quarta-feira, 25 de maio de 2016

9º Domingo do Tempo Comum, subsídios homiléticos,homilias

9º Domingo do TC. (Adaptado pelo diácono Ismael)

A Liturgia de hoje valoriza a FÉ DOS ESTRANGEIROS; a fé não tem fronteiras...

Na 1ª Leitura, Salomão  pede que Deus atenda os pedidos dos estrangeiros:
No Evangelho Jesus atende o pedido de um estrangeiro, porque a fé não conhece fronteiras.
Na 2ª Leitura, Paulo combate  os que começaram a ensinar um Evangelho diferente.

PRIMEIRA LEITURA (1Rs8,41-43) Leitura do Primeiro Livro dos Reis.
Naqueles dias, Salomão rezou no Templo, dizendo: Senhor, pode acontecer que até um estrangeiro que não pertence a teu povo, Israel, escute falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço. Se, por esse motivo, ele vier de uma terra distante, para rezar neste templo, Senhor, escuta então do céu onde moras e atende a todos os pedidos desse estrangeiro, para que todos os povos da terra conheçam o teu nome e o respeitem, como faz o teu povo Israel, e para que saibam que o teu nome é invocado neste templo que eu construí.

SALMO RESPONSORIAL 116 (117) Proclamai o Evangelho a toda criatura!
1. Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,/ povos todos, festejai-o!
2. Pois comprovado é seu amor para conosco,/ para sempre ele é fiel!


EVANGELHO (Lc 7,1-10) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo: Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. Havia lá um oficial romano que tinha um empregado, a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”. Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: “Vai!”, ele vai; e a outro: “Vem!”, ele vem; e ao meu empregado “Faze isto!”, e ele o faz”. “Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.

Lucas centra mais a sua atenção na fé, que alcança o milagre, do que no próprio milagre. A fé do centurião compõe-se de humildade e confiança. Essas duas atitudes tornam-no aberto ao dom que está para receber e tornam aberta a comunidade dos discípulos de Jesus, que pode receber e incluir pessoas das mais diversas origens étnicas e sociais. Há um pormenor. Enquanto os anciãos recomendam o centurião a Jesus por alguns méritos («Ele merece que lhe faças isso, pois ama o nosso povo e foi ele quem nos construiu a sinagoga» (v. 4), O próprio centurião manda dizer a Jesus: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu teto» (v. 6). Naturalmente, para Jesus são mais importantes estas palavras, que indicam uma grande e sincera humildade, do que as dos anciãos interesseiros.

A diferença é que, muitas vezes, nós não pedimos pelo nosso servo, mas por nós mesmos. A humildade e a fé do centurião foram tamanhas, que nem teve coragem de pedir nada para ele, mas apenas para o seu servo e AMIGO.

SEGUNDA LEITURA (Gl 1,1-2.6-10) Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas.
Eu, Paulo, apóstolo - não por iniciativa humana, nem por intermédio de nenhum homem, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai que o ressuscitou dos mortos - e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia. Admiro-me de terdes abandonado tão depressa aquele que vos chamou, na graça de Cristo, e de terdes passado para um outro evangelho. Não que haja outro evangelho, mas algumas pessoas vos estão perturbando e querendo mudar o evangelho de Cristo. Pois bem, mesmo que nós ou um anjo vindo do céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, seja excomungado. Como já dissemos e agora repito: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja excomungado. Será que eu estou buscando a aprovação dos homens ou a aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo.

Paulo, que levara o evangelho aos gálatas, condena os costumes religiosos que se infiltram em todas as comunidades primitivas cristãs, exigindo práticas antigas que contrariam a liberdade do evangelho. Reaparece aqui o conflito entre a Fé e aqueles costumes que sempre tentam reduzir o cristianismo apenas a uma religião entre outras.



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Não sou digno

Retomamos os domingos do Tempo Comum, nos quais refletimos e celebramos os diversos aspectos da fé cristã.
A Liturgia de hoje valoriza a FÉ DOS ESTRANGEIROS.

As leituras nos mostram que a fé não tem fronteiras...

Na 1ª Leitura, temos uma oração de Salomão, na inauguração do Templo.
Ele pede que Deus escute e atenda todos os pedidos dos estrangeiros:
"Assim todos os povos da terra reconhecerão o teu nome e
temerão em ti, como faz o teu povo Israel." (1Rs 8,41-43)

Bela oração, animada de espírito profético, que vê em Javé não só o Deus de Israel, mas o Senhor de todos os povos, a quem todo homem pode dirigir-se para obter graça.

Em Cristo, o novo Tempo de Deus, cairão as barreiras entre os homens.
Pedras vivas deste templo espiritual são todos aqueles que aderem a Cristo, aqueles que escolhem o caminho da doação da própria vida.
Mesmo os que nunca ouviram falar de Jesus e do Evangelho podem pertencer à casa de Deus, desde que se deixem guiar pelo Espírito do Ressuscitado.

O Salmo convida todas as nações a glorificar o Senhor, pois "seu amor e fidelidade dura para sempre" (Sl 117)

Na 2ª Leitura, Paulo combate severamente os que, em nome dos apóstolos, começaram a ensinar que para alcançar a salvação eram necessárias a circuncisão e a observância da Lei de Moisés.
Como ficaria então a Salvação transmitida por Cristo? (Gl 1, 1-2.6-10)
* Ainda hoje muitos falam em nome de Cristo, deturpando seu evangelho...

No Evangelho Jesus atende o pedido de um estrangeiro, porque a fé não conhece fronteiras. (Lc 7, 1-10)

As primeiras comunidades cristãs eram formadas por Judeus e pagãos.
Entre os judeus, era muito forte a tradição de rejeitar os pagãos...
Por isso, Lucas destaca aqueles elementos que podem ajudá-las a superar as desconfianças recíprocas existentes.

- O Centurião: embora não sendo membro do povo judeu, era um homem extraordinariamente bom:
- Preocupa-se com um dos seus escravos e demonstra muito carinho por ele...
- Os próprios anciãos judeus o elogiam muito.
  "Ele merece que lhe faças este favor, pois é amigo da nossa gente, e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga".
- O Centurião é humilde: humilha-se, solicitando a ajuda dos chefes dos judeus e chega ao ponto de não se julgar "digno de que Jesus entre em sua casa..."
- Ele respeita os usos e costumes dos judeus. Não exige contato com um pagão.  
   Basta que ele dê uma ordem e a doença desaparecerá.

+ Jesus admira a fé do Centurião:
   "Nem mesmo em Israel, encontrei tamanha fé".
A tal fé responde com o milagre, feito à distância, e assim é atendido o estrangeiro que se dirige ao Deus de Israel, presente na pessoa de Cristo.
A bondade do centurião, que se preocupa com o servo doente, sua humilde e sua fé o dispuseram para receber a graça, muito mais do que tantos outros, pertencentes ao povo eleito.
Jesus não faz distinção entre judeus e gentios, mas onde encontra humildade e fé, entrega-se até de longe, embora ainda não bem conhecido, como fez com o centurião.

+ Jesus manifesta uma grande simpatia  Pelas pessoas que "os Justos" do seu povo desprezam.
- O Samaritano mostra-se mais atencioso do que o sacerdote e o levita (Lc 12,13);
- O leproso samaritano é o único que volta a agradecer (Lc 17,16);
- A oração do publicano é mais agradável a Deus, do que a do fariseu (Lc 18, 9-14);
- Os publicanos e as prostitutas entram primeiro no Reino de Deus (Mt 21, 31);
- Tiro e Sidônia, cidades pagãs, mostram-se mais disponíveis à conversão, do que Cafarnaum e Betsaida (Lc 10,13).

* Também hoje, fora das fronteiras das Comunidades cristãs, há muitas pessoas de bom coração. Qual é a nossa atitude para com elas?

+ A força da Palavra de Jesus:
A salvação é concedida mediante uma palavra, pronunciada "à distância".
Com a sua palavra, domina as ondas do mar, faz desaparecer o sofrimento, a pobreza, a fome, a doença, o medo, o pecado, restitui a saúde, a alegria, a paz.
A Palavra de Jesus é eficaz hoje como no passado e transforma radicalmente a vida dos homens, da sociedade, das famílias, do mundo inteiro. É só confiar na sua palavra e o milagre acontece: caem todas as barreiras que dividem os homens, dissolvem-se os ódios, as invejas, as opressões, as violências.
Desaparecem a fome, as doenças e só permanecem o amor, a solidariedade, a colaboração recíproca.

+ A fé não conhece fronteiras nem raças.
Jesus e o Pai, que ele veio revelar, são sempre os mesmos.
Pode acontecer que, como aconteceu com Jesus, encontremos mais fé fora, que dentro de ambientes religiosos. Isso nos deve manter em atitude humilde e respeitosa.
O respeito é devido também a quem não crê ou professa fé diferente da nossa.
Temos em comum a mesma fé no Senhor morto e ressuscitado por nós, mas cada povo deve poder expressar a própria fé a partir de sua cultura e realidade.

                                        P. Antônio Geraldo
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Homilia do Pe. Pedrinho

Meus irmãos e irmãs, as leituras de hoje estão nos propondo uma mudança de mentalidade, mudança de nossos princípios, mas para a construção e não para a destruição de alguém. No livro do Gênesis temos Abraão e Deus lhe diz: “Em ti serão abençoados todos os povos. Abençoarei quem te abençoar e amaldiçoarei quem te amaldiçoar”.  A partir daí, Abraão que é tido como pai de nossa fé, se tornou a porta por onde alguém poderia ser abençoado. Aos poucos foi-se criando uma mentalidade de que somente os judeus teriam a benção de Deus. Ora, isto acaba restringindo o amor de Deus a um grupo, embora não seja um grupo pequeno, mas não é toda a humanidade, pois Deus ama a todos. De maneira muito lúcida, muito clara, Salomão percebe que isto é um equívoco: Achar que Deus vai atender somente a oração dos judeus. Então, ele faz esta oração que temos na primeira leitura: “Senhor, pode acontecer que até um estrangeiro que não pertence a teu povo, Israel, escute falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço. Se, por esse motivo, ele vier de uma terra distante, para rezar neste templo, Senhor, escuta então do céu onde moras e atende a todos os pedidos desse estrangeiro”. Salomão acaba ajudando as pessoas de bom senso, que o templo de Deus é a casa de todos e que o Pai é de todos e que Deus não faz acepção entre pessoas, mas que Ele vai ouvir o que está no íntimo do coração.
A Segunda leitura nos traz o oposto. Gálatas é uma denominação para Galácia, que é uma cidade onde as pessoas aceitam de tudo. Dizem que tudo é bom. São Paulo vai dizer: Cuidado! Não é assim, não! Quem traz um Evangelho distorcido, não pode ser aceito não. Aliás, isto é um equivoco que acontece conosco. As pessoas dizem: “se fala de Deus, está bom”. Não. Calma lá. Fala o que de Deus?  Não é o fato de falar de Deus que está bom, mas preciso ver se o que falam de Deus, de fato, corresponde aquilo que Deus é. Deus é Criador. Portanto, qualquer argumento, que fale contra a criação e a vida, não é de Deus, mesmo que isto venha cheio de argumentos belíssimos, teorias maravilhosas. Estou dando um exemplo apenas. São Paulo nos diz: mesmo se vier um anjo, olha como é interessante, imaginou um anjo vindo aqui, iria encher de pessoas, todo mundo iria dizer: sim, eu aceito. Se vier um anjo falar algo diferente do que nós pregamos, seja excomungado. Isto é muito importante. Por que? Porque o católico às vezes se sente um pouco envergonhado de ser católico, porque acha que fomos intransigentes com alguns e por isso surgiram outras igrejas. Lutero é de mil quatrocentos e pouco. O que significa, que até mil quatrocentos e pouco, o Evangelho que era pregado, era pregado por nós e se perdurou por mil quatrocentos e tanto, e porque é o Evangelho que tem lastro. Ora, o que acontece? A partir de Lutero, passamos a ter outras traduções de bíblias, passamos a ter outras explicações. Quer dizer, que até mil e quatrocentos foi para o inferno todo mundo? Não sobrou ninguém? Porque não tinha outra igreja cristã. Foi todo mundo para o inferno? Só está salvo de mil quatrocentos para cá? Ora, então vale a pena a oração de Salomão. Quer dizer: deixa a pessoa rezar, deixa a pessoa servir a Deus, não vamos por no inferno ninguém. Isto é um problema de Deus. Mas, o que é preciso? É preciso preservar o que agente chama de tradição. Tradição não é tradicionalismo. Tradição é: assim eu aprendi, assim eu transmiti. Isto é tradição. São Paulo vai dizer: transmiti a vós, o mesmo que eu recebi. Tradicionalismo é: só vale o evangelho se for lido em grego, porque foi no grego que ele foi escrito. Só vale a Celebração rezada em latim. Não! A Celebração Eucarística vala por si e não pelo idioma que foi escrito. Tradição é você garantir os valores fundamentais  da fé. Tradicionalismo é você querer que uma formula não mude: as vestimentas, a disposição do altar e assim por diante. Tudo isto podemos refletir, a partir do Evangelho de hoje. O Evangelho de hoje parece simples, mas de uma profundidade tremenda. Primeiro: um oficial, que todos sabem que não é qualquer soldadinho, mas alguém graduado. Oficial Romano, acima dele só tem o Imperador. Portanto, é alguém bastante influente na época. Este oficial romano vai pedir por um ajudante, um servo. Então, aqui agente começa a pensar: das duas uma: ou ele quer o servo bom para continuar trabalhando para ele, ou de fato, tem uma consideração por este fulano, que vai além desta relação patrão-empregado. Alguns elementos podem nos ajudar a perceber, que ele é uma pessoa boa, porque enquanto oficial, ele tinha que prestar contas apenas ao Imperador. No entanto, ele mesmo construiu uma sinagoga para o povo que morava lá na Galácia.  Então, é alguém que não se prende só aos seus interesses, mas procura facilitar a vida das pessoas. Por isso, deve ser um fulano bom. Ele, com toda esta influencia, poder e posição, vai atrás de um Galileu em Cafarnaum, uma minúscula cidade. Vai até lá, pedir a favor de um servo. Sabemos que Jesus atendeu o favor. Então, veja: podemos rezar, pedindo a cura de alguém, mesmo que a pessoa não tenha pedido. Porque não consta que o servo pediu. O que é interessante, é o grupo que tenta convencer a Jesus para atende-lo. Este grupo não me parece boa coisa. Porque o pedido não é: ajude, porque tem alguém enfermo, mas atenda, porque ele construiu uma sinagoga para nós. Então, eles entendem como uma troca de favor: ele nos fez bem e agora queremos retribuir. Aí, Jesus não tem dúvida e chama a atenção. De que maneira? Dizendo: eu não vi alguém aqui de fé como este fulano. Então, quando nós pedimos alguma coisa para alguém, por que é que nós pedimos? Pedimos porque é nosso filho, nosso pai, é um amigo ou pedimos porque a pessoa é um necessitado? Este é um questionamento para nós. Por outro lado, até onde vai a nossa fé? Porque o oficial disse: “Eu não sou digno que vá lá em casa. Diga uma palavra”. Às vezes, entre nós, as vezes as pessoas dizem: “não quero que seja o diácono que faça o batizado, quero o padre”. “não quero a comunhão na mão do diácono ou do ministro; quero o padre”. “não quero ouvir o diácono, quero o padre”. E, a sua fé onde está? Olha o que disse o Oficial: diga uma palavra. Não precisa ir lá, não. Não precisa ir lá. Isto para pensarmos e refletir sobre tudo que este Evangelho nos traz.  Aquilo, que Salmão pediu a Deus, lá atrás, Jesus realizou. Realizou no gesto do Centurião, como no momento de sua morte, que Ele vai rasgar o véu do Templo, dizendo: o universo é o Templo de Deus. Toda a humanidade pode dirigir-se a Ele, porque Ele veio para que todos tivessem vida e não somente um grupo.
Concluindo: primeiro lugar: o nosso Deus é Deus de todos. Se nem todos o reconhecem como Pai, é um problema de cada um, mas nós sabemos que Deus é Pai de todos.
Segundo,  Partindo disto, podemos pedir pelos necessitados, mesmo por aqueles que nós não conhecemos, tendo a certeza de que uma palavra é o suficiente. Que não precisa de muito estardalhaço para receber a graça de Deus.
Terceiro ponto: que nem todo aquele que fala palavras bonitas é fiel ao Evangelho. O Evangelho, de fato, vem de uma tradição, onde Deus é apresentado como aquele que ama a todos. Se alguém não se beneficia desse amor, é porque este alguém não permitiu que Deus pudesse ajuda-lo.
Quarto, Sendo assim, não há como não pregar Jesus Cristo como remédio para qualquer dificuldade, para qualquer dor. E, não há que não pregar que somos todos irmãos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Pedrinho – Diocese de Santo André – SP.
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São João Crisóstomo dizia: Por que vens enfeitar a Igreja e não cuidas do corpo de Cristo que está passando fome?

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Para a Celebração da Palavra (Diáconos e ministros da Palavra):



LOUVOR (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR:
à O SENHOR ESTEJA COM TODOS VOCÊS...
DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS AO PAI:
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus!
Senhor, nosso Deus e Pai! Nós vos louvamos pelo vosso grande amor por toda a humanidade. Vos agradecemos por nos dar a fé e termos uma comunidade onde podemos rezar com todos os irmãos e irmãs juntamente com o vosso Filho, que permanece em nosso meio.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus!
Senhor, nosso Deus e Pai! Olhando a grande fé do oficial romano diante de Vosso Filho, nós vos pedimos: aumentai a nossa fé. Dai-nos o entendimento dos ensinamentos de vosso Filho Jesus Cristo. Contamos com vossa misericórdia, pois também somos indignos, mas esperançosos de vossa graça.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus!
Senhor, nosso Deus e Pai! Vós sois o nosso Deus e somos o vosso Povo. Que vosso nome seja bendito, louvado, honrado, engrandecido e glorificado por todos os povos. Que o Evangelho, a boa nova, seja conhecido e vivido em todos os lugares. Dai-nos força e coragem para sermos boas testemunhas de vosso amor.
T: Bendito e louvado seja o nosso Deus!


RITO DA COMUNHÃO (Diáconos e Ministros da Palavra)

Pres.: Rezemos, com amor e confiança, a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: T.: Pai nosso...

Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador.
T.: Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!

Pres.: Rezemos juntos a oração da Paz:

Pres.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Amém.
Pres.: A paz do Senhor esteja sempre com todos vocês!
T.: O amor de Cristo nos uniu.

Pres.: Meus irmãos, saudai-vos uns aos outros em Cristo.

Pres.: (mostrando a hóstia consagrada)
Eu sou o Pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou a videira e vós sois os ramos. Quem permanecer unido a mim, este dará muito fruto. Eu sou o bom Pastor. O Bom Pastor dá a vida pela sua ovelha. Vós que estais cansados e fatigados, vinde a mim e Eu os aliviarei de vossos fardos. ... Felizes os convidados para a ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, Eis aquele que tira o pecado do mundo.
T.: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo. 
Pres.: (Que o Corpo de Cristo nos guarde para a vida eterna).
T: Amém.   à   Comunhão


sexta-feira, 20 de maio de 2016

SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE JESUS CRISTO, Corpus Christi, subsídios homiléticos, homilias

SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE JESUS CRISTO

ADAPTAÇÃO: DIÁCONO ISMAEL – ANO 2016


EUCARISTIA: EIS O MISTÉRIO DA FÉ!

01. ACOLHIDA
Animador(a) - Queridos irmãos e irmãs, Hoje, Deus nos reúne para festejar Jesus Cristo na Eucaristia, a nova e eterna aliança que firmou com a humanidade. Nesta solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, somos convidados a anunciar o Evangelho na fidelidade a Cristo e aos irmãos. A Eucaristia é, por excelência, “mistério de fé”. A fé da Igreja alimenta-se, de modo particular, da mesa da Eucaristia. Vivendo em plenitude esta solenidade, em comunhão com o Pai e com os irmãos. Cantemos:

[Procissão de entrada: crucifixo, velas, EVANGELIÁRIO (diácono), leitores, ministros, presbíteros e presidente.]

02. 1. CANTO DE ABERTURA

Presidente - Reunidos no amor de Cristo como comunidade nascida de seu coração aberto na cruz, façamos o sinal da nossa fé, cantando.
T.: Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo. Amém!

Animador(a) - Irmãos amados, o pão nosso de cada dia nos dai hoje! O pão que dá a vida é o próprio Jesus Cristo. Na oferta de si, Ele nos convida a partilhar o que temos e somos como uma oferta de amor e louvor. Eucaristia é oferta de Cristo e nossa como seus discípulos.

Pres.: Irmãos eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito para obedecer a Jesus Cristo e participar da bênção da aspersão do seu sangue, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente.
T. Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.

3. ATO PENITENCIAL
Pres.:  O Senhor Jesus, que nos convida à mesa da Palavra e da Eucaristia, nos chama à conversão. Reconheçamos ser pecadores e invoquemos com confiança a misericórdia do Pai. (pausa). Cantemos:      

Canto do perdão:
Senhor, tende piedade / e perdoai a nossa culpa; / e
perdoai a nossa culpa!
Porque nós somos vosso povo, / que vem pedir vosso perdão!
Cristo, tende piedade / e perdoai a nossa culpa; / e perdoai
a nossa culpa!
Porque nós somos vosso povo, / que vem pedir vosso perdão!
Senhor, tende piedade / e perdoai a nossa culpa; / e
perdoai a nossa culpa!
Porque nós somos vosso povo, / que vem pedir vosso perdão!

Pres.: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos
pecados e nos conduza à vida eterna.
 T. Amém.

4. HINO DE LOUVOR
Glória, glória! Anjos no céu / cantam todos seu amor!
/ E na terra, homens de paz: / “Deus merece o louvor!”
1. Deus e Pai, nós vos louvamos, / adoramos, bendizemos,
/ damos glória ao vosso nome, / vossos dons agradecemos.
2. Senhor nosso Jesus Cristo, / Unigênito do Pai, / Vós,
de Deus Cordeiro santo, / nossas culpas perdoai.
3. Vós, que estais junto do Pai / como nosso intercessor,
/ acolhei nossos pedidos, / atendei nosso clamor.
4. Vós somente sois o Santo, / o Altíssimo, o Senhor, /
com o Espírito Divino, / de Deus Pai no esplendor.

5. ORAÇÃO                                                          [ MISSAL PG 381 ]
Pres.:  Oremos: (pausa) Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
T. Amém.

Animador(a)  A fé cristã só tem sentido quando doada a serviço do outro. Os doze cestos de pedaços nos recordam a partilha feita com amor,  tal qual Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote, fez com sua vida para nossa reconciliação com Deus

6. PRIMEIRA LEITURA (Gn 14,18-20)

07. SALMO RESPONSORIAL (109)
Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec! (bis)

8. SEGUNDA LEITURA (1Cor 11, 23-26) Leitura do Livro do Gênesis.
Naqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra! Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo. Palavra do Senhor.

09. SEQUÊNCIA DE CORPUS CHRISTI

Terra, exulta de alegria, / louva teu pastor e guia / :Com teus hinos, tua voz.: (Bis).
Tanto possas, / tanto ouses, / em louvá-lo não repouses. / :Sempre excede o teu louvor.: (Bis).
Hoje a Igreja te convida: / ao pão vivo que dá vida / :vem com ela celebrar!: (Bis).
 Este pão, que o mundo creia, / por Jesus, na santa ceia, / :foi entregue aos que escolheu.: (Bis).
Nosso júbilo cantemos, / nosso amor manifestemos, / :pois transborda o coração.: (Bis).
Quão solene a festa, / o dia; / que da santa eucaristia / nos recorda a instituição.: (Bis).
Novo Rei e nova mesa, / nova Páscoa e realeza, / :foi-se a páscoa dos judeus.: (Bis).
Era sombra o antigo povo, / o que é velho cede ao novo, / :foge a noite, chega a luz.: (Bis).
O que o Cristo fez na ceia, / manda à Igreja que o rodeia / :repeti-lo até voltar.: (Bis).
Seu preceito conhecemos: / pão e vinho consagremos / :para a nossa salvação.: (Bis)

10. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
Aleluia, aleluia, aleluia. (Bis)
Eu sou o pão vivo descido do céu; / quem deste pão
come, sempre há de viver.

11. EVANGELHO (Lc 9,11b-17) Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. T. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam. A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. Os discípulos assim o fizeram, e todos se sentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram. Palavra da Salvação.

12. PARTILHA DA PALAVRA  (Homilia)

12. PROFISSÃO DE FÉ
T. Creio em Deus Pai todo-poderoso...

12. PRECES DA COMUNIDADE
Diácono: Apresentemos as preces que brotam de nosso coração agradecido, bendizendo a Deus pelo dom de Sua vida doada a nós em cada eucaristia.

(Preces da comunidade)
L.
T.

Diácono: Deus da vida, dai-nos aquilo de que necessitamos e vinde em auxílio de nossa fraqueza. P.C.N.S.
T. Amém.                                        
LITURGIA EUCARÍSTICA

Animador(a):   Levemos ao altar nosso pão e nosso vinho para que, lenificados
pela graça de Deus, nos sejam devolvidos como o Corpo e o Sangue do Senhor, partilhados
conosco, para que partilhemos a vida como Ele.

14. APRESENTAÇÃO DOS DONS
Canto:

15. ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS                        403 à [ MISSAL PG 381 ]
Pres.: Orai, irmãos e irmãs...
T. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para a glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.

Pres.: Concedei, ó Deus, à vossa Igreja os dons da unidade e
da paz, simbolizados pelo pão e o vinho que oferecemos
na sagrada Eucaristia. P.C.N.S.
T. Amém.
16. ORAÇÃO EUCARÍSTICA III
Prefácio da Santíssima Eucaristia, II                                   [ MISSAL PG 440 ]
Os frutos da Santíssima Eucaristia
Pres.: O Senhor esteja convosco.
                                                 
                                     SANTO, SANTO, SANTO               [ MISSAL PG 482 ]

..............
...............

Pres.: Por Cristo, com Cristo, em Cristo,                       [ MISSAL PG 500 ]

18. ABRAÇO DA PAZ
Diácono: Como filhos e filhas do Deus da paz, saudemo-nos com um gesto de comunhão fraterna.

  Eis o   Cordeiro...                      

17. RITO DA COMUNHÃO
Animador(a):   Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele, diz o Senhor.

18. CANTO DE COMUNHÃO

[APÓS a comunhão, preparar o Ostensório para a procissão]

19. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pres.:  Oremos: (pausa) Dai-nos, Senhor Jesus, possuir o gozo eterno da vossa divindade, que já começamos a saborear na terra, pela comunhão do vosso Corpo e do vosso Sangue. Vós, que viveis e reinais para sempre.
T. Amém.

PROCISSÃO COM O SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Presidente - Em silêncio, adoremos o Senhor da vida e da história. (pausa)

Animador(a) - A Eucaristia é a maneira como Jesus continua nos amando através dos tempos para que cada um de nós se transforme e viva seu amor. Manifestando nosso desejo de viver em comunhão com Jesus e os irmãos, vamos iniciar nossa procissão, louvando e adorando a Jesus no Santíssimo Sacramento.
[ Inicia-se a procissão: à frente vai o incenso, o crucifixo, velas e o Santíssimo. Preparar em lugar bem visível as paradas com os símbolos e o lugar para o Santíssimo.
Iniciando a procissão, tocam-se sinos e campainhas e canta-se.

1 - Glória a Jesus na Hóstia Santa que se consagra sobre o altar e aos nossos olhos se levanta para o Brasil abençoar.
Que o Santo Sacramento que é o próprio Cristo Jesus, seja adorado e seja amado nesta terra de Santa Cruz. (bis)
2 - Glória a Jesus prisioneiro do nosso amor, a esperar. Lá no Sacrário, o dia inteiro, que o vamos todos procurar.
3 - Glória a Jesus, Deus escondido, que vindo a nós na comunhão. Purificado, enriquecido, deixa nos sempre o coração.                      
4 - Glória a Jesus, que ao rico, ao pobre, se dá na Hóstia em alimento e faz do humilde e faz do nobre um outro Cristo em tal momento.

- 1ª PARADA (o local está enfeitado com símbolos)
EUCARISTIA E A FÉ (homens e mulheres)

Leitor(a) 1 - A Fé nos introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja. Atravessar aquela Porta significa embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início com o nosso batismo, onde nossos pais falaram em nosso nome e hoje aqui estamos para isso confirmar. Esta nossa caminhada é uma afirmação de que adoramos a Jesus, Verbo do Pai encarnado, que nos foi enviado para ser o nosso libertador, o nosso caminho para o Pai. Com a sua morte e ressurreição, Jesus nos ensina que a Vida doada por amor jamais é vida perdida, mas, por ser vida em Deus, permanece eternamente.

Leitor(a) 1 - Rezemos.
Mulheres - Senhor Jesus, Tu és o Caminho! Em meio a sombras e luzes, alegrias e esperanças, tristezas e angústias, Tu nos levas ao Pai. Não nos deixes caminhar sozinhos. Fica conosco, Senhor!
Homens - Tu és a Verdade! Desperta nossas mentes e faze arder nossos corações com a tua Palavra. Que ela ilumine e aqueça os corações sedentos de justiça e santidade. Ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti! Fica conosco, Senhor!
Mulheres - Tu és a Vida! Abre nossos olhos para te reconhecermos no “partir o Pão”, sublime Sacramento da Eucaristia! Alimenta-nos com o Pão da Unidade. Sustenta-nos em nossa fragilidade. Consola-nos em nossos sofrimentos, faze-nos solidários com os pobres, os oprimidos e excluídos. Fica conosco, Senhor!
Homens - Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida, no vigor do Espírito Santo, faze-nos teus discípulos missionários! Com a humilde serva do Senhor, nossa Mãe Aparecida, queremos ser: alegres no caminho para a Terra Prometida! Corajosas testemunhas da verdade libertadora! Promotores da vida em plenitude! Fica conosco, Senhor! Amém!

[ faz-se silêncio, enquanto Santíssimo é incensado)               
Pres: Graças e louvores sejam dados a todo momento (3X)
Todos: Ao Santíssimo e Divino Sacramento.

Pres: Que o Senhor, Deus misericordioso, abençoe esta casa com todos os seus familiares (traça o sinal da Cruz com o Ostensório)

[ Em seguida a procissão segue com os símbolos desta parada, cantando. ]

1 - Senhor, eu sei que é teu este lugar, todos querem te adorar, toma tu a direção. Sim ó vem, ó Santo Espírito os espaços preencher. Reverência a tua voz vamos fazer.
Podes reinar Senhor Jesus, ó sim. O teu poder teu povo sentirá. Que bom, Senhor, saber que estás presente aqui. Reina Senhor, neste lugar.
2 - Visita cada irmão, ó meu Senhor, dá-lhe paz interior e razões pra Te louvar. Desfaz toda tristeza, incerteza, e o desamor, glorifica o Teu nome, ó meu Senhor.

- 2ª PARADA - (o local está enfeitado com símbolos- Jovens apresentam um cartaz)

EUCARISTIA: FRATERNIDADE E JUVENTUDE. EIS-ME AQUI, ENVIA-ME!

Leitor 2 - A Igreja do Brasil, deseja refletir, rezar com os jovens, reapresentando - lhes o Evangelho como sentido de vida e ao mesmo tempo, como missão. Desejamos que todos os jovens sejam verdadeiros missionários e missionárias em nossa Igreja. Jovens evangelizando jovens.
Meninas e moças - Maria, Mãe das Dores, nos acompanhe neste tempo de conversão! Com ela digamos:
Todos: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”.
Meninos e rapazes - Por ela acompanhados repitamos as palavras do profeta Isaías.
Todos: Eis-me aqui, envia-me!                  
Meninas  e moças- Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou teu povo! Eu tenho fome de justiça e de amor, quero ajudar a construir um mundo novo.
Meninos e rapazes - Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou teu povo! Para
formar a rede da fraternidade, e um novo céu, uma nova terra, a tua vontade. Todos: Eis-me aqui, envia-me, Senhor!

[ faz-se silêncio, enquanto Santíssimo é incensado)

Pres: Graças e louvores sejam dados a todo momento (3X)
Todos: Ao Santíssimo e Divino Sacramento.

Pres: Que o Senhor, Deus misericordioso, abençoe esta casa com todos os seus familiares (traça o sinal da Cruz com o Ostensório)

[ Em seguida a procissão segue com os símbolos desta parada, cantando. ]

Canto: ESTÁS ENTRE NÓS
Tu és minha vida, outro Deus não há. Tu és minha estrada, a minha verdade.
Em tua palavra eu caminharei, enquanto eu viver e até quando Tu quiseres.
Já não sentirei temor, pois estás aqui, Tu estás no meio de nós!

Creio em ti Senhor, vindo de Maria, Filho Eterno e Santo, homem como nós.
Tu morreste por amor, vivo estás em nós, Unidade trina com o Espírito e o Pai. E um dia, eu bem sei, Tu retornarás. E abrirás o  Reino dos céus!

Tu és minha força, outro Deus não há. Tu és minha paz, minha liberdade.
Nada nesta vida nos separará. Em tuas mãos seguras minha vida guardarás.
Eu não temerei o mal, Tu me livrarás.  E no Teu perdão viverei!

Ó Senhor da vida, creio sempre em Ti! Filho Salvador, eu espero em Ti.
Santo Espírito de Amor, desce sobre nós. Tu de mil caminhos nos conduzes a uma fé. E por mil estradas onde andarmos nós, Qual semente nos levarás.

- 3ª PARADA – EUCARISTIA: IGREJA COMO COMUNIDADE A SERVIÇO DA VIDA. (catequistas)
Leitor(a) 3 – A Igreja quer reavivar nossa fé e nosso compromisso alicerçado em Jesus Cristo, razão do nosso ser, origem do nosso agir, motivo do nosso pensar e sentir. Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre!
Catequistas - A apresentação da mensagem evangélica, não é para a Igreja uma contribuição facultativa, é um dever que lhe incumbe por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Essa missão nos foi confiada por intermédio do nosso batismo.
Todos: Pelo Batismo recebemos uma missão: trabalhar pelo Reino do Senhor. Catequistas: Vamos anunciar o Evangelho para os povos, vamos ser profetas, sacerdotes, reis, pastores. Vamos anunciar a Boa-Nova de Jesus.
Todos: Como profetas recebemos uma missão; ser fermento, sal e luz, levando a todos a mensagem do cristã.
Catequistas - É necessário reavivar sempre o nosso amor pelos ensinamentos de Jesus, estar sempre presente nas formações permanentes de nossa Paróquia e estimular todos os batizados a tomarem consciência de que só com Jesus poderemos caminhar rumo ao Pai.
Todos: O Evangelho não pode ficar parado: vou anunciá-lo  com palavras e atos. Sou mensageiro enviado do Senhor; onde houver trevas irei levar a luz.

Leitor(a) 3 – Nossa Diocese tem como primeira Meta “Ser uma Igreja em estado permanente de missão”:
Todos: “Jesus Cristo, o grande missionário do Pai, envia, pela força do Espírito, seus discípulos em constante atitude de missão: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!’”;

Leitor(a) 3 – Nossa segunda meta é fazer de nossa igreja “Casa da iniciação à vida cristã”:
Todos: “Continuar, em nossas comunidades, o processo de iniciação à vida cristã que conduza a um encontro pessoal, cada vez maior com Jesus Cristo”.

Leitor(a) 3 – Nosso terceiro objetivo é fazer da Igreja “Lugar da animação bíblica da vida e da pastoral”:                    

Todos: “Vinculado à iniciação à vida cristã, somos convidados a redescobrir o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo”.

Leitor(a) 3 – Nosso quarto objetivo é fazer da Igreja  “Comunidade de comunidades”:
Todos: “O discípulo missionário de Jesus Cristo faz parte do Povo de Deus e vive sua fé em comunidade. Sem vida em comunidade, não há como viver a proposta do Reino de Deus”.

Leitor(a) 3 – Nosso quinto objetivo é estar  “A serviço da vida plena para todos”:
Todos: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, diz Jesus Cristo.

[ faz-se silêncio, enquanto Santíssimo é incensado)

Pres: Graças e louvores sejam dados a todo momento (3X)
Todos: Ao Santíssimo e Divino Sacramento.

Pres: Que o Senhor, Deus misericordioso, abençoe esta casa com todos os seus familiares (traça o sinal da Cruz com o Ostensório)

[ Em seguida a procissão segue com os símbolos desta parada, cantando. ]

DEUS DE AMOR
1. Deus de Amor, nós te adoramos neste Sacramento, Corpo e sangue que fizeste nosso alimento. És o Deus escondido, vivo e vencedor, a teus pés depositamos todo o nosso amor.
2. Meus pecados redimiste sobre tua cruz, com teu Corpo e com teu Sangue, Ó
Senhor Jesus! Sobre os nossos altares, vítima sem par, teu divino sacrifício queres renovar.
3. No Calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se esconde tua
humanidade. Creio em ambas e peço, como o bom ladrão. No teu Reino,
ternamente, tua salvação.                        
4. Creio em ti ressuscitado, mais que São Tomé, mas aumenta na minh’alma o
poder da fé. Guarda a minha esperança cresce o meu amar. Creio em Ti
ressuscitado, meu Deus e Senhor.
5. Ó Jesus que nesta vida, pela fé eu vejo, realiza, eu te suplico, este meu desejo: ver-te, enfim, face a face, meu divino amigo, lá no céu, eternamente ser feliz contigo.

- 4ª PARADA – A EUCARISTIA QUE FAZ A IGREJA
(-O CONCÍLIO VATICANO II -)

Leitor(a) 4: Em 1962, o Papa João XXIII, traçou a renovação para toda a Igreja. Ele disse que o Concílio era chamado a celebrar solenemente a união de Jesus Cristo com a sua Igreja; isto é, promover um conhecimento amplo e objetivo das possibilidades da Igreja frente à sociedade humana e ao futuro, realizando um profundo analise dos sinais dos tempos. Seria Um Concílio da Igreja sobre a Igreja. Antes de tudo, um grande evento eclesial, uma extraordinária Epifania e um novo Pentecostes.
Todos: No dia 3 de junho de 1963, no dia de Pentecostes, o Papa João XXIII celebrou sua páscoa pessoal, entrando na glória dos justos.
Leitor(a) 4: O novo Papa eleito, Paulo VI, reiniciou os trabalhos conciliares até seu encerramento no dia da Imaculada Conceição de Maria: 8 de dezembro de 1965.
Todos: O Concílio Vaticano II produziu Constituições dogmáticas, Decretos e Declarações que estão ajudando a Igreja a caminhar em meio a tantas dificuldades.
Leitor(a) 4: Neste Concílio Temos 4 Constituições Dogmáticas:
Sobre a Sagrada Liturgia Cristã, para uma renovação da liturgia;
Sobre a Divina Revelação, os princípios de interpretação e apostolado Bíblico;
Sobre a Igreja, a sua natureza e missão universal;
Sobre a Igreja no mundo de hoje colocando-se a serviço da humanidade na solução dos problemas e desafios. 

Todos: A nossa Igreja se renova sob as luzes do Espírito Santo, que Jesus nos enviou. O Apóstolo João nos diz: “Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse." (São João 14, 26)

Leitor(a) 4: Temos depois 9 Decretos:
– O Decreto sobre as Igrejas Orientais Católicas, para renovar a missão -- O Decreto sobre o Ecumenismo para restaurar a unidade dos cristãos.
– O Decreto sobre os Meios de Comunicação Social.
- O Decreto sobre a Atividade missionária da Igreja.
- O Decreto sobre o ministério dos presbíteros na Igreja.
- O Decreto sobre o ministério pastoral dos Bispos.
– O Decreto sobre a vida consagrada e institutos de vida secular.
– O Decreto sobre a formação presbiteral.
- O decreto sobre o ministério dos leigos e leigas na transformação do mundo.
Todos: O Espírito Santo nos conduz. São João nos diz: O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. ( João 15, 26)

Leitor(a) 4: Finalmente, 3 Declarações:
– A Declaração sobre os princípios da educação cristã.
– A Declaração sobre a relação da Igreja católica com as religiões não-cristãs.
- A Declaração sobre a liberdade religiosa.
Todos: Nestes dias olhamos para o nosso Papa Francisco e pedimos a Deus que o cumule de santa sabedoria para conduzir os caminhos da Igreja hoje... Rezamos uma Ave-Maria para que nossa Mãe o proteja. Ave Maria...
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 NA IGREJA - ORAÇÃO E BÊNÇÃO

Pres: Graças e louvores sejam dados a todo momento (3X)
Todos: Ao Santíssimo e Divino Sacramento.

Pres: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. (3X)
Todos: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

CANTO
1 - Tão Sublime Sacramento adoremos neste altar. Pois o Antigo Testamento deu ao Novo o seu lugar. Venha a fé por suplemento os sentidos completar.
2 - Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador. Ao Espírito exaltemos, na Trindade, eterno amor. Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor. Amém. Amém!
Pres: Do Céu nos destes o pão.
Todos: Que contém todo sabor!

Presidente - OREMOS - Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixaste o memorial da vossa Paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, para que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, e o
Espírito Santo. Amém.

[ Neste momento faz-se a bênção com o Santíssimo. ] (Todos se ajoelhem)

(O Presidente inicia e todos continuam) (Todos em Pé)
Pres: Bendito seja Deus.
Todos: Bendito seja seu Santo nome.
Bendito seja Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Bendito seja o nome de Jesus...  //
Bendito seja o seu Sacratíssimo Coração.
Bendito seja seu preciosíssimo Sangue.
Bendito seja Jesus no Santíssimo Sacramento do Altar.
Bendito seja o Espírito Santo Paráclito.
Bendita seja a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima.
Bendita seja a sua Santa e Imaculada Conceição.
Bendita seja a sua gloriosa Assunção.
Bendito seja o nome de Maria, Virgem e Mãe.
Bendito seja São José, seu castíssimo Esposo.
Bendito seja Deus, nos seus anjos e nos seus Santos.
Deus e Senhor nosso, protegei a vossa Igreja, dai-lhe santos pastores e dignos
ministros, derramai vossas bênçãos sobre o nosso Santo Padre, o Papa Francisco, sobre o nosso Bispo, Dom Nelson, sobre o nosso pároco, sobre todo o clero; sobre o chefe da Nação e do Estado e sobre todas as pessoas constituídas em dignidade, para que governem com justiça. Dai ao povo brasileiro paz constante e prosperidade completa. Favorecei com os efeitos contínuos de vossa bondade, o Brasil, este Bispado, a Paróquia em que habitamos, a cada um de nós em particular e a todas as pessoas por quem rezamos, ou que se recomendaram às nossas orações. Tende misericórdia dos fiéis falecidos. Dai-lhes, Senhor, o descanso e a luz eterna. Amém.

[ Enquanto se guarda o Santíssimo, canta-se)

23. CANTO FINAL
Louvado seja o meu Senhor. (4x)
1 - E por todas as criaturas, pelo sol e pela lua, pelas estrelas no firmamento, pela água e pelo fogo.
2 - Por aqueles que agora são felizes. Por aqueles que agora choram, por aqueles que agora nascem,
por aqueles que agora morrem.
3 - O que dá sentido à vida é amar-te e louvar-te, para que a nossa vida seja sempre uma canção.

Pres: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
T: Para sempre seja louvado.
Pres: Irmãos e irmãs, Ide em Paz e o Senhor vos acompanhe.
T: Demos graças a Deus.              

        
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Tema da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

No centro da Solenidade deste domingo está quer a celebração de Deus que alimenta o seu povo e que, no seu Filho, dá-lhe o alimento supremo e eterno, quer a grande Eucaristia dos crentes.
Para exprimir esta oração de louvor e de agradecimento, que dirigimos ao Senhor acolhendo o dom do seu amor, a Escritura emprega duas palavras: a bênção (primeira leitura) e a ação de graças (segunda leitura).
Estas duas dimensões de oração estão intimamente ligadas e devem habitar a nossa vida para além da missa, para testemunhar todo o amor com o qual Cristo ama os homens (Evangelho).
A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é a festa da Pessoa de Cristo. Ao levantarmos os olhos para o Pão e o Vinho consagrados, só podemos dizer: «É mesmo Ele! Meu Senhor e meu Deus!»


LEITURA I – Gen 14, 18-20

Breve comentário à primeira leitura.
Na história do povo de Deus, o rei Melquisedec só intervém uma vez, no seu encontro com Abraão. Mas este episódio teve uma importância decisiva para a ação de Jesus.
O Antigo testamento está cheio de sacrifícios sangrentos. Mas eis aqui um sacrifício sem qualquer efusão de sangue. Melquisedec, um rei sacerdote, oferece diante de Abraão pão e vinho. Os cristãos reconheceram nesse gesto um anúncio da Eucaristia e muitas vezes representaram este sacrifício nas pinturas e vitrais das igrejas, na proximidade do altar. Reconhecemos também neste episódio antigo um traço da pedagogia divina, que provocou continuamente o seu Povo a purificar as suas práticas sacrificiais, para prepará-lo para acolher a ação definitiva do seu Filho.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 109 (110)



LEITURA II – 1 Cor 11, 23-26

Breve comentário à segunda leitura.
As dificuldades surgidas na primeira comunidade de Corinto tinham incitado o apóstolo Paulo a recordar por escrito o que comporta a celebração do grande mistério da fé, a Eucaristia.
Nesta narração da instituição da Eucaristia, Paulo põe na boca de Jesus uma dupla «ordem de reiteração». Depois da fração do pão, e mesmo antes de lhes dar o cálice, Jesus diz aos Apóstolos: «Fazei isto em memória de Mim». Palavra explícita, fundadora da nossa prática eucarística. E Jesus explica todo o alcance deste memorial, tal como o canta a anamnese: proclamar o que Jesus fez por nós (dom da sua vida), celebrar a sua Ressurreição que nos salva, esperar a sua vinda na glória.
O que os Apóstolos nos dizem da Eucaristia está nestas breves linhas de uma carta de São Paulo. Que diferenças entre as primeiras celebrações e as nossas, atualmente. Paulo dá-nos indicações importantes: refere-se, em primeiro lugar, à tradição que ele mesmo recebeu, e esta tradição vem do próprio Senhor, que deu a ordem de «refazer isso em memória dele»; indica, em seguida, que esta celebração recebida da tradição está integrada numa refeição, como a fração do pão na última Ceia e as refeições do Ressuscitado com os seus discípulos, em Emaús e em Jerusalém. Esta refeição coloca-nos em situação de esperança, sempre na espera do regresso do nosso Mestre Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor.


SEQUÊNCIA

ALELUIA – Jo 6,51 
Aleluia. Aleluia.

Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente.

 EVANGELHO – Lc 9, 11b-17

Breve comentário ao Evangelho.
A refeição da fração do pão, que Jesus celebrou com os seus discípulos, é destinada ao conjunto do seu povo. O próprio Jesus significou isso alimentando a multidão que O seguia, como Deus o havia feito outrora no deserto.
Para viver, é preciso comer. E como Deus nos quer vivos, Ele próprio intervém. Como um Pai que cuida dos seus filhos, quando estes não encontram o alimento necessário. A tradição de Israel tinha guardado a memória de uma intervenção providencial, em que Deus tinha alimentado o seu povo no deserto, depois da saída do Egito, com o maná e as codornizes (Ex 16); era um pão vindo do céu, portanto, de Deus.
Por seu lado, Jesus alimenta o povo que está quase a fracassar. Vários detalhes anunciam a Eucaristia: Jesus parte os pães e fá-los distribuir pelos seus discípulos, como na comunhão: o povo está organizado, os Apóstolos fazem o serviço, é a Igreja; no deserto, o maná era apenas suficiente, mas aqui, no banquete do Senhor, restam cestos cheios, porque o pão de Jesus é-nos oferecido generosamente, para que tenhamos a vida em abundância (Jo 10,10).
É impossível isolar a «ordem de reiteração» da Eucaristia propriamente dita de outras ordens que Jesus nos deu: muito próximo da Eucaristia, há o «exemplo» do lava-pés; há ainda o «mandamento do amor» e a necessidade primordial de amar o nosso próximo; e hoje, o apelo a darmos nós mesmos de comer àqueles que nada têm que comer. Significando já o Reino onde todos os bens superabundam, Jesus recorda que Ele quer associar desde já todos os batizados à sua construção, ao seu anúncio. E para isso, Ele santifica-nos com a sua própria vida.
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Homília de Dom Nelson Westrupp

Meus irmãos e irmãs, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
É uma alegria, muito grande, podermos Celebrarmos esta solenidade tão importante para nossa Igreja.  Sejam todos e todas bem vindos a esta nossa Celebração.
Não existe companhia melhor, do que ter Jesus conosco. Quantas pessoas poderiam estar conosco e não estão. Quantas pessoas, que preferem outras companhias, ao invés da companhia de Jesus. Por isso, devemos ter estas pessoas em nosso coração, no dia de hoje, e pedir a Jesus Eucarístico, que tenha misericórdia de todas as pessoas que vivem afastadas dele. Hoje é um dia, que através da procissão do Corpo e do Sangue do Senhor, demonstrar a nossa fé da presença real de Jesus Eucarístico. Sabemos, que Jesus Eucarístico é o grande tesouro de nossa Igreja. Por isso, vale a pena estarmos aqui a celebrar o corpo e o sangue do Senhor, grande sinal do amor de Deus para conosco. A Igreja mostra ao mundo a presença de Cristo em nosso meio e convida-o a adorá-lo. Nossa fé deve se concentrar no sacramento em que Cristo se entregou totalmente a si mesmo: corpo e sangue, alma e divindade. Desde mil duzentos e sessenta e quatro  a Igreja vem celebrando a festa de adoração, de contemplação e de exaltação do tesouro mais importante do povo de Deus, que herdou de Cristo, ou seja, o sacramento da sua própria presença. A festa do Corpo e do Sangue do Senhor é a essência e podemos dizer, o resumo da história da salvação. Ela se celebra e se vive o mistério pascal, atualizando a Páscoa do Senhor. A Eucaristia é o mistério de nossa fé e isto dizemos em todas as nossas Celebrações.
Sendo mistério de nossa fé, o Corpo do Senhor, revestindo-se de aparências, quis, desta maneira, colocar-se ao nosso alcance. Assim, podemos tocá-lo e consumi-lo; fazer de Cristo o nosso próprio alimento. Ao tocarmos seu corpo e seu sangue, com os olhos da fé, e com o coração, poderíamos ter o desejo de comunica-lo, de leva-lo aos outros irmãos nossos. Especialmente àqueles que têm dificuldade de crer na presença real de Jesus na Eucaristia. A Celebração do dia de hoje quer significar um ato público de adoração, um ato público de fé no Cristo, realmente presente no mistério Eucarístico. Participar da procissão do Santíssimo é um modo de se proclamar, que de fato queremos ser discípulos e discípulas de Jesus e queremos seguir Jesus Cristo, atualizando o seu jeito de ser, comprometendo-nos a adorá-lo na vida daqueles que necessitam de nosso carinho, da nossa misericórdia, da nossa solidariedade, do nosso amor ou seja, servindo de fato a estes irmãos e irmãs, que são, de fato, o sacramento do corpo de Jesus. Levando a Eucaristia pelas ruas da cidade, como fizemos no dia de hoje, queremos imergir o Pão que desceu do céu, imergir em nosso viver. Queremos que Jesus caminhe no meio de nós onde nós caminhamos, que viva onde nós vivemos: Ele está, de fato, no meio de nós. O nosso mundo, a nossa vida, as nossas coisas, devem tornar-se seu templo. Queremos proclamar, que a Eucaristia é tudo, para nós católicos. É nosso maior tesouro, é nossa própria vida, a fonte do amor que vence a morte. Da comunhão com Cristo Eucarístico brota a caridade e transforma nossa existência, ampara o caminho de todos nós rumo à casa do Pai. A Eucaristia é sinal de comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs. Por isso, é inconcebível participar, fervorosamente, da Celebração Eucarística (missa), comungar e ficar indiferente diante do próximo. A Eucaristia é fração do Pão. Ela exige, como vimos no Evangelho, exige partilhar, exige repartir. O Pão partido na Eucaristia deve levar a partilha do pão da caridade, a sermos sensíveis a quem padece de alguma necessidade. Quem recebe Jesus Eucarístico deve, necessariamente, assemelhar-se a Cristo, ou seja, tornar-se com Ele um dom aos outros. Aliás, a plenitude do cristão é ser pão de quem tem fome. Cabe a nós dar de comer a quem tem fome de pão, mas também quem tem fome de justiça, de paz e de amor.
Não há Eucaristia se não houver partilha. O Pão sagrado que recebemos na mãe e no coração, deve ser, por excelência, um sinal do amor do Pai, que cuida de todos seus filhos e filhas e que não exclui ninguém do banquete da vida.
Assim sendo, irmãos e irmãs, o Corpo e o Sangue de Cristo exigem de nós doação de nossa vida na defesa, principalmente, dos mais necessitados. Neste sentido, a festa de hoje pode ser ocasião especial para recuperarmos o amor à Eucaristia, enquanto sacramento, que nos torna participantes da causa de Cristo. Se nossa adoração a Cristo Eucarístico não levar a uma vida coerente com as suas propostas, ou seja, se nosso amor à Eucaristia  não for expresso no amor ao próximo, de nada adiantaria, pois, amando os irmãos e irmãs, principalmente os que mais sofrem, é que fazemos memória da pessoa de Jesus. Quem toma do Pão e do Vinho, precisa estar consciente que assume compromisso de assemelhar-se a Cristo como Ele dizia e fazia. Eucaristia é impulso para  a vida. É impulso para a caminhada cristã, para a doação de si em prol dos outros, dos últimos que morrem de fome e de frio. Eucaristia não é apenas para ser adorada. Ela é, principalmente, para ser consumida. A Eucaristia é alimento, que aos poucos, deveria nos transformar no ressuscitado, tornando-nos capazes de nos darmos em alimento, nós mesmos, aos nossos semelhantes. “dai-lhe vós mesmo de comer”, dizia Jesus, a pouco, no Evangelho. Há, portanto, um vínculo íntimo entre a Eucaristia e a missão da Igreja. Cristo, Pão vivo que desceu do céu, é o único que pode saciar a fome do ser humano em todos os tempos e lugares. A Eucaristia impele todo aquele, que acredita no Cristo Eucarístico, a fazer-se pão repartido para a vida dos outros, a integrar-se numa sociedade justa e fraterna. O Pão Eucarístico que recebemos é a carne imaculada do filho de Maria Santíssima. Que ela nos ajude e nos acompanhe na missão de repartir o pão da vida com o mundo. Amém.

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 HOMILIA DE D. MANUEL CLEMENTE NO DIA De Corpus Christi ( 2007)

Não foi preciso muito tempo para que Paulo enunciasse o essencial da tradição cristã, como a recebera e agora passava aos cristãos de Corinto. E soava assim: “Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim’. Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o e memória de Mim’”.
E assim nos deixava tudo o que havemos de receber e anunciar como Igreja de Cristo: a memória viva “da morte do Senhor, até que Ele venha”. Na verdade, recebemos a sua morte, enquanto vida retribuída ao Pai e entregue a cada um de nós; entrega total, de “corpo e sangue”; realidade final, que vem e se completa em cada celebração eucarística, “pela vida do mundo”. Como prometera, noutro passo guardado do Evangelho de João (6, 51): “Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu hei de dar é a minha carne, pela vida do mundo”.
Sim, amados irmãos, o mundo tem fome. Fome de alimento material, numa tremenda contradição entre os recursos realmente disponíveis e a péssima distribuição deles, a nível local ou internacional, provocando a discrepância atroz e o insuportável escândalo de uns poucos morrerem de fartura e em cada minuto morrer alguém de extrema penúria, neste nosso planeta.
Mas fome também de humanidade, convivência e partilha. Fome do espírito, que precisa de alimento amigável e sublime, de companhia e cultura, contra a solidão que deprime e todas as ignorâncias que diminuem o que havíamos de ser.
Mas nós recebemos e transmitimos o mesmo que Paulo e todos os primeiros. Recebemos o dom de Deus, que em Cristo se faz alimento e companhia, vida doada e corpo entregue. Recebemo-lo sempre e hoje o adoramos de modo tão especial e solene. Em boa hora os nossos antepassados da Idade Média - sempre tão desejosos de “ver” a Deus e tornar mais sensível o que, de si, sempre ultrapassa a sensibilidade imediata – desenvolveram e estipularam esta celebração tocante do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Em boa hora o fizeram e em boa hora a continuamos nós. Tão grande é este mistério, de Deus se tornar em Cristo “corpo e sangue”, sacramento e dádiva de vida inteiramente partilhada conosco para saciar a nossa fome, que, ano após ano, se desdobra em motivos próprios de meditação e compromisso. Como será este, de a nossa tradição portuguesa lhe chamar “Corpo de Deus”, expressão recheada de significados úteis.
Expressão interessante, deveras. Faz-nos lembrar que, em Cristo, Deus tomou corpo neste mundo. Ora, por “corpo” entendemos a manifestação visível, a realidade e concretização material de um ser; e entendemos sobretudo de um ser em relação com os outros, relação que a mediação corpórea significa e permite. É muito importante lembrar isto agora, no nosso tempo e cultura, quando uma antropologia fraca e um pensamento débil dividem o indivíduo, separando o que se chamou corpo e alma, traduzindo esta como simples disposição subjetiva ou sensibilidade transitória e reduzindo o corpo a mero objeto de prazer e consumo, ao sabor dos devaneios…
Que importante é, então, lembrarmos o verdadeiro significado do corpo, manifestação autêntica do nosso ser em relação, só realizável em solidariedade e fidelidade, ou seja, como dádiva fiel e persistente. Assim mesmo e não de outra maneira, acreditamos nós e professamos a verdadeira incarnação do Filho eterno de Deus, que realmente se fez um de nós, ganhando de sua Mãe, a Santíssima Virgem Maria, a nossa comum natureza humana, resgatando-a da autodestruição do pecado e preenchendo-a da divindade que partilha com o Pai. Assim nos recria também no seu Espírito, para uma comunhão nova e última, onde a nossa dimensão corpórea expresse consequentemente aquela caridade “que nunca acabará”.
Sendo porventura menos teóricos e mais práticos, sejamos sempre mais evangélicos e eclesiais. Pois haverá algum relato da vida de Cristo, do “Corpo de Deus” entre nós, que não manifeste a realização corpórea – quer dizer visível, audível, tangível e próxima – do amor de Deus que está em Cristo e a sua relação com os outros, com cada um de nós? Na sua relação conosco hoje, pois que a ressurreição o torna presente em todo o lado, como corpo glorioso e ativo, em cada momento e local, falando-nos na Palavra, tocando-nos nos Sacramentos e na caridade eclesiais, convertendo-nos com o seu Espírito de amor, isto é de verdadeira e absoluta relação, com o Pai, com os outros, com o mundo inteiro.
É assim, amados irmãos, que o Corpo de Cristo, tomado de Maria, se entrega eucaristicamente e se alarga naqueles que o recebem, para chegar ao mundo e responder a cada fome do corpo ou do espírito. Lembra-o o Papa Bento XVI na exortação apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis (nº 15), em frases essenciais e programáticas: “A Eucaristia é, pois, constitutiva do ser e do agir da Igreja. Por isso, a antiguidade cristã designava com as mesmas palavras – corpus Christi - o corpo nascido da Virgem Maria, o corpo eucarístico e o corpo eclesial de Cristo. Bem atestado na tradição, este dado faz crescer em nós a consciência da indissolubilidade entre Cristo e a Igreja. Oferecendo-Se a Si mesmo em sacrifício por nós, o Senhor Jesus preanunciou de modo eficaz no seu dom o mistério da Igreja”.
Ou seja, havemos de ser o que Cristo foi, como corpo entregue e sangue derramado, como vida partilhada e doada para a salvação do mundo. Chamar-se-á a isto a verdadeira celebração da solenidade de hoje em cada dia da nossa vida, como Igreja no e para o mundo. Ou melhor, havemos de deixar que o Espírito de Cristo continue em nós a sua obra eucarística e salvadora.
Nem outra lição poderíamos tirar do Evangelho que escutámos. Estava ali a multidão faminta. Os discípulos julgavam-se naturalmente incapazes de alimentar tanta gente. Mas, bem no centro, estava Cristo e a sua ativa compaixão, donde tudo brotará sem dispensar a cooperação de ninguém. E a sua ordem foi como sabemos: “Dai-lhes vós de comer!”. Tinham cinco pães e dois peixes, coisa de nada para cinco mil homens. Com a bênção de Jesus, chegaram para todos e recolheram-se as sobras. Do pouco que os discípulos lhe ofereceram, Cristo fez alimento para a multidão, mas não dispensou esse pouco nem a colaboração dos discípulos na distribuição.
Tudo isto é conosco agora, amados irmãos. Está Cristo vivo, estamos nós com Ele, estão as necessidades do mundo… Celebramos o seu Corpo, somos o seu corpo eclesial, as suas mãos no mundo e para o mundo. Como não haveríamos de crescer em comunhão com Ele, para cumprirmos a vontade do Pai, que é a salvação de todos, na resposta completa às suas necessidades integrais, de corpo e espírito?!
Sejam esta celebração e este dia, de adoração e compromisso, eclesial e público, a realização em nós e por nós da caridade divina. Em dia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, recebamo-los e entreguemo-los no nosso próprio corpo e sangue – quer dizer, nas nossas vidas -, unidos no mesmo Espírito, para a esperança e salvação de todos.
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto


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