4º DOMINGO DA PÁSCOA 2016 (Adaptado e postado pelo diácono Ismael)
SINOPSE:
Tema: Domingo
do Bom
Pastor. “As minhas ovelhas
escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.”
Evangelho: Cristo, o Bom Pastor, traz vida plena às ovelhas do seu rebanho;
as ovelhas são convidadas a escutar o Pastor, a acolher a sua proposta e a
segui-lo.
Primeira leitura: propõe-nos duas atitudes: “ovelhas” cheias de autossuficiência, e
ovelhas dispostas a arriscar segui-lo até às pastagens da vida abundante.
Segunda leitura: a meta final do rebanho que seguiu Jesus: a vida total, de
felicidade sem fim.
EVANGELHO (Jo 10, 27-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, disse Jesus: “As minhas ovelhas escutam
a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou lhes a vida eterna e elas
jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu
estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu
e o Pai somos um”.
AMBIENTE - A imagem do Bom Pastor está em Ezequiel 34, que fala aos exilados na Babilônia. Ezequiel diz que os líderes de Israel
foram falsos pastores e conduziram o Povo para a desgraça; mas o próprio Deus
porá à frente do seu Povo um Bom Pastor (Messias), que o livrará da escravidão
e o conduzirá à vida.
MENSAGEM - A missão desse Pastor (Cristo) é dar vida às ovelhas.
Como? Tornando-os filhos de Deus. Os que aceitam a proposta de Jesus não se
perderão, pois Jesus vence a morte e Jesus está disposto a defender os seus até
dar a própria vida por eles. As ovelhas (os discípulos), por sua vez, têm de escutar
a voz do Pastor e segui-lo. Isto significa que fazer parte do
rebanho de Jesus é aderir a Ele, escutar as suas propostas, comprometer-se
com Ele no amor e doação ao Pai e aos homens.
ATUALIZAÇÃO ♦ Para os cristãos, o Pastor é Cristo e Ele nos
conduz para as “pastagens verdadeiras”, onde encontramos vida em plenitude.
♦ As “ovelhas” de Jesus têm de “escutar a voz” do Pastor e segui-lo…
Isso significa, percorrer o mesmo caminho de Jesus nos projetos de Deus e no
amor e de serviço aos irmãos.
PRIMEIRA LEITURA (At 13,14.43-52) Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, Paulo e Barnabé chegaram a Antioquia. E
Muitos judeus seguiram Paulo e Barnabé. No sábado
seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a
palavra de Deus. Ao verem aquela multidão, os judeus
ficaram cheios de inveja. Paulo e Barnabé declararam:
“Era preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais,
vamos dirigir-nos aos pagãos. Porque é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te
coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da
terra”’. Os pagãos ficaram muito contentes, Mas os judeus provocaram uma
perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território.
AMBIENTE - Os “Atos dos Apóstolos” apresentam o “caminho” da Igreja no mundo
greco-romano.
MENSAGEM - O texto põe duas opções: os da sua autossuficiência e aqueles que
responderam com alegria à proposta libertadora. A Boa Nova de Jesus é dirigida
a todos.
ATUALIZAÇÃO
♦ Os judeus representam os que se acomodam a uma religião, feita de
hábitos, de devoções, de ritos.
♦ Os pagãos representam aqueles que estão abertos à novidade de Deus
e se deixam questionar. Eles procuram novos caminhos, ainda que seja um caminho
de cruz e de perseguição.
SEGUNDA LEITURA (Ap 7,9.14b-17) Leitura do livro do
Apocalipse de São João.
...multidão imensa... Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com
túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos: «Estes são os que vieram da
grande tribulação, os que lavaram as túnicas no sangue do Cordeiro. ...Nunca
mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente... O Cordeiro... será o
seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as
lágrimas dos seus olhos.
AMBIENTE - Aos mártires, o autor do “Apocalipse” descreve o que vai resultar
da intervenção de Deus: a libertação definitiva, a vida em plenitude...
MENSAGEM - Uma multidão está de pé, aclamam com palmas; São os que “vieram da
grande tribulação e que branquearam as vestes no sangue do cordeiro”, isto é,
que suportaram a perseguição e alcançaram a libertação definitiva, foram
acolhidos na “tenda” de Deus; aí, Cristo ressuscitado, sentado no trono, é o
pastor deste novo Povo, e que o conduz para “as fontes de águas vivas” – isto
é, à plenitude dos bens.
ATUALIZAÇÃO ♦ É uma mensagem de esperança e vida plena. Se
aceitarmos a proposta de Jesus e seguirmos atrás d’Ele no caminho do amor
chegaremos à felicidade plena.
Que imagem impressionante: um
cordeiro que é pastor que dá vida às ovelhas. Pois bem, Jesus afirmou: “Eu sou
o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. Cristo nos dá a vida
porque morre por nós, por nós entrega sua vida humana: um pastor que ama o seu
rebanho: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me
seguem”. Num segundo sentido, Cristo dá a vida porque transmite às ovelhas a
vida divina, a vida eterna, a vida glorificada que ele recebeu do Pai na Ressurreição:
“Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las
de minha mão!” Que afirmação bonita! Nosso Pastor imolado, dá-nos a vida
eterna!
Esta vida, que o
Cordeiro-Pastor nos prepara, é para todos, é em abundância. É preciso
anunciá-la ao mundo
“Quem vem a mim nunca mais terá fome e quem
crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Vivamos fielmente os combates do
presente, deixemo-nos guiar pelo Bom Pastor, lavemos nossas vestes no sangue do
Cordeiro e sejamos herdeiros da vida que ele nos prepara. Ele, bendito pelos
séculos dos séculos. Amém
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O Bom Pastor
O 4o
Domingo de Páscoa é conhecido como o "Domingo do Bom Pastor " porque
todos os anos a Liturgia propõe uma passagem do capítulo 10o de
João, na qual Jesus é apresentado como "Bom Pastor".
PASTOR é aquele
que vai à frente do rebanho para indicar o caminho, que conduz às pastagens e
às nascentes de água.
No Antigo Testamento essa imagem
era muito familiar ao povo judeu.
Muitos líderes foram pastores: Jacó, Moisés, Davi...
Frequentemente Israel é comparado a um rebanho, do qual Deus
é o Pastor.
Ezequiel afirma que o próprio Deus assumirá a condução do
seu povo.
Ele porá à sua frente um Bom Pastor, que o livrará da
escravidão e o conduzirá à vida. Essa promessa se cumpre em Jesus.
A 1ª Leitura narra a 1ª viagem
apostólica de Paulo e Barnabé.
Diante da recusa dos judeus, abrem o rebanho de Cristo aos
gentios. (At 13,14.43-52)
Diante da proposta cristã, surgem duas reações bem diversas:
- Os JUDEUS
pensam ter o monopólio de Deus e da Verdade: são ovelhas fechadas, que ficam
indiferentes às propostas cristãs;
- Os PAGÃOS
respondem com alegria e entusiasmo: são ovelhas atentas à voz do Pastor e
dispostas a segui-lo.
* Representam os "praticantes" acomodados, que tem
medo da novidade de Deus, e os "afastados" na caminhada da fé, mas
abertos à novidade de Deus...
Na 2ª Leitura, Cristo, o
Cordeiro pascal, vencedor da morte, é o Pastor que conduz o seu povo às fontes de água viva. (Ap
7,9.14b-17)
No Evangelho, Cristo se
apresenta como o "BOM PASTOR".
(Jo 10,27-30)
O texto é uma Catequese sobre a Missão de Jesus: consiste
em conduzir os homens às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde
brota a vida em plenitude.
Na Parábola, vemos DUAS
ATITUDES:
1. A Atitude do Pastor (Cristo):
- "Dá
a vida pelas ovelhas..."
- conhece: "Eu conheço as minhas ovelhas..."
- cuida delas: "Jamais se perderão, ninguém vai arrancá-las de minhas mãos"
* Muitos ficam perturbados diante das falhas de
representantes da Igreja... das crises e confusões, que percebem nas
comunidades.
A Igreja não está
confiada apenas nas mãos de pastores humanos...
Estes são apenas
instrumentos, necessários e imperfeitos, do único pastor que guia a Igreja e
que nos garante: "Eu mesmo dou a vida para elas, e
ninguém vai arrancá-las de minhas mãos..."
Quem são os
"Verdadeiros Pastores"?
Hoje muitos se apresentam como Pastores, prometendo vida,
conforto, felicidade...
- Em quem devemos confiar? Quem são os "verdadeiros
Pastores"?
- CRISTO:
É o único Pastor dos cristãos, da Igreja, na qual os demais pastores são apenas
instrumentos.
- Pessoas que presidem e animam nossas comunidades
cristãs: Bispos, Padres, Diáconos, Ministros... apesar dos seus limites e
imperfeições; mas o único Pastor, que devemos a escutar e a seguir sem
condições, é Cristo.
- Pessoas que ensinam a mensagem de Cristo:
. Os pais, os mestres, os Catequistas...
. Os companheiros de trabalho que se
comportam com honestidade,
. A mãe, que marcada pela dor, tudo suporta
com paciência e com amor,
. O Pai que educa o filho para o perdão, para
a reconciliação, para a partilha...
Características do
Bom Pastor:
O BOM PASTOR... abre
caminho... conhece suas ovelhas... é providente... vigia as ovelhas e as
cura...
deseja salvar todo o
rebanho; é missionário... é coração.... O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas...
2. A Atitude das OVELHAS:
- Elas ESCUTAM:
Supõe... alegre adesão ao
conteúdo do que se escuta,
a obediência
à pessoa que fala,
a escolha
de vida daquele que se dirige a nós...
- Elas CONHECEM:
Envolve toda a pessoa humana (mente, coração, vontade),
deixando-se
transformar pela sua voz no caminho da vida;
- Elas SEGUEM:
Cristo torna-se o único guia de sua vida...
Quem são as
ovelhas desse Rebanho?
- Só os que foram batizados e estão associados a uma
paróquia?
Só os que freqüentam
regularmente a igreja?
- São todas as pessoas que ESCUTAM A SUA VOZ e O SEGUEM...
Pode ser discípulo
do bom Pastor também aquele que, embora não conheça Cristo, se sacrifica pelo
pobre, pratica a justiça, a fraternidade, a partilha dos bens, a hospitalidade,
a fidelidade, a sinceridade, a recusa à violência, o perdão aos inimigos, o
compromisso com a paz.
53º Dia
Mundial de Oração pelas Vocações:
Com o tema «A
Igreja, mãe de vocações» o Papa exorta
todos os fiéis a assumirem as suas responsabilidades no cuidado e discernimento
vocacionais. "Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do
Jubileu da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja!".
"A Igreja é a casa da misericórdia e também a «terra» onde a vocação
germina, cresce e dá fruto".
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, hoje, a Igreja celebra o domingo do Bom Pastor e
convida-nos a rezar pelas vocações. É o quinquagésimo
domingo que celebramos pelas vocações. Se fizermos as contas, coincide com o
Concílio Vaticano II. De fato, no Concílio vaticano II toda a Igreja reunida se
deu conta de que somos chamados a sermos pastores. Na Igreja católica o padre não
é conhecido como pastor, enquanto nas igrejas cristãs, não católicas, o líder espiritual
é chamado de pastor. O Concílio Vaticano II ajudou-nos a compreender, que todos
nós somos pastores e porque não dizer também pastoras. Na medida em que sou
chamado a dar a vida pelo irmão, eu me torno parecido com Jesus. Se quisermos,
Jesus é o único, o grande, o Bom
Pastor. É evidente, que Ele é o Bom Pastor, enquanto os outros são chamados
apenas de pastores. Jesus é chamado o Bom Pastor, porque o pastor, normalmente,
vive da vida das ovelhas. Ele cuida das ovelhas, faz as ovelhas ganhar peso, depois
comercializa as ovelhas, normalmente as ovelhas vão para o abate e ele fica com
o dinheiro da venda ou ele mesmo abate a ovelha para o seu alimento, seu
consumo. Isto é a prática normal de quem é pastor. Jesus é o BOM PASTOR. Ele
cuida da ovelha, quando ela ganha peso, ao invés de comercializá-la ou abatê-la,
Ele é que entrega a sua vida pela ovelha. Neste sentido, Ele se diferencia dos
outros pastores. Jesus é aquele que nos resgatou da escravidão com o seu
Sangue. Jesus é aquele que se colocou no lugar da ovelha, por isso, Ele é o
cordeiro para o sacrifício da salvação. Jesus é o cordeiro imolado. Ele se
coloca no lugar daquele cordeiro para servir de alimento para todas as pessoas.
Por isso, inspirado no exemplo e na prática de Jesus, cada um de nós é chamado
a ser este pastor. Por isso, todos nós somos pastores uns dos outros. É evidente,
que a Igreja se vê como Pastora do mundo. Por isso, a Igreja vai nos falar na “Lumen
gentium”, a Igreja como luz para o mundo, luz para os povos. Igreja que ajuda a
cada pessoa a descobrir o caminho que leva à vida e vida em abundância. É assim,
que compreendemos o povo de Deus. Claro, que o povo de Deus terá a sua
hierarquia. Nós temos o papa como um grande sinal para todos, o bispo como líder
no pastoreio, para conduzir as ovelhas, o presbítero (padre) para ser esta
extensão do bispo, os Diáconos para serem os auxiliares do bispo e os leigos
para ser a presença da Igreja no mundo. O próprio Concílio vai dizer; para ser
a extensão dos braços do presbítero. Assim como o presbítero (padre) santifica
a todos dentro da assembleia, os leigos devem santificar o mundo dentro do seu trabalho,
da convivência, assim por diante. Esta é a visão da Igreja a partir do Concílio
Vaticano II.
Tem algo especial, que eu gostaria de
chamar a atenção: está aqui no livro do Apocalipse: Eu, João, vi uma multidão imensa de gente de todas as
nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia
contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro;
trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. Então
um dos anciãos me disse: “Esses são os que vieram da
grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas
no sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de
Deus e lhe prestam culto, dia e noite, no seu templo.
Ser pastor, ser luz para
os povos, não é tão simples. Muitas vezes, acabamos enfrentando tribulações. A nossa
Igreja foi construída com o sangue dos mártires, aqueles que enfrentaram a
tribulação. Hoje a liturgia nos convida a contemplar estes que trajam a veste
branca alvejada no sangue do Cordeiro, com palmas nas mãos. Isto que nós
chamamos SANTOS, que tantas outras igrejas não católicas não aceitam. Está aqui
na Bíblia; eles são os santos. Se nós os homenageamos, não é que para nós eles
são deuses; não há outro Deus que não seja o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
Deus único em três pessoas. Não. Nós os homenageamos porque eles merecem nosso
reconhecimento. Eles tiveram coragem de entregar o seu sangue, coisa que não
sei se todos nós teríamos a mesma coragem. Se, de fato, eles merecem nossa
atenção, merecem o nosso “muito obrigado”, porque é graças ao testemunho deles,
que muitos tomaram coragem e foram transmitindo a fé até o dia de hoje. Nós não
somos tão ingênuos ao ponto de achar que eles tem poder como deus, mas também não
somos ingênuos de achar que eles não colaboraram com nada. Eles servem para nós
como inspiração, como exemplo. Assim como eles tiveram coragem de testemunhar a
bondade de Deus, porque Deus é bom, é a segurança, que tenhamos coragem de
testemunhar a nossa fé. Por isso, Celebrar o Bom Pastor é reconhecer que Ele soube
oferecer um alimento tão forte, ao ponto das ovelhas não ter medo de se apresentarem
ao matadouro. Deus não quer que ninguém entregue a sua vida, mas, ainda hoje,
muitas pessoas, sobretudo na Ásia, no Oriente, porque são cristãs, têm sido
perseguidas. Isto é importante nós falarmos. Porque, se não homenagearmos
nossos mártires, quem fará isto?
Meus irmãos e irmãs,
temos que ter clareza: a Bíblia diz: “não farás imagem de nenhuma forma”. De fato,
não é para fazer mesmo, porque Deus não tem imagem. Por isso, temos aqui uma
capela bem clara do Santíssimo onde não existe imagem ali, porque ali está quem
nós cremos ser Deus. As imagens estão no restante da igreja, para lembrarmos
das pessoas que foram fiéis a Deus até a morte. Um exemplo de perseguição foi
Paulo e Barnabé. Eles começaram a pregar o Evangelho e todo mundo correu para
impedi-los. Então, quando encontrarmos dificuldade no caminho, é bom lembrarmos
que não é um privilégio para nós. Outros já enfrentaram as mesmas dificuldades
e, às vezes, com maior intensidade. Aí, é hora de dizer, como vocês santos,
puderam enfrentar tantas controvérsias e perseguições, que nós também podemos enfrenta-las.
Então, poderemos celebrar com maior força e coragem este Jesus que não abandona
o seu povo e este Jesus que está ao nosso lado a todo momento, sobretudo, nos
momentos mais difíceis: “ Eu dei-lhes a vida eterna e eles jamais se perderão”.
É isto que nós cremos e é isto que celebramos ao afirmar a comunhão de todos os
santos.
Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Pe. Pedrinho –
Diocese de Santo André – SP
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Homilia
de D. Henrique Soares da Costa
Uma imagem muito comum neste tempo
pascal é aquela do Cordeiro “de pé, como que imolado” (Ap 5,6). Este Cordeiro,
eternamente diante do trono do Pai, é o Cristo no seu estado de perpétua
imolação e glória, de entrega sacrifical e ao mesmo tempo vitoriosa, por nós.
Mas, misteriosamente, este Cordeiro é também Pastor: “O Cordeiro que está no
meio do trono será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água da vida”. Que
imagem impressionante: um cordeiro que é pastor que dá vida às ovelhas. Pois
bem, Jesus afirmou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas
ovelhas” (Jo 10,11). Estejamos atentos: este dar a vida possui dois sentidos:
primeiro: Cristo nos dá a vida porque morre por nós, por nós entrega sua vida
humana: “Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10,15). É, portanto, um
pastor que ama profundamente o seu rebanho: “As minhas ovelhas escutam a minha
voz, eu as conheço e elas me seguem”. Num segundo sentido, Cristo dá a vida
porque transmite às ovelhas a vida divina, a vida eterna, a vida glorificada
que ele recebeu do Pai na ressurreição: “Eu dou-lhes a vida eterna e elas
jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão!” Que afirmações
estupendas! Nosso Pastor, que por nós se fez Cordeiro imolado, dá-nos a vida
eterna e imperecível, uma vida que nos saciará eternamente! Cristão,
compreende: como é grande, como é concreta, como é verdadeira a tua esperança,
como é certa a tua herança!
Esta vida, que o
Cordeiro-Pastor nos prepara, é para todos, é em abundância. Isto já aparece na
primeira leitura: diante da recusa dos judeus como um todo em acolher o
Evangelho da salvação em Jesus, o Apóstolo volta-se para os pagãos: “Era
preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós, judeus. Mas, como a
rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos
dirigir-nos aos pagãos”. E estes, cheios do Espírito Santo, ficaram cheios de
alegria. Eis! A salvação que Cristo nos trouxe, com sua morte e ressurreição,
com seu mistério pascal, é plena, é total e é para todos[1]!
É com estas idéias e
sentimentos no coração que devemos, agora, contemplar a estupenda imagem que o
Apocalipse nos apresenta na liturgia de hoje. Toda a humanidade, “uma multidão
imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, que ninguém podia
contar ”… de pé, diante do trono e do Cordeiro”. Pensemos bem! É toda esta
humanidade tão sofrida, de vida tão frágil, de esperança tão incerta, que é
chamada a este momento tão grandioso: de pé (posição de quem venceu, de quem
está vivo) diante do trono de Deus e do Cordeiro, o Cristo nosso Senhor, Aquele
que venceu! Observem que nossa esperança nada tem de espírito de seita. A
salvação não é para um grupinho de eleitos que excluem os demais
farisaicamente! Não! Nunca! Deus quer “que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Os cristãos têm o dever de olhar
o mundo com amor benevolente. Nós, amados por Deus em Cristo, não podemos
guardar só para nós esse amor e essa salvação: é preciso anunciá-la,
comunicá-la, e com um coração bom, benévolo para com o mundo: nunca uma atitude
de seita, de acusação, de fechamento! Dizer a verdade, sim; anunciar a verdade,
sim; denunciar o erro e o pecado, sim; mas, com uma atitude de amor e respeito,
de benignidade, como o coração do Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas e
quis morrer pelo rebanho!
Estes eleitos “trajavam vestes
brancas” símbolos da glória, de vida, da pureza e da imortalidade; “traziam
palmas na mão”, símbolo da vitória. Quem são eles? “São os que vieram da grande
tribulação. Lavaram e alvejaram as suas vestes no sangue do Cordeiro”. Que imagem
fantástica! É a multidão dos cristãos de todos os tempos, que perseveraram e
vencerão no combate das tribulações desta vida… às vezes, até à morte!
Pensemos: somos nós, se formos fiéis no combate do Cristo; somos nós, se
perseverarmos e guardarmos a fé e a esperança no Senhor nas lutas e provações
desta vida! Estejamos atentos: “lavaram e alvejaram as vestes no sangue do
Cordeiro!” Sangue bendito e precioso, que lava, que purifica, que alveja!
Nenhum de nós chegará diante do trono limpo por sua própria limpeza, mas sim
pelo sangue do Cordeiro que é nosso pastor! “Nunca mais terão fome, nem sede.
Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente”. Bendito Cordeiro, bendito
Pastor, bendito Cristo-Senhor, que nos dá uma vida tão plena! Ele mesmo nos
tinha prometido: “Quem vem a mim nunca mais terá fome e quem crê em mim nunca
mais terá sede” (Jo 6,35). Bendito Jesus, que é tão fiel! “E o Cordeiro, que
está no meio do trono, será seu pastor e os conduzirá às fontes da água da
vida”. Aonde nos conduzirá o Pastor? Que lugar é este, com tanta vida e tanto
frescor e consolação? Escutem a Palavra: “Aquele que está sentado no trono os
abrigará na sua tenda… E Deus enxugará as lágrimas de seus olhos!” Eis, irmãos,
aonde o Cristo imolado e ressuscitado nos conduz: à tenda do coração do Pai,
para nos aconchegar, para nos consolar, para nos enxugar as lágrimas, para nos
dar a vida em abundância: “Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que
todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos uma só coisa!”
É por isso, caríssimos, que a
Páscoa de Cristo é também nossa: sua vitória é penhor da nossa, é certeza de
nossa esperança agora e plenitude um dia. Vivamos fielmente os combates do
presente, deixemo-nos guiar pelo Bom Pastor, lavemos nossas vestes no sangue do
Cordeiro e sejamos herdeiros da vida que ele nos prepara. Ele, bendito pelos
séculos dos séculos. Amém
D. Henrique Soares da Costa
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Para a Celebração da Palavra (Diáconos e Ministros extraordinários da Palavra):
LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR):
O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, NA FORÇA DO
ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO Pai, dizendo
juntos:
T:
Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso Salvador.
à Pai, nós Vos damos graças pelo Vosso Filho Jesus, que se revelou
como Luz das nações, e pelos Apóstolos, que comunicaram esta Luz, para que a
vossa salvação chegue até aos confins da terra. Nós vos pedimos por todos os
batizados da comunidade.
T:
Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso Salvador.
àPai, nós vos bendizemos pela multidão
imensa de todas as nações, raças, povos e línguas, que está diante do vosso
trono e diante do Cordeiro: Ajudai-nos para que também nos unamos ao grande
louvor junto a vós na eternidade do céu.
T:
Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso Salvador.
à Pai, bendito e louvado sejais pelo vosso grande amor
por nós. Que o Espírito Santo nos dê força e coragem para enfrentarmos as
dificuldades desta vida e possamos alcançar o vosso Reino para a alegria e
felicidade eterna.
T:
Jesus Cristo é o nosso Pastor e nosso Salvador.
à Pai nosso... A Paz... Eis o Cordeiro...
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