinos são absolutamente diversos: só o Pai gera, só o Filho é gerado, só o Espírito é a própria Geração; só o Pai é o Amante, só o Filho é o Amado, só o Espírito é o Amor.
E neste amor que circula de modo eterno, perfeito e feliz, o Pai, eterno Amante, tudo criou através do Filho, eterno Amado, na potência do Espírito Santo, eterno Amor. E, por isso, o mundo existe, as estrelas brilham, a vida brota e, sobretudo, nós existimos. Vimos do Pai, pelo Filho, no Espírito; vivemos no Pai pelo Filho no Espírito; vamos para o Pai, através do Filho no Espírito, Trindade Santa, nossa vida e plenitude eterna. É assim que os cristãos confessam o seu Deus como eterno amor, amor vivo e circulante que, gratuita e livremente, se derrama sobre o mundo e sobre a nossa vida. De fato, nós conhecemos o amor de Deus e sua vida íntima porque o Pai amou tanto o mundo, a ponto de enviar o seu Filho e, pelo Filho, derramou no nosso coração o Espírito do Filho que, em nós, clama Abbá, Pai. Por isso, podemos dizer que Deus é amor e, quem não ama, não conhece a Deus! E toda esta vida divina, amados, nos é dada desde o Batismo, quando fomos mergulhados no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; e cresce em nós a cada dia, nos sacramentos e na vida cristã, preparando-nos para nosso destino eterno: plenos do Espírito, sermos totalmente inseridos no Cristo e nele configurados, para contemplar eternamente o Pai!
Eis um pouquinho, um balbuciar do mistério da santa, consubstancial e eterna Trindade, a quem a glória e o louvor pelos séculos dos séculos. Amém.
 D. Henrique Soares
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PARA A CELEBRAÇÃO DA PALAVRA (Diáconos e ministros extraordinários da Palavra)
ò

LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
-- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, louvado seja o vosso nome por todos os séculos. Sois o nosso criador e sempre nos acompanhais derramando vosso amor sobre nós. Nós vos agradecemos e vos louvamos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, bendito sejais para sempre. Imenso é o vosso amor nos enviando vosso filho para nos guiar nos vossos caminhos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, enviai-nos o Espírito Santo para nos fortalecer em nossas fraquezas e para que tenhamos força e coragem em seguir os vossos mandamentos de amor.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, imenso é vossa misericórdia. Vinde sempre em nosso auxílio, pois muitas vezes somos egoístas e desprezamos os vossos projetos.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!
à Senhor, nosso Deus e pai, que vosso Reino venha a nós e que a Vossa vontade seja feita. Que o Vosso amor se estenda a todos os povos e que todos proclamem o vosso Santo nome.
T: Ó Deus de amor, nós vos agradecemos pela vossa bondade!

= Pai nosso... /  a Paz de Cristo...  /  Cordeiro de Deus...


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