quinta-feira, 21 de maio de 2015

Solenidade de Pentecostes, Vinda do Espírito Santo

Solenidade de Pentecostes – ANO B 2015

SINOPSE:

Introdução ao espírito da Celebração

Atenágoras afirmou que «sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir moral, um agir de escravos».
Mas, «no Espírito, o cosmos é enobrecido pela geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-Se presente; o Evangelho faz-se poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a autoridade transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir humano é deificado».

 

TEMA: O Espírito dá vida, renova, transforma e faz nascer o Homem Novo. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo!”
Primeira leitura: É o Espírito que Cria nova comunidade, orienta e capacita para a missão.
Evangelho: A partir do dom do Espírito Santo, a comunidade a volta de Jesus ressuscitado passa a ser uma comunidade viva e nova, que supera as limitações e dá testemunho de Jesus.
Segunda leitura: Paulo diz que o Espírito Santo é a fonte viva da comunidade. É Ele que concede os dons e estes devem ser postos ao serviço de todos.

11. EVANGELHO (Jo 20, 19-23) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

MENSAGEM - Ao “anoitecer”, as “portas fechadas”, o “medo. É uma comunidade desorientada e insegura. Jesus aparece “no meio deles”. Jesus como ponto de referência à volta do qual a comunidade se constrói. Jesus deseja-lhes “a paz” (“shalom”). A serenidade, a tranquilidade e a confiança, que supera o medo: a partir de agora, nem o sofrimento, nem a morte poderão derrotar os discípulos, porque Jesus está “no meio deles”. Em seguida, Jesus “mostrou-lhes as mãos e o lado”. São os “sinais” que evocam o amor total expresso na cruz. É nesses “sinais” que os discípulos reconhecem Jesus. O gesto de Jesus de soprar sobre os discípulos reproduz o gesto de Deus ao comunicar a vida ao homem de argila. Com o “sopro” o homem tornou-se um “ser vivente”; com este “sopro”, Jesus transmite a vida nova e faz nascer o Homem Novo. Agora, os discípulos estão capacitados para fazerem da sua vida um dom de amor. Finalmente, Jesus explicita qual a missão dos discípulos: a eliminação do pecado. As palavras de Jesus Significam, que os discípulos são chamados a testemunhar essa vida que o Pai quer oferecer a todos. Quem aceitar essa proposta, será integrado na comunidade de Jesus; quem não a aceitar, continuará a percorrer caminhos de egoísmo e de morte (isto é, de pecado). A comunidade, animada pelo Espírito, será a mediadora desta oferta de salvação.
ATUALIZAÇÃO
à A comunidade cristã só existe, se está centrada em Jesus. É n’Ele que superamos os nossos medos, incertezas, para testemunharmos a vida nova do Homem Novo.
à As comunidades construídas à volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor partilhado, que transforma o orgulho em serviço. É Ele que nos faz vencer os medos, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor, sonhar com um mundo novo.

LEITURA I – Atos 2,1-11 Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente,  veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheios de espanto e admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos na nossa própria língua? Nós que somos partos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”
AMBIENTE - É uma catequese, onde Lucas recorre às imagens, aos símbolos, à linguagem poética. O fundamental é apresentar a Igreja como a comunidade que nasce de Jesus, que é assistida pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto libertador do Pai.
MENSAGEM - Lucas coloca a experiência do Espírito no dia de Pentecostes, celebrada cinquenta dias após a Páscoa. Originariamente, era uma festa agrícola; mas, no séc. I, tornou-se a festa que celebrava a aliança no Sinai. Lucas sugere que o Espírito é a lei da nova aliança e que, por Ele, se constitui a nova comunidade do Povo de Deus. O Espírito é apresentado como “a força de Deus”, através de dois símbolos: o vento de tempestade e o fogo. O Espírito (força de Deus) é apresentado em forma de língua de fogo. A língua é também a maneira de comunicar, entre as pessoas, de criar comunidade. “Falar outras línguas” é criar relações, é superar o egoísmo, a divisão, o racismo, a marginalização… É o reverso de Babel: lá, o orgulho, a ambição conduziu ao desentendimento; aqui, regressa-se à unidade, ao diálogo, ao entendimento. Unidos pelo Espírito a comunidade atinge todo o mundo antigo, desde a Mesopotâmia, até Roma: a todos deve chegar a proposta de Jesus; amor e de partilha. Pelo Espírito se cria a nova humanidade, a anti-Babel; todos os povos escutarão a proposta de Jesus e integrarão a comunidade da salvação, onde se fala a mesma língua do amor. O Pentecostes anuncia a humanidade nova, a anti-Babel, nascida da ação do Espírito, onde todos serão como irmãos.
 Começaram a falar outras línguas». Alguns dizem que o milagre estava nos ouvintes, que ouviam na própria língua das terras donde provinham: seria então um tipo de oração, de louvor: os ouvintes de boa fé receberam o dom de interpretar o que os Apóstolos diziam, os mal dispostos diziam que eles estavam ébrios. a pregação de Pedro aparece como posterior a este fenômeno.
ATUALIZAÇÃO à Uma comunidade reunida por causa de Jesus, pelo Espírito testemunha o projeto libertador de Jesus.      Uma comunidade universal que vive no amor e na partilha, apesar das diferenças culturais e étnicas.
à Antes, um grupo fechado, sem iniciativa nem coragem do testemunho; depois, comunidade unida, que se assume como comunidade de amor e de liberdade.
à Para ser cristão, ninguém deve ser espoliado da própria cultura; são convidados, com as suas diferenças, a acolher esse projeto de Deus, que faz os homens viver no amor.

LEITURA II – 1 Cor 12,3b-7.12-13 - Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um
mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas
um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.

AMBIENTE - A comunidade de Corinto não era exemplar no amor e na fraternidade. Os detentores de dons consideravam se os “iluminados”, assumiam autoritarismo e prepotência; por outro lado, os que não tinham estes dons eram desprezados. Paulo corrige, mostra a incoerência destes comportamentos, com o Evangelho.
MENSAGEM - os dons não garantem os privilégios. O verdadeiro “carisma” é o que confessa que “Jesus é o Senhor” e que é útil para o bem da comunidade. É preciso que tenham consciência de que, apesar da diversidade de dons, é o mesmo Espírito que atua em todos; é o mesmo Senhor Jesus que está presente em todos;, é o mesmo Deus que age em todos. O importante é que os dons do Espírito sejam usados para o bem da comunidade. Em todos circula a mesma vida, pois todos foram batizados num só Espírito. O Espírito que alimenta e que dá vida ao “corpo de Cristo”; e fomenta coesão, fraternidade e unidade na comunidade.
ATUALIZAÇÃO à É o mesmo Espírito que nos alimenta, embora desempenhemos funções diversas
à Os “dons” que recebemos não podem gerar conflitos; devem servir para o bem comum.
à O Espírito que alimenta, que dá vida, que distribui os dons conforme as necessidades; é Ele que conduz as comunidades pela história. Ele foi distribuído a todos os crentes e reside na totalidade da comunidade.
 Espírito Santo é Amor ardente, Luz de santidade, Virtude na vida e amparo na morte; é Aquele que enche de alegria os nossos corações, que lava as nossas manchas, que sara os enfermos e que é paz e conforto no pranto. E nós  o recebemos no dia do nosso Batismo, em especial no dia em que fomos Crismados. Por isso diz S. Paulo que o nosso corpo é templo do Espírito Santo; é Ele que nos anima e fortalece a nossa fé.
Nele, tudo tem valor, até a mais simples das criaturas… Sem ele, nada podemos nós: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, porque sem o seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus. Jesus é a videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva que, vinda do tronco, nos faz frutificar… Ele é a nova Lei – não aquela inscrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita no nosso coração (cf. Ez 11,19; Jr 31,31-34), pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5).
SOLEN. PENTECOSTES:LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e nos santifique!
à Deus criador, nós vos bendizemos pelos dons do  Espírito Santo, que concedeis à vossa Igreja e a cada um de nós. Pai, que possamos compreender as pessoas que conosco vivem e possamos conviver em tranquilidade com todos.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e nos santifique!
à Pai santo, nós vos damos graças porque pelo batismo nos dais o Espírito Santo para ser a nossa força, nossa luz e nossa esperança na construção de vosso Reino. Que nossa fé seja ardente e nosso exemplo seja sinal de vosso amor entre todos. 
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e nos santifique!
à Nós vos bendizemos pelo Espírito Santo que nos defende do mal e nos impulsiona para vós. Pai, renovai a vossa igreja e fazei-nos mais vigorosos na transformação de uma sociedade mais humana e fraterna. 
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e nos santifique!
à Renovai a vinda do Espírito Santo na Igreja para a salvação do mundo! Que Ele abra o nosso coração para o amor e a fraternidade. Que Ele nos faça mais fraternos e leais a vossa vontade, pois em Vós está a nossa esperança e a nossa salvação.
T: Pai, que o Espírito Santo nos transforme e nos santifique!
àPai nosso...
à Paz=Assim como os apóstolos foram transformados pela força do Espírito Santo, que nós também sejamos transformados em missionários corajosos anunciando ao mundo mais paz, amor e solidariedade. Saudai-vos com a Paz de Cristo!
à Eis o Cordeiro de Deus...

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Domingo de Pentecostes = (Terminada a oração depois da comunhão e os avisos, antes da benção final, o Presidente da Celebração se dirige para junto do Círio:)

RITO PARA APAGAR O CÍRIO PASCAL
Diácono
ou o Presidente da Celebração
- Irmãos e irmãs, na noite da Vigília Pascal, aclamamos Cristo nossa Luz e acendemos o Círio Pascal. A luz do Círio nos acompanhou nestes cinquenta dias do Tempo Pascal. Hoje, dia de Pentecostes, ao concluir o Tempo da Páscoa, o Círio será apagado. Este sinal nos é tirado para que, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado, nos tornemos a “luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, para iluminar os irmãos e irmãs e guiá-los no êxodo definitivo rumo ao céu.

O presidente se inclina para o Círio, este então é apagado.

Pres. – Oremos: Dignai-vos, ó Cristo, acender nossas lâmpadas da fé; que em vosso templo elas refuljam constantemente, alimentadas por vós, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Todos: Amém, aleluia!


Segue-se a Bênção final, própria para o dia. Por fim, para a retirada do Círio, forma-se uma procissão, semelhante ao início da Celebração, conduzindo, agora, o Círio Pascal apagado, passando pela nave central da Igreja.   (O Círio será aceso nas celebrações do batismo)

·                   Bênção Final (própria de Pentecostes)
              Ver o Missal romano, p. 524.

* Deus, o Pai das luzes, que (hoje) iluminou os corações dos discípulos, derramando sobre eles o Espírito Santo, vos conceda a alegria de sua bênção e a plenitude dos dons do mesmo Espírito.  AMÉM!
* Aquele fogo, descido de modo admirável sobre os discípulos, purifique os vossos corações de todo mal e vos transfigure em sua luz.  AMÉM!
* Aquele que na proclamação de uma só fé reuniu todas as línguas vos faça perseverar na mesma fé, passando da esperança à realidade.  AMÉM!
Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo.  AMÉM!

Pentecostes (em grego antigo: πεντηκοστή [μέρα], pentekostē [hēmera], "o quinquagésimo [dia]") é uma das celebraçőes importantes do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa. O dia de Pentecostes ocorre no décimo dia depois do dia da Ascensão de Jesus. -   Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo. Para os cristāos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. Por esta razão o dia de Pentecostes é às vezes considerado o dia do nascimento da igreja. O movimento pentecostal tem seu nome derivado desse evento.

Símbolos do Esp. Santo

§     Água - significa a ação do Espírito Santo no batismo levando-os à vida eterna; É água viva. 
§     Unção - o simbolismo da benção com óleo também se refere ao Espírito Santo. A unção é praticada no batismo, na confirmação, na ordem e na unção aos enfermos. 
§     Fogo - simboliza a energia transformadora.
§     Nuvem e luz - se aproximou da Virgem Maria e a "envolveu com sua sombra.
§     Pomba - quando Cristo saiu das águas do Jordão  no seu batismo, o Espírito Santo, na forma de uma pomba, pousou sobre ele .
§     Vento ou sopro - o Espírito, "o vento que sopra onde quer" .

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"Vem Espírito Santo"

Celebramos hoje a festa de PENTECOSTES.
Recordamos o "Dom" do Espírito Santo e o final do tempo pascal.

PENTECOSTES era uma festa judaica muito antiga, celebrada 50 dias após a Páscoa. 
Inicialmente, era uma festa agrícola em agradecimento a Deus pelas colheitas.
Depois o povo começou a celebrar nela a ALIANÇA, o dom da LEI no Sinai e a constituição do Povo de Deus, fato acontecido 50 dias depois da saída do Egito... acompanhado de trovões, relâmpagos, trombetas, vento forte...

A 1ª Leitura e o Evangelho descrevem o PENTECOSTES CRISTÃO.     
  
O Espírito presente no início da vinda pública de Jesus, está presente também no início da atividade missionária da Igreja.
As narrativas são diferentes e até divergentes, mas se completam:

+ São Lucas faz coincidir o Pentecostes cristão com o Pentecostes judaico...     para mostrar que o ESPÍRITO é a LEI da NOVA ALIANÇA    e que, por ele, se constitui um NOVO POVO DE DEUS. Por isso, relata o FATO entre raios e trovões, inspirando-se na narrativa da entrega da Lei no Sinai. (At 2,1-11)

- Os apóstolos estão reunidos... trancados numa casa...
  O fogo do Espírito se reparte em forma de línguas sobre cada um deles.
  Eles saem do cenáculo e, em praça pública começam a falar
  do Cristo ressuscitado, com grande entusiasmo e sabedoria.
  É a primeira e grande manifestação missionária da Igreja.
  E seus missionários são os doze apóstolos.

- E o povo espantado se questiona: "Como os escutamos na nossa língua?"
  O texto nos faz lembrar a Torre de Babel (Gn 11):
   - Lá ninguém se entende mais... Aqui acontece o contrário:
      Por obra do Espírito Santo, todos falam uma língua que todos compreendem e que une a todos: a linguagem do amor.

- A intenção de Lucas é apresentar a Igreja como a Comunidade que nasce de Jesus, que é animada pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto libertador do Pai.

+ São João colocou o Dom do Espírito Santo no dia da Páscoa. (Jo 20,19-23)
Os Sinais ("anoitecer", "portas fechadas", "medo") revelam a situação de uma Comunidade desamparada, desorientada e insegura.
Jesus aparece "no meio deles" e lhes deseja a "PAZ".
Confia a Missão: "Como o Pai me enviou, eu VOS ENVIO".
"Soprou" sobre eles e falou: "Recebei o ESPÍRITO SANTO". 
- Nessa perspectiva, Páscoa e Pentecostes são partes do mesmo acontecimento.
* A preocupação dos evangelistas não foi escrever uma crônica histórica, mas uma catequese sobre o Mistério Pascal e a Igreja
   Afirmam a mesma coisa, expressando-se numa linguagem diferente.

- Para LUCAS: A Igreja é uma Comunidade que nasce de Jesus, é animada pelo Espírito e é chamada a testemunhar aos homens o projeto do Pai.
O Espírito é a LEI NOVA que orienta a caminhada dos crentes.
Ele criou uma nova comunidade, capaz de ultrapassar as diferenças e unir todos os povos numa mesma comunidade de amor.

- Para JOÃO, a Igreja é uma Comunidade construída ao redor de Jesus e animada pelo Espírito, que a torna viva e "recriada".
O Espírito é esse "sopro" de vida que a faz vencer o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor, que Jesus viveu até às ultimas conseqüências.

- Para PAULO, a Igreja é o "Corpo Místico de Cristo". (1Cor 12, 3b-712-13)

Apesar da diversidade dos membros e das funções, o Corpo é um só.
Mas é o mesmo ESPÍRITO que alimenta e dá vida a esse corpo.

O Pentecostes continua: Diante desse fato grandioso, talvez invejamos a sorte dos apóstolos e esquecemos que o Pentecostes continua em nossa vida e na vida da Igreja...

- Em NOSSA VIDA houve um Pentecostes: A CRISMA, quando recebemos a plenitude do Espírito Santo para cumprir nossa missão...

- Na VIDA DA IGREJA, que nasceu no Pentecostes e continua a ser recriada pelo Espírito. O Espírito Santo é a alma da Igreja.

+ O cristão é um enviado:
   "Como o Pai me enviou, eu também vos envio".

- Para promover a PAZ.
  É um dom precioso e ausente muitas vezes no mundo.
  Cristo e seu Espírito são fontes de paz para que o mundo creia.

- Para experimentar o PERDÃO e a MISERICÓRDIA (dado e recebido).
  O perdão e a misericórdia são as atitudes da Igreja diante do mundo.

- Para construir a COMUNIDADE.
  O Espírito de Deus foi derramado em cada um para conseguir a unidade de todos no amor.

O Pentecostes, para nós, é a plenitude da Páscoa.
É o nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra de Cristo através dos tempos, em meio à diversidade dos povos.

No dia de Pentecostes, as pessoas falavam a mesma linguagem: o Amor.
O amor deve continuar sendo a linguagem dos cristãos do mundo inteiro. Através do amor, o sopro do Espírito Santo continuará presente.

                                                            Pe. Antônio

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Homilia do PE. PEDRINHO

Meus irmãos e minhas irmãs, há cinquenta dias atrás, celebrávamos a Páscoa da ressureição do Senhor Hoje, Pentecostes. A Igreja celebra os frutos desta Páscoa. Jesus , na época em que esteve aqui, andado como ser humano, disse: se o grão de trigo não cai na terra e morre, ele não dá frutos. Ora, Pentecostes era uma festa que já os judeus celebravam. Ela significa a festa da última colheita. Eles vão colhendo os frutos e vão de fato celebrando, mais uma grande festa. Era uma festa, por assim dizer, uma festa social, como temos hoje a festa do vinho, festa da batata, festa da cebola. Então, era a festa do lavrador. Aquele que plantou, ficou feliz e por isso então, comemora com a sua família e com aqueles que trabalharam para aquele resultado. Então, Pentecostes é de fato, os frutos da ressurreição do Senhor. E o que é que surgiu como fruto da morte e ressurreição do Senhor? A Igreja. Agora, quando eu falo Igreja, eu gosto de insistir nisso, porque nem sempre as pessoas tem clareza, eu não me refiro ao papa, ao bispo, ao padre, não! A igreja somos nós, aqueles que por conta da fé em Jesus Cristo, foram se congregando, se reunindo, para celebrar. Celebrar o que? Celebrar a morte e a ressurreição do Senhor. Então, é sempre no primeiro dia da semana, que eles se reuniam, à noite. Para que? Reunidos ao redor da mesa, relembrar tudo aquilo que Jesus ensinou e fez e para cumprir a ordem que Jesus deixou: “fazei isto em minha memória”. É isto que nós celebramos há dois mil anos. É evidente, que a partir desta igreja que surge, que brota, ela deve manter o testemunho de Jesus Cristo. Como fazer isto? Eles estavam todos com medo, porque, a final de contas, tinham matado o líder maior. Se fizeram isto com o nosso Senhor, imaginem o que farão conosco. Então, eles se reuniam a portas fechadas. Mas, é aqui que entra a nossa compreensão na fé. Mas, é por aí, que eles se deram conta que não teriam um futuro muito promissor. Porque se é para celebrar a memória do Senhor, é também para que outros compreendam o gesto realizado por Jesus. É assim que eles resolvem vencer o medo e a partir daí, anunciar para todos os povos quem é Jesus Cristo. Ora, é vidente, que esta iniciativa não parte somente dos discípulos. É claro que a colaboração deles é importante. Mas, é uma iniciativa que nós professamos, vinda de Deus. O mesmo Deus que tomou a iniciativa de apresentar Jesus para o mundo, agora, toma a iniciativa de apresentar a Igreja para o mundo. Claro que isto custou vidas. Mas, se o grão de trigo não cai na terra e não morre, não dá frutos. Por isso, a Igreja celebra de cor vermelha, lembrando a todos os mártires que banharam suas vestes no sangue do Cordeiro e com o dom da vida acabaram convencendo  a muitos, que valia a pena seguir Jesus Cristo. Então, nós temos na primeira leitura esta reflexão, colocada de maneira solene, aonde, toda a humanidade compreende o gesto de Jesus, nestes povos anunciados. Temos no Evangelho o ponto central, o fruto da morte e ressurreição de Jesus e o que nos é pedido como fruto principal; o perdão. Todas as outras religiões não pregam o perdão. Eu não estou exagerando. O único que tem como DNA, identidade, está ali, na célula menorzinha de todas, a única que tem como DNA o perdão, são os cristãos. Os cristãos são chamados a viver o perdão. As outras religiões, não! O judaísmo prega a lei de Talião; olho por olho e dente por dente. Os mulçumanos a mesma coisa. O hinduísmo é a mesma realidade. São as grandes religiões. Você pode pegar a umbanda, que se você não segue o está mandado, vem o castigo! Todas as religiões pregam que se você realizar alguma coisa de mal, você deve pagar por isso. O cristão aprendeu de Jesus “perdoai, eles não sabem o que fazem”. Esta atitude de Jesus na cruz é que convenceu o centurião, que Ele era o filho de Deus. É a mesma atitude que vai convencer Saulo, de que Estevão é sinal de Deus. É a mesma atitude que leva as pessoas, até hoje, quando a pessoa diz: “eu perdoo fulano”. Muitas vezes na televisão acontece isso e as pessoas ficam inconformadas: “como é possível perdoar tal atitude”? Eu sou cristão, eu perdoo. Aqui, vem o grande problema; o que é perdoar? As pessoas confundem perdoar com esquecer. Só se esquece algo positivo ou negativo quem não tem memória. Se eu não estou retendo algo na memória é porque algo não vai bem comigo, porque Deus nos fez com memória para eu guardar a lembrança aquilo que aconteceu. Perdoar não é esquecer, não! Perdoar é possibilitar que a pessoa recomece um caminho. Ela reconhece que errou, pediu perdão, e a gente permite que ela possa recomeçar a caminhada. É evidente, que na medida que a pessoa vai mostrando que de fato ela mudou a sua atitude, mudou a sua maneira de agir, nós vamos conhecendo uma nova pessoa. É evidente que de maneira automática, você acaba esquecendo o que aconteceu. Não porque você aperta um botão e aquilo apaga da memória, mas é porque você não reconhece mais aquela pessoa que prejudicou, você está vendo uma pessoa nova. Então, é evidente que se alguém comete alguém erro, precisa ser ajudado, precisa ser cobrado. Perdoar não quer dizer; matou, deixa ele solto. Não! Não é isso! Então, como fazer ele mudar de vida? Perdoar não é dizer: “Bom, meu marido me bateu hoje, deixa, tadinho. Amanhã... não, é preciso mudar a atitude. Por isso, o perdão tem duas mãos. Eu que me disponho a perdoar e o outro que se propõe a melhorar. Caso contrário, nem Deus pode perdoar. Por que? Porque temos que respeitar a liberdade da pessoa. Se você não pedir perdão a Deus, Ele não te perdoa. Não porque ele não tenha poder, mas porque Ele nos respeita. Assim também nós. Agora, não é tão fácil dar esta chance a cada dia para o outro, porque muitas vezes nós também dizemos: uma nova chance, uma nova chance, estou cansado de dar oportunidade. Então, o que é que Jesus faz? Ele sopra sobre os discípulos e este sopro torna se sinal de vida nova. Aos olhos humanos é impossível o perdão. Só e a partir e na força do Espírito Santo é que eu me dou conta que eu posso perdoar alguém. Porque o sopro que Jesus realiza hoje sobre os discípulos, nos lembra o homem novo, a mulher nova, nos lembra Gênesis, onde Deus soprou nas narinas de Adão, e ele se tornou ser vivente. Agora, Jesus sopra novamente, para que possamos ser pessoas novas. Não a partir dos critérios de Adão, não a partir dos critérios de Caim e Abel, não a partir da torre de Babel e tantos outros exemplos na Bíblia, de pessoas que não foram capazes de viver na maneira de Deus, mas a partir de Jesus Cristo.
Portanto, meus irmãos e minhas irmãs, aquele que consegue perdoar, ele se torna um sinal de Deus. Porque, você já imaginou se Deus deixasse de nos perdoar, se não nos desse mais uma chance? Com certeza, muitos estariam perdidos.
Para concluir: Este perdão não acontece sozinho. Sempre reunidos, aqueles a quem perdoar os pecados, eles serão perdoados. Então, é preciso cada vez mais nos unirmos, enquanto comunidade, viver esta unidade do corpo de Deus. Cristo é a Cabeça e nós somos o corpo. Cada um colocando a disposição os dons que Deus  lhe deu. A Eucaristia também nos ajuda a nos tornar um único corpo, a dar um único testemunho. Pedir a Deus que nos dê força e coragem é fundamental, mas hoje, de maneira especial, agradecer a Deus que nos manda o seu Espírito e podemos celebrar o Reino já neste mundo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

PE. PEDRINHO.


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Homilia de D. Henrique Soares
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”. Que Espírito é este, que encheu hoje os Apóstolos e a inteira Igreja de Cristo?
Ele é o Espírito do Ressuscitado, soprado pelo Cristo Senhor: “Jesus disse: ‘Como o Pai me enviou (no Espírito Santo), eu também vos envio (neste mesmo Espírito)!’ Depois soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo!’”
Nele, tudo fora criado desde o princípio: “O Espírito do Senhor encheu o universo; ele mantém unidas todas as coisas e conhece todas as línguas” (Sb 1,7). Somente no Santo Espírito podemos compreender que toda a criação e toda a história são penetradas pela vida de Deus que nos vem pelo Cristo; somente no Santo Espírito podemos perceber a unidade e bondade radicais da criação que nos cerca, mesmo com tantas trevas e contradições. É o Santo Espírito, doce Consolador, que nos livra do desespero e da falta de sentido!
Nele tudo se mantém, tudo tem consistência, tudo é precioso: “Encheu-se a terra com as vossas criaturas: se tirais o seu respiro, elas perecem e voltam para o pó de onde vieram. Enviais o vosso Espírito e renascem e da terra toda a face renovais”. É por sua ação constante que tudo existe e persiste no ser. Sem ele, tudo voltaria ao nada e nada teria consistência real. Nele, tudo tem valor, até a mais simples das criaturas…
Sem ele, nada, absolutamente, podemos nós: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, porque sem o seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus. Jesus é a videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva que, vinda do tronco, nos faz frutificar…
Ele é a nova Lei – não aquela inscrita sobre tábuas de pedra, mas inscrita no nosso coração (cf. Ez 11,19; Jr 31,31-34), pois “o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5). A lei de Moisés, em tábuas de pedra, fora dada no Sinai em meio a relâmpagos, trovões, fogo, vento e terremotos (cf. Ex 19); agora, a Nova Lei, o Santo Espírito nos vem em línguas de fogo e vento barulhento e impetuoso, para marcar o início da Nova Aliança, do Amor derramado no íntimo de nós!
Ele tudo perdoa e renova e, Cristo, pois é Espírito para a remissão dos pecados: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados!” É, pois, no Espírito que a Santa Igreja anuncia a paz do Evangelho do perdão de Deus para a humanidade em Cristo Jesus!
Ele nos une no Corpo de Cristo, que é a Igreja, pois “fomos batizados num único Espírito para formarmos um só corpo…” – Neste Corpo, ele nos enche de dons, carismas e ministérios, pois “a cada um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum”. É no Espírito que a Igreja é uma na diversidade de tantos dons e carismas; uma nas diferenças de seus membros…
Ele faz a Igreja falar todas as línguas, fá-la abrir-se ao mundo, procurar o mundo com “santa inquietude”, não para render-se ao mundo ou imitá-lo ou perder-se nele, mas para “anunciar as maravilhas de Deus” em Cristo Jesus, chamando o mundo à conversão e à vida nova em Cristo!
Enfim, Ele torna Jesus sempre presente no nosso coração e no coração da Igreja e no testemunha incessantemente, sempre e em tudo que Jesus é o Senhor, pois “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo!” – para a glória de Deus Pai. Amém.
D. HENRIQUE SOARES
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HOMILIA DO Pe. Françoá Costa

A surpresa: fruto da ação do Espírito

E se alguém lhe dissesse que você está errado há muitos séculos? No mínimo seria um exagero. Foi exatamente isso que um professor de moral costumava dizer aos seus alunos: “estamos equivocados há muitos séculos porque pensamos que a moral é fazer umas quantas coisas boas”. Eu imagino o olhar expectante dos alunos rumo ao professor experimentado, mas que talvez deixassem notar através das próprias feições alguma censura ao velho professor. Nesse momento, o catedrático continuava: “Não! A moral cristã não é de obrigação, mas uma moral de surpresa, moral de salvação”.
Moral de surpresa?! Eu estou de acordo. Efetivamente, Deus nos surpreende constantemente. A graça, a salvação, a ação do Espírito Santo nas pessoas é uma surpresa maravilhosa. Mas, será que dessa maneira não estaríamos suprimindo a colaboração humana na própria salvação? É muito conhecida aquela frase de S. Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. E é verdade! No entanto, não deixa de causar surpresa que nós possamos fazer obras que mereçam a salvação eterna. Essa afirmação já deixou a mais de uma pessoa deslumbrada, até mesmo escandalizada. Martinho Lutero aceitava que toda a obra da salvação é de Deus, mas se esquecia de que Deus, pela sua infinita bondade e generosidade, capacita o próprio ser humano para poder realizar ações meritórias.
Vejamos esse assunto com mais calma. Santo Irineu afirmou que Deus, no principio, plantou a vinha do gênero humano; muito amou a humanidade e se propôs estender sobre ela o seu Espírito e conferir-lhe a adoção filial. E esse plano de Deus cumpriu-se! Desta maneira, o Pai olha as obras daqueles que são os seus filhos por graça aceitando-as prévio auxilio de seu próprio poder, de Deus.
Uma ideia comum que aparece nos Santos Padres é a seguinte: assim como existe um único Deus, existe também uma única humanidade e uma única fraternidade humana. Assim como Deus é três Pessoas distintas, de maneira semelhante há variedade no gênero humano: as muitas pessoas humanas. Essa variedade não se opõe à unidade da humanidade. No entanto, esse projeto de unidade foi despedaçado pelo pecado logo nos inícios. Logicamente, assim como não se perdeu totalmente imagem de Deus com o pecado original, tampouco a unidade fundada nessa imagem. Não obstante, as relações do homem com Deus e do homem com os demais se viram mudadas a pior como fruto podre da desagregação que o homem experimentou dentro de si mesmo. O homem, segundo os Padres da Igreja, foi disperso em vários pedacinhos. A salvação de Cristo, nesse contexto, seria uma restauração, um recolher o homem disperso. Cristo é o homem singular, mas também é o homem universal, ou seja, leva em si toda a humanidade.
O ser humano, quando se encontrava disperso, e quando se encontra em pecado mortal, logicamente, não pode realizar obras meritórias. Mas quando se encontra em graça, restaurado pelo amor de Deus, as suas obras luzem diante do Senhor que as vê com agrado.
A solenidade de Pentecostes é a festa da unidade porque a obra da reunificação foi levada a cabo pelo Pai em Cristo na unidade do Espírito Santo. Assim como o Espírito Santo, na intimidade da Trindade, é o “lugar” de encontro do Pai e do Filho, o Espírito Santo é quem nos une a Cristo. A salvação consiste, segundo S. Agostinho, em ser unidos ao Corpo de Cristo (cfr. In Ioann tract. 52, n.6; PL 35,1771) pela ação do Espírito Santo através da Palavra e dos Sacramentos.
Sendo a salvação uma ação do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é também uma realidade que não se dá se nós não a queremos. E para colaborar eficazmente na nossa própria salvação, e na dos demais, o melhor que podemos fazer é ser dóceis à ação do Espírito Santo nas nossas almas. Se perguntarmos qual é a atitude do cristão para com o Espírito Santo, a resposta deveria resumir-se nessa palavrinha: “docilidade”. Deixar Deus agir e surpreender-nos, deixar que ele organize a nossa vida, dê os critérios da nossa maneira de pensar e de querer. Não nos arrependeremos! O cristão tem somente duas opções: ou ser um homem espiritual ou ser um homem carnal, ou ser uma pessoa penetrada pela ação do Espírito Santo que tudo unifica ou ser uma pessoa dispersa pela carne e pelos diversos apetites desse mundo, ou ser filho de Deus na casa do Pai alimentando-se com os manjares da mesa da Palavra e do Corpo e Sangue do Senhor ou ser filho pródigo e contentar-se com o alimento dos porcos. Nós escolhemos! Mas é Deus quem nos salva!

Pe. Françoá Costa

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