quinta-feira, 28 de abril de 2016

6º Domingo do Tempo Pascal, VI domingo da páscoa, subsídios homiléticos, homilias

6º Domingo do Tempo Pascal C 2016 (Adaptado pelo diácono Ismael)

SINOPSE:
TEMA: “Faremos nele a nossa morada!”; não estamos sozinhos.
No Evangelho, Jesus reafirma a sua presença e a sua assistência através do “paráclito” – o Espírito Santo.
primeira leitura apresenta a Igreja a confrontar-se com os desafios dos novos tempos. Animados pelo Espírito, aprendem  a  discernir  a proposta central do Evangelho.
Na segunda leitura, apresenta-se a meta final da caminhada da Igreja: a “Jerusalém”, cidade nova da comunhão com Deus, da vida plena, da felicidade total.

EVANGELHO (Jo 14,23-29)
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada... E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. .. vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. ...”

AMBIENTE Com o mandamento do amor Jesus convidou a percorrer esse mesmo “caminho” do serviço e do amor total; é nesse caminho que o homem Novo se realiza para a vida definitiva e encontra o Pai.

MENSAGEM Para seguir esse “caminho” é preciso amar Jesus e guardar a sua Palavra. Quem ama O escuta e identifica-se com Ele e está em comunhão com o Pai. O Pai e Jesus, que são um, estabelecerão a sua morada no discípulo. Para continuar esse “caminho”, o Pai enviará o “paráclito”, como “auxiliador”, “consolador”, “intercessor”. A função do “paráclito” é “ensinar” e “recordar” tudo o que Jesus propôs. cada homem torna-se a morada de Deus. A “paz” (“shalom”). São palavras destinadas a tranquilizar os discípulos. A sua morte não é uma tragédia, mas a manifestação suprema do amor de Deus pela humanidade.

ATUALIZAÇÃO O “caminho” de Jesus é uma vida em favor dos irmãos. Os discípulos são convidados a percorrer esse mesmo “caminho”. Dessa entrega nasce o Homem Novo.
A comunhão com o Pai e com Jesus não resulta de momentos de certas fórmulas; mas percorrendo o caminho do amor aos irmãos. Quem quiser encontrar-se com Jesus e com o Pai, tem de sair do egoísmo e fazer da sua vida um dom à humanidade.
 Deus nos deixa ser os construtores da nossa própria história, mas não nos abandona. De forma discreta, respeitando a nossa liberdade, Ele encontrou formas de continuar conosco, de nos animar, de nos ajudar a responder aos desafios, de nos recordar que só nos realizaremos plenamente na fidelidade ao “caminho” de Jesus.

PRIMEIRA LEITURA (At 15,1-2.22-29)
Alguns ensinavam  aos irmãos de Antioquia: “Vós não podereis salvar-vos, se não fordes circuncidados”. Isto provocou muita confusão. Então os apóstolos e os anciãos Escolheram Judas, chamado Bársabas, e Silas e Através deles enviaram a carta: “Nós Ficamos sabendo que alguns dos nossos causaram perturbações com palavras que transtornaram vosso espírito. Eles não foram enviados por nós. Por isso, estamos enviando Judas e Silas, que pessoalmente vos transmitirão a mesma mensagem. Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além dessas coisas indispensáveis: abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos, do sangue, das carnes de animais sufocados e das uniões ilegítimas. Vós fareis bem se evitardes essas coisas. Saudações!”

 AMBIENTE A entrada de gentios na comunidade cristã vai trazer uma questão: deve impor-se a prática da Lei de Moisés? Jesus Cristo é o único Senhor e salvador, ou são precisas outras coisas além d’Ele para chegar a salvação? A comunidade cristã de Antioquia não tem a certeza. Paulo e Barnabé acham que Cristo basta; mas os “judaizantes” – cristãos de origem judaica -  defendem que os ritos prescritos pela “Torah” também são necessários para a salvação. Decide-se, então, enviar uma delegação a Jerusalém, a fim de consultar os Apóstolos acerca da questão. Estamos por volta do ano 49.

 MENSAGEM Paulo, Barnabé e alguns outros (também Tito, de acordo com Gal 2,1) são enviados a Jerusalém para consultar os Apóstolos. Organiza a reunião, conhecida como “concílio apostólico” ou “concílio de Jerusalém”. Nela discutem o que é essencial e o que podia ser dispensado. Pedro reconhece a igualdade entre judeus e pagãos diante da salvação, e que a Lei judaica não deve ser imposta aos pagãos e que é “pela graça do Senhor Jesus” que se chega à salvação (At 15,7-12); mas Tiago (da ala “judaizante), sem se opor à perspectiva de Pedro, procura salvar o possível das tradições judaicas e propõe que sejam mantidas algumas tradições dos judeus (At 15,13-21). Na realidade, percebe-se a decisão final: não se pode impor aos gentios a lei judaica; só Cristo basta. É a decisão mais importante da Igreja nascente: o cristianismo cortou o cordão umbilical com o judaísmo e pode, agora, ser uma proposta universal de salvação, aberta a todos os povos: a práxis judaica não pode ser imposta, pois não é essencial para a salvação… No entanto, pede-se a abstenção de alguns costumes particularmente repugnantes para os judeus. É de destacar, ainda, a referência ao Espírito: a decisão é tomada por homens, mas assistidos pelo Espírito. Manifesta-se, assim, a consciência da presença do Espírito, que conduz e que assiste a Igreja na sua caminhada pela história.

 ATUALIZAÇÃO A questão de cumprir ou não os ritos da Lei de Moisés, faz-nos pensar, por exemplo, em rituais ultrapassados, em práticas de piedade vazias e estéreis, em fórmulas obsoletas, que exprimiram num certo contexto, mas já não exprimem o essencial da proposta cristã. Faz-nos pensar na imposição de esquemas culturais – ocidentais, por exemplo – que muitas vezes não têm nada a ver com a forma de expressão de certas culturas… O essencial do cristianismo não pode ser vivido sem o concretizar em formas determinadas, humanas e, por isso, condicionadas e finitas. Mas é necessário distinguir o essencial do acessório; o essencial deve ser preservado e o acessório deve ser constantemente atualizado.
É necessário ter presente que o essencial é Cristo e a sua proposta de salvação. Essa é a proposta revolucionária que temos para apresentar ao mundo. O resto são questões cuja importância não nos deve distrair do essencial.
Devemos também ter consciência da presença do Espírito na caminhada da Igreja, saber ler os sinais dos tempos nas questões que o mundo nos apresenta…

  7. SALMO RESPONSORIAL / SI 66 (67)
Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!
• Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, / e sua face resplandeça sobre nós! / Que na terra se conheça o seu caminho / e a sua salvação por entre os povos.
• Exulte de alegria a terra inteira, / pois julgais o universo com justiça; / os povos governais com retidão / e guiais, em toda a terra, as nações.
• Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem! / Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, / e o respeitem os confins de toda a terra!

SEGUNDA LEITURA (Ap 21,10-14.22-23) Leitura do livro do Apocalipse de São João.
Um anjo me levou em espírito a uma montanha grande e alta. Mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando com a glória de Deus. Seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho de jaspe cristalino. Estava cercada por uma muralha maciça e alta, com doze portas. Sobre as portas estavam doze anjos, e nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. Havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente. A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Não vi templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa de sol, nem de lua que a iluminem, pois a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o Cordeiro. 

AMBIENTE Continuamos a ler a parte final do livro do “Apocalipse”. Nela, João apresenta-nos o resultado da intervenção de Deus no mundo: depois da vitória de Deus sobre as forças que oprimem o homem e o privam da vida plena, nascerá a comunidade nova e santa, a criação definitiva de Deus, o novo céu e a nova terra.

 MENSAGEM Já vimos na semana passada que falar de Jerusalém é falar do lugar onde irá irromper a salvação definitiva, o lugar do encontro definitivo entre Deus e o seu Povo. O número “doze” indica a totalidade do Povo de Deus (doze tribos + doze Apóstolos): ela está fundada sobre os doze Apóstolos – testemunhas do “cordeiro” – mas integra a totalidade do Povo de Deus do Antigo e do Novo Testamento, conduzido à vida plena pela ação salvadora e libertadora de Cristo. As portas, viradas para os quatro pontos cardeais, indicam que todos podem entrar para o lugar de felicidade plena. A cidade não tem Templo: nesse lugar de vida plena, o homem não terá necessidade de mediações, pois viverá sempre na presença de Deus e encontrará Deus face a face. Diz-se ainda que toda a cidade estará banhada de luz: a luz indica a presença divina (cf. Is 2,5; 24,23; 60,19): Deus e o “cordeiro” serão a luz que ilumina esta comunidade de vida plena. Após a intervenção definitiva de Deus na história nascerá, então, essa nova “cidade” construída sobre o testemunho dos apóstolos; cidade de portas abertas, ela acolherá todos os homens que aderirem ao “cordeiro”; nela, eles encontrarão Deus e viverão na sua presença, recebendo a vida em plenitude.

 ATUALIZAÇÃO  João garante-nos que as limitações pela nossa finitude, as perseguições, os sofrimentos que resultam dos nossos limites, não são o fim; espera-nos a vida plena, face a face com Deus. Esta certeza tem que alimentar a esperança em nossa caminhada.
A Igreja em marcha não é, ainda, essa comunidade messiânica da vida plena; mas procura ser um anúncio e uma prefiguração dessa comunidade escatológica da salvação, e que acende no mundo a luz de Deus. A humanidade necessita desse testemunho.
Ainda que esta realidade de vida plena, de felicidade total, só aconteça na “nova Jerusalém”, ela tem de começar a ser construída desde já nesta terra; mundo de justiça, de amor e de paz, que seja cada vez mais um reflexo do mundo futuro que nos espera.

Fonte: P. Joaquim Garrido - P. Manuel Barbosa - P. Ornelas Carvalho  

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A Morada de Deus

Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na terra.
O anúncio dessa separação provoca tristeza aos apóstolos.    Cristo lhes garante que não os deixará sós, pelo contrário, CONTINUARÁ PRESENTE, embora de outra forma.

Na 1a leitura, vemos a sua presença através do Espírito Santo, que conduz a Igreja no primeiro grande conflito. (At 15,1-2.22-29)

Com a entrada dos pagãos ao cristianismo, surge uma questão polêmica: Deve-se impor também a eles a lei de Moisés? A Salvação vem pela "circuncisão" e pela observância da Lei judaica ou única e exclusivamente por Cristo?

Diante disso, os apóstolos reagem com discernimento. Reúnem-se em assembléia em Jerusalém e, dóceis à
vontade do Espírito, mandam uma carta apresentando a solução do problema:

"Decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além do indispensável..."


* Essa decisão, conhecida como o Concílio de Jerusalém, teve uma importância decisiva para a História do cristianismo.
   É o caminho da Igreja de Cristo ainda hoje   para enfrentar os desafios do mundo:

   - Distinguir o essencial do acessório, preservando o essencial e atualizando constantemente  o acessório.
   - Ter consciência da presença do Espírito Santo na Igreja de Cristo.
   - E como os apóstolos, escutá-lo, na Oração e na Discussão.

A 2ª Leitura faz uma linda descrição da Morada de Deus, a nova Jerusalém, onde viveremos a vida definitiva no seio da Trindade. (Ap 21,10-14.22-24)

O Evangelho apresenta o final do discurso da despedida...
Cristo confirma sua presença na sua Igreja, enviando o Espírito Santo:
"Ele vos ENSINARÁ e RECORDARÁ tudo o que vos tenho dito." (Jo 14,23-29)

+ Estará presente no íntimo dos discípulos  ("Morada"):
   O mesmo Espírito que conduziu Jesus, agora conduz os seus discípulos.
   É uma nova presença de Jesus.
   A presença corporal de Jesus é substituída pela presença espiritual, interior,    prometida a todos aqueles que o amam:  "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai o amará,  e nós viremos e faremos nele a nossa MORADA..."


* MORADA DE DEUS:

   Que alegria saber que a Santíssima Trindade habita em nossa pobreza.
   E que o que ele nos pede, é algo que podemos dar, o nosso amor...

- Entre os pagãos: Deus era um ser longínquo, vingativo...

- Em Israel: O Povo adorava um Deus mais próximo:
   "Emanuel": Deus conosco, a Arca da Aliança, a Tenda...
    "Porei minha casa bem no meio de vós,
     e o meu coração nunca mais vos deixará”. (Lev 26,11)
  No tempo de Jesus: Morada de Deus era o Templo de Jerusalém...

- Para CRISTO, Morada de Deus pode ser o coração de todo cristão:
  "O Pai e Eu faremos nele MORADA..."
  Com a Samaritana: fala dos adoradores em "Espírito e Verdade".

  Os verdadeiros adoradores do Pai não precisam de uma Igreja de luxo...
  Deus poderá ser adorado na igreja do coração de todo cristão.

- Estará presente até os confins da terra:

  Essa presença do Espírito não pode ficar fechada e escondida no coração dos discípulos.
  Pelo contrário, deverá ser revelada até os "confins da terra"  pelo testemunho dos Apóstolos e de quantos amam Jesus de verdade.

  A Missão de Jesus: ser testemunha até Jerusalém...
  A Missão dos Apóstolos: serem testemunhas até os "confins da terra".

* A Morada de Deus na pessoa, que escuta a Palavra de Jesus, cria uma nova relação entre Deus e a pessoa humana.
No culto da nova aliança, mais que em templos materiais e em altares de pedra, Deus habita de forma íntima e profunda na comunidade de fé e em cada um de seus membros.
Mora em quem ama a Cristo mediante a escuta e a prática de sua Palavra.
A pessoa humana é o templo da presença de Deus.

- Cada cristão, que assume o projeto de Deus, é a MORADA onde Deus se encontra e se manifesta ao mundo.


  NOSSA ATITUDE: Respeito a este hóspede:
  - em nossa pessoa   
  - na pessoa dos irmãos...

Mãe Maria, que se tornou Morada do Filho de Deus,  também têm morada em nossos corações.

                          Pe. Antônio

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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, estamos em plena caminhada, já para celebrarmos Pentecostes e depois, a Trindade; O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Claro, que não vamos tratar de Pentecostes e da Trindade hoje, mas podemos ver no Evangelho de hoje, Jesus se referindo ao Pai e ao defensor: se quiser falar em grego; Paráclito, o Espírito Santo Paráclito, aquele que nos defende. A partir daí, que somos chamados a Celebrar este final de semana e a semana toda.
O salmo nos oferece a grande oportunidade de uma reflexão: “Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem!”  Este é o desejo de todos os cristãos, pois Jesus veio para nos ajudar a compreender quem é o Pai e uma vez compreendido quem é o Pai, possamos louvá-lo por tudo de bom, que Ele nos oferece. Então, o desejo de todo cristão é que todo ser humano possa conhecer a Deus. Necessariamente, não é preciso que todos aceitem ser cristãos, mas que todos consigam perceber, que a obra da criação, o universo, é um gesto, uma demonstração, do amor de Deus para conosco, porque tudo que está no universo foi entregue ao ser humano. Se pudermos olhar com atenção, vamos ver que tudo, que está no universo, é muito perfeito. Aquilo que não é perfeito, foi, exatamente, modificado pelo ser humano. Na medida em que conhecermos a perfeição do universo, cada um poderá se perguntar: quem fez isto? Aí, então, se dar conta da existência e presença de Deus, porque Deus não para a obra da criação. Cada dia Ele cria e recria. A partir daí, cada um de nós é convidado a exultar de alegria, porque Ele julga o universo com justiça, governa com retidão. Como diz o salmo: “Que na terra se conheça o seu caminho / e a sua salvação por entre os povos”.  Este é o grande desejo. Há muitas formas de se fazer isto: também os mulçumanos reconhecem o mesmo Deus. Também os judeus reconhecem o mesmo Deus. Nós, os cristãos, temos uma maneira muito especial para reconhecer o Deus vivo e verdadeiro: Acolhendo a Palavra de Jesus. “Quem me ama, guarda a minha Palavra”. Ora, então, não é suficiente ouvir a palavra de Jesus. É preciso guardar a Palavra. É possível, que alguém compreenda “guardar a palavra” deixar de falar para os outros, deixa-la bem escondida. Não é esta a idéia. Guardar a Palavra é observar a Palavra de Deus. É fazer que as pessoas possam ter a Palavra de Deus como referência. Aí, então, vem esta palavra do Evangelho, que de fato, é para nós muita alegria: diz assim: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará e nós viremos e faremos nele a nossa morada”.
Eu creio mesmo, que sou a morada de Deus? Algumas expressões mostram, que podemos até crer, mas não estamos habituados a contar com. Quando, por exemplo, alguém diz: “afinal de contas, não sou nenhum santo”.  É uma forma de esquecer que somos morada de Deus. Porque onde Deus faz a sua morada, aí está a santidade. Ou então, alguém diz: “Eu sou cristão, mas ao meu modo”. Então, a morada de Deus, eu aceito, desde que seja do meu modo. Não. Se a morada é de Deus, Ele é que vai ver de que modo eu serei a sua morada. Nem sempre estamos desarmados para que Deu opere em nós as reformas necessárias, para que sejamos uma morada adequada, uma morada para Deus. Talvez aqui um desafio: o que eu tenho que mexer para que esta morada fique um pouca mais adequada, um pouco mais confortável? Aqui ou ali estamos, sempre, reformando alguma coisa para manter a nossa casa em ordem, mesmo a igreja. Está certo. Talvez, onde estão as goteiras e tudo mais. Nós, que somos a morada, também isto é bom.
Alguém vai dizer: “basta praticar os ritos e cumprir a minha obrigação”. Ainda hoje, tem muita gente que diz: “vim cumprir a minha obrigação, vim a missa”. Eu entendo. As pessoas dizem: eu procuro homenagear Jesus, me encontrar com Ele para estar em paz a semana toda. Maravilha, mas na realidade, não se trata de cumprir obrigações, mas de seguir a Palavra de Jesus. A primeira palavra a ser seguida é a liberdade. Eu seguir Jesus, não por obrigação, mas por escolha, por opção, porque, de fato, eu ouvindo a Palavra, eu me convenço, que ela é uma Palavra boa e se eu gosto de tudo que é bom, eu abraço esta Palavra como algo importante para minha vida.
Mas, nem sempre estamos dispostos a nos encontrar com a Palavra de Deus. Às vezes não dá tempo, às vezes não tenho costume, às vezes acabo alegando que não compreendo. Não é falha de Jesus, não. Olha o que Ele diz: “O Espírito Santo, que o Pai vos enviará, lhes explicará tudo”.  Às vezes, o que falta é agente criar o hábito. Uma dica que eu dou: se eu não tenho tempo de ler a Palavra, eu posso procurar aqueles CDs para por no rádio do carro e ouvindo a Palavra no trânsito, enquanto estou dirigindo ou quando estou lavando roupa, ouvindo a Palavra. O tempo agente encontra, basta nos organizarmos um pouco, pois, afinal de contas, é a Palavra de Deus que está sendo anunciada.
Tem um segundo aspecto: nós nos encontramos num templo. Mas, o Evangelho, o Apocalipse, o Ato dos apóstolos, vai nos ajudar a compreender, que este templo é passageiro. O que significa? O livro do Apocalipse diz muito bem: “naquela cidade não havia templo”. Por que? Porque Deus era o Templo e o Cordeiro a Luz. Ora, onde Deus será o Templo e o Cordeiro a luz? No seu povo, quando Ele puder habitar todos nós. Aí, vamos lembrar de uma palavrinha de São João: ao encontrar a samaritana, ela pergunta: Senhor, quando o Messias vier, onde deverá ser louvado; aqui ou em Jerusalém? Jesus diz: nem aqui, nem em Jerusalém, mas em espírito e verdade. O que significa? O dia em que todos formos morada de Deus, aí o Reino chegou. Aí não precisa mais o Templo. Nós seremos o Templo. Até então, precisamos deste templo, que acaba sendo um sinal daquilo que nós esperamos para a vinda do Reino. Que bom. Se temos um sinal, é porque o sinal é importante. Então, por que não ser um sinal do templo de Deus para o irmão? Ah, mais ele teria que ter alguma prática. O Atos dos apóstolos diz: olha, a única coisa que pedimos é que aceite Jesus como salvador. Na realidade é isto. Eles achavam, que para agradar a Deus, precisavam derramar o sangue, de qualquer parte do corpo. Paulo vai dizer: não, Jesus já derramou o sangue todo, para que não precisássemos mais fazer isto. A partir daí, que compreendemos que Deus nos ama por primeiro, que oferece a sua graça. Ele só espera que possamos guardar a sua Palavra, para Ele poder habitar em nós e, de fato, a humanidade ser um novo céu e uma nova terra, A humanidade ser o novo templo de Deus. A humanidade e Deus se tornar uma única realidade, a exemplo do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que é uma única realidade.
Que Deus nos ajude a dar testemunho da Palavra do Senhor e que assim, possamos promover a Paz.  – Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André – SP.

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Homilia de D. Henrique Soares da Costa
No Domingo passado, dizíamos que a Igreja é fruto da Páscoa do Senhor, que ela nasceu do lado do Cristo morto e ressuscitado, que ela vive e continua a nascer da água do Batismo e do sangue da Eucaristia, que o Senhor, na sua fidelidade, haverá de levá-la à plenitude, que até lá, a Igreja deve ser sinal vivo do Reino de Deus entre as provações da história e deve viver no amor – herança que o Senhor nos deixou…
No Domingo presente, a Palavra de Deus continua a nos falar da Igreja, dessa Comunidade do Ressuscitado, Comunidade que peregrina já há dois mil anos na história humana, como um povo tão pobre, tão débil, humanamente falando, mas também tão rico e tão forte pela presença do Ressuscitado entre nós.
É ainda o Apocalipse que nos apresenta, de modo belíssimo, a glória da Jerusalém celeste, Esposa do Cordeiro, nossa Mãe católica: “Mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando com a glória de Deus” – Esta Jerusalém gloriosa é a Igreja! Ela não nasce do povo, não nasce de um projeto humano; ela nasce do coração do Pai, que, através do Filho Jesus, doador do Espírito, chamou-nos, reuniu-nos, salvou-nos e fez de nós um novo povo, uma nova cidade, uma nova aliança, início de uma nova humanidade. A Igreja é a verdadeira Jerusalém, a verdadeira Cidade de Deus, que desce do céu e que é santificada pelo sangue do Cordeiro e, um dia, será totalmente transfigurada na glória de Deus. Não na sua própria glória, mas na de Deus, aquela glória que já brilha na face do Cristo ressuscitado!
Ela é a herança e a realização plena do antigo povo de Israel, ela é a plenitude do povo de Israel, é o Israel da nova aliança. Por isso, “nas suas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel”. Mas, a Igreja é mais que Israel: ela é aberta a todos os povos, suas portas são abertas para todos os lados: “havia três portas do lado do oriente, três portas do lado norte, três portas do lado sul e três portas do lado do ocidente”. A nova Jerusalém é católica, é aberta a todos, aberta em todas as direções, pois nela todos os povos, todas as culturas terão abrigo. A Igreja não é simplesmente uma continuação do antigo Israel e a nova aliança não é simplesmente uma continuação da antiga! Não somos judeus! Em Cristo, tudo foi renovado: “Eis que eu faço novas todas as coisas!” (Ap 21,5). Se a Igreja tem nas suas portas os nomes das doze tribos de Israel, tem, por outro lado, como alicerce, o doze apóstolos do Cordeiro: “A muralha da cidade tinha doze alicerces, e sobre eles estavam escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”. Isso aparece muito claramente na primeira leitura da Missa de hoje: os apóstolos, assistidos pelo Espírito Santo, decidiram que os cristãos vindos do paganismo não necessitavam tornarem-se judeus, não precisavam cumprir a Lei de Moisés! Os cristãos não são uma seita judaica! É interessante como os apóstolos, ao tomarem uma decisão tão importante, tinham consciência de que eram assistidos pelo Espírito do Cristo ressuscitado: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…” – foi o que eles disseram… o que a Igreja ainda hoje diz, quando os bispos, sucessores dos apóstolos, decidem algo sobre a fé, em comunhão com o Sucessor de Pedro. A Igreja sabe e experimente que o seu Esposo ressuscitado não a abandona; não a abandonará jamais! Recordemos a promessa de Jesus no Evangelho de hoje: “O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará o que eu vos tenho dito”. Este Espírito Santo santifica continuamente a Igreja, guia-a, sustenta-a, vivifica-a, orienta-a! Ele é a própria vida do Ressuscitado em nós, seja pessoalmente, seja como comunidade de fé. Por isso Jesus olha para nós e pode dizer com toda verdade e segurança e com toda eficácia: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou! Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes o que eu vos disse: ‘Vou e voltarei a vós!’” – É verdade: o Ressuscitado permanece conosco na potência do seu Espírito! Não precisamos ter medo, não precisamos nos sentir sozinhos, confusos, abandonados: na potência do Espírito, o Cristo estará sempre conosco!
É por isso que o Autor sagrado afirma ainda: “Não vi nenhum templo na cidade, pois o seu Templo é o próprio Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa de sol, nem de luz que a iluminem, pois a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o Cordeiro”. Que imagens, irmãos e irmãs! A Igreja, nova Jerusalém está toda imersa em Deus e no seu Cristo. Ela mesma é templo de Deus no Espírito Santo! Ela vive na luz do Cristo, apesar de caminhar nas trevas deste mundo! Para o mundo, que somente pode enxergar a Igreja na sua realidade exterior, ela é apenas mais uma instituição, entre tantas do mundo. Mas, para nós, que cremos, para nós somos Igreja viva, para nós que dela nascemos e nela vivemos, para nós que nos nutrimos de seus sacramentos, ela é muito mais, ela é este admirável mistério de fé! É isto que queremos dizer quando dizemos: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica”. Renovemos nossa fé na Igreja e mergulhemos cada vez mais no seu mistério, pois é aí, é aqui, que podemos viver na nossa vida o mistério e a salvação do Cristo, nosso Deus.
Gostaria de terminar com as palavras de Carlo Carreto:
“Como és contestável para mim, Igreja! E, no entanto, como te amo!
Como me fizeste sofrer! E, no entanto, quanto te devo!
Gostaria de te ver destruída. E, no entanto, tenho necessidade de tua presença.
Deste-me tantos escândalos! E, no entanto, me fizeste compreender a santidade.
Nunca vi nada de mais obscurantista, mais comprometido e mais falso no mundo. Mas também nunca toquei em nada tão puro, tão generoso e tão belo!
Quantas vezes tive vontade de bater em tua cara a porta de minha alma! E quantas vezes orei para um dia morrer em teus braços seguros!
Não, não posso me libertar de ti, porque eu sou tu, mesmo não sendo completamente tu!
Além disso, aonde iria eu? Construiria outra?
Mas não poderia construí-la, senão com os mesmos defeitos, porque são os meus defeitos que levo para dentro dela.
E, se a construísse, seria a minha igreja e não a Igreja de Cristo!
E já estou bastante velho para compreender que não sou melhor que os outros.”
 D. Henrique Soares da Costa
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos ou Ministros extraordinários da Palavra):



LOUVOR     -    (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)  JO 14, 23-29  
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: PAI, CAMINHAMOS COM JESUS RUMO AO VOSSO REINO.
à Nosso Pai, nós VOS  damos graças pelo  Espírito Santo, que nos orienta, nos guia e nos sustenta na fidelidade à vossa vontade na construção de vosso Reino. Pai, continue a nos iluminar com a vossa luz.
T: PAI, CAMINHAMOS COM JESUS RUMO AO VOSSO REINO.
à Deus Pai, que através do Espírito Santo, estais presente em todas as nossas reuniões e assembléias. Continue a iluminar os nossos caminhos, para que não nos desviemos dos passos de Jesus, vosso Filho. Queremos com Ele chegar à Jerusalém celeste, a nova terra que criais para nossa felicidade plena e eterna.
T: PAI, CAMINHAMOS COM JESUS RUMO AO VOSSO REINO.
à Pai de Jesus Cristo e nosso Pai, nós agradecemos a vossa presença junto ao vosso povo. Nós vos pedimos, Pai, mantém-nos fiéis a vossa Palavra, dai-nos a tua paz, aquela paz que o mundo necessita. Somos o vosso povo e sois o nosso Deus.
T: PAI, CAMINHAMOS COM JESUS RUMO AO VOSSO REINO.
à Pai nosso...   A Paz...   Eis o Cordeiro de Deus...






sexta-feira, 22 de abril de 2016

5º Domingo do Tempo Pascal, subsídios homiléticos, homilias

5º Domingo do Tempo Pascal C 2016 (Adaptado pelo Diácono Ismael)

SINOPSE:

TEMA: Amor ao próximo; “Nisto conhecerão que sois meus discípulos!”
No Evangelho, Jesus despede-Se dos seus discípulos e deixa-lhes o “mandamento novo”.
Na  primeira  leitura  apresenta-se  a vida  dessas  comunidades  cristãs  chamadas  a viver no amor.
segunda leitura apresenta-nos a meta final para onde caminhamos: o novo céu e a nova terra.

EVANGELHO (João 13, 31-33a.34-35)
Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. 

AMBIENTE Jesus Se despede dos discípulos e lhes deixa as últimas recomendações. Jesus acabou de lavar os pés aos discípulos: aproxima-se o fim e recorda  aquilo  que é fundamental  na proposta cristã.

 MENSAGEM Jesus interpreta a saída de Judas; a sua morte na cruz será a manifestação da sua glória e da glória do Pai. O “esplendor” manifesta-se no amor ao extremo. A cruz vai manifestar a lógica de Deus: amor que se faz dom até às últimas consequências. Na segunda parte temos o “mandamento novo”. Começa com a expressão “meus filhos” – “testamento” de um pai que, à beira da morte, transmite aos seus filhos aquilo que é fundamental. “Amai-vos uns aos outros. Como Eu vos amei, vós deveis também amar-vos uns aos outros”.
O ponto de referência no amor é o próprio Jesus (“como Eu vos amei”); as duas cenas precedentes (lavagem dos pés aos discípulos e despedida de Judas) definem a qualidade desse amor que Jesus pede aos seus: “amar” consiste em acolher, em pôr-se ao serviço dos outros, em dar-lhes dignidade e liberdade pelo amor (lavagem dos pés), e isso sem discriminação alguma, respeitando a liberdade do outro (episódio de Judas). Jesus é a norma; traduz em palavras os seus atos precedentes, para que os discípulos tenham uma referência.
O amor (igual ao de Jesus) que os discípulos manifestam entre si será visível para todos os homens. Esse será o distintivo da comunidade de Jesus. Os discípulos de Jesus são aqueles que, pelo amor que partilham, vão ser um sinal vivo do Deus que ama. Pelo amor, eles serão no mundo sinal do Pai.

ATUALIZAÇÃO ♦  A proposta  cristã  resume-se  no  amor.  É o amor  que  nos  distingue,  que  nos identifica; quem não aceita o amor, não pode ter qualquer pretensão de integrar a comunidade de Jesus. 
♦  Os gregos separam o amor; eros, fileo e ágape. O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço,  que  respeita  a dignidade  e a liberdade do outro, que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida. 

PRIMEIRA LEITURA (Atos 14, 21b-27)
Paulo e Barnabé voltaram para as cidades de Listra, Icônio e Antioquia. Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado... Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhes tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos.

AMBIENTE Paulo e de Barnabé visitaram as comunidades fundadas entre os anos 46 e 49. 

MENSAGEM  No texto: o entusiasmo dos primeiros missionários e os perigos para levar a todos a boa notícia; as palavras de consolação que fortalecem a fé e ajudam a enfrentar as perseguições; o apoio mútuo; a oração.
Este texto acentua a ideia de que a missão não foi uma obra humana, mas de Deus. O envio de Paulo e Barnabé   era   uma ação do Espírito que acompanhou e guiou os missionários a cada passo da sua viagem. E o autêntico ator da conversão dos pagãos é Deus e não os homens. A novidade é a Instituição de dirigentes,  ou responsáveis (“anciãos” – em grego, “presbíteros”), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém; não eram valores absolutos em si mesmo, mas só existiam e só tinham sentido em função da comunidade.

 ATUALIZAÇÃO  ♦  Temos consciência de que por detrás do nosso testemunho está Deus? Temos consciência de que o anúncio do Evangelho não é uma obra nossa,  mas é obra de Deus? Temos consciência de que não nos pregamos a nós próprios, mas a Cristo libertador?
♦ A missão não é um privilégio, mas um serviço.  A comunidade  não existe para servir quem preside;  quem  preside  é  que  existe  em  função  da comunidade e do serviço comunitário.
- O Anúncio da Palavra até os confins da terra: - Os Conflitos são superados:- A Organização das Comunidades: ("Presbíteros"),


SEGUNDA LEITURA (Apocalipse 21, 1-5a)
 Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido. Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes”. Aquele que está sentado no trono disse: “Eis que faço novas todas as coisas”.
AMBIENTE “Apocalipse” apresenta o ponto de chegada da história humana: a “nova terra.

 MENSAGEM - “Jerusalém que desce do céu”,  o lugar onde Deus reside e onde se manifestará a salvação de Deus. Dizer que ela “desce do céu” significa dizer que vem de Deus e tem origem divina. Esta nova realidade instaura, uma nova ordem de coisas e exige que tudo o que é velho seja transformado. O mar, símbolo do caos desaparecerá;  a  velha  terra vai ser transformada e recriada. A partir daí, tudo será novo, perfeito.
Deus passará a residir de forma permanente no meio do seu Povo, como o noivo que se junta à sua amada e com ela partilha a vida e o amor. Serão banidos a dor, as lágrimas, o sofrimento e a morte e restarão a alegria, a harmonia e a felicidade sem fim.

 ATUALIZAÇÃO  ♦   João  garante-nos  que  estamos  destinados   à vida plena, ao encontro com Deus, à felicidade sem fim. Esta esperança dá-nos a coragem de enfrentar os dramas que dia a dia se nos apresentam.
 ♦  A Igreja tem de ser um anúncio dessa comunidade escatológica, uma “noiva” bela e que caminha com amor ao encontro de Deus, o amado. Isto significa que o egoísmo, as divisões, os conflitos, as lutas pelo poder, têm de ser banidos da nossa experiência eclesial: eles são chagas que enfeiam o rosto da Igreja e a impedem de dar testemunho do mundo novo que nos espera.
 ♦  É verdade essa nova realidade  pode e deve começar  desde já: a ressurreição  de Cristo convoca-nos  para a renovação  das nossas vidas.


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A Despedida

Na Liturgia desses domingos de Páscoa, podemos perceber a preocupação de Cristo em formar a sua Igreja, que
Continuará a obra de salvação iniciada por ele:
- As aparições no Cenáculo e na pesca milagrosa...
- A imagem do Rebanho, do qual Cristo é o Bom Pastor...

Hoje nos fala do espírito que deve animar a nova Comunidade: O AMOR MÚTUO.

A 1a Leitura mostra o final da 1a viagem missionária de Paulo e Barnabé, na qual fundaram e organizaram novas comunidades cristãs. (At 14,21b-27)

Nela podemos notar três elementos:

- O Anúncio da Palavra até os confins da terra:
  Anunciar o seu amor e o seu desejo de salvação para toda a humanidade.
- Os Conflitos são superados:
  Os sofrimentos são indispensáveis para entrar no Reino, mas confirmam a autenticidade da mensagem e   possibilitam sentir a presença de Deus na caminhada da comunidade.
- A Organização das Comunidades:
  Paulo cria uma Instituição de Dirigentes ("Presbíteros"), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém.   É um ministério para administrar, vigiar e defender a comunidade.
  A Comunidade não existe para servir quem preside; quem preside é que existe em função da comunidade e do serviço comunitário...

A 2ª Leitura mostra o rosto final dessa Comunidade de chamados a viver no amor. (Ap 21.1-5a)

O autor sonha com um novo céu e uma nova terra. Deus veio morar conosco.
Cabe à Comunidade cristã transformar a Babilônia em que vivemos em nova Jerusalém. A Comunidade cristã deve ser um anúncio dessa comunidade escatológica, dessa "noiva" bela, que caminha com amor ao encontro do Amado (Deus).

No Evangelho, Jesus, ao se despedir dos discípulos, deixa em testamento à comunidade o "MANDAMENTO NOVO: "Amai-vos uns aos outros, COMO eu vos amei". (Jo 13,31-33a.34-35)
Essas palavras soam como um testamento final de uma vida feita amor e partilha.
O Mandamento do amor deve ser o Estatuto da Comunidade cristã.

+ O AMOR MÚTUO:

   - É SINAL da presença de Jesus na comunidade cristã.
     Jesus continua sua presença e sua ação no amor mútuo dos discípulos.

   - É o DISTINTIVO do verdadeiro cristão:
     "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos,  se tiverdes amor uns para com os outros".

  - É um MANDAMENTO NOVO:
     MANDAMENTO: não é apenas um conselho... convite...
     NOVO: Onde está a novidade? "Amar o próximo como a si mesmo"  já existia no Antigo Testamento (Lev 19,18).
     - A novidade está na medida desse amor: "Como EU vos tenho amado..."

O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro,
que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida.
- É este o amor que vivemos e que partilhamos?

Neste ponto, a comunidade cristã se apresenta hoje como um alternativa à visão de sociedade, que continua
baseada na competição, no poder do dinheiro, mesmo à custa das lágrimas dos pobres, das angústias e do sangue dos humildes.
Ela deve testemunhar com gestos concretos o amor de Deus; deve demonstrar que a utopia é possível
e que os homens podem ser irmãos.

+ O Distintivo da Nova Comunidade:
Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina, ou de uma ideologia, ou os observadores de leis,
ou os fiéis cumpridores de ritos: Mas são aqueles que, pelo amor mútuo, vão ser um sinal vivo do Deus que ama.

A proposta cristã resume-se no amor. O amor é o distintivo, que nos identifica; quem não vive o amor, não
integra a comunidade de Jesus. 
O amor mútuo é a síntese de toda a Lei da Nova Aliança, é o estatuto que fundamenta a Comunidade cristã.

- A nossa religião é a religião do amor, ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos?

- Em nossos gestos, as pessoas descobrem  a presença do Amor de Deus no Mundo?

                              P. Antônio

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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, ainda no quinto domingo da Páscoa, estamos celebrando a ressurreição do Senhor. Hoje, Jesus faz um convite muito especial para nós. Eu quero saber que convite é este. Quem de vocês vai me dizer? Qual o convite que ele faz no evangelho? – a ressurreição? Bom, na ressurreição ele não só nos convidou, como assegurou, para nós, a ressurreição. – o novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. – este é o convite de Jesus.  “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Isto parece tranquilo, mas Ele coloca uma condição: “como eu vos amei”. Como é que Jesus nos amou? Deu a vida por nós. Não é qualquer tipo de amor. O que é que Ele ganhou com isto? Nada. Então, se nós procurarmos amarmos uns aos outros como Ele nos amou e não ganharmos nada em troca, nenhuma novidade. As pessoas dizem: o que você ganhou em ajudar fulano? Ué,  mas era para ganhar? Ganha, tem a intenção de ganhar quem não é cristão. Quem é cristão não espera nada em troca. Se vier algo em troca, maravilha. É lucro. Se não vier, não estava esperando nada mesmo. Este é um ponto importante para nós. O DNA do cristão é o perdão. O tipo sanguíneo do cristão é o amor. Agora, ninguém entre em pânico, porque se você é pai de família, mãe de família, homem ou mulher, casado ou solteiro, se você dá a sua vida, no dia a dia pela sua família, você está fazendo o que Jesus pediu. Se o presbítero (padre) dá a sua vida pela comunidade, ele está fazendo o que Jesus pediu. Cada um de nós é chamado, dentro daquilo que nós escolhermos, dar tudo de si para o irmão crescer, o irmão ser feliz. Agora, pode ser que alguém te puxe o tapete, alguém te traia. Pode ser um filho, uma filha, um pai, uma mãe, pode ser o padre, o catequista, pode ser que alguém te traia. Para Jesus não achar que você é o único sem sorte, Ele aceitou Judas no seu grupo. Ele deu a vida por todos, inclusive Judas e no entanto o que Judas fez? Traiu. Então, se alguém te trair, nenhuma novidade. É assim, que o Evangelho começa hoje: “Depois que Judas deixou o senáculo, o que é que Jesus fez? Glorificou a Deus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo. Então, veja, que o grande pedido de Jesus é que as pessoas se sintam bem, melhor cada dia, por causa da nossa colaboração e assim possam glorificar o Pai. quem já colaborou para que alguém pudesse glorificar a Deus na sua vida? Esta é a pergunta para nós. Eu já ajudei alguém para que ele pudesse glorificar a Deus? É isto que está faltando um pouco no nosso mundo: as pessoas reconhecer, que muito do que temos vem de Deus.
Um dia, uma criança aprendeu na catequese a fazer uma oração antes do almoço. Na hora do almoço ele disse ao pai: olha, vamos agradecer a Deus por este alimento que está em nossa mesa. O pai disse: agradeça a mim, fui eu que trousse. A criança ficou sem graça, pois ele tinha ouvido o Evangelho, mas era o pai que precisava ouvir o evangelho. É evidente, que nós que levamos o alimento como fruto de nosso trabalho, mas quem é que garante a vitalidade para poder trabalhar? Isto é Deus. Glorificar a Deus sim, mais não precisa rezar um terço todo antes da refeição, mas dizer: Senhor, nós vos agradecemos por este alimento, que nos reúne e nos mantém vivos. Acabou. É o suficiente.
Agora, veja: Jesus diz: “não vou deixar ninguém sozinho. Deus habitará no meio do seu povo”. Se você olhar, muitas cidades, muitos bairros, muitos lugares, tem uma igreja. Lá tem Jesus presente na Eucaristia. Então, Ele cumpriu a promessa dele. Não importa se a comunidade ou o local é rico ou pobre, se a igreja é bonita ou feia, se tem muita ou pouca gente, Ele está sempre, ali, no sacrário. Para que isto? Primeiro, Ele quer habitar com o povo. Ele mora onde o povo mora. Às vezes, mora num lugar mais pobre do que a gente mora. Ele cumpriu a promessa dele. Para que? Porque nem sempre é fácil a gente amar. Quando desanimamos, podemos ir até Ele, que ele ajuda.
Veja uma coisa: amar a família, amar o esposo, amar a esposa, dar a vida por eles, é uma escolha de cada um e não é complicado. E amar quem não escolhemos? Volta e meia aparece em nosso caminho alguém que nem sabemos quem é e somos chamados a amar. E, quando vamos amar esta pessoa, ela nos trai, ela nos arma ciladas. Então, não é fácil amar. Jesus diz: fica tranquilo, você não está sozinho. Eu estou habitando no mesmo bairro que você. Vai lá, pede a minha ajuda, comungue o meu corpo e o meu sangue. Você terá força e coragem  para levar em frente a missão. É nisto que conhecerão, que vocês são os meus discípulos. É convite. Jesus não impõe para ninguém. Olhe o salmo: que sejamos misericordioso, que tenhamos piedade, paciência, compaixão, para que os irmãos possam vir a louvar a Deus. Este é o grande apelo. Que possamos louvar o Senhor. É o que estamos fazendo. A Celebração é um modo de louvar a Deus, mas quantos não se deram conta desta necessidade e aí, que somos convidados a anunciar. No seu local de trabalho, faça o sinal da cruz na hora da refeição. Já é um sinal para lembrar, que acima de nós tem alguém, que merece ser louvado, porque deu a vida por nós.
Que Deus nos ajude a por em prática as leituras de hoje.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André - SP



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Homilia de D. Henrique Soares da Costa
Durante todo o tempo pascal a Igreja nos faz contemplar o Ressuscitado e o fruto da sua obra: o dom do Espírito, a nossa santificação, os sacramentos que nascem do seu lado aberto, a Igreja, sua Esposa, desposada no leito da cruz…
Hoje, precisamente, é para a Igreja, comunidade nascida da morte e ressurreição de Cristo, que a Palavra de Deus orienta o nosso olhar.
Primeiramente, é necessário que se diga sem arrodeios: Cristo sonhou com a Igreja, a amou e fundou-a. A Igreja, portanto, é obra do Cristo, foi por ele fundada e a ele pertence! Ela não se pertence a si mesma, não se pode fundar a si própria, não pode estabelecer ela própria a sua verdade. Tudo nela deve referir-se a Cristo e a ele deve conduzir! Mas, há mais: não é muito preciso, não é muito correto dizer que Cristo “fundou” a Igreja. Não! A fundação da Igreja não terminou ainda: Cristo continua fundando, Cristo funda-a ainda hoje, ainda agora, nesta Eucaristia sagrada! Continuamente, o Cordeiro de pé como que imolado, Cabeça da Igreja que é o seu Corpo, funda, renova, sustenta, santifica, sua dileta Esposa pela Palavra e pelos sacramentos: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentá-la a si mesmo a Igreja, gloriosa, se mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível!” (Ef 5,25-27). São afirmações impressionantes, belas, profundas: (1) Cristo amou a sua Igreja e, por ela, morreu e ressuscitou; (2) pela sua morte e ressurreição, de amor infinito, ele purifica continuamente a sua Igreja, santifica-a totalmente, sem desfalecer. Por isso a Igreja é santa, será sempre santa e não poderá jamais perder tal santidade, apesar das infidelidades de seus membros! (3) Este processo de contínua fundação e santificação da Igreja em Cristo dá-se pelo “banho da água” – símbolo do Batismo e dos sacramentos em geral – e pela “Palavra” – símbolo da pregação do Evangelho. Então, Cristo continua edificando sua Igreja neste mundo pela Palavra e pelos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. A Igreja não se pertence: ela é de Cristo! E, como esposa de Cristo, é nossa Mãe: ela nos gerou para Cristo no Batismo, para Cristo ela nos alimenta na Eucaristia e de Cristo ela nos fala na sua pregação! Ela é a nossa Mãe católica, desposada pelo Cordeiro imolado na sua Páscoa, como diz o Apocalipse: “estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente!” (19,7s).
Pois bem, esta Igreja, tão amada por Cristo, tão nossa Mãe, deve caminhar neste mundo nas dores de parto. Temos um exemplo disso na primeira leitura da Missa de hoje. Paulo e Barnabé vão animando as comunidades,“encorajando os discípulos … a permaneceram firmes na fé”, pois “é preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. Assim caminha o Povo de Deus, Comunidade fundada por Cristo e vivificada pelo seu Espírito: entre as tribulações do mundo e as consolações de Deus. Muitas vezes, a Igreja enfrentará dificuldades por parte de seus inimigos externos – aqueles que a perseguem direta ou veladamente, aqueles que desejam o seu fim e, vendo-a com antipatia, trabalham para difamá-la. Mas, também, muitas vezes, a provação vem de dentro da própria Igreja: das fraquezas de seus membros, dos escândalos provocados pela humana fraqueza daqueles que deveriam dar exemplo de uma vida nova em Cristo Jesus. Se é verdade que isto não fere a santidade da Igreja – porque essa santidade vem de Cristo e não de nós -, por outro lado, é verdade também que nossos escândalos e maus exemplos atrapalham e muito a credibilidade do nosso anúncio do Evangelho e a credibilidade do próprio Evangelho como força que renova a humanidade! Infelizmente, enquanto o mundo for mundo, enquanto a Igreja estiver a caminho, experimentará em si a debilidade de seus membros. Assim, foi no grupo dos Doze, assim, nas comunidades do Novo Testamento, assim é hoje. É interessante que o Evangelho de hoje começa com Judas, o nosso irmão, que traiu o Senhor, saindo do Cenáculo, saindo do grupo dos Doze, saindo da Comunidade: “Depois que Judas saiu do cenáculo”… – são as primeiras palavras do Evangelho… E, no entanto, apesar da fraqueza de Judas e dos Doze, apesar da nossa fraqueza, Jesus continua nos amando e crendo em nós: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”. Não tenhamos medo, não desanimemos, não nos escandalizemos: o Senhor está conosco, ama-nos, porque somos o seu rebanho, as suas ovelhas, a sua Igreja. Ama-nos e derramou sobre nós o seu amor e sua força que é o Espírito Santo!
Se agora vivemos entre tribulações e desafios, nossa esperança é firmemente alicerçada em Cristo; nele, venceremos, nele, a Mãe católica, um dia, triunfará, totalmente glorificada e tendo em seu regaço materno toda a humanidade. Ouçamos – é comovente: “Vi um n ovo céu e uma nova terra… O primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não existe” – o Senhor nos promete um mundo renovado, sem a marca do pecado, simbolizado pelo mar. “Vi a Cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido”. – É a Igreja, totalmente renovada pela graça de Cristo, totalmente Esposa, numa eterna aliança de amor, realizada na Páscoa e consumada no fim dos tempos! “Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão seu povo, e o próprio Deus estará com eles”. – A Igreja é o “lugar”, o “espaço” onde o Reino acontece visivelmente: Deus, em Cristo, habita no nosso meio e será sempre “Deus-com-eles”, Deus-conosco, Emanuel! “Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, nem morte, porque passou o que havia antes. Aquele que está sentado no trono disse: ‘Eis que eu faço novas todas as coisas’”.
Caríssimos, olhem para mim, olhem-se uns para os outros! Somos a cara da Igreja, o cheiro da Igreja, a fisionomia da Igreja, a fraqueza e a força, a fidelidade e a infidelidade, a glória e a vergonha da Igreja! Tão pobre, tão frágil, tão deste mundo… mas também tão destinada à glória, tão divina, tão santa, tão católica, tão de Cristo! Coragem! Vivamos profundamente nossa vida de Igreja; é o único modo de ser cristão como Cristo sonhou! Soframos as dores e desafios da Igreja agora, para sermos partícipes da vitória que Cristo dará a Igreja na glória! Como diz o Apocalipse, “estas palavras são dignas de fé e verdadeiras”. Amém.

D. Henrique Soares da Costa

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Para a Celebração da Palavra ( Diáconos ou Ministros da Palavra):



 LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
- O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
- COM JESUS, por Jesus e em Jesus, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
à Ó Deus, Pai deste novo Povo, que nasceu da cruz de Jesus Cristo, nós vos bendizemos por toda a obra que cumpriste com Paulo e Barnabé. Através deles, abriste a porta da fé à todos os povos. Nós vos pedimos pelos nossos bispos, presbíteros e diáconos que são vossos instrumentos na transmissão da vossa Palavra.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
à Ó Deus que fazeis novas todas as coisas, nós vos louvamos pela esperança de nova vida na nova Jerusalém. Nós vos confiamos os nossos irmãos e irmãs que estão em dificuldade: que chegue o dia em que vós lhes enxugareis as lágrimas dos seus olhos dissipando toda a tristeza.
T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.
à Guiados pelo vosso Espírito, nós vos glorificamos, Pai, com o vosso Filho Jesus. Nós vos bendizemos pela vossa glória, na qual vós comunicais conosco pela Palavra e pelo Pão. Nós vos pedimos: que o vosso Espírito nos fortaleça, para que possamos viver segundo o mandamento novo que nos deste pela palavra e pela vida do vosso Filho Jesus Cristo.

 T: Bendito e louvado seja o Senhor nosso Deus.

è    Pai nosso... A paz de Cristo... Eis o Cordeiro...