7º Domingo da Páscoa Ascensão
do Senhor - Ano B 2015 (adaptado
e postado pelo Diácono Ismael)
SINOPSE:
TEMA: “O Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.”
No Evangelho,
Jesus aparece aos discípulos e envia-os em missão, como testemunhas do projeto
de salvação de Deus.
Na primeira leitura:
Jesus entrou na vida definitiva – a mesma vida que espera todos os que
percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Os discípulos não podem ficar
a olhar para o céu; mas devem continuar o projeto de Jesus.
A segunda leitura: Os discípulos devem caminhar como
irmãos ao encontro dessa “esperança”– membros do mesmo “corpo” onde Cristo é a
“cabeça”.
10.
EVANGELHO (Mc
16,15-20) Conclusão do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Marcos.
Naquele tempo,
Jesus se manifestou aos onze discípulos e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e
anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado, será salvo.
Quem não crer, será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que crerem
serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem
em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando
impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. Depois de falar com
os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.
Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e
confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.
AMBIENTE - O
quadro apresenta os discípulos reagindo
de uma forma muito negativa ao fato de Jesus já não estar com eles. Na manhã da
ressurreição, eles estavam “em luto e em pranto” (Mc 16,10); depois, receberam
o testemunho das mulheres que encontraram Jesus ressuscitado, com incredulidade
e com um coração obstinado (cf. Mc 16,14). Num caso e noutro, negam-se a ir em
frente e a continuar a aventura que começaram com Jesus. Têm medo de arriscar e
preferem ficar a “lamber as feridas”. O encontro com Jesus ressuscitado vai
obrigá-los a assumir os seus compromissos como membros da comunidade do Reino.
MENSAGEM - Jesus parte ao encontro
do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo, a fim de concretizar a
missão que Jesus lhes confiou. A missão dos discípulos destina-se a “todo o
mundo”. Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o “Evangelho”. O que é o
“Evangelho”? A palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus”
chegou à vida de todos, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade.
Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o
seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do
Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. O anúncio do “Evangelho” obriga os
homens a uma opção; Quem aderir à proposta que Jesus chegará à vida plena e
definitiva; mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação. A proposta
de salvação que Deus apresenta destina-se a transformar o coração do homem,
eliminando o egoísmo e a maldade. O “Evangelho” vai propor uma nova relação do
homem com todas as outras criaturas – não pelo egoísmo e pela exploração, mas
pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova
natureza. A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade
através dos gestos dos discípulos de Jesus. Comprometidos com Jesus, os
discípulos vencerão a injustiça e a opressão (“expulsarão os demônios”), serão
arautos da paz (“falarão novas línguas”), levarão a esperança e a vida nova a
todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento (“os
doentes ficarão curados”); e, em todos os momentos, Jesus estará com eles.
A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma
de sugerir que, após o cumprimento da sua missão no meio dos homens, Jesus foi
ao encontro do Pai e reentrou na comunhão do Pai. Jesus, vivo e ressuscitado,
está com eles, coopera com eles e manifesta-Se ao mundo nas palavras e nos
gestos dos discípulos. A festa da Ascensão de Jesus é, sobretudo, o momento em
que os discípulos tomam consciência da sua missão e do seu papel no mundo.
ATUALIZAÇÃO **- Jesus
deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o “Reino” ao mundo inteiro e transformá-lo.
*- O confronto com o mundo gera muitas vezes
desilusão, sofrimento, frustração… Nos momentos de decepção e de desilusão
convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao
fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos
aquilo em que acreditamos.
**-.
Celebrar a ascensão de Jesus significa tomar consciência da missão confiada aos
discípulos e sentir-se responsável pela presença do "Reino" na vida
dos homens.
6.
PRIMEIRA LEITURA (At 1,1-11) Leitura
dos Atos dos Apóstolos.
No meu primeiro
livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo,
até ao dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções, pelo
Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. Foi a eles que Jesus se
mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias,
apareceu-lhes falando do Reino de Deus. Durante uma refeição, deu lhes esta
ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do
Pai, da qual vós me ouvistes falar: ‘João batizou com água; vós, porém, sereis
batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”. Então os que estavam
reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em
Israel?” Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai
determinou com a sua própria autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito
Santo, que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em
toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra”. Depois de dizer isso,
Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus
olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu,
enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes
disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o
céu? Esse Jesus, que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o
vistes partir para o céu”.
AMBIENTE - Estamos na década de 80. Há uma certa desilusão e
as comunidades instalam-se na mediocridade; falta o entusiasmo… O quadro geral
é o de um certo sentimento de frustração, porque o mundo continua igual e a
esperada intervenção vitoriosa de Deus continua adiada. O catequista Lucas
avisa que o projeto de salvação e de libertação que Jesus veio apresentar
passou para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito. A construção do “Reino” é
uma tarefa que exige o empenho contínuo de todos os crentes.
MENSAGEM - O número quarenta é, certamente,
um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um
discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. As palavras de
despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o
testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”:
o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para
testemunhar Jesus em todo o mundo. O autor quer mostrar que o testemunho e a
pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo
Espírito.
O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Não
estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, decola da terra e começa a
elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim
o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a
exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma
literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora
reentra na glória da comunhão com o Pai.
Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus
aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a
nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença
do Criador. Ao mesmo tempo, esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus
escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença podem
sentir. Céu e terra, presença e ausência, luz e sombra, divino e humano, são
dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória
do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.
Temos ainda os discípulos a olhar para o céu (vers.
10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a
segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projeto de libertação do
homem e do mundo.
Temos, finalmente, os dois homens vestidos de
branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus, o que indica que o seu
testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo,
animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos
discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus.
O sentido fundamental da ascensão não é que
fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o “caminho”
de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projeto de
salvação no meio do mundo.
ATUALIZAÇÃO **- A ascensão de Jesus garante-nos, antes de
mais, que uma vida vivida na fidelidade aos projetos do Pai é uma vida
destinada à glorificação, à comunhão definitiva com Deus. Quem percorre o mesmo
“caminho” de Jesus subirá como Ele à vida plena.
8.
SEGUNDA LEITURA (Ef 4,1-13) Leitura
da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos, eu,
prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que
recebestes: com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com
paciência, no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da
paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual
fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de
todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. Cada um de nós
recebeu a graça na medida em
que Cristo lha deu. E foi ele quem instituiu alguns como
apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim,
como pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para
edificar o corpo de Cristo, até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do
conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de
Cristo em sua plenitude.
AMBIENTE
- A Carta É considerada uma “carta de cativeiro”, escrita
por Paulo da prisão (em Roma entre 61/63).
Paulo dá pistas aos cristãos acerca da forma como eles devem viver os seus compromissos com Cristo.
Paulo dá pistas aos cristãos acerca da forma como eles devem viver os seus compromissos com Cristo.
MENSAGEM
- O nosso texto começa com uma referência ao fato de Paulo
estar preso por causa de Jesus e do
Evangelho: são as palavras de alguém que leva tão a sério a proposta de Jesus,
que é capaz de sofrer e de arriscar a vida por ela.
A vida nova exige que os crentes vivam unidosem Cristo. Antes de
mais, Paulo refere a humildade, pois só ela permite superar o egoísmo, o
orgulho, a autossuficiência que afastam os irmãos e que erguem barreiras de
separação; depois, Paulo refere a mansidão, irmã da humildade,; Paulo
refere também a paciência, que permite ser tolerante e compreensivo para
com as falhas dos irmãos e que permite entender e aceitar as diferentes
maneiras de ser e de agir… Em resumo, trata-se de fazer com que a caridade
presida às relações que estabelecemos uns com os outros; o amor deve ser
sempre o suporte das nossas relações humanas. A unidade é um dom de Deus;
mas a sua efetivação depende do esforço de cada irmão: “há um só Corpo e um só
Espírito, como existe uma só esperança” na vida a que todos os crentes foram
chamados; “há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo; há um só Deus e Pai de
todos, que está acima de todos, atua em todos e em todos se encontra”. A
Trindade é a fonte última e o modelo da unidade que os cristãos devem viver, na
sua experiência de caminhada comunitária.
A vida nova exige que os crentes vivam unidos
ATUALIZAÇÃO-
• A
Igreja é um “corpo” – o “Corpo de Cristo”. Naturalmente, todos eles dependem de
Cristo (a “cabeça” desse “corpo”) e recebem d’Ele a mesma vida. Formam,
portanto, uma unidade… Têm o mesmo Pai (Deus), têm um projeto comum (o projeto
de Jesus), têm o mesmo objetivo (fazer parte da família de Deus e encontrar a
vida em plenitude), caminham na mesma direção animados pelo mesmo Espírito, têm
a mesma missão (dar testemunho no mundo do projeto de amor que Deus tem para os
homens). Neste esquema, não fazem sentido as divisões, os ciúmes, as
rivalidades, as invejas, os ódios, as divergências que tantas vezes dividem os
irmãos da mesma comunidade. Quando os irmãos não se esforçam por caminhar
unidos, provavelmente ainda não descobriram os fundamentos da sua fé.
• Para que a
unidade seja possível, Paulo recomenda a humildade, a mansidão e a paciência.
São atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência,
de preconceito em relação aos irmãos.
• A Igreja é
uma unidade; mas é também uma comunidade de pessoas muito diferentes, em termos
de raça, de cultura, de língua, de condição social ou econômica, de maneiras de
ser... As diferenças legítimas nunca devem ser vistas como algo negativo, mas
como uma riqueza para a vida da comunidade; não devem levar ao conflito e à
divisão, mas a uma unidade cada vez mais estreita, construída no respeito e na
tolerância. A diversidade é um valor, que não pode nem deve anular a unidade e
o amor dos irmãos.
Ou esta:
LEITURA II - Ef
1,17-23
Irmãos: O
Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de
sabedoria e de luz para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso
coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de
glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder
para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em
Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima
de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é
pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir. Tudo
submeteu aos seus pés e pô-lO acima de todas as coisas como Cabeça de toda a
Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
AMBIENTE - Estamos por volta dos anos 58/60. Alguns vêem
nesta carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a
missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente.
Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na
primeira parte da carta e faz parte de uma ação de graças, na qual Paulo
agradece a Deus pela fé dos efésios e pela caridade que eles manifestam para
com todos os irmãos na fé.
MENSAGEM - Paulo une uma fervorosa
oração a Deus, para que os destinatários da carta conheçam “a esperança a que
foram chamados” (vers. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa
“esperança” (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que
Ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-O e sentou-O à sua direita (vers. 20),
exaltou-O e deu-Lhe a soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está
preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância
exagerada aos anjos, colocando-os até acima de Cristo – cf. Col 1,6). Essa
soberania estende-se, inclusive, à Igreja – o “corpo” do qual Cristo é a
“cabeça”. O mais significativo deste texto é, precisamente, este último
desenvolvimento. A ideia de que a comunidade cristã é um “corpo” – o “corpo de
Cristo” – formado por muitos membros, já havia aparecido nas “grandes cartas”,
acentuando-se, sobretudo, a relação dos vários membros do “corpo” entre si (cf.
1 Cor 6,12-20; 10,16-17; 12,12-27; Rom 12,3-8); mas, nas “cartas do cativeiro”,
Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para refletir sobre a relação que
existe entre a comunidade e Cristo. Neste texto, em concreto, há dois conceitos
muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja:
o de “cabeça” e o de “plenitude” (em grego, “pleroma”).
Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa,
antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os
dois uma comunhão total de vida e de destino; significa também que Cristo é o
centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual e em direção ao
qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse “corpo”;
significa ainda que a Igreja/corpo está submetida à obediência a Cristo/cabeça:
só de Cristo a Igreja depende e só a Ele deve obediência. Dizer que a Igreja é
a “plenitude” (“pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a
“plenitude”, a “totalidade” de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação, onde
Cristo Se torna presente no mundo; é através desse “corpo” onde reside, que
Cristo continua todos os dias a realizar o seu projeto de salvação em favor dos
homens. Presente nesse “corpo”, Cristo enche o mundo e atrai a Si o universo
inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos” (vers. 23).
ATUALIZAÇÃO
**- Na nossa
peregrinação pelo mundo, convém termos sempre presente “a esperança a que fomos
chamados”. A ressurreição/ascensão/glorificação de Jesus é a garantia da nossa
própria ressurreição/glorificação. Formamos com Ele um “corpo” destinado à vida
plena. Esta perspectiva tem de dar-nos a força de enfrentar a história e de
avançar – apesar das dificuldades – nesse “caminho” do amor e da entrega total
que Cristo percorreu.
**- Dizer
que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão
total com Ele e que nessa comunhão recebemos, a cada instante, a vida que nos
alimenta. Significa também viver em comunhão, em solidariedade total com todos
os nossos irmãos, membros do mesmo “corpo”, alimentados pela mesma vida.
Pe. Joaquim - Pe. Barbosa
- Pe. Carvalho
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"Ide
e Evangelizai"
Celebramos hoje a
festa da ASCENSÃO do Senhor.
Na 1a Leitura, temos
o Início dos Atos dos Apóstolos. (At 1,1-11)
Esse livro pretende mostrar, que os ensinamentos e ações de
Jesus continuam nos ensinamentos e nas ações da Comunidade cristã…
- 40 dias: É um número simbólico, É o tempo necessário para aprender e repetir
as lições do mestre.
- MISSÃO: "Sereis minhas testemunhas até os confins
da terra..."
- "Elevou-se…
e uma nuvem o encobriu...":
Exprime
o Mistério de Deus presente e escondido aos olhos do povo.
- ANJOS: convidam os discípulos não ficar de braços
cruzados, olhando para o céu, mas descer seguir o caminho de Jesus.
Lucas, com a Ascensão, termina o seu Evangelho e inicia os Atos
dos Apóstolos.
A Ascensão não é uma despedida, mas uma nova presença do
Mestre, que se manifesta mediante sinais da missão evangelizadora dos
discípulos.
O Projeto de salvação e de libertação de Jesus passou
para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito.
Na 2ª Leitura, Paulo vê na
Ascensão a glorificação de Cristo e o anúncio do retorno de toda a humanidade a
Deus. (Ef 1,17-23)
O Evangelho apresenta a Missão
dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. (Mc 16,
15-20). O texto é um acréscimo posterior ao evangelho de Marcos.
Narra TRÊS CENAS:
1) Jesus ressuscitado define a MISSÃO dos Discípulos.
- O Conteúdo do anúncio: "Pregai o Evangelho a toda a criatura".
* A Palavra EVANGELHO
- Na boca de Jesus,
designa o anúncio do Reino que suscita
a fé e o acolhimento da salvação.
- Para as comunidades
cristãs, é o anúncio de um ACONTECIMENTO:
- Quem aderir à proposta de Jesus chegará à vida plena e definitiva.
- A obra missionária será acompanhada de Sinais, que atestarão autenticidade e continuidade da ação libertadora do Mestre.
E enumera sinais da presença do Mestre: Expulsarão
demônios, falarão novas línguas,
resistirão
ao veneno das serpentes, curarão doentes impondo as mãos.
2) Jesus PARTE
ao encontro do PAI.
Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de
Deus: Mostra a soberania de Jesus, como Senhor da História e do Universo... Não é o afastamento de Cristo, mas uma nova
presença no mundo.
3) Os discípulos
PARTEM ao encontro do MUNDO
na ação missionária e não estão
sozinhos...
O
Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais".
+ A Ascensão de
Jesus nos faz lembrar:
- A nossa
ascensão: "Ele subiu não para se
afastar da nossa humanidade,mas para nos dar a esperança de que um dia...
iremos ao seu encontro, onde ele nos precedeu..." (Prefácio)
- A Igreja é uma
"Comunidade Missionária", cuja missão é testemunhar no mundo a
proposta de salvação e de libertação,
que Jesus veio trazer aos homens.
Pe. Antônio
==============------------==========
HOMIIA DO PE. PEDRINHO:
Hoje celebramos a Ascenção do Senhor, Jesus que sobe
aos céus de corpo e alma e senta-se à direita do Pai. O Círio, que representa o
Cristo ressuscitado, agora é apagado, significando que Ele foi para junto de
Deus Pai. Isto não significa distanciar-se de nós, mas levar até Deus Pai a
humanidade toda. Jesus continua presente de maneira bastante especial e muitas
vezes nós não conseguimos compreender bem. Ele permanece presente no mundo
através de nós. Ele é a cabeça e nós formamos o Corpo Místico de Jesus. Portanto,
se você quer ver o Cristo ressuscitado, basta olhar para o lado. É evidente que
isto exige fé, porque exatamente se eu olho de lado eu vejo alguém, que na
minha opinião, está longe de ser a imagem de Jesus Cristo. Entretanto, este é o
grande desafio; nos tornarmos imagem, conforme, do mesmo jeito de Jesus e a
ajudar que outros também passem a integrar este corpo. Isto quem nos ajuda a
entender e a integrar é a Eucaristia. A própria palavra diz: Comunhão, todos
juntos, todos numa mão única, em união. A Eucaristia nos ajuda para que
pareçamos cada vez mais com Jesus. Quando Jesus vai para junto de Deus Pai, Ele,
então, nos revela que também a carne ressuscita. Não é somente a alma que tem
vida eterna, mas queremos que também a carne tenha vida eterna. Quando eu
comungo Jesus, não é Ele que passa a fazer parte do meu corpo, mas é eu que
integro o corpo místico de Cristo. Portanto, Ele que é eternidade, também nos
garante vida eterna. Jesus, indo para o Pai, deixa uma última instrução para
cada um de nós: ide, e pregai o Evangelho para todos os povos. Não é atoa então,
que neste domingo, a Igreja celebra o dia mundial das comunicações sociais,
onde o Santo Padre nos propõe como tema; silêncio e palavra na Evangelização. Ele
diz: como é que eu posso Evangelizar? No silêncio. Como posso me comunicar? No silêncio.
Mas que tipo de silêncio? No silêncio para ouvir o que Deus tem para nos dizer.
Então, se colocar no silêncio para ouvir a Palavra de Deus. E depois: como
cumprir o mandato de Jesus, “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho”? É através da comunicação social: através do rádio,
através da televisão, do jornal, internet, face book, youtube, aí por diante. Cada vez mais, a pastoral da comunicação está
se colocando como a grande possibilidade de levarmos a frente a Evangelização. O
Santo Padre pede para que rezemos pela pastoral da comunicação, exatamente
porque não tem sido fácil. Se olharmos para o Brasil, aqueles que procuram
trazer, desculpe o pleonasmo, a verdade verdadeira, porque muitas vezes apresentam
algo como verdade e não o é, aqueles que procuram trazer a verdadeira verdade,
pagam com a própria vida. Volta e meia ouvimos falar de jornalistas que morrem
e assim por diante. Por outro lado, temos uma grande deficiência no Brasil; não
existe jornalista especializado na Igreja. Você tem especialista em economia, futebol,
medicina, mas quando se trata de igreja, eles pedem para qualquer principiante,
que não consegue ainda entender a grandeza que é a Igreja. hoje, pelo menos no
A B C, temos um padre se especializando em Roma, para tratar a comunicação
social como uma ferramenta da Evangelização. Isto nos traz esperança, porque a
final de contas, na medida que você tem alguém especializado, fica mais fácil transmitir
e passar uma mensagem religiosa. Pode ver, que até a rede globo, que é tida
como a melhor emissora, ela não distingue, não sabe o que é uma missa, um
terço, uma exéquia, não sabe o que é santo, não sabe o que é Eucaristia, e
assim por diante e nos apresenta tudo
como sendo uma grande verdade, a partir do enfoque dela e, muitas vezes,
confunde as pessoas. Mesmo aqueles que se colocam nos canais chamados de evangelização,
muitas vezes apresenta a liturgia totalmente errada, as pessoas fazendo as
coisas como lhe vem na cabeça, e cria-se, assim, uma série de dificuldades exatamente
para a própria Igreja, porque eles é que acabam passando para nós algo como se
fosse verdadeiro e na realidade não é. Então, nós temos muito a percorrer
ainda. É evidente, que esta geração que está chegando hoje, que terá nas mãos
todas estas ferramentas. Muitas paróquias já fazem um serviço bom na pastoral
de comunicação. É interessante observar, que o mandato de Jesus pode ser
realizado fazendo um bom trabalho. Basta ter vontade. É isto que o dia mundial
das comunicações nos pede: que tenhamos boa vontade, que a missão será realizada.
Uma última palavrinha que é importante: Jesus diz: “se
fizer isto em meu nome, poderá pegar serpente venenosa, escorpião, nada vai te
atingir”. Por que? Porque quando nos propomos a anunciar o Evangelho, Deus nos
ajuda e acabamos vencendo todas as dificuldades. Inclusive aquelas que parecem
impossíveis de serem superadas. Que Deus nos ajude, já que Jesus está sentado à
direita do Pai, conduzir toda a humanidade para junto do Pai. Que possamos
fazer na terra um verdadeiro reino, que já existe no céu.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
PE. PEDRINHO.
=============-----------------==========
PARA A CELEBRAÇÃO DA
PALAVRA:
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR).
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
à Senhor, nós Vos agradecemos
por nos terdes enviado vosso Filho para nos dar a graça da Vida eterna.
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
àSenhor, Vos louvamos
quando elevastes Jesus para junto de Vós, abrindo-nos o caminho para que também
possamos ressuscitar e ir para junto de Vós.
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
à Senhor, nosso Deus,
Enviai-nos o Espírito Santo para que sejamos iluminados pela Vossa luz e
possamos continuar a construção de Vosso Reino, levando o Evangelho a todos
nossos irmãos e irmãs.
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
à Senhor, dai-nos força para que saiamos de nosso egoísmo e
saibamos espelhar o vosso amor no mundo.
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
à Senhor, obrigado por
nos dar a esperança de uma vida plena e eterna junto a Vós... Pai, vinde sempre
em nosso auxílio, pois somos fracos e muitas vezes caímos. Vós sois a nossa
força e nosso amparo.
T: ó Deus de bondade,
bendito seja o vosso amor por nós.
- - Pai nosso...
A Paz de Cristo... Cordeiro de
Deus...
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