SOLENIDADE DO PENTECOSTES ano 2016
Introdução ao espírito da Celebração
Atenágoras
afirmou que «sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no
passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a
autoridade é um poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir
moral, um agir de escravos”.
“Mas, no Espírito, o cosmos é
enobrecido pela geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-Se presente; o
Evangelho faz-se poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a
autoridade transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir
humano é deificado».
Tema: “O
dom do Espírito nos faz um só corpo em Cristo Senhor.” O Espírito dá vida, renova, transforma
e faz nascer o Homem Novo.
Evangelho: A comunidade reunida à volta de Jesus
ressuscitado, pelo Espírito Santo, se torna uma nova comunidade que supera
limitações e medos e passam a ser testemunhas do Reino.
Primeira
leitura: É o Espírito
Santo que Cria nova comunidade, orienta e capacita para a missão.
Segunda
leitura: Paulo diz
que o Espírito Santo é a fonte viva da comunidade. É Ele que concede os dons e,
por isso, devem ser postos ao serviço de todos.
EVANGELHO (Jo 20,19-23) Proclamação do Evangelho de Jesus
Cristo segundo João.
Ao anoitecer daquele dia, o
primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar
onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles,
disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e
o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus
disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E
depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo.
A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os
perdoardes, eles lhes serão retidos”.
AMBIENTE - Este situa-nos no cenáculo, no próprio dia da ressurreição. Esta comunidade ainda não se encontrou com Cristo ressuscitado. É uma comunidade insegura e com medo. João situa no anoitecer do dia de Páscoa a recepção do Espírito pelos discípulos.
MENSAGEM - João começa por pôr em relevo a comunidade que perdeu as suas referências e a sua identidade e que não sabe, agora, a que se agarrar. Entretanto, Jesus aparece “no meio deles” e eles redescobriram o seu centro, o seu ponto de referência à volta do qual a comunidade se constrói e toma consciência da sua identidade. A comunidade cristã só existe de forma consistente se está centrada em Jesus ressuscitado.
Jesus começa por saudá-los,
desejando-lhes “a paz” da serenidade, da tranquilidade, da confiança, que
permitirão aos discípulos superar o medo e a insegurança: a partir de agora,
nem o sofrimento, nem a morte, nem a hostilidade do mundo poderão derrotar os
discípulos, porque Jesus ressuscitado está “no meio deles”.
Jesus “mostrou-lhes as mãos e o
lado”. São os “sinais” do amor total expresso na cruz. É nesses “sinais” que os
discípulos reconhecem Jesus. O fato de esses “sinais” permanecerem no
ressuscitado indica que Jesus será, de forma permanente, o Messias cujo amor se
derramará sobre os discípulos e cuja entrega alimentará a comunidade.
Vem depois a comunicação do Espírito. O gesto de Jesus de soprar sobre os discípulos reproduz o gesto de Deus ao comunicar a vida ao homem de argila (Gn 2,7). Com o “sopro” de Deus, o homem tornou-se um “ser vivente”; com este “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a vida nova e faz nascer o Homem Novo. Agora, os discípulos possuem a vida em plenitude e estão capacitados – como Jesus – para fazerem da sua vida um dom de amor aos homens. Animados pelo Espírito, eles formam a comunidade da nova aliança e são chamados a testemunhar – com gestos e com palavras – o amor de Jesus.
Vem depois a comunicação do Espírito. O gesto de Jesus de soprar sobre os discípulos reproduz o gesto de Deus ao comunicar a vida ao homem de argila (Gn 2,7). Com o “sopro” de Deus, o homem tornou-se um “ser vivente”; com este “sopro”, Jesus transmite aos discípulos a vida nova e faz nascer o Homem Novo. Agora, os discípulos possuem a vida em plenitude e estão capacitados – como Jesus – para fazerem da sua vida um dom de amor aos homens. Animados pelo Espírito, eles formam a comunidade da nova aliança e são chamados a testemunhar – com gestos e com palavras – o amor de Jesus.
Finalmente, Jesus diz qual a
missão dos discípulos: a eliminação do pecado. Os discípulos são chamados a
testemunhar no mundo essa vida que o Pai quer oferecer a todos os homens. Quem
aceitar essa proposta será integrado na comunidade de Jesus; quem não a aceitar
continuará a percorrer caminhos de egoísmo e de morte, isto é, de pecado. A comunidade,
animada pelo Espírito, será a mediadora desta oferta de salvação.
ATUALIZAÇÃO = A comunidade cristã só existe de forma consistente, se está centrada em Jesus. Jesus é a sua identidade e a sua razão de ser. É n’Ele que superamos os nossos medos, as nossas incertezas, as nossas limitações, para partirmos à aventura de testemunhar a vida nova do Homem Novo. As nossas comunidades são, antes de mais, comunidades que se organizam e estruturam à volta de Jesus? Jesus é o nosso modelo de referência? É com Ele que nos identificamos, ou é num qualquer ídolo de pés de barro que procuramos a nossa identidade? Se Ele é o centro, a referência fundamental, têm algum sentido as discussões acerca de coisas não essenciais, que às vezes dividem os crentes?
=
Identificar-se como cristão significa dar testemunho diante do mundo dos
“sinais” que definem Jesus: a vida dada, o amor partilhado. É esse o testemunho
que damos? Os homens do nosso tempo, olhando para cada cristão ou para cada comunidade
cristã, podem dizer que encontram e reconhecem os “sinais” do amor de Jesus?
= As comunidades construídas à
volta de Jesus são animadas pelo Espírito. O Espírito é esse sopro de vida que
transforma o barro inerte numa imagem de Deus, que transforma o egoísmo em amor
partilhado, que transforma o orgulho em serviço simples e humilde… É Ele que
nos faz vencer os medos, superar fracassos, derrotar o ceticismo e a desilusão,
reencontrar a orientação, readquirir a audácia profética, testemunhar o amor,
sonhar com um mundo novo. É preciso ter consciência da presença contínua do
Espírito em nós e nas nossas comunidades e estar atentos aos seus apelos, às
suas indicações, aos seus questionamentos.
PRIMEIRA LEITURA (At 2,1-11) Leitura dos Atos dos
Apóstolos.
Quando chegou o dia de
Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente,
veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde
eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e
pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam
em Jerusalém judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o
barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os
discípulos falar em sua própria língua. Cheios de espanto e admiração, diziam:
“Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os
escutamos na nossa própria língua? Nós que somos partos, medos e elamitas,
habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da
Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia
próxima de Cirene, também romanos
que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os
escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”
AMBIENTE - O livro dos “Atos” não pretende ser uma reportagem jornalística de acontecimentos históricos, mas sim ajudar os cristãos – desiludidos porque o “Reino” não chega – a redescobrir o seu papel e a tomar consciência do compromisso que assumiram, no dia do seu Batismo. É uma construção artificial, criada por Lucas com intenção teológica. Para apresentar a sua catequese, Lucas recorre às imagens, aos símbolos, à linguagem poética das metáforas. Ora, o interesse fundamental do autor é apresentar a Igreja como a comunidade que nasce de Jesus, que é assistida pelo Espírito e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto libertador do Pai.
MENSAGEM - Lucas coloca a experiência do Espírito no dia de Pentecostes. O Pentecostes era uma festa judaica, celebrada cinquenta dias após a Páscoa. Originariamente, era uma festa agrícola, na qual se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo; mas, no séc. I, tornou-se a festa histórica que celebrava a aliança, o dom da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus. Ao situar neste dia o dom do Espírito, Lucas sugere que o Espírito é a lei da nova aliança (pois é Ele que, no tempo da Igreja, dinamiza a vida dos crentes) e que, por Ele, se constitui a nova comunidade do Povo de Deus – a comunidade messiânica, que viverá da lei inscrita, pelo Espírito, no coração de cada discípulo (cf. Ez 36,26-28). O Espírito é apresentado como “a força de Deus”, através de dois símbolos: o vento de tempestade e o fogo. São os símbolos da revelação de Deus no Sinai, quando Deus deu ao Povo a Lei e constituiu Israel como Povo de Deus. Estes símbolos evocam a força de Deus, que vem ao encontro do homem, comunica com o homem e que, dando ao homem o Espírito, constitui a comunidade de Deus.
O Espírito (força de Deus) é
apresentado em forma de língua de fogo. A língua não é somente a expressão da
identidade cultural de um grupo humano, mas é também a maneira de comunicar, de
estabelecer laços duradouros entre as pessoas, de criar comunidade. “Falar
outras línguas” é criar relações, é a possibilidade de superar o gueto, o
egoísmo, a divisão, o racismo, a marginalização… Aqui, temos o reverso de
Babel: lá, os homens escolheram o orgulho, a ambição desmedida que conduziu à
separação e ao desentendimento; aqui, regressa-se à unidade, à relação, à construção
de uma comunidade capaz do diálogo, do entendimento, da comunicação. É o
surgimento de uma humanidade unida, não pela força, mas pela partilha da mesma
experiência interior, fonte de liberdade, de comunhão, de amor. A comunidade
messiânica é a comunidade onde a ação de Deus (pelo Espírito) modifica
profundamente as relações humanas, levando à partilha, à relação, ao amor.
É neste enquadramento que devemos
entender os efeitos da manifestação do Espírito: todos “os ouviam proclamar na
sua própria língua as maravilhas de Deus”. O elenco dos povos convocados e
unidos pelo Espírito atinge representantes de todo o mundo antigo, desde a
Mesopotâmia, passando por Canaã, pela Ásia Menor, pelo norte de África, até
Roma: a todos deve chegar a proposta libertadora de Jesus, que faz de todos os
povos uma comunidade de amor e de partilha. A comunidade de Jesus é assim
capacitada pelo Espírito para criar a nova humanidade, a anti-Babel. A
possibilidade de ouvir na própria língua “as maravilhas de Deus” outra coisa não
é do que a comunicação do Evangelho, que irá gerar uma comunidade universal.
Sem deixarem a sua cultura, as suas diferenças, todos os povos escutarão a
proposta de Jesus e terão a possibilidade de integrar a comunidade da salvação,
onde se fala a mesma língua e onde todos poderão experimentar esse amor e essa
comunhão que tornam povos tão diferentes, irmãos. O essencial passa a ser a
experiência do amor que, no respeito pela liberdade e pelas diferenças, deve
unir todas as nações da terra.
O Pentecostes dos “Atos” é o
resultado da ação das “testemunhas” de Jesus: a humanidade nova, a anti-Babel,
nascida da ação do Espírito, onde todos serão capazes de comunicar e de se
relacionar como irmãos, porque o Espírito reside no coração de todos como lei
suprema, como fonte de amor e de liberdade.
ATUALIZAÇÃO = A Igreja é uma comunidade de irmãos reunidos por causa de Jesus, animada pelo Espírito do Senhor ressuscitado e que testemunha na história o projeto libertador de Jesus. Desse testemunho resulta a comunidade universal da salvação, que vive no amor e na partilha, apesar das diferenças culturais e étnicas. A Igreja de que fazemos parte é uma comunidade de irmãos que se amam, apesar das diferenças? Tem consciência de que o Espírito está presente e que a anima? Testemunha, de forma efetiva e coerente, a proposta libertadora que Jesus deixou?
= Nunca será demais realçar o papel do
Espírito na tomada de consciência da identidade e da missão da Igreja… Antes do
Pentecostes, tínhamos apenas um grupo fechado dentro de quatro paredes, incapaz
de superar o medo e de arriscar, sem a iniciativa nem a coragem do testemunho;
depois do Pentecostes, temos uma comunidade unida, que ultrapassa as suas
limitações humanas e se assume como comunidade de amor e de liberdade. Temos consciência
de que é o Espírito que nos renova, que nos orienta e que nos anima? Damos
suficiente espaço à acção do Espírito, em nós e nas nossas comunidades?
= Para se
tornar cristão, ninguém deve ser espoliado da própria cultura: nem os
africanos, nem os europeus, nem os sul-americanos, nem os negros, nem os
brancos; mas todos são convidados, com as suas diferenças, a acolher esse
projeto libertador de Deus, que faz os homens deixarem de viver de costas
voltadas, para viverem no amor. A Igreja de que fazemos parte é esse espaço de
liberdade e de fraternidade? Nela todos encontram lugar e são acolhidos com
amor e com respeito – mesmo os de outras raças, mesmo aqueles de quem não
gostamos, mesmo aqueles que não fazem parte do nosso círculo, mesmo aqueles que
a sociedade marginaliza e afasta?
SALMO RESPONSORIAL / Sl 103(104)
Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
• Bendize, ó
minha alma, ao Senhor! / Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! / Quão
numerosas, ó Senhor, são vossas obras! / Encheu-se a terra com as vossas
criaturas!
• Se tirais o
seu respiro, elas perecem / e voltam para o pó de onde vieram. / Enviais o
vosso espírito e renascem / e da terra toda a face renovais.
• Que a glória
do Senhor perdure sempre, / e alegre-se o Senhor em suas obras! / Hoje seja-lhe
agradável o meu canto, / pois o Senhor é a minha grande alegria!
SEGUNDA LEITURA (1Cor 12,3b-7.12-13) Leitura
da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Irmãos, ninguém pode dizer: Jesus
é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é
o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes
atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é
dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum. Como o corpo é um,
embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam
muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De fato, todos
nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito,
para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito.
AMBIENTE - A comunidade cristã de Corinto era viva e fervorosa, mas não era exemplar no amor: as divisões, as rivalidades, perturbavam a comunhão e constituíam um contratestemunho. As questões à volta dos “carismas” (dons especiais concedidos pelo Espírito a determinadas pessoas ou grupos para proveito de todos) faziam-se sentir com especial acuidade: os detentores desses dons carismáticos consideravam-se os “escolhidos” de Deus, apresentavam-se como “iluminados” e assumiam com frequência atitudes de autoritarismo e de prepotência que não favorecia a fraternidade e a liberdade; por outro lado, os que não tinham sido dotados destes dons eram desprezados e desclassificados, considerados quase como “cristãos de segunda”, sem vez nem voz na comunidade.
No texto que nos é proposto,
Paulo aborda a questão dos “carismas”.
MENSAGEM - Paulo fala em “carismas” a propósito de comportamentos que pretendem apenas garantir os privilégios. Segundo Paulo, o verdadeiro “carisma” é o que leva a confessar que “Jesus é o Senhor” (pois não pode haver oposição entre Cristo e o Espírito) e que é útil para o bem da comunidade.
De resto, é preciso que os
membros da comunidade tenham consciência de que, apesar da diversidade de dons
espirituais, é o mesmo Espírito que atua em todos; que apesar da diversidade de
funções, é o mesmo Senhor Jesus que está presente em todos; que apesar da
diversidade de ações, é o mesmo Deus que age em todos. Não há, portanto,
“cristãos de primeira” e “cristãos de segunda”. O que é importante é que os
dons do Espírito resultem no bem de todos e sejam usados – não para melhorar a
própria posição ou o próprio “ego” – mas para o bem de toda a comunidade.
Paulo conclui o seu raciocínio comparando a comunidade cristã a um “corpo” com muitos membros. Apesar da diversidade de membros e de funções, o “corpo” é um só. Em todos os membros circula a mesma vida, pois todos foram batizados num só Espírito e “beberam” um único Espírito.
Paulo conclui o seu raciocínio comparando a comunidade cristã a um “corpo” com muitos membros. Apesar da diversidade de membros e de funções, o “corpo” é um só. Em todos os membros circula a mesma vida, pois todos foram batizados num só Espírito e “beberam” um único Espírito.
O Espírito é, pois, apresentado
como Aquele que alimenta e que dá vida ao “corpo de Cristo”; dessa forma, Ele
fomenta a coesão, dinamiza a fraternidade e é o responsável pela unidade desses
diversos membros que formam a comunidade.
ATUALIZAÇÃO
ATUALIZAÇÃO
·
Os “dons”
que recebemos não podem gerar conflitos e divisões, mas devem servir para o bem
comum e para reforçar a vivência comunitária. As nossas comunidades são espaços
de partilha fraterna, ou são campos de batalha onde se digladiam interesses
próprios, atitudes egoístas, tentativas de afirmação pessoal?
·
É preciso
ter consciência da presença do Espírito: é Ele que alimenta, que dá vida, que
anima, que distribui os dons conforme as necessidades; é Ele que conduz as
comunidades na sua marcha pela história. Ele foi distribuído a todos os crentes
e reside na totalidade da comunidade. Temos consciência da presença do Espírito
e procuramos ouvir a sua voz e perceber as suas indicações? Temos consciência
de que, pelo fato de desempenharmos esta ou aquela função, não somos as únicas
vozes autorizadas a falar em nome do Espírito?
========----------======Sem ele, nada, absolutamente, podemos nós: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele!” Por isso Jesus disse: “Sem mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”, porque sem o seu Espírito Santo que nos sustenta e age no mais íntimo de nós, tudo quanto fizéssemos não teria valor para o Reino dos Céus. Jesus é a videira, nós, os ramos, o Espírito é a seiva que, vinda do tronco, nos faz frutificar…
Ele tudo perdoa e renova: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados!” É, pois, no Espírito que a Igreja anuncia a paz do Evangelho do perdão de Deus para a humanidade em Cristo Jesus!
Ele nos une no Corpo de Cristo, que é a Igreja, pois “fomos batizados num único Espírito para formarmos um só corpo…” – Neste Corpo, ele nos enche de dons, carismas e ministérios, pois “a cada um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum”. É no Espírito que a Igreja é una na diversidade de tantos dons e carismas …
===========-------------------================
Nasce a Igreja
Celebramos hoje a festa de PENTECOSTES, encerrando na Liturgia o Ciclo Pascal...
PENTECOSTES é uma
festa antiga, que já existia no Antigo Testamento.
- Para Israel: Inicialmente era uma festa ligada às
colheitas.
- Mais tarde, tornou-se uma celebração da Aliança, feita no
Sinai, que acontecia 50 dias depois da Páscoa. Era a festa da LEI...
- Hoje: É a Plenitude do Mistério Pascal, com o Dom
do Espírito Santo à Igreja.
É o NATAL da
IGREJA... o Dia das Comunidades... o Dia da nossa CRISMA...
As leituras bíblicas nos ajudam a entender melhor esta
festa:
1ª Leitura, Lucas apresenta o fato 50 dias após a Páscoa, fazendo coincidir com o
Pentecostes judeu. (At 2,1-11)
O interesse do autor é apresentar a Igreja como
Comunidade, que nasce de Jesus, que é
assistida pelo Espírito
e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto do Pai.
Para isso se serve de imagens e símbolos: o VENTO e chamas de FOGO.
- O fogo transforma qualquer matéria: Transforma os
medrosos apóstolos em ardorosos anunciadores das maravilhas de Deus...
- O Vento sinaliza o movimento que se opõe à
passividade.
Esses dois elementos são o combustível para a Igreja que
inicia sua missão e também para a Igreja de hoje.
Essa renovação e esse movimento devem estar presentes na
Igreja ainda hoje, para pronunciar as maravilhas de Deus em todas as línguas e
na linguagem do nosso tempo.
- Lembram a 1a ALIANÇA realizada no Sinai:
Foi em meio a
trovões e relâmpagos...
O Espírito é a Lei
da Nova Aliança e por ele se constitui a Nova Comunidade do Povo de Deus
- É o oposto de BABEL: Desmoronam as barreiras de
línguas e raças... para formar um novo povo, sem fronteiras, onde todos se
entendem.
Todos falam a mesma
linguagem a língua do Espírito de Jesus.
O Espírito presente no início da vida pública de Jesus, está
presente também no início da atividade missionária da Igreja.
Na 2ª Leitura, Paulo afirma que
o Espírito Santo é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã.
É ele que concede os DONS, que enriquecem a comunidade
e fortalecem a unidade de todos os membros. (1Cor 12,3b-7.12-13)
* Devemos acolher os apelos do Espírito Santo para que ele
possa continuar fazendo ainda hoje as maravilhas que realizou no começo da
Igreja.
No Evangelho de João, os
Apóstolos recebem a efusão do espírito Santo, no "anoitecer" do dia
da Páscoa. (Jo 20,19-23)
- Eles estão reunidos de "portas fechadas" por
medo das autoridades.
- Jesus ressuscitado aparece "no meio deles", deseja a PAZ: "A Paz esteja com vocês",
e envia em MISSÃO: "Como o
Pai me enviou, eu também vos envio."
- Para isso, "sopra" sobre eles, transmitindo-lhes
a "vida nova", a força, o
ESPÍRITO SANTO: "Recebei o Espírito
Santo..." e o Dom do PERDÃO e
da RECONCILIAÇÃO.
* O Espírito é portador do dom da paz e mensageiro do perdão
e do amor do Senhor.
O cristão é um "enviado" para viver e contagiar
PAZ, experimentar o PERDÃO e a misericórdia e ser construtor da COMUNIDADE.
João e Lucas têm perspectivas diferentes, a finalidade é a
mesma:
O Espírito que ajudou Jesus a realizar o projeto de Deus, também
anima agora a Comunidade cristã...
O nosso Pentecostes...
Diante do Fato, talvez invejemos a sorte dos Apóstolos.
E nos esquecemos que o Pentecostes continua acontecendo.
Também em nossa vida houve um PENTECOSTES...
No BATISMO:
- Recebemos pela 1a vez o Espírito Santo.
- Fomos inseridos na Igreja, obra do
Espírito Santo...
Mas na CRISMA,
recebemos a Plenitude do Espírito Santo...
Por isso, o BATISMO é a nossa
PÁSCOA...
a CRISMA é o nosso
PENTECOSTES....
Lendo a Bíblia, notamos que Deus, sempre que escolhia
uma pessoa para uma missão importante,
ungia-o e enviava o seu Espírito.
- No Antigo Testamento: Sacerdotes, Profetas e Reis...
- Cristo: no Batismo, antes de iniciar a vida apostólica...
- Maria: Quando aceitou ser a Mãe do Salvador...
- Assim todo cristão: quando inicia a sua missão de cristão
adulto...
Pelo Batismo: entramos na família, nos tornamos membros da
Igreja.
Pela Crisma: nos tornamos membros adultos, atuantes e
responsáveis na Igreja...
A chama do Espírito Santo transformou totalmente os
apóstolos...
A Igreja nasce e se renova constantemente por obra do
Espírito Santo.
Que essa mesma chama ILUMINE E AQUEÇA a nossa vida
no caminho da Unidade, do Bem e da Verdade...
Por isso, cantemos: Vem,
vem, vem, vem Espírito Santo de Amor,
vem a nós, traz
à Igreja um novo vigor.
Pe. Antônio Geraldo
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Homilia do
Pe. Pedrinho
Meus irmãos e irmãs, hoje, para a igreja católica, é um
dia muito importante: Celebramos Pentecostes. Pentecostes significa cinquenta
dias. Cinquenta dias da morte e ressurreição de Jesus. Há cinquenta dias atrás,
celebrávamos o domingo da Páscoa. De onde a Igreja tirou esta data? Pentecostes
é uma festa já celebrada no Antigo Testamento. Significa primeira colheita
depois da semeadura. Isto se torna, para nós, significativo, porque quando se
fala em colheita, aos olhos da fé, nós nos lembramos de Jesus. Ele quem disse:
“Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, ele não dá frutos”. Para nós
Jesus é o grão de trigo é Jesus, porque Ele disse: “Eu sou o Pão da Vida”. Ele
é o grão de trigo que foi semeado, foi sepultado, depois ressuscitou e gerou
frutos, que somos todos nós. Nós somos os frutos da morte e ressurreição do
Senhor. Celebrar Pentecostes é celebrar os frutos da morte e ressurreição do
Senhor. Agora, também nós somos chamados a sermos sementes. Muitos já fizeram a
experiência de plantar. Há uma diferença entre a semente apenas prantada e a
semente plantada e aguada. A água é importante. Nós somos a semente e o batismo
é a água regada sobre nós, para que possamos dar frutos. Por isso, a segunda
leitura vai nos dizer, que somos todos irmaos e irmãs. Qual é o fruto que Deus
espera de nós? No Evangelho temos duas grandezas: a primeira, Jesus diz: “A Paz
esteja convosco”. A paz de Jesus: “Eu vos dou a minha paz”. Eu não dou a paz
que o mundo oferece. O papa Francisco dizia: “O Espirito Santo é Deus e Deus
sempre é novidade. Não é qualquer novidade, mas Ele sempre tras algo de novo”. Posso
ler a mesma parte da bíblia todos os dias e todos os dias eu vou encontrar algo
novo. O Papa Francisco ainda dizia: “Todos nós temos medo de novidade”. Por que?
Porque temos que sentir senhores da situação e quando surge uma novidade,
sempre nos pega de surpresa. Então, a tendência é rejeitar. Entre aquilo que é
novo e aquilo que já conheço, a tendência pé permanecer com o que já conheço. Qual
é a paz que nós conhecemos? Nós não conhecemos a paz. Qualquer solução em vista
da paz, a nossa tendência é partir daquilo que nós temos. O que temos? O argumento
que é preciso matar para garantir a paz. Aí vem pena de morte, declaração de
guerra, vem uma série de coisas, que de fato, parte daquilo que conhecemos. Quanto
a entregar-se ao Espírito de Deus é buscar a Paz de Jesus Cristo. Nós somos
pessoas bem intencionadas, mas está misturado em nossa vida o pecado. Então, eu
tenho dificuldade de buscar o caminho da paz fora daquilo que o mundo já
experimentou. A novidade de Jesus Cristo é a Paz fruto da justiça. Como viver a
justiça num mundo injusto? Olha o fruto que nos é esperado... ajudar a
transformarmos o mundo. Alguém me pedia: dá uma palavrinha sobre abaixar a
idade penal para dezesseis anos. Se fizermos isto, o de doze começará nas
contravenções. Por que? Porque este é o caminho que o mundo ensina. Quantas vezes
dissemos: por que fulano não morre? Pronto. Já declaramos a morte. Ou outro: só
matando que resolve. Quantos pais falam isto dos próprios filhos mesmo? A novidade
é um desafio. Peçamos ao Espírito Santo a Paz de Jesus a partir do novo que Ele
tras.
Tem o segundo ponto, que é o perdão: “Recebeo o Espírito
Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados”. Há uma confusão
hoje. Ao pregar o perdão, nós estamos falando da identidade do cristão. A fé
cristã é a única que prega o perdão. A única. As outras religiões pregam olho
por olho e dente por dente. Nós somos os únicos que pregamos o perdão. Só que
muitos confundem perdão com conivência. Ora, perdoar é exigir que o outro se
corrija. Portanto, perdoar significa responsabilizá-lo por tudo que fez e ajudá-lo
a recompor o seu caminho. Perdoar é orientar, mas nunca castigar. Aqui a
diferença. Quando agente pede que alguém seja condenado, nós não estamos
pedindo para ser corrigido, mas para ser castigado. Nós confundimos perdão com
conivência, passar a mão na cabeça, dizendo: ah, deixa para lá. Faz de conta
que não aconteceu nada. Não. Isto não é atitude cristã. Atitude cristã é:
aconteceu sim, e você vai responder pelo que você fez, mas EU VOU TE AJUDAR. É a
segunda palavra que o Papa Francisco dizia: “primeiro é a novidade. A segunda é
a harmonia”. Quando é que eu consigo perdoar? Quando eu fiz a experiência de
ser perdoado. Isto é muito importante. Veja são Pedro: São Pedro negou Jesus,
mas foi perdoado. Então, ele total tranquilidade, para sair do cenáculo e
pregar, como foi falado na primeira leitura. Pregar para todos e todos
compreenderem. Por que? Porque a linguagem do perdão é a linguagem que todos
compreendem. Mas quem compreende? Quem já foi perdoado. Quando você oferece o
perdão é porque já fez a experiência do perdão. Caso contrário, você não é
capaz disto. Ora, como perdoar? Buscar a harmonia. O Papa Francisco dava como
exemplo, um barco à vela. O Espírito Santo é um vento que sopra e Ele que
conduz o barco, que é a nossa vida. Se você se deixar levar, este barco vai te
levar até margens seguras. Esta experiência de ser conduzido por Deus, te leva
a viver em harmonia com a natureza. Se você não impor a condução do barco, ele,
sequer, vai chacoalhar. É importante observar isto: a experiência do perdão. Primeiro a novidade,
segundo o perdão e ele dizia: a terceira é missão. Qual é a nossa missão? A missão
é de ajudar o mundo a descobrir a novidade que é Jesus Cristo e o perdão, que é
a linguagem que nos leva a assumir as nossas responsabilidades e nos tornar, de
fato, ser humano. Eu creio, que a sociedade tem geito? Quem acredita que o ser
humano é bom, gasta o seu tempo para ajudá-lo a crescer. Quem não acredita, não
vai perder tempo com isto. “não vou gastar vela benta com morto ruim”. É assim
que agente fala. Não. Ou eu creio que o ser humano é bom e ele foi infruenciado
pelo pecado, ele acabou sendo transtornado pelo pecado ou ninguém tem
esperança. Nem eu mesmo. Nós vivemos numa sociedade e se ninguém presta, também
eu, no meio, acabo me corrompendo. Não. O ponto de partida é este: o ser humano
tem geito. Temos esperança. É possível transformar. Basta que façamos a experiência
do novo, do perdão e da missão. É isto, que Pentecostes nos leva hoje a
celebrar; nós sementes, que vamos rendendo estes frutos. Frutos, que só
compreende, quem de fato, tem fé.
Que Deus nos mantenha firmes na fé, dispostos a levar ao
mundo estes frutos vindo de Deus.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pe.
Pedrinho – Diocese de Santo André – SP.
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Homilia de D. Henrique Soares da Costa
A Igreja conclui hoje o Tempo Pascal com a
solenidade de Pentecostes. Não poderia ser diferente, pois o Espírito Santo é o
fruto da paixão morte e ressurreição do Senhor Jesus. Ele morreu entregando na
cruz o Espírito e, no mesmo Espírito, foi ressuscitado pelo Pai. Agora,
plenificado por esse Espírito, derramou-o e derrama-o sobre a Igreja e sobre
toda a criação.
Vejamos alguns aspectos da ação do Espírito.
(1) Primeiramente, por ser Espírito do Cristo, ele
nos une ao Senhor Jesus, dando-nos a sua própria vida, como a cabeça dá vida ao
corpo e o tronco dá vida aos ramos. É no Espírito que Cristo habita realmente
em nós desde o nosso batismo, e faz crescer sua presença em nós em cada
eucaristia, quando comungamos o corpo e o sangue daquele Senhor, que é pleno do
Espírito. Só no Espírito podemos dizer que Cristo permanece em nós e nós
permanecemos nele; só no Espírito podemos dizer que já não somos nós que
vivemos, mas Cristo vive em nós, com seus sentimentos, suas atitudes e sua
entrega ao Pai. Por isso, somente no Santo Espírito nossa vida pode ser vida em
Cristo, vida de santidade.
(2) Mas, o Espírito, além de agir em cada cristão,
age na Comunidade como um todo, edificando a Igreja, fazendo-a sempre corpo de
Cristo. Antes de tudo, ele vivifica a Igreja com a vida do Ressuscitado,
incorporando sempre nela novos membros, fazendo-a crescer mais na plenitude de
Cristo. Depois, ele suscita incontáveis ministérios, carismas e dons, desde os
mais simples, como até aqueles mais vistosos ou mais estáveis, como os
ministérios ordenados: os Bispos, padres e diáconos. É o Espírito que mantém
esta variedade em harmonia e unidade, para que tudo e todos contribuam para a
edificação do corpo de Cristo, que é a Igreja. Assim, é no Espírito que surge e
ressurge sempre a vida religiosa, com tantos carismas diferentes, é no Espírito
que os mártires testemunham Cristo até a morte, é no Espírito que se exerce a
caridade, se visita os enfermos, se consola os sofredores, se aconselha, se
socorre os pobres, se prega o Evangelho… enfim, é no Espírito que a Igreja
vive, cresce e respira!
(3) É no Espírito que os santos sacramentos são
celebrados com eficácia, pois que o Espírito é a própria energia, a própria
graça, a própria força de vida e ressurreição que o Cristo recebe do Pai e
derrama sobre a Igreja. Sendo assim, é no Espírito que a Igreja é continuamente
edificada e renovada, até a vida eterna.
(4) É no Espírito que os cristãos podem rezar, proclamando do fundo do
coração que Jesus é Senhor e que Deus é nosso Pai de verdade. Somente porque temos
o Espírito recebido no batismo é que somos realmente filhos de Deus, já que
recebemos o Espírito do Filho que clama em nós “Abbá” – Pai. O Espírito une a
nossa oração à oração de Jesus, dando-lhe valor e eficácia e colocando-nos na
vida da própria Trindade Santa. Sem o Espírito, não poderíamos chamar a Deus de
Pai, sem o Espírito nossa oração não seria a de Jesus e nosso louvor, nossa
adoração e nossa intercessão não estariam unidas e inseridas na própria união
de Jesus com o Pai.
(5) É o Espírito quem recorda sempre à Igreja a verdade do Evangelho, conduzindo-a sempre mais adiante no conhecimento de Cristo. Por isso, assistida pelo Espírito da Verdade, a Igreja jamais pode errar na sua profissão de fé; jamais pode afastar-se da verdade católica que recebeu dos apóstolos. Assim, somente no Espírito é que cremos com fé certa na fé da Igreja!
(5) É o Espírito quem recorda sempre à Igreja a verdade do Evangelho, conduzindo-a sempre mais adiante no conhecimento de Cristo. Por isso, assistida pelo Espírito da Verdade, a Igreja jamais pode errar na sua profissão de fé; jamais pode afastar-se da verdade católica que recebeu dos apóstolos. Assim, somente no Espírito é que cremos com fé certa na fé da Igreja!
(6) É ainda no Espírito que a Igreja, ansiosa, olha
para a frente, para o futuro e, inquieta, clama que o Esposo venha logo para
consumar todas as coisas. Por isso, na força do Espírito, a Igreja deverá ser
sempre fiel a cada época, sem saudosismos nem medos, construindo com humildade
o Reino de Deus, até que venha o seu Esposo e leve tudo à consumação. É no
Espírito que os cristãos devem viver como profetas do Reino que está por vir,
denunciando com doçura e vigor tudo quanto se oponha à manifestação desse
Reino. No Espírito, a Igreja anunciará sempre o Evangelho, superando todo medo
de falar de modo novo a constante e imutável verdade do Evangelho, que
interpela, transforma e converte o coração.
(7) Mas, o Espírito não está restrito à Igreja. Ele
enche, impregna e renova o universo e toda a humanidade. Onde menos esperamos,
onde ainda não chegamos, lá já podemos encontrar a ação do Espírito do Senhor,
que cai cristificando toda a humanidade e todas as coisas.
(8) É o Espírito que vai, com força e discrição,
guiando a história humana para a plenitude de Cristo, e isto por mais que,
tantas vezes, o mundo pareça perdido e sem rumo, em meio a guerras, injustiças,
hipocrisias, violências, tristezas e mortes. Cabe aos cristãos, saberem
discernir e interpretar os sinais dos tempos, que o Santo Espírito faz brotar
por toda parte, tendo ouvidos para ouvir o que o ele diz à Igreja.
(9) Finalmente, é no Espírito, que um dia, no Dia
de Cristo, quando ele, nossa vida, aparecer em glória, tudo será glorificado, a
história será passada a limpo, a criação inteira será transfigurada, o pecado
será destruído para sempre, a morte será vencida e nossos corpos mortais
ressuscitarão, transfigurados como o corpo do Cristo Jesus ressuscitado. Então,
plena do Espírito, toda criação será plenamente corpo de Cristo. O Ressuscitado
será Cabeça dessa nova criação e entregará tudo ao Pai, para que o Pai, pelo
Filho, no Espírito, seja tudo em todas as coisas.
É esta a nossa esperança, a nossa certeza e a plenitude da nossa
salvação. É esta realidade estupenda que se iniciou com o dom do Espírito,
celebrado na festa de hoje.
Só nos resta implorar novamente o que cantamos antes do “aleluia”:
Só nos resta implorar novamente o que cantamos antes do “aleluia”:
“Espírito de Deus,/ enviai dos céus/ um raio de luz!
Vinde, Pai dos pobres,/ dai aos corações/ vossos sete dons.
Consolo que acalma,/ Hóspede da alma,/ doce Alívio, vinde!
No labor, Descanso,/ na aflição, Remanso, / no calor, Aragem.
Enchei, Luz bendita,/ Chama que crepita,/ o íntimo de nós.
Sem a Luz que acode,/ nada o homem pode,/ nenhum bem há nele.
Ao sujo lavai,/ ao seco regai,/ curai o doente.
Dobrai o que é duro,/ guiai-nos no escuro, o frio aquecei.
Daí à vossa Igreja,/ que espera e deseja,/ vossos sete dons.
Dai em prêmio ao forte/ uma santa morte,/ alegria eterna./ Amém”.
Vinde, Pai dos pobres,/ dai aos corações/ vossos sete dons.
Consolo que acalma,/ Hóspede da alma,/ doce Alívio, vinde!
No labor, Descanso,/ na aflição, Remanso, / no calor, Aragem.
Enchei, Luz bendita,/ Chama que crepita,/ o íntimo de nós.
Sem a Luz que acode,/ nada o homem pode,/ nenhum bem há nele.
Ao sujo lavai,/ ao seco regai,/ curai o doente.
Dobrai o que é duro,/ guiai-nos no escuro, o frio aquecei.
Daí à vossa Igreja,/ que espera e deseja,/ vossos sete dons.
Dai em prêmio ao forte/ uma santa morte,/ alegria eterna./ Amém”.
D.
Henrique Soares da Costa
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Domingo de Pentecostes = (Terminada a oração depois da comunhão e os avisos, antes da benção
final, o Presidente da Celebração se dirige para junto do Círio:)
RITO PARA APAGAR O
CÍRIO PASCAL
Diácono ou o Presidente da Celebração - Irmãos e irmãs, na noite da Vigília Pascal, aclamamos Cristo nossa Luz e acendemos o Círio Pascal. A luz do Círio nos acompanhou nestes cinquenta dias do Tempo Pascal. Hoje, dia de Pentecostes, ao concluir o Tempo da Páscoa, o Círio será apagado. Este sinal nos é tirado para que, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado, nos tornemos a “luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, para iluminar os irmãos e irmãs e guiá-los no êxodo definitivo rumo ao céu.
Diácono ou o Presidente da Celebração - Irmãos e irmãs, na noite da Vigília Pascal, aclamamos Cristo nossa Luz e acendemos o Círio Pascal. A luz do Círio nos acompanhou nestes cinquenta dias do Tempo Pascal. Hoje, dia de Pentecostes, ao concluir o Tempo da Páscoa, o Círio será apagado. Este sinal nos é tirado para que, educados na escola pascal do mestre Ressuscitado, nos tornemos a “luz de Cristo” que se irradia, como uma coluna luminosa que passa no mundo, para iluminar os irmãos e irmãs e guiá-los no êxodo definitivo rumo ao céu.
O presidente se inclina para o Círio, este então é apagado.
Presidente: – Oremos: Dignai-vos, ó Cristo, acender nossas lâmpadas da fé; que em vosso templo elas refuljam constantemente, alimentadas por vós, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Todos: Amém, aleluia!
Presidente: – Oremos: Dignai-vos, ó Cristo, acender nossas lâmpadas da fé; que em vosso templo elas refuljam constantemente, alimentadas por vós, que sois a luz eterna; sejam iluminados os ângulos escuros do nosso espírito e sejam expulsas para longe de nós as trevas do mundo. Vós, que viveis e reinais para sempre.
Todos: Amém, aleluia!
Segue-se a Bênção final, própria para o dia. Por fim, para a
retirada do Círio, forma-se uma procissão, semelhante ao início da Celebração,
conduzindo, agora, o Círio Pascal apagado, passando pela nave central da
Igreja. (O Círio será aceso
nas celebrações do batismo)
·
Bênção Final (própria de Pentecostes)
Ver o Missal
romano, p. 524.
*
Deus, o Pai das luzes, que (hoje) iluminou os corações dos discípulos,
derramando sobre eles o Espírito Santo, vos conceda a alegria de sua bênção e a
plenitude dos dons do mesmo Espírito. AMÉM!
*
Aquele fogo, descido de modo admirável sobre os discípulos, purifique os vossos
corações de todo mal e vos transfigure em sua luz. AMÉM!
*
Aquele que na proclamação de uma só fé reuniu todas as línguas vos faça
perseverar na mesma fé, passando da esperança à realidade. AMÉM!
Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo. AMÉM!
Louvor: (Diáconos e ministros da
Palavra)
SOLEN. PENTECOSTES: LOUVOR: (QUANDO O PÃO CONSAGRADO ESTIVER SOBRE O ALTAR)
à O SENHOR
ESTEJA COM TODOS VOCÊS... DEMOS GRAÇAS AO SENHOR...
à COM JESUS, POR JESUS E EM JESUS, NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO, LOUVEMOS
AO PAI:
T: Pai, que o Espírito
Santo nos transforme e nos santifique!
à Deus criador, nós vos
bendizemos pelos dons do Espírito Santo,
que concedeis à vossa Igreja e a cada um de nós. Pai, que possamos compreender
as pessoas que conosco vivem e possamos conviver em tranquilidade com todos.
T: Pai, que o Espírito
Santo nos transforme e nos santifique!
à Pai santo, nós vos damos
graças porque pelo batismo nos dais o Espírito Santo para ser a nossa força,
nossa luz e nossa esperança na construção de vosso Reino. Que nossa fé seja
ardente e nosso exemplo seja sinal de vosso amor entre todos.
T: Pai, que o Espírito
Santo nos transforme e nos santifique!
à Nós vos bendizemos pelo
Espírito Santo que nos defende do mal e nos impulsiona para vós. Pai, renovai a
vossa igreja e fazei-nos mais vigorosos na transformação de uma sociedade mais
humana e fraterna.
T: Pai, que o Espírito
Santo nos transforme e nos santifique!
à Renovai
a vinda do Espírito Santo na Igreja para a salvação do mundo! Que Ele abra o
nosso coração para o amor e a fraternidade. Que Ele nos faça mais fraternos e
leais a vossa vontade, pois em Vós está a nossa esperança e a nossa salvação.
T: Pai, que o Espírito
Santo nos transforme e nos santifique!
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